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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

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Coordenação do Programa Formare Beth Callia

Coordenação Pedagógica Zita Porto Pimentel

Coordenação da Área Técnica – UTFPR Alfredo Vrubel

Elaboração e edição VERIS Educacional S.A. Rua Vergueiro, 1759 2º andar 04101 000 São Paulo SP www.veris.com.br

Coordenação Geral Marcia Aparecida Juremeira Conrado

Rosiane Aparecida Marinho Botelho

Coordenação Técnica deste caderno Francisco Carlos D´Emilio Borges

Revisão Pedagógica Simone Afini Cardoso Brito

Autoria deste caderno Antonio Álvaro de Assis Moura

Produção Gráfica Amadeu dos Santos Eliza Okubo Aldine Fernandes Rosa

Apoio MEC – Ministério da Educação

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação PROEP – Programa de Expansão da Educação Profissional

M929m Moura, Antonio Álvaro de Assis Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes: Projeto Formare / Antonio Álvaro de Assis Moura – São Paulo: Veris Educacional, 2007.

100p. :il. Color.:30cm. (Fundação Iochpe / Cadernos Formare) Inclui exercícios e glossário Bibliografia ISBN 978-85-60890-19-4

1. Ensino Profissional 2. Funcionamento e elementos de construção 3. Içamento de cargas 4. Documentação de montagem e testes I. Projeto Formare II. Título III. Série

CDD-371.426

Iniciativa Realização

Fundação IOCHPE Al. Tietê, 618 casa 3, Cep 01417-020, São Paulo, SP

www.formare.org.br

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Formare: uma escola para a vida

Ensinar a aprender não podem dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.

A alegria não chega apenas com o encontro do achado, mas faz parte do processo de busca.

Paulo Freire

Hoje a educação é concebida em uma perspectiva ampla de desenvolvimento humano e não apenas como uma das condições básicas para o crescimento econômico.

O propósito de uma escola é muito mais o desenvolvimento de competências pessoais para o planejamento e realização de um projeto de vida do que apenas o ensino de conteúdos disciplinares.

Os conteúdos devem ser considerados na perspectiva de meios e instrumentos para conquistas individuais e coletivas nas áreas profissional, social e cultural.

A formação de jovens não pode ser pensada apenas como uma atividade intelectual. É um processo global e complexo, onde conhecer, refletir, agir e intervir na realidade encontram-se associados.

Ensina-se pelos desafios lançados, pelas experiências proporcionadas, pelos problemas sugeridos, pela ação desencadeada, pela aposta na capacidade de aprendizagem de cada um, sem deixar de lado os interesses dos jovens, suas concepções, sua cultura e seu desejo de aprender.

Aprende-se a partir de uma busca individual, mas também pela participação em ações coletivas, vivenciando sentimentos, manifestando opiniões diante dos fatos, escolhendo procedimentos, definindo metas.

O que se propõe, então, não é apenas um arranho de conteúdos em um elenco de disciplinas, mas a construção de uma prática pedagógica centrada na formação.

Nesta mudança de perspectiva, os conteúdos deixam de ser um fim em si mesmos e passam a ser instrumentos de formação.

Essas considerações dão à atividade de aprender um sentido novo, onde as necessidades de aprendizagem despertam o interesse de resolver questões desafiadoras. Por isso uma prática pedagógica deve gerar situações de aprendizagem ao mesmo tempo reais, diversificadas provocativas. Deve possibilitar, portanto, que os jovens, ao dar opiniões, participar de debates e tomar decisões, construam sua individualidade e se assumam como sujeitos que absorvem e produzem cultura.

Segundo Jarbas Barato, a história tem mostrado que a atividade humana produz um saber “das coisas do mundo”, que garantiu a sobrevivência do

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ser humano sobre a face da Terra e, portanto, deve ser reconhecido e valorizado como a “sabedoria do fazer”.

O conhecimento proveniente de uma atividade como o trabalho, por exemplo, nem sempre pode ser traduzido em palavras. Em geral, peritos têm dificuldade em descrever com clareza e precisão sua técnica. É preciso vê-los trabalhar para “aprender com eles”.

O pensar e o fazer são dois lados de uma mesma moeda, dois pólos de uma mesma esfera. Possuem características próprias, sem pré-requisitos ou escala de valores que os coloquem em patamares diferentes.

Teoria e prática são modos de classificar os saberes insuficientes para explicar a natureza de todo o conhecimento humano. O saber proveniente do fazer possui uma construção diferente de outras formas que se valem de conceitos, princípios e teorias, nem sempre está atrelado a um arcabouço teórico.

Quando se reconhece a técnica como conhecimento, considera-se também a atividade produtiva como geradora de um saber específico e valoriza-se a experiência do trabalhador como base para a construção do conhecimento naquela área. Técnicas são conhecimentos processuais, uma dimensão de saber cuja natureza se define como seqüência de operações orientadas para uma finalidade.

O saber é inerente ao fazer, não uma decorrência dele.

Tradicionalmente, os cursos de educação profissional eram rigidamente organizados em momentos prévios de “teoria” seguidos de momentos de “prática”. O padrão rígido “explicação (teoria) antes da execução (prática)” era mantido como algo natural e inquestionável. Profissões que exigem muito uso das mãos eram vistas como atividades mecânicas, desprovidas de análise e planejamento.

Autores estão mostrando que o aprender fazendo gera trabalhadores competentes e a troca de experiências integra comunidades de prática nas quais o saber “distribuído por todos” eleva o padrão da execução. Por isso, o esforço para o registro, organização e criação de uma rede de apoio, uma teia comunicativa de “relato de práticas” é fundamental.

Dessa forma, o uso do paradigma da aprendizagem corporativa faz sentido e é muito mais produtivo. A idéia da formação profissional no interior do espaço de trabalho é, portanto, uma proposição muito mais adequada, inovadora e ousada do que a seqüência que propõe primeiro a teoria na sala de aula, depois a prática.

Atualmente, as empresas têm investido na educação continuada de seus funcionários na expectativa de que esse esforço contribua para melhorar os negócios. A formação de quadros passou a ser, nesses últimos anos, atividade central nas organizações que buscam o conhecimento para impulsionar seu desenvolvimento. No entanto, raramente se percebe que um dos conhecimentos mais importantes é aquele que está sendo construído pelos seus funcionários no exercício cotidiano de suas funções, é aquele que está concentrado na própria empresa.

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A empresa contrata especialistas, adquire tecnologias, desenvolve práticas de gestão, inaugura centros de informação, organiza banco de dados, incentiva inovações. Vai acumulando, aos poucos, conhecimento e experiências que, se forem apoiadas com recursos pedagógicos, darão à empresa a condição de excelência como “espaço de ensino e aprendizagem”.

Criando condições para identificar, registrar, organizar e difundir esse conhecimento, a organização poderá contribuir para o aprimoramento da formação profissional.

Convenciona-se que a escola é o lugar onde se ensina e a empresa é onde se produz bens, produtos e serviços. Deste ponto de vista, o conhecimento seria construído na escola, e caberia à empresa o aprimoramento de competências destinadas à produção. Esta é uma visão acanhada e restritiva de formação profissional que não reconhece e não explora o potencial educativo de uma organização.

Neste cenário, a Fundação IOCHPE, em parceria com a UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, desenvolve a proposta pedagógica Formare, que apresenta uma estrutura curricular composta de conteúdos integrados: um conjunto de disciplinas de formação geral (Higiene, Saúde e Segurança; Comunicação e Relacionamento; Fundamentação Numérica; Organização Industrial e Comercial; Informática e Atividades de Integração) e um conjunto de disciplinas de formação específica.

O curso Formare pretende ser uma escola que ofereça aos jovens uma preparação para a vida. Propõe-se desenvolver não só competências técnicas, mas também habilidades que lhes possibilitem estabelecer relações harmoniosas e produtivas com todas as pessoas, que os tornem capazes de construir seus sonhos e metas, além de buscar as condições para realizá-los no âmbito profissional, social e familiar.

A proposta curricular tem a intenção de fortalecer, além das competências técnicas, outras habilidades:

1. Comunicabilidade – Capacidade de expressão (oral e escrita) de conceitos, idéias e emoções de forma clara, coerente e adequada ao contexto;

2. Trabalho em equipe – Capacidade de levar o seu grupo a atingir os objetivos propostos;

3. Solução de problemas – Capacidade de analisar situações, relacionar informações e resolver problemas;

4. Visão de futura – Capacidade de planejar, prever possibilidades e alternativas;

5. Cidadania – Capacidade de defender direitos de interesse coletivo.

Cada competência é composta por um conjunto de habilidades que serão desenvolvidas durante o ano letivo, por meio de todas as disciplinas do curso.

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Para finalizar, ao integrar o ser, o pensar e o fazer, os cursos Formare ajudam os jovens a desenvolver competências para um bom desempenho profissional e, acima de tudo, a dar sentido à sua própria vida. Dessa forma, esperam contribuir para que eles tenham melhores condições para assumir uma postura ética, colaborativa e empreendedora em ambientes instáveis como os de hoje, sujeitos a constantes transformações.

Equipe FORMARE

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Sobre o caderno

Você, educador voluntário, sabe que boa parte da performance dos jovens no mundo do trabalho dependerá das aprendizagens adquiridas no espaço de formação do Curso em desenvolvimento em sua empresa no âmbito do Projeto Formare.

