movimento diÁrio do caixa - conscientia.se · conciliação bancária, onde se somará ou...

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CONCRAB MAE 3.1.1 Manual do Acompanhamento das Empresas Sociais dos Assentamentos da Reforma Agrária Selma Santos 21.07.04 1 MOVIMENTO DIÁRIO DO CAIXA O livro movimento do caixa ou diário do caixa controla as entradas e saídas de dinheiro da empresa social, apresentando sempre, o valor real de dinheiro em caixa. O caixa deve escriturado diariamente e sem datas retroativas, ou seja, o lançamento deve corresponder ao dia em que foi efetuada a entrada ou saída do dinheiro. Caso haja algum erro de lançamento, o mesmo não deve ser apagado, faz-se em seguida um lançamento de correção, ou estorno, deve-se manter registrados todos lançamentos para garantir a transparência, até mesmo os erros. Findado o mês em curso, já contemplando todos os registros mais a apuração do saldo em dinheiro final, destaca-se a primeira via do Livro Caixa, juntam-se os documentos que comprovam os lançamentos e arquiva-se em local adequado. O responsável pela contabilidade tomará as devidas providências quanto à classificação contábil final. Modelo de Movimento Caixa MOVIMENTO DO CAIXA (a) folha nº 2 . (b)Referente ao dia 02 de março de 2004 (c) Conta (d) Do c (e) HISTÓRICO VALORES MOVIMENTADOS (f) SALDO (g) ENTRADA S (h) SAÍDAS Saldo Anterior 120,00 10.2 3 Caixa A Bancos contas movimento A Banco do Brasil S.A – cheque nº000001 970,00 850,00 10.1 1 Bancos contas movimento A Caixa – deposito Conta Banco do Brasil 720,00 250,00 10.7 2 Duplicatas a pagar A Caixa – pagamento duplicata Internet referente o mês de fevereiro 610,00 110,00 (i) DETALHES DO SALDO dinheir o 610,00 (j) TOTAIS 850,00 360,00 chequ e (k) Saldo anterior 110,00 vales (l) SALDO ATUAL 610,00 Total 610,00 Declaramos que os valores registrados nestes documentos correspondem ao movimento caixa efetivo. (m) Assinaturas: Caixa Coordenador Financeiro ou Tesoureiro INSTRUÇÕES QUANTO AO PREENCHIMENTO (a) número da folha do movimento do Caixa (b) dia, mês e ano a que se refere o movimento

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MOVIMENTO DIÁRIO DO CAIXA

O livro movimento do caixa ou diário do caixa controla as entradas e saídas de dinheiro da empresa social, apresentando sempre, o valor real de dinheiro em caixa. O caixa deve escriturado diariamente e sem datas retroativas, ou seja, o lançamento deve corresponder ao dia em que foi efetuada a entrada ou saída do dinheiro. Caso haja algum erro de lançamento, o mesmo não deve ser apagado, faz-se em seguida um lançamento de correção, ou estorno, deve-se manter registrados todos lançamentos para garantir a transparência, até mesmo os erros. Findado o mês em curso, já contemplando todos os registros mais a apuração do saldo em dinheiro final, destaca-se a primeira via do Livro Caixa, juntam-se os documentos que comprovam os lançamentos e arquiva-se em local adequado. O responsável pela contabilidade tomará as devidas providências quanto à classificação contábil final.

Modelo de Movimento Caixa

MOVIMENTO DO CAIXA (a) folha nº 2 . (b)Referente ao dia 02 de março de 2004

(c) Conta

(d) Doc

(e) HISTÓRICO

VALORES MOVIMENTADOS

(f) SALDO

(g) ENTRADA

S

(h) SAÍDAS

Saldo Anterior 120,00 10.2 3 Caixa A Bancos contas movimento A Banco do Brasil S.A – cheque

nº000001 970,00 850,00

10.1 1 Bancos contas movimento A Caixa – deposito Conta Banco do

Brasil 720,00 250,00

10.7 2 Duplicatas a pagar A Caixa – pagamento duplicata Internet referente o mês de fevereiro 610,00 110,00 (i) DETALHES DO SALDO dinheiro

610,00 (j) TOTAIS 850,00 360,00

cheque

(k) Saldo anterior

110,00

vales (l) SALDO ATUAL

610,00

Total 610,00

Declaramos que os valores registrados nestes documentos correspondem ao movimento caixa efetivo. (m) Assinaturas:

Caixa

Coordenador Financeiro ou Tesoureiro

INSTRUÇÕES QUANTO AO PREENCHIMENTO

(a) número da folha do movimento do Caixa (b) dia, mês e ano a que se refere o movimento

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(c) espaço reservado para código contábil da conta (se tiver) (d) número do documento de caixa (quando forem numerados) (e) nome da conta e histórico do lançamento (f) saldo parcial das contas lançadas (g) valores de entradas em caixa (em dinheiro, cheque...) (h) valores de saídas de caixa (pagamentos, depósitos, vales, devoluções...) (i) especificações dos valores que compõem o saldo do dia (j) totais da entradas e saídas do dia (k) saldo dia anterior (lançamentos da folha anterior) (l) saldo atual, que é igual a soma do saldo anterior e do total de entradas e saídas (m) assinaturas dos responsáveis pelos lançamentos e supervisão do caixa.

Referência bibliográfica: Ribeiro, O. M. Contabilidade Básica. Editora Saraiva, 2ª. Ed. São Paulo/SP, 1994.

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CONTROLE DE CONTAS PAGAR E RECEBER

Esses controles são utilizados por empresas para registrar vendas pelas quais não serão imediatamente pagas, ou para registar compras que receberam, mas apenas irão pagar mais tarde, ou seja, vendas e compras a prazo. Este tipo de controle é utilizado principalmente quando você tem muitas faturas e recibos a entrar e sair.

É importante fazer um cadastro com dados de clientes e fornecedores.

Este controle devidamente preenchido fornecerá um relatório que fará parte de seu fluxo de caixa, pois lhes apresentará um saldo financeiro parcial para os devidos planejamentos de compras, pagamentos e investimentos. Além de ser parte integrante da prestação de contas mensal da referida empresa social, pois juntamente com o movimento do caixa, conciliação bancária e registro de patrimônio representarão o capital real da empresa social. Modelo:

CONTAS A PAGAR FORNECEDOR PRODUTO VALOR VENCIMENTO

Embalagens Cia emb. Longa vida 5.000,00 30/08/2003 Tratores & implementos Grade roma 7.000,00 30/09/2003 CONTAS A RECEBER

CLIENTE PRODUTO VALOR VENCIMENTO Laticínios Holandesa Leite Longa vida 20.000,00 30/06/2003 Laticínios Estrela Leite in natura 9.000,00 30/06/2003 RESUMO DE CONTAS A PAGAR E RECEBER

DATA A RECEBER A PAGAR SALDO 30/06/2003 20.000,00 20.000,00 30/06/2003 9.000,00 29.000,00 30/08/2003 5.000,00 24.000,00 30/09/2003 7.000,00 17.000,00

SALDO TOTAL 17.000,00

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CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

A conciliação bancária consiste em garantir o controle do saldo bancário. Para dar transparência a utilização dos recursos da empresa. Para a realização da conciliação é preciso um controle interno da conta bancária, isso para poder ser comparado ao extrato enviado pelo Banco. Ressalta-se a importância desse controle, para que faça parte da prestação de contas mensal, juntamente com outros documentos e controles.

