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Diretor: Jorge Vicente N.° 76 Jornal periódico de distribuição gratuita 1996 - FRI LUSO JORNAL PERIÓDICO PORTUGUÊS DE FRIBOURG 2015 «Portugal existe onde existe um português» JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE ANO 2015 - julho PERIÓDICO Por L. Roberto Silvado Existe um ditado popular que diz: “É bom viajar e melhor ainda voltar para casa!” De fato é muito bom viajar, conhecer novos lugares, sair da rotina, viver sem horário, muitas responsabilidades e compromissos. É bom sair de férias e melhor ainda voltar de férias! Principalmente quan- do voltamos para uma situação de normalidade e tranquilidade. Você vai sair de férias? Eis algumas sugestões que podem ajuda-lo a voltar para uma vida tranquila: Avise um dos seus vizinhos sobre a sua viagem e deixe um telefone de contato. Se você mora em casa ou sobrado procure deixar alguém de confiança morando ou vindo para ligar as luzes e fazer algum movimento. Garanta que as contas que vencerão durante as suas férias serão pagas por alguém ou pelo seu banco. Deixar de pagar contas nunca fez bem a nin- guém. Faça um orçamento das férias antes de sair de casa para garantir que você não gastará mais do que deve. Lembre-se que no início do ano você terá algumas contas extras: IPTU, IPVA, uniforme e material escolar, etc. Arrume a mala com a sua Bíblia, livros, máquina fotográfica, jogos e muita disposição para interagir com os filhos e cônjuge. Período de férias tem um potencial incrível para fortalecer os laços familiares – aproveite! Agora sim, boa viagem! Vá em paz, com a certeza de que “o Senhor guardará você de todo perigo; ele protegerá a sua vida. Ele o guardará quando você for e quando voltar, agora e sempre. O SENHOR o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida. O SENHOR protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre.” Vida.net Férias! Férias é o período de descanso anual, concedido ao empregado que tra- balhar doze meses consecutivos para o mesmo empregador. Tal período é tecnicamente dividido pela doutrina jurídica especializada em «aquisitivo» e «concessivo». Representa o descanso ao qual o funcionário tem direito, para eliminar um pouco do estresse físico e mental causado pelo trabalho. A concessão de férias é ato exclusivo do empregador, e independe de pedido ou consentimento do trabalhador. O direito a férias surgiu no Reino Unido, em pleno desenvolvimento da se- gunda revolução industrial, no século XIX. No Brasil ele será praticado ini- cialmente em algumas empresas apenas, em 1925. Em 1943, a concessão de férias é convertida em lei para todos os empregados. De acordo com a CLT, um indivíduo pode tirar férias depois de trabalhar doze meses. Durante esse tempo, o funcionário continuará recebendo sua remuneração e um adicio- nal de 1/3 do salário normal. ∞∞∞∞∞∞∞ Férias de mochila às costas Se as aulas já acabaram é altura de partir para férias. Aproveita as ofer- tas jovens e fica a conhecer a Europa. É Verão, a época é de férias e os exames já terminaram. Uma mochila, um saco cama, uma tenda, algum dinheiro e pouco mais são precisos para partir à descoberta do mundo. Não penses em hotéis de cinco de estrelas nem em bilhetes de avião em classe executiva. Para quê gastar 300 euros num bilhete de avião para Itália, se com o mesmo dinheiro podes comprar um bilhete de InterRail que te permite viajar pela Europa toda? Cartão Jovem Se queres viajar pela Europa, ficar hospedado em pousadas da juventude, explorar os caminhos de Portugal e pernoitar em parques de campismo, deves aderir ao Cartão Jovem. Este cartão, que dá descontos aos jovens, é agora válido até aos 30 anos e pode ser requerido entre os 12 e os 29 anos. Com um custo de subscrição de oito euros, podes solicitar o teu e durante 12 meses teres acesso a variadíssimos descontos nos preços de transportes, alojamento, restauração, parques temáticos, cinemas, museus e monumentos, desporto, estética e educação. Se vais viajar, o Cartão Jovem é bastante útil, pois podes ter descontos nos custos de Pousadas da Juventude, quer em Portugal, quer no estrangeiro, nos passes de InterRail, nos bilhetes de comboio a nível nacional e europeu, na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, em festivais de verão da produtora Música no Coração, etc. O Cartão Jovem é uma iniciativa nacional e de âmbito europeu que existe desde 1986 e que te dá vantagens em várias áreas. Saldo posi+ivo

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Diretor: Jorge Vicente

N.° 76

Jornal periódico de distribuição gratuita 1996 -FRI LUSO

JORNAL PERIÓDICO PORTUGUÊS DE FRIBOURG

2015 «Portugal existe onde existe um português»

JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE ANO 2015 - julho PERIÓDICO

Por L. Roberto Silvado

Existe um ditado popular que diz: “É bom viajar e melhor ainda voltar para casa!” De fato é muito bom viajar, conhecer novos lugares, sair da rotina, viver sem horário, muitas responsabilidades e compromissos.É bom sair de férias e melhor ainda voltar de férias! Principalmente quan-do voltamos para uma situação de normalidade e tranquilidade.Você vai sair de férias? Eis algumas sugestões que podem ajuda-lo a voltar para uma vida tranquila:Avise um dos seus vizinhos sobre a sua viagem e deixe um telefone de contato. Se você mora em casa ou sobrado procure deixar alguém de confiança morando ou vindo para ligar as luzes e fazer algum movimento.Garanta que as contas que vencerão durante as suas férias serão pagas por alguém ou pelo seu banco. Deixar de pagar contas nunca fez bem a nin-guém.

Faça um orçamento das férias antes de sair de casa para garantir que você não gastará mais do que deve. Lembre-se que no início do ano você terá algumas contas extras: IPTU, IPVA, uniforme e material escolar, etc.Arrume a mala com a sua Bíblia, livros, máquina fotográfica, jogos e muita disposição para interagir com os filhos e cônjuge. Período de férias tem um potencial incrível para fortalecer os laços familiares – aproveite!Agora sim, boa viagem!Vá em paz, com a certeza de que “o Senhor guardará você de todo perigo; ele protegerá a sua vida. Ele o guardará quando você for e quando voltar, agora e sempre. O SENHOR o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida. O SENHOR protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre.” Vida.net

Férias!Férias é o período de descanso anual, concedido ao empregado que tra-balhar doze meses consecutivos para o mesmo empregador. Tal período é tecnicamente dividido pela doutrina jurídica especializada em «aquisitivo» e «concessivo». Representa o descanso ao qual o funcionário tem direito, para eliminar um pouco do estresse físico e mental causado pelo trabalho. A concessão de férias é ato exclusivo do empregador, e independe de pedido ou consentimento do trabalhador.O direito a férias surgiu no Reino Unido, em pleno desenvolvimento da se-gunda revolução industrial, no século XIX. No Brasil ele será praticado ini-cialmente em algumas empresas apenas, em 1925. Em 1943, a concessão de férias é convertida em lei para todos os empregados. De acordo com a CLT, um indivíduo pode tirar férias depois de trabalhar doze meses. Durante esse tempo, o funcionário continuará recebendo sua remuneração e um adicio-nal de 1/3 do salário normal.

∞∞∞∞∞∞∞

Férias de mochila às costasSe as aulas já acabaram é altura de partir para férias. Aproveita as ofer-tas jovens e fica a conhecer a Europa.

É Verão, a época é de férias e os exames já terminaram. Uma mochila, um saco cama, uma tenda, algum dinheiro e pouco mais são precisos para partir à descoberta do mundo. Não penses em hotéis de cinco de estrelas nem em bilhetes de avião em classe executiva. Para quê gastar 300 euros num bilhete de avião para Itália, se com o mesmo dinheiro podes comprar um bilhete de InterRail que te permite viajar pela Europa toda?

Cartão JovemSe queres viajar pela Europa, ficar hospedado em pousadas da juventude, explorar os caminhos de Portugal e pernoitar em parques de campismo, deves aderir ao Cartão Jovem. Este cartão, que dá descontos aos jovens, é agora válido até aos 30 anos e pode ser requerido entre os 12 e os 29 anos. Com um custo de subscrição de oito euros, podes solicitar o teu e durante 12 meses teres acesso a variadíssimos descontos nos preços de transportes, alojamento, restauração, parques temáticos, cinemas, museus e monumentos, desporto, estética e educação.Se vais viajar, o Cartão Jovem é bastante útil, pois podes ter descontos nos custos de Pousadas da Juventude, quer em Portugal, quer no estrangeiro, nos passes de InterRail, nos bilhetes de comboio a nível nacional e europeu, na Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, em festivais de verão da produtora Música no Coração, etc.O Cartão Jovem é uma iniciativa nacional e de âmbito europeu que existe desde 1986 e que te dá vantagens em várias áreas. Saldo posi+ivo

Fri-luso2 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

Humberto Pinho da Silva

desenho Desenho de Pinho da Silva

Igrejade

Santa ClaraPorto

Por Humberto Pinho da Silva

Nem sempre o anexim é exacto, quantas vezes, por muito trabucar, é que nunca se passa, como diz o povo: da cepa torta.Convivi, nos meus tempos liceais, com filho de modesto lavrador, que em menino, todos os dias - fizesse sol ou chuva, - acompanhava os irmãos, nas tarefas campestres.Enquanto rasgavam sucos na terra parda, para a água irrigar a viçosa horta, o preguiçoso, permane-cia, cantarolando, de papo para o ar, apanhando sol ou jogando pedrinhas.Bem lhe ralhava, o pai, ameaçando-o com severos castigos, e não poucas vezes, pedia auxilio à sibata e ao cinto de celeiro, na esperança que fossem milagreiros.Desesperado, após confidenciar com a mulher, assentou enviá-lo para a cidade, como marçano, na lojinha do primo.Poucos dias decorreram, quando recebeu carta, dizendo que o mocinho era desobediente e nada queria fazer.

