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Publicação trimestral da Nutreco Fri-Ribe Nutrição Animal S.A. Edição janeiro 2012 01 O uso de rações fareladas na piscicultura sempre representou, para o produtor, um entrave na produção. Essas rações, além de promover danos ao ambiente de cultivo, devido as altas perdas do produto durante n o t í c i a s Acesse os sites Nutreco e FRI-RIBE, conheça melhor nossos produtos e contate nosso Serviço de Atendimento ao Cliente. f r i - r i b e . c o m . b r Nesta edição a alimentação dos peixes, também favorece a desuniformidade dos lotes em criação, causando prejuízos ao produtor. Segue na página 03 Página 2 Editorial Eventos da piscicultura Páginas 4 e 5 Consultoria Fri-Ribe Página 6 Piscicultura em destaque Páginas 8 Camarão: cultivo em água doce Página 11 Evento internacional de carcinicultura Allison Paulino, coordenador técnico de piscicultura - CE Allison Paulino, coordenador técnico de piscicultura - CE LINHA DE PRODUTOS NUTRECO FRI-RIBE PARA AQUICULTURA FRI-AQUA

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Page 1: notícias · FRI-AQUA. 2 Fri-Acqua Notícias A Nutreco Fri-Ribe lançou, no segundo semestre de 2011, a nova linha Fri-Acqua. O Dr. Marcelo Toledo, Gerente Corporativo de Aquicultura,

Publicação trimestral da Nutreco Fri-Ribe Nutrição Animal S.A. Edição janeiro 2012 01

O uso de rações fareladas na piscicultura sempre representou, para o produtor, um entrave na produção. Essas rações, além de promover danos ao ambiente de cultivo, devido as altas perdas do produto durante

n o t í c i a s

Acesse os sites Nutreco e FRI-RIBE, conheça melhor nossos produtos e contate nosso Serviço de Atendimento ao Cliente.

f r i - r i b e . c o m . b r

Nesta edição

a alimentação dos peixes, também favorece a desuniformidade dos lotes em criação, causando prejuízos ao produtor.

Segue na página 03

Página 2

Editorial Eventos da piscicultura

Páginas 4 e 5

Consultoria Fri-Ribe

Página 6

Piscicultura em destaque

Páginas 8

Camarão: cultivo em água doce

Página 11

Evento internacional de carcinicultura

Allison Paulino, coordenador técnico de piscicultura - CEAllison Paulino, coordenador técnico de piscicultura - CE

LINHA DE PRODUTOS

NUTRECO FRI-RIBEPARA

AQUICULTURA

FRI-AQUA

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2 Fri-Acqua Notícias

A Nutreco Fri-Ribe lançou, no

segundo semestre de 2011, a nova

linha Fri-Acqua. O Dr. Marcelo Toledo,

Gerente Corporativo de Aquicultura,

abordou as vantagens de uma nutrição

específica para cada espécie cultivada,

respeitando as diferenças fisiológicas

de absorção. Esta nova linha de pro-

dutos recém apresentada ao mercado

brasileiro, possui formulações com

base nas exigências nutricionais das

nossas espécies mais exploradas co-

mercialmente: pacu, tambaqui, pira-

pitinga e seus híbridos, como também

para tilápias.

A formulação específica, aliada a

seleção/inspeção de fornecedores e

das matérias-primas, juntamente com

os processos de fabricação que aten-

dem as exigências do BPF (padrões

internacionais de qualidade), fazem

da nova linha Fri-Acqua uma realidade

já aprovada junto aos nossos clientes

em todo Brasil.

Em 2011, a Nutreco assumiu

a liderança mundial no mercado

de rações para aquicultura

Investimentos em pesquisa e desenvolvimento: nosso foco para 2012

A Skretting, divisão de aquicultura da Nutreco, assu-

miu em 2011 a liderança mundial no mercado de rações

para aquicultura, com a aquisição da Chinesa Zhuhai

Shihai Feed Co. Ltd (Shihai). Esta posição consolida a

estratégia da Nutreco em expandir os negócios, e conse-

quentemente os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento,

para fornecer alimentos cada vez mais seguros e rentáveis

para camarões e peixes (marinhos e continentais).