Aqui vamos apenas apresentar um modelo.

Agência: Conta nº Banco: DATA Nº DOC DESCRIÇÃO ENTRADAS SAÍDAS SALDO 08/06/03 SALDO ANTERIOR 200,00 09/06/03 000041 Ch. Pagto combustível 50,00 150,00 10/09/03 000000 Depósito em c/c 100,00 250,00 15/09/03 000000 Pagamento de CPMF 5,5 244,50

As entradas seriam compostas pelos depósitos efetuados em conta e juros, os lançamentos de entradas deverão ser feitos conforme os comprovantes de depósitos existentes ou aviso de recebimento em contas (projetos e outros).

Já as saídas seriam os cheques emitidos, saques realizados, despesas bancárias, como tarifas, cpmf, e outros impostos, e contas diversas debitadas diretamente em conta bancária. Os lançamentos também serão efetuados a partir da cópia cheque. As entradas menos as saídas lhes fornecerá um saldo da conta bancária, que deverá ser exatamente igual ao extrato bancário mensal emitido pelo Banco. Tem-se que considerar as taxas bancárias e juros, isso poderá ser feito ao final do mês.

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REGISTRO DE PATRIMÔNIO

A cooperativa deverá manter em ordem todo seu ativo fixo (patrimônio), obedecendo às normas e determinações legais.

Segue sugestões: Todo bem do ativo deve ter ficha contendo o seu histórico, desde a entrada na cooperativa até a sua eventual baixa, acrescentando os valores de depreciação anual. Após cada entrada, cada bem do ativo deve ser identificado por número que lhe é afixado por placa metálica ou por gravação elétrica. Toda transferência de bem do ativo deve ser fixo entre departamento deve ser previamente autorizada e registrada na ficha de controle. Periodicamente deve-se proceder levantamento físico de todos os bens do ativo fixo. Todo bem do ativo fixo em atendimento à política global da cooperativa, mesmo em fase de construção, deve ser segurado. A contabilização dos desembolsos para as obras em andamento deve ser feita em conta própria, evitando que parcela dos mesmos seja tratado como despesas.

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PRESTAÇÃO DE CONTAS Prestação de contas de uma organização é o relatório periódico que traduz a vida financeira da empresa. Neste relatório deve constar o controle de entradas, saídas e saldo de cada setor da empresa social, para a partir disso, fazer uma análise geral com base nos dados financeiros e acompanhar os rumos do planejamento anual.

A base de dados ou a fonte de informações para elaborar a prestação de contas mensal serão obtidas através de: A) movimento do caixa (o controle diário de entradas e saída do caixa); B) controle de contas a pagar e receber, referente ao período da prestação de contas; C) conciliação bancária, onde se somará ou subtrairá o saldo em conta bancária; D) controle do registro de patrimônio, que apresentará o capital permanente e suas depreciações. Assim, ter-se-á uma visão geral da vida financeira da empresa social.

Modelo de relatório de prestação de contas: recomenda-se elaboração desta planilha no Excel ou em programa equivalente. SETOR: agricultura PERÍODO: 01 a 31/07/2003 DESCRIÇÃO ENTRADA SAÍDA SALDO Venda feijão 120.000,00 120.000,00 Venda milho 145.000,00 265.000,00 Compra de insumos p/ feijão 20.000,00 245.000,00 Compra de sementes de feijão 65.000,00 180.000,00 Compra de insumos p/ milho 35.000,00 145.000,00 Compra de sementes de milho 80.000,00 65.000,00 Construção de 01 armazém 50.000,00 15.000,00 SALDO 15.000,00 SETOR: pecuária PERÍODO: 01 a 31/07/2003 DESCRIÇÃO ENTRADA SAÍDA SALDO Venda leite 60.000,00 60.000,00 Venda 40 vacas 40.000,00 100.000,00 Compra de remédios 2.000,00 98.000,00 Silagem 25.000,00 73.000,00 Compra de 50 novilha 35.000,00 38.000,00 Compra de 01 touro 1.200,00 36.800,00 SALDO 36.800,00 SETOR: administração PERÍODO: 01 a 31/07/2003 DESCRIÇÃO ENTRADA SAÍDA SALDO Aluguel de carro 800,00 800,00 Combustível 2.800,00 -2.000,00 Telefone 560,00 -2.560,00 Adiantamento para sócios 25.000,00 -27.560,00 Manutenção veículo 1.000,00 -28.560,00 SALDO RESUMO GERAL DA EMPRESA PERÍODO: 01 a 31/07/2003 SETOR ENTRADA SAÍDA SALDO Agricultura 265.000,00 250.000,00 15.000,00 Pecuária 100.000,00 63.200,00 51.800,00 Administração 800,00 29.360,00 23.240,00 (Os dados lançados acima são fictícios.) Nota-se que o saldo geral da empresa, durante o mês de julho/03 é positivo e no valor de R$ 23.240,00. A que se considerar que o relatório também registra os investimentos feito no período (compras cabeças novilha e touro e construção do armazém).

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CONTABILIDADE

Contabilidade é uma espécie de diário de bordo da organização. Ela tem a função de registrar os fatos ocorridos por meio de transações realizadas, para efetuar controles e apurar as novas situações que são informadas pelos relatórios.

1 DEFINIÇÃO DE DOCUMENTO CONTABIL Entende-se por documento contábil aquele que comprova – atesta a aquisição de um determinado bem, produto ou serviço. Dentre todos, podemos citar alguns dos mais freqüentemente utilizados, por exemplo: - Nota fiscal/Fatura, recibo, depósito bancário, extrato de conta bancária,

documentos de arrecadação de tributos: Darf, Gare, GPs, Gfip, Darm, Etc... Salientamos alguns cuidados que devem ser observados quando da aceitação de nota fiscal/fatura ou recibo, a saber: - A nota Fiscal/Fatura deverá conter, as seguintes informações relacionadas ao

produto ou serviço adquirido: Quantidade, Descrição, valor R$, data da emissão, nome do destinatário.

