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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Enfermagem Carolina dos Santos Morgado Leticia Pinhel Costa Lilia Reis MOTIVOS QUE LEVAM AO DIAGNÓSTICO TARDIO DE CÂNCER SOB A VISÃO DE PACIENTES ATENDIDOS EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: RELAÇÃO COM O PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE LINS-SP 2016

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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Enfermagem

Carolina dos Santos Morgado

Leticia Pinhel Costa

Lilia Reis

MOTIVOS QUE LEVAM AO DIAGNÓSTICO

TARDIO DE CÂNCER SOB A VISÃO DE

PACIENTES ATENDIDOS EM ESTRATÉGIA DE

SAÚDE DA FAMÍLIA: RELAÇÃO COM O PAPEL DA

ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E PROMOÇÃO

DA SAÚDE

LINS-SP

2016

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CAROLINA DOS SANTOS MORGADO

LETICIA PINHEL COSTA

LILIA REIS

MOTIVOS QUE LEVAM AO DIAGNÓSTICO TARDIO DE

CÂNCER SOB A VISÃO DE PACIENTES ATENDIDOS EM

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: RELAÇÃO COM O

PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA

SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem sob a orientação da Profª M. Daniela da Silva Garcia Regino e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni

LINS – SP

2016

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Morgado,Carolina dos Santos; Costa, Leticia Pinhel; Reis, Lilia Motivos que levam ao diagnóstico tardio de câncer sob a visão de

pacientes atendidos em Estratégia de Saúde da Família: relação com o papel da enfermagem na prevenção e promoção da saúde / Carolina dos Santos Morgado; Leticia Pinhel Costa, Lilia Reis . – – Lins, 2016.

83p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2016.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Daniela da Silva Garcia Regino

1. Oncologia. 2. Estratégia de Saúde da Família. 3.Diagnóstico tardio 4.Câncer . I Título.

CDU 616-083

M845m

mm

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CAROLINA DOS SANTOS MORGADO

LETICIA PINHEL COSTA

LILIA DOS REIS

MOTIVOS QUE LEVAM AO DIAGNÓSTICO TARDIO DE

CÂNCER SOB A VISÃO DE PACIENTES ATENDIDOS EM

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: RELAÇÃO COM O

PAPEL DA ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA

SAÚDE

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Aprovado em:____/____/_____

Banca examinadora:

Profª Orientadora: Ma Daniela da Silva Garcia Regino

Titulação: Enfª Mestre pela Universidade de Guarulhos/ Guarulhos – SP

Assinatura:_______________________

1º Prof (a): Fabiana Aparecida Monção Fidélis

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________.

Assinatura:___________________________

2º Prof (a): Paulo Umeno Koeke

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assisnatura:___________________________

3ºProf (a): Taís Fernanda Maimoni Contieri Santana

Titulação:_______________________________________________________

_______________________________________________________________

Assinatura:____________________________

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Dedico a Deus por ter me abençoado e iluminado nessa trajetória da minha vida.

Aos meus pais pelo carinho, apoio, ajuda e motivação. Dedico também a minha orientadora pela colaboração, ajuda e

conhecimento que ela nos passou.

Carolina dos Santos Morgado

Deus

Primeiramente a Ele por permitir tudo isso ао longo de minha vida, е não somente nestes anos como universitária, mas em todos os momentos. É o maior mestre já conhecido por alguém. É o Senhor quem coloca as pessoas certas, na hora certa, nos momentos ideais, quando pensamos “não dar tempo”, ou então, “não estou conseguindo escrever”, o Senhor de tudo e de todas as coisas realiza providências para acontecer o melhor, e nem sempre o tempo do Senhor é igual ao nosso tempo, porque afinal quem conduz nossas vidas e sabe o que é melhor pra nós é somente Ele. E dedico tudo o que foi feito, imaginado, superado, e todos os momentos de incertezas as quais foram dados luz ao nosso percurso, onde encontramos respostas e alcançamos o resultado final da melhor maneira. Com AMOR e GRATIDÃO dedico esta obra a DEUS, autor e consumador da minha FÉ, porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas.

MÃE (VILMA)

Obrigada por ter me ajudado nesses anos todos, com sua mãozinha de Mãe, dando o suporte do dia a dia o qual foi muito corrido, e por entender meus estresses, minha falta de atenção às vezes na correria. E por mais dificuldades enfrentadas, você sempre deixou claro, se eu não batalhasse não estaria aqui... Obrigada por ser MAE e PAI quando eu mais precisei e durante toda a sua vida se mostrou ser um exemplo a seguir, uma guerreira, batalhadora, porque na fase mais difícil da pré-adolescência foi você quem segurou a barra sozinha cuidando de mim e meus irmãos, obrigada por tudo minha rainha.

JOSE EDUARDO (NOIVO)

Agradeço por você ter me ajudado todos esses anos, agradeço a Deus por ter feito nossos caminhos se cruzarem, e por você dedicar o pouco tempo juntos para me ajudar no que eu precisava, desculpa pelas ausências e chatice passada, mas sei que dias melhores virão. Obrigada por sempre acreditar em mim... Apoiar-me em meus sonhos, minhas ideias e até mesmo minhas maluquices as quais me levaram a concluir este sonho, muitas vezes achei não ser capaz. E você esteve sempre ao meu lado pra tudo... Amo você

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Leticia Pinhel Costa

Aos meus pais que com carinho me apoiaram, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.

As minhas companheiras de TCC por ter aceitado a minha entrada no grupo e pela paciência e compreensão que tiveram comigo em todo tempo.

Aos meus amigos “Unimedianos” que todo tempo me incentivaram e me deram apoio constante, amigos da faculdade que adquiri nestes cinco anos (não irei citar nomes, mas sabem quem são).

À José Renato, pessoa com quem partilho minha vida.Com você tenho me sentido viva e segura de verdade, principalmente nesta fase que estou agora.Obrigado pelo carinho, a paciência e por sua capacidade de me trazer paz na correria de cada semestre.

Ao Eder do Prado por me ajudar quando mais precisei, você é um anjo que Deus colocou na minha vida.

A todos aqueles que de alguma forma estiveram e estão próximos de

mim, fazendo tudo valer a pena.

Lilia Reis

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AGRADECIMENTO

Carolina dos Santos Morgado

Agradeço aos meus pais, irmã, amiga Letícia e a minha orientadora

Daniela, pela ajuda e por terem ficado ao meu lado, dando força e calma nos

momentos difíceis.

Letícia Pinhel Costa

FAMILIA

Agradeço todos os dias a Deus pela família que tenho, e não acho que

mereço nem mais nem menos, cada um tem sua peculiaridade que me faz

aprender sempre algo diferente. Espero que nossa harmonia nunca acabe,que

nossa fraternidade seja eterna e que nossos encontros sejam constantes.

CAROLINA (AMIGA)

Amiga, nesses 5 anos já passamos por muitas coisas juntas. Rimos,

brigamos, choramos e apesar de tudo estávamos juntas desde o primeiro dia

de aula, esse ultimo ano não foi fácil, mais conseguimos superar e chegar ate

aqui. Eu aprendi muito com você e só tenho a agradecer por nossa amizade.

Nos momentos que precisei você estava lá para não me deixar desistir. E

espero que nossa amizade vá além deste curso! Desejo tudo de melhor a você

e nunca vou esquecer-me do que passamos juntas!

ARIMÁCIO

Obrigada por ter me dado motivação para meus estudos, e me ajudado

financeiramente quando eu mais precisei, agradeço o carinho e por se

preocupar comigo.

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Lilia Reis

A Deus por ter me dado vida, saúde e força para superar as dificuldades

(e que dificuldades).

A esta instituição, seu corpo docente,direção e administração pela

oportunidade desta formação e capacitação profissional e pessoa.

À professora Viviane Armede pelos conselhos e apoio nas horas que

mais precisei.

A minha orientadora Daniela Garcia por aceitar nos orientar naquele

momento crítico, abrindo espaço em seu tempo para que pudéssemos estar

aqui nos formando em tempo hábil.

Aos meus pais pelo amor e apoio.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação,

o meu muito obrigado.

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RESUMO

A Estratégia de Saúde da família (ESF) foi fundada como modelo pra reorganizar e reorientar a atenção básica de saúde seguindo normas e diretrizes do SUS. O papel fundamental dessa estratégia é a prevenção, promoção e educação em saúde num contexto familiar e individual numa determinada área demográfica bem definida e com maior vulnerabilidade. A equipe multiprofissional promoverá maior vínculo com a comunidade para reconhecer os hábitos mais comuns e os riscos que pode acarretar. Diante dessas políticas públicas foi analisado os motivos que levam os pacientes ao diagnóstico tardio do câncer sob a visão dos pacientes atendidos nas ESFs e a relação que a enfermagem na promoção e prevenção de saúde. O estudo com abordagem qualitativa, visa através de perguntas audiograváveis com sete pacientes cadastrados em ESF como foi a descoberta da doença o processo de agendamento e a atuação que a enfermagem teve. Os resultados demonstraram que o houve uma demora dos pacientes em procurar um serviço de saúde por ignorar os sintomas, e a atuação da enfermagem é pouco reconhecida em âmbito de ESF, sendo destacada mais a sua função burocrática.

Palavras – chaves: Oncologia. Estratégia de Saúde da Família. Diagnóstico

tardio. Câncer.

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ABSTRACT

The Family Health Strategy (ESF, initials in Portuguese) was established as a model to reorganize and guide the primary health care following the rules and guidelines of the Unic Health System (SUS, initials in Portuguese). The fundamental role of this strategy is prevention, education and health promotion in family and individual context, in a certain demographic area well-defined and more vulnerable. The multidisciplinary team will promote greater bond with the community to recognize the most common habits and the risks that may be entailed. Facing these public policies, the reasons that lead patients to late diagnosis of cancer were analyzed under the vision of patients seen in the ESFs and under the role nursing represents in the health prevention. The qualitative study aims, through audio recordable questions, with seven patients registered in ESF, how was the discovery of the disease, the process of scheduling and the nursing performance in the prevention and promotion. The results showed that there was a delay of patients seeking the health service due to ignoring the symptoms, and the nursing practice is rarely recognized in the ESF context, being its bureaucratic is highlighted.

Key words: Oncology. Family Health Strategy. Late diagnosis. Cancer.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Três estágios do dano celular ......................................................... 25

LISTA DE QUADROS

Quadro 2: Caracterização da população.....................................................

50

Quadro 3: Caracterização sócio/econômica da população......................... 50

Quadro 4: Caracterização da população segundo a doença...................... 51

LISTA DE SIGLAS

ACS – Agente Comunitária de Saúde

ADN - Ácido desoxirribonucléico

CACON - Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia

CEA - Antígeno Carcinoembrionário

CEMO - Centro de Transplante de Medula Óssea

CEP – Comitê de Ética e Pesquisa

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INCA - Instituto Nacional de Câncer

MCA - Mucin-like carcinoma associated antigen

PACS – Programa de Agente Comunitária de Saúde

RM – Ressonância Magnética

SUS – Sistema Único de Saúde

TC – Tomografia Computadorizada

UICC - União Internacional Contra o Câncer

UNACON - Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia

USF- Unidade de Saúde da familia

USG – Ultrassonografia

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14

CAPÍTULO I – HISTÓRIA E ORIGEM DO CÂNCER – FORMAÇÃO DE

CÉLULAS CANCERIGENAS .......................................................................... 17

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 17

2. DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS ....................................................... 18

3. EPIDEMIOLOGIA ..................................................................................... 23

4. FISIOPATOLOGIA ................................................................................... 24

5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS................................................................. 25

6. DIAGNÓSTICOS - EXAMES LABORATORIAIS E CLÍNICOS ............... 27

7. TRATAMENTO ........................................................................................ 31

CAPÍTULO II - ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA ................................. 36

1. Introdução ............................................................................................... 36

1.1 Origem e Implantação .............................................................................. 36

1.2 Objetivo da Estratégia de Saúde da Família ............................................ 40

2. FUNÇÕES DA ENFERMAGEM NA ESF ................................................. 41

3. COMO FUNCIONA AS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA ................ 42

4. PACIENTES ONCOLÓGICOS EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA

FAMÍLIA ........................................................................................................... 44

CAPÍTULO III - MÉTODOS, TÉCNICAS DE PESQUISA ...... Erro! Indicador não

definido.

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................... 46

2. TIPO DE PESQUISA ................................................................................ 46

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3. LOCAL E PARTICIPANTES DO ESTUDO .............................................. 47

4. TÉCNICAS DE COLETA DOS DADOS ................................................... 47

5. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS ..................................... 48

6. ASPECTOSÉTICOS...................................................................................49

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................... 49

9. PARECER FINAL ..................................................................................... 62

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 63

CONCLUSÃO ................................................................................................... 63

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 65

APÊNDICE ....................................................................................................... 76

ANEXO ............................................................................................................. 80

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INTRODUÇÃO

A Oncologia estuda o processo de uma célula cancerígena se

desenvolver e todo seu processo, a palavra Oncologia tem origem em duas

acepções, na palavra grega “onkos” (onco), significa massa, tumor, e no termo

“logia”, o estudo destes tumores, a Oncologia também é conhecida no Brasil

como Cancerologia, e outra nomenclatura de grande importância diferenciar é

entre um tumor e câncer, o primeiro é qualquer lesão com consequência de um

aumento de volume , e o segundo já pode ser considerado uma neoplasia

maligna (INSTITUTO ONCOGUIA, 2015; SCHNEIDER; BARROS, 2013).

O número de casos de Câncer no Brasil de 2014 e 2015, são de

aproximadamente 576 mil novos casos, os mais prevalentes são: cavidade

oral, esôfago, estômago, cólon e reto, laringe, traqueia, pulmão, melanoma

maligno da pele, outras neoplasias malignas da pele, mama feminina, colo do

útero, corpo do útero, ovário, próstata, bexiga, Sistema Nervoso Central,

glândula tireoide, linfoma de Hodgkin, linfoma não Hodgkin, leucemias

(SILVA,2014).

Com base no documento World cancerreport 2014 da International

Agency for Researchon Cancer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde

(OMS), é inquestionável o câncer ser um problema de saúde pública,

especialmente entre os países em desenvolvimento, onde é esperado que, nas

próximas décadas, o impacto do câncer na população corresponda a 80% dos

mais de 20 milhões de casos novos estimados para 2025 (INCA, 2015).

