mundo_h#16

24
16 SET.OUT.NOV.DEZ. Ano4 Distribuição Gratuita mundo h. MOÇAMBIQUE CHEGADA DO CONTENTOR; S.TOMÉ REABILITA- ÇÃO DA CRECHE; PORTUGAL ª CORRIDA SOLIDÁRIA INTERNA- CIONAL; MAIS MUNDO SECA EM ÁFRICA; ESTÓRIAS UMA EX- PERIÊNCIA DE VOLUNTARIADO; QUEM HELPA; CONTENTOR PARA SÃO TOMÉ IMAIS CONCEITO URBANO

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MOÇAMBIQUE CHEGADA DO CONTENTOR; S. TOMÉ REABILITAÇÃO DA CRECHE; PORTUGAL 1ª CORRIDA SOLIDÁRIA INTERNACIONAL; MAIS MUNDO SECA EM ÁFRICA; ESTÓRIAS UMA EXPERIÊNCIA DE VOLUNTARIADO; QUEM HELPA CONTENTOR PARA SÃO TOMÉ; IMAIS CONCEITO URBANO

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16 SET.OUT.NOV.DEZ. Ano4 Distribuição Gratuita

mundo h.MOÇAMBIQUE CHEGADA DO CONTENTOR; S.TOMÉ REABILITA-ÇÃO DA CRECHE; PORTUGAL ª CORRIDA SOLIDÁRIA INTERNA-CIONAL; MAIS MUNDO SECA EM ÁFRICA; ESTÓRIAS UMA EX-PERIÊNCIA DE VOLUNTARIADO; QUEM HELPA; CONTENTOR PARA SÃO TOMÉ IMAIS CONCEITO URBANO

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ÍNDICE

EDITORIAL

3

MOÇAMBIQUE

4

a estação mais dura.

fotoreportagem: teacane já pode festejar.

PORTUGAL

0

hoje é o dia!

S. TOMÉ E PRÍNCIPE

8

reabilitar para o desenvolvimento.

i MAIS

0

ESTÓRIAS

7

eu Helpo, eu recebo.

green festival 2011.

helpo conceito urbano.

QUEM HELPA?

8

apoiar em tempo de crise...

sorteio helpo.

6

a chegada de um contentor recheado de sonhos.

o nosso novo Norte.

4

nova etapa.

helpo nos shoppings Mundicenter.

MAIS MUNDO6

vidas secas.

5

as entrelinhas, os entretantos,os através.

Natalis 2011.

Page 3: mundo_h#16

3

epois de plantadas as sementes em meados de 2007, no

ano de 2008, a “crise internacional” ergueu-se devagar,

sub-reptícia, para passar a envergar em pouco tempo a

forma de gigante omnipresente; encarnou uma estação longa

e dura, que invadiu os mercados, ignorou fronteiras e ditou

consequências ao nível multissectorial, um pouco (ou um mui-

to) por toda a parte.

A estação da privação, com um início, não conhece ainda uma

previsão de conclusão, e quem ao sabor dela vive, aflige-se,

procura abrigar-se e espera conhecer-lhe brevemente um fim

que permita uma visão mais límpida e segura do futuro.

Territórios há, porém, onde a notícia desta estação não chega

a inquietar. A eterna estação da dureza conhece-se desde sem-

pre e, como é do conhecimento geral, o mar, quando chove,

não aumenta de muito!

A eterna estação da privação, em terras do Sul do Globo em

Vias de Desenvolvimento, encontrou recentemente uma outra

gralha no calendário: os meses secos adormeceram-se no exer-

cício de vaguear por ali e esqueceram-se de partir, gerando a

maior seca de que há memória nos últimos 60 anos na região

do Corno de África.

A fome revisitou, saudosa, terras e pessoas de rostos familiares

e instalou-se de armas e bagagens.

Moçambique, um dos países onde a Helpo desenvolve a sua

actividade, estende-se por um território de 2.801.000Km2, co-

nhecendo uma diversidade tal que na sua dimensão guarda

espaço para vários flagelos. No vale e a sul do Rio Zambeze, en-

contram-se as terras de cheia, que anualmente na estação das

chuvas, e no caso da sua ferocidade não se superar alcançando

o extraordinário, dão azo a destruição, milhares de desalojados

e surtos de cólera e malária. A norte do Rio Zambeze, as terras

de seca, onde chegam sinais do enorme deserto de fogo que

tem o seu epicentro na Somália e espalha os seus braços de

polvo por um território imenso.

Cabo Delgado, Joana Lopes Clemente

EDITORIAL

A última estação das chuvas, nas províncias do Norte de Mo-

çambique onde a Helpo intervém, passou levemente, sem a

força que usualmente se lhe conhece, sem agraciar as muitas

machambas destinadas à sobrevivência das famílias com o es-

sencial para a sua frutificação.

A uma carência estrutural, vem somar-se um martírio circuns-

tancial e para amenizar esta penosa estação, milhões de pes-

soas dependem exclusivamente de uma trégua do tempo e da

disponibilidade de quem, deste lado do mundo, possa prestar-

-lhes auxílio.

Na prática, nas comunidades onde a Helpo opera, a falta de

água das chuvas faz com que os poços sequem mais cedo, a

partir do mês de Setembro; com que seja gradualmente mais

difícil manter as crianças na escola a partir deste mesmo mês,

em que começam a trabalhar-se as machambas e o apoio aos

pais nesta tarefa se torna mais necessário do que nunca; com

que as crianças que continuam a frequentar as aulas, cami-

nhem vários quilómetros para chegar à escola sem “matabi-

char”, o que faz com que dispersem muitos antes do final das

horas lectivas, em busca de comida que possam encontrar

regressando a casa. Em última análise, esta situação origina-

rá êxodos por parte da população, que frequentemente se

desloca em busca de terras mais férteis e, logo, de melhores

condições de vida. A Helpo tem como responsabilidade e com-

promisso o apoio a estas comunidades e apenas através do

empenho dos seus padrinhos nos é possível continuar a acom-

panhar as crianças que se encontram nesse canto do mundo e

que, nesta estação em particular, exigem mais das nossas ca-

pacidades, força de vontade e resistência.

Neste encontro de estações, muitos dos nossos padrinhos e

madrinhas vêem o seu poder de consumo e nível de vida re-

duzidos, mas nem por isso reduzem a perseverança com que

procuram aumentar as possibilidades de sobrevivência de mi-

lhares de crianças desprotegidas. Bem hajam!

D

3

A ESTAÇÃO MAIS DURA

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4

fotoreportagem:

teacane já pode festejar.Nampula, Carlos Almeida

MOÇAMBIQUE

Foram finalmente inauguradas as três salas de aula da

EPC de Teacane, em Nampula, após mais de um ano de

obra. A construção foi levada a cabo em parceria com os

Missionários de S. João Baptista e a comunidade de Teaca-

ne, tendo sido a inauguração no dia 12 de Setembro.

A obra sofreu atrasos devido ao elevado preço do cimento

e à falta de ferro na cidade, o que fez com que a festa ain-

da fosse mais celebrada.

A Helpo preparou almoço para 650 pessoas, contemplan-

do todos os alunos da escola e os membros da comunida-

de que trabalharam na obra.

A festa foi de arromba e contou com a presença da Repre-

sentante de Estado, Felicidade Costa, a Directora Provin-

cial de Educação e Cultura, Páscoa Azevedo, o Vereador

da Educação do Conselho Municipal, Soca, a Coordenado-

ra Geral da Helpo, Joana Clemente, para além dos líderes

da comunidade.

A Comunidade de Teacane foi das primeiras a receber o

apoio da Helpo em Nampula e, embora não tivessem sido

esquecidos nos discursos, apenas faltou a presença dos

nossos padrinhos e amigos para que a festa tivesse sido

completa.

Estamos todos de parabéns!

