mundotri magazine - abril 2011 - nº 8

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Nº 8 - Abr. 2011 triathlon magazine OPINIÃO O polimento em provas de Ironman ENTREVISTA Keegan Williams no Ironman Brasil ALIMENTAÇÃO Treine o que vai comer no Ironman MundoTRI ISSO É EXTREME SANTIAGO ASCENÇO E ARIANE MONTICELI VENCERAM O 1º DESAFIO 1000/100/10 DO BRASIL IRONMAN BRASIL evite erros na reta final COMPETIÇÕES Long Distance Caiobá XTERRA Vale do Aço mundotri.com.br

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O Mundo TRI é uma Revista Eletrônica sobre triathlon, natação, ciclismo e corrida. Acompanhamos todas modalidades de triathlon, desde o sprint até Ironman e Ultraman. Nesta edição, tudo para você se preparar para o ironman Brasil 2011 e os destaques do GP Extreme.

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MundoTRI.com [abril 2011] 1

Nº 8 - Abr. 2011

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OPINIÃOO polimento emprovas de Ironman

ENTREVISTAKeegan Williams noIronman Brasil

ALIMENTAÇÃOTreine o que vaicomer no Ironman

MundoTRI

ISSO ÉEXTREME

SANTIAGO ASCENÇO E ARIANE MONTICELIVENCERAM O 1º DESAFIO 1000/100/10 DO BRASIL

IRONMAN BRASILevite erros na reta final

COMPETIÇÕESLong Distance CaiobáXTERRA Vale do Aço

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2 MundoTRI.com [abril 2011]

Art. 201 do Código de Trânsito Brasileiro - Lei 9503/97Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüentacentímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:Infração - média;Penalidade - multa.

A Bicicleta, além de ser um meio de

transporte não poluente, também é lazer

e esporte. Porém nossas cidades ainda

não estão preparadas com vias exclusivas

e apropriadas para essa prática. Por isso

vamos compartilhar as vias públicas

respeitando a distância prevista em lei de

um metro e meio ao passar por um ou

mais ciclistas. Com bom senso e respeito,

todos saem ganhando.

A DISTÂNCIAQUE APROXIMA.

C

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An Revista 1.pdf 1 26/04/11 08:28

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Art. 201 do Código de Trânsito Brasileiro - Lei 9503/97Deixar de guardar a distância lateral de um metro e cinqüentacentímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta:Infração - média;Penalidade - multa.

A Bicicleta, além de ser um meio de

transporte não poluente, também é lazer

e esporte. Porém nossas cidades ainda

não estão preparadas com vias exclusivas

e apropriadas para essa prática. Por isso

vamos compartilhar as vias públicas

respeitando a distância prevista em lei de

um metro e meio ao passar por um ou

mais ciclistas. Com bom senso e respeito,

todos saem ganhando.

A DISTÂNCIAQUE APROXIMA.

C

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An Revista 1.pdf 1 26/04/11 08:28

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Long Distance CaiobáAmadores no rápido pedal da prova no litoral paranaense.

Foto: Eduardo Rosa

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6 MundoTRI.com [abril 2011]

Editorial

MundoTRImagazine

PUBLISHER

Wagner Araú[email protected]

COLABORADORES

Alexandre Giglioli

Amanda Guadalupe

Ana Lídia Borba

Camila Nassif

Felipe “PIPO” Campagnolla

Julia Couto

Lucas Helal

Priscilla Rocha

Roberto Lemos

Vinícius Santana

Wagner Araújo

Yana Glaser

REVISÃO

Rita Oliveira

FOTOSBruno Lima - fotocom.netDelly Carr - triathlon.orgEduardo RosaTimothy CarlsonWagner Araújo

[email protected]

ATENDIMENTO AO [email protected]

www.mundotri.com.br

A oferta de boas provas de Triathlon está aumentando. Em um período de pouco mais de dois meses temos o novo GP Extreme, o Triathlon Long Distance, SESC Triathlon, XTERRA Vale do Aço, o Ironman Brasil e outras provas regionais.

O que está faltando nessa lista? Uma grande prova de Triathlon Olímpico sem vácuo. Com o cancelamento da 2ª etapa do Troféu Brasil, vamos ter que esperar até agosto para ter essa oportuni-dade.

Acredito que haja espaço para mais um circuito olímpico sem vácuo no Brasil, de preferência que abranja outros estados além do eixo sul-sudeste.

Por falar em provas em outros estados, a CBTri (Confederação Brasileira de Triathlon) promoveu a 1ª Etapa da Copa Brasil de Triathlon Sprint (750/20/5) em Cuiabá/MT. Isso foi uma ação im-portante para promover o Triathlon em estados com poucos tri-atletas.

No outro extremo da régua, o Ironman Brasil terá um recorde de competidores este ano: nada menos que 2.000 atletas estão ins-critos na maior competição do Triathlon latino-americano. Claro que o número final será menor, pois alguns, como eu, tiveram que desistir da prova. Mas o grande desafio que se coloca para a organização é como controlar o vácuo e tornar a largada se-gura com tantos atletas. Talvez a largada por ondas (com cada categoria largando em um espaço de tempo) fosse uma opção interessante, mas que não será testada este ano.

Enquanto você torce para a organização fazer a sua parte e faz a sua nos treinos, é importante ajustar os detalhes finais de sua preparação. Nesta edição, trazemos dicas preciosas para que você não estrague seus meses de treinamento com algum pequeno detalhe.

Vamos ter uma grande surpresa do MundoTRI em Floripa este ano, em breve vamos anunciar em nosso portal.

Vejo todos vocês no Ironman Brasil 2011.

Wagner Araújo - Triatleta, fundador epublisher do MundoTRI

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REVIEW

Mochila Mynd

Transition

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Belas e Feras: Vânia Costa”Não vou dizer que é fácil, mas sabe como é mulher, pensa e faz

mil coisas ao mesmo tempo.”

destaques do mêsabril 2011

60 OPINIÃO

Como abordar o polimento para o Ironman Brasil

12 NUTRIÇÃOLogística de alimentação para o Ironman

21 GP EXTREME

A prova que agitou o interior paulista

55 IRONMAN BRASIL

Evite erros desnecessários na reta final

32 ENTREVISTA: KEEGAN WILLIAMS

O neozelandês que irá correr o Ironman Brasil 2011

28

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BIKE TECH

Qual o tamanho

ideal para seu pedi-

vela?

19

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8 MundoTRI.com [abril 2011]

ÍNDICE Edição Digital nº 8. Ano 2. Abril de 2011

CAPA: Ariane Monticeli pedalando no GP Extreme. Foto: Wagner Araújo

07 ReviewMochila Mynd Transition Bag

77 70.3 TexasLuiz Renato Topan vence na 45-49

12 NutriçãoLogística de alimentação para o Iron-man

15 Saúde da Mulher AtletaA vida após o esporte

24 GP ExtremeTudo sobre a prova em São Carlos

47 EntrevistaKeegan Williams no Ironman Brasil

47 Long Distance CaiobáConfira o que rolou na tradicional prova paranaense

41 Ciência do TriathlonCarboidratos a la mineira - parte 1

68 Brazil Sports ShowA maior feira do esporte brasileiro vem aí

71 WCS SydneyGomez e Findlay venceram na Austrália

75 Ironman South AfricaChris Wellington bate o recorde novamente

Cartas para a redação:faleconosco@

mundotri.com.br

19 Bike TechQual o tamanho ideal para seu pedivela

80 XTERRA Vale do AçoComeçou a temporada 2011 do Triathlon off-road

84 Belas e FerasA paraense Vânia Costa

Erramos:

Na página 22, da edição de março, disse-mos “Lond Distance”, quando o certo seria “Long Distance”

55 Ironman BrasilEvite erros na reta final

67 OpiniãoO polimento para o Ironman

Os artigos dos colunistas são de responsabilidade dos mesmos e não refletem ne-cessariamente a opinião da MundoTRI.

Proibida a reprodução de qualquer conteúdo sem au-torização.

Muitas das atividades cita-das e mostradas na Revista envolvem riscos. Não tente realizá-las se não estiver ca-pacitado e com o equipa-mento correto.

43 Ciência do TriathlonVO2X: qual a importância para o sucesso no Triathlon?

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CAPA: Ariane Monticeli pedalando no GP Extreme. Foto: Wagner Araújo

Mochila MyndTransition Bag

Tudo que você precisa em um só lugar

REVIEW

Por Wagner Araújo

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Para os triatletas que estão se preparando para o Ironman Brasil 2011, que acontece dia 29 de maio em Florianópolis, a Mynd Sportswear lançou a mochila Mynd Transition Bag. Desenvolvida para oferecer praticidade e acesso fácil e organizado aos equipamentos.

A mochila contém diversos compartimentos internos que mantêm os produtos organizados, uma exten-são confeccionada em tela mesh, ideal para colocar roupas molhadas e sujas e suportes internos para squeezes. Esse espaço também é interessante para colocação de tênis, chinelos e outros calçados, sem sujar as roupas dentro da mochila.

Tenho utilizado esta mochila por pouco mais de um mês em treinos, competições e viagens, e ela se mostrou muito versátil.

Ela pode ser uma grande bag, onde você simples-mente joga tudo lá dentro, mas pode também orga-nizar todo o seu material de transição.

Por falar em transição, uma das funcionalidades mais interessantes é a transformação da mochila em um tapete, seja para colocar seu material ou para enxu-gar os pés rapidamente.

O elástico externo, as costuras reforçadas e o suporte acolchoado, na lombar, ajudam a garantir a segu-rança do atleta e de seus pertences.

Pode-se prender um capacete nesse elástico, sem maiores problemas. Para versões futuras, seria in-teressante a marca considerar um espaço específico para isso.

Fiz duas viagens com a mochila, uma carregando-a como bagagem de mão e outra despachando-a. Nos dois casos, tudo tranquilo, nenhum problema com espaço (ela entra tranquilamente no compartimento de bagagens interno do avião) e nem com zípers estregados (problema comum quando se despacha mochilas).

A Mynd surgiu com o intuito unir a tecnologia, qualidade e funcionalidade dos artigos esportivos internacionais à facilidade de compras e preços dos brasileiros. Esse produto mostra, sem dúvida, que o fabricante está no caminho certo, pois trata-se da mesma qualidade encontrada nos produtos impor-tados. MT

Preço sugerido: R$ 250,00

SAC: (11) 4193-1756

REVIEW

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Logística de Alimentação para o Ironman

ÇNUTRICÃOPOR YANA GLASER

Todos sabem que a alimentação durante o Iron é essencial e que pode decidir o resultado final. Po-demos até dizer que o Ironman consiste em Nata-ção, Ciclismo, Corrida e Nutrição.

O importante é organizar-se com antecedência e programar toda a logística de alimentação para a prova. O maior erro é não treinar o que vai aconte-cer durante a prova.

A logística alimentar deve ser algo muito pessoal para prorrogar a fadiga, evitar hipoglicemia, hipona-tremia, desidratação, mal estar, desconfortos gastro-intestinais e outros sintomas que possam prejudicar

a performance e o resultado final da prova. Se você fizer um plano alimentar certo, com certeza terá e-nergia para os 226 km de prova.

Não existem regras e muito menos uma receita de alimentação ideal. A chave para o sucesso durante a prova é ouvir seu corpo. O que funciona para uma pessoa não necessariamente funciona para você. O melhor plano é aquele flexível, que seja possível mu-dar durante a prova (treine alternativas alimentares e escolha a que melhor se adapte ao seu organis-mo). Tonturas, arrepios, náuseas, cólicas, câimbras, são sinais que alguma coisa está errada. Reagindo imediatamente a esses sintomas, sua prova pode ser

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salva.

Seguem aqui algumas dicas básicas para o sucesso de uma alimentação durante um Ironman.

DICAS DE ALIMENTACÃO NOS DIAS QUE AN-TECEDEM A PROVA

FRACIONAR AS REFEIÇÕES: Coma durante o dia a cada duas ou no máximo três horas e não coma volu-mes maiores aos que já está acostumado.

EXEMPLOS DE LANCHES: Frutas frescas e ou secas, iogurtes, cereais, sucos, barras energéticas, bolachas ou biscoitos salgados (excluir os recheados ou com alta concentração de açúcar)

EVITAR: Tudo o que tiver gordura em excesso poderá limitar sua capacidade de esforço no dia da prova. Frituras, molho branco com queijo ou creme de leite, empanados, folhados, alimentos à milanesa e queijo amarelo.

PRIORIZAR OS CARBOIDRATOS: A energia principal utilizada no Iroman é o carboidrato, por isso devemos acumular o máximo possível. Isso não significa que você precise comer um volume muito grande, mas sim dar preferência para esse grupo de alimentos.

EVITAR ALIMENTOS QUE NÃO SEJAM HABITUAIS: Para evitar desconfortos, prefira os alimentos prepara-dos de forma mais simples, sem molhos e sem cremes, como os grelhados ou assados.

NÃO SE ESQUECER DE HIDRATAR-SE: Água, sucos, chás etc. Tenha sempre por perto uma garrafinha de água ou isotônico. O importante é manter-se sempre muito bem hidratado.

IMPORTANTE: Aumente a ingestão de sal a partir de 48 horas antes da prova e diminua a ingestão de fibras a partir de 36 horas antes da prova.

CAFÉ DA MANHÃ DO DIA DA PROVA

Essa refeição deve acontecer de 2 a 3 horas antes da prova. Muitas pessoas, em virtude do nervosismo da prova ou por falta de hábito, não realizam essa re-feição adequadamente. A dica é testá-la semanas an-tes da prova para que o seu corpo se adapte. O ideal é que essa refeição contenha aproximadamente 1000 calorias.

Evite alimentos de difícil digestão como cereais fibro-sos, pão integral, produtos de leite integrais, frios gor-durosos (salame, mortadela, etc) e queijos amarelos. As frutas devem ser sem casca, semente ou bagaço. Não ingerir nenhum alimento estranho, que não este-ja acostumado. Uma opção é fazer um “shake” hiper-calórico que por ser líquido fará com que o esvazia-mento gástrico ocorra mais rápido. (Exemplo: banana, leite de soja, mel e carboidrato em gel)

DURANTE A PROVA

NATAÇÃO

De 15 a 20 minutos antes da largada, tome água com gel de carboidrato (NÃO TOME gel que você não es-teja acostumado. É muito importante treinar com o gel que você vai utilizar durante a prova).