E ainda, em se tratando de pagamento a vista, ou seja, “produto versus dinheiro”, o estabelecimento emitente do documento deverá apor a informação ou carimbo de “recebemos” ou “pago” datando e assinando. O recibo deverá conter, além das informações anteriores citadas, o carimbo do CNPJ do emitente no caso de pessoa jurídica, e RG, CPF e endereço do emitente no caso de pessoa física. Nota: A aceitação de recibo, para comprovar-se o gasto, deverá ser feita apenas quando o estabelecimento comercial estiver desobrigado de emitir nota fiscal. Sendo que empresas de ônibus, lancheria, empresas que tem comercio não existe previsão de não obrigação de emitir nota fiscal.

2 SEPARAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS CONTÁBEIS A organização dos documentos contábeis deve ser feita seguindo uma ordem cronológica mensal, ou seja, do inicio ao fim do próprio mês. Após, basta apenas acondiciona-los em envelope ou saco plástico e disponibilizá-los a área de contabilidade, que procederá aos registros necessários. DEMONSTRAÇÕES DA MOVIMENTAÇÃO DO PERIODO: Toda e qualquer movimentação de dinheiro realizada, num determinado período, mensal no caso, deve ser realizada de forma a demonstrar o quanto e de quem recebeu-se o dinheiro e quanto e com que gastou-se este dinheiro. De forma simples e hipotética procuraremos, a seguir, orientar de qual maneira deve-se realizar este controle, registrando os fatos ocorridos no livro Caixa ou movimento Diário de caixa, cujo formulário poderá ser adquirido em qualquer papelaria local.

3 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

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3.1 DEMONSTRAÇOES (RELATORIOS) CONTABEIS Relatório contábil é a exposição resumida e ordenada dos principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado período. Entre os relatórios contábeis, os mais importantes são as Demonstrações Financeiras (Terminologia utilizada pela Lei das S. A), ou Demonstrações Contábeis (terminologia preferida pelos contadores). 3.1.1 Demonstrações financeiras e lei das sociedades por ações

A lei das Sociedades por ações estabelece que ao fim de cada exercício social (ano), a direção fará elaborar, com base na escrituração contábil, as seguintes demonstrações financeiras (ou Demonstrações contábeis):

Balanço Patrimonial Demonstrações do resultado do exercício (antigamente denominados Lucros e

Perdas). Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados. Demonstrações de Origens e Aplicações de Recursos.

3.1.2 Notas Explicativas para complementar dados das demonstrações relacionadas, existem as Notas Explicativas que, verdade, não são Demonstrações Financeiras, servem apenas para complementa-las. 3.1.3 Exercício Social O exercício social tem a duração de um ano, não havendo necessidade de coincidir com o ano Civil (1/1 a 31/12), embora, na maioria duas vezes, assim aconteça. Os sócios da empresa definirão a data do término de exercício social, que não deverá ser alterada, a não ser em condições supervenientes. 3.1.4 Empresas Limitadas Pela legislação do imposto de renda, as sociedades por quotas de responsabilidade limitada devem seguir parte dos dispositivos da lei das Sociedades por ações. São as seguintes demonstrações Financeiras mais relevantes:

Balanço Patrimonial Demonstrações do resultado do Exercício Demonstração de lucros ou Prejuízos acumulados.

3.2 BALANCO PATRIMONIAL

Balanço Patrimonial é uma demonstração que relata os bens e direitos (Ativo), e as obrigações e a participação dos acionistas (Passivo) da empresa, dando, dessa forma, ao leitor, a posição patrimonial e financeira da empresa.

O termo balanço tem a ver com balança, pois os dois lados: ativo e passivo, devem estar em consonância, isto é, equilibrados com os mesmos totais. A isto chamamos de Equilíbrio Patrimonial, de onde resulta a seguinte Equação Patrimonial:

ATIVO = PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

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Ao final de um período, quando comparamos os valores do Ativo com os do Passivo,

podemos obter três situações: a) A > P essa situação nos proporciona uma situação líquida positiva, pois os

valores componentes do Ativo permitem solver as obrigações e ainda apresentam saldo. Essa diferença positiva é lançada contabilmente como Lucro do Exercício, no grupo contábil do Patrimônio Líquido;

Equação Patrimonial A = P + PL

b) A < P essa situação nos proporciona uma situação líquida negativa, pois os

valores componentes do Ativo NÃO são suficientes para cobrir as obrigações. Essa diferença negativa, é lançada como Prejuízo do Exercício, no grupo contábil do Patrimônio Líquido. Quando ocorre essa situação, contabilmente dizemos que a empresa apresenta um Passivo a Descoberto.

Equação Patrimonial A = P - PL

c) A = P essa situação nos proporciona uma situação líquida nula, pois os

valores do Ativo cobrem tão somente o montante das obrigações.

Equação Patrimonial A = P Em termos dos grandes agrupamentos de contas, o balanço patrimonial é dividido da

seguinte forma:

A T I V O

P A S S I V O ATIVO CIRCULANTE PASSIVO CIRCULANTE

DISPONIBILIDADES OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS ATÉ O EX. SEGUINTE

DIREITOS REALIZÁVEIS ATÉ EX. SEGUINTE DESPESAS DE EXERCICIO SEGUINTE PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS APÓS EX. SEGUINTE

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS DIREITOS REALIZÁVEIS APÓS EX. SEGUINTE

(+) RECEITAS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

CRÉDITOS COM PESSOAS LIGADAS (-) CUSTOS E DESPESAS DE EXERC. FUTUROS

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

ATIVO PASSIVO

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ATIVO PERMANENTE CAPITAL SOCIAL INVESTIMENTOS RESERVAS DE CAPITAL ATIVO IMOBILIZADO RESERVAS DE REAVALIAÇÃO ATIVO DIFERIDO RESERVAS DE LUCROS Sobras ou Perdas Acumuladas 3.2.1 Ativo São todos os bens e direitos de propriedade e controle da empresa, que são avaliáveis em dinheiro e que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa. Bens: maquinas, terrenos,estoques,dinheiro(moeda),ferramentas,veículos,instalações, etc. Direitos: Contas a receber, duplicatas a receber, títulos a receber, ações, títulos de credito etc. Podemos Classificar o Ativo da Seguinte forma: 1. ATIVO CIRCULANTE - bens e direitos que irão se realizar até o exercício social seguinte.