FICHA TÉCNICA

Zona de acção - Comunidade de Teacane, Distrito de Nampula cidade, Província de Nampula, Moçambi-que.Nº de beneficiários - 5o alunos, distribuidos da ª à 7ª classe.Custos do projecto - .56,4euros.Data da inauguração - de Setembro de 0.

Alunos na antiga sala de aula, com as novas salas de aula a

espreitar do fundo.

Interior de uma das três salas de aula, equipadas com secre-

tárias e quadro.

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5

Representante do Estado, Felicidade Costa , presenteada pela

comunidade com um galo.

Crianças e convidados assistem a um dos vários momentos

de música e dança proporcionados na inauguração.

Antes da festa começar, os líderes pedem aos espíritos per-

missão e bons augúrios para as novas salas de aula.

A Helpo ofereceu os alimentos para a festa e as mamãs

e professoras ajudaram na confecção.

As novas salas de aula.

Alegria das crianças no final do dia da inauguração.

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6

Nampula, Tiago Coucelo

a chegada de um contentor recheado de sonhos.

MOÇAMBIQUE

oi no passado dia 6 de Julho que

chegou o tão ansiado momento por

toda a equipa Helpo que trabalha

em Moçambique: o contentor recheado

de produtos atingiu o ponto final de uma

rota bastante longa. Foi o culminar de um

processo que teve várias etapas: campa-

nha de recolha de todo o material pelo

escritório em Cascais, o carregamento no

contentor e, finalmente, o percurso efec-

tuado por vários oceanos e países.

A chegada do contentor à nossa sede em

Nampula foi um pouco atribulada, nada

que a equipa Helpo não esteja habitua-

da a resolver. O condutor do camião não

queria descarregar o contentor no lugar

por nós indicado. Mas como é habitual,

com um pouco de conversa e diplomacia,

tudo se resolveu da melhor maneira.

O abrir do contentor foi um momento

marcante. As caras de todos nós ao ver-

mos a enorme quantidade de caixas de-

notavam uma curiosidade que se manteve

por várias horas. A equipa por nós selec-

cionada começou assim nessa manhã o

longo dia de trabalho que já se esperava.

Tudo foi feito com um sorriso nos lábios,

pois já imaginávamos a alegria que todo

este material iria provocar nas nossas co-

munidades de Nampula e Cabo Delgado.

Acabada a fase de descarregar o conten-

tor, começou a fase de conferir todo o ma-

terial. Toda a nossa equipa mostrava um

entusiasmo contagiante ao ver tudo o que

tinha sido recolhido em Cascais e enviado

no contentor - livros, cadernos, lápis, ca-

netas, afias, borrachas, tesouras, material

de colorir, mochilas, pastas Helpo, jogos

didácticos, prendas de padrinhos, escovas

e pastas de dentes, mantas, peças diversas

de vestuário, material de higiene e farmá-

cia e brinquedos.

Resta dizer que foi um dia excelente, ple-

no de alegria para todos nós que trabalha-

mos para e com a Helpo.

Começa agora outra fase do nosso traba-

lho aqui em Moçambique. Fase essa que

nos dá um prazer especial, pois vai ser

através dela que vamos fazer todas as dis-

tribuições nas nossas comunidades. Com a

essencial colaboração das nossas voluntá-

rias, Ondina Giga e Joana Ferrari, come-

çamos a separar todo o material escolar

destinado às nossas crianças.

Parece-me importante referir qual a com-

posição do kit escolar que oferecemos às

crianças. Temos dois tipos de kits: o da

primeira e segunda classe, e o da terceira

e quarta classe. O primeiro é composto

por uma pasta Helpo, um caderno, um

lápis, um afia e uma borracha. O segundo

é composto por uma pasta Helpo, um ca-

derno e uma esferográfica.

Estas distribuições estão a ser efectuadas

em todas as comunidades por nós apoia-

das. A quantidade entregue depende do

número total de crianças da escola e o

seu grau de necessidade; em média entre-

gamos cerca de 350 kits por comunidade

escolar. É um trabalho que está a ser rea-

lizado nos meses de Agosto e Setembro,

uma vez que as aulas recomeçaram no dia

8 de Agosto.

O nosso objectivo é distribuir cerca de

6000 kits escolares pelas comunidades por

nós apoiadas em Nampula e Cabo Delga-

do. Com este tipo de iniciativas esperamos

contribuir para a permanência das crian-

ças na escola e para uma melhoria da qua-

lidade de aprendizagem.

Também as prendas enviadas são impor-

tantes para o nosso trabalho. Acredito que

com estas ofertas dos nossos padrinhos,

as crianças possam permanecer mais tem-

po na escola.

Em inúmeras ocasiões, os professores e

directores das escolas tiveram oportuni-

dade de me dizer que estas distribuições

e ofertas de prendas tinham contribuído

para uma maior regularidade e assiduida-

de dos alunos nas salas de aulas. Após as

visitas tinham concluído que mais crianças

permaneciam na escola e mesmo algumas

F

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7

Ficha Técnica

Actividade: Envio de um contentor de 0 pés de Lisboa para o porto de Nacala (Moçambique).

Duração do envio: 68 dias.

Custo do envio: 4.39,00 euros.

Principais bens enviados: Sacos Helpo, cadernos, esferográficas, lápis de carvão, borrachas, afias, lápis e canetas de

colorir, plasticinas, jogos e material didáctico diverso, livros, mantas do tipo polar, escovas e pastas dos dentes.

Beneficiários: Alunos das escolas e escolinhas apadrinhadas pela Helpo, nas províncias de Nampula e Cabo Delgado.

decorrente da chegada de todos estes ar-

tigos. Relativamente às mantas enviadas,

serão entregues nas nossas comunidades

de Murrupula (3 escolinhas e 2 escolas).

Estas comunidades são bastante isoladas e

têm carências extremas. Na época de frio

(Maio, Junho e Julho) organizamos estas

distribuições que visam atenuar o frio que

as crianças e suas famílias sentem, e talvez

com isso evitar algumas doenças decor-

rentes desse facto. O olhar das crianças e

dos seus pais ao receberem estas ofertas

compensam todo o cansaço decorrente

do descarregamento do contentor.

Em conclusão, a chegada do contentor

recheado de produtos foi e é, sem dúvida,

um momento marcante para toda a nossa

equipa Helpo.

desistentes tinham regressado, visto que-

rerem ser contempladas com estas ofertas

de material escolar.

Os livros são uma parte essencial do nosso

trabalho aqui em Moçambique. Pretende-

mos desde o início desenvolver hábitos de

leitura nas crianças. Estamos empenhados

em disponibilizar livros a todas as crian-

ças, mesmo as de locais mais isolados e re-

motos. Todas as nossas escolas possuem

uma biblioteca escolar entregue pela

Helpo, várias bibliotecas provinciais têm

recebido os nossos livros, missões e comu-

nidades religiosas também têm merecido

o nosso apoio. Sendo assim, este recente

envio vai permitir-nos continuar a desen-

volver este meritório trabalho na massifi-

cação dos hábitos de leitura nas crianças

moçambicanas.

As pastas e escovas de dentes enviadas

neste contentor vão servir como base de

uma importante colaboração que espe-

ramos ter com a Unilúrio – Universidade

de Saúde que está sedeada em Nampu-

la. Temos estabelecido vários contactos

com turmas na área da medicina dentária,

com vista a educar as nossas crianças para

a importância de escovar os dentes. Já

no passado dia 1 de Junho, Dia Interna-

cional da Criança, uma turma de futuros

dentistas moçambicanos realizou com a

colaboração da Helpo, uma sessão educa-

tiva onde indicavam todos os benefícios

decorrentes duma efectiva lavagem dos

dentes.

É difícil expressar por palavras a alegria

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8

São Tomé, Flora Torres

SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE

reabilitar para o desenvolvimento.