Você estará com seus estoques cheios devido ao café da manhã e a refeição pré prova então não existe necessidade de alimentar-se. Para quem não estiver muito preocupado com tempo ou se estiver com sede, será uma boa idéia tomar um copo de água na meta-de do percurso (no posto de hidratação).

Para os atletas que forem fazer o percurso de natação em torno de uma hora e meia ou mais, deve-se tomar um gel de carboidrato com água na metade do per-curso.

CICLISMO

O atleta deve consumir água assim que pegar a bike, devido a osmolaridade (redução de H2O nos tecidos causando aumento da pressão osmótica sanguínea

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e consequentemente a desidratação desses tecidos) causada pela água do mar que os atletas acabam en-golindo.

Sua meta deve ser NO MÍNIMO 500 ml de líquidos por hora de prova. Estudos mostram que o ideal é consum-ir entre 750ml a 1000ml de água, mas isso depende muito do organismo de cada atleta.

Um dia antes, programe-se e escolha os postos de hidratação que irá pegar caramanholas com bebida es-portiva e os que irá pegar água.

ESSE É O MOMENTO MAIS IMPOR-TANTE DA PROVA PARA MANTER SEUS ESTOQUES CHEIOS. VOCÊ TEM QUE ATINGIR DE 50 A 60g DE CARBOIDRATOS POR HORA DE PEDAL. APROXIMADAMENTE ENTRE 300 E 400 KCAL POR HORALembre-se que durante a corrida é mais difícil ingerir e mastigar alimentos, portanto durante o ciclismo prefira alimentos sólidos deixando os géis de carboidrato para a etapa da corrida.

O ideal é manter o que vem sendo feito nos treinos. No início da prova o corpo aceita melhor os sanduíches,

batatas e biscoitos simples.

A maneira mais fácil de atingir as quantidades de car-boidratos é usar a bebida esportiva associada a um alimento sólido durante todo o percurso. Mas NÃO SE ESQUEÇA DA ÁGUA! QUANTO MAIS ALIMENTOS IN-GERIR, MAIS ÁGUA VAI PRECISAR!

Não se esqueça do sódio para evitar desidratação. Fique atento aos rótulos dos produtos (dê preferência aos que têm maior teor de sódio) e consuma também alimen-tos salgados. Você pode levar sal puro (aquelas saches individuais) e consumir com água ou usar cápsulas de sal. Mas preste atenção ao que está sendo consumido, pois a soma dos isotônicos + sal + alimentos salgados , devem ficar na faixa ideal que é de 500mg à 800mg de sódio por litro de água.

Quanto aos alimentos com alto teor de proteínas (como barra energéticas) é melhor ingerir após 4 horas de prova para que haja uma absorção mais rápida, com melhor aproveitamento e auxiliem também na capta-ção de glicose para o músculo. O Ironman é uma prova em que você não deve priorizar as proteínas, mas sim os carboidratos. O ideal é consumir em uma proporção 4/1 (4g de carboidrato para 1 grama de proteína), tendo assim uma absorção mais rápida e um aproveitamento maior para o fornecimento de glicose sem deixar de preservar o glicogênio muscular.

CORRIDA:

DICA: NÃO DEIXE PARA PENSAR NESSA LOGÍS-TICA UM DIA ANTES DA PROVA! PROGRAME-SE E PENSE NISSO TUDO COM ANTECEDÊNCIA!!

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Aproveite todas as águas e bebidas esportivas do per-curso.

O gel deve ser SEMPRE ingerido com água para evitar enjôos, náuseas e mal estar.

Tenha como meta entre 560 à 900 ml de água por hora e de 40 à 60g de carboidrato por hora.

Numa situação de sede extrema, prefira a água e de-pois outro tipo de bebidas com alguma mistura. Preste atenção na perda de sódio pela sua roupa. Se estiver muito esbranquiçada ingira sal.

Se durante a corrida sentir sinais de tontura, ânsia de vômito e fraqueza generalizada é sinal que se desidra-tou e/ou está com a taxa de açúcar muito baixa: hipo-glicemia. Neste caso, bebidas com alta concentração de açúcar, como os refrigerantes, poderão conduzir esse açúcar no sangue mais rapidamente.

Uma dica prática são aquelas mini garrafinhas para colocar gel de carboidrato. Ali dentro você conse- gue colocar até três géis e ainda colocar um pouco de água. A vantagem é que você não precisa tomar o sachê inteiro de uma vez, pode tomar aos pouquin-hos ao longo da hora. Ficando assim, mais fácil o seu organismos absorver e evitar algum possível mal estar. SÓ NÃO SE ESQUEÇA DE TOMAR.

Muitos atletas colocam o relógio para despertar a cada 40 minutos. Uma boa idéia, visto que durante a prova tudo acontece tão rápido e que às vezes alguns atletas acabam esquecendo de alimentar-se.MT

Yana Glaser éNutricionista etriatleta há 10 anos.

Alimento Carboidrato (g)

Sport Drink ®(2 medidas) 64

Glicodry ®(2 medidas) 54

Endurox R4® (2 medidas) 52

Maltodextrina (4 colheres de sopa) 48

Accelerade ®(2 medidas) 42

Batata pequena 36

Banana seca (2 unidades) 32

5 biscoitos de água e gergelim 30

Banana seca (2 unidades) 32

GU ® gel 25

2 fatias de pão de forma (de leite) 24,5

Hammer® gel 23

Gligogel ®(Nutrilatina) 22

Nutry banana diet® 21

Exceed ® 20

Carb up® 20

VO2 ®gel 19

Nature Valley ®frutas vermelhas 18,4

Club Social® 17g

5 bolachas Maizena® 16,8

5 biscoitos cream cracker 16,8

Goiabinha da Bauduco® 16

1 colher de sopa de geleia 13,55

1 colher de sopa de mel 11,7

Bisnaguinha 11,5

Banana prata média 9,12

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16 MundoTRI.com [abril 2011]

www.sesc.com.br

Circuito Nacional

Foi dada a largadapara mais uma etapa do SESC Triathlon Circuito Nacional. Desta vez, atletas amadores e pro�ssionais vão testar seus limites, na capital federal. Anote na sua agenda.

Inscrições abertas de 19 de abril a 16 de maio pelo site www.sescdf.com.brPróxima etapa Brasília, dia 22 de maio

foto E

rik Isa

kson -

Getty

Imag

es

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www.sesc.com.br

Circuito Nacional

Foi dada a largadapara mais uma etapa do SESC Triathlon Circuito Nacional. Desta vez, atletas amadores e pro�ssionais vão testar seus limites, na capital federal. Anote na sua agenda.

Inscrições abertas de 19 de abril a 16 de maio pelo site www.sescdf.com.brPróxima etapa Brasília, dia 22 de maio

foto E

rik Isa

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Getty

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Saúde da Mulher Atleta

A prática de atividades físicas e de es-portes em geral sempre foi contem-plada pelos humanos de ambos os sexos. Mas houve um período em que

as mulheres foram praticamente afastadas dos esportes com alegação de que elas não teriam condições físicas e fisiológicas para tal, além de deixá-las com o corpo masculinizado.

Com isso, eram poucas e raras as aparições das mulheres nas competições ou nos ambientes da prática de atividades físicas, o que perdurou até o fim do século XIX e início do século XX.

Algumas mulheres foram fundamentais para a inclusão feminina nas competições esportivas e, em especial, nas olimpíadas. Uma das figu-ras mais importantes para esse processo foi à francesa Alice Melliat, que através da Federação Esportiva Feminina Internacional, reivindicou junto ao Comitê Olímpico Internacional, prin-cipalmente, a entrada efetiva das mulheres nas competições de atletismo e de outras modali-dades nos Jogos Olímpicos.

No Brasil, o processo de exclusão das mulheres

A vida após o esporte

seguiu o mesmo padrão internacional, inclusive com os mes-mos discursos e teve em Maria Lenk um ícone na representa-ção feminina nos esporte e nas atividades físicas.

A participação das mulheres no esporte adquiriram importân-cia crescente nas últimas décadas. O número de mulheres atle-tas e praticantes de atividade física têm aumentado conside-ravelmente, e há trabalhos que indicam um crescimento de 600% na participação feminina em esportes, perfazendo um total de mais de 1,9 milhão de mulheres ativas fisicamente.

Apesar da idéia de saúde vinculada aos esportes, a prática intensiva e precoce de atividade física pela menina adoles-

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18 MundoTRI.com [abril 2011]

cente e mulher jovem pode trazer conseqüências graves à saúde das mesmas. Desordem alimenta-res, amenorréia (ciclos menstruais diminuídos ou ausentes) e osteoporose (redução de massa óssea corpórea) formam o que denominamos Tríade da Mulher Atleta.

Este termo foi oficializado em 1992, quando o Colégio Americano de Medicina Esportiva reuniu diversos especialistas da área e publicou o resulta-do daquela conferência. Ainda pouco esclarecida, a desordem alimentar encontrada nesta síndrome se refere a um espectro de padrões alterados de alimentação, desde uma simples restrição calórica até formas graves de anorexia nervosa e bulimia.

A população de atletas mais propensa a desen-volvê-la inclui o grupo das bailarinas e das corre-doras de longa distância, geralmente obceca-das por magreza e muito cobradas por parte de treinadores, patrocinadores e mídia especializada. Segundo alguns autores, aproximadamente 25% das mulheres anoréxicas são atletas de elite.

No passado, a disfunção menstrual observada em atletas de alta performance era associada ao alto nível de atividade física. Durante muito tempo isto não despertou o interesse dos pesquisadores, pois achavam que com a diminuição da intensidade dos treinamentos, a ciclicidade menstrual voltaria ao normal sem prejudicar a saúde da atleta. Porém, alguns autores observaram que a densidade mi-neral óssea em atletas amenorréicas era significati-vamente menor quando comparada a atletas com ciclos menstruais regulares. Após estes estudos, o conceito de fenômeno benigno da amenorréia em atletas de ponta foi revisto, e esta condição pas-sou a ser encarada como uma causa prematura e importante de perda óssea.

A amenorréia da mulher atleta é consensualmente reconhecida na literatura científica atual como um fenômeno de causa hormonal. A secreção pulsátil do hormônio hipotalâmico (secretado pelo hipo-tálamo, glândula presente em nosso cérebro que regula diversas funções hormonais), que promove a liberação dos hormônios estimuladores dos ovários, está alterada, o que resulta na produção diminuída dos esteróides ovarianos estrógeno e progesterona, hormônios responsáveis pela regu-lação e modulação dos ciclos menstruais femini-nos.

A redução na secreção de estrógeno ocasionada pela amenorréia hipotalâmica desta síndrome é responsável pelo desenvolvimento de osteo-porose prematura com consequências a curto e longo prazos. Em curto prazo, estas atletas têm apresentado um alto índice de lesões, em decor-rência tanto do comprometimento estrutural da microarquitetura do osso como da redução de massa óssea corporal, particularmente fraturas de estresse. Em longo prazo, aquelas que se tornam portadoras de osteoporose desenvolvem um risco aumentado de fraturas com conseqüências poten-cialmente graves, embora ainda jovens.

O principal objetivo no tratamento de atletas por-tadoras de alterações alimentares e amenorréia é restaurar seu equilíbrio hormonal. A atividade física deve ser prontamente reduzida em 10 a 20% do volume/intensidade/freqüência prévios, e o ganho de peso deve ser adquirido com dietas que ofereçam acima de 2.500 calorias, medidas que geralmente resultam no retorno espontâneo de menstruação.

Nos casos em que isso não ocorre, a reposição hormonal passa a ser preconizada para evitar a perda óssea precoce. Essa reposição se dá através de reposição estrogênica da mesma forma que é realizada em mulheres menopausadas, ou quando necessário, da administração de anticoncepcionais orais com altas taxas de estrógeno para aumentar de forma significativa a massa óssea destas atle-tas. A suplementação com cálcio deve ser feita em todas as portadoras da Tríade da Mulher Atleta, utilizando 1.500 mg diários divididos em duas doses.

Além disso é essencial reduzir a pressão sobre as atletas e implantar, desde o início dos treinos, um acompanhamento e suporte psicológico adequa-do para prevenir e tratar as alterações da imagem corporal. MT

Priscilla Dutra, acadêmica do 12º periodo deMedicina e triatleta.

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MundoTRI.com [abril 2011] 19

Qual otamanhoideal para seu pedivela?

Felipe Campagnolla

Ainda existem muitas dúvidas sobre o tamanho do pedivela que cada um deve usar, mas vamos ajudá-los a identificar qual a melhor opção.

Para uma escolha correta é preciso conhecer um pou-co sobre marcas e modelos existentes. Dependendo do modelo em questão, a melhor opção pode ser inviabilizada pela indisponibilidade do produto. Os tamanhos mais encontrados no mercado são 170, 172,5 e 175mm, porém existem modelos que variam de 165 a 180mm com variação de 2,5mm, sendo as-sim, existem tamanhos e varrições suficientes para atender qualquer ciclista.

Cada modalidade requer uma atenção especial na escolha do pedivela, e é muito importante lembrar que MTB, ciclismo e triathlon possuem mecânicas de pedaladas distintas, podendo haver variação do

tamanho do pedivela de acordo com a modalidade mesmo sendo praticada pelo mesmo ciclista.

No MTB a escolha é um pouco mais fácil, pois a mo-dalidade exige maior torque no pedal e isso é pos-sível com um pedivela maior. O tamanho 175mm vai atender grande parte desse público, pois o tempo efetivamente pedalado é o menor dentre as modali-dades em questão e existe uma grande variação de cadência de acordo com o terreno ou trecho da pista a ser percorrido. O fator aerodinâmico pouco influi no desempenho, sendo a técnica de pedalada muito im-portante para melhoria dos resultados. O trabalho de força realizado na própria bicicleta também é bené-fico, principalmente em trechos de subida acentuada ou de explosão.