Ex: Caixa, Bancos Conta Movimento, Aplicações Financeiras, Contas a Receber, Estoques, Despesas Antecipadas;

2. ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO - Bens e direitos que irão realizar-se após o exercício social seguinte. Ex: Contas a Receber a Longo Prazo, Despesas Antecipadas a Longo Prazo, Contas a Receber de Pessoas Ligadas:

3. INVESTIMENTOS - Participações permanentes no capital social de outras empresas e outros direitos permanentes que não se destinem à manutenção das atividades da empresa(investimentos em ações ou quotas, obras de arte, imóveis para aluguel, etc.);

4. ATIVO IMOBILIZADO - Bens e direitos destinados à manutenção das atividades da empresa (terrenos, edificações, maquinismos, ferramentas, móveis e utensílios, marcas e patentes, etc.);

5. ATIVO DIFERIDO - despesas que contribuirão para a formação de mais de um exercício social (despesas pré-operacionais, despesas com pesquisas, despesas com reorganização, etc); 3.2.2 Passivo Simplificadamente, evidencia toda a obrigação (divida) que a empresa tem com terceiros; contar a pagar, fornecedores de matéria-prima (a prazo), impostos a pagar, financiamentos, empréstimos etc. 1. PASSIVO CIRCULANTE - Obrigações que irão vencer até o exercício social seguinte(

fornecedores, empréstimos, impostos a pagar, encargos sociais a recolher, etc.; 2. PASSIVO EXIGIVEL A LONGO PRAZO - Obrigações que irão vencer após o exercício

social seguinte( fornecedores a longo prazo, empréstimos a longo prazo, créditos de pessoas ligadas, etc);

3. RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS - receitas de exercícios futuros, diminuídas dos respectivos custos e despesas a elas correspondentes.

4. PATRIMÔNIO LÍQUIDO - composto das origens de recursos pertencentes aos acionistas (recursos recebidos na forma de capital, ágio na colocação de ações, doações e subvenções para investimentos, sobras ou perdas.

3.2.3 Patrimônio Liquido Evidencia recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. O investimento inicial dos proprietários(a primeira aplicação) é denominado, contabilmente, capital. Também se define o Patrimônio Liquido como sendo a diferença entre o Ativo e o Passivo de uma empresa.

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Segundo a norma brasileira de contabilidade 10.8, o capital social das entidades cooperativas é formado por quotas-partes, que devem ser registrados de forma individualizada por se tratar de sociedade de pessoas, segregando o capital subscrito e o capital a integralizar, podendo, para tanto ser utilizados registros auxiliares. As sobras do exercício, após as destinações legais e estatutárias, devem ser postas a disposição da Assembléia geral para deliberação e, da mesma forma, as perdas liquidas, quando a reserva legal é insuficiente para sua cobertura, serão rateadas entre os associados da forma estabelecida no estatuto social, não devendo haver saldo pendente ou acumulado de exercício anterior. (Norma 10.8.1.8) 4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO 4.1 Demonstração Dedutiva A demonstração do resultado do exercício é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período(12 meses). É apresentada de forma dedutiva (vertical0, ou seja, dos ingressos subtraem-se os dispêndios e, em seguida, indica-se o resultado do exercício (sobra ou perda). 4.2 NBC-T 10.8 (Norma brasileira de Contabilidade)

Esta norma visa a uniformização e padronização dos procedimentos contábeis decorrentes de exigências legais e fiscais. A movimentação econômica-financeira decorrente do ato Cooperativo, na forma disposta no estatuto social, é denominada contabilmente como Ingressos e Dispêndios (conforme definido em lei). Aquela originada do ato não-Cooperativa é definida como receitas, custos e despesas. As receitas e os ganhos, assim definidos, bem como as demais rendas e rendimentos, nesta norma ficam denominados de ingressos. Os custos dos produtos ou mercadorias fornecidos (vendidos) e dos serviços prestados, as despesas, os encargos e as perdas, pagos ou incorrido, assim definidos 3.3.2.1,b, da NBC T 3.3, ficam denominados Dispêndios. O resultado decorrente de recursos aplicados para complementar às atividades da entidade cooperativa deve ser apropriado contabilmente por atividade ou negócio a que estiver relacionado, havendo casos da necessidade de separar também por produto. ( Norma 10.8.2.5) 5 DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS E PREJUIZOS ACUMULADOS (DEMONSTRAÇÃO DE SOBRAS OU PERDAS) 5.1 Sobras É o termo usado para designar o resultado positivo apurado anualmente pela cooperativa, divisível entrem os cooperados, na proporção de suas participações nas operações e seu destino deverá ser decidido na Assembléia Geral Ordinária de cada ano. 5.2 Perdas É o termo usado para designar o resultado negativo apurado anualmente na cooperativa, que será rateado na proporção da participação de cada cooperado, o que deverá ser decidido pela Assembléia Geral ordinária de cada Ano. 5.3 Lucro No Cooperativismo o lucro é considerado como a remuneração do capital, razão pela qual em qualquer empresa a distribuição do resultado positivo ou negativo é feito na proporção do capital que cada sócio tem na empresa.

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6 DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E APLICAÇÃO DE RECURSOS 7 NORMA BRASILEIRA DE CONTABILIDADE 10.8 (COMENTÁRIOS) Norma 10.8.2.6 – o resultado liquido decorrente do ato não cooperativo, quando positivo, deve ser destinado para a reserva de assistência Técnica, Educacional e Social, não podendo ser objeto de rateio entre os associados. Quando negativo, deve ser levado à Reserva legal e, se insuficiente sua cobertura, será rateado entre os associados. Norma 10.8.2.7 – As perdas apuradas no exercício não-cobertas pela reserva legal serão rateadas entre os associados, conforme disposições estatutárias e legais, e registradas individualmente em contas do Ativo, após deliberação da Assembléia Geral. (A principio não tem Prazo). Norma 10.8.2.7.1 – Não havendo deliberação da Assembléia Geral pela reposição das perdas apuradas, estas devem ser debitadas no Patrimônio Liquido na conta de Perdas não cobertas pelos Cooperados. Norma 10.8.3.3 – A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, será denominada Sobras ou Perdas à Disposição da Assembléia Geral. Norma 10.8.4.1 – A denominação da Demonstração do resultado é alterada para Demonstração de Sobras ou Perdas, a qual deve evidenciar, separadamente, a composição do resultado de determinado período, considerando os ingressos diminuídos dos dispêndios do ato cooperativo, e das receitas, custos e despesas do ato não cooperativo, demonstrando segregadamente por produtos, serviços e atividades desenvolvidas pela entidade. 8 LEI 5.674, 1971 E ASPECTOS CONTABEIS Art. 79 – Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecução dos objetivos. Parágrafo Único – O ato Cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. Art.87 – os resultado das operações das cooperativas com não associados, mencionados nos artigos 85 e 86, serão levados à conta do fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social e serão contabilizados em separado, de molde a permitir cálculo para incidência de tributos. 9. Em relação à contabilidade

9.1Livro Razão

A utilização de Razão

Razão, em contabilidade, é uma representação gráfica em forma de “T” bastante utilizada pelos contadores. É um instrumento didático para desenvolver o raciocínio contábil. Através do razonete são feitos os registros contábeis individuais por conta, dispensando-se o método por balanços sucessivos.