A Nutreco Fri-Ribe, não distante desta realidade, vem

investindo fortemente no setor: construção e estruturação

do CEPAC – Mossoró (Centro de Pesquisa Aplicada em

Carcinicultura), lançamento de pacotes nutricionais para

peixes, dietas de saúde, lançamento de linhas espécies/

específicas para peixes, consultorias internacionais, inter-

câmbio entre os técnicos do grupo, importação de ração

microextrusada para a fase de alevinagem, investimentos

nas unidades de produção, entre outros.

É com este cenário de investimentos em pesquisas

e desenvolvimento, que a Nutreco Fri-Ribe brinda com

vocês, parceiros carcinicultores e piscicultores, os exce-

lentes resultados do setor no ano de 2011 e a entrada

de um novo ano repleto de desafios e oportunidades

promissoras.

Abraço.

Antonio Klüppel Neto

Gerente coorporativo comercial NE

Editorial Eventos da piscicultura

Gerente corporativo comercial NE: Antonio KlüppelGerente corporativo de aquicultura: Marcelo Toledo

Colaboração: Ítalo Régis, Charlys Emanoel, Daniela Nomura, Adriano Guaraná, Allison Paulino e Raphael Venâncio

Edição de arte: Rosana PozzobonFotos: Arquivo Nutreco Fri-Ribe Nutrição Animal S.A.

expe

dien

te

Acima: Alfenas - MG e Buritama - SP

Abaixo: Fortaleza - CE, Mogi Mirim - SP e Teresina - PI

À esquerda: Santa Fé - SP e acima Bacabal - MA

Nutreco Fri-Ribe Nutrição Animal S.A.Via de Ligação 1, nº 900 Distrito Industrial IIICEP 364025-050 Marcanaú - CEFone 55 + 85 3463-1678Fax 55 + 85 3463-2656

[email protected]

Nutreco Fri-Ribe lança a nova linha de produtos Fri-Acqua

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Fri-Acqua Notícias 3

Pensando nisso, a Nutreco Fri-Ribe lançou no mercado a Tilapia Starter. Um produto micro-extrusado de alta flutuabilidade, elaborado com matérias-primas de altíssima digestibilidade e produzido com a mais alta tecnologia e com a experiência de quem trabalha com o mercado mais exigente de aquicultores, os Chilenos. A Tilápia Starter surge no mercado como uma al-ternativa economicamente viável para a solução deste entrave, substituindo as rações fareladas na alevinagem de tilápias e outras espécies nativas, como o tambaqui, pacu, dentre outros.

Com provas de resultados realizadas a cam-po (confira tabelas e gráficos), a Tilápia Starter apresenta inúmeros benefícios ao produtor, comparada com as rações fareladas existen-tes no mercado. Dentre os vários benefícios podemos citar os principais:

Melhor conversão alimentar; Maior uniformidade do lote; Maior agilidade no manejo alimentar; Melhor controle do consumo do alimento, evitando desperdícios;

Menor tempo de cultivo; e Manutenção da qualidade da água do reservatório.

Máximo desempenho com rações micro extrusadas

Ganho de peso de alevinos Dados em g

Desempenho da ração farelada x microextrusada em 14 dias de consumo

Parâmetros

Consumo de ração (kg)

Peso inicial (g)

Peso final (g)

Quantidade de peixes

GPD (g)

FCA

RAÇÃO FARELADA

60

2

12

6.0000

0,71

1,00

STARTER

40

2

16

6.0000

1,00

0,48

Tambaqui

Parâmetros

Consumo de ração (kg)

Peso inicial (g)

Peso final (g)

Quantidade de peixes

GPD (g)

FCA

RAÇÃO FARELADA

66

2

8,60

10.0000

0,47

1,00

STARTER

37,9

2

9,57

10.0000

0,54

0,50

Tilápia

DIA 1 DIA 14

2,0 2,0

8,6 9,5

TilápiaDIA 1 DIA 14

2,0 2,0

12,0

16,0

Tambaqui

Ração farelada

Tilapia Starter

Alevinagem

Continuação da capa

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4 Fri-Acqua Notícias

O cultivo de peixes em altas densidades de estocagem, associado à alta taxa de arra-çoamento, resulta em proporcional aumento na matéria orgânica em suspensão e excretas nitrogenadas na água de cultivo, situação agravada pelo fornecimento de alimentos com menores níveis de digestibilidade. Fato-res ambientais, especialmente a temperatura da água, podem potencializar ou suprimir a dinâmica de reações desencadeadas por estes produtos em excesso no ecossistema aquático. Estes são os requisitos básicos para a proliferação de microorganismos que representam algum tipo de risco sanitário ao sistema de produção de organismos aquáti-cos, dentre eles, os Trichodinídeos.