BIKE TECH

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20 MundoTRI.com [abril 2011]

Dentre as três modalidades, o ciclismo de estrada é a mais delicada para determinar a escolha correta do pedivela. Sua mecânica de pedalada pode variar di-ante de diferentes situações, podendo exigir torque e força em determinados trechos de serra ou uma cadência elevada e distribuição uniforme de força no ciclo de pedalada em trechos de planície ou em uma tentativa de fuga. Sendo assim, é necessário ter conhecimento sobre suas características de pe-dalada, pois serão importantes na escolha adequa-da de seu pedivela. Outro fator relevante é a grande variação de cassetes disponíveis no mercado, po-dendo influenciar nas suas características habituais. Lembre-se que o pedivela deverá lhe atender em todas as situações, não podendo ser analisado so-mente um item para determinar sua escolha.

O Triathlon vive uma mudança recente de con-ceitos, onde os pedivelas utilizados nas bicicletas atuais são um pouco menores e essa mudança faz sentido, principalmente em provas de longa dis-tância. Nesse caso, o tempo pedalado é grande e pequenos detalhes podem lhe render alguns se-gundos ou até minutos. Uma pedalada estável e constante é o que se busca no triathlon, não existe necessidade de grande geração de torque, mas sim

uma aplicação uniforme de força durante o ciclo de pedalada, preservando seus músculos para a etapa de corrida. Um pedivela menor facilita a manuten-ção da cadência, retomadas de velocidade e per-mite a utilização de um selim um pouco mais alto, gerando um pequeno ganho aerodinâmico sem modificar a mecânica de pedalada. Uma pedalada estável é muito importante, assim como a escolha do cassete a ser utilizado para permitir que a esta-bilidade se mantenha. Para auxiliar na sua escolha, é importante também uma análise prévia do trecho de ciclismo.

O auxilio de um bike fit e de um profissional que identifique suas características de pedalada e lhe auxilie na escolha correta do pedivela é de extrema importância para melhoria de seus resultados. MT

Felipe “PIPO” Campagnolla é Diretor da Vélotech e habilita-do Retul bike fit

“O Triathlon vive uma mu-dança recente de conceitos, onde os pedivelas utiliza-dos nas bicicletas atuais são um pouco menores e essa mudança faz sentido, principalmente em provas de longa distancia onde o tempo pedalado é grande e pequenos detalhes po-dem lhe render alguns se-gundos ou até minutos.”

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ISSO É EXTREMEGP Triathlon aterrisou em São Paulo com um formato único no Brasil: 1000m/100km/10km

Fotos por Wagner Araújo

CAPA

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São Carlos/SP recebeu no dia 03 de abril a primeira edição do GP Extreme, no formato in-édito no Brasil de 1000m de natação, 100km de ciclismo em um percurso desafiador e 10km de corrida. Outra característica exclusiva da prova é o formato contra-relógio para a elite, com um atleta largando a cada um minuto.

Os vencedores foram Santiago Ascenço e Ari-ane Monticeli. Santiago fez o melhor pedal da prova, superando até mesmo Oscar Galin-dez, e garantiu sua vitória na corrida. Já Ariane se manteve à fren-te durante toda a disputa, confirmando que está no rumo certo ao Iron-man Brasil 2011. A decisão ocorreu mesmo no ciclismo, que representava a maior porção da prova.

A segunda colocação, entre os homens, ficou com o argentino radicado em Santos, Oscar Galindez, seguido de Adriano Sacchetto, Ivan Albano e Chicão Ferreira. No feminino, Sandra Soldan conquistou o segundo melhor tempo,

seguida de Sílvia Fusco, Ana Lídia Borba e Carol Furriela.

A prova mostrou ainda que o parque Eco-Es-portivo Damha é um local excelente para dispu-tas de Triathlon, com todas as condições para um grande evento, condições as quais a orga-nização soube aproveitar. O duro percurso do ciclismo reduziu o problema de vácuo e deixou tudo mais justo. Assim como as provas do GP disputadas em Balneário Camboriú, a organiza-ção da SB5 eventos foi impecável. Uma boa notícia, dada logo após a prova, é que a edição de 2012 já está confirmada.

Mais de 300 amadores também fizeram a fes-ta em São Carlos, alguns deles em preparação para o Ironman Brasil 2011. Os primeiros colo-cados foram Sebastian Castellano e Ana Oliva. O primeiro amador a cruzar a linha foi Ciro Vio-lin, mas o atleta foi penalizado por trocar a roda no ciclismo.

Ariane combinou

o melhor pedal

com a 2ª melhor

corrida para

chegar à vitória

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Com um pedal arrasador, Santiago Ascenço foi o primeiro campeão do GP Extreme.

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GP Damha TriathlonNo sábado, véspera do GP Extreme, foi disputa-do o GP Damha Triathlon, no fomato de 750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida. A prova aconteceu no mesmo local, com a elite também largando em formato de contra-reló-gio.

Adriano Sacchetto foi o vencedor no masculino e Carol Furriela a vencedora no feminino. San-tiago Ascenço terminou na 2ª colocação, com Chicão em 3º, Marcos Ornellas em 4º e jovem Edvânio Pereira completando o pódio. No femi-nino, o pódio foi completado com Carol Galvão (2ª), Luísa Duarte (3ª), Piscilla Rocha (4ª) e Bia Neres (5ª). MT

Carol Furriela (abaixo) e Adriano Saccheto (ao lado) - vencedores do GP Damha

Adriano Saccheto conquistou

a vitória no GP Damha

Com uma

grande

corrida, Carol

faturou o GP

Damha

Chicão fez mais uma grande

prova

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Equipe do SESI São Paulo

Chicão fez mais uma grande

prova

O lendário Mar-cus Ornellas no

pedal

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Luís Otávio Duarte, o LODD,

melhor pedal amador

Daniela Cicarelli participou do GP

Extreme

Ivan Albano com “sangue nos

olhos”

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Sebastian Cas-tellano foi o 1º

amador

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Ana Oliva ven-ceu entre as amadoras

Galindez fez o 2º melhor pedal

Ana Lídia Borba, muito feliz com

o resultado

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Sílvia Fusco, com uma bike em-prestada, ficou

em 3º

Sandra Soldan terminou na 2ª

posição

Alegria e des-contração mar-caram a prova

Novo uniforme da equipeMundoTRI

Famílias reunidas

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Resultados - GP Extreme 03 de abril de 2011 - São Carlos / SP 1 km de natação / 100km de ciclismo / 10km corrida

Pos. NomeFeminino

Natação Ciclismo Corrida Total

1 Ariane Monticeli 0:15:17 2:49:55 0:37:42 3:42:54

2 Sandra Soldan 0:13:43 2:55:14 0:41:57 3:50:54

3 Silvia Helena Fusco 0:15:47 2:55:05 0:42:20 3:53:12

4 Ana Lídia Borba 0:14:48 2:55:55 0:42:36 3:53:19

5 Carolina Furriela 0:14:08 3:04:38 0:37:36 3:56:22

6 Carolina Galvao 0:13:11 3:01:16 0:42:05 3:56:32

7 Bruna Saglietti Mahn 0:15:11 3:00:59 0:44:00 4:00:10

8 Alessandra Carvalho 0:15:34 3:07:06 0:43:01 4:05:41

9 Aliane Cruz 0:15:42 3:20:19 0:48:30 4:24:31

Masculino

1 Santiago Ascenço 0:13:45 2:21:51 0:32:18 3:07:54

2 Oscar Galindez 0:14:01 2:23:27 0:33:28 3:10:56

3 Adriano Sacchetto 0:12:35 2:27:17 0:33:59 3:13:51

4 Ivan Albano 0:14:12 2:27:17 0:36:01 3:17:30

5 Chicão Ferreira 0:12:33 2:32:15 0:33:13 3:18:01

6 Marcus Ornellas 0:12:53 2:29:16 0:36:18 3:18:27

7 Felipe Manente 0:14:41 2:32:11 0:36:08 3:23:00

8 Antonio Manssur 0:13:41 2:41:33 0:34:45 3:29:59

9 Thiago Vinhal 0:13:28 2:47:41 0:30:38 3:31:47

Thiago Vinhal no pedal >

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O neozelandês que vai botar fogo na disputa do Ironman Brasil 2011

Por Wagner Araújo

Keegan Williams

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MundoTRI: Keegan, como você começou no Tri-athlon? Praticava algum outro esporte antes?

Keegan Williams: Eu fiz meu primeiro Triathlon quando estava no colegial e também fazia algumas provas de ciclismo. Minha paixão, no entanto, era o futebol, e eu realmente queria ser um jogador profis-sional quando adulto. Eu cresci fora do mundo do futebol e quando fui para a Universidade, fiquei mais interessado no Triathlon. Nesse período eu tive várias lesões que me atrapalharam muito. Depois da Facul-dade, enquanto trabalhava na Inglaterra, basicamente só surfava e viajava. Quando voltei à Nova Zelândia em 2006, comecei a correr de novo, dessa vez sem lesões. Assim, decidi competir em meu primeiro Iron-man, na Nova Zelândia, em 2007: fui o melhor ama-dor e o 10º lugar geral.

MundoTRI: Você já correu alguma prova com vácuo da International Triathlon Union (ITU)? Por quê?

Keegan Williams: Não, eu nunca corri provas com vácuo da ITU, pois quanto maior a prova melhor para mim. Uma prova da ITU é, definitivamente, muito pequena!

MundoTRI: Como você vê o Triathlon hoje em dia na Nova Zelândia? E no Mundo?

Keegan Williams: A Nova Zelândia tem alguns grandes triatletas em todas as distâncias, como Be-van Docherty, Cameron Brown, Andrea Hewitt, Ter-renzo… Isso torna o Triathlon bem competitivo no país, o que é muito bom para todos. À medida que os novos talentos têm alguns grandes ídolos para se espelharem, eles percebem o que é necessário para chegar ao topo.

MundoTRI: Em sua opinião, qual a contribuição das provas de Ironman para o crescimento do Triathlon no mundo?

Keegan Williams: A marca Ironman tem crescido muito como sinônimo de Triathlon, trazendo mais amadores para o esporte. Eu acho que o Ironman ainda pode fazer muito mais para atrair a atenção mundial para nosso esporte.

MundoTRI: E a ITU?

Keegan Williams: A ITU tem fornecido uma ótima estrutura para que os atletas possam competir em al-tíssimo nível por diversas provas durante a temporada em todo mundo, tornando bastante elevado o nível dos atletas em relação ao que tínhamos há 15 anos. Isso faz com que as provas da ITU se tornem muito mais emocionantes, o que é ótimo de se assistir. No entanto, seria interessante ver algumas provas da ITU com percursos de bike mais desafiadores, como nas

“A marca Ironman tem crescido muito como sinônimo de Triathlon, trazendo mais amadores para o esporte. Eu acho que o Ironman ainda pode fazer muito mais para atrair a atenção mundial para nosso es-porte.”

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Olimpíadas de Atenas, que permitiram provas mais jus-tas.

MundoTRI: O Ironman Brasil está em sua prepara-ção para Kona em 2011. Quais suas expectativas para essa prova e como ela é vista pelos atletas de outros países?

Keegan Williams: Na verdade, não planejo ir a Kona este ano. Vou competir na Challenge Roth, a maior prova na distância do Ironman da Europa, depois do Ironman Brasil. Cinco semanas depois embarco para o Challenge Copenhage, prova que fui 2º no ano pas-sado com 8h12. A Série Challenge é muito grande na Europa e também temos um evento na Nova Zelândia, o Challenge Wanaka, que pode ser considerado o Tri-athlon no circuito mais bonito do mundo.

MundoTRI: Você fez uma grande prova no Iron-man Nova Zelândia este ano. Por quê correr tan-tos Ironmans em um espaço de tempo tão peque-no?

Keegan Williams: Bem, na verdade é um espaço até grande para mim (risos). Em 2010 eu fiz 4 provas na distância de Ironman. Fui 4º no Ironman Nova Zelândia e 3º no Challenge Wanaka. Foram 5 semanas entre essas provas. Logo depois competi no Challenge Co-penhagen (2º lugar) e 4 semanas mais tarde no Rev3 Cedar Point (4º lugar). Eu gosto muito de competir e, uma vez que entro em forma, gosto de usar essa forma!

MundoTRI: Conte-nos um pouco sobre sua ex-periência no Team TBB. Você treinou com os brasileiros Reinaldo Colucci e Vinícius Santana?

Keegan Williams: Eu treinei muito pouco tempo com Reinaldo nas Filipinas. O técnico Brett Sutton foi muito bom me ensinando como treinar e me mostrando o que tinha que ser feito para melhorar meu desempenho. Eu aprendi que não há caminhos fáceis para chegar ao topo, apenas trabalho consistente e contínuo. E não não sinto falta do calor das Filipinas, nem um pouco!

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O Mundo não precisa de mais papel, mas você precisa de mais informação.

No PC, no iPad, no iPhone, no iPod Touch, no Android, no smartphone, enfim, onde você es-

tiver.

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MundoTRI: O que você espera encontrar no Bra-sil? E quem são os principais competidores na disputa?

Keegan Williams: Minha madrasta é brasileira, meu pai e ela vivem atualmente em Goiânia. Meu meio-irmão também vive lá. Eles estão trabalhando em fazendas, introduzindo o sistema neozelandês de fazendas de gados leiteiros. Meu irmão vai se casar com uma brasileira na semana anterior ao Ironman Brasil, pena que não haverá muita festa para mim! Eu estou ansioso para visitá-los pela primeira vez e conhecer como é m casamento no Brasil (dizem que as festas são ótimas).

Quanto à prova, e não vi o start list ainda, mas sei que os melhores triatletas da América do Sul estarão lá, então tenho certeza que será uma prova muito disputada.

MundoTRI: Como é sua semana típica de trei-no?