Da mesma forma que o Balanço, o razonete tem dois lados; na parte superior do razonete coloca-se o título da conta que será movimentada.

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A representação gráfica abaixo ilustra melhor os dois instrumentos:

Razonete

Balanço Patrimonial Título da Conta

Ativo Passivo Débitos Créditos

Na verdade, o razonete é uma representação gráfica simplificada para fins didáticos do Razão Contábil que é um livro não exigido pela legislação comercial (é facultativo). Todavia, em virtude de sua eficiência, é indispensável em qualquer tipo de empresa: é o instrumento mais valioso para o desempenho da contabilidade. Por isso, do ponto de vista contábil, é um livro imprescindível.

Este livro agrupa valores em contas de uma mesma natureza e de forma racional. Em outras palavras, o registro no Razão é realizado em contas individualizada, nos proporcionando um controle contábil por conta. Por exemplo: abre-se uma conta razão para o caixa e ali registra-se todas as operações que, evidentemente, afetam o caixa; debitando-se ou creditando-se nesta conta e, a qualquer momento, apura-se o seu saldo. E assim sucessivamente para todas as contas.

Atualmente o razão contábil é emitido por processamento de dados que após encadernado, forma um livro.

Abaixo, um modelo do Razão Contábil da conta Caixa:

RAZÃO CONTÁBIL – Empresa: Cia. Transportadora

Conta: Caixa Código: 1.1.1.01.001

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C

02/01/01

Saldo do ano anterior 2.560,00 D

10/01/01

Recebido NF 340 5.760,00 8.320,00 D

15/01/01

Pago NF 123456 a Comercial Oeste

3.238,00 5.083,00 D

25/01/01

Pago Salários do pessoal 4.500,00 582,00 D

9.2 Livro Diário É o livro obrigatório, com folhas numeradas em seqüência, em que serão lançadas, dia a dia, os fatos ou operações das atividades desenvolvidas, ou operações das atividades

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desenvolvidas, ou que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial da cooperativa e sua escrituração deve ser feita com cuidado especial, os erros que se cometerem deverão ser corrigidos de acordo com os preceitos técnicos, através de ressalvas, estornos e lançamentos supletivos. O livro Diário espelha toda a história da empresa, pois registra o conjunto de fatos que alterem, em quantidade ou qualidade, o Patrimônio. Alem disso, no final de cada exercício nele são reproduzidos o balanço geral e demonstrações de Sobras ou Perdas. O Balaço e as demonstrações de Sobras e perdas devem obrigatoriamente ser assinados pela Direção da Cooperativa e recomenda-se a lavratura do parecer do Conselho fiscal, também devidamente assinado, dentro do próprio livro Diário. Para que o livro Diário tenha validade legal, é necessária a sua autenticação na Junta Comercial do Estado, antes da realização da Assembléia Geral Ordinária que fará a análise e aprovação das contas.

10 OBRIGAÇÕES FISCAIS E TRIBUTARIAS Todas as empresas devem vender as suas mercadorias ou serviços para poder obter faturamento ou dinheiro para cumprir suas obrigações, como pagamento de salários, impostos, compra de mercadorias para vendas, etc. Essa movimentação é administrada pela área Fiscal por notas fiscais de Saída ou Prestação de Serviços. Com base nestas notas e nas notas de compras denominadas Entradas, chamadas de documentos fiscais, a empresa fará o cálculo dos impostos que deverá pagar dentro dos prazos legais determinados pelo fisco. 10.1 Na emissão de Notas Fiscais Icms Em cada venda, a empresa deverá emitir uma nota fiscal de saída, com todos dos dados e documentos do cliente, indicação de valores, nos campos valor total dos produtos, valor total da nota fiscal e base de calculo do Icms – imposto sobre circulação de mercadorias e Serviços(quando devido). O Icms será pago quando a diferença do icms na saída for superior ao da entrada, e credor para o mês seguinte quando inverso. O icms por se tratar de um imposto de âmbito estadual, possui variação na aplicação das alíquotas nos mais diversos estados do território nacional bem como a aplicação nos da lei é diferenciada, e até um pouco complicada quando se trata determinados produtos, pois se faz uso de reduções da base de calculo, isenções, complementações, enfim, uma verdadeira “salada tributária” que até o próprio governo se complica. Existe um código tributário para cada tipo de operação. Exemplo de divisão tributária, que pode variar de Estado para Estado:

Isentas - 0 Substituição Tributária - Cerveja, refrigerante, cigarro 7% (cesta básica) - Feijão, arroz, carne, farinha...

12% (cereais) - Aqueles cereais que não se enquadram na cesta básica

17%(restante) - Tudo aquilo que não se enquadro em outras

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25%(Bebidas quentes) - Bebidas Quentes, Xampu, produtos de limpeza.

Iss

No caso de prestação de serviços, a nota fiscal não tem lugar para informações do Icms, pois esta isenta desse tipo de tributo. No entanto deverá ser recolhido o ISS – Imposto sobre Serviços para o Município de origem, este imposto varia em cada Estado e dentro do Estado varia por município também.

IMPORTANTE: A guarda dos documentos fiscais é de responsabilidade da organização, pois quando

exigidas pela fiscalização terão que ser apresentadas em ótimo estado de conservação.

Sendo que em determinados casos temos ainda que guardar os arquivos eletrônicos

também para o fisco.

A fiscalização estabelece o prazo de 10 anos para a verificação dos documentos fiscais.

10.2 Obrigações das Empresas Sociais com Fisco

1 INSS - Mensal Mensalmente devemos informar o INSS sobre os valores a ele devido, com ou sem movimentação, onde são informados os valores descontados de cada funcionário ou autônomo, e a porcentagem da folha de imposto que é de responsabilidade da empresa. Os valores descontados são baseados em tabela divulgada pelo INSS, e o prazo de recolhimento é no segundo dia do mês seguinte. Devemos ficar atentos que a partir do fato gerador abril/2003, toda pessoa que prestar serviço é segurado obrigatório do INSS e conseqüentemente contribuinte obrigatório, desta forma vamos Ter dois tidos de contratados os funcionários com carteira de trabalho que continua como contribuinte e os “Autônomos” compreendidos todos aqueles sem contrato de trabalho registrado em carteira de trabalho. Também a partir desta data passa a empresa ser responsável pela retenção de 11% pago a todo e qualquer autônomo, também a empresa passa ser responsável pelo recolhimento de (+) 20% sobre o valor pago. Desta forma o custo da contratação de qualquer pessoa sem o registro na carteira de trabalho passa a custar ( 31 % ) do valor contratado, 11% o contribuinte individual e 20% a empresa. Todo contribuinte individual deve ser inscrito no INSS, sendo a empresa responsável por este cadastro caso o contribuinte não tenha se inscrito. Importante: Costumamos repassar ao nosso pessoal valores mensais como ajuda de custos, “Ajuda de custos” para não ser considerada como salário deve ser comprovada com despesas (aluguel, alimentação...) do contrario o INSS pode configurar como salário, principalmente, pois alem de nos não comprovar as despesas ainda pagamos um valor constante todos os meses, desta forma o custo disto será de (31%) conforme acima.