Por isso, os conhecimentos a serem construídos foram organizados em etapas, investindo na transformação dos jovens estudantes em futuros trabalhadores qualificados para o desempenho profissional.

Antes de esse material estar em suas mãos, houve a definição de uma proposta pedagógica, que traçou um perfil de trabalhador a formar, depois o delineamento de um plano de curso, que construiu uma grade curricular, destacou conteúdos e competências que precisam ser desenvolvidos para viabilizar o alcance dos objetivos estabelecidos e então foram desenhados planos de ensino, com vistas a assegurar a eficácia da formação desejada.

À medida que começar a trabalhar com o Caderno, perceberá que todos os encontros contêm a pressuposição de que você domina o conteúdo e que está recebendo sugestões quanto ao modo de fazer para tornar suas aulas atraentes e produtoras de aprendizagens significativas. O Caderno pretende valorizar seu trabalho voluntário, mas não ignora que o conhecimento será construído a partir das condições do grupo de jovens e de sua disposição para ensinar. Embora cada aula apresente um roteiro e simplifique a sua tarefa, é impossível prescindir de algum planejamento prévio. É importante que as sugestões não sejam vistas como uma camisa de força, mas como possibilidade, entre inúmeras outras que você e os jovens do curso poderão descobrir, de favorecer a prática pedagógica.

O Caderno tem a finalidade de oferecer uma direção em sua caminhada de orientador da construção dos conhecimentos dos jovens, prevendo objetivos, conteúdos e procedimentos das aulas que compõem cada capítulo de estudo. Ele trata também de assuntos aparentemente miúdos, como a apresentação das tarefas, a duração de cada atividade, os materiais que você deverá ter à mão ao adotar a atividade sugerida, as imagens e os textos de apoio que poderá utilizar.

No seu conjunto, propõe um jeito de fazer, mas também poderá apresentar outras possibilidades e caminhos para dar conta das mesmas questões, com vistas a encorajá-lo a buscar alternativas melhor adequadas à natureza da turma.

Como foi pensado a partir do planejamento dos cursos (os objetivos gerais de formação profissional, as competências a serem desenvolvidas) e dos planos de ensino disciplinares (a definição do que vai ser ensinado, em que seqüência e intensidade e os modos de avaliação), o Caderno pretende auxiliá-lo a realizar um plano de aula coerente com a concepção do Curso, preocupado em investir na formação de futuros trabalhadores habilitados ao exercício profissional.

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O Caderno considera a divisão em capítulo apresentada no Plano de Ensino e o tempo de duração da disciplina, bem como a etapa do Curso em que ela está inserida. Com esta idéia do todo, sugere uma possibilidade de divisão do tempo, considerando uma aula de 50 minutos.

Também, há avaliações previstas, reunindo capítulos em blocos de conhecimentos e oferecendo oportunidade de síntese do aprendido. É preciso não esquecer, no entanto, que a aprendizagem é avaliada durante o processo, através da observação e do diálogo em sala de aula. A avaliação formal, prevista nos cadernos, permite a descrição quantitativa do desempenho dos jovens e também do educador na medida em que o “erro”, muitas vezes, é indício de falhas anteriores que não podem ser ignoradas no processo de ensinar e aprender.

Recomendamos que, ao final de cada aula ministrada, você faça um breve registro reflexivo, anotando o que funcionou e o que precisou ser reformulado, se todos os conteúdos foram desenvolvidos satisfatoriamente ou se foi necessário retomar algum, bem como outras sugestões que possam levar à melhoria da prática de formação profissional e assegurar o desenvolvimento do trabalho com aprendizagens significativas para os jovens. Esta também poderá ser uma oportunidade de você rever sua prática como educador voluntário e, simultaneamente, colaborar para a permanente qualificação dos Cadernos. É um desafio-convite que lhe dirigimos, ao mesmo tempo em que o convidamos a ser co-autor da prática que aí vai sugerida.

Características do Caderno

Cada capítulo ou unidade possui algumas partes fundamentais, assim distribuídas:

Página de apresentação do capítulo: Apresenta uma síntese do assunto e os objetivos a atingir, destacando o que os jovens devem saber e o que se espera que saibam fazer depois das aulas. Em síntese, focaliza a relevância do assunto dentro da área de conhecimento tratada e apresenta a relação dos saberes, das competências e habilidades que os jovens desenvolverão com o estudo da unidade.

A seguir, as aulas são apresentadas através de um breve resumo dos conhecimentos a serem desenvolvidos em cada aula. Sua intenção é indicar aos educadores o âmbito de aprofundamento da questão, sinalizando conhecimentos prévios e a contextualização necessária para o tratamento das questões da aula. No interior de cada aula aparece a seqüência de atividades, marcadas pela utilização dos ícones que seguem:

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Indica quais serão os objetivos do tópico a ser abordado, bem como o objetivo de cada aula.

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Exploração de links na internet – Remete a pesquisas em sites onde educador e aluno poderão buscar textos e/ou atividades como reforço extraclasse ou não.

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Apresenta artigos relacionados à temática do curso, podendo-se incluir sugestões de livros, revistas ou jornais, subsidiando, dessa maneira o desenvolvimento das atividades propostas. Permite ao educador explorar novas possibilidades de conteúdo. Se achar necessário, o educador poderá fornecer esse texto para o aluno reforçando, assim, o seu aprendizado.

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Traz sugestão de exercício ou atividade para fechar uma aula para que o aluno possa exercitar a aplicação do conteúdo.

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Traz sugestão de avaliação extraclasse podendo ser utilizada para fixação e integração de todos os conteúdos desenvolvidos.

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Traz sugestão de avaliação, podendo ser apresentada ao final de um conjunto de aulas ou tópicos; valerão nota e terão prazo para serem entregues.

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Indica, passo a passo, as atividades propostas para o educador. Apresenta as informações básicas, sugerindo uma forma de desenvolvê-las. Esta seção apresenta conceitos relativos ao tema tratado, imagens que têm a finalidade de se constituir em suporte para as explicações do educador (por esse motivo todas elas aparecem anexas num CD, para facilitar a impressão em lâmina ou a sua reprodução por recurso multimídia), exemplos das aplicações dos conteúdos, textos de apoio que podem ser multiplicados e entregues aos jovens, sugestões de desenvolvimento do conteúdo e atividades práticas, criadas para o estabelecimento de relações entre os saberes. No passo a passo, aparecem oportunidades de análise de dados, observação e descrição de objetos, classificação, formulação de hipóteses, registro de experiências, produção de relatórios e outras práticas que compõem a atitude científica perante o conhecimento.

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Indica a duração prevista para a realização do estudo e das tarefas de cada passo. É importante que fique claro que esta é uma sugestão ideal, que abstrai quem é o sujeito ministrante da aula e quem são os sujeitos que aprendem, a rigor os que mais interessam nesse processo. Quando foi definida, só levou em consideração o que era possível no momento: o conteúdo a ser desenvolvido, tendo em vista o número de aulas e o plano de ensino da disciplina. No entanto você juntamente com os jovens que compõem a sua turma têm liberdade para alterar o que foi sugerido, adaptar as sugestões para o seu contexto, com as necessidades, interesses, conhecimentos prévios e talentos especiais do seu grupo.

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O glossário contém informações e esclarecimentos de conceitos e termos técnicos. Tem a finalidade de simplificar o trabalho de busca do educador e, ao mesmo tempo, incentivá-lo a orientar os jovens para a utilização de vocabulário apropriado referente aos diferentes aspectos da matéria estudada. Aparece ao lado na página em que é utilizado e é retomado ao final do Caderno, em ordem alfabética.

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Remete para exercícios que objetivam a fixação dos conteúdos desenvolvidos. Não estão computados no tempo das aulas, e poderão servir como atividade de reforço extraclasse, como revisão de conteúdos ou mesmo como objeto de avaliação de conhecimentos.

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Notas que apresentam informações suplementares relativas ao assunto que está sendo apresentado.

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Idéias que objetivam motivar e sensibilizar o educador para outras possibilidades de explorar os conteúdos da unidade. Têm a preocupação de sinalizar que, de acordo com o grupo de jovens, outros modos de fazer podem ser alternativas consideradas para o desenvolvimento de um conteúdo.

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Traz as idéias-síntese da unidade, que auxiliam na compreensão dos conceitos tratados, bem como informações novas relacionadas ao que se está estudando.

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Apresenta materiais em condições de serem produzidos e entregues aos jovens, tratados, no interior do caderno, como texto de apoio.

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Em síntese, você educador voluntário precisa considerar que há algumas competências que precisam ser construídas durante o processo de ensino aprendizagem, tais como:

conhecimento de conceitos e sua utilização; análise e interpretação de textos, gráficos, figuras e diagramas; transferência e aplicação de conhecimentos; articulação estrutura-função; interpretação de uma atividade experimental.