Trichodinídeos são protozoários, pos-suem forma de disco e pertencem ao grupo dos ciliados que parasitam a pele, nadadei-ras e brânquias dos peixes, embora existam espécies que sejam endoparasitos. Algumas espécies estabelecem relações ecológicas com moluscos aquáticos, estágios larvais de anfíbios, além de crustáceos.

No Brasil, por muito tempo foi realizado o diagnóstico da tricodiníase indicando ape-nas o gênero Trichodina sp. como o agente causador da doença. No entanto, recentes pesquisas conduzidas no Laboratório de Pa-tologia de Organismos Aquáticos do Centro de Aquicultura da Unesp (CAUNESP) em

parceria com o Laboratório Móvel Nutreco Fri-Ribe, Laboratório AQUOS – Sanidade de Organismos Aquáticos da UFSC e com a Embrapa Agropecuária Oeste, já foram iden-tificados os seguintes gêneros parasitando peixes no Brasil: Trichodina, Tripartiella, Trichodinella e Paratrichodina. No entanto, Trichodina é o gênero dominante e possui maior diversidade de espécies. A figura 1 contém fotomicrografias destes quatro gê-neros para comparação pelo leitor.

A Tilápia do Nilo é uma das espécies de peixes que apresenta grande variedade de espécies de tricodinídeos, principalmente em comparação com as espécies de peixes nativas que recebemos para diagnóstico no LAPOA (CAUNESP).

Temos observado que alguns tricodiníde-os apresentam tropismo por uma determina-da parte do corpo do peixe. Por exemplo, P. africana é diagnosticada somente no tecido branquial, não há registros deste protozoário sobre a pele e/ou nadadeiras. Por outro lado, T. centrostrigeata tem sido diagnosticada tan-to sobre a pele, quanto nas brânquias, mas os maiores níveis de infestação são obser-vados no tecido respiratório, especialmente de pós-larvas e juvenis. Na figura 2 pode-se observar uma tilápia exibindo áreas de necro-se branquial, onde foi possível diagnosticar grandes quantidades destas duas espécies de tricodinídeos

Outras espécies de tricodinídeos pos-suem tropismo pelo tegumento e nadadei-ras. Por mais que essas mesmas espécies sejam observadas no tecido respiratório, os maiores níveis de infestação geralmente são diagnosticados sobre a pele e nadadeiras dos peixes. Entre estas espécies, destacam--se T. compacta, T. magna e T. hetero-dentata para a Tilápia do Nilo. Na figura 3

Consultoria Fri-Ribe

Trichodinídeos: quem são e o que eles podem causar em seus peixes?

Figura 1. Fotomicrografia repre-sentando o gênero Trichodina (a), Tripartiella (b), Trichodinella (c) e Paratrichodina (d). Impreg-nação pelo nitrato de prata 2%.

Figura 2. Tilápia do Nilo exibin-do necrose branquial devido ao parasitismo por P. africana e T. centrostrigeata, associados a bactérias oportunistas.

Figura 3. Tilápia do Nilo exi-bindo corrosão de nadadeiras, despigmentação da pele, perda de escamas e ulceração não he-morrágica sobre a pele, associa-das a altos níveis de infestação por T. compacta, T. magna e T. heterodentata.

Daniela Nomura Varandas, Coordenadora

técnica empiscicultura, unidade de SP.

[email protected]

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está ilustrada uma tilápia exibindo corrosão de nadadeiras, despigmentação da pele, perda de escamas e ulceração não hemorrágica sobre a pele, sendo esses sinais clínicos associados a elevados níveis de infestação por estes tricodi-nídeos, possivelmente associados à infecção secundária por agentes bacterianos.