2 Fgts – Mensal

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O percentual de recolhimento mensal na caixa econômica Federal é de 8,5%, onde o empregado recebe 8% e o governo fica com 0,5%. A base é sempre o salário mensal. A guia de recolhimento normal do FGTS é a GFIP (Guia do fundo de Garantia e informações à previdência) onde é informado o valor a ser destinado para cada funcionário em sua conta especifica do FGTS bem como o valor total que a empresa dever recolher. No caso de recolhimento rescisório, deve ser utilizada a GRFP (guia de recolhimento rescisório do FGTS e informações a previdência), onde são informados os recolhimentos do FGTS do ultimo mês e a indenização referente à rescisão de contrato, sendo a multa no valor de 50% do valor depositado até aquela data. O prazo de recolhimento é até dia 7 do mês seguinte ao que se refere o salário. 3 Pis - Mensal A cooperativa e Associação estão obrigadas a recolher 1% sobre o valor de sua folha de pagamento a receita Federal como Pis folha de pagamento. 4 Cofins - Mensal A cooperativa esta obrigada a recolher 3% sobre seu faturamento sobre o ato não cooperado. 5 Pis Faturamento - Mensal A Cooperativa esta obrigada a recolher 0,65% sobre seu faturamento sobre o ato não cooperado. 6 Declaração Imposto de Renda-Anual Empresa, esta obrigada, independente de sua forma de constituição a fazer sua Declaração ao Imposto de renda, e tem como prazo geralmente até julho do ano seguinte. Caso não declarado a multa é de R$ 4l4,00 por ano. 7 Caged – Mensal 8 Rais – Anual 9 DCTF - Trimestral Esta declaração informa os impostos que cada empresa ficou obrigada a recolher em cada trimestre, caso a empresa não tenha ficado com imposto a recolher para a Receita Federal, deve ser informada mesmo assim “sem movimento”. 10 Dirf – (Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte) Toda empresa esta obrigada a informar no ano seguinte a movimentação de imposto de renda e o salário total de seus funcionários obedecendo ao limite da tabela de imposto de renda. 11 Declaração imposto Renda Pessoa Física Todo dirigente de empresa está obrigado a apresentar sua declaração de renda no ano seguinte, mesmo que este não tenha renda, não sendo permitido a apresentação de declaração como isento. A principio todo sócio de cooperativa está obrigado a declarar para o imposto de renda, como a receita Federal não tem como cobrar todo mundo isto passa, porém como a receita conhece quem é a Direção estes estão obrigados.

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Multa por não entrega R$ 114,00 por ano. 12 Imposto de Renda – Mensal Quando a empresa emite uma nota fiscal de prestação de serviços, contra outra pessoa jurídica esta obrigada a retenção de Imposto de renda de 1,5%, este imposto deve ser recolhido pelo contratante. A empresa contratada vai provisionar este imposto me sua contabilidade como “imposto de renda retido na fonte”; este imposto poderá ser deduzido pela empresa no momento em que ela necessitar fazer um pagamento, como quando reter imposto de renda de um funcionário, ela fica com a obrigação de recolher e como já recolheu anteriormente, agora vai se aproveitar. 10.3 Certidões negativas 3.2.1 – Receita Federal 3.2.2 – Receita Estadual 3.2.3 – Inss 3.2.4 – Fgts 3.2.5 – Municipal 3.2.6 – Divida Ativa

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CUSTOS, PREÇOS E RENDA 1 CUSTOS Os custos de produção de um empreendimento são a soma de todos os gastos incorridos para um determinado bem e/ou serviço. É importante salientar que todo e qualquer empreendimento segue a mesma lógica na definição de seus custos. Pode ser uma prestação de serviços, como por exemplo horas máquinas de trator ou caminhão, limpeza, classificação e armazenamento de grãos, etc. Como pode ser o processamento de matérias-primas, das formas mais simples, até as mais complexas. Ou mesmo apenas a comercialização de produtos. Ou até mesmo, apenas a assistência técnica. Todo e qualquer empreendimento que se organiza para a produção de bens ou serviços, deve ter definido claramente sua estrutura de custos, sob risco de trabalhar com prejuízos. Há várias formas de organizar – classificar os custos de um empreendimento. A forma mais adequada depende dos objetivos de análise a que se quer chegar. A forma mais comum e adequada a praticamente todas as realidades é a classificação por custos fixos e custos variáveis. Os Custos Fixos são aqueles que independentemente da empresa estar trabalhando ou não, ou do nível de utilização das estruturas produtivas, eles acontecerão. São os custos também ditos como estruturais, originários pela própria existência da empresa. Geralmente permanecem inalterados no curto prazo. Aqui é importante chamar a atenção em relação a utilização da capacidade instalada da empresa. Quanto maior o nível de utilização desta capacidade, menor será o custo fixo por unidade produzida, melhorando a rentabilidade da empresa. Quanto menor for esta utilização, maiores serão proporcionalmente os custos fixos, trazendo prejuízos para a empresa. Os Custos Variáveis são aqueles que dizem respeito diretamente a quantidade de bens ou serviços produzidos. Ou seja, variam diretamente proporcional a quantidade de bens ou serviços produzidos. Outra classificação importante diz respeito aos custos diretos e indiretos. Os Custos Diretos dizem respeito diretamente ao bem ou serviço produzido. Podem ser apropriados imediatamente. É o caso geralmente das matérias-primas, da mão-de-obra operacional, aquele que trabalha diretamente da produção do bem ou serviço, das embalagens, etc. Os Custos Indiretos são os custos relacionados com a fabricação e não podem ser economicamente identificados com as unidades que estão sendo produzidas. Estes custos precisam ser rateados nos bens ou serviços da empresa. É o exemplo do aluguel das instalações, depreciação, impostos, seguros, etc. Considerações importantes:

a) A elaboração dos custos de uma empresa não é uma coisa teórica. Utiliza-se da teoria apenas para a orientação da identificação dos vários itens constantes do plano de custos de uma empresa. Mas o que é mais importante, essa identificação apenas é possível no chão da “fábrica”, com a anotação sistemática de todos os itens e suas respectivas quantidades utilizadas no dia-a-dia da produção do bem ou serviço. Não e possível fazer o levantamento dos custos de produção de uma “fábrica” sem esse pré-requisito. Apenas serão uma previsão de custos.

b) Para a elaboração da análise de viabilidade econômica de uma empresa, na hipótese de serem previstas variações na utilização da capacidade instalada (ex: capacidade ociosa nos primeiros anos), e conveniente elaborar um orçamento de custos e receitas para cada ano ou para cada alternativa de utilização dessa capacidade.

