muitas das propostas dos sindicatos acabaram por ser ...do mesmo modo, foi determinante a garantia...

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As negociações entre os Sindicatos da FEBASE e a administração do BCP chegaram ao fim. Será assim possível garantir a salvaguarda de cerca de 400 postos de trabalho e a reposição das atuais condições remuneratórias após o reembolso, pelo Millennium bcp, do investimento realizado pelo Estado. Durante cerca de dois meses e meio, a FEBASE e a administração do BCP mantiveram intensas negociações com o objetivo de encontrar uma plataforma de acordo que permitisse salvaguardar pelo menos quatro centenas de postos de trabalho em risco, podendo o banco, simultaneamente, cumprir as obrigações inerentes ao plano de recapitalização assinado com a Autoridade Europeia da Concorrência (DGComp). Recorde-se que a falta de um acordo com os sindicatos colocava na mira do despedimento coletivo cerca de 1.600 trabalhadores, indemnizados com base nas condições estabelecidas no Código do Trabalho. Desde o início, a grande preocupação da FEBASE foi, por um lado, salvaguardar o maior número possível de postos de trabalho e, por outro, conseguir condições sociais e financeiras mais vantajosas para os trabalhadores que voluntariamente abandonem o banco através de rescisões de contrato por mútuo acordo e por reformas antecipadas. Do mesmo modo, foi determinante a garantia de que os trabalhadores virão a ser ressarcidos dos valores retidos por via do ajustamento salarial. Compromisso com Bruxelas Para recorrer ao plano de recapitalização com apoio estatal, o BCP assumiu um compromisso com a DGcomp e o Estado que exige o cumprimento de um programa de reestruturação interna plasmado num conjunto de medidas com consequências diretas no quadro de pessoal. Reestruturação interna entre 2014 e 2017 Em 2015, período em que será concentrado o maior esforço de redução, o banco não poderá ultrapassar, a 31 de dezembro: - 396 milhões de euros de custos com pessoal (diminuição de 131 milhões). Em 2017, último ano do plano, o banco não poderá ultrapassar, a 31 de dezembro: - 7.500 trabalhadores e 392 milhões de euros de custos com pessoal. - Se no prazo estipulado, até dezembro de 2017, o BCP não atingir o duplo objetivo de diminuição de efetivos (para 7.500) e de custos com pessoal (para 392 milhões de euros), terá de reduzir o quadro de efetivos para 7.100 trabalhadores, com recurso a um despedimento coletivo nos termos da Lei. Melhorar condições A primeira proposta do BCP, que não vamos aqui referir por desnecessário, foi considerada inaceitável pelos Sindicatos da FEBASE, por demasiado gravosa. Os Sindicatos exigiram, para base de negociação, um conjunto de documentos que lhes permitissem encontrar propostas alternativas e menos penalizadoras para os trabalhadores. Ao longo das sessões negociais, a FEBASE apresentou uma série de propostas, sempre com o objetivo de evitar o despedimento coletivo a que o BCP poderia recorrer para atingir a redução do quadro de efetivos e de custos com pessoal a que está obrigado por Bruxelas. Nessas propostas esteve sempre em causa, também, que o processo de saída do banco fosse SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO NORTE O Secretariado da FEBASE 10/13 • 31 de Dezembro de 2013 O Secretariado da FEBASE UGT SINDICATO E BCP CHEGAM A ACORDO

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Page 1: Muitas das propostas dos Sindicatos acabaram por ser ...Do mesmo modo, foi determinante a garantia de que os trabalhadores virão a ser ressarcidos dos valores retidos por via do ajustamento

As negociações entre os Sindicatos da FEBASE e a administração do BCP chegaram ao fim. Será assim possível garantir a salvaguarda de cerca de 400 postos de trabalho e a reposição das atuais condições remuneratórias após o reembolso, pelo Millennium bcp, do investimento realizado pelo Estado.Durante cerca de dois meses e meio, a FEBASE e a administração do BCP mantiveram intensas negociações com o objetivo de encontrar uma plataforma de acordo que permitisse salvaguardar pelo menos quatro centenas de postos de trabalho em risco, podendo o banco, simultaneamente, cumprir as obrigações inerentes ao plano de recapitalização assinado com a Autoridade Europeia da Concorrência (DGComp).Recorde-se que a falta de um acordo com os sindicatos colocava na mira do despedimento coletivo cerca de 1.600 trabalhadores, indemnizados com base nas condições estabelecidas no Código do Trabalho.Desde o início, a grande preocupação da FEBASE foi, por um lado, salvaguardar o maior número possível de postos de trabalho e, por outro, conseguir condições sociais e financeiras mais vantajosas para os trabalhadores que voluntariamente abandonem o banco através de rescisões de contrato por mútuo acordo e por reformas antecipadas.Do mesmo modo, foi determinante a garantia de que os trabalhadores virão a ser ressarcidos dos valores retidos por via do ajustamento salarial.