Uma imagem vale mais que mil pa-

lavras, costuma-se dizer. Mas por

vezes são precisas mil imagens

para traduzir uma palavra só: Desenvolvi-

mento.

Essas mil imagens são constituídas por um

mosaico de acções, pequenas ou grandes,

que juntas formam a mesma nota e cami-

nham no mesmo sentido.

O Desenvolvimento começa também por

criar o ambiente propício à sua concretiza-

ção, pequenos passos que, dados em con-

junto, levam a grandes transformações.

Santa Catarina encontra-se na zona nor-

te da ilha de São Tomé. Localidade final,

onde a estrada acaba, interrompida por

uma ponte quebrada e sinais de uma an-

tiga estrada que ligava o norte ao sul da

ilha. Essa mesma estrada que nos liga da

capital à comunidade é como um absoluto

postal... Caminho à beira mar por vezes

tão agitado que quase abraça a estrada,

ora calmo e sereno com os coqueiros a

perder de vista com o horizonte. Chega-

dos à comunidade, percebemos imediata-

mente a sua ligação ao mar e a tudo que

dele provém. As pequenas casas aglo-

meram-se frente à praia, cada uma com

a sua canoa e cozinha improvisada por

debaixo das estacas. As crianças brincam

no mar, dando mergulhos e pescando “à

linha” enquanto aguardam a chegada dos

barcos. A paisagem é cinzenta, não só por

estar maioritariamente sob chuva num

microclima muito próprio, mas também

por se encontrar numa zona rochosa sem

a habitual flora da ilha.

O isolamento é grande, aumentado pe-

las constantes derrocadas provocadas

pelo mau tempo que fecham a estrada

por dias a fio, pela constante ausência

de luz eléctrica e também pelas teleco-

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9

Ficha Técnica

Zona de acção: Vila de Santa Catarina, distrito de Lembá, São Tomé e Príncipe.Valor Total da Obra: 854,55 Euros.Número total de crianças beneficiadas: 80 crianças.Material utilizado: Placas de rosalite, blocos de cimento, vigas de madeira, cimento, tintas e diluentes.Data da intervenção - Junho/Julho/Agosto 0.Participantes - Professores e comissão de Pais.

“O Desenvolvi-mento começa

também por criar o ambiente

propício à sua concretização”

municações inconstantes. Mas apesar da

distância, a vila tem duas ligações por dia

de “hiace” (transporte particular com uso

público) à cidade de São Tomé e à cidade

de Neves. Muitos dos habitantes locais

aproveitam esta ligação para ir vender o

peixe, ou a “apanha” do dia aos mercados

das cidades, na tentativa de gerar algum

rendimento extra para as famílias. Uma

comunidade essencialmente piscatória e

com muitos problemas de emprego. Aqui,

trabalhamos com duas comunidades es-

colares: a creche “Arca de Noé” e a Escola

Primária. As necessidades são muitas e de

várias ordens, e procuramos estar atentos

às prioridades de cada situação que nos

apresentam.

No “nosso mosaico”, a creche de Santa

Catarina é uma estrutura relativamente

grande. Tem 3 salas, uma cozinha, uma la-

trina e um pequeno espaço exterior onde

se encontram os baloiços e escorregas for-

necidos pela Helpo.

O Director apresentou-nos a sua grande

preocupação, que para nós já era eviden-

te e necessitava de intervenção urgente:

chovia dentro da creche, situação que se

agrava quando a chuva é diária e inten-

sa, como acontece com frequência em

Santa Catarina. Este ano ocorreram várias

tempestades, mais do que habitualmen-

te acontece, que deterioraram em muito

o telhado do edifício, abrindo fissuras

em várias zonas. No lugar onde deveriam

estar mesas e cadeiras povoadas com me-

ninos a pintar e brincar, pequenos baldes

e alguidares aglomeravam-se em vários

pontos, gotejando e tornando o ambien-

te ainda mais húmido e pouco salutar

para as crianças. As madeiras apodreciam,

debilitando a estrutura interna do espa-

ço e as paredes começavam a levantar a

tinta e a ganhar bolor. A intervenção foi

rápida: renovar o telhado para resolver o

problema das infiltrações constantes. A

obra começou a ser feita no início da “gra-

vana” (meses de Junho, Julho e Agosto),

época seca em São Tomé e mais propícia

à realização da empreitada, com o apoio

da comunidade e da direcção da creche

que, em esforço conjunto, retiraram as

placas com fissuras e as substituíram pelas

novas fornecidas pela Helpo. Não foi de

todo uma obra simples, pois o acesso ao

telhado em condições de segurança era

essencial, e tivemos de pensar como o

poderíamos fazer, recorrendo apenas aos

recursos locais. Optou-se por usar escadas

e andaimes e com muito cuidado foram-

-se substituindo as placas de rosalite uma

a uma.

Primeiro problema resolvido!

Seguiu-se outra preocupação relativa à

creche, que se prendia com as latrinas que

a servem: o seu estado era tão precário

que há muito deixaram de ser usadas. O

chão encontrava-se esburacado e irregu-

lar, e estavam divididas por madeira que

já apodrecia com a humidade provocada

pelas infiltrações do telhado. As condições

de higiene ou privacidade eram muito re-

duzidas. Aqui a solução foi cimentar toda

a estrutura, retirando todas as madeiras,

substituindo-as por muros de cimento e

levantando três divisórias dentro da latri-

na. Encontram-se agora com as condições

necessárias para o uso de todas as crian-

ças que frequentam a creche.

Também a cozinha apresentava várias

lacunas. A parede exterior apresentava

fendas e buracos e o chão encontrava-se

irregular, em claro estado de degradação.

Não existia um local próprio para a prepa-

ração e confecção dos alimentos, nem tão

pouco um lugar onde guardar os inúme-

ros pratos e panelas da creche. A solução

aqui foi reparar todas as fissuras, alisar o

pavimento e construir uma bancada de

trabalho que, para além de guardar todos

os materiais da cantina, fornece também

funcionalidade ao espaço, permitindo a

confecção dos alimentos de uma forma

higiénica.

Por fim, todas as zonas de intervenção fo-

ram pintadas e encontramo-nos neste mo-

mento a finalizar a pintura exterior da cre-

che, imprimindo cor e alegria para o início

do ano lectivo que já está a começar!

Os pequenos grandes passos proporcio-

nam condições para que os trabalhos de-

senvolvidos dentro das comunidades es-

colares aconteçam em condições dignas.

Neste caso, foi a reabilitação de um espa-

ço antigo, com todas as vicissitudes que o

tempo lhe causa. O resultado nunca é tão

satisfatório como uma construção de raiz,

onde podemos controlar todas as variá-

veis, mas aqui usamos as vantagens do es-

paço já existente a nosso favor e fazemos

o melhor que ele nos proporciona. Com o

melhoramento da infraestrutura escolar,

as crianças encontram um espaço aprazí-

vel e confortável, propício para poderem

brincar e realizar a sua aprendizagem,

condição também essencial para o seu

desenvolvimento cognitivo, factor funda-

mental para o seu futuro. Os professores,

por seu lado, obtêm condições necessárias

ao progresso do seu trabalho. As mil ima-

gens que criam um mosaico encontram-se

aqui espelhadas para contribuir, na nossa

perspectiva, para o Desenvolvimento.

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0

PORTUGAL

hoje é o dia!

A IdeiaE se um dia pudéssemos correr todos na

mesma direcção? Em direcção ao que

acreditamos ser justo, equilibrado, (mais

humano)? Se a simples força da nossa von-

tade, convertida em percurso simbólico,

pudesse chamar a atenção, gerar um mo-

vimento muito maior do que uma ideia, e

transformar coisas simples, que residem

dentro de nós, em forças motrizes capazes

de concretizar?