Tratamento da tricodiníase

Este tópico pode ser de grande expectativa para muitos produtores acostumados com as receitas veterinárias que são prescritas para os animais terrestres. No entanto, o piscicultor precisa ter a consciência de que tratar peixes é tratar toda uma população, inclusive seu am-biente de criação que é infinitamente complexo e dinâmico. No início deste artigo, informamos que a proliferação desses parasitos está relacio-nada com condições inadequadas de cultivo, logo, qualquer produto medicamentoso que seja incorporado na água atuará como mais um poluente, podendo torna-se mais tóxico com a presença de matéria orgânica em suspensão e, fatalmente, poderá matar mais peixes do que o próprio parasito em questão.

A melhor receita que indicamos para os piscicultores é a utilização das Boas Práticas de Manejo Sanitário em sua propriedade, tema este que já vem sendo discutido pelo corpo técnico da Nutreco Fri-Ribe, utilizando densidades de estocagem adequadas, quantidades de arraço-amento dentro do recomendado (melhorando o aproveitamento da ração, conversão alimentar e diminuindo as excretas) e retirar diariamente os peixes mortos, estes animais em decomposição servem de foco para disseminação da doença.

Aliado a essas medidas, deve-se realizar o monitoramento constante das condições de saú-de dos peixes em um programa sanitário, com análises de diagnóstico quinzenais ou mensais. Dessa forma, o piscicultor poderá se antecipar a possíveis problemas sanitários que podem emergir em seu sistema de criação.

Importância da qualidade do alimento para o ambiente do cultivo

A eficiência da produção de organismos aquáticos está dire-

tamente relacionada com as condições ambientais em que está

inserida. A piscicultura, não obstante essa realidade, necessita

de procedimentos e técnicas que propiciem melhores condições

de cultivo e, por consequência, resultados zootécnicos mais

satisfatórios e sustentáveis.

Um dos fatores de grande importância para a manutenção

das condições ambientais favoráveis ao cultivo é a qualidade da

alimentação fornecida aos animais, uma vez que, o meio aquáti-

co sofre grandes alterações em função dos resíduos provenientes

da digestão dos peixes. Em sistemas semi-intensivo e intensivo

de produção, presentes nos Estados do Piauí e do Maranhão,

é indicada a utilização de rações de alto nível nutricional que

apresentem maiores índices de digestibilidade e menor aporte

de resíduos metabólicos como “N” e “P” por exemplo.

As excretas dos peixes contribuem para formação de uma

camada de matéria orgânica no fundo dos viveiros de cultivo,

que poderá beneficiar a comunidade bentônica e disponibili-

zar nutrientes para o crescimento de organismos importantes

para a alimentação dos peixes, mas o excesso dessa camada

poderá causar alterações ambientais, como queda de oxigênio,

aumento de DBO (demanda bioquímica de oxigênio), alterações

de pH e outros, que serão fatores limitantes para o desenvol-

vimento dos animais.

Portanto, as pisciculturas que buscam aperfeiçoar sua

produção e minimizar custos devem colocar em prática alguns

manejos importantes como a utilização de rações balanceadas de

alto valor nutricional, que aportem menores índices de resíduos

proveniente do metabolismo dos peixes e propiciem melhores

condições ambientais, bem como a remoção de camada de solo

de viveiros que apresentem excesso de matéria orgânica resul-

tantes de cultivos anteriores. Estes procedimentos, dentre vários

outros, são importantes para obtenção de melhores resultados

zootécnicos dos peixes cultivados.

Charlys Emanoel C. Batista, Engenheiro de pesca e gerente

comercial da unidade Teresina, PI.

[email protected]

Colaboraram com este artigo: Santiago Benites de Pádua, Maurício Laterça Martins,

Daniela Nomura Varandas, José Dias Neto, Márcia Mayumi Ishikawa e Fabiana Pilarski.

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6 Fri-Acqua Notícias

Nosso entrevistado, José

Airton Frota – piscicultor

da cidade de Bacabal,

no Maranhão –, aponta a

qualidade da nutrição como

fundamental para o resultado

da produção, aliada à

qualidade da água e do solo,

à genética, ao manejo e às

condições climáticas: “são

variáveis interdependentes”.