A estimativa para o Brasil, em 2016 - 2017, aponta cerca de 600 mil

casos novos de câncer excentuando-se o câncer de pele não melanoma

(aproximadamente 180 mil), ocorrerão cerca de 420 mil casos novos de câncer.

O perfil epidemiológico observado dentro da América Latina e do Caribe, onde

os cânceres de próstata (61 mil), e mama (58 mil), em mulheres serão os mais

frequentes. Sem ter em conta os casos de câncer de pele não melanoma, os

tipos mais frequentes em homens serão próstata (28,6%), pulmão (8,1%),

intestino (7,8%), estômago (6,0%) e cavidade oral (5,2%). Nas mulheres, os

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cânceres de mama (28,1%), intestino (8,6%), colo do útero (7,9%), pulmão

(5,3%) e estômago (3,7%) (INCA, 2016).

Segundo Silva, (2014,p. 63):

Os casos de pele não melanoma, que é o tipo mais incidente para ambos os sexos (182 mil casos novos), seguido de próstata (69 mil), mama feminina (75 mil), cólon e reto (33 mil), pulmão (27 mil), estômago (20 mil) e colo do útero (15 mil). Duas tendências importantes foram apontadas: a redução na incidência dos casos novos de cânceres do colo do útero e de pulmão (homens). Resultados das iniciativas para prevenção e detecção precoce do câncer do colo do útero e das ações de prevenção ao tabagismo no Brasil.

Mesmo sendo uma doença causadora de um grande impacto na vida do

individuo quando descoberta, ela pode ser menos destrutiva quando

diagnosticada precocemente, aumenta o sucesso no tratamento e reduz as

taxas de mortalidade, porém a população do cenário atual de um cotidiano

multitarefado alguns sinais de alarme para o câncer que o organismo pode

mostrar são ignoradas e passam dispersas, resultando na impossibilidade do

diagnostico precoce (INCA, 2016).

Mediante o exposto, com a apresentação de uma estimativa alta para o

câncer no país, observou-se sendo o diagnóstico precoce da doença ser de

extrema importância para o início do tratamento podendo assim, salvar o maior

número de vidas. Desta forma, o trabalho parte da seguinte premissa:

Compreender os motivos, de acordo com a visão do paciente atendido em

Estratégia de Saúde da Família, o qual o levou à um diagnóstico tardio de

câncer e relacioná-los ao papel desenvolvido pela enfermagem na prevenção e

promoção à saúde.

Levantando a seguinte hipótese norteadora deste trabalho: o não

desenvolvimento eficaz do trabalho da enfermagem na promoção e prevenção

da saúde na Estratégia de saúde da família poderá vir a colaborar para o

diagnóstico tardio dos diferentes tipos de câncer que atingem a população.

A enfermagem tem o papel de articular estratégias, orientação e

prevenção a saúde do individuo e da comunidade interferindo diretamente no

bem estar, e isso poderá ser eficaz ou não dependendo assim das ações da

enfermagem. E através do vínculo do enfermeiro com o usuário, assim

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concentrando esforços para prevenção de doenças como o câncer, quebrando

tabus, mitos e preconceitos provocados pela doença por ser tão temida e pelo

estigma de morte causado pela mesma, mostrando assim os benefícios da

prevenção (INCA, 2012).

Portanto, observa-se a importância da pesquisa em questão, e a escolha

por sua realização surgiu a partir da visualização da literatura científica que trás

dados relevantes sobre a ocorrência de diagnósticos tardios de câncer,

podendo levar uma grande gama de pessoas a óbito, a importância da

realização de diagnóstico precoce e sobre as ações de enfermagem

relacionadas a promoção e prevenção podendo colaborar ou não para um

diagnóstico tardio.

O trabalho dividiu-se em três capítulos, o primeiro relata sobre o câncer

sua origem, fisiopatologia, sinais e sintomas e sua epidemiologia, no segundo

capítulo é apresentado a Estratégia de Saúde da família, sua origem,

implantação, objetivos, a função da enfermagem e a relação dos pacientes

oncológicos em ESF, e o terceiro capitulo é a pesquisa com métodos, técnicas

e por fim com analise dos dados.

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CAPÍTULO I

HISTÓRIA E ORIGEM DO CÂNCER - FORMAÇÃO DE CÉLULAS

CANCERÍGENAS

1. INTRODUÇÃO

Hipócrates acreditava ser todas as doenças causadas por um

desequilíbrio entre os quatro líquidos do corpo que era: a bile vermelha,

branca, amarela e negra, e o câncer era resultado de excesso de bile negra.

No século 17, a bile negra foi absolvida, com a descoberta do microscópio e

aprimoramento de instrumentos e técnicas cirúrgicas ajudou a medicina na

descoberta não só de causas, mas também estudos de como eram os

mecanismos do tumor, a ideia defendida pelo médico italiano Gaspare Aselli

(1581-1626), o câncer era causado por anormalidades nos vasos linfáticos. Já

no final do século 19 foi desenvolvido o tratamento radioterápico e muito

utilizada no século 20, era o único tratamento capaz de matar células

cancerosas e se tornou procedimento (MONTENEGRO, 2004).

Em 1915, foi então comprovado pela teoria de Percival Pott, o câncer

podia ser induzidos por agentes químicos após a observação de trabalhadores

da Inglaterra limpadores de chaminés e estavam mais vulneráveis a

desenvolver o câncer comparado às outras pessoas, e a exposição ao sol

também poderia causar câncer de pele. Seguindo então mais adiante em 1955

o Instituto Nacional de Câncer dos EUA iniciou pesquisa sobre drogas poderem

combater o câncer, testando em animais e muitos estudos clínicos chegaram

em seres humanos, em 1970 cerca de 45 drogas quimioterápicas haviam se

mostrado eficazes. E em 1965 foi elaborado o primeiro relatório público por

médicos americanos que o fumo é um causador do câncer, embora desde o

século 18 já existia essa hipótese (MONTENEGRO,2004).

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No Brasil as primeiras iniciativas para o controle do câncer foi iniciado no

século 20 dando ênfase no diagnóstico e tratamento, quanto a prevenção era

pouco destacada, pois era escasso o conhecimento sobre a etiologia da

doença. Em 1924 durante o II Congresso de Higiene, foi comparado o declínio

da Tuberculose com aumento do câncer nos grandes centros urbanos, apesar

de ter ainda o índice de mortalidade baixa no país, já estimava-se o aumento a

cada década. Durante o governo de Getúlio Vargas foi instituído pela

sociedade civil, algumas ações de combate ao câncer, adotando políticas de

controle da doença, foi criado em 1937 o Centro de Cancerologia do Serviço de

Assistência Hospitalar do Distrito Federal (Rio de Janeiro) onde hoje é o atual

Instituto Nacional do Câncer (INCA)(BARRETO, 2005).

O INCA em 1974 passou a protocolar e a classificar as neoplasias de

acordo com suas características, com bases em estudos no próprio instituto, e

no decorrer dos anos foram reformulando as estruturas do INCA as quais foram

sendo implantados programas e convênios técnico-científicos que culminou

esse instituto como centro especializado de ensino e pesquisa oncológica. E

um dos projetos foi o Centro Nacional de Transplante de Medula Óssea

(CEMO), antes esse tipo de tratamento era realizado no exterior, mas o custo

não era acessível a todas as pessoas. A partir de 2000 pelo Decreto

Presidencial nº3.496, o INCA passou a coordenar e a desenvolver ações

nacionais de controle do câncer, tornando-se referencial nacional para a

prestação de serviços oncológicos no âmbito de Sistema Único de Saúde

(SUS). (BARRETO, 2005)

O Brasil em seu perfil demográfico vem sofrendo algumas mudanças

consequentes do processo de urbanização populacional, da industrialização e

dos avanços da ciência e da tecnologia. Tudo isso vem ocorrendo através de

novas características da sociedade brasileira, quanto os novos estilos de vida e

a exposição, ainda mais intensa, a fatores de risco próprios do mundo

contemporâneo. (INCA, 2014)

2. DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS

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A palavra câncer é derivada do latim-câncer e do grego-karkínos

(caranguejo), pela semelhança de um tumor a um caranguejo, observado por

Hipócrates que utilizou o nome câncer, pela primeira vez, para designar um

tumor a 400 A.C. (COSTA, COUTINHO 2011)

A Oncologia, também chamada de Cancerologia é a especialidade

médica que estuda as neoplasias, e a forma de como é desenvolvida e todo

seu processo no organismo. Neoplasia é uma formação e ou crescimento novo,

o qual excede o crescimento aquele dos tecidos normais sem coordenação de

multiplicação celular normal persistindo mesmo após o término do estímulo

induzindo a alteração. (NASCIMENTO, 2011)

Se compararmos uma célula de desenvolvimento normal e uma célula

cancerígena elas terão muitas diferenças na sua multiplicação e características

distintas, pois, as células neoplásicas fazem uma proliferação celular

descontrolada independente dos controles fisiológico, e é por base na sua

morfologia e biologia do processo tumoral que conceituamos uma definição:

“Neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, fugindo parcial ou totalmente

ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos

agressivos sobre o hospedeiro”. (TAMAYO, 1987; ROBBINS, 1984 apud

GADELHA et al., 2015, p.12)

E quanto à morfologia de células neoplásicas é importante destacarmos

por ser muito comum as pessoas ouvirem os termos benignos e malignos, o

primeiro é constituído por células semelhantes ao tecido que lhes deu origem

não tem capacidade de realizar metástase, crescem de maneira lenta e não

são letais, pode evoluir despercebido pelo hospedeiro, já as células dos

tumores malignos perdem características das células do tecido os quais lhes

deu origem, tem crescimento acelerado, tipo infiltrativo e tem a capacidade de

fazer metástase e pode provocar sérios danos ao paciente. (GADELHA et al.,

2015; SCHNEIDER, BARROS, 2013)

Para o INCA, os vários tipos de câncer o nome é dado de acordo com

tipo de célula órgão e ou tecido. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais

como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos

conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma, ambas

quando são neoplasias malignas. E quando o tumor é benigno acrescenta o

sufixo–oma ao nome tecido origem (INCA, 2016).

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As causas do Câncer são variadas pode ter origem interna ou externa ao

organismo, a primeira é advinda de fatores geneticamente pré-determinado,

mas o ambiente externo terá influencia para o desenvolvimento, os hábitos ou

costumes próprios de um ambiente cultural ou social. De 80 a 90% dos casos

de Câncer são associados a fatores ambientais externos como o cigarro,

exposição excessiva ao sol e hábitos alimentares. (INCA, 2016)

Segundo Gadelha et al., (2015, p.13):

No organismo, verificam-se formas de crescimento celular controlada e não controladas. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos de crescimento controlado, enquanto as neoplasias correspondem às formas de crescimento não controladas e são denominadas, na prática, de “tumores”.

As neoplasias são definidas de acordo com a sua morfologia, e biologia

do processo tumoral. Um tumor em geral será considerado qualquer aumento

de volume, inchaço, e ou tumefação, e tem origem inflamatória uma massa

tumoral maligna ou benigna, e o termo câncer o mais conhecido, usado pela

população utilizado para designar a doença em si, mas já pode ser considerado

um tumor maligno, e de acordo com o comportamento biológico os tumores

podem se agrupados em dois tipos: malignos e os benignos. (NASCIMENTO,

2011;GADELHA et al., 2015)

Os tumores malignos e benignos são bem diferenciados no

comportamento biológico e histológico, o primeiro tem crescimento rápido

desordenado, infiltrativo, tem um grau maior de autonomia, e são pouco

diferenciados, pois possuem pouca semelhança das células que as originaram,

e a atividade mitótica será em maior quantidade e são atípicas, tem uma massa

pouco delimitada e por essas características bem desordenadas ele vai

apresentar irregularidades entre o parênquima tumoral e o estroma

vascularizado resultando assim áreas com necrose ou hemorragia. (GADELHA

et al., 2015; THULER et al., 2011; MONTEMÓR, 2016)

Quanto aos tumores benignos são denominados bem diferenciados, pois

tem semelhança as células originárias, e as mitoses são raras, tem

crescimento lento e expansivo comprimindo assim tecidos vizinhos, e possuem

um estroma e uma rede vascular mais adequada por isso raramente

apresentam necrose e hemorragia, e não apresentam capacidade de produzir

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antígenos por serem bem diferenciadas, ao contrário dos tumores malignos

que tem essa capacidade. (GADELHA et al., 2015; THULER et al., 2011;

MONTEMÓR, 2016)

Outra característica das células malignas merecedoras de maior

relevância é a capacidade de produzir metástase, a qual constitui um

crescimento a distância do tumor de origem sem continuidade e independente.

(KALIKS et al., 2013)

Geralmente o processo metastático as células cancerígenas terão a

mesma aparência das células do câncer de origem, e a sua disseminação pode

seguir para o tecido adjacente, através de vasos sanguíneos (disseminação

hematogênica) e ou linfáticos (disseminação linfática), próximos ou mesmo se

moverem através destes para outros locais do corpo, atingindo os tecidos, e se

proliferam formando pequenos tumores chamados de micro metástases, esse

mecanismo tem a capacidade de estimular o desenvolvimento de novos vasos

sanguíneos, angiogênese. (KALIKS et al., 2013)

A angiogênese faz parte do desenvolvimento tumoral, pois, o tumor

necessita de aporte nutricional e oxigênio para proliferar as células

neoplásicas, ocorrendo a formação de novos vasos sanguíneos a partir da

vascularização já existente. (CAPP et al., 2009)

Segundo Dupont et al 2002 (apud RATZKO et al., 2015, p. 91):

Quando o processo de angiogênese é bloqueado, os tumores

não conseguem progredir e realizar metástases devido a

inibição da proliferação celular, migração celular, apoptose das

células tumorais e necrose por redução do suprimento

sanguíneo.