Quem Não Trabuca Não Manduca

Lembraram-se, a conselho do Sr. Abade, matricula-lo no liceu. Ao interrogá-lo, respondeu: que sim, se não houvesse a palmatória, que tanto trabalhara na “primária”.Preguiçando, estudando em cima dos exames, copiando e colando aqui e ali, completou o curso.Tornou-se abastado advogado, enquanto os irmãos, por serem trabalhadores, terminaram a velhice a labutar a terra, como modestíssimos agricultores.Outro assunto; mesmo tema:Nos anos cinquenta, meu pai, conheceu religiosa, muito risonha, de olhinhos vivos e gaiatos, que cavaqueando, confidenciou-lhe:- “ Fui mulher de limpeza num hospital dirigido pelas Irmãs Hospitaleiras. Diziam-me: “ Altina, limpe aqui! Altina, precisa de ter mais cuidado! Os médicos eram mais duros: “ Altina, parece que tem ovos debaixo dos braços! Altina, quer que me queixe à madre superiora!? Agora, que sou freira, tra-tam-me carinhosamente por irmã, e até o Sr. director, beija-me respeitosamente, a mão!”Outra história, não menos curiosa:Décadas a traz, havia em terras transmontanas, freira que passava as férias na aldeia natal. Ao perguntarem-lhe se gostava da vida religiosa, prontamente respondia, muito espevitada:- “Aqui na aldeia tinha que levantar-me de madrugada para apanhar azeitona, em pleno Inverno. Mondava até quebrar a espinha e ceifava até o suor cair em bica. Agora tenho criadas para os serviços pesados…”Mais outra, não menos interessante:Com a chegada da democracia a Portugal, chegaram pastores evangélicos, com mulher e filhos.Quase todos levavam vida folgada. Os crentes murmuravam, em surdina, que auferiam salários principescos.Jovens, constatando que era menos penoso ser pastor do que padre, tiveram súbitas “ conversões” e “vocações”, na esperança de vida melhor, do que lavrar terra e trabalhar na oficina.Pobre diabo – salvo seja! - de S. Mamede Infestas, que percorreu seis denominações e terminara em pequeníssima gara-gem, com meia dúzia de fieis, lamentava-se, com pontinha de inveja, que cozinheiro afortunado, tornou-se pastor e gan-hava seis contos mensais! - e com largo gesto desanimador, rematou: limpinhos! …limpinhos! …Com isto termino, dizendo, embora pareça paradoxo, que quem muito se afadiga, nem sempre tem sorte, já que esta permeia, quantas vezes, quem não gosta de trabucar.

Bem diz o nosso povo: ninguém chega a rico, trabalhando.

Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 3

Laurindo Barbosa

POSTAL DE PARABÉNS POR ANIVERSÁRIOEspecialmente dedicado aos jovens

Na antiga Roma, houve um certo senador de nome Lucius Antónius Rufius Ápius. Este senhor ficou célebre à sua maneira, tão célebre que enriqueceu o vocabulário com a sua assinatura, que ele sintetizava em Larapius. Como era manifesta e publicamente desonesto, corrupto, desta sua assinatura resultou por ironia e para seu opróbrio, sentido ou não, mas opróbrio, o termo larápio, cujo significado é bem conhecido. O homem não prezava a sua assinatura.Hoje em dia, quem observa o mundo e ausculta a vida social, chega à conclusão de que há muito quem faça o mes-mo, e se o seu nome em assinatura não dá origem a um significado vergonhoso, é porque a vergonha se encontra num vale de penumbras e porque já houve alguém que há muitos séculos lhe roubou a vez. Mas a verdade é que, para bem pessoal e de todos, seria óptimo que cada qual desse à sua assinatura a dignidade que ela merece. Esbanjar a assinatura, semear a sua assinatura a esmo, é banalizar a assinatura e fazer com que ela perca o prestígio que toda a assinatura devia ter. Está muito em moda, na internet, mensagens em que nos pedem a nossa assinatura a favor de assuntos de toda espécie, sobretudo sociais e caritativos. Às vezes não se sabe bem quem são os beneficiados por colaborarmos com a assinatura nessas causas. Mesmo que não haja perigo, creio bem que devemos ser parcos na distribuição da assinatura, para ela ser sempre tão prezada com deve.

APLAUSOS E ASSINATURAS

Conheci um tal “sr. doutor” que morava em Vila N. de Gaia e que, sendo ferozmente republicano e anti-salazarista, assinava qualquer documento, carta, petição, manifesto, o que quer que fosse contra a situação, como era hábito dizer-se naquela época. Assinou tudo, dezenas ou até centenas de coisas. Os promotores já sabiam, iam ter com o Dr. Mário, e a sua assinatura era certinha. Que valor, ao fim e ao cabo, tinha tal assinatura, para além de ser mais uma a encher papel? Paralelamente a este esbanjar de assinaturas, concedendo-as a torto e a direito, há o esbanjamento dos aplausos, concedendo-os também indiscrimina-damente a quem os merece ou não. Como já tenho dito aos meus leitores e amigos, acho que hoje em dia, e já desde há muito, muitíssima gente deixou de ter sentido artístico e sentido crítico, pelo que com qualquer coisa se diverte e a tudo bate palmas. Há tempos um sacerdote, numa festa de Natal, ficou justamente escandalizado com uma canção cantada por um rapaz muito jovem, cuja letra era muito imprópria e até ofensiva contra os valores cristãos e natalícios.Pois no fim toda a gente bateu palmas, mas o sacerdote e mais duas pessoas saíram de imediato, duplamente indignados, pelas palmas concedidas e pela letra que devia ser revoltante para quem participava numa festa de Natal. Muito possivelmente, essas pessoas, também concederão a sua assinatura negligentemente, a qualquer coisa e de qualquer maneira. Aplausos e assinaturas revelam a um bom psicólogo muito a respeito de uma pessoa.A assinatura de cada qual deve ser um bem a preservar, como se fosse um brasão de nobreza, a mostrar um STATUS de dignidade. Todos deviam dizer: a minha assinatura sou eu, a minha assinatura é a minha personalidade, não pela beleza caligráfica, mas porque a minha assinatura diz tudo, na minha assinatura estou todo.Aplausos e assinaturas não devem ser distribuídas sem cultura e sem inteligência.

LAURINDO FERNANDES BARBOSA (Obsignatio mea omnis dixit; in obsignatione mea totus sum)

Querida Jovem, Querido Jovem

A força estuante da juventude é a força propulsora do futuro e do progresso da humanidade. Todavia, para ser mesmo estuante e dinâmica, há condições.

A primeira, é AMAR. Amar, verdadeiramente amar. AMAR é muito mais que GOSTAR. Gostar, gostamos de bananas ou daquilo que nos disserem a elogiar-nos. AMAR é um movimento interior que faz pautar a nossa vida por pautas e música e não por pautas alfandegárias. AMAR é sacrificar-se por aquilo ou por quem se ama. Quando se gosta de uma coisa, primeiro aquece e depois arrefece; quando se ama algo ou alguém, sempre aquece e nunca arrefece, porque GOSTAR é epidérmico e AMAR é subcutâneo. Quem ama, com o verdadeiro amor, que tem raízes divinas, sublima-se; quem simplesmente gosta, com as suas raízes humanas, diverte-se.

A segunda condição, é QUERER. Querer, verdadeiramente querer. QUERER é muito mais que DESEJAR. Desejar, desejamos boas palavras a elogiar-nos ou bom tempo para irmos à praia. QUERER está para AMAR, tal como GOSTAR está para DESEJAR. GOSTAR e DESEJAR, é tibieza e superficialidade. AMAR e QUERER é determinação e intensidade.

Jovem, vive com Fé, Amor e Alegria o teu aniversário na companhia dos teus amigos e familiares, com determinação e intensidade. Mereces parabéns porque sei que vais corresponder ao meu apelo de seres jovem de elevado potencial a AMAR e a QUERER para construires um futuro melhor. Prossegue na tua instrução, para com instrução aumentares a tua inteligência, para com instrução e inteligência aumentares a tua moral, para com instrução, inteligência e moral edificares um novo Humanismo, e com esse novo Humanismo edificares, se tanto for preciso, uma nova Civilização.

AFECTUOSAMENTE [email protected]

Fri-luso4 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

Quando as loiras... falam...

Humor

Vou passá-laspara a Baía dos Porcos,posso ser pescada porum americano...

Onde vais passaras tuas fériaseste ano?

J.Vicente

Só Alentejanos

Dois alentejanos foram à caça. Um deles, olha para o ar e vê um homem a fazer asa delta. O outro saca a arma e dispara! O amigo diz:- Ó compadre, que pássaro era aquele?!- Nã sei compadre, mas o sacana já largou o homem que levava!!! _____

Dizia uma comadre para outra:- Ó comadre eu sou extremamente asseada, mudo de roupa interior três vezes por dia.Diz-lhe então a outra:- Eu também fui assim até aos dois anos, mas depois nunca mais foi necessário. _____

Dois alentejanos:- Atão compadre, nã quêra lá ver que hoje de manhã fui dar com dois caracóis no mê quintali!- Ah sim!? E atão o que é que você fez?- Ah compadre! Um ainda o apanhei mas o outro... conseguiu fugir!_____

- O compadre Toino já viu estas gajas tão boazonas?- E mais baratas que as gajas que andam no engati lá na estrada.- A este preço tenho vontade de mandar vir uma ou duas...- Força compadre Manéli.Quinze dias depois os compadres encontram-se de novo.- Então compadre Manéli?... Tem notícias das gajas do livro?- Já não devem tardari. As roupas já chegaram!..._____

Uns lisboetas de viagem ao Alentejo vêem um alentejano junto a uma paragem de autocarro e, tentando entrar no gozo, perguntam:- Comadres, a que horas chega aqui o autocarro da Rodoviária?- A gente aqui na chama Rodoviária, é cameneta da carrera!- Mas compadre, a Rodoviária é a transportadora nacional!- Já lhe disse, a gente aqui chama cameneta da carrera!Já irritado, o lisboeta vira-se e pergunta:- E como é que chamam aos filhos da  puta?.?- A gente aqui nã os chama, eles vem cá teri! _____

Um alentejano anda a regar a horta. Começa a chover mas ele continua a regar. Passa um vizinho que lhe pergunta:- Atão compdri está a choveri e vomeçê continua a regari?Responde o agricultor:- Ê cá nã preciso de favores de ninguém! _____

Um alentejano vai a Lisboa comprar o seu Mercedes último grito...Na viagem de regresso, entra na Auto-Estrada do Alentejo, liga o rádio e ouve: «Atenção! Louco desvairado em sentido contrário na Auto-Estrada do Alentejo!»E diz o Alentejano:- F---se....! Não é um, são uma porrada delis!

DO OUTRO LADO

A loira está no bar. Ela chama o garçom e quando este se aproxima, ela se levanta e fala baixinho no ouvido dele: - Onde é o banheiro? O garçom responde: - Do outro lado. A loira aproxima-se do outro ouvido do garçom e diz: - Onde é o banheiro?

EVA ERA LOURA

Descobriram que Eva era loura. É que ela, numa bela tarde no paraíso, chegou por trás de Adão, tapou-lhe os olhos e perguntou: Adivinha quem é?

CONTRA-MÃO

O Polícia diz para uma loira: -Dirigindo na contra mão! A sen-hora não está vendo para onde está indo? -Não. Mas deve ser muito ruim lá, está todo mundo voltando.

NA LOJA DE CORTINAS

Uma loira entra numa loja de cor-tinas e diz para o empregado: - Por favor, eu queria umas cortinas para o monitor do meu computador! O empregado, espantado, diz: - Mas, minha senhora, os monitores não necessitam de cortinas. Diz a loira, com ar de espertalhona: - Helloooooooooooooooo?!?!?!?!......... Eu tenho o Windows!!!!!!!

Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 5

UM… ENTRE TANTOS POETAS! Tinha tanto, tanto para dizer, que temo omitircousas de indefinida importância: como tornarencantado o canto do poeta - quando este se faz ouvir:que é o mesmo - quando ele se põe a sonhar. A madrugada; enuncia mil fórmulas de sentir;sabe-lo bem - quando das sombras se põe a escutar,a batida que vem de dentro: como que a assumirtudo quanto o poeta aqui nos quis deixar. Sopra o vento lá fora, nas primícias da manhã;sopra e sopra; mas eis que o sol, de um coração de poeta,traz a todos nós a alegria, como se a sabores de hortelã! Tenho tanto, tanto para dizer, que não há aqui amanhãque não escute do poeta o chamado e o subtil alertaque o vernáculo do Vate, não o traga em mãos, com afã. Jorge Humberto30/03/15

Versos… Quadras Poemas

Meus versos, meus poemasDa minha alma amarguradaDesabafo do desesperadoDesta minha triste vida A que sou obrigada a viver.

Não estou preocupadaSe rimam se não rimamEscrevo porque gostoDe escreverE ao fazê-lo fico melhor.

Embora jamais consigaPor mais que queiraDe forma real e verdadeiraDizer o que na alma me vai

Sentimento tão sofridoSofrer enormeDeste meu coração partidoDe onde a saudade não sai.

 DINA

O SONETO

Inspirado em David, de Michelangelo__________________Renã Leite Pontes Senhor da arte em metro e sem defeito,Da expressão do verbo, na medida,gênese  humana, precursor da vida,“David” (de letras), oração perfeita. - És a lira de Mozart, a canção inefável, vernácula, garrida -rei bondoso que nutres de comidae cultura... e não constróis prisão. À beleza dos céus... dás a belezaao jacinto, ao jade e à turquesa,às pedras raras que Parnaso usara. És o bem do altruísmo e do empenho, és os olhos que inspiram - que eu não tenho-Presos na face de uma deusa rara.

FRI-LUSO, JORNAL PROFUSO….

Quando chega leio-o com frenesim,É “devorado” ávido até ao fim,Este excelente trabalho, tão culto Que digo sinceramente exulto.Com tanto saber informático,Deste homem tão simpático…Simpático????? Ó, não!!!! Catedrático!

Soneto acróstico: FRI-LUSO É QUE USO…

Estimados Poetas:FRI-LUSO É QUE USO….pra ter um bom recreio,Repleto de cultura! Poetas com boa poesia,Ideal pra navegar alegre dia a dia,Ler bons poemas são momentos em cheio!

Ultrapassa com sucesso toda melancolia,Sacudo ideias, se há nuvens fico satisfeito,Os poemas do nosso JORGE são um galanteio,É bálsamo, fantástico pra minha companhia…

Que penso certo: quem perde assim tanto tempo...Um homem que nos of ’rece este passatempo,Estou certo, devemos brindar-lhe nosso preito…

Usem vosso estro, tão distintos intelectos,Saúdem o VICENTE com poemas com afectos,Obra igual ao FRI-LUSO, poucos tem feito!

Nelson Fontes Carvalho AMORA == Belverde

F A T A L I D A D E

Como as águas que correm para o marSeguindo assim as leis da gravidadeAqueles seres que vivem da saudadeRecuam, param, sem nunca avançar

Assim está o nosso velho mundoInda sonhando com glórias d`além marSem se dar conta que é a trabalharQue o SER se eleva a cada segundo

Nosso destino ou fatalidade«Só não será fatal como o destino»Se o enfrentarmos com determinação

Com muita garra e dignidadePor toda a vida e desde meninoCom galhardia e sem corrupção

JVerdasca - SP/BR

ROSAS ?! NÃO VALE A PENA!  Quanto eu morrer não quero a Terra triste!Nem lágrimas nos olhos de ninguém!Se já nada me dói e Deus me assiste,Não há razão de mágoa! Estarei bem.

Rosas?! Não vale a pena! Sei que existe«Jardim de violetas»...Céu-além!Singela flor que espero a reconquisteE aspire o doce aroma que ela tem!...

Saudades?... Levo muitas da ternuraQue a poesia me deu em horas más...E foi sempre dilecta companheira!

Cá fica... - neste mundo de amargura,No qual, se não desfruta Amor e Paz,E a vida de ilusões é passageira! Clarisse Barata Sanches

Quadras

Coração cheio de segredos,Que dentro de ti encerras! Não fujas dos meus enredos,Só porque não queres guerras.

Com teus olhos penetrantes,Mais parecem duas flechas.Para mim são dois diamantes,Dos mais belos que tu guardas!

Jorge Vicente

Fri-luso6 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

SOU A TUA SEREIA

Rosélia Martins sou aquela sereia nascidano mar do teu pensamentoem ti penso neste momentocom ternura embevecida sou a miragem que tu vistenaquela praia no loiro arealsurgida da vaga no temporalque em redor de mim existe sou a sombra em corpo de mulherespraiando tão doce magiaesperando com esta alegriaver teu barco junto a mim aportar sou a imagem que o amor semeianeste recanto de verde marmeus braços te querem abraçarmeu amor eu sou a tua sereia.

EU POESIA

Essa dança imensa de letrasQue anda na minha mente a bailarFaz-me pegar em canetasEscrevendo saudades e o verbo amar

Do meu estado de ansiedadeVersos nascem num instanteA inspiração é o meu diamanteO que sai da caneta é a verdade

Transmito aos outros um estado de apatiaA escrita vai surgindo como magiaTudo em perfeita sincroniaFim d’uma peça de teatro de bela coreografia

Entre risos e aplausos, perguntoAfinal o que sou eu?Vozes respondem em perfeita harmoniaTu és poesia!

SUSANA CUSTÓDIO

Parabéns, Poesia

Eugénio de Sá

De plúmbeas cores pintaste o teu vestidoNa hídrica abundância deste diaMas esta água é bem que é tão precisoComo amar-te é vital, doce poesia

E se Yemanjá sorri, perante o reforçoQue do Céu generoso vê chegarComo não rejubila, fervorosoUm coração Poeta, por te amar?

Pensei hoje levar-te a passearChegada a mim, dengosa, exuberanteE entre a natureza ao caminharAdmirar-te o fulgor no meu semblante

Mas porque chove, em casa ficaremosLer-te-ei os poetas preferidosE este dia assim festejaremosNuma lírica orgia de sentidos!

Pescadores de vida arriscada.

Imensas inspirações que transitamSatirizando a nossa sociedade…P’los heróis do mar já não acreditamMoléstia que inflamou a seriedade

Outros heróis sobrevivem no marPescadores levam peixe à lotaCom altos pregões e ao mar voltarA fim de rentabilizar sua frota

De proa à ré e sem quilha na carcaçaPelos ventos a soprar na barcaçaPescadores que avançam à luz verde

Vagas de tragédias de emboscadaCom pescadores de vida arriscadaPeixe se afunda não entra na rede

Pinhal Dias (Lahnip) – Amora / Portugal(In: “Horizontes poéticos”)

Margens da Vida

A vida... É como um rioOnde em frágil desafio Navegamos todos nósE logo desde a nascente Enfrentamos a corrente Navegando até à foz. 

Alguns têm à partidaLogo a rota protegidaEm fortes embarcaçõesOutros em débeis barquinhosTêm de remar sozinhosCom muitas tribulações.

Por destino ou maus presságiosHá os que têm naufrágiosE ficam no rio perdidosOutros conseguem nadarSem se deixar naufragarNem se darem por vencidos.

Contra a fúria da correnteHá que remar persistenteSempre em constante corridaSó lutando com coragemPode chegar salvo à margem Deste rio chamado vida !...

Euclides Cavaco

Sementes de Poesia Sementes que germinamAbundantes nos camposDa poesia,Transformam-seEm searas de culturaRegadas pelas chuvasDa candura E amadurecidasPelo Sol da fantasiaQue os ventos da liberdadeTransformam em pão,A fermentar Por poéticos coraçõesPara alimentarUma humanidadeSempre enfartada de paixõesMas faminta De paz, amor e fraternidade --------Os Confrades da Poesia Os Confrades da PoesiaNasceu da inspiraçãoDo Confrade Pinhal DiasE da Confrade ConceiçãoNum belo dia de verão.A seguir o Confrade ForevalFoi mais um elo de ligaçãoPara se dar ao Boletim Mais rigor e animaçãoNuma amplidão sem fimCom estilo e estro jucundoPara a Janela do Mundo.

São Tomé

Amália Diva do Fado

Outubro foi o teu mês De partida mas ficando Ao lado de quem te amando Te chora por tanta vez.

Amália tom português A Diva que ouvi cantando E quase sempre chorando O trinado que bem fez.

Amália teu doce canto Vai comungando perfume De uma saudade em cume.

As rosas tuas são belas Melhor perfume que elas Só na tua voz de encanto.

Rosa Maria C. Silva - (“Azoriana”)

Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 7

www.venuscreations.ca

Quem ainda não ouviu falar em Foz Côa? A Pousada de Juventude de Foz Côa, inaugurada em 1999, é o ponto de partida por excelência para uma visita ao Parque Arqueológico do Vale do Côa, onde se encontra exposto um conjunto de gravuras rupestres com cerca de 30 mil anos. Uma opor-tunidade única para perceber o que é que os nossos antepassado andavam a fazer e ainda para conhecer uma região de paisagens deslumbrantes com condições privilegiadas para a prática de actividades ligadas ao desporto de aventura.

Tel: 279764041Fax: 279768191Peça mais informações: www.pousadasjuventude.pt

Pousada de Juventude de Foz CôaAlojamento | Pousadas de Juventude

O amor está nas pequenas coisas

O FRILUSO É “PERIÓDICO” AO DISPOR,

Poético! Culto, cheio de bom humor

Com quitute ao seu directorJORGE VICENTE e, todo LUSO Leitor!Do Nelson, modesto escritor!

Dois sonetos feitos exclusivos sem == A ==

Dignos portugueses:Que dizer do FRI LUSO e do Jorge Vicente..?Pode-se ver, ler seu recheio tem intelecto,É um bom perito, NET versos, tudo completo,Se isto escrevo é conheço como é lente!

Somo conhecidos com um elo forte, recto,Insere sempre meus sonetos benevolente,Dirige o FRI-LUSO sozinho inteligente,Tem em todo mundo leitores neste projecto…!

…Todos queridos, porque o Jorge é, fecundo,Isto é, tem louvor seu hobby gostoso profundo,Enfim um homem cheio de culto eclectismo...

É por isto que o entronizo com certo brio,Um português deste género bem luzidio,É voz fremente que estende nosso lusismo!

( 2 )Que isto que escrevo hoje é, sim meu preito,Decente, quem vê um homem com este culto,Pronto, generoso, como deve ser, um vultoQue devemos eleger seu préstimo direito!

Insisto dizer é, digno seu proceder oculto,Como conduz o nosso FRI-LUSO, perfeitoNoites, e noites, tempo perdido, nosso proveitoPoucos se metem com medo de ter singulto!

Se tem “esteios”…? Creio que os euros devidos,Sombrio nevoeiro surgiu, e todos envolvidos,Seu tempo pelo FRI-LUSO é, somente…seu!