Piscicultura em destaque

Na sua visão, o que mudou no mercado na última dé-cada?Estou na piscicultura desde 1999 e vejo que as mudan-ças mais significativas neste período estão relacionadas à tecnificação do setor, tendo como exemplo o uso de aera-dores, renovação sistemática de água, adequação das densidades de povoamento, fornecimento de alimenta-ção mais elaborada, etc. No início da atividade houve uma especulação muito grande de investidores, prin-cipalmente por não encara-rem a atividade como um negócio sério e promissor, onde a tecnificação é funda-mental, consequentemente não conseguindo o sucesso desejado.

Quais as perspectivas para os próximos 5 anos da Agro-susa?Existe uma boa perspecti-va para uma expansão do mercado consumidor local, seguindo uma tendência dos últimos anos, existindo

assim uma pretensão de expansão da produção com um aumento na área de viveiros, mesmo tendo em vista uma preocupação de que o setor precisa estar organizado para produzir de forma cada vez melhor e que com isso possa gerar um maior valor agregado ao produto, conseguindo assim preços diferenciados para produtos diferenciados.

Cite um ou mais pontos críti-cos observados no seu siste-ma de produção (intensivo)? Um problema que enfren-tamos ao longo do tempo nos cultivos é a desunifor-midade dos indivíduos. No recebimento dos alevinos já se observa uma diferença de tamanho acentuada nos indivíduos e, mesmo com uma seleção criteriosa para povoamento, chegamos a ter problemas em alguns cultivos. Com o decorrer dos anos, aperfeiçoamos as técnicas de manejo para minimizar esses problemas, como por exemplo, o aumen-

to no número de arraçoado-res, utilização de grânulos de ração mais adequados para cada fase de cultivo, melho-rias no sistema de renovação de água, utilização de rações mais elaboradas, etc.

Qual a importância de uma nutrição de qualidade na sustentabilidade da sua piscicultura? Considero essencial, pois os resultados de produção – ganho de peso, conversão alimentar, tempo de cultivo – e a qualidade do pescado são dependentes de um sistema composto por algu-mas variáveis importantes como a qualidade de água e solo, genética, manejo, condições climáticas e em destaque a alimentação por representar o maior custo produtivo. A nutrição adequada irá proporcionar melhores resultados zoo-técnicos com uma menor carga residual de matéria orgânica, propiciando uma maior viabilidade econômi-ca e ambiental.

Piscicultura Agrosusa, MA

Os resultados de quem investe em tecnologia

6 Fri-Acqua Notícias

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Fri-Acqua Notícias 7

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8 Fri-Acqua Notícias

Salinidade

A salinidade é a medida da con-centração total de sais inorgânicos dissolvidos na água, principalmente cloretos (Cl-), sódio (Na+), sulfato (SO4

-2), magnésio (Mg+2), cálcio (Ca+) e potássio (K+), expressa em gramas por litro (g/l) ou partes por mil (ppm). Segundo Fast (1986), citado por Boyd no “Manual de manejo da qualidade da água”, as águas podem se classificadas em relação à salinidade como: Doce: salinidade até 0,5 ppm; Oligohalina: salinidade de 0,5 até 3,0 ppm;

Mesohalina: salinidade de 3,0 até 16,5 ppm;

Polihalina: salinidade de 16,6 até 30 ppm;

Marinha: salinidade de 30,0 a 40,0 ppm;

Hipersalina: salinidade acima de 40,0 ppm.

Existe uma confusão quando se diz que o camarão branco (Litopenaeus vannamei) pode ser criado em água doce que é imprópria para este fim. Apesar de algumas fontes de águas oligohalinas serem próprias para o consumo humano, elas apresentam uma composição total-mente diversa da água doce e só assim permitem a criação (ver Tabela 1).