Os cânceres acometem células de órgãos centrais com maior fluxo

sanguíneo obtêm maior sucesso no desenvolvimento da angiogênese e

consequentemente o tumor tende a aumentar, ressaltando ser apenas tumores

malignos fazerem essa ação. (GADELHA et al., 2015)

Para fazer a nomenclatura das neoplasias baseia- se na histogênese e

histopatológica, para os tumores benignos acrescenta o sufixo “oma” (tumor)

mais o nome do tecido originário. Quando é um tumor maligno será de acordo

com a origem embrionária do tecido derivado do tumor, quando acomete

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tecidos epiteliais de revestimento interno e externo é chamado de carcinomas,

quando a origem for glandular denomina-se adenocarcinomas, e quando

originados de tecidos mesenquimais e conjuntivo serão sarcoma e quando de

células blásticas terá o sufixo blastoma. (GADELHA et al., 2015)

Existem algumas exceções como nos tumores embrionários teratomas

que podem ser benigno ou maligno vai depender do grau de diferenciação, e

algumas neoplasias receberam o nome de quem os descreveram pela primeira

vez, como por exemplo linfoma de Burkitt, sarcoma de Ewing e etc. E alguns

possui sufixo indevido, tumores malignos que foram denominados como

benigno, acrescentado o “oma” mas são tumores malignos, e por não

possuírem a variante benigna, por exemplo: melanoma, linfomas e sarcomas

sendo estes dois últimos nomes representam vários tumores malignos.

(GADELHA et al., 2015)

Foi necessário realizar classificações para os cânceres em estádios para

avaliar a sobrevida do paciente quando o tumor esta in loco ou se ele estendeu

a outros órgãos, será analisado o grau de disseminação, os sítios

potencialmente metastático e o seu comportamento biológico, e para adequar o

melhor tratamento foi utilizado o sistema de estadiamento tumor-nódulo

metástase(TNM). (INCA, 2016)

Segundo INCA (2016,p.01):

O sistema de estadiamento mais utilizado é o preconizado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC), denominado Sistema TNM de Classificação dos Tumores Malignos. Este sistema baseia-se na extensão anatômica da doença, levando em conta as características do tumor primário (T), as características dos linfonodos das cadeias de drenagem linfática do órgão em que o tumor se localiza (N), e a presença ou ausência de metástases à distância (M). Estes parâmetros recebem graduações, geralmente de T0 a T4, de N0 a N3 e de M0 a M1, respectivamente.

A classificação geral utilizara a letra T para designar tumor primário,

inserindo 0 a frente quando não há evidência de tumor primário, acrescentado

1, 2, 3, 4 quanto a extensão do tumor primário crescendo, e x quando o tumor

não pode ser avaliado, já a letra N referenciara os linfonodos regionais

utilizando-se 0 quando não tem comprometimento para linfonodos regionais, os

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números 1, 2 e 3 se há comprometimento deles, e x quando não é possível

avaliar os linfonodos e por ultimo a letra M que avaliara se há metástase à

distância, o número 0 quando não há metástase à distância e 1 quando a tem,

e o x quando não foi possível avaliar a presença da metástase. (INCA, 2006)

3. EPIDEMIOLOGIA

De acordo com a estimativa a incidência de câncer no Brasil será

registrada no país 596 mil novos casos de câncer em 2016, sendo para o sexo

masculino são esperados 295.200 novos casos, e entre as mulheres, 300.800,

com 60% tem diagnostico já avançado. Nas mulheres os cânceres mais

acometidos é mama, cólon e reto, colo do útero, traqueia, brônquio e pulmão, e

estomago, nos homens é próstata, traquéia, brônquio e pulmão, cólon e reto,

estômago, cavidade oral,sendo o Sudeste com a maior quantidade de

pessoas com acometidas 291.090 esses dados possibilita analisar a magnitude

e o impacto dessa doença no Brasil. (INCA, 2015)

Para 2016-2017, aponta-se uma ocorrência de estimativa para o Brasil

de cerca de 600 mil casos novos de câncer. Excetuando-se o câncer de pele

não melanoma (aproximadamente 180 mil casos novos) ocorrera cerca de 420

mil casos novos de câncer. Observado dentro da América Latina e do Caribe,

onde os cânceres de próstata (61 mil) em homens e mama (58 mil) em

mulheres. Os mais frequentes sem média de dados aponta-se os casos de

câncer de pele não melanoma, os tipos mais frequentes em homens serão

próstata (28,6%), pulmão (8,1%), intestino (7,8%), estômago (6,0%) e cavidade

oral (5,2%). Nas mulheres, os cânceres de mama (28,1%), intestino (8,6%),

colo do útero (7,9%), pulmão (5,3%) e estômago (3,7%). Tendo também novos

casos estimados para 2025 como um impacto do câncer na população que

corresponda a 80% dos mais de 20 milhões de casos. (INCA, 2015)

E um dos cânceres menos freqüentes é o câncer no rim ou carcinoma

de célula renal, no Brasil os dados sobre a incidência são escassos por não ser

um dos cânceres mais incidentes, causando cerca de 100.000 mortes

anualmente em todo o mundo, sendo mais comum em homens (58,9%) do que

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em mulheres (41,1%) e a idade mediana acometida cerca de 60 anos

(XAVIER;HACHUL, 2014).

4. FISIOPATOLOGIA

Tumores malignos são alterações morfológicas apresentadas pelas

células. Tendo as células normais de todo organismo vivo, histológica e

funcional, essas células são orientada no sentido da manutenção da vida. As

células estão agrupadas em tecidos, suas características são funcionais e

morfológicas. (INCA, 2008)

O crescimento celular responde às necessidades específicas do corpo,

envolvendo o aumento da massa celular, e duplicação do ácido

desoxirribonucleico (ADN) e divisão física da célula em duas células filhas

idêntica (mitose), os ciclos celulares se integram nas fases G1-S-G2-M. (INCA,

2008)

Normalmente as células normais, como por exemplo, a mitose são

estímulos reguladores agindo sobre a superfície celular, no qual elas tem o

contato com as demais células e agem na produção de certos fatores de

crescimento, e hormônios fazendo-as ter a capacidade de se dividir, e ligar-se

a receptores específicos de superfície celular. (INCA, 2008)

O tempo para o aparecimento do tumor é indeterminável, podendo

demorar muitos anos, iniciando-se de forma espontânea ou provocada pela

ação de agentes carcinogênicos (químicos, físicos ou biológicos). Os cânceres

estão relacionados a múltiplos fatores, sendo eles; sexo, idade, raça,

predisposição genética e exposição a carcinógenos ambientais. (INCA, 2011)

Os carcinógenos químicos são aqueles presentes no tabaco e

resultantes de sua combustão e metabolismo, bem como agentes,

azocorantes, aflatoxinas e benzeno, esses foram diagnosticados na indução de

câncer no homem e animais. O vírus de ADN do grupo herpes e papiloma, bem

como vírus de ácido ribonucléico (ARN) do tipo C, foram também implicados

como agentes produtores de câncer em animais, sendo responsáveis por

alguns cânceres no homem. (INCA, 2011)

Segundo INCA (2011, p.1), o dano celular segue três estágios:

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A .Estágio de iniciação, no qual os genes sofrem ação dos agentes cancerígenos. B. Estágio de promoção, no qual os agentes oncopromotores atuam na célula já alterada. C. Estágio de progressão, caracterizado pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula

Conforme figura 1:Três estágios do dano celular

Fonte: INCA, 2016

Para que um indivíduo desenvolva uma doença, não basta a presença

do agente cancerígeno em seu organismo por si só, é necessário a atuação de

outras causas em conjunto com agente especifico para causar a doença (INCA,

2011).

5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Segundo INCA (2016, p.01):

a. Mama: caroço (nódulo) fixo e indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no mamilo; pequenos nódulos na região das axilas (embaixo dos braços ) ou no pescoço; saída de secreção anormal das mamas. b. Pulmão: tosse; hemoptise; perda de peso; dispneia. c. Gástrico: não há sintomas específicos, no entanto alguns sinais como perda de peso; inapetência; fadiga; sensação de estomago cheio; vômitos; náuseas e desconforto abdominal. d. Colo retal: mudanças no hábito intestinal; desconforto abdominal; sangramento nas fezes; sangramento anal; sensação de não esvaziamento intestinal após evacuação. e. Próstata: tem evolução silenciosa na fase inicial, muita paciente não apresentam sintomas, mas quando apresentam é idêntico ao crescimento benigno da próstata, como dificuldade de urinar, urina com mais frequência. Na fase mais avançada pode causar dor óssea. f. Colo do útero: tem desenvolvimento lento, podendo seguir sem sintoma na fase inicial, pode evoluir para quadros de sangramento vaginal alternado ou após relação sexual,

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secreção vaginal anormal e dor abdominal associado a queixas urinárias e intestinais quando mais avançado. g. Boca: lesões na cavidade oral ou nos lábios, que não cicatrizam, manchas ou placas avermelhadas ou esbranquiçadas na língua, gengiva, palato, bochecha, nódulos no pescoço, rouquidão insistente, nos casos mais avançados observa dificuldade de mastigação e engolir, dificuldade na fala. h. Câncer de pele: Melanoma- surgi com base de pele normal ou de uma lesão pigmentada, se dá após o surgimento de uma pinta escura de bordas irregulares, que acompanha de coceira e descamação. i. Leucemias: decorrem de uma série de células defeituosas na medula óssea, impedindo a produção dos glóbulos vermelhos, causando anemia, dos glóbulos brancos acabando o organismo submetido a infecção, e das plaquetas resultando em sangramentos nas gengivas e pelo nariz, manchas roxas na pele ou pontos vermelhos perante a pele. j. Rim: Sangue na urina (hematúria), dor abdominal, dor lombar, hipertensão arterial, elevação dos níveis de cálcio sanguíneo. Os pacientes podem apresentar gânglios linfáticos infartados, porém sem dor, principalmente no pescoço e nas axilas, febre ou suores noturnos, perda de peso, desconforto abdominal trazido pelo aumento do baço ou do fígado, dores nos ossos e nas articulações.

No caso de uma lesão antecedente ocorre o aumento do tamanho,

alteração na coloração e no formato da lesão apresenta bordas irregulares.

Não Melanoma com feridas da qual cicatrização demore mais de quatro

semanas para cicatrizar, variando a cor de sinais pré- existentes, manchas

coçando e ardendo, descamando ou apresentando sangramentos (INCA,

2016).

Segundo INCA, (2016, p.01):

As síndromes paraneoplásicas são raras e, quando ocorrem, geralmente acompanham tumores de pulmão, mama, ovário e retroperitônio. Podem se manifestar de maneiras diversas, acometendo principalmente os sistemas neuromuscular, vascular, ósseo, articular e glandular. Relacionam-se com a produção, pelo tumor maligno, de substâncias biologicamente ativas e podem preceder, até em anos, a fase clínica do tumor. É importante ressaltar sendo a síndrome para neoplásica ter fator agravante do prognóstico e seu controle depende do controle do tumor. Das síndromes paraneoplásicas, as mais bem compreendidas são as hormonais. As emergências oncológicas pode ser a primeira manifestação do câncer, pode surgir de um tumor já diagnosticado ou pode produzir em complicações do tratamento, é relevante o diagnóstico e

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tratamento ocorrer imediatamente, pois a demora pode causar a morte ou dano irremediável.

6. DIAGNÓSTICOS - EXAMES LABORATORIAIS E CLÍNICOS

No caso de câncer de mama observa-se no Brasil a alta taxa de

mortalidade pode ser explicada parcialmente pelo fato de em média 60% dos

tumores de mama serem diagnosticados em estágios avançados.

(BARROS, UEMURA, MACEDO, 2012; THULER et al., MENDONÇA, 2005)

São realizados exames laboratoriais e de imagem para detectar outras

doenças, estes exames podem ser utilizados para avaliar um tumor primário,

as funções orgânicas, a extensão do câncer (estadiamento), e também para

detecção de recidivas (INCA, 2016).

Normalmente, o teste para a confirmação é uma biópsia ou exame de

um determinado tecido do corpo conhecido como anatomopatológico

(ZELMANOWICZ et al., 2016).

Segundo Zelmanowicz et al (2016,p.01):

A detecção precoce significa fazer o diagnóstico do câncer no seu estágio pré-sintomático, ou seja, antes de a pessoa manifestar algum sintoma relacionado com a doença ou apresentar alguma alteração ao exame físico realizado por um profissional da área da saúde.

Os exames mais específicos e utilizados são:

a.) Mamografia: é o exame padrão na detecção precoce do câncer de mama e

o mais efetivo da atualidade, sendo 90% especifico, tendo a capacidade de

visualizar de 85 a 90% dos casos. O objetivo da mamografia é produzir

imagens detalhadas tendo uma alta resolução da estrutura interna da mama

para possibilitar bons resultados através de alterações nas mamas. Para isso é

necessário o correto posicionamento do paciente, para o diagnostico ser eficaz,

o bom estado e a uma alta qualidade do aparelho, os profissionais sejam

devidamente preparados para a realização do exame, seguindo padrões

rígidos e pré-estabelecidos além do equipamento adequado. Se caso os

passos para o exame não forem seguido de forma correta podem ocorrer

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falhas e gerar problemas nos resultados das mamografias (Instituto

Oncoguia,2014).

b.) Ressonância magnética(RM): são mais efetivos no diagnóstico diferencial

entre as lesões benignas e malignas, tendo a capacidade para mostrar com

mais detalhes o tamanho e características morfológicas do tumor. Mostrando a

maior parte impregnação relacionada a sua vascularização e permeabilidade

aumentada, facilitando a impregnação do gdDTPA (gadolínio) no interior da

mesma. A ressonância magnética tem grandes vantagens frente a mamografia

e a ultrassonografia (USG), como: menor exposição a radiação, melhor

visualização, localização e morfologia de lesões malignas e a real extensão do

câncer, permitindo assim um tratamento menos agressivo (Instituto Oncoguia,

2014).

c.) Ultrassonografia (USG): Assim, mesmo por um longo tempo essa técnica foi

subvalorizada e até mesmo denegrida. Mas, na década de 80 com os avanços

tecnológicos na área, com ecógrafos em tempo real e melhor resolução de

imagens. A USG assumiu um papel no diagnóstico de lesões mamárias.

Possuindo seus pontos positivos, como a vantagem de não ser invasivo, não

usar radiação e ser bem tolerado pelas pacientes, além de trazer informações

valiosas para complementar o exame físico e a mamografia, principalmente em

pacientes que possuem mamas densas, nas quais as lesões poderiam ser

ignoradas pela mamografia. Para um diagnóstico é necessário a realização de

exames no sangue como: hemograma completo, exames de coagulação,

bioquímica sanguínea, eletrólitos, perfil hepático, hemossedimentação, proteína

C reativa, colesterol e triglicerídeos, entre outros (NASCIMENTO,PITTA,

RÊGO,2015;Instituto Oncoguia, 2014).