Este Senhor Vicente merece este tributo,-- (Escrevo por todos) um elogio em absoluto,O “Infeliz” ninguém o vê; este mundo é judeu!

NELSON FONTES

Alguém já disse: O amor está nas pequenas coisas! Pois é, é nos pequenos momentos do cotidiano, nos pequenos gestos que partilhamos nosso senti-mento e carinho com a pessoa amada.

Um abraço reconfortante, dormir agarradinho, fazer um café da manhã todo especial fazem parte daqueles momentos de alegria de estar ao lado de quem se ama, mesmo aqueles que parecem não fazer muito sentido como dançar sem ter música alguma.

O ilustrador Puuung traz justamente essa proposta em suas artes, segundo ele esses pequenos momentos felizes são muito mais im-portantes que grandes loucuras de amor.

O amor verdadeiro vai além além do afeto e sexo, é para aqueles que sabem reconhecer o valor da amizade, companheirismo e cumplicidade.

Fri-luso8 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

Fumo a menos, vida a mais.

Boa noite

SABEDORIA ÁRABE

UM HOMEM AVISADO

STOP SIDA

VALE POR DOIS

Maria Cristina Castilho de Andrade

Maria Cristina Castilho de AndradeProfessora e cronista. Coordenadora diocesana da Pastoral da Mulher – Santa Maria Madalena/ Magdala. Jundiaí, Brasil.

“Não digas tudo o que sabes,Não faças tudo o que podes,Não acredites em tudo o que ouves,Não gaste tudo o que tens.Porque:Quem diz tudo o que sabe,Quem faz tudo o que pode,Quem acredita em tudo o que ouve,Quem gasta tudo o que tem.Muitas vezes,Diz o que não convém,Faz o que não deve,Julga o que não vê,Gasta o que não pode.”

“Quando Deus fecha uma porta, abre outra.”“Deus, que é eterno, faz com que cada um tenha o seu dia.”“Deus bate com a esquerda e ampara com a direita.”“Tema quem não teme a Deus.”«Deus dotou o homem de uma boca e dois ouvidos para que ouça o dobro do que fala»«Deus julga a árvore pelos frutos e não pelas raízes».“Deus seja tão bom contigo que te dê vizinhos sem olhos.”«O homem residirá no outro mundo na morada que tiver construído com suas ações neste mundo»

«Meu amigo, meus olhos, luz da minha vida!, mas... longe de minha bolsa!»“Se encontras teu amigo montado num pedaço de pau, felicita-o pelo corcel de raça.”«Não comas o pão servido por alguém que depois irá te lembrar da oferta.»

«Não dá trela ao desocupado: ele fará de ti a sua ocupação.»

«Come verdes os teus frutos, antes que o ladrão os roube maduros.»

Esta crônica chegou-me através de um vaso com muitas margaridas, recebido pelas integrantes da cozinha semi-industrial da Associação “Maria de Magdala”. A entidade atua junto a mulheres em situação de vulnerabilidade social, que tiveram a vida sugada, em algum instante de sua história, principalmente na infância ou no início da adolescência. Quem lhes enviou, como homenagem pela doçura que produzem nos bolos e pela delica-deza na massa, foi outra mulher, autoridade nomeada por concurso público, de sensibilidade que compreende flores de cerejeira e preserva lírios.Ao chegar à Magdala, como faço no início da manhã, a moça de idade de décadas, veio radiante ao meu encontro para contar das margaridas. Perguntei-lhe de onde vinha aquela emoção toda, além da própria formosura do vaso com flores. Respondeu-me que, através das margaridas, a autoridade, que vêem com carinho, embora não a conheçam pessoalmente, lhes ofertara vida.No passado, a margarida era considerada a flor das donzelas e, ainda, se acreditava que remédios à base da margarida poderiam curar doenças nos olhos. Quem vê com nitidez de alma chega ao coração das pessoas.Entrei na beleza do acontecimento de devolução da vida. Quem suga vida se reduz e exala cheiro de carne pútrida. O poder, sem a consciência do serviço, suga vida nas guerras, nos conflitos, em acordos espúrios, para se manter em superioridade. O preconceito, que separa as pessoas entre as que prestam e as que não prestam, as que merecem respeito e as que podem ser desconsideradas, as que devem ter os pés lavados e as que devem lavar os pés, retiram o fôlego do próximo por meio de atitudes, falas, olhares... O exercício dos instintos selvagens, sem estima, absorve a essência do semelhante, que se encontra em situação de fragilidade, e lhe condena ao extermínio nas sarjetas.Quantas pessoas conheço de vida sugada: pelo abuso sexual infantojuvenil, mascarado dentro ou fora de casa, na rua ou nos tribunais, para preser-var o abusador e o grupo social a que pertence; pela miséria ligada à promiscuidade sexual; pelos interesses financeiros da exploração do comércio do sexo; pelo uso de drogas; pela violência e por inúmeras outras razões!É possível, no entanto, o milagre da renovação da vida, por aqueles que contemplam as cerejeiras em flor e distribuem bem-me-queres

MARGARIDAS E VIDA

Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 9

Lino [email protected]

A UM POETALino Vitti

(Antero de Quintal – Poeta português famoso)(Aos meus e minhas colegas poetisas e poetas piracicabanos)

Tu que dormes, espírito sereno,Posto à sombra dos cedros seculares.Como um levita à sombra dos altares,Longe da luta e do fragor terreno,

Acorda!É tempo! O sol, já alto e plenoAfugentou as larvas tumularesPara surgir do seio desses maresUm mundo novo espera um só aceno.

Escuta! É a grande voz das multidões!São teus irmãos que se erguem! Suas canções Mas de guerra ... e não vozes de rebate.

Ergue-te pois , soldado do Futuro,E dos raios de luz do sonho puro,Sonhador, faz espada de combate

A FLORESTA VIRGEMLino Vitti As As gerações atuais de Santa Olímpia não têm a felicidade de ver, apreciar e contemplar o espetáculo da mata virgem que tempos atrás, a bem dizer recentes, dominava as terras vi-zinhas e que eu, na minha meninice, conheci e muitas vezes botei olhos curiosos e desejosos de adentrar aquele mistério verde povoado por jequitibás, perobas, cedros, e outros espécies vegetais, ocultando em seu seio altivas jabuticabeiras. E quando as suas frutas pintavam de negro, eram muitos os paladares gulosos que lá iam apanhar e devorar as deliciosas frutas silvestres. Ah! a floresta virgem era imponente! A grandiosidade dominava desde as proximi-dades das fazendas Negri e Santa Olímpia e se estendia para alem da hoje localidade conhe-cida como Glória, continuando com outros proprietários até as imediações da Serra de São Pedro. Realmente, nada supera essa maravilha silvestre que nunca mais voltará! Adentremos, em fantasia mental, a mataria aludida. Vamos, passo a passo, vagarosa, atenciosa e corajosamente enfrentando o cipoal, os troncos , a galharia dos arbustos, o in-trincado dos espinharais. Parece que a floresta compacta é inimiga do homem e não aceita ser desvendada por ele, ser revelada em seus mistérios. Certamente ela quer continuar como é: imensa e misteriosa. Quem porém é capaz de vedar ao homem a conquista florestal? Lembro do baque dos machados, manejados por músculos humanos, ecoando pelo recesso do arvoredo que parecia temer e tremer diante da devastação, sendo ouvidos ao longe como algo terrível, des-truidor, infeliz... E as frondes gloriosas que entestavam o azul do céu foram desaparecendo, dia mais, dia menos, até se transformar tudo no que é hoje:canaviais, canaviais... E a floresta virgem é um sonho. Um sonho para quem a conheceu e para quem dese-jaria conhece-la. Ficou lá na história da região, hoje dominada pela gramínea açucareira e que pode ser vista por qualquer lado que dirijais o olhar, como um mar verde ondulando ás brisas ou brilhando ao sol. Certamente são pouquissimos os moradores de hoje que tenham conhecido, como eu, por graça de Deus, o “mato do Negri”. Só nos resta a imaginaçao. Convido-o pois, carís-simo leitor, depois de ler estas linhas, a imaginar, a sonhar, na floresta virgem que se foi, que é um passado feliz e que jamais retornará. Obrigado!

Moedas únicas na históriaAntes do euro, foram experimentadas uniões monetárias com moedas únicas na Europa. A União Monetária Latina uniu a França, a Bélgica, a Suíça, a Grécia e a Bulgária em 1867 utili-zando moedas de ouro e prata e, em 1875, foi estabelecida uma União Monetária Escandinava. Uma das razões para o fracasso destas uniões estava relacionada com a variação do preço do ouro face à prata, desestabilizando as moedas.

Antiga nota alemã de 100 ReichsmarkUma das uniões monetárias bem sucedidas foi a da Confederação Germânica. Em 1834, foi estabelecida uma união aduaneira e foram fixadas as taxas de câmbio monetárias.

Depois surgiu uma moeda única, o Reichsmark, o percursor do marco alemão. A união monetária alemã foi bem sucedida em parte porque tin-ham sido definidas regras claras sobre a produção das moedas.

Fri-luso10 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

Se conduzir não beba nem se drogue

Se beber ou se drogar não conduza

Cumpra sempre o código da estrada

O vinho e a felicidade conjugalTalvez um dos maiores desafios da atualidade seja manter um relacionamento duradouro. Pesquisadores da Nova Zelândia afirmam que o vinho pode ser um excelente segredo para um casamento feliz! Não é fantástico?Segundo a pesquisa recente, realizada com 1.500 casais, aqueles que compartilham uma garrafa de vinho, pelo menos uma vez por semana, estão mais satisfeitos com a vida conjugal do que aqueles que não possuem esse hábito.A chance de sentir-se feliz com o casamento e com a vida doméstica aumenta em 4 vezes para as mulheres e em 3 vezes para os homens, ao adquirir o costume de compartilhar vinho semanalmente, segundo esse estudo da Universi- dade de Otago.O perfil de casais com consumo moderado de vinho, ao menos uma vez de semana, foi o que concentrou maior “índice de felicidade”, com 91% deles relatando prazer em desfrutar a compan-hia um do outro. Entre aqueles que bebiam vinho com menor frequência, mas mantinham o cos-tume ao menos uma vez por mês, 88% declara- ram felicidade conjugal. E, no grupo de casais que afirmou nunca ter esse hábito, a propensão à felicidade diminuiu, com o percentual de satisfeitos em 69%.Mas o pior índice aconteceu com o grupo que, além de nunca reservar um tempo para com-partilhar uma garrafa de vinho, tem um dos cô- njuges consumindo quantidades excessivas de álcool. Nesse grupo, somente 54% relatou ser feliz no casamento (de fato, excesso de consumo de álcool é prejudicial para qualquer relação, assim como é prejudicial para a vida, de várias formas diferentes).E o que é considerado consumo moderado de vinho? O consenso diz que, para mulheres, o consumo moderado limita-se a uma taça diária, e, para homens, a duas.Segundo a autora do estudo, Jessica Meiklejohn, é necessária mais investigação para explicar o motivo do consumo moderado de vinho estar ligado a um aumento da satisfação na vida a dois. Mas é muito bom saber que o vinho ajuda até na saúde dos nossos relacionamentos, não é?