A salinidade pode ser de 0,5 ppm e estar no limite entre água doce e oli-

Carcinicultura: cultivo em água doce

Considerações sobre a produção do camarão em águas de baixa salinidade

Marcelo P. de Aguiar Toledo, Ítalo Régis Rocha, Adriano Guaraná

A criação de camarões utilizando fontes de águas superficiais (rios, lagos, etc.) ou subterrâneas (poços), que apresentam baixa salinidade, é uma indústria em crescimento em várias regiões do mundo. No Brasil esta modalidade vem sendo desenvolvida com maior intensidade no Nordeste, onde devido à escassez ou baixa qualidade das águas superficiais, existe uma tendência acentuada de uso das águas de poços profundos para o abastecimento total ou parcial dos viveiros e produção. Segundo Allen Davis et al. (2002), embora o pacote tecnológico para a criação de camarões em águas de origem marinha esteja estabelecido, ele não é totalmente aplicável à criação em águas de baixa salinidade, pois estas apresentam profundas variações em salinidade e perfil de íons em relação à água do mar e também entre as diferentes fontes onde é captada.

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Fri-Acqua Notícias 9

gohalina, sendo impossível diferenciar sem a análise detalhada que mostre as diferenças de alcalinidade, dureza e concentração de íons, que são fun-damentais para a sobrevivência dos camarões e garantia de elevados níveis de produtividade.

Desta forma, para produzir em re-giões de águas oligohalinas é necessá-rio, antes de tudo, avaliar detalhada-mente as fontes de água disponíveis, pois em águas de baixa salinidade, onde não exista uma concentração mínima de determinados íons, a cria-ção pode apresentar taxas variáveis de sobrevivência entre os viveiros, apre-sentar camarões com “casca mole” ou granpados e ainda alta mortalidade nos períodos de muda.

Osmorregulação

Todos os animais necessitam man-ter uma concentração mínima de íons, aminoácidos, etc., em seus fluidos internos dentro de limites bastante res-tritos. No meio aquático, os crustáceos regulam esta concentração em relação à concentração de sais do meio em que vivem. A osmorregulação é justamente este processo de regulação que mantém o animal em equilíbrio no meio em que

Para produzir

em re giões de

águas oligohalinas é

necessário,

antes de tudo, avaliar

detalhadamente

as fontes de água

disponíveis.

Tabela 1

Comparação dos parâmetros físico-químicos de uma amostra de água doce em relação a uma amostra de água oligohalina, ambas coletadas em diferentes áreas interiores da região Nordeste.

Parâmetros

Alcalinidade Total (CaCO3)

Dureza Total (CaCO3)

Condutividade

Cálcio (Ca+)

Magnésio (Mg+2)

Cloretos (Cl-)

Sódio (Na+)

Potássio (K+)

Sulfato (SO4-2)

Água Doce

19,0 ppm

36,0 ppm

104,0 µS/cm

11,2 ppm

1,9 ppm

9,0 ppm

4,8 ppm

4,4 ppm

15,38 ppm

Água Oligohalina

127,0 ppm

105,3 ppm

5.135,0 µS/cm

57,3 ppm

178,0 ppm

379,0 ppm

1.306,0 ppm

46,5 ppm

113,57 ppm

Fonte: Nunes, A.J.P. (Panorama da Aquicultura, n° 66)

vive. Os camarões, por exemplo, retém água do meio e excretam sais para não ficarem desidratados quando estão em águas marinhas. De forma contrária, quando estão em águas de baixa sa-linidade, absorvem e excretam muita água, podendo baixar de forma perigosa

sua concentração de íons nos fluiºdos corpóreos.

O camarão Litopenaeus vannamei é conhecido como um eficiente osmore-gulador, podendo habitar águas com salinidade próxima à zero até acima de 40 ppm. O camarão tem um ciclo

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10 Fri-Acqua Notícias

de vida migratório que envolve águas oceânicas nas fases larvais e estuarinas na de pós-larva. Nos ambientes estu-arinos são extremamente variáveis e esta espécie consegue se adaptar muito bem nas fases mais jovens, perdendo gradativamente esta capacidade na fase adulta.

Do ponto de vista da criação de ca-marões em águas de baixa salinidade, a aclimatação das PL´s às condições dos parâmetros físicos-químicos da água dos viveiros é de fundamental importância para garantir o sucesso do cultivo. O produtor deve atentar, não somente para a salinidade, a temperatura e o pH, mas também para a alcalinidade, dureza, nitrito e nitrato, sabendo que este processo de aclimatação será mais eficiente se iniciado a partir de PL 12. A reativação dos tanques-berçários é uma medida importante para melhor realizar este processo de aclimatação das PL´s.