Em vista disso, o conteúdo dos Cadernos pretende favorecer:

conhecimento de propriedade e de relações entre conceitos; aplicação do conhecimento dos conceitos e das relações entre eles; produção e demonstração de raciocínios demonstrativos; análise de gráficos; resolução de gráficos; identificação de dados e de evidências relativas a uma atividade

experimental; conhecimento de propriedades e relações entre conceitos em uma

situação nova. Como você deve ter concluído, o Caderno é uma espécie de obra aberta, pois está sempre em condições de absorver sugestões, outros modos de fazer, articulando os educadores voluntários do Projeto Formare em uma rede que consolida a tecnologia educativa que o Projeto constitui. Desejamos que você possa utilizá-lo da melhor forma possível e que tenha a oportunidade de refletir criticamente sobre ele, registrando sua colaboração e interagindo com os jovens de seu grupo a fim de investirmos todos em uma educação mais efetiva e na formação de profissionais mais competentes e atualizados para os desafios do mundo contemporâneo.

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A movimentação de cargas é uma atividade presente em toda a indústria desde os macacos hidráulicos até os enormes guindastes portuários. Sistemas de elevação e movimentação fazem parte da evolução tecnológica do homem desde os primórdios.

Comparações entre a carga transportada e o peso são instigadoras tanto para minúsculos insetos como formigas quanto para grandes paquidermes como elefantes.

Esta convivência com os sistemas de transporte e elevação faz com que o assunto sobre pontes rolantes seja de fácil assimilação em um primeiro momento, e a tecnologia utilizada para o transporte seguro de carga pode manter o interesse de todos para o assunto, especialmente pela forma com que esta tecnologia permite que cargas de grande massa e volume sejam transportadas com a máxima segurança e controle.

Contando com a familiaridade que o jovem possa ter com o assunto, este caderno tem a intenção de fornecer a base teórica para o aprendizado, apoiando o educador na prática pedagógica.

Introdução

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1 Funcionamento e elementos de construção Primeira Aula

Máquinas de elevação.....................................................................................21 Conceituação de pontes rolantes ....................................................................21 Capacidade de pontes rolantes .......................................................................22

Segunda Aula Pontes rolantes e suas aplicações ..................................................................23 Custos de pontes rolantes ...............................................................................23 Funcionamento básico de uma ponte rolante..................................................24

Terceira Aula Elementos de construção de pontes rolantes..................................................25 Funções dos elementos de pontes rolantes ....................................................26 Movimento de translação.................................................................................26 Movimento de elevação...................................................................................27

Quarta Aula Motores aplicados a pontes rolantes ...............................................................28 Redutores aplicados a pontes rolantes ...........................................................29 Acoplamentos e mancais.................................................................................30

Quinta Aula Tambores.........................................................................................................31 Freios...............................................................................................................32 Dispositivos de segurança...............................................................................33

Sexta Aula Controle e operação de pontes rolantes..........................................................34 Elaboração de catálogo ...................................................................................34

Sétima Aula Avaliação Teórica ............................................................................................37

2 Içamento de cargas Primeira Aula

Distribuição de cargas .....................................................................................41 Centro de gravidade ........................................................................................41

Segunda Aula Noção de estimativa de peso ..........................................................................42

Sumário

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Terceira Aula Tipos de cargas ...............................................................................................44 Acessórios .......................................................................................................45 Cabos, cintas, guias, ganchos.........................................................................46

Quarta Aula Descrição de tipos de cargas e suas características.......................................48

Quinta Aula Comunicação entre Operadores......................................................................49 Regras de segurança para a operação de pontes rolantes.............................49 Regras de sinalização na operação de pontes rolantes ..................................51

Sexta Aula Elaboração de painel – Regras de segurança e de sinalização......................52

3 Documentação de Montagem e Testes Primeira Aula

Diagramas elétricos .........................................................................................55 Segunda Aula

Desenho mecânico ..........................................................................................57 Terceira Aula

Diagrama elétrico de ponte rolante..................................................................58 Desenho mecânico de ponte rolante ...............................................................58

Quarta Aula Preparação de montagem de ponte rolante ....................................................60 Ferramental para montagem ...........................................................................61 Fixação de parafusos ......................................................................................62

Quinta Aula Montagem de ponte rolante.............................................................................63

Sexta Aula Testes de verificação.......................................................................................65 Testes de inspeção..........................................................................................66

Sétima Aula Manutenção corretiva, preventiva e preditiva ..................................................67 Procedimentos de manutenção básica............................................................68

Oitava Aula Planejamento, Organização e Apresentação do Painel ..................................69

Nona Aula Avaliação Teórica ............................................................................................71

Gabarito....................................................................................................................73

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 17

Glossário ..................................................................................................................75

Referências .............................................................................................................77

Anexos ......................................................................................................................79

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Serão apresentados conceitos gerais das pontes rolantes, suas aplicações e capacidades, os movimentos envolvidos nos içamentos de cargas e seus principais elementos construtores. Todas as informações fundamentais de pontes rolantes serão consolidadas na construção de um catálogo baseado nas informações dos fabricantes.

Definir máquinas de elevação.

Estabelecer critérios para capacidade de pontes rolantes.

Definir as aplicações de pontes rolantes.

Conhecer o funcionamento básico de pontes rolantes.

Conhecer os elementos construtores das pontes rolantes e seus movimentos.

Conhecer os dispositivos de segurança das pontes rolantes.

Conhecer o sistema de controle e operação.

1 Funcionamento e Elementos de

Construção

Objetivos

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 21

Máquinas de elevação Vamos conceituar máquinas de elevação por cada um dos seus termos e depois pelo conjunto:

• Máquina é todo aparelho que é capaz de transformar energia.

• Elevação: ação ou efeito de elevar, fazer subir.

• Máquinas de elevação são dispositivos capazes de transformar energia para fazer com que um tipo de energia seja transformado em energia cinética com o fim especial de vencer a ação da gravidade, elevando carga. Dentro dessa definição encontram-se vários equipamentos, desde os de elevação direta de carga, ou de pessoas, até os de movimentação.

Conceituação de pontes rolantes

Conceitos de pontes rolantes dentro do escopo de máquinas de elevação de carga.

As pontes rolantes são máquinas de elevação de carga que além da aplicação inicial de elevar a carga também fazem a movimentação em dois sentidos, podendo mover a carga em toda a extensão da ponte.

A ponte rolante é assim chamada porque sua estrutura principal faz a ligação entre dois suportes, conectando-os como uma ponte. A carga pode se mover ao longo da ponte e a ponte em si também se move, trazendo consigo a carga, daí o nome de ponte rolante.

A movimentação da ponte e da carga é feita através de motores elétricos.

Nessa aula serão estudados os conceitos básicos de máquinas de elevação em geral e de pontes rolantes em particular e a classificação das pontes rolantes por suas capacidades.

Primeira Aula

Energia cinética Energia relativa ao movimento de um corpo.

40 min

Passo 1 / Aula Teórica

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Capacidade de pontes rolantes A capacidade de uma ponte rolante é determinada pelas seguintes características:

• Capacidade – Maior carga que a ponte pode elevar, normalmente esta é definida como a capacidade geral de uma ponte rolante e somente este dado é informado em uma primeira apresentação.

• Vão – A distância horizontal entre os suportes da ponte dando a informação de quanto a talha pode se movimentar.

• Altura de deslocamento – A distância entre o chão e a talha, indicando a movimentação vertical permitida.

• Velocidade de deslocamento – Indica a velocidade de deslocamento de cada uma das partes da ponte rolante, considerando sempre a carga máxima. A velocidade é variável e deve ter uma rampa de aceleração e desaceleração.

Solicite aos jovens que formem grupos e citem exemplos de energia; de máquinas em geral e de máquinas de elevação em geral (elétrica, mecânica, vapor, animal – talha, guincho; macaco; guindaste; pórtico; empilhadeira; elevador; escada rolante; teleférico; gruas; etc.).

Em seguida, discuta com eles as unidades envolvidas em cada uma das capacidades discutidas e a importância de cada uma delas de acordo com a aplicação da ponte rolante.

Considere as unidade de medidas em metros e seus múltiplos e submúltiplos, analise também as unidades de velocidade em m/s (pode ser feita uma analogia com km/h) e de aceleração em m/s². Como um adendo pode ser apresentada as medidas inglesas de polegadas e pés.

10 min

Passo 2 / Atividade Sugerida

Talha Dispositivo mecânico que serve para o içamento.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 23

Aplicações de pontes rolantes As pontes rolantes são equipamentos que dão possibilidade de movimentação tridimensional da carga, sendo especialmente útil em locais onde grandes capacidades de carga são movimentadas através da linha de produção e/ou armazenagem. Como exemplo podemos citar:

• Carga e descarga de vidros em fardos, chapas de aço em fardos, bobinas ou paletes, máquinas, banhos químicos, zincagens, anodizações, trans-portadoras, frigoríficos, instalações portuárias, fábricas de estacas pré-moldadas, postes, tubos, barracões pré-moldados, adubos, sistema de big bag, mármores, linhas de montagem e todo tipo de movimentação que necessite de agilidade, segurança e confiabilidade no processo.

Custos de pontes rolantes

O custo de uma ponte rolante está diretamente relacionado com as capacidades vistas nas aulas anteriores, como dimensões, vão, velocidades, capacidades de carga. Cada ponte local é feita segundo as necessidades das instalações do lugar e segue um projeto preparado pelo fabricante e adequado a cada situação; por isso cada ponte tem um custo específico, mesmo que derivadas de projetos padrões.

Um fator não ligado diretamente à ponte rolante, mas que impacta no custo para que se possa utilizá-la, refere-se à adequação do prédio onde a mesma será instalada.