Compromisso com BruxelasPara recorrer ao plano de recapitalização com apoio estatal, o BCP assumiu um compromisso com a DGcomp e o Estado que exige o cumprimento de um programa de reestruturação interna plasmado num conjunto de medidas com consequências diretas no quadro de pessoal.

Reestruturação interna entre 2014 e 2017Em 2015, período em que será concentrado o maior esforço de redução, o banco não poderá ultrapassar, a 31 de dezembro:- 396 milhões de euros de custos com pessoal (diminuição de 131 milhões). Em 2017, último ano do plano, o banco não poderá ultrapassar, a 31 de dezembro:- 7.500 trabalhadores e 392 milhões de euros de custos com pessoal.- Se no prazo estipulado, até dezembro de 2017, o BCP não atingir o duplo objetivo de

diminuição de efetivos (para 7.500) e de custos com pessoal (para 392 milhões de euros), terá de reduzir o quadro de efetivos para 7.100 trabalhadores, com recurso a um despedimento coletivo nos termos da Lei.

Melhorar condiçõesA primeira proposta do BCP, que não vamos aqui referir por desnecessário, foi considerada inaceitável pelos Sindicatos da FEBASE, por demasiado gravosa. Os Sindicatos exigiram, para base de negociação, um conjunto de documentos que lhes permitissem encontrar propostas alternativas e menos penalizadoras para os trabalhadores.Ao longo das sessões negociais, a FEBASE apresentou uma série de propostas, sempre com o objetivo de evitar o despedimento coletivo a que o BCP poderia recorrer para atingir a redução do quadro de efetivos e de custos com pessoal a que está obrigado por Bruxelas.Nessas propostas esteve sempre em causa, também, que o processo de saída do banco fosse

S I N D I C A T O D O S B A N C Á R I O S D O N O R T E

O Secretariado da FEBASE10/13 • 31 de Dezembro de 2013 O Secretariado da FEBASE

UGT

SINDICATO E BCP CHEGAM A ACORDO

voluntário e aberto a todos os trabalhadores – e não por seleção do BCP através do despedimento – e que as condições fossem superiores ao imposto pela lei.Muitas das propostas dos Sindicatos acabaram por ser aceites pela administração do BCP, e constam do acordo hoje assinado.

Matérias mais relevantes do acordoAo longo das várias sessões negociais entre os Sindicatos da FEBASE e a administração do BCP para um acordo sobre ajustamento salarial, foi possível a Federação garantir um conjunto de compromissos por parte do banco que servirão de base à alteração temporária que se impõe ao ACT, de que realçamos, nomeadamente:

- Garantia da salvaguarda de cerca de 400 postos de trabalho; - Do ajustamento salarial nunca poderá resultar um valor inferior a: remuneração base (valor do nível), acrescida de diuturnidades vencidas e subsídio de almoço;

- A retribuição mensal efetiva (RME) até mil euros ilíquidos não será alvo de qualquer ajustamento salarial;- O ajustamento salarial começará acima dos mil euros de RME em 3% e atingirá os 11% a partir dos sete mil euros;

- A Comissão Executiva e o Conselho de Administração do banco submeterão à Assembleia Geral de acionistas uma proposta de distribuição de resultados pelos trabalhadores, nos anos seguintes ao fim da intervenção estatal, consubstanciada na entrega de um valor pelo menos igual ao valor total acumulado da retenção salarial;

- Rescisões voluntárias de contrato com melhores condições sociais e financeiras, nomeadamente a indemnização em função da data de adesão, a saber:

- Indeminização de 1,6 de remuneração mensal efetiva por cada ano de trabalho nas primeiras 3 semanas; 1,5 de remuneração mensal efetiva por cada ano de trabalho, no período seguinte;

- Reforma antecipada para os trabalhadores com mais de 59 anos com uma compensação de montante não superior ao diferencial entre o valor líquido da reforma e 75% da remuneração líquida no ativo, até à idade normal de reforma (65 anos), desde que o seu custo seja inferior a um valor máximo a definir;

- Reforma antecipada para trabalhadores entre 57 e 59 anos com uma compensação de montante não superior ao diferencial entre o valor líquido da reforma e 70% da remuneração líquida no ativo, até à idade normal de reforma (65 anos);

- A pedido do trabalhador e enquanto vigorar o acordo, a prestação mensal do crédito à habitação e outros créditos pode ser reduzida até ao valor do ajustamento salarial, com recurso a carência de capital durante o período transitório, a restituir com a distribuição de resultados e/ou através do prolongamento do prazo de amortização até aos 75 anos;