O Real Convento de Mafra é um dos mais sumptuosos monumentos portugueses.

Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 11

Contacto: e-mail: [email protected]

LÍNGUA falada em Angola Por Filomena Gomes Camacho

A adopção da língua, em Angola, foi muito mais alargada, entre nativos e colonizadores que em quaisquer outras partes de África. Entre os anos de 1575 a 1592 estima-se que tenham desembarcado, em Luanda, 2.340 portugueses. Um grupo de, aproximadamente, 300 pessoas permaneceu naquela localidade; cerca de 450 deles foram ceifados pela doença e pela guerra, e o restante disperso pelo interior.

Uma grande miscigenação foi evidenciada, entre a população, pois o número de mulheres europeias era bastante redu-zido. Às crianças, mestiças, criadas pelas mães, fora-lhes ensinada uma língua amalgamada da europeia e da língua nativa. Muitas palavras tornaram-se não apenas empréstimos lexicais como também gramaticais nas duas línguas. Assim surgiu, entre estes dois povos, uma associação inerente de um contexto linguístico premente a ser reconhecido, para que a comunicação fosse um instrumento a permitir facilidade na comunicação. 

O Kimbundu, falado nas regiões de Luanda, está definido como tendo bastantes palavras adaptadas da morfologia portuguesa. Contudo, a pronuncia dessas palavras sofreu uma alteração porque, no Kinbundu, não existe a ligação de duas consonantes numa só palavra, e muitas letras sofreram uma adaptação fonética, formando uma corruptela da palavra. Por exemplo as letras b, g, d, t, j… pronunciam-se com um som nasal. 

Ex: Balde = mbálitiBanco = mbanguBando = mbanduBarato = mbalatuBatata = mbatataBateria =mbataliaCastigo =k axitikuCavalo = kavaluCebola = sabolaEnsinar = kuxinala (-xinala)Escola = xikola, sikola

Muitas mais palavras poderiam ser acrescentadas.  Por outro lado, a Língua Portuguesa, surge num “Português Vernacular” de Angola, Vejamos algumas palavras:

“ bazar, bunda,cacimbo, calema, cacimbo, caçula, candogueiro,camba, cambolar, cambuta, capanga, catinga, caputula, cota, dende ,funji, gingar, imbamba, jindungo, jimbo, jimbolamento, jimbolo,  kubata, missanga, mokambo, moleque, quimbo, quilombo, quitanda, samba, tanga, missanga, mocambo, moleque, munda, mupanda, mutula, muzungo, pupu, quibuca,quilombo…

Escova = xikovaEsmola = simolaFebre = féveleFerida =filidaFerramenta = felamendaFerro = feluFermento=felemenduFruta = fulutaGramática = galamátikaGraça = ngalasaGuarda = ngualidaHarpa = álapa

Hora = olaJanela = njanelaJogo = jokuManteiga = mateka Padre = pátelePerda = pélekaPorco = pólokoPortugal = PutuPreço = pelêsuPrego = pelekuPrimo = pilimuPromessa = polomesa

Por que, às vezes, o meu Olho Treme?O espasmo das pálpebras é causado pela contracção do músculo orbicular (músculo responsável pelo fecho das pálpebras). A causa mais provável é que seja provocado pelo cansaço ou tensão. «É como uma cãibra», explica o oftalmologista Paulo Henrique, da Unifesp. O músculo  movimenta-se rápidamente para fazer circular mais sangue na região e dissipar o ácido lático, responsável pela irritação na terminação nervosa.

Porque é que há uma espécie de «Choque» quando se Bate com Cotovelo na Quina da Mesa?A reacção é causada pela compressão de um nervo chamado ulnar. «No cotovelo, o nervo ulnar está muito exposto, ficando susceptível a pancadas». Esse nervo está ligado aos dedos mínimo e anelar. Por isso, a sensação de choque espalha-se do cotovelo até esses dois dedos.

Estalar os Dedos Engrossa as Articulações?Não. «Ao esticar o dedo, o líquido sinovial lubrificante das articulações responsável por diminuir o atrito desloca-se sob o vácuo formado entre as articulações, fazendo o barulho do estalo». O mesmo fenómeno pode ser notado nas costas e nos joelhos. «Provocar o estalo nos dedos não faz mal algum».

Fri-luso12 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

Culinária Doces e sobremesas

Datas Comemorativas01 - Dia da Região e das Comunidades Madeirenses Dia Mundial da Arquitectura Dia da Mulher Portuguesa Dia da Força Aérea Portuguesa Dia do Antigo Estudante de Coimbra Dia das Bibliotecas

04 - Dia Mundial do Salvamento07 - Dia das Cooperativas08 - Dia da Marinha11 - Dia Mundial da População13 - Dia do Agricultor20 - Dia do Amigo25 - Dia do Exército Português23 - Dia Mundial do Alfaiate de Modista26 - Dia Mundial dos Avós

Efemérides

Dia 1 (1953) - É inaugurada a Transportadora Aérea Portu-guesa - TAP.Dia 2 (1732) - Principia a construção da Igreja dos Clérigos, na cidade do Porto.Dia 12 (1875) - A figura do «Zé Povinho», criada por Rafael Bordalo Pinheiro, surge, pela primeira vez, na revista «A Lan-terna Mágica».

Ingredientes :1 kg de polvo ;100 gr de chouriço de carne ;1 dl de azeite ;2 cebolas ;2 dentes de alho ;1 ramo de salsa ;1 folha de louro ;1 dl de vinho branco ;400 gr de arroz ;Azeitonas pretas ;Sal e pimenta q.b.

Confecção :Limpe o polvo retirando-lhe toda a viscosidade e bata-o com um maço de madeira para o amaciar.Lave-o bem em água corrente e deite-o numa panela com água já a ferver, juntando uma cebola, para que coza. Depois de cozido ( verifique se ficou macio ), corte-o em pedaços pequenos e reserve a água da cozedura ( devidamente coada ). Num tacho faça um refogado com o azeite, o alho e a cebola, picados. Quando a cebola começar a alourar deite o louro ( sem a haste do meio ) e a salsa. Junte então o vinho e 3,5 partes de água por cada parte de arroz. Quando começar a ferver junte o arroz, tempere da sal e pimenta a gosto, junte as rodelas de chouriço e mexa tudo bem deixando cozer em lume brando durante 15 minutos até abrir.Quando retirar do lume conserve tapado alguns minutos, retire-lhe a salsa e o louro. Junte então o polvo já cortado, misture bem e sirva, em recipiente aquecido, decorado com uns pés de salsa e as azeitonas.

Arroz de Polvo Malandrinho à Minhota

INGREDIENTES:1 lata de leite condensado2 caixas de creme de leite 200 g1 iogurte natural 200 g1 pacote de suco sabor morango (ou outro sabor de sua preferên-cia) sem açúcar

Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 13

emigração

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Autoria de Rodrigo Cintra (colunista)

Cidadania, mesmo sendo um conceito muito vago e sem substância, transformou-se numa das bandeiras de luta maiscomum da atualidade. Seu poder interno de legitimação é tão grande que seu simples invocar parece tentar justificar todoum conjunto de objetivos e utopias.A maior confusão que envolve o uso do complexo conceito que é a cidadania é aquele entre cidadania e dignidadehumana. Ainda que ambas idéias tenham uma forte correla-ção entre si, a dignidade humana está ligada ao indivíduo aopasso que a cidadania ao todo social. Se em uma, ao foca-lizarmos o indivíduo, devemos nos concentrar primordial-mente numa relação Estado/sociedade para o indivíduo; na outra o sentido é invertido: pensamos como este pode fazer parte e atuar naqueles.Existe também a tendência a englobar na idéia de cidadania um conjunto de ações voltadas diretamente para asmelhorias de condições de vida do indivíduo e seu meio. Esta tendência apresenta alguns riscos ao colocar todo oaparato estatal que está diretamente ligado ao exercício da cidadania a serviço de práticas e objetivos que findam porpromover desigualdades no corpo social.Antes de ser o resultado das três gerações de direitos, a cida-dania é fruto da tese arendtiana do direito a ter direitos.Quando pensamos na consolidação e no exercício da cidada-nia, devemos concentrar-nos no pertencimento do indivíduo à cidade (a polis grega). Este pertencimento, de qualquer forma, não deve ser interpretado como posse mas como apossibilidade de fazer parte de.Quando adotamos essa segunda visão, podemos perceber que cidadania implica em reconhecer-se como membro deum conjunto e, ao mesmo tempo, ser reconhecido como um membro. É justamente uma leitura rápida e descuidadadesta segunda condição que leva à confusão entre cidadania e dignidade humana.Como estamos tratando de um conjunto de características particulares (está limitado por fronteiras geográficaspoliticamente dadas; é gerido por um aparato político-administrativo que é controlado e dirigido por uma pequena

parcela dos membros do conjunto), devemos pensar este per-tencimento em função das características do conjunto.Outra dificuldade que temos ao penar no que é cidadania vem dos múltiplos papéis desempenhados por cada um dosindivíduos. Podemos ser pequeno-agricultores, pais de família, membros de uma comunidade religiosa e cidadãos.Qualquer destes papéis não nega o de cidadão, ainda que possa, em alguns casos, limita-lo.Um indivíduo, reconhecendo-se como um membro de seu país e sendo por este reconhecido com o mesmo status éautomaticamente alçado à condição de cidadão pois passa a ter a sua disposição uma série de canais para participação,controle e influência das instituições político-sociais voltadas para o todo. Estes canais vão do direito de votar ao direito deser votado; da liberdade de expressão à possibilidade de assu-mir cargos políticos.Por outro lado, só isso não é suficiente. Para que o indivíduo seja de fato um cidadão, ele precisa considerar-se ummembro do país. Mais do que uma mera questão psicoló-gica, isso envolve um intrincado complexo político-social. Garantir a «igualdade perante a lei» não é condição suficiente quando há desigualdade política (sem entrarmos nos proble-mas que a aguda desigualdade econômico-financeira traz ao Brasil).Incapaz de perceber-se como membro de seu país, o indi-víduo desenvolve suas atividades cotidianas à margem doscanais e lugares de participação na vida pública, impossibili-tando assim qualquer ação que possa vir a influenciar asociedade como um todo. Com isso, é forçado a ficar em uma posição reativa, quando não passiva. Desta forma, melhorasem suas condições de vida são vistas mais como benesses, ao invés de serem resultado da sua participação pública.Ao termo em mente que esta condição não é resultado puro de uma escolha pessoal,. devemos enfrentar o desafio decomo criar mecanismos e ações que possibilitem ao indi-víduo sentir-se como um membro. Para os cidadãos plenos– aqueles que observam as duas condições da cidadania – negar a existência deste desafio ou evitar dele se ocupar, é negar a pró-pria cidadania.