Segundo Instituto Oncoguia, (2014,p.01), os principais marcadores

tumorais usualmente acompanhados são:

CA 15.3 - É o marcador tumoral por excelência do câncer de mama, é o mais sensível e específico. Quando associado com outros marcadores, como CEA, por exemplo, é importante para a escolha do seguimento do tratamento. Na fase inicial, apenas 23% dos casos apresentam aumento. A elevação do CA 15.3 após o tratamento indica recorrência ou metástase antes do paciente apresentar evidências clínicas. CEA - O CEA (Antígeno Carcinoembrionário) é uma proteína normalmente encontrada em pequenas quantidades no sangue de pessoas saudáveis, mas ela se torna elevada em algumas

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pessoas portadoras de câncer. Por exemplo, um nível elevado de CEA tem sido achado em mais da metade das pessoas possuidoras de câncer de cólon, pâncreas, estômago, pulmão ou mama. Muitas vezes, o aumento dos níveis de CEA pode sugerir que o tratamento atual não está funcionando. MCA - O Mucin-like carcinoma associatedantigen (MCA) é uma glicoproteína utilizada como marcador tumoral para o câncer de mama. Tem boa correlação com o CA 15.3, sendo útil na avaliação prognóstica e no controle terapêutico. CA 27,29 - Similarmente ao antígeno CA 15–3, o CA 27,29 é encontrado no sangue da maioria das pacientes de câncer de mama. Exames seriados de CA 27,29 podem auxiliar o médico a verificar se o tratamento está funcionando. Após o término do tratamento, auxiliam na detecção da recorrência da doença. CA 125 - A proteína CA 125 é produzida por uma variedade de células, particularmente por células de câncer de ovário. É o marcador tumoral utilizado principalmente para o câncer de ovário, sendo também útil para o câncer de endométrio e endometriose. CA 19.9 - É um marcador tumoral do trato gastrointestinal, em câncer de pâncreas e trato biliar como primeira escolha e no câncer colo retal como segunda escolha. O CA 19.9 é um carboidrato de superfície celular, também conhecido como antígeno de Lewis. Catepsina D - A catepsina D é uma endoproteaselisossomal ácida, encontrada em praticamente todas as células dos mamíferos, sendo um marcador tumoral muito utilizado em câncer de mama.

Para estabelecer o diagnóstico clínico do câncer, é fundamentalmente

importante realizar uma abordagem específica para cada relato do paciente.

Inclui-se à história completa, e pregressa da moléstia atual, incluindo os

antecedentes pessoais, hereditários e familiares junto com sinais e sintomas,

para obter dados minuciosos para auxiliar na detecção de qualquer

anormalidade ali existente, determinando assim a diagnose efetiva. O exame

físico minucioso e sistemático se faz importante para complementação clínica

(NETTINA, 2003).

Vários são os fatores associados aos pacientes que podem interferir no

decorrer da solicitação de exames como, idade, cor, gênero, etnia, crença

religiosa, gravidade do diagnóstico, condições clínicas do paciente, tempo de

evolução da doença, situação financeira, entre outras (SOUZA et al., 2014).

Os exames são solicitados pelo médico de acordo com a suspeita clínica

inicial, dentre eles se destacam os exames laboratoriais podendo variar desde

os mais simples aos mais complexos e específicos, incluindo os marcadores

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sanguíneos, os mais apropriados para acompanhar a resposta à terapia a ser

utilizada (NETTINA, 2003).

Procedimentos e exames são requeridos de acordo com suas

particularidades, como por exemplo; Radiografia, Tomografia computadorizada

(TC) Ressonância magnética (RM), Ultrassonografia (USG), Cintilografia

Óssea, Mamografia, biópsia local e exames histológico e citopatológico,

determinantes para a evidência ou extensão da doença (KATZ et al., 2014).

Segundo Mendes e Vasconcellos (2015), o SUS oferece recursos para

melhor organizar a atenção ao câncer, levando em conta suas diversidades

culturais e socioeconômicas através da Política Nacional de Atenção

Oncológica, promovendo a atenção integra para auxiliar na melhoria da

qualidade de vida dos usuários através de ações de promoção, prevenção e

detecção precoce da doença.

Os exames diagnósticos são de extrema precisão no sistema de saúde e

pode auxiliar no desenvolvimento da assistência médica e seu custo. A

requisição adequada desses exames é uma peça de extrema importância na

sequência de tomada de decisão do profissional (SOUZA et al., 2014).

Equipamentos médicos- assistências de alta complexidade que o SUS

oferece para auxílio no diagnóstico de câncer que são:

a.Tomógrafo por emissão de pósitrons;

b.Ressonância nuclear magnética;

c.Tomógrafo computadorizado;

d.Câmara cintilográfica (gama câmera);

e. Aparelho de Raio X;

f .Mamógrafo digital;

g. Aparelho de ultrassonografia;

h. Aparelho de endoscopia

i. Aparelho de colonoscopia;

Um em cada três casos de câncer, pode ser tratado e também curado se

for exposto logo no início. Muitos pacientes têm medo ou ignorância, não

querem falar sobre o assunto e assim acaba sendo tardio o seu diagnóstico.

Poucos tipos de câncer apresentam sinais e sintomas em suas fases iniciais,

exposto cedo, podem ser tratados a tempo. A detecção precoce pode reduzir a

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mortalidade, trazer melhoras e resultados satisfatórios em alguns tipos de

câncer (INCA , 2015).

Os sinais e sintomas da neoplasia são diversificados, relacionados com

o tumor primário e com suas complicações. As alterações provocadas pelo

tumor são próprias do órgão ou do sistema acometido. Os problemas gerais

causados pelo tumor primário são as metástases, podem também passar

despercebidas ou podem ser até confundido com outras patologias, como:

anorexia, emagrecimento, astenia, febre, dor, infecção, alterações psicológicas.

(INCA, 2015)

7. TRATAMENTO

Os tratamentos mais conhecidos e utilizados para o Câncer é a

radioterapia, quimioterapia e o transplante de medula óssea, o primeiro é

utilizado radiações para destruir um tumor ou impedir que suas células

aumentem, e pode ser usada em combinação com a quimioterapia utilizando

medicamentos como método, sua administração pode ser endovenosa, via

oral, intramuscular, subcutânea, tópica e intratecal, destruindo as células

doentes, e o transplante de medula óssea que é utilizado para algumas

doenças malignas, ele consiste em substituir uma medula óssea doente, ou

deficitária por células normais de medula óssea. (INCA, 2014)

A política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer na Rede de

Atenção a Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema

Único de Saúde (SUS) tem como objetivo, e direito de todos os cidadãos,

reduzir a mortalidade e a incapacidade de algumas doenças podem causar e

diminuir a incidência de alguns tipos de câncer, foi reformulada e instituída na

Portaria nº 874 de 16 de Maio de 2013. (MS Portaria nº874 de 16 de Maio de

2013) (BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE, 2007)

A prevenção será por meio das Unidades de Assistência de Alta

Complexidade em Oncologia (Unacon) e dos Centros de Assistência de Alta

Complexidade em Oncologia (Cacon), a primeira é unidades hospitalares que

possuem equipamentos adequados para realizar diagnósticos e tratamento dos

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cânceres mais prevalentes, e Cacon também é em unidades hospitalares com

tratamento de todos os tipos de cânceres, estes hospitais possuem

assistências radioterápicas em sua estrutura física. (BIBLIOTECA VIRTUAL

EM SAÚDE, 2007)

O CACON é dividido conforme a complexidade em três centros, o

primeiro é localizado em hospitais gerais, e é realizado o diagnóstico e

tratamento das neoplasias malignas, feito numa perspectiva multiprofissional, o

segundo é em instituições dedicadas prioritariamente ao controle do câncer

instituindo prevenção, detecção precoce do câncer até o tratamento, e o

terceiro também realizara a prevenção até o tratamento, e dedica-se

exclusivamente ao controle do câncer, de qualquer tipo e em todas as

modalidades assistenciais. (INCA, 2008)

Existem 284 unidades e centros habilitados em tratamento de câncer,

contendo um hospital em cada estado habilitado oferecendo desde exames até

cirurgias mais complexas. (INCA, 2016)

Cabe orientar a população as seguintes etapas de atenção com inicio

na atenção básica fazendo a prevenção, promoção, investigação e

rastreamento; a atenção secundária terá a consulta especializada realizando

alguns exames e diagnóstico, e então o encaminhamento para hospitais que

é a unidade terciária para tratamento oncológico UNACON e CACON, e o

paciente volta para a unidade básica para dar continuidade nos cuidados.

(INCA 2016)

Antes do início de tratamentos o paciente passará por uma gama de

exames para diagnóstico e avaliação; o estadiamento vai avaliar a extensão da

doença através de exames de imagem, radiografia, tomografia

computadorizada, ressonância magnética, cintilografia óssea, exames de

sangue, e avaliação de órgãos vitais como os rins, coração fígado. (KALIKS,

2011)

Os tratamentos do câncer mais conhecidos são feitos através de

cirurgia, radioterapia, quimioterapia, ou transplante de medula óssea.

(FARIA;LEITE, 2010)

A radioterapia consiste em destruir a célula tumoral através de radiações

ionizantes, com dose e tempo fracionado com múltiplas aplicações e não

apenas dose única, isso se explica pelo fato de células normais se

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recuperarem mais eficientemente comparado as patológicas, e ela é

completamente indolor. (FARIA; LEITE, 2010 )

A radiação será no local do tecido que engloba o tumor, buscando

elimina-lo, mas com menor dano possível nas células normais circunvizinhas,

essas radiações carregam energia, e ao se interagirem com os tecidos dão

origem a elétrons ionizando os meios formandos radicais livres podendo

modificar células levando a morte celular, pelo fato de inativar sistemas vitais

para a célula e até sua incapacidade de multiplicação. (FARIA; LEITE, 2010)

A radioterapia contribui muito para a qualidade de vida do paciente, ela

pode resultar na cura e ou então diminuir o tamanho do tumor aliviando a

pressão dos órgãos, reduzindo hemorragia, dores e outros sintomas, ou seja,

intuito paliativo. (FARIA; LEITE, 2010)

Existem duas formas de radioterapia, são: radioterapia externa ou

teleterapia, a radiação é feita através de um aparelho localizado afastado do

paciente, e o outro tipo é radioterapia de contato ou braquiterapia consiste no

aparelho em contato com o corpo do paciente onde o material radioativo será

aplicado, a escolha será avaliada pelo médico de acordo com a necessidade

do paciente. (INCA 2016)

Embora ela tenha benefícios a radioterapia tem seus efeitos colaterais

variando de pessoa pra pessoa, o tipo de câncer e o local e a dose aplicada

pode influenciar, um dos efeitos secundários a radiação é a radiodermite, é

provocada pela alta quantidade de radiação, a pele terá algumas modificações

como eritema, edema,descamação, prurido e alopecia (perda de pelos) na

zona irradiada, a maioria dos pacientes pensam perderem os cabelos como na

quimioterapia e isso não é verdade, podendo perder apenas na zona de

aplicação da radiação. (LOPRETO et al., 2013)

Outro método usado é a quimioterapia tendo uso de substâncias

citotóxicas, podem ser chamados de quimioterápicos, administradas por via

sistêmica (endovenosa), e podem ser combinadas (poliquimioterapia), é o uso

de mais de um quimioterápico, estudos mostram ser mais efetivo este método

ao monoquimioterapico, é o uso de uma única droga. (SCHULZE, 2007)

A quimioterapia tem várias finalidades: curativa, o controle completo do

tumor, adjuvante quando se segue à cirurgia curativa, diminuindo a incidência

de metástase à distância, neoadjuvante ou prévia para obter uma redução

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parcial do tumor é utilizada como complemento da cirurgia e ou com a

radioterapia, paliativa usada para melhorar a qualidade da sobrevida do

paciente. (SCHULZE, 2007)

Geralmente a quimioterapia é bem tolerado pelos pacientes, ela atua

sistemicamente, podendo atingir a medula óssea, os pelos, e a mucosa do tubo

digestivo, e ela pode ser aplicada em ciclos periódicos em intervalos para as

células normais tenham tempo de recuperação. (INCA, 2016)

Os efeitos terapêuticos e toxicidades dependeram o tempo de exposição

e a dose, os agentes antineoplásicos mais utilizados no tratamento do câncer

são os alquilantes polifuncionais, os antimetabólicos, antibióticos antitumorais,

e inibidores mitóticos e outros. (INCA, 2016)

O efeito indesejável da quimioterapia segue dois grupos os precoces ou

agudos que acontece de 0 a 3 dias com: náuseas, vômitos, mal estar, adinamia

(fraqueza muscular), artralgia, exantemas e flebites, e os efeitos adversos

tardios podendo durar meses ou anos: miocardiopatia, hiperpigmentação e

esclerodermia, pneumonite, imunossupressão, nefrotoxidade, infertilidade,

carcinogênese, distúrbio do crescimento em criança e cirrose hepática. (INCA,

2016)

Tanto para quimioterapia como para radioterapia é necessário alguns

cuidados durante o tratamento como exposição solar, cuidados com a pele, e

ambos tratamentos podem ser realizados em combinação com maiores efeitos

terapêuticos.

Segundo Steel (2000 apud FERREIRA e col., 2007, p.14):

1.a radioterapia atinge predominantemente o tumor primário, e a quimioterapia, áreas distantes dos campos de irradiação; 2. a radioterapia pode ser utilizada para tratar áreas onde o acesso da quimioterapia é precário, como na irradiação do encéfalo em pacientes com leucemia.

Com relação a cirurgia, será necessária após a avaliação se o tumor é

ressecável ou operável, ou seja, diz-se ressecável quando ele pode ser

possivelmente removido, e dependera da localização e o tipo histológico do

tumor, e operável quando tem a possibilidade de realização terapêutica

cirúrgica e dependerá da capacidade do paciente, suas condições clínicas,

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fatores como idade avançada, doenças crônicas e outras comorbidade.