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c) No caso das empresas sociais do MST, onde a mão-de-obra em sua maioria absoluta e dos próprios sócios, também é preciso contabilizar o custo da mão-de-obra. Como monetarizar esse custo?? Caso a empresa já tenha pré-definido um valor para a hora ou dia trabalhado, deve-se utilizar esse valor como referência. Caso este valor ainda não esteja definido, pode-se estabelecer como valor de referência o preço de mercado pago na região para a diária dos trabalhos na agricultura. Porém este valor deve ser contabilizado se realmente o for pago às pessoas que trabalharem na empresa. Caso não pague-se este valor, em função de buscar diminuir os custos dos bens ou serviços produzidos, para garantir a venda dos mesmos, o custo da mão-de-obra não deverá ser contabilizado, sob o risco de tornar-se apenas uma previsão de custos, e não um levantamento real dos custos.Outra opção em relação a questão da definição dos custos de mão-de-obra própria, é estabelecer uma renda mensal mínima desejável para os sócios da empresa, e contabilizar esse valor, como custos de mão-de-obra, mesmo que apenas simbólico. Finalmente pode-se não calcular os custos de mão-de-obra, e apenas distribuir as sobras no final do período, podendo ser mensal ou anualmente, caso o investimento seja por safra.

Ainda em relação aos custos, devemos destacar algumas considerações importantes a respeito dos itens constantes no orçamento de custos.

a) Matérias-primas: constituem uma rubrica de grande importância em qualquer empreendimento. Os custos respectivos são calculados em função das quantidades físicas necessárias e preços unitários postos na fábrica, envolvendo não apenas o valor especifico das matérias-primas, mas também os fretes, comissões, impostos, seguros, despesas de armazenamento antes de chegar a fábrica, etc. O item matéria-prima quase sempre é o mais importante, de maior volume, por isso deve-se tomar muito cuidado em relação aos custos do mesmo, avaliando-se periodicamente o quanto o mesmo representa percentualmente ao montante total de custos, se é possível diminuir esse montante, etc.

b) Materiais secundários: são aqueles que não incorporam-se fisicamente ao produto, como lubrificantes, materiais de limpeza e conservação. Alternativamente podem ser considerados aqui, como as matérias-primas que tem importância secundária no processo produtivo, principalmente em termos de custos totais.

c) Materiais de embalagem: em função da industrialização de quase todos os bens, o item embalagens passa a ter importância no processo da produção de bens e serviços. Os custos de embalagens são estimados em função das características dos produtos e as próprias exigências do mercado. Alguns casos podem determinar alterações significativas nos custos de produção. Exemplo típico são os produtos longa vida, onde a embalagem tetra park representa em torno de 30 a 40% do custo final do produto.

d) Energia e combustíveis: este item compreende as compras de energia, carvão, lenha, óleo diesel, gasolina, gás, etc. Para estimar os gastos de energia elétrica e necessário conhecer a potência em KW de cada rede, a capacidade de cada máquina em CV, a quantidade de horas trabalhadas e as tarifas por quilowatt-hora (Kwh). Para nossos propósitos, podemos considerar todos os custos de energia como variáveis e diretamente proporcionais as quantidades produzidas.

d) Mão-de-obra: os gastos com mão-de-obra são os calculados em função da quantidade de pessoal necessário para a produção do bem ou serviço, e o total de recursos monetários necessários para o pagamento do mesmo. Também como no item anterior, vamos considerar os gastos com mão-de-obra, como custos variáveis, mas parte dela geralmente é fixa, que diz respeito a mão-de-obra necessária para a administração da empresa. Quando a mão-de-obra é contratada é aconselhável calcular em separado os custos com encargos sociais. Hoje esse montante é em torno de 40% do valor pago ao empregado.

e) Seguros: geralmente contra incêndios, roubos e acidentes – são estimados a base de informações diretas das empresas do ramo segurador. As taxas de seguros variam de

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acordo com a natureza dos bens a serem segurados ou com o grau de risco da indústria. Os seguros geralmente correspondem a custos fixos, mas em alguns representam custos variáveis, a exemplo do seguro de mercadorias, transporte, etc.

f) Impostos: assim como nos seguros, alguns impostos correspondem a custos fixos, outros são variáveis.

g) Gastos de vendas e propaganda: são os gastos incorridos na venda dos produtos e para a realização de propagandas. Os gastos com vendas geralmente são variáveis e pagos em comissões sobre o volume de vendas. Já os custos de propaganda quase sempre são fixos.

h) Manutenção: os gastos de manutenção podem ser incluídos nos itens de materiais secundários (pecas de reposição, material de limpeza, etc) ou de mão-de-obra (pessoal empregado na manutenção). Também pode-se estabelecer uma taxa de manutenção. A prática é estimar uma taxa de 2,5% sobre o valor dos edifícios, veículos e instalações. Também pode-se estabelecer uma taxa sobre o montante dos custos do empreendimento, geralmente utiliza-se uma taxa de 2% sobre os custos totais.

i) Despesas de Administração: são as despesas que dizem respeito a administração da empresa, como por exemplo, telefone, materiais de escritório, notas fiscais, materiais de limpeza, pessoal envolvido na administração, etc. Pode-se estabelecer uma taxa sobre os custos totais, quando a empresa trabalha com vários bens ou serviços. Mas o aconselhável é o levantamento e apontamento sistemático de cada recurso gasto neste item. Geralmente esses gastos são fixos e independem do nível de produção.

j) Despesas com alugueis: as despesas com alugueis são fixas e independem do nível de produção. É importante estar atento sobre o percentual gasto neste item sobre o montante total de custos da empresa.

k) Juros: os custos financeiros do empreendimento estão integrados pelos juros e comissões pagos a bancos e instituições financeiras para levantamento de empréstimos. Os juros sobre empréstimos de longo prazo (investimentos) são considerados como custos fixos. Os juros de curto prazo (geralmente para capital de giro) são considerados como custos variáveis.