Nessa segunda aula serão apresentados os tipos de ponte rolante e suas aplicações, bem como os custos envolvidos e o seu funcionamento básico.

Segunda Aula

Anodizações Produzir, através de um banho eletrolítico, uma camada de óxido na superfície de um metal que funciona como ânodo, de forma a endurecê-lo e a torná-lo mais resistente à corrosão. Big bag Saco de polipropileno comportando cargas de cerca de 1.000 kg, utilizado para o manuseio de granéis.

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

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24 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Pontes rolantes podem ser montadas também com projetos modulares, com projeto de montagem mais simples e maior rapidez na entrega, porém nem sempre é possível manter o custo nos mesmos níveis de uma ponte de estoque ou de um projeto customizado.

O nível de automação e controle da ponte também impacta no custo e deverá ser considerado na seleção de uma ponte rolante.

Os custos de uma ponte rolante envolvem investimentos significativos e a apuração correta desses custosviabilizar ou não um novo projeto, incluindo nesses casos a utilização do prédio.

Funcionamento básico de uma ponte rolante O funcionamento básico de uma ponte rolante envolve a movimentação da carga em cada um dos três eixos de utilização da ponte, estes eixos definem a movimentação ao longo da ponte, entre o vão e por fim o movimento de elevação da carga.

Nunca a ponte rolante deve ser operada fazendo-se movimentação em mais de um eixo simultâneo.

O acionamento da ponte rolante se dá através do acionamento de seu comando que possibilita o acionamento dos motores que fazem a movimentação vertical, horizontal e longitudinal.

Automação Conjunto das técnicas e dos sistemas de produção fabril baseados em máquinas com capacidade de executar tarefas previamente executadas pelo homem e de controlar seqüências de operações sem a intervenção humana.

Fig. 1 – Aspecto geral de uma ponte rolante.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 25

Esse controle possui botões de acionamento dos três eixos tanto para trás como para frente e também de parada de emergência.

Para ser operador de ponte rolante é necessário um treinamento específico, posto que os riscos envolvidos na operação desse tipo de equipamento são muito graves.

Solicite que os jovens se organizem em grupos de três ou quatro e exemplifiquem casos críticos de uso de ponterolantes, de acidentes que podem acontecer na operação de pontes rolantes e como fazer para controlar o risco

Elementos de construção de pontes rolantes

Uma ponte rolante consiste de três partes:

1 A talha, que faz o movimento de elevação, suportando a carga.

2 O trole, que faz o movimento de translação, suportando a talha e a carga.

3 A ponte, que faz o movimento de translação, suportando o trole, a talha e a carga.

Cada um dos elementos que compõem a ponte rolante tem especificações de limites de carga e de amplitude e de velocidade.

Isoladamente, eles podem ser comandados nos sentidos direto e reverso e todos os três elementos – a talha, o trole e a ponte – podem ser parados em uma situação de emergência.

Terceira Aula Nessa aula, serão estudados os elementos de uma ponte rolante, suas funções e também os movimentos efetuados por cada um dos elementos.

Trole Carro que suporta a talha e se move pela ponte

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

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26 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Funções dos elementos de pontes rolantes

A talha de uma ponte rolante é responsável pela elevação da carga. A talha fica conectada ao trole, que, por sua vez, está conectado à ponte. Da talha desce o cabo que, preso a um gancho, fará a elevação da carga, possibilitando sua movimentação.

O trole sustenta a talha e é conectado à ponte. O trole pode ser movimentado pelo vão da ponte, carregando assim a talha e a targa no sentido esquerda/direita.

A ponte pode movimentar-se para frente e para trás, trazendo consigo o trole, a talha e a targa. O limite de atuação da ponte está determinado pelas suas guias e pelo local de instalação.

Movimento de translação O movimento de translação ocorre em relação ao trole e em relação à ponte.

O movimento de translação do trole ocorre no vão da ponte, carregando consigo a talha e a targa. O sistema de movimentação do trole é composto por:

1 Motor elétrico – Responsável por transformar energia elétrica em energia mecânica dando movimento ao carro.

2 Redutor – Faz a modificação do torque e rotação do motor a um torque e rotação adequado as rodas.

3 Freios – Responsável pela parada do sistema.

4 Rodas – Sustentam o carro na ponte mantendo a possibilidade de movimento.

5 Acoplamentos – Fazem a ligação entre os eixos do motor, do redutor e das rodas.

6 Mancais – Sustentam os eixos mantendo a sua rotação.

O movimento de translação da ponte pode ser feito através de um único motor que aciona as rodas nas duas guias da ponte, ou por dois motores trabalhando um em cada guia.

A figura a seguir apresenta os componentes de um sistema de translação de ponte rolante: redutor acoplamento.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 27

Movimento de elevação

A elevação da carga é feita pela talha que pode ser composta de:

1 Motor elétrico – Responsável pela transformação da energia elétrica em energia mecânica, dando movimento à talha.

2 Acoplamento – Faz a ligação entre o motor elétrico e o eixo do redutor.

3 Freio – Garante que a talha irá parar ao final do movimento.

4 Redutor – Transforma a rotação e o torque do motor elétrico para um torque e rotação adequados ao tambor.

5 Tambor – Cilindro onde ficam enrolados os cabos de aço.

A elevação da carga pode ser feita por correntes ou cabos, sendo que estes são preferíveis principalmente no

Fig. 3 – Componentes do sistema de elevação de um sistema de translação.

Fig. 2 – Componentes de um sistema de translação

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28 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

quesito de segurança, já que a fadiga fica explícita no afrouxamento de fios de aço.

Motores aplicados a pontes rolantes

Os motores elétricos aplicados a pontes rolantes são normalmente motores trifásicos de indução do tipo gaiola de esquilo, que são os motores elétricos mais utilizados na indústria. A grande utilização desses motores é devido a sua simplicidade e custo, pois não têm enrolamento no indutor, sua fabricação é simples e mantêm muito pouco variação de rotação.

São fatores determinantes de um motor: a classe de utilização, a potência e em especial, para esta aplicação, a intermitência e a corrente de partida, visto que numa aplicação de ponte rolante os motores são exigidos várias vezes em um pequeno intervalo de tempo e os motores elétricos de indução têm correntes de partida que são até oito vezes maiores que as correntes nominais, a intermitência do uso faz com que o motor tenha a exigência de partida várias vezes durante a operação o que é muito diferente de uma utilização contínua.

O dimensionamento dos equipamentos elétricos de controle e atuação dos motores deve levar em conta a corrente de partida e a sua intermitência.

Discuta com os jovens a relação entre a corrente nominal e a corrente de partida de um motor de indução e quais osmétodos possíveis para redução da corrente de partida. A resposta pode vir da utilização de um variador de freqüência, pois como o motor elétrico de indução tem a rotação definida pela freqüência e pelo número de pólos, não há um controle da rotação e da velocidade deste acionamento.

Essa aula será dedicada aos motores utilizados em pontes rolantes, seus acoplamentos e redutores utilizados, bem como os mancais, tratando assim do sistema de conversão eletromecânica de energia, possibilitando a movimentação da carga.

Quarta Aula

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

Trifásico Diz-se das correntes elétricas de três fases com diferença de 120 graus.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 29

Redutores aplicados a pontes rolantes

Um redutor é um equipamento mecânico composto de um sistema de engrenagens que faz com que a rotação na entrada seja reduzida na saída, com o conseqüente aumento de torque. Uma ponte rolante precisa da rotação do motor para dar movimento a suas partes e ao mesmo tempo que este movimento tenha torque suficiente para movimentar a carga, assim as condições de velocidade (rotação) e força (torque) são fundamentais para o funcionamento de uma ponte rolante. Nem sempre a rotação e o torque de um motor são adequados à utilização na ponte, sendo necessários equipamentos que façam a adequação dessas duas grandezas, esse equipamento é o redutor.

Discuta com os jovens a vantagem do uso de redutores em relação ao uso de um motor que já forneça o torque e rotação adequada.

Os redutores podem ser do tipo:

Coroa e rosca sem-fim – Associação de um eixo roscado externamente, denominado de parafuso de rosca sem-fim, e uma engrenagem cilíndrica.

Paralela – Com engrenagens de corpo cilíndrico paralelas entre si com dentes retos.

Helicoidais – Com engrenagens com dentes que não estão alinhados com a direção axial do movimento.

Sendo que em pontes rolantes o uso de coroa e pinhão é mais comum.

Nos vários redutores, a relação de transmissão i pode ser definida pela razão de diferentes pares de fatores, por exemplo velocidades de entrada, ω1, pela saída, ω2.

i = ω1/ ω2 , supondo a ausência de perdas, ou seja, a potência na entrada igual à da saída, temos:

ω1 x T1 = ω2 x T2 = P

portanto

i = T2/T1

Pode-se concluir que a relação direta de velocidades i, vista acima, também pode ser expressa como a razão inversa dos torques T.

Apresente exemplos de cálculos envolvendo as velocidades e torque do motor e depois do redutor.

Redutor Dispositivo mecânico que altera a rotação e torque entre a entrada e a saída. Torque Força aplicada sobre um objeto que é efetivamente utilizada para fazer ele girar em torno de um eixo ou ponto central.