Alguém dizia que, todos os dias, num

dado momento do dia, nos é dada uma

oportunidade para transformar as nossas

vidas, para revolucionar o nosso univer-

so, para revolver o nosso “sótão”, virar do

avesso prioridades, formas, cores, enfim,

o pacote que encerra a forma dos nossos

dias. Todos os dias há uma janela, um

vislumbre, uma fresta por onde podemos

enveredar para dar uma volta completa à

órbita dos nossos sonhos mais antigos e

(re)colocá-los no topo de todas as folhas

do nosso bloco de notas, recheado de

check lists onde, invariavelmente, os minu-

tos que sucedem nos relógios foram reme-

tendo prioridades para notas de rodapé.

Porque será então que esses rasgões no

meio das horas passam despercebidos

ou são deliberadamente ignorados? Será

que “todos os dias” são oportunidades em

demasia? Oportunidades também de adia-

mento das urgências? Deixas para remetê-

-las sempre para amanhã?

Foi a pensar no nosso incomensurável ta-

lento para manter as ideias nos seus com-

partimentos limitados que a Helpo pensou

na possibilidade de marcar, em todos os

calendários, anuários, agendas, que de

todos iguais se convertem em espelhos

de nós, do que queremos e do-que-não-

-queremos-mas-tem-que-ser, do que pers-

pectivámos, do que planeámos e do que

efectivamente fizemos, um dia em que se

transformam não apenas as nossas vidas,

mas as vidas de milhares de pessoas.

Dia 17 de Outubro assinala-se o Dia Inter-

nacional para a Erradicação da Pobre-

za. Esse dia, com direito a referência em

agendas e calendários, fruto da elevada

consciência humanística das grandes Or-

ganizações internacionais que reservam

conferências, dias, semanas e anos intei-

ros até, a temas específicos, é um dia que

não merece ser apenas mais um. A esse

dia, dia de pensar, de reflectir, de observar

o mundo à nossa volta, a Helpo decidiu

somar mais um: um dia de agir.

O ObjectivoReserva-se assim o dia 16 de Outubro para

nos insurgirmos contra a fome, a falta de

acesso à escolaridade, à água potável, a

cuidados de saúde, e à perspectiva de um

futuro que rompa um ciclo perpetuado

pela pobreza. Reserva-se um dia, constrói-

-se uma ideia conjunta, concretiza-se um

objectivo comum; a Helpo decidiu criar

um espaço onde se dá corpo à vontade,

de todos e de cada um, em erradicar a po-

breza! Um espaço não: cinco espaços.

Cascais, Gaia, Nampula, Pemba e São

Tomé são as cinco cidades que, dia 16 de

Outubro, vão correr contra a pobreza e

integrar um movimento de solidariedade

Internacional totalmente transversal. São

cinco os pontos do Globo onde a Helpo

está presente de forma permanente e

onde agrupará todos os seus padrinhos,

amigos e simpatizantes da causa, e ao

mesmo tempo beneficiários dos projec-

tos que cada um de nós permite construir,

ganhar forma e produzir resultados con-

cretos.

O propósito é dar ao nosso mundo, ao

de todos nós e ao de cada um, um rosto

Cascais, Joana Lopes Clemente

(mais) humano. É levantarmo-nos contra

as carências profundas e condições

indignas em que vive a esmagadora maio-

ria da população mundial. O mundo engo-

le em si uma diversidade espantosa, que

está presente em tudo. A pobreza não é

excepção. As cores de que se reveste aqui,

ao nosso lado, são altamente contrastan-

tes com aquelas que conhecemos além-

-fronteiras. No entanto, também o são

os horizontes de quem a sofre; pelo que,

para quem a experiencia, não deixa de ser

uma vivência dramática.

Com esta iniciativa, pretendemos criar um

movimento global, possível, necessário

que chama a atenção da comunidade in-

ternacional não apenas para um proble-

ma mas para a urgência em criar soluções.

Mais, para a urgência em participar dessas

mesmas soluções.

Para o fazer, basta caminhar, basta correr,

basta aparecer no dia e hora marcados,

numa das cinco cidades que vai ter o olhar

especialmente debruçado sobre a luta

mais nobre de todas: a luta pela sobrevi-

vência, pela dignidade da vida humana e

do direito à mesma!

O ResultadoOs apoios recolhidos a propósito desta

iniciativa têm um destino: as cidades Por-

tuguesas que também participarão na cor-

rida; torna-se assim possível expandir a in-

tervenção da Helpo a Portugal e olhar para

outros rostos da pobreza. Fazer com que

a população participe de forma directa, na

resolução das problemáticas daqueles que

lhe são próximos, vizinhos, concidadãos.

E, sobretudo passar a ideia de que em

cada um dos nossos dias, reside uma opor-

tunidade para agirmos, para nos tornar-

mos parte da solução, e que em cada um

de nós há um motor capaz de concretizar.

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Page 12: mundo_h#16

PORTUGAL

o nosso novo Norte.

o final de quatro anos de história(s) e de intervenção no

terreno, a Helpo ganhou maturidade para se expandir,

não só no exterior, em Moçambique e São Tomé, mas

cá dentro das nossas fronteiras. Atendendo ao apelo constante

dos nossos padrinhos e amigos no Norte, surgiu a possibilidade

de abrir uma delegação na zona do Porto.

Depois de quase completados três anos de integração na família

Helpo e de trabalho no terreno, fui convidada para abraçar mais

este desafio e criar um escritório que pudesse estar em contacto

com todos os nossos amigos do Norte do País.

Ainda não temos um espaço aberto a todos aqueles que nos

queiram visitar. No entanto, temos tido o apoio incansável da

FNAJ (Federação Nacional das Associações Juvenis) que nos tem

cedido uma sala na sua sede sempre que é por nós solicitada.

Pensamos que numa fase inicial, de implementação, não se jus-

tifica o arrendamento de um espaço, pelo que celebraremos um

protocolo com aquela instituição e partilharemos uma estrutura,

no centro da cidade do Porto, apta a dar este tipo de respostas a

Associações como a nossa. Isto significa uma poupança significa-

tiva, não só com recursos humanos, mas, também de consumí-

veis, bem como água, energia, internet…

Em breve estaremos abertos a receber todos os nossos amigos e

padrinhos em local e horários que oportunamente serão comuni-

cados. Esta proximidade permitirá, a todos aqueles que sentem a

distância como um entrave, um maior contacto com os colabo-

radores da Helpo e com todos os nossos projectos. Permitirá,

também, o depósito, na nossa delegação, de presentes e corres-

pondência para as crianças e os afilhados em Moçambique ou S.

Tomé. Pensamos que o facto de estarmos mais dispersos no ter-

ritório nacional facilitará uma maior recolha de géneros para dis-

tribuição livre e adesão a campanhas específicas de angariação.

Prevemos, ainda, uma componente de formação na área do vo-

luntariado internacional. Temos o objectivo de fazer workshops,

destinados a crianças, adolescentes e adultos, com temas oportu-

nos em função das dificuldades que vamos percebendo existirem

e/ou que nos forem apresentadas. É nosso objectivo estabelecer

parcerias com algumas Faculdades que formam profissionais nas

nossas áreas de intervenção, no sentido de proporcionar aos jo-

vens recém-licenciados ou em fase de estágio, experiências pro-

fissionais nas suas áreas de formação.

Para já, a Helpo está “no terreno” a perceber quais as dificulda-

des existentes nas famílias e Instituições portuguesas.

Porto, Ana Luísa Machado

N

Page 13: mundo_h#16

3

“Em breve

estaremos abertos

a receber todos os

nossos amigos e

padrinhos em local

e horários

a comunicar ”

Quando cheguei, depois de, sensivelmente, três anos de ausên-

cia da realidade concreta do nosso País, comecei a perceber que

havia uma pobreza emergente. Pobreza de quem antes não pas-

sava dificuldades, mas que agora não tem dinheiro para pagar

as suas contas ou, sequer, para comer. Quando me apresentava

como representante da Helpo na zona Norte, as palavras que

mais ouvia eram de esperança em mais uma mão amiga que vi-

nha para ajudar.