l) Depreciação: corresponde a perda de valor sofrida pelos ativos fixos renováveis com o decorrer do tempo. Essas percas podem ser físicas: ocorre o desgaste pelo uso ou pela ação do tempo. Econômica ou funcional: obsoletismo. O método de depreciação mais usual, é o método de depreciação linear, onde divide- o valor do bem em cada dado momento, pela quantidade de anos de vida útil estimado para cada bem. Vida útil para fins de depreciação: - veículos 5 anos - máquinas e equipamentos 10 anos - instalações 10 anos - móveis e utensílios 10 anos - edifícios 25 anos

Para melhor visualização do levantamento dos custos de produção de uma determinada empresa, mostramos a seguir uma tabela com as informações básicas a serem coletadas no dia-a-dia. E bom que esta tabela seja feita no excel, para possibilitar o ajuste periódico das informações, e ter assim sempre atualizado os custos de produção da empresa, e poder comparar com os preços dos produtos vendidos. O levantamento dos custos de produção e a simples comparação com os preços de venda, não significa análise de viabilidade econômica. Esta somente e possível no decorrer do tempo, e com outros elementos, como por exemplo amortização de empréstimos, ponto de nivelamento, taxa interna de retorno, etc. A análise de viabilidade é sempre uma previsão, já que ela é prospectiva, ou seja projetada no tempo. Mas informações sobre este item ver em Projeto Econômico MAE 1.3.1.

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DESCRICAO UNID QDADE VR. UNIT VR. TOTAL CUSTOS FIXOS Salários indiretos Encargos sociais sobre os salários indiretos Honorários contador Alugueis dos edifícios Telefone Seguros Impostos Materiais de expediente Materiais de limpeza Gastos de vendas e com propaganda Gastos de manutenção Juros (longo prazo) Despesas bancárias Depreciação TOTAL CUSTOS FIXOS CUSTOS VARIÁVEIS Matérias-primas * Materiais secundários e/ou insumos * Embalagens Mão-de-obra operacional Encargos sociais mão-de-obra operacional Energia elétrica e combustíveis Mão-de-obra de vendas Seguros Impostos TOTAL CUSTOS VARIÁVEIS TOTAL GERAL CUSTOS (F + V) * e bom especificar quais. 2 PRECOS No sentido mais usual, significa a quantidade de dinheiro que se dá em troca de determinada mercadoria, podendo ser um bem ou serviço. Constitui portanto, a expressão monetária de um bem ou serviço.

Para os economistas neoclássicos, a formação dos preços é determinada pela soma total dos custos de produção advindos do montante de bens e serviços necessários para produzir determinada mercadoria ou serviço, acrescido a uma taxa média de lucro, que seria a remuneração do(s) investidor(es). Essa taxa média de lucro seria a mais ou a menos, conforme o grau de competitividade existente no mercado em relação aquele bem ou serviço. Nunca poderia ser exageradamente alto, pois outras empresas passariam a produzir este bem ou serviço, aumentando a oferta do mesmo, e assim fazendo com fosse necessário diminuir o seu preço para que pudesse ser vendido. Preço não e igual a valor. Valor de uma mercadoria é a quantidade de horas de trabalho socialmente necessário, mais o capital necessário para a produção dessa mercadoria. O preço gira em torno do valor, podendo ser igual ou maior, dependendo muito mais das estruturas de mercado e condições de oferta e da procura daquele determinado bem ou serviço. Na teoria econômica capitalista, os preços teriam a função de aglutinar as decisões de milhões de indivíduos de interesses muitas vezes competitivos. Asseguraria coerência à economia como um todo, considerando as variações de preços. Os agentes econômicos poderiam decidir pelos bens e serviços que suas empresas deveriam produzir, sobre a quantidade, levando em

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conta o comportamento dos consumidores, etc. Mas, qual o poder de decisão que a grande maioria da população, tanto de consumidores, como de produtores exerce frente aos oligopólios. Para nossos objetivos essa é a questão principal. Na maioria dos casos de nossas empresas sociais, o preço dos produtos produzidos já está dado, variando conforme a oferta e procura dos mesmos no mercado, ou seja, está numa condição de mercado competitivo. Essa condição é para a maioria dos produtos alimentícios da cesta básica. Por outro lado, também para a maioria das nossas empresas sociais, os insumos necessários para a produção dos bens e serviços são dados por um mercado não competitivo, denominado ologopolista ou monopolista, onde apenas algumas poucas empresas produzem estes bens, e assim determinam a formação dos seus preços. Portanto para a formação dos preços dos nossos bens ou serviços, temos que tomar os preços dos bens e serviços similares existentes no mercado, e compararmos com nossos custos de produção. Caso os custos de produção estejam maiores que os preços dados no mercado, é preciso adequar os custos, buscando condições mais adequadas de produção. É preciso avaliar em quais itens é possível diminuir estes custos de produção, ou se há novas formas – tecnologias de produção que seja possível aumentar a produtividade ou diminuindo os custos.

Preços Mínimos e de Liberação de Estoques

A política de garantia de preços mínimos (PGPM) é a intervenção do governo no mercado (comércio) de produtos agrícolas. Objetiva evitar que os preços recebidos pelos agricultores fiquem muito baixos, desestimulando a produção. Para tanto, o governo fixa preços mínimos de garantia com base nos custos de produção (preços de custo) ou na situação do mercado (interno e externo).

Ligada à garantia de preços mínimos está a política de estoques reguladores, que tem a finalidade de evitar altas exageradas dos preços e dificuldades de abastecimento . O governo fixa preços de liberação de estoques (PLE) que, ao serem atingidos no mercado, autorizam a venda dos estoques governamentais. Teoricamente, a flutuação dos preços não pode sair da faixa entre os preços mínimos e os preços de liberação de estoques.

3 RENDA

É a remuneração auferida como ganho do capital. Ela aparece na sociedade com vários nomes: juros, lucros, aluguel, arrendamento de terras, etc. Tudo isso é renda. Existe muita confusão em se atribuir ao salário como se fosse. Salário não é renda. É pagamento da força de trabalho gasta.

No caso das empresas sociais, a distribuição da renda refere-se à destinação das “sobras monetárias ou em produtos”, ou seja, o valor monetário ou em produtos que sobrou após dedução dos custos, reservas e fundos. Com esta sobra se determina a retirada de cada associado(a), conforme a política de distribuição de renda da empresa social.

Produtividade: Consiste na relação entre a produção obtida num determinado período de tempo levando em conta um determinado fator de produção (trabalho, terra, etc,), normalmente referindo-se à produtividade do trabalho que representa. Simplificadamente, é a divisão da produção total pelo tempo de trabalho em que foi obtida. Quanto maior a produção, com a mesma ou menor quantidade de trabalho, maior será a produtividade que, normalmente, resulta do maior emprego de tecnologia (máquinas mais eficazes, informática, etc), ou de técnicas de gestão do trabalho, controle de qualidade ou de administração da empresa.