Keegan Williams: Costumo nadar de 4 a 5 vezes entre 3 km e 5 km; pedalar de 4 a 7 vezes, entre

1 hora e 5 horas em cada treino; e correr de 4 a 5 vezes, entre 30 minutos e 3 horas.

MundoTRI: Quais disciplinas você considera que são suas fraquezas e forças?

Keegan Williams: Minha corrida é minha grande força. Corri a maratona do Challenge Copenhagen em 2h46min no ano passado. Minha natação é meu ponto mais fraco, mas eu sempre estou tentando melhorar todas as três disciplinas durante o treina-mento.

MundoTRI: Você tem um técnico? Quem? Como é sua filosofia de treinamento?

Keegan Williams: Eu me treino atualmente, mas meu treinamento é altamente influenciado por Brett Sutton e Arthur Lydiard. Você pode conferir meu portal de treinamento no www.vo2coach.com. Eu acredito que desenvolver a força é a chave no Triath-lon e muitos treinadores se esquecem disso. Não a força via musculação, mas a força em treinos especí-ficos do esporte.

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MundoTRI: Você acha que o doping ainda as-sombra os atletas profissionais do Triathlon pelo mundo?

Keegan Williams: Eu acho que o doping é um pro-blema em qualquer esporte profissional, o que é uma pena! Na Nova Zelândia nós temos controles nas grandes competições e controles fora de competição, mas ainda há muito que fazer. Por exemplo, deveria haver testes de sangue nas provas, não somente de urina.

MundoTRI: Qual material você utiliza hoje? Bike, wetsuits, tênis...

Keegan Williams: Eu tenho sorte de ter os melhores materiais que existem no Mercado:

- Relógio Timex;

- Bike Orbea Ordu com grupo e rodas Shimano;

- Wetsuit Orca 3.8;

- Vestuário da Sugoi;

- Tênis Saucony Kinvara.

MundoTRI: Keegan, por fim, pode deixar uma mensagem para nossos leitores que correrão no Ironman Brasil pela primeira vez?

Keegan Williams: Primeiramente, muito obrigado pela entrevista. Eu espero encontrar alguns de vocês no Ironman Brasil. Lembrem-se, se for sua primeira prova, de curtir o dia e avançar um passo de cada vez! MT

“O técnico Brett Sutton foi muito bom me ensinando como trei-nar e me mostrando o que tin-ha que ser feito para melhorar meu desempenho. Eu aprendi que não há caminhos fáceis para chegar ao topo, apenas trabalho consistente e contínuo.”

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> Carboidratos a la mineira - parte 1

> VO2 Máx: qual a importância para o sucesso no Triathlon?

OCIÊNCIA DO

TRIATHLON

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OCIÊNCIA DO TRIATHLON

Carboidratos a la mineira -

parte 1Por Camila Nassif

Os efeitos da ingestão de carboidratos durante o exer-cício têm ocorrido desde o início da década de 70, onde profissionais do esporte começaram a questionar os possíveis efeitos da desidratação no desempenho físico. Após me afastar temporariamente da rotina tri-atlética e me dedicar inteiramente à carreira acadêmi-ca, estou retomando meu envolvimento, tanto na prática quanto na teoria, com o objetivo de contribuir cada vez mais para o desenvolvimento desse esporte.

As recomendações e os objetivos da ingestão de car-boidratos antes e após os treinos e competições pos-suem evidências claras do seu papel na capacidade do indivíduo de acumular energia para o exercício como também auxiliar na fase de recuperação pós exercício. Muitos estudos científicos podem ser encontrados dis-cutindo os efeitos da ingestão de carboidratos durante o exercício apesar das inúmeras controvérsias ainda existentes sobre seus efeitos. Ingestão de carboidra-tos, ou seja, bebidas esportivas, bananas, barrinhas, gel entre outros, além de manter os níveis de energia durante o exercício, até que ponto exerce um efeito positivo no desempenho final?

Carboidratos a la Mineira foi o nome dado a sequên-cia de estudos realizados pela Universidade Federal de Minas Gerais com colaboração de atletas mineiros na linha de pesquisa desenvolvida nesta instituição co-nhecida como “Carboidrato e Fadiga”, orientada pelo Prof. Dr. Emerson Silami Garcia. O primeiro estudo de-senvolvido teve um toque cearense, ja que a linha de pesquisa se iniciou com um aluno que desejava pes-quisar o efeito da água de coco no desempenho de longa duração. Este estudo teve algumas limitações e acabou não sendo publicado.

O Segundo estudo a la Mineira contou com a partici-pação de atletas mineiros para determinar se o uso de bebidas carboidratadas contribuiriam para o desem-penho do sprint ao final de uma competição. Neste estudo, atletas pedalaram durante 90 minutos em um ambiente quente e depois realizaram um sprint de 30 segundos, similar às provas de ciclismo como o Tour de France, avaliando a potência produzida durante o sprint. Esse estudo mostrou que a ingestão de car-boidratos durante o exercício não exerceu uma melho-ra no desempenho do sprint na reta final de chegada, ou seja, ingerir carboidratos durante o exercício não

melhorou a produção de potência durante o sprint fi-nal.

A alimentação durante o treinamento e competições possui um papel importantíssimo no sentido de per-mitir que o atleta desenvolva o seu melhor desem-penho, mas até que ponto esse é o fator principal? Deve-se considerar que fatores fisiológicos, ambien-tais, biomecânicos e psicológicos, assim como o nu-tricional, podem afetar o desempenho do atleta. Ate que ponto o uso de bebidas esportivas poderá influen-ciar seu desempenho?

Se considerarmos as horas de dedicação aos treinos, o sono como principal meio de recuperação fisica e a ali-mentação balanceada como fatores nos quais o atleta tem total controle de decisão, e a interação desses fa-tores na determinação do desempenho, ate que ponto a ingestão de carboidratos durante uma competição será o fator que determinará o desempenho?

Não podemos deixar de reconhecer o papel importante da ingestão de carboidratos durante o exercício com o objetivo de manter os níveis de glicose no sangue. Isso irá proteger o individuo de interromper o exercí-cio devido o aparecimento da hipoglicemia, baixa de glicose no sangue, o que pode facilmente ocorrer nas longas provas de Triathlon.

Se a ingestão de carboidratos não influenciou a ca-pacidade do atleta produzir potência num sprint final, quais fatores poderiam influenciar esses resultados?

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UPor que tantas controvérsias em relação aos estudos que tentam avaliar o benefício da ingestão de car-boidratos durante o exercício? Quais as razões pelas quais alguns estudos mostram melhora no desempenho e outros não? Como fica então a questão psicológica na ingestão de carboidratos durante as competições?

Aguarde nosso Carboidratos à la Mineira 2! MT

_______________

Camila Nassif, PhD.Doutora pela Charles Sturt University, AustraliaMestre em Ciencias do Esporte pela UFMG, BrasilProfessora de Fisiologia do Exercício, Waikato Institute Technology, New ZealandContato: [email protected]

REFERÊNCIAS UTILIZADAS PELA AUTORA

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Gomes, T. M. (1999). Estudo dos efeitos da ingestão de água ou solução carboidratada e eletrolítica durante a atividade física prolongada realizada em ambientes termoneutro ou quente e úmido. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil.

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CIÊNCIA DO TRIATHLON

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U VO2 Máx: qual a importância

para osucesso no Triathlon?

Por Lucas Helal e Roberto Lemos

Um dos componentes mais discutidos para desem-penho em atividades aeróbicas é o consumo máximo de oxigênio – VO2máx, que pode ser definido como o valor máximo de oxigênio captado, transportado e uti-lizado pelo corpo para a geração de energia – usual-mente também definido por capacidade aeróbica. Quando falamos em capacidade, podemos entender a disponibilidade total de energia a ser convertida em trabalho.

Sugere-se que o sucesso em esportes como o triathlon, corridas de fundo e meio-fundo, ciclismo, natação, es-qui, remo etc. têm relação com os valores de VO2máx encontrados. Para que possamos discutir sobre a sua importância no triathlon, as características de cada modalidade e do formato da prova de triathlon em questão devem ser consideradas, pois diferem consi-deravelmente em suas particularidades. O formato da ITU - que é uma prova olímpica com vácuo liberado no ciclismo - ou uma prova de Fast Triathlon, com ba-terias curtas, reservam características completamente diferentes do que uma prova de Ironman.

Do ponto de vista da produção de energia, quanto mais próximo do VO2máx for o esforço, maior é a de-pendência deste valor para obter-se bons resultados. Deve-se considerar que para atingir o consumo máxi-mo de oxigênio não são necessários esforços máximos que levem à exaustão. Quanto maior for a quantidade de músculos envolvidos, maiores são também os va-lores absolutos de VO2máx para medir o custo ener-gético do movimento. Com esses dados, já podemos caracterizar diferenças em relação à natação, o ciclis-mo e a corrida.

Numa escala crescente, os maiores valores de VO2máx encontrados em atletas de elite das três modalidades (sexo masculino) se ordenam da natação – 62 a 65 ml/kg/min, passando pelo ciclismo – 73 a 78 ml/kg/min e depois para a corrida – acima de 78 ml/kg/min. Isso se explica, em parte, pela contribuição de outros as-pectos fisiológicos em cada modalidade, como força e seus vários tipos (máxima, dinâmica, pura, resistência de força), potência, flexibilidade, assim como diferen-ças na eficiência do movimento, resistência ao meio (ar, água) e o gesto técnico em si.

Entretanto, o triathlon é a soma das três modalidades, e, na situação de prova, o corpo fica submetido, em

CIÊNCIA DO TRIATHLON

geral, a esforços que superam os 50 minutos. Al-guns aspectos táticos também são consideráveis – por exemplo, as provas do formato da ITU podem criar cenários tendenciosos para atletas com altos valores de VO2máx, por possuir muitos momentos decisivos em que o atleta se encontra próximo do seu VO2máx nas três etapas, em comparação a um Ironman por exemplo.

Em provas de longa distância, considera-se que a contribuição de muitos outros fatores possa ter o peso semelhante de alguns índices fisiológicos, tais como capacidade nutricional, execução, atitude mental e, principalmente, dois aspectos básicos da carga – a intensidade e a duração. Na prova de Iron-man, que têm durado em torno de 8h à 17h, a prin-cipal fonte de energia utilizada é a gordura, já que os estoques de carboidrato não podem suprir a de-manda de tempo, moldando assim um perfil de atle-tas que precisam ser muito econômicos e eficientes nas três modalidades.

Ainda, devemos considerar que a natação, por ser a primeira etapa de prova é realizada usualmente

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entre 48min e 1h20, pode ser realizada numa inten-sidade relativa do esforço maior, com maior partici-pação da via dos carboidratos em relação à duração total da prova.

Para a etapa do ciclismo – 180km de contra-relógio, atletas com boa endurance muscular, dependem também do componente força e potência, e da boa capacidade de ingerir calorias e líquidos compatíveis com a intensidade de esforço pretendida - vale ressal-tar também a importância do aspecto aerodinâmico para pedalar em velocidades maiores e também para fazer uma corrida mais econômica.

Atletas de elite experientes conseguem realizar um Ironman por volta de 70 a 75% do VO2máx, que é próximo de 80 a 85% da freqüência cardíaca máxi-ma. Mesmo os atletas de olímpico ou de provas mais curtas, durante a prova, encontra-se normalmente distantes da sua velocidade de VO2máx. Em inten-sidades submáximas, que é o caso de praticamente

todos os formatos de triathlon usuais, a condição de prova parece ter forte correlação com o limiar ana-eróbico e com a capacidade de trabalho na zona aeróbica.

O limiar anaeróbico, ou máximo estado estável, é uma faixa de intensidade onde a demanda de ener-gia ainda pode ser suprida, de forma equilibrada e linear, pelo metabolismo aeróbico e sem acúmulo de lactato. O consumo de oxigênio nessa faixa (VO2li-miar) parece ser um dado extremamente importante para qualquer triatleta.

Em termos gerais e não-específicos, a condição aeróbica de um triatleta de elite de provas olímpicas, por exemplo, se assemelha muito com o de mara-tonistas de elite, pois o tempo total de prova e a ve-locidade de corrida se aproximam bastante, guardan-do mais diferenças para as solicitações musculares, e para a dinâmica da prova. O valor médio de VO2máx para maratonistas de elite do sexo masculino é em

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REFERÊNCIAS UTILIZADAS PELOS AUTORES

ASTRAND, P.O. Tratado de Fisiologia do Trabalho. 4ª. Edição, Ed. Artmed, 2006.

DENADAI, B. S. Limiar Anaeróbico – Considerações Fisiológicas e Metodológicas. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. 1995.

MAUGHAN, R.; GREENHAFF, P.; GLEESON, M. Bio-química do Exercício e do Treinamento. Ed. Manole, 2003.

SLEIVERT, G.G. ROWLAND, D.S. Physical and Physio-logical factors associated with triathlon success. Sports Med, 1996.

TANAKA, K. MATSUURA, Y. Marathon performance, anaerobic threshold, and onset of blood lactate accu-mulation. Journal of Applied Physiology, 1983.

CIÊNCIA DO TRIATHLON

torno dos 80 ml/kg/min, e para os triatletas por volta dos 65 a 70 ml/kg/min. Existem relatos de desempe-nhos abaixo das 2h20 em provas de maratona em atletas com VO2máx inferior a 70 ml/kg/min, mas com um alto consumo de oxigênio no limiar; evidencia-se a relação entre o desempenho em zona aeróbica (abaixo do limiar) e o limiar anaeróbico.

Em síntese, tanto para triatletas de curta como para de longas distâncias, a dependência de altos valores absolutos de VO2 no limiar parece ser mais importante que o VO2 máximo. Os triatletas de curta distância e de provas com vácuo podem necessitar de um valor de VO2máx maior em relação aos triatletas de longa distância, por situações específicas na prova. Ainda as-sim, para o desempenho em esportes de predominân-cia aeróbica em geral, tem se fortalecido a correlação entre o limiar anaeróbico e o desempenho. Um atleta com mais capacidade de captar e utilizar oxigênio em seu limiar anaeróbico pode suportar uma intensidade maior de esforço e terá uma velocidade maior para o mesmo espaço de tempo. Provas que estão mais próxi-mas do tempo para se atingir o VO2máx (de 5 a 8 minutos) podem depender mais de altos valores abso-lutos, como os 3.000m com obstáculos do atletismo, 800m na natação, provas de pista de ciclismo ou ba-terias de um fast triathlon.