A aclimatação em berçários in-tensivos deve ser realizada utilizando densidades de 20 a 30 indivíduos/l, por um período de até 20 dias precedendo o povoamento em viveiros de engorda com água oligohalina. É recomendado que a água utilizada no transporte seja proveniente do viveiro onde as PL’s serão liberadas. As PL’s devem estar muito bem nutridas, com reservas suficientes para suportar o estresse do manejo e aclimatação.

A composição iônica da água é mais importante do que a salinidade para a sobrevivência e o crescimento, pois as águas oligohalinas normalmente têm níveis adequados de sódio e cloretos para suprir as necessidades fisiológicas dos camarões. Os animais aquáticos podem obter elementos traço e mine-rais, da água ou via alimentação. O fornecimento destes microelementos via fertilização é considerado antie-conômico e sua suplementação via

A osmorregulação

é o processo

de regulação

que mantém

o animal em

equilíbrio no meio

em que vive.

Outro foco, não menos importante, que resultará na melhoria da sobrevivência e do crescimento é a elevação dos níveis de ácidos graxos poli-insaturados (EPA e DHA), assim como de fosfolipídios. Estas modificações nutricionais têm a finalidade de melhorar a permeabilidade das membranas celulares e, consequen-temente, a capacidade osmoregulatória, fornecer energia para a muda e manu-tenção de reservas no hepatopancreas. Esta energia extra, somada aos amino-ácidos livres resultado da digestão de fontes proteicas de alto valor disponíveis na hemolinfa, favorecem homeostase e os mecanismos de transporte de íons dos camarões.

Seguindo estes três pontos básicos, escolha do local adequado através de análises da composição da água de baixa salinidade, excelente trabalho de aclimatação das pós-larvas e uma nu-trição de alta qualidade com Fri-Acqua Camarão OLIGO+, as fazendas de pro-dução em regiões de baixa salinidade seguirão o caminho do sucesso.

alimento é a melhor forma encontrada para elevar as taxas de sobrevivência e o crescimento dos camarões criados em águas oligohalinas.

A Nutreco Fri-Ribe Nutrição Animal S.A. desenvolveu um alimento especí-fico para estas condições o Fri-Acqua Camarão OLIGO+. Neste alimento foram incorporados minerais específicos e di-ferenciados quanto à absorção (Potássio e Magnésio) devido à carência destes no ambiente, assim como níveis mais eleva-dos de Cloreto de Sódio (NaCl). Também está presente a Betaína, uma substan-cia reconhecidamente osmoprotetora.

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Fri-Acqua Notícias 11

Evento Nutreco Fri-Ribe

Em Setembro de 2011, foi realizado o I workshop Internacional Nutreco Fri-Ribe de Car-cinicultura. Uma iniciativa pioneira no estado do Ceará, com a participação de grandes nomes da carcinicultura mundial: Dagoberto Sanchez (res-ponsável pela divisão de aquicultura da Skretting - empresa do grupo Nutreco), Chalor Limsuwan (pesquisador da Universidade de Pesca da Tailân-dia, considerado uma das maiores personalidades em manejo e patologia do setor) e Marcelo Toledo (gerente corporativo de aquicultura da Nutreco Fri--Ribe). O encontro contou com a presença de mais de 100 integrantes entre empresários, estudantes e técnicos em carcinicultura. Foram abordados as-suntos ligados a manejo e sanidade, com o objetivo de promover a transferência de conhecimento e tecnologia dentro do nosso sistema de produção, fazendo um paralelo com os sistemas utilizados em outros países. A biossegurança da produção também foi enfatizada, visto a possibilidade de entrada de novas doenças e a nossa necessidade de aprender a conviver e produzir com eficiência neste novo cenário que se desenha. Deveremos ter em 2012 uma agenda que contemple as visitas desses e outros técnicos ao Brasil.

I Workshop Internacional de Carcinicultura

Mais de 100 integrantes entre empresários, estudantes e técnicos em Carciniculturaparticiparam do encontro

Dagoberto Sanchez, responsável pela divisão de Aquicultura da Nutreco e Chalor Limsuwan, pesquisador da Universidade de Pesca da Tailândia foram os palestrantes convidados

Os palestrantes participaram de visitas a campo

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