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Novas diretrizes para auxiliar na prevenção da morte súbita em
atletas
Professor do Clínicas participou de consenso internacional sobre novos critérios para a
interpretação do eletrocardiograma em esportistas
A morte súbita cardíaca é a principal causa de mortalidade no atleta jovem.
Levando-se em conta o grande número de esportistas que se exercitam diariamente em
todo o mundo, estes casos são considerados raros, mas de difícil prevenção. Entre os
mais marcantes no país, está a morte do zagueiro Serginho, do São Caetano, em 2004,
que caiu no gramado do Morumbi após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante o
jogo contra o São Paulo e faleceu cerca de uma hora depois, já no hospital.
Um consenso internacional sobre a interpretação do eletrocardiograma do atleta,
com foco em auxiliar na prevenção da morte súbita, acaba de ser publicado. Elaborado
por 33 especialistas do mundo inteiro, o documento foi divulgado em três importantes
revistas científicas dos Estados Unidos, União Europeia e Inglaterra (Journal of the
American College of Cardiology, European Heart Journal e British Journal of Sports
Medicine, respectivamente). Entre os autores do trabalho está o professor do Hospital de
Clínicas de Porto Alegre (HCPA), cardiologista e médico do esporte, Ricardo Stein.
De acordo com o cardiologista, os novos critérios de avaliação reduzem tanto a
taxa de exames do tipo falso-positivo (quando o eletrocardiograma mostra uma
alteração, mas esta não se traduz em doença de fato), quanto de falso-negativo (quando
o exame não detecta alterações patológicas, mas a doença está presente naquele
atleta). "É muito importante que os médicos que lidam com atletas tenham
conhecimento deste consenso, uma vez que muitos esportistas podem ter suas carreiras
afetadas por uma interpretação incorreta do exame", explica. Ele detalha que o
eletrocardiograma de 12 derivações, realizado em repouso, é um exame de baixo custo
que pode auxiliar tanto no diagnóstico quanto no prognóstico de doenças capazes de
causar morte súbita em atletas jovens. "É necessário que os médicos se habilitem a
interpretar o eletrocardiograma do atleta de forma competente, uma vez que este
exame pode variar de acordo com a idade, gênero, etnia ou modalidade esportiva",
salienta Stein.