Alguns autores relatam aumentos de até 20% no VO2máx com o treinamento aeróbico, porém, o seu teto é definido principalmente pela carga genética do atleta. O limiar anaeróbico possui maior treinabilidade e menor dependência do componente genético. Para o sexo feminino, a abordagem é a mesma, com a dife-rença que as mulheres em geral possuem valores ab-solutos de VO2máx e VO2limiar menores do que os homens, principalmente pelas diferenças anatômicas que possuem.

Por fim, podemos concluir que valores elevados de VO2máx certamente caracterizam um atleta potencial, já que pode ser entendido como o teto máximo, po-dendo ser útil, juntamente com outros parâmetros a serem analisados, para detecção de talentos e seleção de futuros atletas. Porém em termos de capacidade aeróbica, o triathlon em geral depende mais de uma boa eficiência submáxima do que de valores extremos de VO2máx, do olímpico ao Ironman. MT

Lucas Helal é triatleta, estudante do último ano do curso de Bacharelado em Educação Física e membro-pesquisador do Núcleo de Pesquisa em Gestão do Es-porte-NUPEGE, com ênfase nas áreas de Fisiologia e Bioquímica do Exercício e Cineantropometria.

Roberto Lemos, treinador e proprietário da Ironmind Assessoria Esportiva em Florianópolis-SC, triatleta, e Mestre em Ciências do Movimento Humano-UDESC.

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Chicão Ferreira venceu e que-brou o recorde da prova no Paraná

Fotos por Eduardo Rosa

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Sílvia Fusco fez a melhor corrida do dia para vencer a prova feminina

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O dia começou nublado e chuvoso na praia mansa em Caiobá, para a disputa do Triathlon Long Dis-tance, organizado pela Cia. De Eventos. Mais de 500 atletas se alinharam na areia para a largada do de-safio de 1,9km de natação, 84km de ciclismo e 21km de corrida.

Entre as mulheres, Vanessa Cabrini foi a primeira a sair da água em Caiobá, seguida de Sílvia Fusco. Síl-via assumiu a liderança na primeira volta de ciclismo. Com um bom ritmo no pedal, Sílvia conseguiu se dis-tanciar de Vanessa. A grande surpresa do pedal, e da prova, foi a amadora Lívia Bustamente, que liderou a disputa no geral por muito tempo, até que Sílvinha a alcançou na corrida. Como sempre, Fusco fez uma grande corrida, não dando chance para as adversárias reagiarem. Lívia acabou com uma excelente segunda colocação geral. Em segundo na elite e terceira geral veio Vanessa Cabrini, seguida de Talita Saab.

Na prova masculina, como era esperado, Chicão Fer-reira nadou o tempo inteiro na frente, com Manoc-chio em sua esteira. No meio da segunda volta,

Chicão apertou e abriu uma boa vantagem sobre o paranaense.

Na T1, Chicão foi o primeiro a montar na bike, já imprimindo um ritmo alucinante. Em pouco tempo Chicão conseguiu abrir de seus adversários, pas-sando a primeira das duas voltas de 42km com 1:30 de vantagem sobre Manocchio, Balman e Fe-lipe Guedes. Balman e Guedes sentiram no km 60 e Manocchio assumiu a segunda colocação isolada. Chicão continuava esmagando os pedais e abrindo a cada quilômetro. Segundo o atleta, “a ida estava com vento a favor e, como estava empolgado com a bike nova, procurei fazer o máximo de força para ga-rantir uma folga para corrida, pois sei que o Manac-chio é um grande corredor.”

Ao final dos 84km de ciclismo, Chicão tinha pouco mais de 3 minutos de vantagem sobre Manocchio.

Na corrida, Guilherme Manocchio fez uma primeira volta muito forte, correndo próximo da marca de 3 minutos por quilômetro, o que fez a diferença para

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Chicão cair em 20 segundos. Na segunda volta de 7km, Manocchio continuou apertando e conseguiu diminuir a diferença para pouco mais de 2 minutos. Na perna final, contudo, Manocchio não conseguiu sustentar o ritmo e Chicão aproveitou para apertar o passo e fazer a diferença voltar para a casa de 3 minutos, vencendo de ponta a ponta o Triathlon Long Distance Caiobá.

“Fui para Caiobá para fazer uma prova forte na natação e no pedal para sentir como estavam meus treinos para o Ironman Brasil 2011. Senti muito bem no pedal, não tive nenhum tipo de dor e, quan-do coloquei o pé no chão, per-

cebi que poderia correr forte também. Segurei um pouco na primeira volta, pois sa-bia que os que vinham atrás teriam que sair muito forte e talvez pagariam o preço de-pois. Com isso, consegui cor-rer as três voltas com o mes-mo tempo e fechar acima das expectativas iniciais”,disse Chicão, que também quebrou o recorde da prova em pouco mais de dois minutos, fechando em 3h36’. MT

Muitos problemas com vácuo na prova.

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A amadora Lívia Busta-mante fez bonito e ficou no 2º lugar geral

Pos. Atleta Natação Ciclismo Corrida Total

MASCULINO

1 Chicão Ferreira 00:23:28 01:59:57 01:12:45 03:36:08

2 Guilherme Manocchio 00:23:52 02:02:45 01:12:22 03:38:59

3 Alexandre Gomes 00:25:39 02:02:22 01:18:14 03:46:14

4 Felipe Guedes 00:25:35 02:01:57 01:24:47 03:52:19

5 Rodrigo Pereira

FEMININO

00:28:46 02:08:58 01:16:18 03:54:02

1 Silvia Helana Fusco 00:29:38 02:17:50 01:32:56 04:20:24

2 Vanessa Cabrini 00:26:54 02:22:16 01:43:22 04:32:32

3 Talita Saab 00:30:27 02:21:11 01:44:29 04:36:07

4 Mariana Martins 00:30:22 02:31:17 01:41:11 04:42:50

5 Rebeca Falconi 00:28:38 02:27:54 01:47:35 04:44:07

Resultados ELITE – Triathlon Long Distance CaiobáCaiobá – PR – 10 de abril de 20111,9km natação / 84km de ciclismo / 21km corrida

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Pódiofeminino

Pódiomasculino

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Manocchiono pedal

Rebeca Fal-coni estreou na Longa Distância

O editor do MundoTRI, Wagner Araújo, estava

na prova

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IRONMAN BRASILEvite erros na reta final

Por Vinícius Santana

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Existem diversas práticas realizadas nas semanas antes da prova, que podem acabar com o sonho de sua prova perfeita. Conheça os 6 erros mais comuns.

Erro 1) Descansar demais e muito cedo

O polimento, assim como a periodização do iron-man é algo muito único. Grande parte dos atle-tas adota a periodização tradicional, e começam a descansar cedo demais antes da prova. Mas de uma forma geral, para o ironman você não precisa estar no auge de sua velocidade ou forma, mas sim manter uma excelente endurance, e forma física. Por esse motivo, se você começar a descan-sar 1 mês antes da prova, vai chegar na linha de largada se sentindo descansado, mas com certeza vai pagar por isso na parte final da prova pela falta de endurance.

O polimento do ironman deve começar entre 1 e 2 semanas antes da prova. Dependendo da indi-vidualidade e histórico de treinos de cada atleta. Cuidado também para manter um certo volume, pois ao contrário das provas curtas, você não quer fazer treinos intensos na semana da prova, mas quer deixar seu corpo familiar com o sistema de energia utilizado no ritmo de prova.

Erro 2) Corpo desligado na semana da prova Mantenha-se ativo e relaxado! Quando você chegar na semana da prova, seu objetivo é descan-sar mas sem deixar seu sistema aeróbico e muscu-lar desligar. Faça treinos curtos e frequentes, 20 a 40 minutos com algumas acelerações em ritmo de prova para ativarem sua musculatura e manter sua técnica específica, mas nada muito longo ou muito forte que vá lhe tirar muita energia.

Evite fazer um descanso total no dia antes da pro-va. A melhor opção é fazer o day off, 2 dias antes da prova, e no dia anterior faça algo leve apenas

para acordar seu corpo, seja um giro de 20min, ou 2-3 treinos curtos de 10-15min, um em cada disciplina.

Erro 3) Fadiga mental, re-sultado da empolgação com o IronmanControle a empolgação pré-ironman. O “circo” do ironman é parte da prova, é a “disneylandia” dos triatletas. Mas isso não significa que você pre-cisa respirar ironman o dia inteiro na semana da prova.

Outra maneira de manter sua empolgação sobre controle é quando você tem algum familiar ou ami-go lhe acompanhando. Por mais que essa pessoa entenda e apoie seus objetivos, tenha certeza que conversar de qualquer coisa que não seja triathlon vai ser um alívio quando saírem para jantar. Isso também irá lhe economizar forças mentais para os últimos 10km da corrida, quando só o fato de correr, mesmo que devagar já exige uma enorme concentração, e só estando focado e mentalmente descansado, conseguirá fazer seu melhor.

Erro 4) Fadiga física na semana da provaPor quantas vezes, você se deitou na noite ante-rior a uma prova e pensou: “Minhas pernas estão cansadas, fiquei andando demais hoje!” – Mais uma vez, passear pela expo e conversar com os amigos é parte da prova, mas tenha bom senso e evite exageiros, principalmente se você estiver em busca de um recorde pessoal ou objetivos de clas-sificação em sua categoria.

Caso seja sua primeira prova, tire um dia, de pre-ferência na sexta, para andar pela feirinha, fazer suas compras, e se divertir com os amigos. Mas use o sábado para descanso e concentração. Já se você é um atleta experiente, eu recomendo chegar em Florianópolis o mais em cima possível da prova (ex: Sexta a tarde), e evite ficar hospedado perto da EXPO, dessa maneira você só vai lá uma vez para pegar seu kit, passe rápido pela EXPO apenas

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para dar aquela olhada, e volte para casa, voltando para a ironman city apenas no dia da prova.

Erro 5) Mudanças Radicais em sua dieta ou sonoSe você tem o hábito de se deitar, digamos à meia noite, é muito pouco provável que consiga dormir às nove da noite na véspera da prova. Vai ficar decepcio-nado, nervoso, e rolando na cama por horas. Para a maioria dos atletas, se conseguir administrar um bom polimento, com boas noites de sono na semana da prova, a noite anterior não tem tanto impacto em sua performance como parece.

A mesma dica vale para sua nutrição. Mantenha-a simples e rotineira. Trate a prova como um final de semana de treinos importantes. Se alimente com o mesmo café da manhã que ingere antes de seus trei-nos longos de ciclismo e o mesmo vale para o jantar na noite anterior. Mudanças bruscas no cardápio não terão um grande impacto em sua performance, mas elas podem lhe causar problemas. A famosa prática da super compensação, é algo que geralmente acon-tece de forma natural na semana da prova, pois com os volumes de treinos reduzidos, você acaba comen-do mais do que precisa, por isso evite os exageiros com alimentação na véspera da prova.

Outra prática também conhecida é evitar tomar café ou outros estimulantes algumas semanas antes da prova, para diminuir a tolerância à cafeína, e ter um melhor resultado quando voltar a ingerir o café no dia da prova. Essa é uma péssima idéia, pois caso você esteja acostumado a treinar com cafeína, seu desempenho vai cair, assim como sua confiança; o nível de fadiga irá subir e isso tudo resultará em um atleta questionando seu treinamento e atual forma física, afinal, Ironman também é confiança! O outro ponto negativo é estar acelerado demais na manhã da prova com o efeito dessa prática. O Ironman é uma prova longa, e você quer aumentar seu esforço à medida que a prova passa e não sair forte adrena-lizado, para pagar o preço no final da prova.

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Vinícius Santana é técnico da Ironguides, empresa que oferece soluções esportivas para atletas e praticantes de atividade física de todos os níveis, com treinamento online ou presencial, planilhas espefícas por eventos, training camps, curso para treinadores, programas de incentivo a promoção da saúde em empresas, e produtos para a saúde e o bem-estar que propiciam um estilo de vida saudável aos atletas.www.ironguides.net/br

Erro 6) Problemas com LogísticaO pior dos pesadelos para um triatleta é ter sua bike extraviada a caminho da prova. Esse é um problema quase que impossível de controlar, portanto gaste suas energias onde sua ação e or-ganização podem lhe salvar de dores de cabeça com relação à logística da prova.

Uma grande dica é organizar suas sacolas da prova, já quando for arrumar suas malas rumo a Floripa. Isso lhe economizará tempo e energia na véspera do Ironman. Por exemplo, separe em uma sacola todos os gels e capsulas de sal que pretende deixar no special needs da corrida e coloque uma etiqueta, faça o mesmo para o special needs do ciclismo e para a sacola da bike. Dessa maneira você evita o estresse de procurar gels na EXPO, na vés-pera da prova, da marca e sabor que está acostumado a usar. Assim você evita de experimentar coisas novas, principalmente estratégia de nutrição, no dia da prova.

De uma forma resumida, mantenha-se em forma, fique calmo, controle a empolgação e se organize. Combine isso com um cor-po bem treinado, uma estratégia de prova bem elaborada e sua prova será um sucesso!

Bons treinos! MT

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O polimento para oIronman

> Ana Lídia Borba [p.62]

> Alexandre Giglioli [p.65]

> Ciro Violin [p.66]

OPINIÃO* A coluna “Opinião” também traz a visão de atletas experientes, mas que não necessariamente possuem con-hecimento técnico e formal sobre o assunto abordado.

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Ana Lídia Borba

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Opinião

A palavra polimento tem seu significado esportivo vinculado à expressão inglesa taper – que significa cônico, afilado. O

termo foi cunhado em 1947 pelo fisiologista australiano Frank Cotton, em trabalho com seu discípulo e lendário técnico de natação Forbes Carlile, no qual mostraram que os nadadores ob-tinham melhores performances quando a carga de treinamentos “afunilava” com a proximidade da competição alvo.