- Revisão do ACT do BCP com introdução de uma cláusula de ajuste salarial com vigência temporária;- Suspensão de promoções, progressões e diuturnidades vincendas enquanto vigorar o acordo (no máximo até 31/12/2017);

- Caducidade do acordo a 31 de dezembro de 2017 ou noutra data anterior convencionada pelas partes;- Em futuras admissões, direito de preferência aos trabalhadores que rescindam o contrato por mútuo acordo, e em igualdade de circunstâncias, com o devido reajustamento da indemnização recebida;

- Reposição das atuais condições remuneratórias e do ACT atualmente em vigor após o reembolso do investimento público pelo banco, o que ocorrerá em 31/12/2017 ou data anterior.

Lembramos que o documento agora assinado – “MEMORANDO DE ENTENDIMENTO - FORMALIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS NEGOCIAIS ACORDADOS COM OS SINDICATOS PARA REVISÃO DOS ACT’S MILLENNIUM BCP” – vai obrigar à alteração das convenções existentes, com a criação de uma cláusula transitória. Por vontade dos Sindicatos do Sector Bancário da FEBASE envolvidos nas negociações, os trabalhadores do banco serão consultados, para que possam exprimir a sua vontade neste processo, seguindo-se a discussão e deliberação final nos órgãos próprios da Federação.A aplicação deste acordo fica também dependente da publicação de uma Portaria de Extensão aos trabalhadores não representados pelos sindicatos signatários do mesmo.Aos trabalhadores do MILLENNIUM BCP queremos transmitir neste momento que a FEBASE tudo fez e fará para defender, de forma inequívoca, o maior número de postos de trabalho, bem como garantir melhores condições para todos os trabalhadores.

Contem connosco. Nós contamos com todos.

Aos Trabalhadores do

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As negociações entre os Sindicatos da FEBASE e a administração do BCP chegaram ao fim. Será assim possível garantir a salvaguarda de cerca de 400 postos de trabalho e a reposição das atuais condições remuneratórias após o reembolso, pelo Millennium bcp, do investimento realizado pelo Estado.Durante cerca de dois meses e meio, a FEBASE e a administração do BCP mantiveram intensas negociações com o objetivo de encontrar uma plataforma de acordo que permitisse salvaguardar pelo menos quatro centenas de postos de trabalho em risco, podendo o banco, simultaneamente, cumprir as obrigações inerentes ao plano de recapitalização assinado com a Autoridade Europeia da Concorrência (DGComp).Recorde-se que a falta de um acordo com os sindicatos colocava na mira do despedimento coletivo cerca de 1.600 trabalhadores, indemnizados com base nas condições estabelecidas no Código do Trabalho.Desde o início, a grande preocupação da FEBASE foi, por um lado, salvaguardar o maior número possível de postos de trabalho e, por outro, conseguir condições sociais e financeiras mais vantajosas para os trabalhadores que voluntariamente abandonem o banco através de rescisões de contrato por mútuo acordo e por reformas antecipadas.Do mesmo modo, foi determinante a garantia de que os trabalhadores virão a ser ressarcidos dos valores retidos por via do ajustamento salarial.

Compromisso com BruxelasPara recorrer ao plano de recapitalização com apoio estatal, o BCP assumiu um compromisso com a DGcomp e o Estado que exige o cumprimento de um programa de reestruturação interna plasmado num conjunto de medidas com consequências diretas no quadro de pessoal.

Reestruturação interna entre 2014 e 2017Em 2015, período em que será concentrado o maior esforço de redução, o banco não poderá ultrapassar, a 31 de dezembro:- 396 milhões de euros de custos com pessoal (diminuição de 131 milhões). Em 2017, último ano do plano, o banco não poderá ultrapassar, a 31 de dezembro:- 7.500 trabalhadores e 392 milhões de euros de custos com pessoal.- Se no prazo estipulado, até dezembro de 2017, o BCP não atingir o duplo objetivo de

diminuição de efetivos (para 7.500) e de custos com pessoal (para 392 milhões de euros), terá de reduzir o quadro de efetivos para 7.100 trabalhadores, com recurso a um despedimento coletivo nos termos da Lei.