Foi em conversas destas que descobrimos a “Casa do Estudante”

da “Obra do Frei Gil”, uma Instituição Particular de Solidarieda-

de Social (IPSS) que acolhe 35 crianças, entre os 4 e os 18 anos.

Todas estas crianças chegam a este espaço

de acolhimento através do tribunal ou da Se-

gurança Social e todas elas estão referencia-

das como vítimas de algum tipo de violência

como maus tratos ou negligência por parte

dos progenitores ou tutores.

Como o Centro funciona em regime de in-

ternato, conta com a colaboração de 22 fun-

cionários. Conta, também, com a dedicação

totalmente gratuita de um Médico que se

encontra disponível para qualquer emer-

gência, a qualquer hora do dia ou noite,

uma Terapeuta da fala que, apesar de viver

em Lisboa, se desloca ao Porto uma vez por

semana para ajudar estas crianças, e uma

Psicóloga.

Apesar de toda esta boa vontade, a Obra do Frei Gil está a passar

por tremendas dificuldades económicas, o que os impossibilita

de dar a resposta que desejariam a todas as crianças que aco-

lhem e que fazem daquele Centro a sua família e o seu lar.

Felizmente há Instituições que fornecem regularmente os bens

alimentares básicos, como a massa, arroz, óleo e alguns legumes,

mas não há doações de lacticínios como iogurtes nem tão pouco

carne ou peixe. Estes são “luxos” nem sempre disponíveis, apesar

de haver um cuidado permanente e constante com a qualidade

da dieta alimentar de todas as crianças. Neste momento a Hel-

po está a tentar assegurar de forma regular e continua géne-

ros como carne, peixe, leite e iogurtes. Entretanto, estamos em

condições de oferecer uma primeira ajuda que consta de pastas

e mochilas, material didáctico e escolar, vestuário, calçado e pro-

dutos de higiene pessoal.

Um outro Centro a passar por dificuldades tremendas fica na

freguesia de Miragaia, uma das mais carenciadas da cidade do

Porto. Estou a falar do Centro Social e Paroquial de Miragaia.

Nesta instituição funciona uma creche, um espaço pré-escolar,

um ATL, um centro de apoio parental e um centro de dia com

apoio domiciliário. Na vertente da criança, existe um berçário

que acolhe 8 bebés, 35 meninos entre 1 e 3 anos, 25 alunos do

pré-escolar e 24 que frequentam diariamente o ATL, no total de

92 crianças. Cada criança paga uma média de 60,00 € mensais, o

que não é suficiente, sequer, para pagar as retribuições dos dez

funcionários. Acresce que, de há meio ano a esta parte, uma per-

centagem significativa dos encarregados de

educação deixou de pagar as mensalidades

por falta de orçamento; começaram a substi-

tuir os produtos de higiene das crianças por

outros mais baratos, sendo que, em alguns

casos, os suprimiram. Os auxiliares e educa-

dores começaram, também, a perceber que à

segunda-feira as crianças chegavam abatidas

e que comiam desesperadamente tudo o que

lhes era apresentado. A Helpo foi alertada

para o facto de, actualmente, algumas destas

crianças estarem a sofrer grandes restrições

alimentares durante o fim-de-semana.

Se é certo que já existe uma canalização re-

gular de bens alimentares básicos para esta

instituição, tal como na Obra do Frei Gil, o problema coloca-se

com os frescos, lacticínios, carne e peixe. Também aqui temos o

objectivo de assegurar uma regularidade de acesso a estes bens.

Para além disto, o espaço está bastante degradado e o mobiliário

e brinquedos já obsoletos, pelo que vamos oferecer novos brin-

quedos e jogos didácticos, bem como novo mobiliário e uma pin-

tura geral nas salas e casas de banho que foram invadidas pelo

mofo e caruncho. Para isso, contamos com a mão amiga de em-

presas de tintas e de armazéns de mobiliário, bricolage e deco-

ração. Contamos, também, com todos aqueles que nos queiram

conhecer, e que se queiram dar a conhecer, mas, acima de tudo,

que queiram “arregaçar as mangas e porem-se a trabalhar”, a

passar um fim-de-semana diferente e divertido, a pintar as pare-

des que recebem todos os dias os sorrisos destas crianças. Este é

um repto que todos os nortenhos terão de aceitar para mostrar a

força da Helpo neste canto de Portugal.

Page 14: mundo_h#16

4

PORTUGAL

4

ACascais, Caroline Staedtler

nova etapa.

pós a sua instalação na nova sede e depois de “sentir” o

Bairro, a Helpo está preparada para alargar a sua inter-

venção no terreno nacional, sempre na linha que define

o seu trabalho – in loco, junto dos que mais precisam e lado a

lado com os habitantes.

O levantamento de necessidades do Bairro surgiu naturalmente

através da implementação do Projecto Veki na Escola EB1 Ma-

nuel Gaião, onde os Professores ainda são próximos dos alunos,

onde estes se preocupam com as vidas dos seus pequenos discí-

pulos, mesmo fora da sala de aula. Muita informação importan-

te nos chegou através deles e dos miúdos. Andámos pelas ruas

do Bairro e ouvimos os pedidos dos que o habitam e, juntando

esta informação à que já tínhamos recebido da Escola, a Helpo

foi capaz de fazer um diagnóstico e desenvolver um projecto de

intervenção no Bairro das Fontainhas. Com o seu projecto, a Hel-

po vai chegar a mais população, pois a Escola EB1 Manuel Gaião

e a Escola Secundária de Alvide, que são as Escolas com as quais

a Helpo tem uma relação próxima no Bairro, recebe alunos dos

Bairros das Fontainhas, Irene e Abuxarda.

Os principais problemas identificados no Bairro são as famílias

desestruturadas, o desemprego, o envelhecimento da popula-

ção, a falta de atenção às crianças por parte dos pais por não

terem tempo ou por negligência, a ausência de actividades lú-

dicas e tempo de qualidade para as crianças, a dificuldade de

aprendizagem devido às poucas horas de sono que as crianças

têm (por estarem acordadas até tarde por fazerem trabalhos de

casa apenas quando os pais chegam do trabalho), alimentação

deficiente, oscilação da frequência escolar, e o facto das crianças

ficarem com os avós enquanto os pais trabalham ainda que estes

não tenham capacidade de os ocupar e, por último, a toxicode-

pendência.

O que fazer perante estas dificuldades? Proporcionar às crianças

um espaço onde podem ser crianças e ainda receberem algumas

ferramentas necessárias para crescerem de forma saudável, au-

mentarem as suas capacidades sociais, relacionais, cognitivas e

desta forma talvez evitarmos que alguns deles enveredem por

caminhos não desejáveis. Um projecto ambicioso? Sem dúvi-

da que é, mas são estas as ambições que nos movem e que são

necessárias para fazer a diferença na vida de quem esteja aberto

para nos receber.

Como é prática da Helpo, também neste projecto achamos opor-

tuno envolver quem está no Bairro ao pedir ajuda, apoio e um

olhar atento sobre o pouco que é necessário dar para fazer a di-

ferença. Por vezes a ajuda necessária está próxima e visível. Nes-

te caso, a ajuda caiu literalmente do céu: o Padre Nuno Coelho

recebeu-nos na igreja das Fontainhas (pertencente à Paróquia de

Cascais) e disponibilizou-nos as salas do Edifício anexo à mesma.