O que é cidadania? (apontamentos)

Fri-luso14 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

Origem do conto do VigárioVivia há já não p o u c o s a n o s , a l g u re s , n u m concelho do Riba-tejo, um pequeno lavrador, e nego-c i a n t e de gado, chamado M a n u e l Peres Vi-

gário.Da sua qualidade, como diriam os psicólogos práticos, falará o bastante a circunstância que dá princípio a esta narrativa. Chegou uma vez ao pé dele certo fabricante ilegal de notas falsas, e disse-lhe: «Sr. Vigário, tenho aqui umas nota-zinhas de cem mil réis que me falta passar. O senhor quer? Largo-lhas por vinte mil réis cada uma.» «Deixa ver», disse o Vigário; e depois, reparando logo que eram imperfeitíssimas, rejeitou-as: «Para que quero eu isso?», disse; «isso nem a cegos se passa.» O outro, porém, insistiu; Vigário cedeu um pouco regateando; por fim fez-se negócio de vinte notas, a dez mil réis cada uma.Sucedeu que dali a dias tinha o Vigário que pa-gar a uns irmãos negociantes de gado como ele a diferença de uma conta, no valor certo de um conto de réis. No primeiro dia da feira, em a qual se deveria efectuar o pagamento, estavam os dois irmãos jantando numa taberna escura da localidade, quando surgiu pela porta, cam-baleando de bêbado, o Manuel Peres Vigário. Sentou-se à mesa deles, e pediu vinho. Daí a um tempo, depois de vária conversa, pouco

inteligível da sua parte, lembrou que tinha que pagar-lhes. E, puxando da carteira, perguntou se, se importavam de receber tudo em notas de cinquenta mil réis. Eles disseram que não, e, como a carteira nesse momento se entreabrisse, o mais vigilante dos dois chamou, com um ol-har rápido, a atenção do irmão para as notas, que se via que eram de cem. Houve então a troca de outro olhar.O Manuel Peres, com lentidão, contou tremu-lamente vinte notas, que entregou. Um dos irmãos guardou-as logo, tendo-as visto contar, nem se perdeu em olhar mais para elas. O vigário continuou a conversa, e, várias vezes, pediu e bebeu mais vinho. Depois, por natural efeito da bebedeira progressiva, disse que que-ria ter um recibo. Não era uso, mas nenhum dos irmãos fez questão. Ditava ele o recibo, disse, pois queria as coisas todas certas. E ditou o recibo – um recibo de bêbedo, redundante e absurdo: de como em tal dia, a tais horas, na taberna de fulano, e«estando nós a jantar (e por ali fora com toda a prolixidade frouxa do bêbedo...), tinham eles recebido de Manuel Peres Vigário, do lugar de qualquer coisa, em pagamento de não sei quê, a quantia de um conto de réis em notas de cin-quenta mil réis. O recibo foi datado, foi selado, foi assinado. O Vigário meteu-o na carteira, demorou-se mais um pouco, bebeu ainda mais vinho, e daí a um tempo foi-se embora.Quando, no próprio dia ou no outro, houve ocasião de se trocar a primeira nota, o que ia a recebê-la devolveu-a logo, por escarradamente falsa, e o mesmo fez à segunda e à terceira... E os irmãos, olhando então verdadeiramente para as notas, viram que nem a cegos se pode-riam passar.Queixaram-se à polícia, e foi chamado o Ma-nuel Peres, que, ouvindo atónito o caso, ergueu as mãos ao céu em graças da bebedeira provi-dencial que o havia colhido no dia do paga-

mento. Sem isso, disse, talvez, embora inocente, estivesse perdido.Se não fosse ela, explicou, nem pediria recibo, nem com certeza o pediria como aquele que tinha, e apresentou, assinado pelos dois irmãos, e que provava bem que tinha feito o pagamento em notas de cinquenta mil réis. «E se eu tivesse pago em notas de cem», rematou o Vigário «nem eu estava tão bêbedo que pagasse vinte, como estes senhores dizem que têm, nem mui-to menos eles, que são homens honrados, mas receberiam.» E, como era de justiça foi man-dado em paz.O caso, porém, não pôde ficar secreto; pouco a pouco se espalhou. E a história do «conto de réis do Manuel Vigário» passou, abreviada, para a imortalidade quotidiana, esquecida já da sua origem.Os imperfeitíssimos imitadores, pessoais como políticos, do mestre ribatejano nunca chega-ram, que eu saiba, a qualquer simulacro digno do estratagema exemplar. Por isso é com ternura que relembro o feito deste grande português, e me figuro, em devaneio, que, se há um céu para os hábeis, como constou que o havia para os bons, ali lhe não deve ter faltado o acolhimento dos próprios grandes mestres da Realidade – nem um leve brilho de olhos de Macchiavelli ou Guicciardini, nem um sorriso momentâneo de George Savile, Marquês de Halifax.

Contado por Fernando Pessoa.

(publicado pela primeira vez no diário Sol, Lis-boa, ano I, nº 1, de 30/10/1926, com o título de «Um Grande Português». Foi publicado depois no Notícias Ilustrado, 2ª série, Lisboa, 18/08/1929, com o título de «A Origem do Conto do Vigário». http://photos1.blogger.com/blogger/4801/1354/1600/pessoa2.gif

Origem da LiteraturaHá vários conceitos de Literatura, que mudam através dos tempos e dos países, mas que concentram elementos comuns, que nos permitem construir um conceito baseado na história e em suas funções:

O termo “Literatura” vem do Latim «litteris», que significa letras. Podemos dizer, portanto, que literatura é o conjunto de saberes envolvidos na produ-ção escrita de uma época ou de um país. – A preocupação com a estética é o principal elemento que diferencia um texto literário de um não-literário. O texto científico utiliza as palavras com sentido objetivo e conciso, (tal e qual elas se encontram no dicionário), enquanto que o texto artístico utiliza metáforas para provocar reações emocionais nos receptores.

A forma literária mais antiga que se tem notícia é a poesia. Os registros históricos apontam para Ilíada, atribuida a Ulisses.

A teoria literária se ocupa da obra, e de tudo que envolve o trajeto até que ela chegue ao seu receptor, portanto, toda manifestação artística feita com a palavra pode ser chamada de literatura.

A principal função da literatura é contribuir para o desenvolvimento do homem, atuando em sua formação acadêmica e profissional, indicando camin-hos, explicitar prazeres e sentimentos.

A literatura registra a trajetória do homem no mundo, muitas vezes, mais fiel do que a própria história, que se ocupa em atender interesses e vaidades. Revista Literária

Palavras transportam sentimentos

Texto não literário Texto literárioAjude-me, pois sou cego É primavera, e eu não posso ver

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Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 15

 Por Jorge Humberto

E é no mais raso do chão que verdeja o verde da erva, que se aquece ao sol, quando a vedes a perder de vista, por entre reconhecidas planíciese por entre estames de flores fugidias, aqui e ali subindo e descendo, al-guns declives.Mais lá para o fundo, algumas folhas teimam, em riachos escondidos, por entre as sombras das árvores, em armar vela, imitando barquinhos de verdade, tendo como marujos algumas rãs, barulhentas e ainda mais para o desafinado,aquele seu som tão característico, que delas ecoa e perdura, pelas cam-pinas.Porém, se buscardes o silêncio, deixando que os sons se vão distinguindo, vede que, no cimo das poucas árvores, há cantos distintos, que nos mara-vilham, a cada fechar de olhos, para ouvir melhor o cantar alegre dos ver-delhões, pardais e pintassilgos, e um pouco mais, para dentro dos galhos, as cigarras que encantam, no seu canto repetitivo e adoravelmente bem conhecido, quanto mais longe de tudo, que as cidades tendem a roubar aos campos.E como aonde há riachos e rios, há lezírias encantadas, em fôlegos repen-tinos, de névoa e orvalhada, vindas detrás de amendoados arbustos - e alguns caniçais, é no levantar-se do sol  (ainda apenas miragens, enga-nando a quem repara), que ainda assim breve se vai assomando,a imagem, com resquícios de algo, que vem veloz, e eis vão surgindo, ante nossos olhos, negros cascos no galope, de negros cavalos lusitanos, levando e deixando, por onde passam,  numa insubordinação colectiva, mas onde a hierarquia é quem mais ordena, o que a liberdade passando

já passou e segue alegre, adiante no correr dos terrenos marginais, da-queles tão nossos e tão portugueses, riachos alentejanos.Em cada casa, caiada de branco e de azul, com suas chaminés altanei-ras, há heras nas paredes, por entre múltiplos e coloridos vasos, e outras peças côncavas, onde bem ordenadasse compõem as flores, trazendo adivinhações aos chás, das tardes sem par, que passam bem devagar, até que caia a noite, onde cada um pode sorver, soprando a brisa quente, a aproximação do pôr-do-sol, que vai desenhando silhuetas e promo-vendo conjecturas, nos chãos de terra batida. Tudo aqui tem seu tempo: o tempo para cuidar dos animais, das terras, levar e trazer a água, aos mais sequiosos; tempo onde tudo se aproveita, até uma bela sesta, depois do almoço tardio, aqui por estas bandas. E quando a noite cai, recolhem a casa as pessoas (guardados os animais) e põe-se o caldo ao lume, da lareira de pedra enegrecida, com umas couves e umas batatas, enquanto se depõem, por sobre a mesa, os enchidos de carne, o pão caseiro e o jarro de vinho tinto, enquanto perpassam pelos olhos, mais um dia que ficou lá atrás. Faz-se tarde na lezíria; escutam-se os grilos lá fora, e com os meninos já deitados, depois dos estudos feitos, desligam-se as luzes do tecto, apaga-se a fornalha, e, o casal amigo, algures numa casa isolada, no meio da planície alentejana, prepara-se para se deitar, por entre col-chas de bordados, correndo as bambinelas, para que as sombras tragam o descanso e os segredos, próprios de quem vive em plenitude e feliz, com o que tem, das conquistas de uma vida, preservada e vivida por meio à natureza. 

UMA PROSA ALENTEJANA!

Estas diferenças de vocabulário prendem-se em parte com o facto de o português do Brasil ter uma grande influência do inglês americano (casos de “esporte”, “AIDS”, “câncer” “balanceado”), coisa que não acontece com o português europeu.