Atualmente, o polimento é aplicado a todos os esportes de endurance e consiste na diminuição gradativa do volume de treinamentos no período que antecede uma prova em que se deseje atin-gir o pico de performance. Essa redução na carga de treinos permite que o organismo do atleta se recupere adequadamente e absorva todo o tra-balho realizado nos períodos de construção e manutenção da forma física, de maneira que ele chegue à competição com 100% do seu poten-cial disponível.

O planejamento e a execução de um período de polimento são tarefas ardilosas, pois os envolvi-dos trabalham na tênue linha que divide a total recuperação do destreinamento. Enquanto o téc-nico faz a programação baseado em experiências próprias e, em alguns casos, dados objetivos como testes de sangue com dosagens hormonais a fim de evitar que qualquer parte da capacidade física alcançada seja perdida pela falta de estímulos, o atleta tem a difícil tarefa de controlar o ímpeto de testar os limites do corpo descansado antes da hora devida e, ao mesmo tempo, manter-se moti-vado para realizar sessões regenerativas.

A duração do polimento varia de acordo com o tipo e a importância da disputa. No caso do Ironman, que normalmente exige de três a seis meses de treinamento orientado para a prova, o polimento costuma durar cerca de quatro sema-nas, e variar na intensidade e duração das sessões principais em função do nível e da base histórica

do atleta.

O polimento, mais do que uma simples diminui-ção da carga de treinos, deve ser fundamentado em cinco aspectos: diminuição gradual dos vo-lumes, manutenção do trabalho de intensidade de prova, repouso, adequação da alimentação e preparação mental.

A combinação da redução do volume, do má-ximo de repouso possível e da manutenção dos trabalhos de “ritmo de prova” permite que o or-ganismo se recupere e absorva todo o treinamen-to realizado sem, no entanto, se esquecer dos padrões de movimento e das intensidades a serem desenvolvidas no dia da competição. Porém, para compensar a diminuição do consumo energético e evitar o ganho de peso, é importantíssimo que sejam feitas adequações à rotina alimentar, dimi-nuindo o aporte calórico. Além disso, a estratégia nutricional da semana do Ironman também deve ser diferenciada, de maneira que o atleta chegue ao dia da prova bem hidratado e com as reservas de glicogênio completas.

Com relação à preparação mental, é interessante que o atleta comece a visualizar as diferentes pos-sibilidades da prova, a traçar suas estratégias e planos alternativos e a preparar todos os materi-ais para a viagem.

É possível que depois de algum tempo o atleta se sinta sem energia, com preguiça de realizar os treinos regenerativos e até fora de forma. Isso é absolutamente normal, apenas um sinal de que seu corpo está se recuperando. Neste ponto, o mais importante é manter o foco e ater-se ao planejamento – as semanas finais da preparação trarão a energia e as motivações necessárias para a prova.

Agora, a parte prática: o que fazer e o que espe-rar do polimento para o Ironman?

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Opinião

Assim como quase tudo no triathlon, não existe uma fórmula ou número mágico – cada atleta se adapta a uma abordagem e, depois de algum tempo e vários testes, acaba encontrando a sua rotina ideal pré-prova. Sendo este um artigo de opinião, vou defender um programa que funcio-na muito bem para mim – mas nem pense em segui-lo sem consultar seu técnico! Já disse an-tes: o polimento depende das características de cada atleta, sendo uma delas (dentre várias) o seu histórico esportivo.

Para o Ironman, a duração aproximada do poli-mento é de quatro semanas – aproximada porque esse período varia entre os esportes, em função dos diferentes tempos de recuperação exigidos por cada uma das atividades: a corrida, por exem-plo, provoca um desgaste substancialmente maior

do que a natação.

Assim, os volumes de corrida (tanto semanal, quanto da sessão mais longa) devem atingir o pico cinco semanas completas antes da prova, enquan-to o ciclismo atinge o ápice quatro semanas antes do evento e a natação, até três semanas antes. A partir da semana de pico de cada modalidade, os volumes são reduzidos gradativamente a uma razão mais ou menos constante, como se fossem atingir o “ponto zero” (ou próximo disso) na se-mana imediatamente após a competição.

Por exemplo: um atleta que nada 20 km na fase de pico poderia nadar 15 km a duas semanas do evento e 10 km na semana da prova. Ainda: se o mesmo atleta corre 100 km no ápice do treina-mento específico, ele pode correr 80 km na se-

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Ana Lídia Borbamana seguinte, depois 60 km e 40 km, até chegar a 20 km na semana do evento. A mesma regra vale para a principal sessão da semana: se o úl-timo “longão” de ciclismo, a 28 dias do Ironman, tiver 6h de duração, os treinos seguintes podem ter 5h, 4h e 3h, respectivamente – mas procure deixar sete dias completos de recuperação após seu último treino longo.

Vale lembrar que reduzir a carga de treinos não quer dizer que o atleta deve passear em todas as sessões nos dez dias que antecedem a prova. Os trabalhos de intensidade moderada, no ritmo previsto para o Ironman, devem ser incluídos nas sessões-chave, com os objetivos de manter a for-ma física e acertar a estratégia de competição.

É importante, também, que o tempo extra ad-quirido pela diminuição do volume seja utilizado para a recuperação: podem ser incluídas mas-sagens, sessões regenerativas e, principalmente, puro e simples repouso. Atenção para esse deta-lhe na semana do Ironman: por mais tentadores que sejam a expo do evento e os convites para socializar com outros atletas, exagerar no “bate-perna” pode acabar com qualquer polimento bem feito.

Com relação à alimentação, o ideal é consultar um nutricionista esportivo, que pode fazer a a-dequação da rotina alimentar às necessidades dos treinos. Além disso, esse profissional é ca-paz de elaborar uma estratégia nutricional para a prova, que deve ser preferencialmente testada nos treinos específicos, longos e em ritmo de competição.

Por fim, controle-se! O polimento é, acima de tudo, um teste de paciência. Você se sentirá bem na primeira semana, quando a diminuição dos treinos te deixará com energia sobrando, mas de-pois seu corpo entenderá o recado: já que você quer descansar, ele vai descansar – e, na segun-da semana, você se sentirá pesado, preguiçoso, quase como se estivesse gripado. A boa notícia é

que isso é normal, e na terceira semana é prová-vel que você volte a se sentir um atleta. E este é o ponto crítico: se você conseguir manter o foco só mais um pouquinho e não exagerar nos “tes-tes”, a quarta semana fará com que você se sinta como um bicho enjaulado, com energia saindo pelos poros.

Pensando bem, o que mais você poderia querer no dia do Ironman? MT

Ana Lídia Borba é atleta Asics, com apoio de Aqua Sphere, Pacific Health, Clínica 449, Velotech e Cia Athletica. RM Elite Team.

triborba.blogspot.com

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Esse é um importante tema a ser abordado porque, de certa maneira, acaba sendo igno-rado por muitos atletas por terem “medo”

de perder o condicionamento adquirido ao longo dos treinos.

Atletas acostumados com um intenso volume de treinos semanais, quando se deparam com a redução desse volume (seja um terço ou metade do que estavam acostumados a fazer) ficam se perguntando se isto é certo, se não irá ficar mais lento, se irão conseguir terminar a prova, dentre outras perguntas.

Já me deparei inúmeras vezes com atletas trei-nando além do que foi proposto. Eles não conse-guem acreditar que o organismo precisa de um tempo grande para assimilar todos os estímulos e se recuperar de todo o desgaste de semanas de treinos mais intensas.

Em todos os esportes de performance, o polimen-to é tratado de forma rígida e é compreendido por seus praticantes. Temos como exemplo a natação, onde sempre ouvimos, seja por um treinador ou por um atleta que está em fase de polimento, que quando está próximo de sua competição alvo, os treinos ficam mais curtos. Pode ter até alguma intensidade, mas sempre de curta duração.

Considero também como polimento a concentra-ção do atleta, pois será neste período mais curto onde ele ficará realmente focado.

O polimento para uma prova de Ironman de-penderá muito do número de semanas treinadas e como isso se desenrolou ao longo desse tempo. Alguns atletas treinam 16, 12 ou menos sema-nas específicas para a prova. Uns necessitarão de maior e outros de menor tempo, em função da carga de treinos, do trabalho e da família. Para se definir a quantidade de dias ou semanas de polimento, ter-se-á que olhar ao redor da vida do atleta, e ele terá que acreditar que esta fase é

tão importante quanto as semanas de volume e intensidade.

Por diversas vezes, vi atletas super treinados que na hora da prova não conseguem desenvolver o que vinham fazendo nos treinos chaves. O que é isso? Cansaço e falta da fase de polimento. Nessa fase, também podem ser verificados, através de exames sanguíneos, os níveis de cortisol, que são marcadores dos níveis de estresse no organismo.

Às vezes por fora você acha que pode estar bem, porém por dentro...

Pense nisso.

Grande abraço, e bons treinos! MT

Alexandre Giglioli, é Diretor Técnico A. GIGLIOLI ASSES-SORIA ESPORTIVA

www.agiglioli.com.br

Alexandre Giglioli

Opinião

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Ciro Violin

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Todos que estão próximos a mim, sabem que não canso de dizer que condiciona-mento é tudo! Todo ser humano se condi-

ciona a qualquer atividade que se faça por um determinado período. Uns se adaptam mais rápi-do e mais facilmente e outros levam um tempo a mais. Mas no final o resultado é o mesmo para todos, e 99% das pessoas se adaptam.

Não canso de dizer também, que cada ser hu-mano é único, e não se pode dar “receitas de bolo” para que todos façam suas adaptações igualmente. Cada um é cada um, e por isso de-vemos nos conhecer muito bem para que pos-samos nos avaliar, nos sentir e nos testar para termos uma adaptação mais eficiente a cada tipo de exercício.

Isso não vale só para o triathlon, mas também para toda e qualquer atividade da vida. No tri-athlon, tudo sempre fica um pouco mais difícil, pois esse esporte é tão desafiador, justo, injusto, motivador, desmotivador, e cansativo.

A idéia do como abordar o polimento para uma prova de Ironman, depende de como você é a-tualmente. Você precisa se conhecer o suficiente para saber o quanto longe pode ir.

Treinos longos até quando ? Estímulos? Tiros até quando? Treinos leves de quando até quando? É muito simples, não tem segredo. Todo poli-mento, não só para um Ironman, mas para uma prova de 5 km de corrida depende do quanto você está treinado para suportar cada atividade na atualidade.

Por isso é preciso se conhecer. Nenhum médico, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico ou técnico pode fazer isso por você. É você quem deve se conhecer para saber o quanto longe pode ir. Acontece isso? Não! As pessoas se en-tregam aos médicos, aos fisioterapeutas, educa-dores físicos e técnicos para que cuidem delas.

Isso está errado! É você quem deve se conhecer, e é você quem deve saber até onde pode ir. Es-ses profissionais vão lhe tirar do zero, te dar um norte e um acompanhamento tirando as dúvidas. O resto é com você.

Polimento para um Ironman? Faça o que você esta acostumado. Eu por exemplo, já tenho uma bagagem e uma base muito grande. São anos

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Opinião

e anos de corridas e mais corridas, de natação e mais natação, de kms, e mais kms na bike. Isso somado ao meu desejo me levou até o Hawaí por duas vezes. Lá, ano passado, treinei todos os dias da última semana, sendo natações com séries, longos de bike de 70 km e corridas com estímu-los até na sexta, um dia antes da prova. Eu estou acostumado a isso. Eu estou condicionado a isso. Resultado? 8h54min.

Minha dica é: Não faça nada que você não esteja condicionado. Competições antes da prova-obje-tivo devem ser feitas sempre. São nelas que você precisa se testar. Simulados de alimentação, equi-pamentos e condicionamentos devem ser feitos bem antes. Não teste nada na semana da prova-objetivo.

Não se meta a fazer nada que você não esteja acostumado nem condicionado. Não siga o que esta dando certo para outros triatletas, pois você é você, e eles são eles.

Abraço e bons treinos. MT

Ciro Violin

www.ciroviolin.com.br

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68 MundoTRI.com [abril 2011]

São Paulo receberá entre os dias 11 e 14 de agosto a primeira edição do Brazil Sports Show. O maior salão nacional do ramo esportivo será realizado no Pavilhão da Bienal do Ibirapuera, e reunirá diversos esportes olímpicos, como corrida, ciclismo, futebol, natação e tênis. Além dos 70 mil visitantes esperados, o evento receberá ainda organizações públicas e privadas de diversas modalidades esportivas, que apresentarão produtos e serviços.

Os visitantes também terão a oportunidade de discutir e avaliar o desenvolvimento das atividades esporti-vas no Brasil em tempos de Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. As principais atrações ficam por conta da Running Show, já tradicional em São Paulo e que é direcionada para os corredores, do Bike Show, para os apaixonados por ciclismo e do Universo Futebol, que reunirá entusiastas do esporte mais popular do Brasil.

“As características de cada feira serão mantidas, só que agora, debaixo de uma grande marca que é BRA-ZIL SPORTS SHOW. Desta forma, nossa expectativa é atrair não apenas empresas que têm no esporte seu business, mas companhias que pretendem investir em modalidades esportivas nos próximos anos, inclusive as internacionais, uma vez que nosso objetivo é transfor-mar o salão em referência na América Latina” , disse Felipe Telles, diretor da Esfera BR Mídia e idealizador do Brazil Sports Show.

Para saber mais sobre a feira, acesse o site:

www.brazilsportsshow.com.br. MT

Brazil Sports ShowPrimeira edição do salão nacional de esportes será realizada em agosto, na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo

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Diário até o Ironman Brasil 2011

4 atletas amadores, 2 atletasprofissionais, um único objetivo.

Semanalmente, no

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70 MundoTRI.com [abril 2011]

PROVAS

> WCS Sydney

> Ironman South Africa

> Ironman 70.3 Texas

> XTERRA Vale do Aço

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WCS SYDNEY

Javier Gomez e Paula Findlay venceram a primeira etapa

da Série Mundial

A prova feminina

A Canadense Paula Findlay mostrou que sua perfor-mance em 2010 não foi por acaso, batendo a chilena Bárbara Riveros Diaz para ganhar a primeira etapa da Dextro Energy Triathlon ITU World Championship Series da temporada de 2011, em Sydney.