O projecto terá início em Outubro, a par do arranque das aulas,

e será um espaço dirigido a crianças e jovens onde, 4 vezes por

semana entre as 17.30 às 19.00 horas, os jovens têm acesso a es-

tudo acompanhado e actividades lúdicas (Expressão Dramática,

Educação pela Arte, Dança etc.) que estimulem as suas capaci-

dades emocionais, sociais e relacionais. A Helpo contará com a

ajuda dos seus voluntários que garantem a continuidade da fre-

quência semanal, assim como Workshops pontuais. O facto de as

crianças terem acesso ao estudo acompanhado irá ter repercus-

sões directas e positivas nas vidas deles, ao fazerem os trabalhos

de casa com regularidade, poderem tirar dúvidas com um adulto,

criarem um método de estudo e terem mais tempo livre quando

chegarem a casa para brincar – tudo isto contribuirá para um

desenvolvimento mais saudável. Uma das salas será equipada

com 8 computadores doados pela HP e que servirá como meio

dos alunos poderem consultar e pesquisar, sempre na presença

de um adulto, informação que possa ser útil para trabalhos que

tenham de desenvolver para a Escola. As restantes actividades

lúdicas serão atractivas para os jovens e terão a mais-valia de

trabalharem sobre aspectos fundamentais para um crescimento

e desenvolvimento adequado – o aumento de auto-estima, capa-

citação e estímulo de competências, criação de regras e limites,

gestão de conflito, trabalho em grupo etc.

Para além das actividades semanais, irá ser criado um grupo uma

vez por mês, onde serão abordadas algumas questões activas

e problemáticas dos jovens. Será um grupo de partilha, de en-

contro de respostas e de descobertas. Temos a certeza de que,

através do trabalho com as crianças, os pais também irão solicitar

respostas às suas necessidades, pelo que está no plano da Helpo

também disponibilizar espaços de partilha para os adultos atra-

vés de atendimentos individuais e Workshops.

Muito há por fazer e finalmente todas as condições se reuniram

para que a Helpo solidificasse cada vez mais a sua presença em

Portugal – queremos estar cada vez mais perto dos que nos ro-

deiam e fazer a diferença na nossa comunidade. De uma coisa

temos a certeza - a vida de muitas crianças por cá, também será

tocada pela presença da Helpo!

Se ficou entusiasmado com este projecto e deseja participar como voluntário ao acompa-nhar as crianças nos estudos ou ao leccionar um Workshop de alguma

actividade lúdica, por favor envie-nos um e-mail para [email protected].

Page 15: mundo_h#16

5

C

Nampula, Joana Lopes Clemente

as entrelinhas, os entretantos, os através.

anais que permitem ligar ferramentas a concretizações.

Uma viatura, um terreno, um contentor.

Varinhas mágicas que transportam os sonhos para a

realidade. Porventura menos palpáveis, menos óbvias que as

concretizações em si, menos resplandecentes nas fotografias,

mas condição absoluta para que elas aconteçam!

Um técnico no terreno traz na bagagem uma viagem de avião,

um visto de entrada, uma autorização de residência e de traba-

lho. Uma escola materializada em três espaçosas salas de aula,

devidamente equipadas e apoiadas pelo bloco administrativo,

envolve na sua História a viatura, as inspecções, o seguro, a ma-

nutenção e o gasóleo. O pneu que, cansado, ficou pelo caminho

e pediu baixa, o seu substituto, as licenças de construção.

Uma multidão de pastas laranja carregadas a tiracolo, ladeando

as estradas nas imediações das escolas, protegendo o material

escolar e o entusiasmo que as crianças nelas depositam, escon-

dem o trajecto por mar, de um contentor anónimo, que durante

68 dias percorreu dois mares, visitou portos, passou alfândegas,

carimbou documentos, coleccionou inspecções e taxas e final-

mente, conheceu transporte para terra onde alcançou o arma-

zém de destino.

Um ateliê de ocupação de crianças, um espaço recheado de con-

teúdo dirigido à infância, à juventude, contrariando as soluções

habituais, os caminhos frequentemente oferecidos e à mão de

semear: o tráfico de droga, o consumo, a prostituição infantil. A

oferta dessa alternativa, o vislumbre de outros percursos, tudo

isso é construído e encerrado numa estrutura; um edifício que se

ergue num terreno, que se oficializa numa escritura.

A Agenda Helpo já permitiu, no passado, a construção de um

furo de água em profundidade (2008), a aquisição de uma via-

tura de trabalho para São Tomé e Príncipe e a aquisição de um

gerador para o escritório de São Tomé e Príncipe (2010), a aqui-

sição de um terreno para a construção de um centro de dia para

crianças e jovens em risco e o envio de um contentor de 20 pés

carregado de livros, produtos de higiene, mantas tipo polar e ma-

terial escolar para Moçambique (2011).

No ano de 2012 queremos continuar a apostar nas pessoas, a

trabalhar em conjunto com as comunidades para permitir a sua

sobrevivência com dignidade e esperança no futuro. Precisamos,

para isso, de suportar os através, de trabalhar nos entretantos e

de preencher a poesia dos dias escrevendo nas entrelinhas. Por-

que não há concretização sem História, sem passos prévios, sem

estruturas sólidas que estejam presentes no dia-a-dia, junto de

quem delas precisa.

A Agenda Helpo 2012 vai permitir-nos estes passos tão necessá-

rios para o percurso como o derradeiro, o que corta a meta de

chegada. Marque na sua agenda o dia em que começará a mudar

o mundo à sua volta. HOJE É O DIA!

Ao efectuar qualquer doação a partir de 5€*entre os dias 1

de Novembro de 2011 e 28 de Fevereiro de 2012 estará a

contribuir activamente para a implementação de um pro-

jecto de microcrédito rotativo e geração de rendimento

para famílias de acolhimento a crianças órfãs promovido

pela Helpo em parceria com o Infantário (Orfanato) Provin-

cial de Nampula.

As referidas doações não incluem as contribuições feitas

ao abrigo do programa de apadrinhamento de crianças à

distância promovido pela Helpo nem os portes de envio

das referidas agendas cujo custo de envio postal ascende

a 1,32€ .

Page 16: mundo_h#16

6

vidas secas.Caxias, António Perez Metelo

esde o passado mês de Julho que a ONU declarou o

estado de emergência alimentar no Corno de África,

devido à mais severa seca dos últimos 60 anos. O epi-

centro desta catástrofe humana, que atinge 13,3 milhões de

seres humanos, situa-se no Centro e no Sul da Somália. A gra-

vidade do alastrar da fome resulta do difícil acesso da ajuda

humanitária a várias das seis regiões atingidas, devido à guerra

civil que se prolonga naquele país há já 20 anos.

Os organismos competentes das Nações Unidas, em conjuga-

ção com as previsões meteorológicas, já tinham lançado há

meses o alarme para que se procurasse evitar o pior. Ninguém

ligou! Em princípios de Setembro, a ONU alertou para a insufi-

ciência do apoio que o Mundo estava a prestar a esta tragé-

dia (cujo montante necessário a curto prazo foi calculado em

1 800 milhões de euros) e previu um agravamento das mortes

diárias, que estão a ocorrer, se a seca se prolongar até ao fim

do ano.

A ONU tem critérios bem precisos – todos eles terríveis – para

decretar um estado de fome: no mínimo tem de haver 20% das

famílias confrontadas com um estado de grave penúria alimen-

tar, outros 30% devem estar a sofrer de grave má nutrição e a

taxa diária de mortes deve ir além de 2 por cada 10 000 pesso-

as atingidas. Numa população somali afectada de 4 milhões, a

contabilidade das vítimas até ao momento não andará longe

das 65 mil; bastante mais, se tivermos em conta os efeitos da

seca nos vizinhos Quénia, Uganda e Etiópia. Metade das víti-

mas mortais são crianças.