A nível da sintaxe, pode referir-se por exemplo “Ele disse-me que” (PT) e “Ele me disse que” (BR).Já ao nível da gramática, temos por exemplo o gerúndio muito usado no Brasil “estou lendo”, enquando que em Portugal se diz “estou a ler”.Quanto à acentuação, pode referir-se p. ex. “cómodo” (PT) e “cômodo” (BR) ou “fenómeno” (PT) e “fenômeno” (BR).Existem também muitos vocábulos que são tão diferentes, que existe o perigo de um português compreender erradamente o significado de determinados termos, ou seja, da ideia contida no texto (ex. “camisola” em Portugal que é “camisa de noite” no Brasil, ou “casa de banho” em Portugal que é “banheiro” no Brasil, sendo, por seu lado, “banheiro” em Portugal “salva-vidas” no Brasil).Embora o Acordo Ortográfico de 1990 tenha visado unificar a grafia das duas variantes do português, fê-lo nalguns casos, enquanto noutros casos criou novas diferenças (caso de “recepção” que continua a escrever-se assim no Brasil, enquanto que em Portugal passou a escrever-se “receção” ou “infecção” que continua a escrever-se assim no Brasil e em Portugal se escreve agora “infeção”), seguindo a marca da oralidade (pronúncia), que varia entre os dois países.Houve na realidade uma unificação parcial, feita muito à custa da eliminação das consoantes mudas no português de Portugal, e privilegiando o aspeto fonológico em detrimento do aspeto etimológico (raízes latinas).É de referir que a população portuguesa e falante de português de Portugal na Suíça (também países africanos, como Angola e Moçambique) é cerca de 13 vezes superior à população falante de português do Brasil.Segundo dados do Departamento Federal de Estatística, residiam na Suíça em finais de 2012 237.945 portugueses, 4.020 angolanos, 104 moçambicanos e 18.911 brasileiros.Por essa simples razão, deve dar-se preferência à variante de português de Portugal na redação de publicações para a migração na Suíça e no caso de textos destinados a Portugal, como sinal de respeito pela grande maioria dos falantes de português neste país.

Cândida Fernandes Meili (tradutora e membro da ASTTI)www.uebersetzungen-portugiesisch.ch

PT Portugal

Pequeno almoçoDesportoSIDAElétricoComboioCancroTelemóvelequilibrado

PT Brasil

Café da manhãEsporteAIDSBondeTremCâncerTelefone celularbalanceado

Existem duas variantes de português: a variante europeia, que é falada em Portugal, Angola, Moçambique e outros países africanos, e a brasileira, que é falada no Brasil.Estas duas variantes da língua portuguesa apresentam diferenças conside-ráveis, ao nível da fonética, sintaxe, gramática, ortografia, acentuação e tam-bém do próprio vocabulário.Embora as maiores diferenças sejam ao nível da fonética, estas também exis-tem na escrita.

Ao nível do vocabulário temos p.ex.:

Por Cândida Fernandes Meili

Português de Portugal e Português do Brasil – é tudo a mesma coisa?

Fri-luso16 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

História dos Sentimentospor lady sereia

Contam que, uma vez, se reuniram todos os sentimentos, qualidades e defeitos dos homens em um lugar da terra. Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs: - Vamos brincar de esconde-esconde? A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: - Esconde-esconde? Como é isso? - É um jogo. explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA. A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou por convencer a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada. Mas nem todos quiseram participar: A VERDADE preferiu não esconder-se. - Para que, se no final todos me encontram? - Pensou. A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto e a COVARDIA preferiu não arriscar-se. - Um, dois, três, quatro... - Começou a contar a LOUCURA. A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho. A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta. A GENEROSIDADE quase não conseguiu esconder-se, pois cada local que encontrava, lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos: Se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA. Se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ. Se era o vôo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA. Se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol. O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cômodo, mas apenas para ele. A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atras do arco-íris) e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões. O ESQUECIMENTO, não recordo-me onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante. Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.998, o AMOR ainda não havia encontrado um lugar para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou uma rosa e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores. - Um milhão! - terminou de contar a LOUCURA e começou a busca. A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com DEUS, no céu, sobre zoologia. Sentiu vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões. Em um descuido, encontrou a INVEJA e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO. O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas. De tanto caminhar, sentiu sede e ao aproximar-se de um lago, descobriu a BELEZA. A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se. E assim foi encontrando a todos: O TALENTO entre a erva fresca, a ANGÚSTIA em uma cova escura, a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano) e até o ESQUECIMENTO, que já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde. Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local. A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta e em cima das montanhas. Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral. Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando, no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito. Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos. A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se. Chorou, rezou, implorou, pediu e até prometeu ser seu guia. Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra:

O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.

1 ano - bodas de papel 2 anos - bodas de algodão 3 anos - bodas de couro 4 anos - bodas de flores e bodas frutas 5 anos - bodas de madeira 6 anos - bodas de açucar 7 anos - bodas de cobre 8 anos - bodas de bronze 9 anos - bodas de ágata

10 anos - bodas de estanho11 anos - bodas de aço12 anos - bodas de seda13 anos - bodas de renda14 anos - bodas de marfim15 anos - bodas de cristal20 anos - bodas de porcelana25 anos - bodas de prata30 anos - bodas de pérola

35 anos - bodas de coral40 anos - bodas de rubi45 anos - bodas de safira50 anos - bodas de ouro55 anos - bodas de esmeralda60 anos - bodas de jade65 anos - bodas de ferro70 anos - bodas de vinho75 anos - bodas de diamante

Bodas (Aniversário de Casamento)

Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 17

Os portugueses têm o estranho costume de não “cruzar” apertos de mão. Isto é, quando quatro pessoas se cumprimentam simultaneamente, tenta evitar-se que os braços se intersectem durante o aperto de mão, formando uma cruz. Quando confrontados por estrangeiros perplexos, desconhecedores do costume, em regra, os portugueses não sabem explicar a razão de ser desta tradição, relegando-a para a vasta categoria das “superstições populares”.

Na verdade, a origem do estranho gesto remonta aos finais do século XV, altura em que os judeus portugueses foram forçados a converter-se ao cato-licismo sob pena de morte. Para muitos, a conversão assumiu apenas um aspecto exterior, continuando o judaísmo a ser praticado dentro de casa, de forma secreta e escondida. Vários historiadores compilaram listas de orações criptojudaicas quinhentistas – algumas sobreviveram até aos nossos dias na comunidade de Belmonte – que denotam uma tentativa de manter viva a ligação ao judaísmo. A mais conhecida será a oração dita pelos cristão-novos/criptojudeus ao entrar numa igreja: “Nesta casa entro mas não adoro pau nem pedra mas sim o Deus que tudo governa, Adonai, Deus de Israel” (in Os Criptojudeus da Faixa Fronteiriça Portuguesa, Eduardo Mayone Dias, 1997).

Da mesma forma, outros gestos quotidianos seriam influenciados por esta necessidade de manter afastados os símbolos da religião que lhes fora imposta à força. A cruz (e os crucifixos) era vista pelos cristãos-novos portugueses como um símbolo aziago e, como tal, a evitar a todo o custo. Segundo David M. Gitlitz, professor da University of Rhode Island, no seu livro Secrecy & Deceit: The Religion of the Crypto-Jews, é neste contexto que judeus portugueses forçados ao catolicismo começam a evitar cruzar braços quando apertam a mão a alguém, afirmando que o gesto “dá azar”. O mesmo costume alargou-se também à representação acidental da cruz à mesa, evitando cruzar facas e garfos.A assimilação dos judeus forçados à conversão, que ocorreu nos séculos posteriores, levou à propagação da prática, tornando-a parte do subconsciente colectivo nacional – chegando mesmo a implantar-se também em algumas regiões do Brasil, onde durante o período colonial existiram comunidades significativas de cripto-judeus, nomeadamente no Recife e na Bahia.Hoje, ironicamente, o mais católico dos católicos continua a evitar “fazer cruzes” quando aperta mãos, desconhecendo que o gesto surgiu como resistên-cia, e mesmo rejeição, ao catolicismo imposto à força aos judeus portugueses no século XV.

Judeus Secretos e o Aperto de Mão

Cinco despesas obrigatórias dos senhoriosTer uma casa a arrendar pode garantir algum rendimento extra, mas também algumas despesas. Fique a conhecer cinco despesas dos senhorios. Se está a pensar colocar um imóvel a arrendar, fique a saber que a lista de obrigações financeiras que estão a cargo dos senhorios é extensa. Impostos, renovação da canalização, pinturas, manutenção de elevadores ou condomínio, são apenas alguns exemplos do que pode esperar.A boa notícia é que muitos desses encargos, nomeadamente relacionados com obras e condomínio, podem ser dedutíveis em sede de IRS. Com a Refor-ma do IRS, os senhorios que optem pela tributação pela categoria F podem deduzir todos os gastos suportados para garantir os rendimentos prediais, exceto os que estão relacionados com decoração, artigos de conforto e eletrodomésticos.Fique a conhecer cinco despesas que são obrigatórias dos senhorios.

1. ObrasO Código Civil (artigo 1074.º) dita que é o senhorio que deve executar as obras de conservação, ordinárias ou extraordinárias, exceto se contratualizar com inquilino o contrário. Se as obras forem urgentes e o senhorio estiver a demorar algum tempo a realizá-las, o arrendatário poderá fazê-las, sem recorrer aos tribunais, e depois ser reembolsado pelo proprietário do imóvel.

2. CondomínioCaso se trate de um apartamento arrendado, o senhorio tem ainda a responsabilidade de arcar com as despesas referentes à administração, conservação e fruição de partes comuns do edifício, assim como o pagamento de serviços de interesse comum, de acordo com o artigo 1078.º do Código Civil. Se acordar com o inquilino uma quantia fixa mensal por conta dos encargos e despesas, os acertos são feitos semestralmente.

3. Imposto do SeloEste imposto incide sobre os atos, contratos, documentos, entre outros factos, ocorridos em Portugal e que não estejam sujeitos a IVA. No arrendamento e subarrendamento – incluindo alterações que impliquem aumento de renda e contratos promessa – o Imposto do Selo incide sobre 10% do valor de uma renda, de acordo com a Tabela Geral do IS. De referir que, segundo as novas obrigações dos senhorios que entraram em vigor no início de maio, passa a ser obrigatório comunicar todos os contratos de arrendamento, via Portal das Finanças, até ao fim do mês seguinte ao do início do arrendamento, do subarrendamento, das alterações ou, no caso de promessa, da disponibilização do bem locado. 4. Imposto Municipal sobre ImóveisO pagamento anual do IMI é sempre responsabilidade dos proprietários de imóveis, mesmo que este esteja a arrendar. De referir que o fim da cláusula de salvaguarda – que travava o aumento “brusco” do IMI após o processo de reavaliação dos imóveis, feito pelas Finanças entre 2012 e 2013 – significa que muitos proprietários sofreram, este ano, um forte aumento deste imposto.

5. Certificado energéticoQuem arrenda um imóvel está obrigado a apresentar o certificado energético do imóvel, um documento que contém informação sobre as características de consumo energético de um imóvel. Tem 10 anos de validade e uma vez terminado o prazo, terá de pedir uma renovação do mesmo. De acordo com informação da Deco, as taxas de registo e emissão do certificado variam entre 35 a 65 euros mais IVA. A este valor acresce o preço do serviço cobrado pelo perito, que não está tabelado.