Em um final emocionante! Um grupo de seis mu-lheres que permaneceram na liderança por mais da metade da prova de corrida, foi com tudo para ten-tar a vitória na última volta. A veterana americana Laura Bennett tinha liderado a disputa a maior parte do tempo, ao lado de Findlay, Riveros Diaz, Andrea Hewitt (NZL), Carole Peon (FRA) e Tomoko Sakimoto (JPN). Mas foi a canadense, de 21 anos de idade, que tinha mais energia para no final levar a rodada de abertura de 2011.

Findlay disparou nos metros finais, o suficiente para segurar o Riveros Diaz de reivindicar o título em Syd-ney pela segunda vez. A estrela chilena vencera a corrida no ano passado. Hewitt chegou em terceiro lugar, seu segundo pódio consecutivo em Sydney.

A vitória confirmou Findlay como uma estrela do Triathlon, depois que ela venceu as duas provas em Kitzbühel e Londres, em seu primeiro ano na Dex-tro Energy Triathlon ITU World Championship Series. Findlay agora tem três títulos da série mundial, a-penas uma vitória a menos da atual campeã Emma Moffatt (AUS) que tem um total de quatro vitórias.

“Acho que minha confiança realmente ajuda, porque depois de ter uma boa prova, fico mais motivada para ir ainda mais forte”, disse ela. “Estou animada para ir para casa e fazer mais alguns meses de treina-mento e acho que o Madrid vai ser a minha próxima disputa, e estou realmente ansiosa para isso.”

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72 MundoTRI.com [abril 2011]

WCS SYDNEY

Findlay disse que ficou em uma posição segura nos grandes pelotões do ciclismo. A australiana Anna-bel Luxford tentou uma fuga no percurso levemente montanhoso, mas foi logo deixada para trás na T2.

“Eu estava apenas tentando manter-me segura e dentro do grupo. Depois, na corrida, me senti muito bem e as últimas voltas foram muito boas. As meni-nas com as quais estava correndo eram tão fortes que, realmente, não estava esperando vencer.”

A melhor brasileira foi Carla Moreno, na 52ª colo-cação, seguida de Flávia Fernandes (55ª) e Pâmella Oliveira (56ª).

A prova masculina

O espanhol Javier Gomez venceu a rodada de aber-tura do Dextro Energy Triathlon ITU World Champi-onship Series em Sydney, como uma das mais duras disputas de sua carreira e após um acidente de bike que quase o tirou da prova.

Uma chuva torrencial assolou os atletas na segunda volta de bike, a partir daí a prova virou uma disputa pela sobrevivência e Gomez acabou sofrendo uma queda. Mas o Campeão do Mundo, não desistiu e foi buscar o pelotão.

Gomez ainda teve fôlego para correr com atletas como Jonathan Brownlee (GBR), Alistair Brownlee (GBR), Sven Riederer (SUI), Brendan Sexton (AUS) e David Hauss (FRA). Por um tempo parecia que os irmãos Brownlee iriam trabalhar juntos para tentar vencer, mas Alistair teve uma surpresa desagradável quando caiu ao contornar uma curva na chuva, per-dendo o ritmo dos líderes.

Jonathan Brownlee lutou para acompanhar Gomez, mas ele não podia correr como o bicampeão mun-dial, que se desgarrou e terminou cintilante com sua corrida em 30m09seg nos 10 km. Brownlee termi-nou em segundo lugar e Sven Riederer em terceiro.

“Foi definitivamente uma das mais difíceis”, disse Gomez. “Isso não acontece muitas vezes: você fa-lhar, se levantar e pegar o primeiro grupo de novo

e, então, ser o corredor mais rápido. Eu estou real-mente orgulhoso. Eu sempre me lembrarei dessa prova”.

Ele também disse que isso o ajudou a perceber o quão boa está a sua forma.

“Eu percebi que estava mais treinado do que eu pensava”, disse ele. “Eu pensei que talvez eu de-vesse desistir após o acidente, o tempo foi um pou-co grande e eu não tinha certeza se iria pegá-los ou não.”

No geral, os atletas da equipe britânica tiveram um dia forte, com Jonathan Brownlee no pódio, Tim Don vindo na sexta posição (11 anos depois que ele competiu no Jogos Olímpicos de Sydney), e Will Clarke terminando em nono. Alistair Brownlee ter-minou em 29º lugar, mas se ele não tivesse caído, os ingleses teriam provavelmente quatro atletas dentro do top dez.

O vencedor do ano passado, Bevan Docherty ter-minou em 18 º, o campeão olímpico de 2008, Jan Frodeno terminou 45º, enquanto o vencedor Mooloolaba 2011 e medalha de bronze no mundial do ano passado, Brad Kahlefeldt não terminou.

Entre os brasileiros, a melhor participação foi de Reinaldo Colucci, no 24º lugar, seguido de Juraci Moreira (37º), Bruno Matheus (47º) e Diogo Sclebin (48º). MT

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WCS SYDNEY

Pos Atleta País Total Natação T1 Bike T2 Corrida

U Paula Findlay CAN 02:01:21 00:22:13 00:00:49 01:03:12 00:00:21 00:34:43

2 Barbara Riveros Diaz CHI 02:01:23 00:22:21 00:00:50 01:02:59 00:00:18 00:34:54

3 Andrea Hewitt NZL 02:01:29 00:22:05 00:00:47 01:03:18 00:00:18 00:35:00

4 Carole Peon FRA 02:01:38 00:22:18 00:00:50 01:03:05 00:00:21 00:35:04

5 Tomoko Sakimoto JPN 02:01:40 00:22:16 00:00:49 01:03:10 00:00:21 00:35:01

6 Laura Bennett USA 02:01:59 00:21:55 00:00:50 01:03:27 00:00:18 00:35:27

7 Ai Ueda JPN 02:02:02 00:22:45 00:00:50 01:02:39 00:00:21 00:35:25

8 Liz Blatchford GBR 02:02:32 00:22:00 00:00:50 01:03:22 00:00:21 00:35:56

9 Lisa Norden SUE 02:02:36 00:22:18 00:00:47 01:03:06 00:00:19 00:36:05

10 Lauren Campbell CAN 02:02:43 00:22:28 00:00:48 01:02:59 00:00:17 00:36:10

52 Carla Moreno BRA 02:08:04 00:22:46 00:00:52 01:05:13 00:00:21 00:38:48

55 Flávia Fernandes BRA 02:11:18 00:22:42 00:00:49 01:05:23 00:00:19 00:42:04

56 Pâmela Oliveira BRA 02:13:47 00:22:05 00:00:49 01:09:04 00:00:26 00:41:22

RESULTADOS - 2011 Dextro Energy Triathlon - ITU World Championship Series SydneySydney - Austrália - 10 de abril de 20101,5km natação / 40km ciclismo / 10km corrida

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RESULTADOS - 2011 Dextro Energy Triathlon - ITU World Championship Series SydneySydney - Austrália - 10 de abril de 20101,5km natação / 40km ciclismo / 10km corrida

Pos Atleta País Total Natação T1 Bike T2 Corrida

1 Javier Gomez ESP 01:50:22 00:19:35 00:00:43 00:59:31 00:00:21 00:30:09

2 Jonathan Brownlee GBR 01:50:29 00:19:32 00:00:41 00:59:26 00:00:17 00:30:31

3 Sven Riederer SUI 01:50:34 00:19:40 00:00:43 00:59:16 00:00:21 00:30:32

4 Brendan Sexton AUS 01:50:40 00:19:57 00:00:43 00:59:01 00:00:18 00:30:39

5 David Hauss FRA 01:50:49 00:19:25 00:00:43 00:59:32 00:00:17 00:30:48

6 Tim Don GBR 01:50:58 00:20:03 00:00:46 00:58:51 00:00:21 00:30:52

7 Jonathan Zipf ALE 01:51:04 00:19:57 00:00:43 00:59:04 00:00:17 00:31:00

8 Joao Silva POR 01:51:17 00:19:59 00:00:45 00:58:57 00:00:20 00:31:15

9 William Clarke GBR 01:51:19 00:19:39 00:00:46 00:59:18 00:00:19 00:31:16

10 Dmitry Polyansky RUS 01:51:26 00:19:32 00:00:43 00:59:32 00:00:27 00:31:09

24 Reinaldo Colucci BRA 01:52:13 00:20:03 00:00:46 00:58:57 00:00:19 00:32:07

37 Juraci Moreira BRA 01:53:22 00:19:55 00:00:48 00:59:06 00:00:17 00:33:13

47 Bruno Matheus BRA 01:54:37 00:19:38 00:00:45 00:59:27 00:00:17 00:34:29

48 Diogo Sclebin BRA 01:54:58 00:19:53 00:00:46 00:59:24 00:00:20 00:34:32

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IRONMAN SOUTH AFRICA

Chrissie Wellington vence Ironman South Africa

com a melhor maratona geral e novo recorde

mundial

Aconteceu no dia 10/04, na Baía Nelson Mandela – África do Sul, o Spec-Savers Ironman South Africa. No masculino, o vencedor foi o atleta local Raynard Tissink, que conquistou seu terceiro título na prova. Tissink chegou na segunda transição com 2 minutos de desvantagem para o belga Marino Vanhoenacker, que quebrou o recorde de bike da prova com 4:18:14. Marino segurou a liderança até o km20, mas Tissink o alcançou e passou à frente para não perder mais. Pouco depois, Marino abandonaria a disputa. O ar-gentino Eduardo Esturla estava na disputa e terminou na 6ª colocação.

O grande destaque do dia, contudo, estava na pro-va feminina. Chrissie Wellington, tricampeã no Ha-vaí, saiu na água três minutos das líderes, mas com 120km de ciclismo já tinha uma vantagem de mais de 10 minutos sobre as adversárias. A atleta completou os 180km em 4:45:23. Mas o melhor ainda estava por vir. Chrissie começou sua disputa com os homens na maratona. Em um ritmo alucinante de 4:06 por quilômetro, Chrissie foi buscando vários homens da elite, terminando a prova em 8º lugar geral, com a melhor corrida do dia geral: 2:52:54, realmente im-pressionante!

Chrissie fez mais história. Seu tempo, 8:33:56, foi o novo recorde de provas da marca Ironman, quebran-do sua própria marca do Ironman Arizona 2010. MT

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76 MundoTRI.com [abril 2011]

Pos Atleta Natação Bike Corrida Total

FEMININO1 Chrissie Wellington 00:51:40 04:45:23 02:52:54 08:33:56

2 Rachel Joyce 00:51:06 05:02:29 03:10:30 09:08:23

3 Diana Riesler 01:02:21 04:55:16 03:18:45 09:20:37

4 Silvia Felt 01:03:50 05:01:08 03:15:31 09:24:31

5 Amanda Stevens 00:48:55 05:07:45 03:24:23 09:25:50

MASCULINO1 Raynard Tissink 00:48:53 04:19:41 02:53:21 08:05:36

2 Andreas Bcherer 00:47:42 04:21:19 02:55:57 08:08:36

3 James Cunnama 00:51:10 04:25:39 02:53:16 08:13:18

4 Daniel Fontana 00:48:53 04:30:35 02:56:00 08:18:51

5 Cyril Viennot 00:51:05 04:30:15 03:05:20 08:30:42

6 Eduardo Sturla 00:51:23 04:36:20 03:01:13 08:32:52

7 Uwe Widmann 00:49:01 04:30:09 03:10:09 08:33:39

8 Petr Vabrousek 00:54:58 04:42:23 02:58:58 08:40:36

9 Trevor Delsaut 00:54:46 04:43:02 03:00:04 08:41:57

Spec-Savers Iro

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Memorial Hermann Ironman 70.3 Texas

Brasileiros se detacam na disputa

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Foi disputado no domingo 10/04 o Memorial Hermann Ironman 70.3 Texas. Os vencedores da disputa foram Chris Lieto (EUA) no masculino e Catriona Morrison (GBR) no feminino. A prova contou com nomes de peso do Triathlon mundial e foi marcada por peque-nas margens entre as colocações.

Vários brasileiros estavam presentes na prova. Na elite, Raul Furtado terminou a prova na 24ª colocação e Ariane Monticeli conquistou o 15º lugar, marcando pontos preciosos para o ranking do Ironman do Havaí. Nos amadores, os brasileiros conquistaram dois pó-dios: Luiz Renato Topan venceu a 45-49 e Luíza Tobar foi a 5ª colocada na 18-24 anos. MT

Confira o relato de Topan sobre a prova:

“Fui para o Texas com o compromisso de fazer uma boa natação e um pedal forte, pois estou me recupe-rando de uma periostite na canela direita. Assim, por orientação médica e fisioterápica, começaria a correr, mas ao menor sinal de dor deveria parar.

A largada era em waves, sendo na minha categoria duas saídas com intervalo de 5 minutos. Este tipo de largada para quem nada bem é péssimo, pois, além de haver um tráfego terrível das outras categorias, tem que se nadar sozinho e na frente sem usar ne-nhuma esteira.

Apesar de sair na 2ª wave da categoria, 5 minutos depois da primeira, sai da água já na frente de toda a 45/49. O pedal foi de vento contra toda a ida (45k) e de vento a favor toda a volta. Plano, porém duro!

Na corrida, comecei a correr sem dor e fixei como objetivo o pace de 4min30seg, pois, já se vão 12 se-manas sem correr. Qualquer tentativa de correr mais forte seria suicídio e não fecharia a prova. Depois dos 10 km, apesar do aeróbio estar bem, senti dores musculares pela falta de treino especifico de corrida.

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Topan com Lieto após a prova

Memorial Hermann Ironman 70.3 Texas

Porém, “mind in charge”, segui e completei a prova na média pretendida.

No final, consegui completar mais uma prova e de bô-nus inaugurei a 45/49 com uma vitória.