Quanto a estas, a lei cruel da sobrevivência dos mais fortes

tem tido uma aplicação macabra: entre as famílias somalis

que, atravessando zonas desérticas, procuram chegar a cam-

pos de refugiados seguros (longe das pilhagens dos milicianos

em guerra do seu país) no Quénia, há relatos de mães que se

viram forçadas a dar o pouco que ainda podiam distribuir aos

seus filhos mais robustos – com maior capacidade de sobrevi-

vência – deixando morrer pelo caminho os mais débeis.

É inacreditável que, num Mundo que esbanja riquezas a eito,

em pleno século XXI, a Humanidade continue com as suas

prioridades tão baralhadas! Para acudir à dívida soberana de

três pais europeus, Grécia, Irlanda e Portugal, com os seus 25

milhões de habitantes, já se comprometeram 338 mil milhões

de euros. Para evitar uma morte horrível, catastrófica numa

população que é metade da dos três países citados, ainda não

se mobilizou metade do dinheiro necessário – 1,8 mil milhões!

Arrepia pensar que cada africano, fustigado por uma catástro-

fe natural de dimensão invulgar, não consiga sequer uma aju-

da 150 vezes menor do que aquela que é mobilizada para cada

europeu, alvo da ajuda financeira externa...

É assim que as coisas estão: em cada dia que passa, mais de

mil crianças mortas; com tendência a agravar-se à medida da

extensão da seca até ao fim de 2011. Para o trabalho da Helpo,

no Norte de Moçambique, está dado o alerta: as produções

agrícolas vão ser mais escassas e vai espalhar-se a situação de

má nutrição das populações, porventura também nas comuni-

dades onde vivem os nossos afilhados. Nós, seguramente não

viraremos a cara às situações de necessidade extrema que elas

possam vir a enfrentar nos próximos meses!

D

MAIS MUNDO

Page 17: mundo_h#16

7

ESTÓRIAS

eu Helpo, eu recebo.Borba, Ondina Giga

F azer voluntariado tem tudo a ver com receber. Receber

ensinamentos, amizade e bons momentos. Fazer volun-

tariado em Educação é receber sorrisos, carinho, grati-

dão. Até aqui nada de novo. A surpresa chega ao perceber que

o voluntariado, no país pobre que é Moçambique, significa

receber, de quem nada tem, tudo o que há para dar.

É receber permissão para entrar no mundo descalço de uma

criança pobre de 4 anos, quando ela nos puxa pela mão como

quem segura o que de mais precioso tem. É receber o olhar

dessa criança com aqueles olhos grandes que sorriem para

nós. É receber todo o tipo de sorrisos, os tímidos, os malan-

dros, os barulhentos, os que tiram o fôlego, os de contenta-

mento, os de criança inocente que vêm acompanhados da-

quele encolher de ombros. Impossível largar a mão, deixar de

olhar, deixar de sorrir ou deixar de fazer. Os meninos do Orfa-

nato com nome de Infantário, em Nampula, andam descalços,

vestem roupas rotas, tomam banho de balde, não têm pais,

mães ou irmãos que os acolham, mas sabem transformar-se na

família que acolhe quem lá vai. Lá, é fácil sentirmo-nos espe-

ciais. É fácil sentirmo-nos bem.

Aliás, difícil só foi mesmo o perceber que lá a realidade do dia-

-a-dia é realmente dura e que, por mais que queiramos que o

deixe de ser, continuará a sê-lo, por uma porção de tempo im-

possível de adivinhar.

E no fim, difícil foi virar as costas. Porque até no fim houve

receber, gentilmente entregue por essa realidade dura. Foi o

receber de um almoço especial, diferente para mim e diferen-

te para quem todos os dias almoça no Infantário Provincial

de Nampula. Foi um almoço grande, com tudo o que havia de

melhor para pôr na mesa, “Porque só estamos realmente jun-

tos quando partilhamos a refeição”, dizia a sábia Directora do

Infantário. Houve música para dançar, houve discursos para

chorar, houve bolo, sem ovos porque o dinheiro não chegou a

tanto, houve cantigas de despedida, abraços, obrigados, houve

uma capulana oferecida para garantir que a voluntária, mesmo

na distante Europa, nunca deixe cair os meninos do Infantá-

rio, à semelhança do que acontece com aquelas mulheres:

“Em África, por mais pequena que seja a capulana, uma mãe

que carrega o filho ao colo nunca o deixa cair. E a Tia Ondina

nunca pode deixar cair estes meninos”. As palavras são da Di-

rectora Pedagógica do Infantário. Depois, mais abraços, mais

cantigas, palmas, saíram as lágrimas e o coração acelerou. Fez-

-se tarde, saí, eu e a capulana que carrega todos os meninos

do Infantário, sem pesar.

É verdade que estes pequenos humanos e as suas dádivas são

o suficiente para sentirmos que valeu a pena. Outros houve,

os grandes humanos, aqueles que me ensinaram, ajudaram,

acompanharam, compreenderam e que são responsáveis por

hoje responder, a quem me pergunta como correu a experi-

ência de 6 meses em Moçambique “Sim, correu tudo bem. Foi

extraordinário, perfeito, adorei o que fiz e adorei as pessoas. E

tenho saudades.”. Obrigada pelo que me deram. Obrigada Tia-

go, obrigada Carlos, obrigada Infantário Provincial de Nampu-

la, obrigada Helpo.

Page 18: mundo_h#16

8

QUEM HELPA?

apoiar em tempo de crise...Cascais, Sofia Nobre

Contentores solidários…

Graças ao apoio de particulares e empresas, a Helpo tem con-

seguido enviar regularmente os presentes e correspondência

dos padrinhos para os seus afilhados para São Tomé e Prínci-

pe, assim como material diverso para distribuição livre junto

das crianças benificiárias dos programas de apoio da Helpo.

O custo relacionado com o envio de bens para o terreno au-

mentou significativamente, obrigando a Helpo a tomar medi-

das a este nível, de forma a não prejudicar o apoio efectuado

no terreno.

A empresa CONSTEP, pela mão do Director da Empresa – Engº

António Trigueiros, apadrinhou o envio de bens para o terreno

pela segunda vez no decorrer do ano de 2011, disponibilizan-

do espaço nos contentores que enviou para São Tomé e Prín-

cipe, assim como apoiando em todas as questões logísticas,

de desalfandegamento e transporte do material até à sede da

Helpo em São Tomé.

Desta forma a Helpo conseguiu enviar não só os presentes dos

padrinhos para os seus afilhados, como kits compostos por di-

versos materiais para distribuição geral às crianças benificiárias

do apoio da Helpo neste país.

O primeiro apoio disponibilizado pela CONSTEP possibilitou

“O apoio das

empresas torna-se

cada vez mais

importante para

chegar àqueles cuja

pobreza não está

camuflada ”

Numa altura em que a conjuntura actual obriga a cada vez mais cortes nos gastos, as Instituições Sem Fins Lucrativos vêem aumentar a di-ficuldade de conseguir obter apoios junto das empresas. Por outro lado os pedidos de ajuda às Instituições aumentam, obri-gando as Organizações a aumentar o le-que do seu apoio. No caso da Helpo, e como pôde ler nos ar-tigos de Portugal, iniciámos a nossa inter-venção em território Nacional, procurando dar resposta aos problemas identificados no Bairro das Fontainhas, onde a Asso-ciação opera, assim como na zona Norte do país. Esta expansão leva as Organi-zações a solicitar cada vez mais o apoio das empresas, e se por um lado existem entidades que

ampliam o seu apoio porque o índice de pobreza se encontra a aumentar significativamente, por outro lado, existe quem tenha que cor-tar porque vê o seu negócio ou situação financeira piorar. E neste hula hoop da crise financeira, há quem continue a necessitar de bens e ser-viços de primeira necessidade a que se viu privado uma vida inteira, como água, ali-mentação, vestuário, educação, saúde…O apoio das empresas torna-se cada vez mais importante para chegar àqueles cuja pobreza não está camuflada. E é neste sentido que a Helpo continua a procurar empresas madrinhas que apoiem as nos-sas causas, felizmente tem-se cruzado com

algumas que prestam um inestimável apoio…

Page 19: mundo_h#16

99

o envio de 26 volumes. Aos volumes estão associados kits in-

dividuais, a distribuir às crianças integradas no Programa de

Apadrinhamento de Crianças à Distância da Associação, nos

distritos de Lembá e Mé-Zóchi. Desta forma seguiram 476 kits

compostos por: 1 saco Helpo, material escolar e material di-

dáctico.