Fri-luso18 JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho

Porque consumir o que é Português é a melhor forma de fomentar o crescimento das empresas nacionais, criamos a marca que ajudará a fazer a diferença. Com o objetivo reforçar o potencial da imagem dos produtos alimentares e das bebidas portuguesas, a empresa organizadora do SISAB PORTU-GAL criou a marca made by Portugal. Esta marca reflete o sentimento de perseverança e ambição daqueles que apostam nos produtos alimentares e bebidas portuguesas.

O objetivo da criação da marca foi encontrar uma imagem que refletisse aquilo que de melhor se produz em Portugal, fazendo-o de uma forma unifica e ao mesmo tempo determinada, de modo a contribuir na hora da escolha dos consumidores.

A imagem da marca pretende através das palavras «made by Portugal», escritas a vermelho onde a palavra «Portugal» sobressai pretende, destacar e valorizar os produtos feitos em Portugal. O sorriso pretende transmitir a mensagem de que os consumidores quando escolhem produtos portugueses fazer «nascer» sorrisos fruto da aposta num projeto realizado em Portugal.

Na senda daquilo que configura o universo SISAB PORTUGAL, a marca made by Portugal vem premiar aqueles que apostam na exportação e afirmam o desejo de triunfar nos mercados internacionais.

De uma forma gratuita é dada a possibilidade às empresas que participam no SISAB PORTUGAL fazer uso da marca made by Portugal, através da sua incorporação nos rótulos dos seus produtos. Assim os consumidores ao observarem o logotipo da marca saberão que estão a optar por um produto que é genuinamente Português e que através do seu consumo estão a contribuir para valorizar e fortalecer a economia portuguesa. Os consumidores saberão que estão apostar em Portugal, num País de excelência, onde a qualidade e variedade daquilo se produz são argumentos incontestáveis.

Por estas razões adira, use e abuse da marca «made by Portugal».

Tenho acompanhado com apreensão leitores e amigos manifestando suas insatisfações para com a vida. São sentimentos diversos que transitam da frustração por conquistas não alcançadas, passando pela desmotivação decorrente da falta de reconhecimento, até a mera desilusão diante da falta de perspectivas.

Refletir a este respeito levou-me a reler a obra “Em busca de sentido – Um psicólogo no campo de concentração”, de Viktor Frankl, fundador da logotera-pia, considerada a terceira escola vienense de psicoterapia (as outras duas são as de Freud e Adler). Trata-se do fascinante relato autobiográfico do autor acerca de sua experiência como prisioneiro em Auschwitz e outros campos durante a Segunda Guerra Mundial.

Para a logoterapia, a busca do indivíduo por um sentido na vida é a força motivadora primária para o ser humano. Frankl apresenta pesquisa feita com quase oito mil alunos de 48 universidades que perguntados sobre o que consideravam “muito importante” naquele momento, 16% declararam “ganhar muito dinheiro” e 78% afirmaram “encontrar um propósito para a vida”.

Outro exemplo recente foi a pesquisa realizada no início de 2013 pelas consultorias DMRH e Nextview apontando que quatro em cada dez executivos brasileiros estão dispostos a mudar de empresa porque buscam um trabalho alinhado aos seus propósitos e valores.

Mas esta angústia existencial, a dúvida sobre se a vida vale a pena ser vivida, evidentemente não se restringe ao âmbito profissional. Ela assume contornos maiores, manifestando-se num estado de tédio e apatia através dos quais a pessoa vai morrendo interiormente e lentamente.

Como bem pontuou Frankl, as emoções são como algo em estado gasoso. Tal como um gás preenche de forma uniforme e integral todo um espaço vazio, assim a tristeza, a solidão, a angústia e o sofrimento ocupam toda a alma humana. Por sorte, analogamente, o mesmo se aplica à menor das alegrias.Por isso, não basta o mero interesse primitivo em se preservar a vida. É essencial que cada pessoa identifique sua missão (do latim missio, o enviado) e ouça sua vocação (do latim vocatio, o chamado) nesta busca por propósito, a qual pode ocorrer a partir de três caminhos básicos: (a) pela necessidade de se concluir um trabalho qualquer que será legado à humanidade e que depende exclusivamente de seu protagonista; (b) pelo sofrimento, tal qual o expe-rienciado pelos prisioneiros nos campos de concentração ou por alguém que luta contra uma doença incurável; e (c) pelo amor, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana – e não necessariamente o amor físico, mas o amor espiritual, até mesmo inanimado.

Em sua busca por um sentido para a vida, lembre-se de que embora o sucesso seja perseguido do ponto de vista profissional, e a felicidade, no âmbito pessoal, é preciso salientar que ambos devem ser decorrências naturais. Por isso, pare de persegui-los e, quando você não mais se lembrar deles – sucesso e felicidade –, fatalmente acontecerão em sua vida. Tenha também em mente que ambos são transitórios. Afinal, se você fosse feliz o tempo todo, não seria feliz em tempo algum...

* Tom Coelho é educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de oito livros. E-mail: [email protected]. Visite: www.tomcoelho.com.br e www.setevidas.com.br.

“Não importa o que nós ainda temos a esperar da vida,mas sim o que a vida espera de nós.” (Viktor Frankl)

Um sentido para a vida* por Tom Coelho

Fri-luso JORNAL PORTUGUÊS DE FRIBOURG - SUISSE - ANO 2015 - Julho 19

A CURA PELA HIPNOSEA Terapia por Hipnose é indicada às pessoas que sofrem de:

Tensão e ansiedade, cansaço, estresse, insônia, desajustes no comportamento (tique nervoso, gagueira, roer unha, incontinência urinária, sonambulis-mo, etc), neuroses, traumas, complexos, medos, inibição, disfunção sexual e doenças de fundo emocional (problemas respiratórios, digestivos, cardía-cos, hipertensão, enxaqueca e outros).

Além disso, auxilia as pessoas que sofrem de bloqueio mental (intelectual, raciocínio, memória, branco nas entrevistas, provas e vestibulares), descon-trole emocional (crises de nervosismo, crises de choro), tristeza, desânimo, angústia e depressão. OUTRAS VANTAGENS Estimula a eficiência física, para produzir mais com menos esforço; Ajuda a economizar energias biofísicas; Fortalece o magnetismo pessoal, carisma e sistema nervoso central; Ajusta o desempenho afetivo e sexual; Desperta o desejo de viver alegre, contente, otimista e autoconfiante; Diminui a obesidade e o desejo compulsivo de comer; Ajuda a superar a síndrome do pânico, síndrome pós-parto, tensão pré-menstrual.

PARA QUE SERVE ?Sua aplicação é infinita. Milhares de pessoas foram beneficiadas com esta técnica. Puderam libertar-se, mudaram radicalmente pensamentos e compor-tamento. Vivem hoje mais felizes, contentes, otimistas. As portas se abriram, os horizontes se alargaram. Apareceram novas oportunidades no trabalho, novas amizades, novos relacionamentos afetivos.

A terapia desperta o autoconhecimento, permitindo extravasar o conteúdo energético do subconsciente, onde está o reservatório infinito de possibi-lidades. Reajusta e restabelece a autoestima, elimina remorsos doentios, episódios do passado que não voltam mais. Sentimentos de autopunição só prejudicam e nada resolvem. Maltratar-se, rebaixar-se, são atitudes que aniquilam a personalidade e agravam o problema. Terapia por hipnose cuida desta assunto com maestria e eficiência.

CAUSASHá muita coisa mal resolvida na vida que precisa ser reajustada. Na infância pode ter havido excesso de repreensão, muitos nãos, não pode, é peri-goso, cuidado. A criança faz traquinice é punida, fica de castigo, apanha. Pais violentos, alcoólatras, mães displicentes, problemas financeiros, pobreza, miséria, doenças, carências afetivas trazem repercussão na vida adulta. É por isso que vivemos cheios de conflitos, traumas, recalques, revolta, ressenti-mento. O subconsciente fica sobrecarregado de complexos de toda grandeza, complexo de inferioridade, inibição, gagueira, tique nervoso. Subitamente aparecem sintomas estranhos, síndrome do pânico, medos generalizados, tristeza, depressão, desânimo.

Não fossem notícias ruins que se ouvem todo dia, pessoas pessimistas, não haveria cansaço, esgotamento físico e nervoso, insônia, dor de cabeça, gas-trite, insuficiência hepática e renal. Quantas desilusões amorosas, traições, brigas de casais, separações, desfalque financeiro, insolvência, humilhações, violências físicas, ressentimento, revolta, ataques à integridade moral, disfunções sexuais e por aí a fora.

SOLUÇÃOTudo isso é objeto da terapia por hipnose. Reequilibra e resgata valores originais perdidos ao longo da vida, traz novas idéias, nova disposição para o exercício da profissão. Fortalece o sistema imunológico, melhora a saúde e o estado geral, elimina a insônia. Os condicionamentos positivos de auto-conhecimento, otimismo, valorização do eu superior, autêntico, original e verdadeiro restauram e fortalecem o psiquismo. As energias negativas se transformam em positivas, valioso combustível para viver melhor, mais feliz, sem tantos problemas.

Com certeza nossos amigos Radiologistas não caíram nessa. Diversos estudos realizados através de ressonâ-ncias magnéticas e tomografias computadorizadas vasculharam de forma minunciosa cada área do cérebro humano e chegaram a conclusão de que não existem partes inativas no nosso cérebro, pior ainda 90% dele.

Toda a área do cérebro tem uma função e não pára de trabalhar nem mesmo quando estamos dormindo. Ao que parece, pesquisadores afirmam que este mito surgiu no século XX, quando alguns programas incentiva-vam as pessoas a estimular mais o seu intelecto.

Contudo, há uma diferença entre “capacidade do cérebro” e “uso da massa encefálica como um todo”. Até hoje, o cérebro ainda é um dos mistérios mais intrigantes para a ciência, e tratando-se de desenvolvimento humano, basicamente não é a quantidade de neorônios “em uso” ou mesmo o tamanho da massa encefálica como um todo que definem a capacidade do cérebro em si.

Do ponto de vista humano como um ser em constante desenvolvimento desde o seu nascimento, isso pode estar ligado a uma infinita série de fatores, internos e externos, partindo de cada experiência vivida, passando pela percepção, cognição, o meio e as condições em que vive, fatores biológicos, sociais, económicos, religiosos, até mesmo o humor momentâneo ou qualquer outro fator que proporcione uma co-relação alternativa com uma experiência.

Os seres humanos usam apenas 10% da capacidade do cérebro

PRO-MASSAGENS - Massoterapia clínica a domicílio ou consultório.

Massagens:- Terapêutica - Relaxamento - Desportiva Duração 60 min. - Custos: a domicílio CHF 70.-- em consultório CHF 50.-

Tratamentos: - Avaliação e tratamento (endireita) - Dores da coluna vertebral- Dores musculares e tecidos moles - Dores em articulações periféricas (ombros, cotovelos, joelhos e pés) Custos: em função da duração do tratamento, as deslocações são acrescidas de CHF 20.-

Contactos:César Meneses (terapeuta diplomado)Rue du Mont Carmel 23CH 1762 Givisiez Tel: 077 446 46 83 mail: [email protected]

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