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30 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Exemplo: Um redutor com duas engrenagens de 30 e 16 dentes, com rotação de 1800 rpm na entrada terá:

ω1 = 1800 e ω2 = ω1 x 16 / 30 = ω2 = 960 rpm

Sendo o torque do motor igual a 5 N.m, o torque na saída do redutor será:

T1/T2 = ω2/ ω1

5/T2 = 960/1800

T2 = 9,375 N.m

Os redutores requerem lubrificação, a verificação do nível de óleo e seu estado são essenciais para o bom funcionamento da ponte rolante.

Acoplamentos e mancais

Os acoplamentos fazem a ligação mecânica entre o motor e o redutor e entre o redutor e a roda no caso do sistema de translação da ponte ou do carro e entre o redutor e o tambor no caso do sistema de elevação.

Mancais são equipamentos que sustentam os eixos, porém permitindo sua rotação.

A manutenção contínua de acoplamentos e mancais faz com que a vida útil da ponte seja aumentada, já que não haverá esforço extra para a rotação dos eixos, nem perda de energia excessiva entre os equipamentos do sistema de transmissão.

Em uma ponte rolante são utilizados normalmente mancais de rolamentos e acoplamentos elásticos ou superelásticos.

Os acoplamentos elásticos tornam mais suave a transmissão do movimento em eixos que tenham movimentos bruscos, absorvem choques e vibrações protegendo as máquinas acopladas. Não requerem lubrificação.

Os acoplamentos superelásticos recebem diversas denominações de acordo com o tipo de fabricante, Perflex, Speflex, etc. Nos acoplamentos superelásticos os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação de borracha apertada por anéis de pressão. O elemento elástico em borracha sintética vulcanizada de alta flexibilidade permite compensar desalinhamentos radial, axial e angular, bem como absorver um bom grau de choques. Admite desalinhamentos superiores aos acoplamentos convencionais. Permite troca do elemento elástico sem afastar axialmente uma das máquinas.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 31

Tambores

Os tambores são responsáveis por armazenar os cabos do sistema de elevação e também influenciam na determinação da carga máxima de elevação.

O tambor, acionado pelo motor elétrico, enrola ou desenrola os cabos de aço, fazendo o sistema de elevação funcionar.

O diâmetro do tambor influencia no desgaste do cabo e deve ser feito de tal maneira que possa prevenir a superposição de cabos.

Nessa aula, serão estudados os equipamentos de uma ponte rolante que garantem a segurança de sua utilização e também os equipamentos para cabos de aços e os freios.

Quinta Aula

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

Fig. 4 – Esquema de um tambor de cabo de aço.

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32 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Em cada manutenção o tambor deve ser inspecionado quanto:

• ângulo de torção

o Deformação do tambor na direção axial

• ensaio estático e dinâmico, conforme NBR 8400.

• espessuras dos flanges

o desgaste nos flanges de conexão

• juntas soldadas

o verificação das soldas na uniões

• ponta de eixo

o verificação do estado da ponta de eixo de acionamento do tambor

• sobre metal para usinagem

o verificação do desgaste no sobremetal de usinagem

Freios

A parada de qualquer sistema de movimentação de uma ponte rolante, seja de translação ou de elevação, deve ser controlada por um freio, de modo a garantir a operação segura. A utilização de freio de sapata é obrigatória.

A figura abaixo apresenta o tipo mais usual de freio de tambor de sapatas externas.

Esse tipo de freio é composto de duas sapatas externas dispostas simetricamente em torno de um tambor ligado à carga a ser freiada como o tambor de enrolamento dos cabos. A figura mostra o acionamento eletromagnético, porém este acionamento pode ser pneumático, hidráulico ou manual. Em pontes rolantes quase sempre encontraremos o sistema eletromagnético. Acionando-se o freio, o conjunto de alavancas atua aplicando pressão entre as sapatas que contêm o material de atrito a ser desgastado e o tambor.

O aquecimento gerado pelo atrito deve ser dissipado no tambor.

Flanges Dispositivo de conexão entre eixos.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 33

Dispositivos de segurança

São dispositivos de segurança aqueles que controlam o risco de operação de uma ponte rolante.

Basicamente os dispositivos de segurança servem para limitar o uso da ponte rolante aos valores máximos admitidos.

Também são considerados como dispositivos de se-gurança os envolvidos na comunicação de alarmes como buzina, megafone e holofote.

Relembre com os jovens o que foi determinado como capacidade de uma ponte rolante na primeira aula.

A capacidade máxima de elevação pode ser controlada por uma célula de carga que, se o valor máximo for superado, bloqueia o sistema de elevação.

As velocidades máximas de qualquer um dos sistemas de movimentação podem ser controladas por freios.

Os limites de operação da ponte rolante podem ser controlados por batentes e chaves de fim de curso.

Além desses dispositivos, os dispositivos elétricos de controle de curto circuito e sobrecarga devem ser dimensionados para a operação segura da ponte rolante. Da mesma forma, dispositivos de temperatura de funcionamento, estado de lubrificantes, etc. também podem fornecer uma maior segurança à operação da ponte rolante.

Célula de carga Dispositivo que mede a força-peso.

Fig. 5 – Freio de sapata

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34 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Controle e operação de pontes rolantes

A operação de uma ponte rolante deve ser feita em cada um dos movimentos de maneira isolada, assim, através dos movimentos de translação do trole e depois de translação da ponte deve ser feito o posicionamento da Talha sobre a carga a ser içada. A seguir o cabo de içamento deve ser posicionado até a carga e nele preso com segurança.

Os movimentos de translação para o novo posicionamento da carga só podem ser realizados após ser feito o posicionamento do cabo sobre a carga e seu içamento.

Elaboração de catálogo

Em grupo os jovens devem definir os critérios de classificação das pontes, especificando todo o conhecimento adquirido até o presente momento.

Esse catálogo deve compreender todos os tipos de pontes e suas classificações, ordenando e sintetizando o conhecimento adquirido até o presente o momento, pode ser criada uma tabela, um mapa mental ou outro modelo de classificação estruturada.

Na sexta aula serão apresentados o sistema de controle e operação de ponte rolante e, como atividade prática, a elaboração de um catálogo de pontes rolantes.

Sexta Aula

15 min

Passo 1 / Aula Teórica

35 min

Passo 2 / Atividade Sugerida

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 35

Nessa aula será realizada avaliação teórica referente ao capítulo 1.

Sétima Aula

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36 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 37

PROJETO ESCOLA FORMARE

CURSO: .........................................................................................................................

ÁREA DO CONHECIMENTO: Montagem e manutenção de Pontes Rolantes

Nome ....................................................................................Data: ......./......./ .......

Avaliação Teórica

1 [1,0 ponto] Determine a capacidade máxima de uma ponte rolante cuja talha suporta no máximo 5 toneladas, o trole 10 toneladas e a ponte 12 toneladas? Justifique sua resposta.

2 [1,0 ponto] Em uma oficina de manutenção de transformadores, qual é aplicação de uma ponte rolante? Como pode ser utilizada uma ponte rolante para transporte de líquidos?

3 [1,0 ponto] Quais são os movimentos de uma ponte rolante? Qual deve ser a ordem de operação dos movimentos?

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38 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

4 [1,0 ponto] Que tipo de acoplamentos devem ser utilizados em uma ponte rolante? Por quê?

5 [1,0 ponto] Em que movimento de uma ponte rolante devem ser posicionados os freios? Qual o tipo de freio obrigatório?

6 [1,0 ponto] O que é o centro de gravidade de uma carga? Como fazer para determiná-lo na prática?

7 [1,0 ponto] Um tanque com 10.000 litros de álcool, cuja densidade relativa é 0,9, quanto deve pesar?

8 [1,0 ponto] Por que a utilização de cabos de aço é preferencial à utilização de correntes?

9 [1,0 ponto] Quais são os acessórios de segurança possíveis de se encontrar em uma ponte rolante?

10 [1,0 ponto] Descreva os sinais relativos à movimentação lenta da carga para cima.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 39

A elevação de cargas é o ponto principal do funcionamento de pontes rolantes, somente depois da elevação é que a carga pode ser movimentada, todo este tópico tratará dos assuntos relacionados a isso e também dos conceitos de física e mecânica clássicos necessários ao entendimento do assunto.

Definir os conceitos de massa, peso, centro de gravidade, baricentro.

Estabelecer as características dos vários tipos de cargas.

Explorar alguns acessórios para o içamento de cargas.

Adquirir as regras de comunicação e de segurança na operação de pontes rolantes.

Objetivos

2 Içamento de Cargas

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40 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 41

Distribuição de cargas

A ponte rolante é normalmente um equipamento para içamento e transporte de cargas unitárias. A distribuição de cargas para o içamento em uma ponte rolante é uma necessidade na composição dessa carga unitária e da sua correta amarração.

Cargas compostas são aquelas que contêm mais de um volume, os volumes devem ser distribuídos de modo que possam ser seguramente acoplados para o içamento.

Centro de gravidade

O centro de gravidade de um corpo é um ponto que pode ser pensado como se concentrasse toda a sua massa.