O segundo contentor permitiu o envio de 112 kits individuais,

compostos pelo mesmo material, e 112 kits de presentes de

padrinhos para os seus afilhados.

Sem o seu valioso apoio, não nos teria sido possível fazer che-

gar o material a tempo do início do ano lectivo e distribuir sor-

risos pelas comunidades.

A CONSTEP é uma empresa de Direito Santomense (com um

escritório de representação em Lisboa) e tem a sua cota de res-

ponsabilidade pelo desenvolvimento de São Tomé. Existente

desde 1986, foi responsável pelas obras de ampliação do Aero-

porto, obras hidráulicas (captação e abastecimento de água às

cidades da Trindade, São João dos Angolares e Vaz Sun Pinho),

aproveitamento hidroeléctrico da ilha do Príncipe, construção

da sede da Santa Casa da Misericórdia, construção da Fábrica

de tratamento de cacau e café em Monte Café, entre outras

empreitadas.

Em nome das crianças beneficiárias dos nossos projectos,

agradecemos uma vez mais o apoio efectuado pela CONSTEP e

por todos os padrinhos e amigos que nos apoiam no envio de

bens para o terreno.

Responsabilidade Social activa…

A Fuga Perfeita é uma empresa de animação e turismo cultural,

que se dedica essencialmente a 3 áreas de negócio: Turismo Cul-

tural, Animação Temática e Outdoor. A sua maior diferenciação

passa pela componente de customização da sua oferta às neces-

sidades específicas dos seus Clientes, em particular, na compo-

nente de animação temática. Em 2011 nasceu uma nova área de

negócio: a Responsabilidade Social. Porque a empresa acredita

que precisam de tomar medidas que abranjam todos os sectores

da nossa sociedade, criaram e propuseram actividades de Res-

ponsabilidade Social para que as empresas possam actuar nesse

sentido, facultando acções que ajudem as empresas a serem eco-

logicamente correctas, culturalmente aceites e socialmente justas

perante a sociedade civil.

As acções no âmbito da Responsabilidade Social vão desde a re-

cuperação de espaços necessitados de beneficiação ou pequenas

obras, como escolas, associações e organismos de solidariedade

social, à sensibilização e angariação de bens materiais para esco-

las, associações e organismos de solidariedade social.

É neste sentido que a Fuga Perfeita celebra uma parceria com a

Helpo, para que possamos beneficiar do apoio das empresas suas

clientes, no âmbito do voluntariado e angariação de bens.

Através de acções de teambuilding, os colaboradores podem

associar momentos de laser a trabalho voluntário e ajudar uma

Organização a levar o seu trabalho a bom porto.

Desde já manifestamos o nosso profundo agradecimento à Fuga

Perfeita e a todas as empresas suas clientes, que demonstrem in-

teresse em colaborar com a Helpo. E incentivamos outras empre-

sas a seguir o mesmo parâmetro de acção, porque tanto o apoio

voluntário como o apoio em géneros é necessário!

Page 20: mundo_h#16

0

Page 21: mundo_h#16

i MAIS

desporto, que visa a angaria-

ção de fundos e bens a reverter

a favor da Associação Helpo.

Este projecto irá decorrer entre

o dia 15 de Outubro e o dia 19

de Novembro e conta com a

3ª Edição. Este projecto conta

projecto CONCEITO

URBANO, implemen-

tado pela empresa de

eventos IN EVENTS,

consiste numa série de eventos

nas áreas da moda, artes, músi-

ca, festas e mais recentemente

O

helpo conceito urbano 2011.

com o apoio de várias entida-

des e embaixadores que dão a

cara pelo projecto, consulte a

página do CONCEITO URBANO

no facebook.

Apresentamos a agenda de

eventos marcados e convida-

mos todos os nossos padrinhos

e amigos a estarem presentes.

Para mais informações:

[email protected] /

938418938.

promoção do empreende-

dorismo solidário e por esse

motivo as receitas de bilhe-

teira serão distribuídas pelas

IPSS presentes.

Na sua 6ª Edição, a Feira vol-

ta às Instalações da FIL, no

Parque das Nações.

Contamos com a sua visita!

AIP – Feiras, Con-

gressos e Eventos

realiza, de 03 a 11 de Dezem-

bro de 2011, a NATALIS – Fei-

ra de Natal de Lisboa, onde

a Helpo estará novamente

presente.

A Organização da feira re-

leva o papel do Evento na

ANatalis 2011.

de 17 de Outubro a 13 de

Novembro, a Helpo estará pre-

sente nos centros comerciais

Mundicenter da grande Lisboa,

a dinamizar uma acção para

o público infantil e a recolher

bens: nas Amoreiras, no Odive-

Mundicenter juntou-

-se ao projecto

HELPO CONCEITO

URBANO 2011, como ponto

de recolha de bens e venda de

merchandising da Helpo.

Deste modo, durante um mês,

A

helpo nos shoppings Mundicenter.

las Parque, no Spacio Shopping

e no Oeiras Parque.

Para mais informações contac-

te-nos através do seguinte e-

-mail: [email protected] ou telefo-

nicamente para o 21 153 76 87.

Page 22: mundo_h#16

i MAIS

Este festival assenta em três

pilares de sustentabilidade: o

Económico, o Meio Ambien-

te e o Social, e é neste con-

texto que a Helpo foi convi-

dada a estar presente neste

Estoril é palco de

um evento de refe-

rência na área da

sustentabilidade, o Green

Festival, entre os dias 28 de

Setembro e 02 de Outubro.

O

green festival 2011.evento. Os temas principais

deste ano são o Ano Inter-

nacional das florestas, o Ano

Europeu do voluntariado e

a Mobilidade sustentável.

Durante cinco dias estare-

mos a promover não apenas

o nosso trabalho, como o

Workshop de voluntariado

Mais Voluntário, que conta

com a sua 3ª Edição.

dinamizadora desta acção, e

permitiu a recolha de fundos

no valor de 2449,00€.

Agradecemos à madrinha

Luísa Borges e sua família,

a todos os participantes e a

todas as empresas que nos

apoiaram na venda das rifas.

O nosso especial agradeci-

mento à Ksara, laboratório

de fotografia, que angariou

o valor de 165€ euros através

da venda de rifas e nos tem

apoiado em todas as inicia-

tivas.

o passado dia 13 de

Agosto foi sorteada

uma mota de água

nas festas da Semana do

Mar, que decorre todos os

anos na Ilha do Faial, Açores,

pela mão da Sofia Nobre, res-

ponsável do departamento

de comunicação da Helpo e

pela madrinha Luísa Borges.

O vencedor deste magnífico

prémio detém a rifa nº1000

e habita em Lisboa. A mota

de água foi gentilmente ofe-

recida à Helpo pela estima-

da madrinha Luísa Borges,

N

sorteio helpo.

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FICHA TÉCNICA

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Morada e Redacção: Associação Helpo,

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Redacção Portuguesa

Sofia Nobre(secretária de redacção)Joana Lopes ClementeMargarida Assunção

Colaboradores neste número

Ana Luísa MachadoAntónio Perez MeteloCarlos AlmeidaCaroline StaedtlerFlora TorresJoana Lopes ClementeOndina GigaSofia NobreTiago Coucelo

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Correspondente em África

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Informações: Associação Helpo

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gos sem assinatura. Para a reprodução

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