(KALIKS, 2011; INCA,2016)

A finalidade da cirurgia poderá ser curativa e ou paliativa, a primeira

quando está em estágio inicial na maioria com tumores sólidos, fará a remoção

deste e, se indicado, a retirada também dos linfonodos de drenagem linfática

do órgão acometido do tumor primário, e o tratamento paliativo terá a finalidade

de reduzir células tumorais ou para controlar sintomas possíveis de

comprometer a qualidade da sua sobrevivência. (INCA, 2016)

Outro tratamento usado para alguns tipos de câncer é o transplante de

medula óssea, essa encontrada no interior de ossos e tem a função de produzir

componentes do sangue, quando a uma produção anormal de células

sanguíneas a pessoa necessitará de um transplante, como por exemplo, nas

leucemias, caracterizada pela proliferação descontrolada dos glóbulos brancos,

e ou quando o paciente é portador de aplasia, e em outros casos, cuja, medula

tenha sido destruída por irradiação. (INCA, 2016)

Para ser feito o transplante de medula óssea é necessário ter

compatibilidade, ou seja, tenha semelhança de antígenos entre doador e

receptor, na maioria da compatibilidade é de parentes do paciente e, segundo

Inca 0,1% são entre pessoas não aparentadas. (INCA, 2016)

Para ocorrer todo o processo de doação é preciso ter cadastro no banco

de medula óssea e o doador passar por exames clínicos para certificar o

estado de saúde; o processo de remoção da medula óssea faz-se uma

pequena cirurgia de aproximadamente 90 minutos, são feitos de 4 a 8 punções

na região pélvica posterior, e dentro de poucas semanas a medula do doador é

reconstituída, pois, é retirada dele menos de 10%, e o paciente receberá a

medula por meio de transfusão, e em duas semanas a medula transplantada já

estará produzindo células novas. (INCA, 2016)

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CAPÍTULO II

ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

1. INTRODUÇÃO

A Estratégia Saúde da Família (ESF) esta diretamente ligada com o

restabelecimento do individuo na comunidade e o cuidado em domicilio através

de promoção e prevenção. Estabelecendo um vinculo sadio com o usuário e o

profissional através de educação continuada (SANTOS, 2011).

Desta forma o paciente com Câncer requer um amplo apoio, por motivos

de grande impacto que a doença pode causar, como mudanças em relações

sociais, familiares e consigo mesmo, e ainda enfrentar as etapas no processo

de tratamento, exigindo da equipe de enfermagem um amplo conhecimento

cientifico e habilidades para o reconhecimento de sinais e ou sintomas próprios

deste paciente e uma assistência humanizada, tendo o enfermeiro como um

importante membro da equipe básica multidisciplinar, para lidar em frente a

essas situações (SILVA et al., 2011; SOUZA, VALADARES, 2011).

Tendo como desenvolvimento de praticas educativo em saúde voltada

para a melhoria do autocuidado dos indivíduos dentro da ESF, a equipe deverá

trabalhar essa educação tanto para a população sadia como para os doentes.

Com foco na prevenção e controle, e não se esquecendo de ser trabalhado

tanto em grupo especifico como individual e sempre respeitando e conhecendo

os hábitos da família (SANTOS, 2011).

1.1 Origem e Implantação

Anteriormente a Constituição Federal de 1988, a saúde no Brasil era

oferecida pelo Estado apenas para trabalhadores de economia formal e seus

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dependentes, não havendo direito a saúde para toda população (BRONDANI et

al., 2011).

Seguindo o modelo vigente, foi aumentando prejuízos na saúde da

população, e isso resultou em um movimento entre sindicatos, profissionais da

saúde e a sociedade, para uma reforma sanitária, iniciado na década de 70

(BRONDANI et al., 2011).

Em Março de 1986, ocorreu a VIII Conferência Nacional de Saúde, com

temas para serem destacados, como: saúde como direito; reformulação do

Sistema Nacional de Saúde; e financiamento do setor, e a ampliação do

conceito de saúde como dever do estado, e múltiplos fatores como moradia,

educação, alimentação, lazer, saneamento e esgotamento sanitário resultaria

num completo bem estar físico, mental e social (RAGGIO, BARROS,

RODRIGUES, 2009; BRONDANI et al., 2011; MELO,2014).

Seguindo ao novo direcionamento no campo da saúde, no ano de 88 foi

definido o SUS pela Constituição Federal, regulamentada pela lei 8.080/90 e

8.142/90 que são Leis Orgânicas de Saúde, e de acordo com o artigo 196

saúde é direito de todos e dever do estado, por meio de políticas sociais e

econômicas garantirá a redução do risco de doença e outros agravos, acesso

universal e ênfase nas ações e serviços de saúde visando promoção, proteção

e recuperação (BRASIL, 1988).

E para reorientar o modelo assistencial após a reforma sanitária, o SUS

utilizou a designação Atenção Básica à Saúde que enfatiza um sistema

universal e integrado de atenção à saúde (MOTTA, BATISTA, 2015).

Segundo Brasil (2012,p.09):

No Brasil, a Atenção Básica é desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas. Ela deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. Por isso, é fundamental ela se orientar pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social.

Desta forma a atenção básica a saúde utiliza tecnologias de cuidados

atendendo as necessidades de saúde de maior frequência e relevância em seu

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território, reconhecendo a vulnerabilidade, riscos e a necessidade de saúde

que devem ser acolhidos, pois é a principal entrada e a primeira de

comunicação da rede de atenção à saúde (BRASIL, 2012).

Durante os anos de 1988-1993 foi atendido os usuários do SUS a

atenção qualificada seguindo o modelo de Alma-Ata a qual tinha a proposta de

cuidados primário em saúde, mas em âmbito internacional – no Brasil o

contexto cultural difere-se para este seguimento, então buscou reformular a

estrutura organizacional dos serviços de saúde com processo de humanização

nas ações e atividades de forma conjunta, integrada e direcionada junto as

famílias e comunidades, garantir acessibilidade, vínculo, resolutividade,

referência e contra referência e acolhimento ao cidadão características

designadas do ESF seguindo normas e diretrizes do SUS (JORGE;

GUIMARÃES, 2014).

Estratégia Saúde da Família (ESF) anteriormente chamada de Programa

de Saúde da Família, foi criada pelo Ministério da Saúde em 1994, com base

em experiências bem sucedidas no estado do Ceará, com o Programa de

Agentes de Saúde criador do Programa de Agentes Comunitários de Saúde

(PACS) para servir de elo entre a comunidade e o serviços de saúde

(MAGALHÃES, 2011).

Segundo Souza (apud MAGALHÃES, 2011, p.21):

O Ministério da Saúde lança, no inicio de 1994, o Programa de Saúde da Família, o qual valorizava os princípios de territorialização, de vinculação com a população, de garantia de integralidade na atenção, de trabalho em equipe com enfoque multidisciplinar, de ênfase na promoção da saúde com fortalecimento das ações intersetoriais e de estimulo à participação da comunidade, entre outros.

O PACS, por sua vez, foi criado com a finalidade de reduzir mortalidade

infantil e materna, principalmente no Norte e Nordeste nas áreas com maior

precariedade, e também permitiu maiores informações para a vigilância que

poderia ajudar na organização no atendimento a saúde (FONSECA 1997 apud

BRASIL, 2014).

E de acordo com os benefícios do PACS no Ceara o Ministério da Saúde

começa a enfocar a família como unidade de ação, não só enfocando no

individuo, mas a família pode ser considerada um alicerce na saúde e as

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agentes comunitárias pessoas da própria comunidade tem visão de morador da

área com saberes populares formando um vínculo entre os indivíduos com a

atenção básica (MAGALHÃES, 2011).

O modelo de estratégia voltado para o cuidar da família já era

desenvolvido em outros países como Canadá, Cuba e Inglaterra os quais

serviram como referencia para formular a estratégia no Brasil, intensificando

uma postura mais ativa da equipe de saúde frente a riscos e danos da

realidade de cada território, focalizando na prevenção e na promoção, e sua

implantação buscou focar a municipalização e a descentralização

(MAGALHÃES, 2011).

A ESF aborda uma concepção de saúde mais ampla dos determinantes

de saúde-doença, articulando saberem técnicos e populares utilizando recursos

institucionais e comunitários para o enfrentamento dos problemas de saúde,

ela possui baixa densidade tecnológica quando comparada com outras

unidades de saúde como os hospitais e os centros de investigação diagnóstica,

e na organização do trabalho de saúde na ESF ela muda de centralizado e

hegemonia de uma determinada categoria profissional para uma proposta de

trabalho em equipe multiprofissional com perspectiva interdisciplinar

(SORATTO et al., 2015).

O governo federal diante de organizações na saúde vem buscando

adequar às normas nacionais da Atenção básica as devidas realidades vividas

pelo SUS, e priorizando a reorganização da vigilância em saúde e Atenção

Básica e a Estratégia Saúde da Família (ESF) antes de ser chamada de

estratégia o Programa de Saúde da Família era regida pela Portaria 648, foi

então realizado em Setembro de 2011, uma reunião da Comissão Intergestores

Tripartite lançou a Portaria MS/GM no 2.488, de 21 de outubro de 2011 que

revisa as diretrizes e normas para organização da Atenção Básica para a ESF

e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde, além disso outros

programas e estratégias devem seguir as diretrizes da Atenção Básica e do

SUS (FIGUEIREDO, 2013).

A equipe é composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar ou

técnico de enfermagem, e de quatro a seis agentes comunitários, podendo ser

acrescentado como parte da equipe os profissionais de saúde bucal: cirurgião

dentista e auxiliar ou técnico em saúde bucal, trabalho integral e que residam

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no município onde atuam, e diferencia as ESF dos outros centros e unidades

de saúde seguindo um modelo passivo de atenção, limitados a encaminhar os

doentes para centros especializados ou para hospitais mais próximos,

enquanto que nas ESFs identificam os problemas e necessidades das famílias

e comunidade, elaboram planejamento priorizando e organizando o

atendimento (BRASIL, 2001 apud MAGALHÃES, 2011).

1.2 Objetivo da Estratégia de Saúde da Família

A ESF tem como objetivo realizar dentro da prática assistencial a

reorganização, aplicando-se os princípios, diretrizes e fundamentos da atenção

básica servida pela ESF como uma expansão e qualificação desta, substituindo

assim o modelo tradicional quando era apenas focado no tratamento das

doenças, e terá ações com base na integralidade, resolutividade e

intersetorialidade. (COSTA, CARBONE 2009; MAGALHÃES, 2011)

Sendo centrada a atenção na Família, com olhar amplo em todo o

ambiente físico e social familiar, possibilitando a Equipe compreender o

processo saúde /doença e a necessidade de intervenções irem além das

praticas dos curativos. (MAGALHÃES, 2011)

Sendo estabelecido humanizar as práticas, criar um vínculo entre os

profissionais de saúde e a população que contribuirá para intervir sobre os

fatores de risco no qual a população esta exposta, com o objetivo de organizar

a comunidade. (COSTA, CARBONE; 2009)

A ESF tem como principio: o trabalho em equipe interdisciplinar;

conhecer as características da clientela para solucionar o problema de saúde

da comunidade; e a colaboração entre os diferentes setores

(intersetorialidades). (COSTA; CARBONE;2009)

Segundo Costa (apud MAGALHÃES 2011, p. 01):

O Ministério da Saúde implantou o programa como modelo assistencial tendo como objetivos específicos à saúde da família, são: a. Prestação de assistência integral contínua e de boa qualidade atendendo às necessidades de saúde da população;

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b. Intervenção nos fatores de riscos dos quais a comunidade esta exposta; c. Humanização na assistência e vínculos da equipe de saúde com a população; d. Propor parcerias de ações intersetoriais; e. Contribuir no conhecimento do processo – doença; f. Organizar o serviço e produção social de saúde; g. Estimular a comunidade no exercício efetivo do controle social, qualidade de vida visando a saúde ser reconhecida como direito.

2. FUNÇÕES DA ENFERMAGEM NA ESF

O enfermeiro atuará em dois locais, na unidade de saúde, e na

comunidade, supervisionando o trabalho das agentes comunitárias, e

prestando assistência as pessoas necessitadas dos cuidados de enfermagem.

(COSTA; CARBONE, 2009)

O paciente com Câncer requer uma ampla estrutura de apoio, pelo

grande impacto causado pela doença, como mudanças em relações sociais,

familiares e consigo mesmo, e ainda enfrentar as diferentes etapas no

processo de tratamento, e isto exige da equipe de enfermagem um amplo

conhecimento cientifica e habilidades para o reconhecimento de sinais e ou

sintomas próprios deste paciente e uma assistência humanizada. (SILVA et al.

,2011;SOUZA; VALADARES, 2011)

Segundo Silva; Motta; Zeitoune (2010, p.01):

A Estratégia Saúde da Família tem o enfermeiro como um importante membro da equipe básica multidisciplinar, representado num campo de crescimento e reconhecimento social deste profissional, por ser ele um componente ativo no processo de consolidação da Estratégia como política integrativa e humanizadora da saúde. Percebeu-se desta forma a ampliação da visibilidade e dos olhares sobre a prática destes profissionais, como mostra o crescimento do número de estudos abordados por este tema.

O papel do enfermeiro na unidade é se responsabilizar, coordenar,

acompanhar e promover a capacitação dos agentes e auxiliares realizando

atividades de educação permanente, aproveitando o vínculo com a

comunidade para promover ações de educação e saúde. Tendo como função

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programar, planejar e organizar o trabalho na unidade em conjunto com os

profissionais da equipe. (COSTA; CARBONE, 2009)

Dentro da equipe é integrado o auxiliar de enfermagem desenvolvendo

as seguintes ações: identificar as famílias de risco, acompanhar as agentes

comunitárias de saúde (ACS) nas visitas domiciliares, e em consultas de

enfermagem, executando ações de vigilância sanitária e epidemiológica

segundo sua qualificação profissional, além de participar da organização do

processo de trabalho da unidade de saúde. (COSTA; CARBONE, 2009)

Para estruturar um plano assistencial o enfermeiro deve pensar e assistir

a família, pensando-se através de perguntas a si mesmo como, por exemplo:

como a doença da mãe afeta o cuidado da criança? Ou então: como o pai

responde a doença da mãe e ao cuidado da criança? Como a família enfrenta

essa situação. Após esses levantamentos o enfermeiro terá um modo melhor

de abordagem a família e planejar ações. (USP, 2001)

Segundo a portaria 2.488, de 21 de Outubro de 2011, referente a Política

Nacional de Atenção Básica é atribuição do enfermeiro encaminhar os usuário

quando necessário, para serviços de média e alta complexidade respeitando o

fluxo de referência e contra referencias locais, prestando assistência do plano

terapêutico proposto pela referencia (BRASIL, 2011).

A assistência do ESF funcionará de acordo com as ações do enfermeiro,

como participante da equipe de saúde, deve levar em consideração o

envolvimento dele nos aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais

relevantes para prestar assistência a comunidade, o enfermeiro encontrará

uma série de dificuldade para desenvolver as atividades, em geral os conflitos

podem surgir durante o trabalho em qualquer equipe, devido a falha na

comunicação, diferenças de valores, e de personalidades, e o enfermeiro deve

estar capacitado para gerenciar esses conflitos, e ter flexibilidade para

solucioná-los (BRONDANI et al., 2011).