No içamento de cargas é importante a determinação do centro de gravidade. Calcular o centro de gravidade faz com que o içamento da peça seja estável e seguro. Em peças simétricas o centro de gravidade está no eixo de simetria. O içamento da carga mostra também o centro de gravidade pela movimentação da carga, alinhando-se naturalmente no eixo do gancho, no caso de gancho único, ou na resultante dos cabos, no caso de ganchos múltiplos.

Caso o gancho não esteja alinhado com o centro de gravidade a carga irá se deslocar lateralmente ao deixar o solo, iniciando um movimento pendular que só terminará após a estabilização. O movimento pendular é perigoso, podendo provocar choques da carga contra o pessoal envolvido no carregamento ou no próprio equipamento.

Para um içamento seguro deve-se buscar a estabilidade, evitando choques e movimentos bruscos, sejam laterais

Nessa aula, serão estudados os conceitos básicos de máquinas de elevação em geral e de pontes rolantes em particular e classificar as pontes rolantes por suas capacidades.

Primeira Aula

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

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42 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

ou verticais, preservando a segurança de toda a operação.

Um método prático de determinar o centro de gravidade é escolher a figura geométrica assemelhada, por exemplo, uma carga pode ser dividida em um triângulo e um retângulo e o centro de gravidade calculado para cada uma das figuras Depois, o centro de gravidade da carga composta é calculado pela composição dos centros de gravidade das partes.

Noção de estimativa de peso

O peso é a força resultante da ação da gravidade sobre uma quantidade de massa, portanto o peso de um objeto pode variar com a variação da força da gravidade, o que implica dizer que o peso de um objeto na Lua é diferente do mesmo objeto na Terra, ou então que um litro de água em Florianópolis, que está no nível do mar, pesa mais que um litro de água em Potosí, que está a mais de 3.500 metros de altitude.

Cálculos precisos do peso de um objeto são muito importantes em vários casos, porém para uma primeira aproximação no exercício diário de içamento de cargas uma visão aproximada do peso pode ser extremamente útil.

O cálculo exato do peso se faz pelo cálculo do volume do objeto e depois pela multiplicação do volume pela densidade, que é a relação entre massa e volume, obtendo-se assim a massa do objeto. De posse da massa se faz a multiplicação pela aceleração da gravidade local e finalmente se obtém o peso do objeto.

Por exemplo, um bloco de ouro, cuja densidade é de 19,3 g/cm³, de 10 x 15 x 10 cm, possui um volume V de:

V = 10 x 15 x 10 = 1500 cm³

Essa aula é dedicada a apresentar uma maneira de estimar o peso de uma carga em um ponte rolante e exercitar esse conceito.

Segunda Aula

35 min

Passo 1 / Aula Teórica

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 43

Esse volume multiplicado pela sua densidade dá a massa:

M = 1500 cm³ x 19,3 g/cm³ = 28950 g ou 28,950 kg

Considerando que a aceleração da gravidade local é de 10 m/s², temos o peso P de:

P = 28,950 kg x 10 m/s² = 289,5 N [Newton, unidade de peso no SI, sistema internacional de pesos e medidas]

No entanto, para uso cotidiano somente a informação da massa, já que a aceleração da gravidade na Terra varia pouco e as imprecisões existentes em todas as medidas não justificam tanta precisão assim.

De modo que basta calcularmos o volume, multiplicarmos pela densidade. No caso do bloco de ouro teríamos:

M = 10 x 15 x 10 x 20 (já arrendado) = 30 kg. Um valor muito próximo é bastante útil para uma primeira aproximação.

Peso e centro de carga Peça aos jovens para efetuarem os seguintes exercícios:

1 Qual o peso aproximado de uma placa de granito de 2 m x 1 m x 2,5 cm, sabendo que a sua densidade é de 2,7 ton/m³?

2 Qual o peso de um big bag de 250 litros cheio de álcool, se a densidade do álcool é de 0,8 kg/l?

3 Quanto pesaria o mesmo big bag cheio de água?

4 Qual o centro de gravidade do bloco apresentado a seguir? Onde deveríamos posicionar o gancho para o seu içamento?

15 min

Passo 2 / Exercícios

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44 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Tipos de cargas

Os tipos de cargas podem ser classificados de acordo com: embalagem, natureza, características e marcação.

A classificação dos tipos de cargas também pode ser:

• Granel: partículas sólidas

• Líquido: material em estado liquefeito

• Sólido: uma única peça

• Tarugo: um cilindro sólido

• Bobina: lâmina disposta em bobina

• Perigosa

o Explosivos:

o Gases comprimidos, liquefeitos ou dissolvidos sob pressão.

o Líquidos inflamáveis.

o Sólidos inflamáveis:

Nessa aula são discutidos os tipos de carga e suas influências na operação de pontes rolantes, bem como os acessórios para elevação dos diferentes tipos de carga..

Terceira Aula

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

Fig. 1 – Exercício de cálculo de CG.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 45

Sólidos inflamáveis ou substâncias sujeitas a combustão espontânea.

Sólidos inflamáveis ou substâncias que em contato com a água emitem gases inflamáveis.

o Substâncias oxidantes:

Peróxidos orgânicos.

o Substâncias venenosas (tóxicas):

Substâncias infecciosas.

o Substâncias radioativas.

o Substâncias corrosivas.

o Substâncias perigosas diversas.

O conhecimento do tipo de carga é essencial para a operação segura de uma ponte rolante.

Acessórios

Para o içamento de cargas existem vários acessórios, seja de amarração ou de distribuição de cargas. Abaixo são listados os principais acessórios para distribuição de cargas:

• Dispositivo de garfos em C

• Dispositivo para elevação de bobinas

• Expansor automático

• Frame para içamento de cargas gerais

• Spreader suspenso

• Spreader mecânico

• Spreader para pórtico autopropelido

• Tarugo suspenso

Os acessórios de amarração são os cabos de aço, manilhas, clipes, olhais e outros itens que promovem a interligação entre a peça e os outros aparatos de içamento.

Essa união deve ser feita de modo seguro e simples, sendo capaz de resistir aos esforços de içamento, suportar choques laterais e ter certo grau de liberdade. Os acessórios também devem ser desmontáveis.

São exemplos:

• Cintas de material sintético

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46 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

• Clipes

• Cordas de sisal – Para içamento de pequenas peças, travamentos provisórios e contenção de peças suspensas

• Correntes

• Esticadores – Para esticamento de cabos, em estais e travamentos

• Laços de cabos de aço (estropos)

• Manilhas – Utilizadas para promover a união de laços dos cabos com olhais das peças permitindo fácil desmontagem

• Olhal de suspensão – Utilizados para fixação de manilhas nas peças da estrutura

• Patescas e catarinas – Roldanas com ganchos para passagem de cabos de aço em mudanças de direção e suspensão de cargas

• Patolas – São instaladas na extremidade de correntes e contam apenas com o atrito entre as superfícies da peça e o aço da patola. Não devem ser utilizadas na montagem de estruturas

• Sapatilhas

Cabos, cintas, guias, ganchos

Pelas características de leveza, pouca susceptibilidade a danos, confiabilidade e baixo ruído, os cabos de aço são amplamente utilizados em elevação. Em comparação com correntes os cabos de aço têm a vantagem de apresentarem fios esgarçados antes do rompimento, enquanto nas correntes não há nenhum sinal visível de desgaste.

Os tambores para cabos de aço são maiores que os para correntes o que torna o mecanismo de elevação mais pesado, porém o custo do cabo é menor.

As características mecânicas dos cabos de aço são excelentes, tendo uma tensão de resistência de 130 a 200 kgf/mm².

Em locais de baixa umidade podem ser utilizados cabos de fios não galvanizados, a galvanização dos fios deve ser feita para operação em locais úmidos para que haja proteção contra corrosão, em contrapartida o processo de galvanização causa a perda na capacidade de elevação de cerca de 10%.

Susceptibilidade Qualidade de não resistir aos esforços submetidos. Galvanização Processo de proteção de materiais metálicos pela adesão de uma camada protetora, feito através de corrente elétrica.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 47

As cintas de elevação e de amarração são feitas de poliéster que é mais forte que as fibras sintéticas. Supor-tando grande resistência a carregamentos sucessivos e alta absorção. Com cintas de poliéster é possível o ajuste perfeito ao contorno da carga.

As cintas possuem terminais de fixação como apresentados a seguir:

A segurança na amarração de cargas deve seguir os seguintes passos:

• Colocar a cinta em uma superfície plana

• Examinar com atenção ambos os lados

• Examinar cuidadosamente os olhais

• Examinar cuidadosamente as proteções e os acessórios se houver.

Essa aula propõe uma atividade prática para que os jovens descrevam os tipos de cargas vistos anteriormente, suas características.

Quarta Aula

Tabela 1 – Sistema de amarração

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48 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Descrição de tipos de cargas e suas características

Solicite que os jovens, valendo-se das experiências pessoais e dos conhecimentos anteriores, lembrem-se dos vários tipos de carga que podem ser transportadas por uma ponte rolante. Essa atividade pode ser feita como se fosse uma tempestade mental.

Cada carga será classificada e então será feita a escolha da forma de içamento a ser realizado.

Novos tipos e classificações podem surgir.

Avalie com os jovens os pontos que apresentaram maior dificuldade.

Essa aula trata da operação de pontes rolantes de forma segura, mostrando a importância e as regras de comunicação entre operadores e a sinalização padronizada.