Melhorar condiçõesA primeira proposta do BCP, que não vamos aqui referir por desnecessário, foi considerada inaceitável pelos Sindicatos da FEBASE, por demasiado gravosa. Os Sindicatos exigiram, para base de negociação, um conjunto de documentos que lhes permitissem encontrar propostas alternativas e menos penalizadoras para os trabalhadores.Ao longo das sessões negociais, a FEBASE apresentou uma série de propostas, sempre com o objetivo de evitar o despedimento coletivo a que o BCP poderia recorrer para atingir a redução do quadro de efetivos e de custos com pessoal a que está obrigado por Bruxelas.Nessas propostas esteve sempre em causa, também, que o processo de saída do banco fosse

O Secretariado da FEBASE06/13 • 20 de Setembro de 2013 O Secretariado da FEBASE

voluntário e aberto a todos os trabalhadores – e não por seleção do BCP através do despedimento – e que as condições fossem superiores ao imposto pela lei.Muitas das propostas dos Sindicatos acabaram por ser aceites pela administração do BCP, e constam do acordo hoje assinado.

Matérias mais relevantes do acordoAo longo das várias sessões negociais entre os Sindicatos da FEBASE e a administração do BCP para um acordo sobre ajustamento salarial, foi possível a Federação garantir um conjunto de compromissos por parte do banco que servirão de base à alteração temporária que se impõe ao ACT, de que realçamos, nomeadamente:

- Garantia da salvaguarda de cerca de 400 postos de trabalho; - Do ajustamento salarial nunca poderá resultar um valor inferior a: remuneração base (valor do nível), acrescida de diuturnidades vencidas e subsídio de almoço;

- A retribuição mensal efetiva (RME) até mil euros ilíquidos não será alvo de qualquer ajustamento salarial;- O ajustamento salarial começará acima dos mil euros de RME em 3% e atingirá os 11% a partir dos sete mil euros;

- A Comissão Executiva e o Conselho de Administração do banco submeterão à Assembleia Geral de acionistas uma proposta de distribuição de resultados pelos trabalhadores, nos anos seguintes ao fim da intervenção estatal, consubstanciada na entrega de um valor pelo menos igual ao valor total acumulado da retenção salarial;

- Rescisões voluntárias de contrato com melhores condições sociais e financeiras, nomeadamente a indemnização em função da data de adesão, a saber:

- Indeminização de 1,6 de remuneração mensal efetiva por cada ano de trabalho nas primeiras 3 semanas; 1,5 de remuneração mensal efetiva por cada ano de trabalho, no período seguinte;

- Reforma antecipada para os trabalhadores com mais de 59 anos com uma compensação de montante não superior ao diferencial entre o valor líquido da reforma e 75% da remuneração líquida no ativo, até à idade normal de reforma (65 anos), desde que o seu custo seja inferior a um valor máximo a definir;

- Reforma antecipada para trabalhadores entre 57 e 59 anos com uma compensação de montante não superior ao diferencial entre o valor líquido da reforma e 70% da remuneração líquida no ativo, até à idade normal de reforma (65 anos);

- A pedido do trabalhador e enquanto vigorar o acordo, a prestação mensal do crédito à habitação e outros créditos pode ser reduzida até ao valor do ajustamento salarial, com recurso a carência de capital durante o período transitório, a restituir com a distribuição de resultados e/ou através do prolongamento do prazo de amortização até aos 75 anos;

- Revisão do ACT do BCP com introdução de uma cláusula de ajuste salarial com vigência temporária;- Suspensão de promoções, progressões e diuturnidades vincendas enquanto vigorar o acordo (no máximo até 31/12/2017);

- Caducidade do acordo a 31 de dezembro de 2017 ou noutra data anterior convencionada pelas partes;- Em futuras admissões, direito de preferência aos trabalhadores que rescindam o contrato por mútuo acordo, e em igualdade de circunstâncias, com o devido reajustamento da indemnização recebida;

- Reposição das atuais condições remuneratórias e do ACT atualmente em vigor após o reembolso do investimento público pelo banco, o que ocorrerá em 31/12/2017 ou data anterior.

Lembramos que o documento agora assinado – “MEMORANDO DE ENTENDIMENTO - FORMALIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS NEGOCIAIS ACORDADOS COM OS SINDICATOS PARA REVISÃO DOS ACT’S MILLENNIUM BCP” – vai obrigar à alteração das convenções existentes, com a criação de uma cláusula transitória. Por vontade dos Sindicatos do Sector Bancário da FEBASE envolvidos nas negociações, os trabalhadores do banco serão consultados, para que possam exprimir a sua vontade neste processo, seguindo-se a discussão e deliberação final nos órgãos próprios da Federação.A aplicação deste acordo fica também dependente da publicação de uma Portaria de Extensão aos trabalhadores não representados pelos sindicatos signatários do mesmo.Aos trabalhadores do MILLENNIUM BCP queremos transmitir neste momento que a FEBASE tudo fez e fará para defender, de forma inequívoca, o maior número de postos de trabalho, bem como garantir melhores condições para todos os trabalhadores.

Contem connosco. Nós contamos com todos.