3. COMO FUNCIONA AS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Cada Unidade de Saúde da família será responsável por uma área de

600 a 1.000 famílias com limite máximo de 4.000 pessoas, realizando o

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cadastramento e acompanhamento da população por meio de visitas aos

domicílios, a equipe deve identificar a realidade epidemiológica e

sociodemográfica das famílias, durante as visitas são observados as atividades

diárias, a alimentação e hábitos higiênicos, as agentes comunitárias de saúde

(ACS) deve ser suficiente para atender 100% da população cadastrada, com

no máximo de 750 pessoas por ACS. (BRASIL, 2012; COSTA, CARBONE,

2009)

É essencial para a coleta de dados das famílias a formulação de um

roteiro para as entrevistas. (COSTA; CARBONE, 2009)

Todas as informações colhidas e o cadastramento possibilitam o

planejamento de atividades para melhorar as condições encontradas, o

cadastro das famílias era registrado no Sistema de Informações da Atenção

Básica (SIAB), mas foi substituído pelo sistema e-SUS o qual conta com dois

sistemas, um para coleta de dados simplificado e outro compondo o prontuário

eletrônico do cidadão, eles tem como finalidade o registro de informação

individualizada, contem o histórico de atendimento com a finalidade gerar

relatórios de acompanhamento e avaliação, e otimizar o trabalho dos

profissionais. (BRASIL, 2014; FIGUEIREDO, 2010)

Um fator muito importante o qual deve existir em uma ESF, são

equipamentos e medicações para a solução dos problemas mais comum

naquela comunidade e nos casos emergenciais para dar apoio até a remoção

do paciente, quando em casos de unidades muito distantes e de difícil acesso.

(COSTA; CARBONE, 2009)

Há orientação quanto ao número de família por equipe seja levado em

conta o grau de vulnerabilidade, sendo maior o grau deste, menor deverá ser a

quantidade de pessoas por equipe. (BRASIL, 2012)

Cada profissional de saúde deverá atuar exclusivamente em uma ESF,

exceto os médicos que podem atuar no máximo em duas ESF, com carga

horária de 40 horas semanais para todos profissionais de saúde, essa jornada

diária é essencial para estabelecer aos profissionais uma ligação efetiva com a

comunidade, e tenham conhecimento pessoal de cada paciente e a localização

das residências. (COSTA, CARBONE, 2009; BRASIL, 2012)

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4. PACIENTES ONCOLÓGICOS EM ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA

FAMÍLIA

A ESF prevê o desenvolvimento de práticas educativo em saúde voltada

para melhoria do autocuidado dos indivíduos, a equipe deverá trabalhar essa

educação tanto para população sadia como para os que estão doentes. Tendo

foco na prevenção e controle, e não se esquecendo de que pode ser

trabalhado tanto em grupo especifico como individual e sempre respeitando e

conhecendo os hábitos da família, suas crenças para saber como conscientizá-

las. (SANTOS, 2011)

Assim as atividades da ESF relacionadas ao Câncer serão de

programas de prevenção e detecção precoce das patologias de índices mais

elevados e frequentes, cabe ressaltar que um paciente oncológico a doença

atinge a família e amigos, e que gera gastos monetários e uma porção de

dúvidas ao paciente perante as varias fases do tratamento e um enorme

desgaste emocional (MARTINS; MADRUGA, 2014).

No Brasil o diagnóstico de câncer é ainda descoberto em fases tardia da

doença, e que são necessários exames do nível terciário de assistência e

tratamentos mais agressivos para controlar a doença, podendo constitui em

tratamentos paliativos da doença (SIMINO, 2009).

O fato da descoberta em fase tardia da doença,é influenciado por

aspectos culturais, social, higiênicos, hábitos cotidianos da família e o

conhecimento do individuo, e segundo Simino (2009), foi levantado o perfil de

trabalhadores de ESF que pode ser considerado “ideal’’ para atuar de forma

eficiente como, o bom relacionamento, comunicação, disponibilidade e

dedicação que devem atender a população em suas necessidades.

Segundo Simino (2009) os cuidados pós-tratamento, apesar de serem

feitos em ambulatórios e hospitais oncológicos deveriam também ser

realizados pelos níveis primários e secundários de atenção a saúde, e outros

cuidados como relacionados à comorbidades anteriores aos diagnósticos de

câncer, a realização de curativos e o uso de tecnologias de relação que é a

escuta, o acolhimento e todas as formas que propicie um vínculo com o

paciente oncológico. Mas para que aconteça todo esse processo é necessário

capacitar os profissionais por meio de formação contínua, disponibilizar

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recursos e materiais, levando-se em conta a realidade local e envolver os tipos

de cânceres mais prevalentes e incidentes. (SIMINO, 2009)

A prevenção em oncologia encontra-se em nível primário que é anterior

à doença e que são medidas inespecíficas contra riscos e danos ao individuo e

divide-se nas ações de promoção, e ações de proteção especificas contra

fatores de risco; e o nível secundário que é feito o rastreamento em indivíduos

assintomáticos e que permite o diagnóstico precoce, como os exames

colpocitologia e a mamografia (CESTARI; ZAGO, 2005).E o nível terciária que

são ações voltadas para eliminar e ou anular a invalidez decorrente da doença

e sua reabilitação. (TONANI, 2007)

Os programas que tem maior participação da enfermagem na prevenção

e detecção do câncer é o de colo uterino e mama, as campanhas anti-

tabagismo para o controle no câncer de pulmão. (CARVALHO; TONANI;

BARBOSA, 2005)

Mas quanto em relação ao tratamento ou processo de reabilitação para

o controle do câncer como, por exemplo, o manejo a dor, existe uma grande

barreira que a equipe enfrenta, como a capacitação dos profissionais,

articulação entre os diferentes níveis de atenção á saúde, avaliação

inadequada da dor, o conhecimento de analgésico insuficiente e a

disponibilidade deles gratuitamente e outro fator é por estarem estruturado em

nível terciário em grande demanda, é um desafio para a melhoria da

assistência. (SIMINO, 2009; CARVALHO, TONANI, BARBOSA, 2005)

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CAPÍTULO III

MÉTODOS, TÉCNICAS DE PESQUISA

1. INTRODUÇÃO

O presente estudo visa demonstrar a percepção dos pacientes

oncológicos da ESF frente à descoberta do câncer tardio, mostrando o inicio

dos sintomas, e o tempo levado para o diagnóstico exato. Analisando a relação

que o enfermeiro obtém frente a um diagnóstico dos mesmos, se foi efetivo na

comunicação sobre o mesmo. De acordo com o exposto, para obter os

objetivos indicados desse projeto, após a aprovação de Comitê de Ética e

Pesquisa (CEP), do Unisalesiano conforme exigência da resolução 466/12 do

conselho nacional de saúde, realizado uma pesquisa em campo no Município

de Lins no período de setembro de 2016 com pacientes cadastrados nas ESFs,

a partir de uma pesquisa qualitativa, foram abordadas questões relacionada à

descoberta do câncer tardio, após o esclarecimento e assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido.

2. TIPO DE PESQUISA

Trata-se de pesquisa com abordagem qualitativa. Nesse tipo de

abordagem, busca-se apreender dados referentes a um espaço mais profundo

das relações, dos processos e do objeto em estudo, ressaltando a satisfação

dos sujeitos quanto ao projeto em foco (TURATO, 2005). Sabe-se de estudos

propostos a apreender esse nível da realidade dos fenômenos sociais e da

saúde mostram-se importantes, dada a função estruturante desses aspectos

subjetivos em relação aos mesmos. Ou seja, a partir do sentido das coisas, as

pessoas organizam seus modos de vida e saúde. (MINAYO, 2007)

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3. LOCAL E PARTICIPANTES DO ESTUDO

O presente estudo foi contextualizado no Município de Lins, localizado

na região centro oeste do estado de São Paulo, no Brasil a uma distância de

430 quilômetros da capital do Estado. (PREFEITURA MUNICIPAL DE LINS,

2016)

De acordo com IBGE (2016), até 2015 o município possui uma

população estimada de 76.092 habitantes. Conta, atualmente, com 4(quatro)

Unidades de Saúde da Família (USF’s), localizadas em quatro Bairros

estratégicos e diferentes da Cidade. Estas selecionadas como local para

levantamento de dados sobre os participantes da pesquisa.

Como participantes do estudo, foram selecionados indivíduos

cadastrados em uma das quatro ESFs do município citado, maiores de 18

anos, de ambos os gêneros e diferentes classes sociais e apresentaram

diagnóstico tardio de câncer caracterizado, segundo os estudos identificados

como o de Santos (2012), que considerou em seu trabalho diagnóstico tardio

quando o paciente procurou o serviço de saúde após apresentar o início dos

sintomas com mais de três semanas, sendo a recomendação dos serviços de

Saúde Pública os pacientes apresentando “feridas ou úlceras” não cicatrizantes

por um período de duas semanas devem procurar atendimento em algum

Posto de Saúde.

Em razão dos estudos relacionados acima juntamente com a opinião de

vários profissionais atuantes na área de oncologia, foi contemplado nesta

pesquisa como diagnóstico tardio aquele com 30 (trinta) dias após os primeiros

sintomas apresentados pelo paciente. Indivíduos os quais não apresentaram os

critérios de inclusão relacionados anteriormente ou recusaram a participar da

pesquisa estiveram automaticamente excluídos do trabalho.

A definição do número de participantes seguiu o critério de saturação de

dados em pesquisa qualitativa. (FONTANELLA, 2008)

4. TÉCNICAS DE COLETA DOS DADOS

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Primeiramente os pesquisadores foram juntamente com o Enfermeiro

responsável e um agente comunitário de saúde de cada Estratégia de Saúde

da Família realizar o levantamento dos pacientes com diagnóstico tardio de

câncer e de seus endereços.

Em seguida, os participantes selecionados dentro dos critérios de

inclusão, foram visitados pelos pesquisadores para primeira abordagem

relacionada a pesquisa. Neste momento o participante foi informado sobre a

pesquisa através da Carta de Informação ao Participante (APENDICE III) e

teve toda a liberdade de decidir se iria fazer parte da mesma ou não. Assim

que o participante concordou em participar, o mesmo recebeu o Termo de

Consentimento Livre (APÊNDICE I) o qual foi assinado por ele.

As informações foram coletadas através de entrevista semiestruturada

gravada, partindo de questões básicas relacionadas aos objetivos do estudo,

as ampliações, outras surgem à medida das respostas obtidas. A opção por

este tipo de coleta de dados se faz, ao admitir por meio do discurso, ser o

modo natural das pessoas pensarem, se torna possível o acesso aos dados da

realidade de caráter subjetivo, com a profundidade pretendida (TRIVIÑOS,

2009).

As questões elaboradas para realização da entrevista, além de

atenderem aos objetos do trabalho, também foram embasadas em estudo

nesta mesma temática de Paiva (2015), desenvolvido em parceria com a

FIOCRUZ no qual as questões semi estruturadas abordaram variáveis de

tempo, lugar e circunstâncias do indivíduo. A entrevista constou em três fases,

sendo a primeira a caracterização do participante, a segunda com as

características sócio/econômicas e por fim, as questões semi estruturadas

relacionadas a temática (APÊNDICE II).

5. PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS

A análise do material obtido das entrevistas transcritas na íntegra

realizadas foi baseada em princípios da proposta de interpretação qualitativa

de dados, denominada Análise de Conteúdo. (MINAYO, 2007)

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A análise de conteúdo configura-se como um conjunto de técnicas de

análise de comunicação realizada por meio de procedimentos sistemáticos e

objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, para obter indicadores

permitindo a inferência de conhecimentos relacionados às condições de

produção/recepção destas mensagens. E, dentre as vertentes de Análise de

Conteúdo, foi feita a Análise Temática ao recortar a partir do conteúdo das

mensagens obtidas, as unidades de registro permite descobrir os núcleos de

sentido os quais compõem a investigação, cuja presença signifique o objeto

analítico visado, por temas de análise. (MINAYO, 2007, BARDIN, 2011)

Na análise, será realizada síntese de todo material obtido, no intuito de

atingir o objetivo geral proposto.

6. ASPECTOS ÉTICOS

Primeiramente foi solicitada autorização da Secretaria Municipal de Lins

e da Gerência operacional da ABBC Lins, atualmente responsáveis pelas

Estratégias de Saúde da Família do município. Posteriormente, o projeto foi

encaminhado ao Comitê de Ética do Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium - Araçatuba, a fim de se cumprir as exigências da Resolução 466/12

do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta as normas para a realização

de pesquisas que envolvem seres humanos (ANEXO II) e foi aprovado no dia

06 de Julho de 2016, nº do parecer 1.626.028.

Para participação no estudo, os participantes foram consultados quanto

ao interesse e disponibilidade, assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (APÊNDICE I), sendo esclarecidos de todas as peculiaridades da

pesquisa através da Carta de Informação ao participante. Cabe ressaltar que

será garantido o caráter confidencial e voluntário da participação, bem como o

compromisso de divulgação dos resultados do trabalho.

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Durante o levantamento de dados pode-se alcançar um número total de

07 participantes atendendo aos critérios de inclusão e através de seus relatos

foi possível aplicar o critério proposto de saturação dos dados.

Quadro 2: Caracterização da população. Lins, 2016

Fonte: COSTA;MORGADO; REIS, 2016

Religião Renda familiar

Recebe benefício

Quantidade de

filhos

Quantidade de

moradores na

residência

Condução utilizada

para ir a ESF

Necessita de

Acompanhante

Evangélico Salário mínimo

Sim 0 02 Caminhando Não

Católica Salário mínimo

Sim 1 03 Caminhando Não

Católica Salário mínimo

Sim 3 02 Caminhando Não

Católica Salário mínimo

Sim 1 02 Consulta em

domicilio Sim

Messiânica Dois

salários mínimo

Sim 2 02 Caminhando Sim

Evangélica 3 a 4

salários mínimos

Sim 1 03 Caminhando Sim

Católica Salário mínimo

Sim 7 02 Caminhando Não

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Quadro 4: Caracterização da população segundo a doença

Fonte:COSTA;MORGADO; REIS, 2016

Conforme o quadro pode-se confirmar que 80% dos pacientes é do sexo

feminino, e a faixa etária predominante é de 60 a 74 anos. 90% das pacientes

apresentam câncer de mama e uma com câncer renal. Os pacientes

masculinos diagnosticados com tumor de laringe e o outro com tumor no

intestino grosso (cólon transverso). Apenas o paciente 06 tem histórico na

família de câncer que é um dos fatores de risco e também muito associado a

hábitos alimentares, é o terceiro tipo de câncer mais comum em homens

(INCA, 2015); os outros não tinham conhecimento sobre familiares com essa

doença.