Quinta Aula

10 min

Passo 1 / Orientação da Turma

30 min

Passo 2 / Atividade Prática

10 min

Passo 3 / Apresentação do Resultados

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 49

Comunicação entre Operadores

A comunicação entre operadores pode se dar entre operadores de duas ou mais pontes rolantes em uma mesma área industrial ou entre o operador e o auxiliar. A operação de uma ponte rolante pode ser feita ao nível do chão ou da cabine elevada.

A comunicação pode ser feita através de rádio ou de sinalizações. Por ser um ambiente industrial, normalmente com elevado grau de ruído, é preciso assegurar-se de que a comunicação será feita com precisão. A cada mensagem enviada é necessária a confirmação de seu recebimento.

Regras de segurança para a operação de pontes rolantes

Ao operador da ponte rolante cabe a maior respon-sabilidade em neutralizar a ocorrência de acidentes, seja na correta operação e comunicação, seja na verificação de prováveis falhas.

Os procedimentos de rotina devem ser pautados por normas de segurança como disposto na NR-11, que é a norma regulamentadora brasileira para transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais.

Acessórios de segurança: holofote, buzina, megafone, extintor.

As inspeções diárias são de responsabilidade do operador e podem ser divididas em visuais e funcionais. As inspeções visuais devem ser feitas antes da operação da ponte, com a mesma desligada, já as inspeções funcionais são feitas com a ponte rolante em funcionamento O operador deve sempre verificar cabos, ganchos, cabos auxiliares, fiação, estado das botoeiras, travas, vazamentos, etc, antes de ligar a ponte. Durante o funcionamento a atenção do operador deve estar voltada para comandos, freios, trepidações, sirenes.

A Norma NR-11 – sobre transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais está disponível no Anexo 4.

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

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50 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

A operação segura da ponte rolante deve seguir os seguintes passos:

• Aproximar-se do objeto a ser movimentado.

• Calcular o peso, mesmo que aproximadamente, e demais condições da carga.

• Atentar-se para a capacidade da ponte rolante.

• Escolher o cabo de aço auxiliar de acordo com o peso e o tipo de carga.

• Verificar o ângulo dos cabos.

• De acordo com a tabela de peso determinar a capacidade dos cabos.

• Fixar a carga corretamente.

• Proceder a elevação lentamente e com cuidado.

• Usar velocidade reduzida.

• Ter a atenção redobrada ao operar da cabine e com ajudante.

• Garantir que haja espaço suficiente para levantar a carga.

• Ter especial cuidado com as instalações aéreas, tais como tubulações de água, gás, elétricas, etc.

• Observar sempre se a carga está segura, especialmente no caso de peças de conjuntos.

• Ajustar o centro de gravidade, levantar a carga um pouco, se ela inclinar para um dos lados, abaixá-las e acertar o balanceamento.

• Nunca passar com a carga sobre pessoas e nem permitir que elas passem por baixo da carga.

Assim como qualquer outro dispositivo em uma área industrial, é necessário estar com todos os equipamentos de proteção individual em bom estado de conservação e utilizá-los de maneira adequada.

Antes de içar a carga, certificar-se de que os cabos ou correntes não estejam cruzados. Cabos presos ou cruzados não devem ser forçados e os calços em contato com o solo devem sempre ser quadrados.

Ao verificar a carga, deve-se observar se a distância mínima entre pontes que operam no mesmo trilho foi obedecida e se os cabos não estão sem protetores quando apoiados a cantos vivos da carga que por apresentarem superfícies em ângulos agudos podem provocar o rompimento dos cabos.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 51

É importante também ficar atento para que não haja esmagamento dos cabos ao descer a carga.

Regras de sinalização na operação de pontes rolantes

Ao operar pontes rolantes será sempre necessário indicar claramente ao operador da ponte a atividade a ser executada. Essa comunicação pode ser por meio de rádio ou por uma sinalização visual. A sinalização visual é composta dos seguintes sinais:

• Descer – Mover a mão com o indicador estendido para baixo, mantendo o braço caído.

• Encerrar – Cruzar e descruzar os braços rapidamente, mantendo o braço na vertical e o antebraço na horizontal e as palmas das mãos para baixo.

• Mover lentamente – Dar sinal de movimento com uma das mãos e colocar outra parada adiante.

• Movimentos curtos – Com o braço estendido na vertical, dedos unidos com a mão fechada, abri-los e fechá-los simultaneamente.

• Parada de emergência – Braço estendido, palma da mão voltada para baixo, mover a mão rapidamente para a direita e para a esquerda

• Parada total – Estender os braços na vertical, com os dedos voltados para cima, e se colocar imóvel.

• Parada – Com o braço estendido e a palma da mão voltada para baixo, manter a postura rigidamente.

• Subir – Com o antebraço na vertical e o dedo indicador apontado para cima, mover a mão em pequeno círculo horizontal.

• Translação da ponte – Com o braço estendido e a mão aberta e um pouco levantada, fazer movimento de empurrar, direção do deslocamento.

• Translação do trole – Com o corpo lateral ao operador, de frente para o gancho, com a palma da mão para cima, braço estendido, dedos fechados e o polegar em direção ao deslocamento, sacudir a mão na horizontal.

Educador, aproveite essa oportunidade para fixar o conteúdo e treine com os jovens todos os sinais para operar as pontes rolantes

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52 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Montagem de painel sobre as regras de segurança e de sinalização

Esse painel destina-se a fazer uma simulação de segurança e sinalização, como se os jovens fossem operadores de pontes rolantes.

Os jovens devem ser divididos em grupos de seis e cada grupo dividido em dois. Assim cada grupo representará uma operação de ponte rolante e os subgrupos estarão na operação da ponte ou na preparação de cargas.

Os grupos devem listar atividades recorrentes na operação de pontes rolantes e demonstrar as atividades e as condições de sinalização e segurança.

Ao final da apresentação os grupos deverão escolher cinco ações demonstradas e documentá-las, sendo que, para cada ação deverão ser anotadas em uma folha a ação e a sua sinalização, com a descrição e o desenho da sinalização.

Essa aula é composta de uma atividade prática para que os jovens demonstrem o conhecimento das regras de segurança e sinalização na operação de uma ponte rolante.

Sexta Aula

10 min

Passo 1 / Orientação da Turma

30 min

Passo 2 / Atividade Prática

10 min

Passo 3 / Apresentação dos Resultados

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 53

Serão apresentados conceitos gerais das pontes rolantes, suas aplicações e capacidades, os movimentos envolvidos nos içamentos de cargas e seus principais elementos construtores. Todas as informações fundamentais de pontes rolantes serão consolidadas na construção de um catálogo de pontes rolantes baseados nas informações dos fabricantes.

Definir máquinas de elevação.

Estabelecer critérios para capacidade de pontes rolantes.

Definir as aplicações de pontes rolantes.

Conhecer o funcionamento básico de pontes rolantes.

Conhecer os elementos construtores das pontes rolantes e seus movimentos.

Conhecer os dispositivos de segurança das pontes rolantes.

Conhecer o sistema de controle e operação.

Objetivos

3 Documentação de Montagem e Testes

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54 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 55

Diagramas elétricos

Diagramas elétricos são representações gráficas de circuitos elétricos. Em eletrotécnica os diagramas elétricos são divididos em diagramas de força e diagramas de comando. Os diagramas de força podem ser unifilares ou trifilares, com uma única indicação para as três fases ou com indicação isolada para cada uma das fases. Os símbolos utilizados em diagramas elétricos são padronizados e representam todos os componentes possíveis.

A seguir apresentamos uma tabela de alguns compo-nentes e seus símbolos. Os diagramas podem ser sim-plificados ou chegarem a um alto nível de detalhamento.

Primeira Aula Os diagramas elétricos de comando, proteção e força de modo geral são o tema dessa aula.

15 min

Passo 1 / Aula Teórica

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56 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Existem vários softwares de auxílio na montagem de diagramas elétricos

Diagramas elétricos

Apresente o diagrama elétrico que está no Anexo 1 e discorra sobre cada um dos componentes.

Peça para os jovens elaborarem um diagrama elétrico de força e de comando simples. Solicite também que seja apresentado pelo menos um motor e um tipo de proteção.

35 min

Passo 2 / Atividade Sugerida

Tabela 1 – Símbolos de diagramas elétricos.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 57

Desenho mecânico

O desenho mecânico é a representação gráfica de uma montagem mecânica, apesar de poder ser traduzido em símbolos o desenho mecânico apresenta normalmente uma visão mais realista dos componentes.

O desenho mecânico pode apresentar vistas em duas dimensões (vista, planta e lateral) ou uma visão isométrica.

No desenho mecânico são inseridas linhas de centro, de cotas e indicações de montagem ou usinagem (tolerância, desvios, ajustes, etc.).

Uma característica importante do desenho mecânico para a montagem é a vista explodida que mostra os componentes de um conjunto montado e suas ligações.

Educador, apresente um desenho mecânico (anexo 2 – gabarito) e discorra sobre cada um dos componentes.

Elaboração de um desenho mecânico

Peça aos jovens para elaborar um desenho mecânico de um objeto presente na sala de aula (uma cadeira, um apagador, uma caneta) de acordo com o nível dos jovens. Esse desenho deve ser somente um esboço que, rapidamente, mostre a primeira representação do objeto.