Nossa KONAPODIUM LUIZA TOBAR também foi pódio na 18/24 obtendo o 5º lugar.

Na profissional a vitória foi do Cris Lieto, que tietei e tiramos uma foto.”

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Pos. Atleta Categoria Pos. na cat. Natação Ciclismo Corrida Total

1 Raul Furtado MPRO 24 00:26:37 02:13:33 01:23:35 04:06:38

2 Luiz Topan M45-49 1 00:24:39 02:23:00 01:33:22 04:24:26

3 Ariane Monticeli FPRO 15 00:32:33 02:32:29 01:24:51 04:32:52

4 Mauro Giorchino M40-44 33 00:27:05 02:45:22 01:47:03 05:05:18

5 Luiza Tobar F18-24 5 00:35:43 02:58:40 05:17:20 05:17:20

6 Guilherme Niece M18-24 17 00:30:28 02:49:31 02:06:37 05:30:27

7 Aldo Neto M50-54 19 00:40:08 02:49:42 01:57:15 05:31:24

8 Erik Coser M30-34 134 00:33:49 02:46:55 02:40:07 06:05:38

9 Ana Lícia Piacentini F50-54 - 00:40:56 03:16:03 00:00:00 00:00:00

10 Vladimir Zaccariotti M40-44 - 00:49:01 03:16:03 00:00:00 00:00:00

Pos. Atleta Natação Ciclismo Corrida Total

1 Chris Lieto 00:23:39 02:02:15 01:16:56 03:45:37

2 Rasmus Henning 00:22:20 02:07:12 01:14:47 03:46:47

3 Timothy Odonnell 00:22:41 02:11:28 01:11:57 03:48:16

4 Terenzo Bozzone 00:22:42 02:06:56 01:18:11 03:50:00

5 Frederik Van Lierde 00:22:39 02:05:46 01:19:49 03:50:54

6 Marko Albert 00:22:18 02:09:52 01:16:46 03:51:26

7 Sebastian Kienle 00:26:30 02:05:46 01:17:06 03:52:03

8 Ronnie Schildknecht 00:25:01 02:04:33 01:21:27 03:53:33

9 Jozsef Major 00:26:46 02:06:25 01:18:35 03:54:55

10 Joe McDaniel 00:23:20 02:10:30 01:18:55 03:56:09

Pos. Atleta Natação Ciclismo Corrida Total

1 Catriona Morrison 00:26:47 02:18:34 01:18:18 04:06:43

2 Angela Naeth 00:27:29 02:17:02 01:22:18 04:09:40

3 Karin Thuerig 00:30:52 02:12:24 01:23:46 04:10:30

4 Mary Ellis 00:24:29 02:24:10 01:23:04 04:14:39

5 Kelly Williamson 00:25:38 02:28:16 01:18:20 04:14:53

6 Desiree Ficker 00:28:31 02:18:14 01:26:21 04:16:16

7 Margaret Shapiro 00:26:20 02:22:15 01:25:55 04:17:05

8 Meredith Kessler 00:25:18 02:24:07 01:25:05 04:17:35

9 Tyler Stewart 00:30:52 02:20:28 01:24:29 04:19:03

10 Sonja Tajsich 00:29:08 02:26:51 01:21:11 04:20:13

Memorial Hermann Ironman 70.3 TexasMemorial Hermann Ironman 70.3 TexasGalveston, Texas - EUA / 10 de abril de 20111,9km natação / 90km ciclismo / 21km corrida

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80 MundoTRI.com [abril 2011]

XTERRA Vale do Aço

Disputa no Vale do Aço abre em grande estilo a temporada do XTERRA Brasil

Muita festa e animação nas provas do XTERRA Vale do Aço, que aconteceu neste final de semana (2 e 3/4), em Ipatinga(MG). Abrindo o evento, a disputa de triathlon reuniu cerca de 110 triatletas na Lagoa Silvana. Com muita disposição, os competidores en-frentaram 1,5 km de natação, 30 km de mountain bike e 9 km de corrida. Entre os homens, vitória de Alexandre Manzan, atual campeão do circuito XTER-RA. Já no feminino, foi a neozelandesa Jennifer Smith quem levou a melhor. “O XTERRA Vale do Aço foi um sucesso. Abrimos muito bem o calendário do XTERRA Brazil Tour 2011” diz Bernardo Fonseca, da X3M Sports Business, em-presa detentora dos direitos do XTERRA na América Latina. Pra conquistar o título da prova, Manzan teve que suar a camisa. Durante todo o percurso, Felipe Mo-

letta, terceiro colocado no ranking de 2010, marcou duro em cima do brasiliense, chegando a assumir a primeira posição e abrir 1m30s no começo da cor-rida. Mas, também foi neste trecho, especialidade de Manzan, que ele retomou a dianteira da prova e cru-zou a linha de chegada em primeiro, com 2h03m56s. Moletta ficou em segundo, com 2h05m52s e Rodrigo Altafini completou o pódio (2h10m18s). “O Moletta evoluiu muito no pedal. Ele ficou na minha cola por muito tempo, cheguei a pensar que ele ia cansar. Mas, quem cansou fui eu. Ele abriu uma grande distância na minha frente, pensei que ele fosse vencer. Continuei no meu ritmo e consegui recuperar na corrida”, conta Manzan, que além de atual campeão brasileiro, é TOP 10 no mundial de triathlon.

No feminino, a neozelandesa Jennifer Smith levou a

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melhor e venceu Luzia Bello, atual campeã do circui-to, por oito minutos. Jennifer completou a prova em 2h29m08s, seguida por Luzia, com 2h37m. Sabrina Gobbo ficou em terceiro, com 2h41m11s. Já na Mountain Bike Cup, que aconteceu no domin-go, cerca de 350 bikers enfrentaram as trilhas da ci-dade mineira. Entre as mulheres, vitória emocionante da carioca Manuela Villaseca, que ultrapassou Cris-tiane Pereira (MG) no último quilômetro, cruzando a linha de chegada com 2h13m36s. No masculino, foi Thiago Aroeira quem levou a melhor, com 1h35m51s. Moises Santos, com 1h37m18s, e Geraldo da Silva, 1h38m21, completaram o pódio. “Não estou acreditando até agora. A Cristiane é espe-cialista em ciclismo de pista e eu a ultrapassei quando já estávamos na reta final, no asfalto. No quilômetro 25 soube que estava a um minuto e meio da segunda colocada e a menos de cinco minutos da primeira co-locada. Pensei que não ganharia. Ter vencido foi real-mente inacreditável”, vibrou Manu, que ficou com a quarta colocação na prova de triathlon

Além da provas de triathlon e mountain bike, o XTER-RA Vale do Aço teve a animada Night Run, tradicional corrida noturna, que levou mais de 600 corredores para o percurso. A prova largou do Parque Ipanema, na noite de sábado e passou pelos trilhos do trem da cidade. Na disputa de 5 km vitória de Isaac Custódio e Sabrina Custódio. Nos 10 km, Hudson Nascimento e Marlene Gonçalves levaram a melhor e garantiram o lugar mais alto do pódio. Para encerrar a etapa o XTERRA com chave de ouro, o XTERRA Vale do Aço colocou 500 crianças em contato com o esporte, na Kids Running. Espírito esportivo e muita competitividade não faltaram para a criançada com idades de 01 a 12 anos. De Minas, o circuito se muda para o meio da selva amazônica, aonde acontece a etapa brasileira do XTERRA GLOBAL TOUR. A disputa, que reunirá grandes nomes do triathlon mundial dentro da maior floresta do planeta, acontece no dia 11/6. MT

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Resultados TRIATHLONMasculinoPrimeiro lugar: Alexandre Manzan – 02h03m36sSegundo lugar: Felipe Moletta – 02h05m52sTerceiro lugar: Rodrigo Altafini – 02h10m18s

FemininoPrimeiro lugar: Jennifer Smith – 2h29m08sSegundo lugar: Luzia Bello – 2h37m43sTerceiro lugar: Sabrina Gobbo – 2h41m11s MOUTAIN BIKEMasculinoPrimeiro lugar: Thiago Carvalho – 1h35m51sSegundo lugar: Moises Santos – 1h37m18sTerceiro lugar: Geraldo da Silva – 1h38m21s

FemininoPrimeiro lugar: Manuela Villaseca – 2h13m36sSegundo lugar: Cristiane Pereira – 2h13m49sTerceiro lugar: Jennifer Smith – 2h16h08 NIGHT RUN5 kmMasculinoPrimeiro lugar: Isaac Custódio - 18m17s FemininoPrimeiro lugar: Sabrina Ruela – 22m19s 10kmMasculinoPrimeiro lugar: Hudson Nascimento – 27m18s FemininoPrimeiro lugar: Marlene Gonçalves – 38m22s

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Belas e FerasQuem disse que há idade para começar no Triathlon. É o que prova

a história da paraense Vânia Costa.

Por Júlia Couto

MundoTRI: Como você começou sua vida es-portiva?

Vânia Costa: Infelizmente bem tarde, eu era se-dentária e vivia em barzinhos. Quando cheguei aos 34 anos notei que meu corpinho já não era mais o mesmo. Estava ficando com pneuzinho e barriguinha saliente. Decidi começar a fazer atividade física. Na época eu trabalhava em uma empresa perto do SESC Doca (Pará). Escrevi-me para fazer musculação. Achei um tédio e parei, mas a barriguinha ficou ali me lem-brando que eu tinha que voltar. Voltei! A academia

que eu freqüentava lançou o dia do desafio. E fui convidada a caminhar ou trotar, e lá fui eu! Nunca vou esquecer-me deste dia. Foi muito bacana, me senti livre, leve e feliz. Prometi que na próxima corrida que tivesse na cidade eu iria participar e dois meses depois eu fiz meu 1º desafio de 10 km. Daí em diante uma corrida atrás da outra e quando ela acabava eu queria mais e mais. Dois anos após começar a cor-rer fui apresentada para o triathlon e faz dois anos que estou nele, se Deus quiser fico até meu corpo aguentar.

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MundoTRI: Como você concilia a vida profissio-nal, mãe e triatleta?

Vânia Costa: Não vou dizer que é fácil, mas sabe como é mulher, pensa e faz mil coisas ao mesmo tem-po. Tenho planilha para os treinos e também monto uma planilha do dia-a-dia onde encaixo trabalho, fi-lha, casa e minha mãe, que me cobra muita atenção. Confesso que “quase” tudo dá certo. O negócio é se disponibilizar.

MundoTRI: Como é sua rotina de treinos?

Vânia Costa: Aí o bicho pega. Acordo todos os dias 04h30min, até mesmo nos dias de descanso. Têm dias que faço treinos nas ruas, corrida ou pedal e quando treino é na academia vou cedo, faço uma modalidade, tomo banho e vou trabalhar. Volto para a academia às 11h faço outra modalidade, saio às 13h30, almoço e volto a trabalhar até as 18h00min. Isso de segunda a sexta. Sábado faço os treinos mais longos em estradas e domingo, às vezes, faço corrida de rua quando não tem descanso.

MundoTRI: Qual foi a maior dificuldade ao começar a praticar triatlhon? Teve problema com algum esporte em especial?

Vânia Costa: Sim! Natação foi complicada, mas gosto de desafios. Fui e me joguei, literalmente, na água. Juntar as três modalidades também é muito compli-

cado e tecnicamente confesso ainda tenho muito a aprender.

MundoTRI: Como sua filha encara esse seu lado triatleta? Ela chegou a se interessar pelo es-porte?

Vânia Costa: Ela acha muito bom, pois é um esporte que exige muita força de vontade, por isso admira bastante e me incentiva sempre. Mas não se interessa a ponto de praticar porque diz ser complicado, prin-cipalmente pela questão do tempo que ele exige do atleta.

MundoTRI: Quais seus próximos objetivos no tri-athlon?

Vânia Costa: Quero fazer mais uma longa distância e ser novamente campeã geral de triathlon Feminino 2011 (fui 2010). Acredito que muitas outras conquis-tas virão!!

MundoTRI: Existe algum atleta que te inspira? Se sim, quem é ele e por quê?

Vânia Costa: O que me inspira são as grandes histórias de superação de atletas portadores de deficiência física e também as aventuras e as amizades que ganhamos através do esporte. Isso que me dá alegria e me faz acreditar que todos, profissionais ou não, merecem cada conquista.

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MundoTRI: Como você lida com as criticas dos seus amigos não-triatletas? O que eles exata-mente dizem?

Vânia Costa: Eu lido bem com isso!! Se forem real-mente meus amigos vão entender. Convido-os para assistirem os eventos, quem sabe assim não se es-timulam. Alguns dizem: “quem diria! você atleta. Ops!! Triatleta!” e “Ta maluca! Com essa idade?” Eu sempre digo: “É agora que o show vai começar”.

MundoTRI: Qual seu conselho para as pessoas que querem começar no triathlon mas acham que estão velhas para isso?

Vânia Costa: Falo, primeiramente, bem vindos!, 2º não é moleza, mas qualquer um pode participar in-dependente da idade. É necessário gostar do esporte para entender essa adrenalina toda, gostar de desafi-os e ter interesse por tudo que parece ser difícil de ser conquistado. E preciso ainda ter disciplina.

MundoTRI: Quais os motivos te levam a seguir em frente mesmo com todas as dificuldades?

Vânia Costa: Quero muito continuar porque acredi-to que idade, classe social e cultural se misturam com força total no esporte. E isso é lindo! Aprendemos, ensinamos, nos emocionamos e somos uma família, querendo ou não, claro que cada um com seu obje-tivo, mas todos pelo bem comum. Eu, como cheguei tarde, posso incentivar os jovens, mostrando que se eu posso porque eles não? E aí quem sabe não ajudo a descobrir futuramente um grande atleta. Difundir o triathlon para mim é muito importante. Tenho or-gulho do esporte que escolhi. E acredito que um tri-atleta que respeita seus limites e tem uma boa ali-mentação com certeza vai alcançar bons resultados. Viva o Triathlon! MT

“Não vou dizer que é fácil, mas sabe como é mulher, pensa e faz mil coisas ao mesmo tempo.”

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