O câncer de mama é o terceiro tipo de câncer mais frequente no Brasil e

um dos fatores de risco é a idade cuja incidência aumenta até os 50 anos após

esse dado o aumento ocorre de forma lenta e tende ser menos agressivo

(INCA,2015).

Quadro 3: Caracterização sócio/econômica da população. Lins, 2016

Sexo Idade Cor Estado Civil

Ocupação

01 Feminino 63 Negra Viúva Aposentada

02 Feminino 66 Amarela Solteira Costureira

03 Feminino 64 Branca Casada Do lar

04 Masculino 62 Pardo Casado Aposentado

05 Feminino 66 Branca Casada Aposentado

06 Masculino 44 Branco Casado Funcionário público

07 Feminino 74 Branca Viúva Aposentada

Fonte:COSTA;MORGADO; REIS, 2016

Tipo de Câncer Histórico Familiar

Paciente 1 Mama Não

Paciente 2 Mama Não

Paciente 3 Mama Não

Paciente 4 Laringe Não

Paciente 5 Mama Não

Paciente 6 Intestino grosso (cólon) Sim

Paciente 7 Rim Não

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8. INFORMAÇÕES SOBRE A DOENÇA

8.1. Os primeiros sintomas

Sobre os primeiros sintomas que eles apresentaram, os pacientes 1, 5

e 6 foram aqueles que apresentaram sinais bem característicos do câncer

como eritema no mamilo direito, hemorragia intensa pelo reto.

Paciente 2, realizava rotineiramente o auto exame e sentiu ao tocar

mama.

“Um dia eu estava tomando banho, quando passei a mão

para esfregar percebi algo, então falei: Gente o que é

isso?E quem disse que minha mão ia lá de novo pra ver

aquilo [...] do tamanho de uma azeitona mais ou

menos”(Paciente 2)

“[...] sentindo glândulas sebáceas embaixo das axila,

tomando banho, assim eu descobri,então eu procurei o

ginecologista”(Paciente 5)

“[...] foi assim, eu tive uma hemorragia, então fui na Santa

Casa” (Paciente 6)

Demais pacientes apresentaram sintomas leves como enjoos (náuseas),

dispepsia e pirose(queimação) no esôfago e estomago e pequenas dores.

“[...] só sentia uma dorzinha debaixo do braço, falava ser

do serviço” (Paciente 3)

“Comecei a sentir muita queimação no esôfago, assim no

estomago, o médico vascular enviou pro

Gastroenterologista” (Paciente 4)

“Eu falei doutor eu estou com o estomago tão enjoado,

parece estar meio assim, não sei o que é” (Paciente 7)

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Os relatos acima para Marsicano et al. (2014), indicam os sintomas que

devemos estar atentos aos sinais como: vermelhidão na pele, alterações no

formato do mamilo, nódulos nas axilas, aspecto de casca de laranja na pele. E

ainda segundo o autor: “A maioria dos tumores da mama, quando iniciais, não

apresenta sintomas. Caso o tumor já esteja perceptível ao toque do dedo, é

sinal de que ele tem cerca de 1 cm³ - o que já é uma lesão muito grande”.

Existem ainda, casos e relatos de pacientes que sentem e observam os

sintomas, mas que não dão a verdadeira significância para os mesmos e

cuidam em casa dos sintomas, sem procurar auxílio, a sua maneira mesmo.

“Estava passando pomada numa assadura que não tinha

nada vê”(Paciente 1)

Segundo Oncoguia (2015, p.01):

A automedicação pode mascarar diagnósticos na fase inicial da doença, por exemplo, no diagnóstico de neoplasias gástricas e intestinais que podem ter diagnósticos mascarados e retardados pela melhora de sintomas promovida pelo uso de antiácidos ou outros medicamentos que agem no tubo digestivo. Outro exemplo relevante é o uso exagerado de antibióticos, além de frequentemente ser desprovido de eficácia, pode facilitar o aparecimento de tipos de microorganismos resistentes, com óbvias repercussões clínicas e prognósticas.

8.2. O tempo para o agendamento da consulta nas USF é o que define tempo para o diagnostico

Na segunda questão, a maioria dos pacientes relataram ter a consulta

com no mínimo um mês após o início dos sintomas, ou por questões de

processo de agendamentos de consultas na Atenção Básica, ou por demora do

próprio paciente em procurar o serviço de saúde, sendo a recomendação dos

serviços de Saúde Pública, pacientes com sintomas devem ser atendidos em

algum Posto de Saúde assim que procurarem o mesmo (SANTOS ,2012). E

levaram de quatro a oito meses entre o começo dos sintomas até o inicio do

tratamento, principalmente cirúrgico, e para ter o diagnostico definitivo com o

caminho percorrido dos encaminhamentos.

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Em geral a demora maior é o agendamento para exames como

tomografia, ultrassom, mamografia, são maior de idade complexidade e

agendamento para nível secundário e terciário são de maior abrangência.

”[...] tinha feito mamografia em março,[...]assim no começo

ele (médico) pensou ser gordura, depois mais tarde, ele

me mandou pra Jau,uma moça olhou e mandou o fax, em

Outubro. Quando foi em Novembro eu fui até lá, pra fazer

a biopsia [...], o doutor falou que deu positivo para um

câncer de mama”(Paciente 1).

“[...] já tinha passado uns 15 dias, minha amiga médica

marcou horário no ginecologista pra mim no CAIC para

uma quinta feira, ele fez o exame todo, pediu ultrassom,

tomo, mamografia, já foi encaminhando, demorou um

período, ele pediu a punção, me encaminhou pra Bauru,

até vir a autorização e tudo, foram uns 10 a 12

dias,entendeu. É mais de mês”(Paciente 2)

“Demorei uns dois, três meses pra ir no médico, por que

eu marquei consulta e fiquei esperando né, fiz pelo

convenio mas pelo convenio você nunca é marcado

rápido” (Paciente 5)

“Abril foi marcado a tomografia, apesar de ser paga

demorou para marcar, no dia que era pra mim fazer,

desmarcou, por que disse que ia fazer manutenção no

aparelho, então marcou para sexta feira da outra semana,

quando foi a outra semana, cheguei lá, eu não podia

fazer, por que eu tinha história de alergia ao medicamento

que eu ia tomar contraste, aí foi marcado para outra sexta

feira, aí veio a chamada do AME pra mim passar no

urologista, eu passei na sexta feira para fazer a

tomografia e terça era minha consulta, mas o resultado ia

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ficar pronto de quatro a cinco dias depois, eu precisava do

exame pra terça feira, eu precisava passar com urgência

lá, pra eles marcarem a minha cirurgia, aí depois de muita

conversa consegui o exame antes, e pra marcar a cirurgia

já tinha passado maio inteirinho [...] então, de Outubro até

Março. Março que eles me chamaram pra fazer, aí ele

falou (médico) já ta muito tempo, vou pedir todos os

exames pra cirurgia com urgência, só que você sabe a

secretaria da saúde né, lenta, quando se conta de

principalmente tomografia, ultrassom ela demora[...]

Demorou de Outubro ate Junho, oito meses pra fazer a

cirurgia”. (Paciente 7)

Segundo Rosa; Radünz,(2013), os atrasos para o diagnóstico foi

relacionado a dificuldade para exames como mamografia, ultrassonografias,

biópsias, eletrocardiogramas, tomografias, evidências de imagens ou sintomas

não considerados pelos médicos , desinformação da mulher sobre o câncer de

mama e por acreditar que a sintomatologia não representava perigo. Para

Souza (2016) a disponibilidade de exames complementares de alta

complexidade e alto custo são pouco ofertados pelo sistema público e a grande

fila de espera podem demonstrar essa demora.

Segundo Parada et al., (apud RODRIGUES, 2012) através de uma

pesquisa relacionado ao diagnostico tardio do câncer de mama e os fatores

contribuidores para esse acontecimento, indica que o acesso aos exames de

rastreamento e as referencias para diagnostico (média complexidade) e

tratamento (alta complexidade), e a dificuldade de articulação entre as redes de

atenção a saúde retratam a dificuldade do rastreamento precoce do câncer.

8.3. Outros motivos colaboradores para o diagnóstico tardio na perspectiva

do paciente.

Outros motivos, além do tempo de consulta e tempo para se obter o

diagnóstico definitivo apareceram em alguns relatos, como do paciente 1, a

razão da demora do diagnóstico de câncer, foi atribuída por ter ocorrido um

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diagnostico inicial de apenas um nódulo sebáceo não foi considerado câncer

pelos médicos, já para os autores Santos; Batista; Cangussu, (2010), o

diagnósticos precoce é dificultado pelas lesões iniciais serem assintomáticas, e

não são valorizadas pelos próprios pacientes e nem pelos profissionais.

“[...] tinha feito mamografia em março, [...] assim no

começo ele (médico) achava que era gordura”(Paciente 1)

“[...] eu não estava preocupada com a minha doença, eu

estava preocupada na época com a doença do meu

marido, fazia dois meses que ele estava ruim”

(Paciente 7)

Também foi reconhecido pelo paciente desconhecer os sintomas de

câncer de mama havendo uma espera dos sintomas melhorarem se

automedicando.

O baixo nível de conhecimento dificulta compreender informações

importantes sobre prevenção e detecção de doenças e fatores como crenças,

percepções distorcidas, e o medo de detectar o câncer contribuem para o

diagnostico em estágios avançados (ASSIS; MAMEDE, 2016).

“Eu estava me medicando porque havia um nódulo que

não doía, só doeu depois, isso foi em novembro”

(Paciente 1).

A paciente 2, tinha duvidas se deveria procurar o médico ou ignorar a

descoberta, caracterizando a deficiência na procura pelo médico por parte do

paciente vindo a colaborar com o diagnóstico tardio (SANTOS; BATISTA;

CANGUSSU, 2010). Conforme alguns relatos, o organismo dá avisos, mas

nem sempre são compreendidos pelas pessoas colaborando para o

diagnóstico tardio.

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“Como eu sabia da existência de um caroço e eu trabalho

com muitas mulheres, então vinha uma eu falava assim: e

essa mama aqui, o que você acha que é?Ninguém

achava nada. Mostrei pra minha irmã ela falou:

desencana, vive encucando com essa coisa[...]Perguntei

pra minha cunhada, ela falou: tem um negocio aqui mas

deve ser glândula mamaria inflamada, não fica

encucando, não, por que você amamentou e na família

não tem caso” (Paciente 2)

Como também alguns tipos de câncer contribui para o diagnostico tardio

como o câncer do colo retal, cerca de 55 a 70% recebem o diagnostico tardio

podendo contribuir para a piora do prognostico, a trajetória do paciente entre o

diagnostico e tratamento depende dos recursos e da disponibilidade do serviço

sendo ele publico ou privado com relação da agenda médica, os imprevistos e

é feito o reagendamento e a gravidade da situação clinica entre outras

condições (SOUZA, 2016).

“O Dr... falou que eu estava com tumor no intestino

transverso e ele falou assim: você tem que procurar um

cirurgião o mais rápido possível[...] ele falou (médico) ser

um tumor de 3º grau já” (Paciente 6)

8.4. Motivos relacionados as ações de enfermagem atuantes em ESF as

quais contribuíram para a demora do diagnostico sob a visão do paciente.

Ao questionarmos sobre quais os motivos considera relacionados as

ações da enfermagem da ESF, contribuíram para a demora do diagnóstico, os

relatos nos remetem a uma realidade onde a Enfermagem apresentou pequena

contribuição para a realização do diagnóstico precoce, pois a mesma ficou

limitada a ações como agendamento de consultas para encaminhar o paciente

aos serviços especializados exercendo a função gerencial e burocratica.

Observou-se as ações de Promoção e Prevenção em saúde podem ser

realizadas pela Enfermagem não aparecem nos relatos dos pacientes, ao

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contrário, os mesmo colocam o contato com a Enfermagem nas ESFs, onde se

consultam, foi pouco, antes do aparecimento da doença e as orientações,

informações e esclarecimentos como forma de educação em saúde para

prevenção do câncer no geral não aconteceram. Na maioria dos casos, o

acesso as informações só veio após diagnosticados sendo através do médico

das ESFs ou do médico e da Enfermagem dos locais de tratamento

especializado para onde o paciente foi encaminhado como por exemplo o

Hospital de Jaú, Amaral Carvalho, sendo referência para o tratamento de

câncer para a região do Município de Lins.

“Não tive muito contato, mas o médico que orientou eu no

inicio [...] agora que estou em tratamento que a

enfermeira me orienta mais”(Paciente 1)

“Não , não ,não tive contato. (Paciente 3) Dr..., eu fui ai

ele viu,e ele deu o atestado pra mim, ai foi pra prefeitura,

de lá da prefeitura a moça me chamou e encaminhou pra

Jaú” (Paciente 3)

“Olha não, quando a gente vai ali ela conversa com a

gente, mas assim é mais o médico mesmo quem explica

se vai continuar do jeito que esta tudo, ele fala o que pode

comer e o que não pode” (Paciente 4)

“Não. Foi uma terapeuta que me deu informações, o que

eu tinha que fazer, o que eu não podia”(Paciente 5)

“Aqui eles não falam nada, sabe né.. aqui é SUS lá em

Barretos é particular” (Paciente 6)

Os estudos abordam o perfil do enfermeiro na ESF, e o papel deste e

suas contribuições para a promoção da saúde em relação aos pacientes,

durante essa busca entende-se o papel do enfermeiro nas Unidades de Saúde

da Família tem passado por um conjunto de dificuldade em decorrência das

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mudanças na conjuntura sociopolítica e cultural e nos sistemas de saúde. Mas,

o espaço da ESF contribua para a autonomia do enfermeiro, e esse modelo

exija maior qualificação profissional, nota-se a necessidade do mesmo rever

sua pratica, pois suas atribuições não estão sendo correspondente a sua rotina

de trabalho, muitas vezes (COSTA; SILVA,2004 ; ROCHA; ZEITOUNE; 2007,

apud MAGALHÃES, 2010).

A humanização da assistência a saúde é uma das principais ações

voltada para o restabelecimento da saúde e ao bem estar do individuo, pois ao

se definir o conceito de saúde vai muito alem da ausência de doença, é ter

completo bem estar físico, mental e social, e isso faz parte do tratamento na

reabilitação, o profissional deve ter a consciência da importância e eficácia de

atitudes tão simples mas com resultados positivos (MORENO, 2016).

8.5. Acesso à informação antes do diagnóstico sobre a doença.

Nos relatos é mencionado antes de ter a doença era bem vago o

conhecimento sobre o câncer. Tinham conhecimento através de meios de

comunicação como a televisão e algumas campanhas, e após a descoberta do

diagnóstico eles obtiveram mais informações sobre como seria o tratamento

em nível terciário nos hospitais especializados em oncologia e muitas vezes

por outros profissionais sem ser da Enfermagem.

“Eu sempre achei que era uma assadura, uma aqui e

outra aqui, mas eu achei estranho que aqui teve e ali não

teve, mas ainda acho que a assadura não era do câncer

será que era? Até hoje não estou sabendo, ninguém me

contou, aí menina, o Dr. pegou acho, quando foi em

novembro né, ele falou que eu fui, que era.., deu positivo

para um câncer de mama, aí me explicou que ia fazer a

retirada total né.” (Paciente 1)

“Tinha até uma campanha direto na televisão do auto

analise, disso, aquilo, mulher depois dos 40, que não sei o

que, né, auto examinar” (Paciente 2)

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“Não, não nunca fui informado, só vou aqui no posto fazer

encaminhamento, as vezes vou no AME. “(Paciente 3)

“É ele explicou (o médico) que era um câncer de laringe e

os procedimentos que iria fazer tudo” (Paciente 4)

“A terapeuta passou as informações o que eu podia

fazer[..] até agora nunca participei de nenhuma

campanha” (Paciente 5)

“Então é um tumor raro [...] e esta sendo pesquisado[..]

sim lá (no local de tratamento), eles me orientaram”

(Paciente 6)

“Não, por que eles aqui praticamente não sabem nada,

por que é tudo lá em Jaú, eles só encaminham [...] não,

eles não falam nada por que a gente não tem acesso”

(Paciente 7)

O conhecimento sobre oncologia dos profissionais devem acompanhar

as exigências do mercado, pois a população e os pacientes tem o direito e o

dever de saber a cerca de sua doença (ROSA et al, 2014).

8.6. Ações de Enfermagem atendendo as necessidades dos pacientes para

obtenção do diagnostico da doença.

Foi observado durante as entrevistas o paciente pouco relaciona com a

Enfermagem como integrante do cuidado. Com relação ao tratamento e

diagnostico, é destacado apenas a classe médica. Os relatos sugerem ainda,

que o papel da Enfermagem nas ações de promoção e prevenção é pouco

reconhecido, não relevante, e permeado por atitudes mecanizadas em seu

modelo de assistência.

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“Não por que aqui praticamente eles não sabem nada

eles só encaminham [...] Não, elas não falam nada,

porque a gente não tem acesso a elas, a gente fala com o

medico, e ele encaminha.” (Paciente 7)

“Passei pelo Dr..., eu fui ele viu, e deu o atestado para

mim, ai foi pra prefeitura, de lá da prefeitura a moça me

chamou e encaminhou pra Jaú” (Paciente 3)

“As enfermeiras do posto não deram nenhum contato

passei pela assistente social, passa pra levar o papel,

pega papel, é muito mecânico, na saúde falta é isso.

Achava ser mecânico esse atendimento em todos os

lugares até conhecer o hospital em Jaú”.(Paciente 2)

O paciente oncológico passa por completa mudança nas relações

pessoais e as interrupções nos projetos de vida, portanto é necessário haver

uma assistência humanizada, o profissional se colocar no lugar do outro pode

ser um exercício e acreditar que não é lidar com apenas a doença e sim com

um ser humano que não perdeu a sua essência e precisa ser encorajado a se

adaptar as novas condições (MORENO, 2016).

As intervenções no controle do câncer devem ser contempladas em

todos os níveis de atenção, e a assistência prestada pela equipe

multiprofissional, da qual a enfermagem é integrante com bases técnico-

cientifico para desenvolver e trabalhar a educação em saúde com intuito de

fazer a prevenção e promoção e esclarecimento de dúvidas (CAVALCANTE et

al, 2013). Porém, cabe ressaltar, levar em conta se o usuário é pouco assíduo

da ESF, mas isso não modifica caso a enfermagem cuida da parte mais

burocrática do que assistencial tendo assim a distancia a mais do paciente.

Após a análise com entrevistados sobre o conhecimento dos pacientes terem

acerca da função da enfermagem numa ESF, Santos; Ribeiro (2010) relatou

se os entrevistados tinham o conhecimento do trabalho da enfermagem

mencionando os seguintes: encaminhamento, ações de prevenção, grupos e a

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consulta de enfermagem, não ocorrido na presente pesquisa, onde os

pacientes não reconheceram o papel da Enfermagem.

A capacitação desses profissionais para estabelecer um cuidado

humanizado junto com os saberes cientifica os levará a ter consciência da sua

real função para um reconhecimento profissional (SANTOS;RIBEIRO, 2010).

9. PARECER FINAL

Constatou neste trabalho de pesquisa que a comunicação se revela com

um ponto chave para que o processo comunicativo aconteça, entre a

Enfermeira/Equipe e comunidade dentro do ESF, oportunizando desta forma

uma habilidade a equipe para a necessidade educação em saúde, qualificando

a assistência na atenção básica e primaria de saúde.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

O seguinte projeto buscou identificar os motivos os quais levaram os

pacientes ao diagnóstico tardio do câncer cadastrados em ESFs, e a relação

da Enfermagem na promoção e prevenção, visando analisar as condutas

tomadas pelos pacientes quando descoberto e o processo a ser percorrido até

o tratamento.

De acordo com a pesquisa realizada, observamos sinais e sintomas

comuns do câncer se apresentar, os pacientes relataram passar despercebidos

quando ainda não diagnosticados, e só em estágios mais severos, quando os

sinais e sintomas são bem mais graves, houve a procura do serviço de saúde,

identificamos também a existência de uma falta de eficiência nos serviços de

saúde quanto a descoberta do diagnostico. Constatamos também a função da

enfermagem em ESF é pouco reconhecida, as ações de prevenção e

promoção não são intensificadas e ainda a parte burocrática é mais exercida.

Sendo mais referenciado pelos pacientes, o nível hospitalar quando já estão

em tratamento ser o melhor acompanhamento.

Sugerimos o enfermeiro ter mais destaque, em suas atribuições e faça

mais orientações, promoção e prevenção a saúde da população.

Portanto destacamos a necessidade de investir e qualificar sua clínica e

atuação na educação em saúde para a população junto com a sua equipe.

A presente pesquisa propõe levar mais conhecimento e orientação aos

usuários da ESF através de palestras, campanhas e promover reuniões

periódicas relacionadas ao câncer e a importância da prevenção e diagnostico

precoce.

Este trabalho sugere ainda que seja dada uma linha de continuidade do

controle e supervisão da participação dos pacientes, e o controle de novos

casos de câncer.

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CONCLUSÃO

Tendo em vista os objetivos desta pesquisa, buscou levantar dados após

coleta, conforme o resultado obtido, a partir de uma analise qualitativa e com

base nas entrevistas, que visa investigar a percepção dos pacientes

oncológicos do ESF frente à descoberta do câncer tardio, mostrando o inicio

dos sintomas, e o tempo que levou para o diagnóstico exato. Analisando a

relação que o enfermeiro obtém frente a um diagnóstico dos mesmos, se foi

efetivo na comunicação sobre o respeito de pacientes da ESF que são

diagnosticados com câncer, bem como identificar alguns fatores que possam

estar associados ao diagnostico tardio. A partir do ponto de vista qualitativo,

foram analisados alguns aspectos relevantes para esta conclusão.

Entretanto com a pesquisa realizada, observamos que sinais e sintomas

comuns que o câncer pode apresentar, os pacientes relataram passar

despercebidos quando ainda não diagnosticados, e que só quando em estágios

mais severos quando os sinais e sintomas são bem mais graves é que houve a

procura do serviço de saúde.

Por meio do estudo realizado foi possível verificar que os enfermeiros

atuantes no ESFs são poucos reconhecidos, as ações de prevenção e

promoção não são intensificadas e que ainda a parte burocrática é mais

exercida. A falta de clareza quanto ao conceito de comunicação, para efetivar

as ações preventivas. Sendo mais referenciado pelos pacientes que são mais

informados sobre seu diagnostico em nível hospitalar quando já está em

tratamento o melhor acompanhamento.

Torna-se evidente que, apesar das ações de educação em saúde

desenvolvidas pelos profissionais enfermeiros das ESFs, não são realizadas as

ações preventivas com clareza e reconhecimento da comunidade.

O estudo proporcionou não só uma reflexão sobre o tema abordado,

como também tornou explicita a necessidade do trabalho do Enfermeiro na

educação em saúde para a população junto com a sua equipe, levando mais

conhecimento e orientação aos usuários da ESF através de palestras,

campanhas e promover reuniões periódicas que relaciona o câncer e a

importância da prevenção e diagnostico precoce.

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SOUZA, R. H. S. Dos primeiros sintomas ao início do tratamento: trajetória

dos pacientes do sistema único de saúde com neoplasia colorretal

atendidos em um hospital público de Curitiba,2016. Tese (Doutorado em

Medicina Interna Setor de Ciências da Saúde), Universidade Federal do

Paraná,Curitiba.Disponível em:<http://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle

/1884/41947/R%20-%20T%20-%20ROSA%20HELENA%20SILVA%20SOUZA.

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de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.Ribeirão Preto 2007.Disponível em:<www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-17102007.../Marcela Tonani.pdf>.Acesso em: 20 de Julho de 2016. TRIVIÑOS, A.N.S. Introdução a pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas; 2009. TURATO, E.R. Métodos qualitativos e quantitativos na área da saúde: definições, diferenças e seus objetos de pesquisa. Rev Saúde Pública.v.39, n.3, p.507-14. 2005. USP Universidade de São Paulo. Manual de Enfermagem. Ministério da Saúde e Fundação Telefônica, São Paulo, 2001. Acesso em: 14 de Out de 2016. XAVIER, C. V.; HACHUL, M. Tumores urológicos no Brasil. RBM rev. bras. med, v.71, n.11, p.410-414, 2014.Disponível em:< http://www.moreirajr.com.b r/revistas.asp?id_materia=5949&fase=imprime>. Acesso em 06 de Dezembro de 2016. ZELMANOWICZ, A. M. et al ABC saúde . Disponível em: <https://www.abcda saude.com.br/cancerologia/cancer-deteccao-precoce> Acesso em : 23 de Maio de 2016.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

(TCLE)

Eu .........................................................................................................................

,portador do RG n°. ............................................................, atualmente com .............

anos, residindo na .........................................................................................

.......................................... ,após leitura da CARTA DE INFORMAÇÃO AO

PARTICIPANTE DA PESQUISA, devidamente explicada pela equipe de

pesquisadores Carolina dos S. Morgado, Letícia P. Costa e Lilia Reis , apresento meu

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em participar da pesquisa proposta, e

concordo com os procedimentos a serem realizados para alcançar os objetivos da

pesquisa.

Concordo também com o uso científico e didático dos dados, preservando a

minha identidade.

Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou ciente de

que todo trabalho realizado torna-se informação confidencial guardada por força do

sigilo profissional e que a qualquer momento, posso solicitar a minha exclusão da

pesquisa.

Ciente do conteúdo, assino o presente termo.

Lins, ............. de ............... de 20.....

.............................................................

Assinatura do Participante da Pesquisa

.............................................................

Pesquisador Responsável

Endereço:

Telefone:

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APÊNDICE B - Instrumento de coleta de dados

PARTE I:

Caracterização do participante.

Nome:

Sexo: F ( ) M ( )

Idade:

Escolaridade:

Cor:

ESF à que pertence:

Estado civil:

Ocupação:

Caracterização sócio/econômicas:

Religião:

Renda familiar:

Recebe benefício? Qual?

Filhos? Quantos? Idade dos filhos.

Quantas pessoas moram na casa?

Meio de transporte para consultas?

Acompanhante para ir às consultas?

PARTE II:

1. Conte- nos qual e quando foi o seu primeiro sintoma, se logo que sentiu

os sintomas você procurou atendimento na ESF e como foi esse

atendimento.

2. Com que frequência você vai ao médico? Você comparece as consultas

marcadas? Se não, qual a razão?

3. Relate como foi para marcar a consulta na Unidade de Estratégia de

Saúde da Família, quanto tempo demorou em ser atendido e quanto

tempo levou até o diagnóstico definitivo.

4. Aponte os motivos, que em sua opinião, podem ter colaborado para o

diagnóstico tardio no seu caso.

5. Relate quais os motivos que você considera, relacionados as ações da

enfermagem da ESF, que podem ter contribuído para a demora do

diagnóstico.

6. Antes de ficar doente, você teve acesso as informações sobre a

doença? Quem lhe informou?

7. Na sua opinião o que o enfermeiro atuante na ESF pode ajudar no

diagnóstico do câncer?

8. As ações da Enfermagem da ESF atenderam as suas necessidades

para diagnóstico da doença?

9. Fique a vontade para colocar o que você pensa sobre o acesso ao

diagnóstico da doença e sobre as demais questões que foram

abordadas anteriormente. Fale o que você desejar.

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APÊNDICE C - CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DE

PESQUISA

Compreender os motivos, do paciente atendido em Estratégia de Saúde

da Família, que o levou à um diagnóstico tardio de câncer, e a relação do

papel desenvolvido pela enfermagem na prevenção e promoção à saúde.

As perguntas serão audiograváveis, os dados obtidos serão utilizados

para pesquisa e ensino respeitando a identidade, serão nove perguntas.

Os riscos é ter desconforto, sentimento de obrigação a responder,

ressaltando que você tem total liberdade para solicitar sua exclusão da

pesquisa a qualquer momento, sem ônus ou prejuízo algum.

Por estarem entendidos, assinam o presente termo.

Local, ............. de ............... de 20.....

______________________ _____________________

Assinatura do Participante Pesquisa Pesquisador

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ANEXO

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ANEXO I – Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa

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