Os desenhos mecânicos, no geral, são o tema dessa aula.

Segunda Aula

35 min

Passo 1 / Aula Teórica

15 min

Passo 2 / Atividade Sugerida

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58 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Diagrama elétrico de ponte rolante

O diagrama elétrico de uma ponte rolante normalmente é dividido em três diagramas separados um para cada componente da ponte rolante, o diagrama da ponte, o diagrama do trole e o diagrama da talha, sendo que cada um deles ainda é dividido em diagrama de força e diagrama de comando. Um diagrama que concatene todos esses diagramas também pode existir.

Os diagramas de força mostram o circuito de alimentação dos motores, sua proteção e modo de funcionamento, esses diagramas podem ser unifilares, quando todas as fases são representadas por uma única linha ou trifilares, quando cada fase é representada por uma linha.

Os diagramas de comando e proteção são apresentados na forma “ladder’, com duas fases e os circuitos interligados. Esses diagramas têm o nome devido à forma de uma escada (“ladder” em inglês), em que as duas fases são a sustentação da escada e cada ligação elétrica um degrau.

É possível agregar ao diagrama elétrico o mapa de conexões, indicando os bornes e a numeração dos fios e dos contatores.

Educador, apresente em um manual de pontes rolantes os diagramas elétricos e analise suas funções, ou, na ausência de um manual discorra sobre as funcionalidades existentes no diagrama do anexo 1: ligar, desligar, dispositivos de segurança e travamento. O manual deve ser obtido com um fabricante local de ponte rolante.

Desenho mecânico de ponte rolante

O desenho mecânico, diferentemente do diagrama elétrico, retrata a imagem vista da ponte rolante, enquanto o diagrama elétrico é simbólico.

Terceira Aula Os diagramas elétricos de comando, proteção e força de uma ponte rolante são os assuntos dessa aula, assim como os desenhos mecânicos.

35 min

Passo 1 / Aula Teórica

Bornes Terminais elétricos para fixação de cabos ou fios. Contadores Dispositivo elétrico que, acionado por corrente elétrica, conecta ou não um circuito elétrico.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 59

O desenho mecânico pode apresentar as visões laterais, frontais e planta e também um desenho isométrico, sendo que este último pode ser representado na sua forma explodida, que apresenta os componentes separados do conjunto montado, porém mantendo uma proporção de distância.

A representação do desenho mecânico apresenta linhas cheias para as bordas visíveis do objeto, linhas tracejadas para bordas não visíveis, linhas de traço e ponto para referências e linhas finas para cotas. Na apresentação do desenho mecânico anexo devem ser destacadas todas estas representações.

A figura abaixo apresenta as linhas apresentadas.

O desenho mecânico deve apresentar a legenda com as indicações das representações e também a lista de materiais.

No desenho mecânico são apresentadas também informações de autores e versões, sempre se deve trabalhar com a versão correta do desenho mecânico.

Manual de pontes rolantes

Apresente, em um manual de pontes rolantes, os desenhos mecânicos e peça aos jovens para analisá-los, ou, na ausência de um manual, discorra sobre as representações da talha, do trole e da ponte no anexo 1.

15 min

Passo 2 / Atividade Sugerida

Fig. 1 – Exemplo de desenho mecânico.

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60 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

O manual pode ser obtido com um fabricante local de pontes rolantes.

Preparação de montagem de ponte rolante

Na preparação para a montagem de uma ponte rolante é preciso a verificação inicial de todos os componentes que podem ser assim divididos:

Equipamentos elétricos:

• Fios e cabos elétricos

• Quadros de comando e proteção

• Réguas de bornes

• Fusíveis

• Conectores

• Motores elétricos Componentes mecânicos

• Trole

• Talha

• Mancais

• Eixos

• Redutores

• Tambor

• Cabo de aço

• Gancho

Essa aula se refere a todo procedimento que antecede a montagem de uma ponte rolante.

Quarta Aula

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 61

A verificação deve acompanhar o check-list do manual do fabricante, atentando sempre para as especificações de potência, tamanho e condições de

Ferramental para montagem

A montagem de uma ponte rolante deve ser feita com ferramental adequado.

O ferramental mecânico deve compreender pelo menos:

• Alicate chato com cabo isolado

• Alicate de bico redondo com cabo isolado

• Alicate de compressão com jogo de castanha p/ terminais de 25 mm a 120 mm

• Alicate de corte com cabo isolado

• Alicate universal com cabo isolado

• Alicates de pressão

• Arco de serra com jogo de serras

• Chave inglesa

• Jogo de chaves "Allen" completo

• Jogo de chaves "Estrela" completo

• Jogo de chaves "Griff" completo

• Jogo de chaves "Philips" completo

• Jogo de chaves "Soquete" completo

• Jogo de chaves de "Boca" completo

• Jogo de chaves de "Fenda" completo

• Jogo de limas

• Paquímetro

• Sacs-pinos

• Saca-polia 8” (2 unhas)

• Saca-polia 8” (tripé)

• Torquímetro

Educador, oriente os jovens sobre os usos dos EPIS – equipamentos de proteção individual e dos procedimentos de segurança. Consulte a norma de segurança NR-06.

Check-list Lista de verificação

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62 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

As ferramentas de montagem elétrica devem obedecer às normas de segurança em eletricidade e ser minimamente compostas de:

• Alicate amperímetro

• Alicate de corte

• Alicate de descascar fio

• Alicate de prensa terminal

• Alicate universal

• Chave catraca

• Chave inglesa

• Ferro de soldar

• Jogo de chave Allen

• Jogo de chave canhão

• Jogo de chave de fenda

• Jogo de chave Philips

• Saca-fusível NH

• Sugador de soldas

• Trena

Fixação de parafusos

Parafuso é uma peça usada para unir componentes entre si, ou prendê-los a um terceiro componente. Ele contém rosca e pode ou não ter uma cabeça.

A cabeça do parafuso serve para que se possa fixá-lo no seu local e auxilia a fixação dos componentes. Na outra ponta do parafuso pode-se ter uma porca que completa a sua fixação; outras vezes, uma rosca no próprio componente serve para completar a fixação. O parafuso pode ser dividido em vários tipos, mas comumente é dividido em: o que fixa um componente a outro e o que fixa mais componentes em si.

A cabeça do parafuso apresenta normalmente seis lados; por isso

o parafuso sem cabeça é bastante utilizado em motores, seu corpo possui duas roscas.

O aperto da porca deve ser controlado por um equipamento especial que mede o torque do aperto, o torquímetro.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 63

A rosca é conhecida pelo seu tamanho (diâmetro da rosca), pelo número de filetes em cada centímetro ou polegada, e pela grossura do filete

A porca é parte complementar do parafuso. Os dois, trabalhando juntos, fixam os componentes desejados. Entre a porca e o componente deve ser colocada uma arruela.

A arruela tem por finalidade evitar que a porca escape do parafuso, por causa da trepidação, pela mesma razão também pode ser usada uma cupilha, ou contraporca. A cupilha é usada com a porca do tipo castelo ou sextavada com ranhuras, o parafuso possui um furo, através do qual se introduz a cupilha.

Arruela é um anel que se coloca entre a porca e o parafuso, ou entre a cabeça do parafuso e o componente.

Montagem de ponte rolante

A montagem da ponte rolante deve seguir estritamente as instruções do manual do fabricante. A montagem me-cânica deve ser modular e não necessariamente seqüencial.

A montagem da ponte em si deve ser feita com a fixação correta das rodas e a elevação da ponte às guias. O posi-cionamento da ponte deve ser travado mecanicamente durante a montagem.

A montagem do trole deve ser feita com a conexão de todas as peças e aperto de todos os parafusos com o torquímetro de modo a garantir as especificações do fabricante.

A figura a seguir apresenta um exemplo de indicação de aperto dos parafusos.

Nessa aula são tratados os assuntos relativos à montagem de uma ponte rolante.

Quinta Aula

50 min

Passo 1 / Aula Teórica

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64 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

A montagem da talha deve seguir os mesmos procedimentos do fabricante, garantindo as condições de lubrificação de todos os componentes.

O tambor deve ser montado na talha com os cabos enrolados e o moitão acoplado.

Todos os travamentos devem seguir as especificações do manual, os travamentos podem ser por: porca castelo com coupilha; auto-retenção elástica com um anel de fibra; arruela de pressão; arruela dentada (dentes travados); chapa de travamento e acréscimo de atrito cônico na porca (exemplo: fixação da roda no carro).

Utilização de ferramentas

Chave de fenda – É usada para apertar parafusos. A chave deve ser adequada ao parafuso, sendo possível encontrar chaves de fenda simples, chaves Philips e chaves torx.

Martelo – Nas oficinas mecânicas são usados dois tipos de martelo: os de plásticos e os de couro. Alguns martelos especiais são usados também como os de bronze.

Alicate – Os alicates são usados com a função de torcer ou dobrar. Apesar de serem ferramentas simples, os alicates não devem, também, ser usados impropriamente.

Chaves – As chaves de boca são as mais comuns e as mais usadas, mas outros tipos também são importantes, como as de soquete. As chaves de boca podem ser do tipo de boca aberta (chave fixa) ou boca fechada (chave estrela). Gravado no seu cabo elas trazem um número que representa a sua medida.

A principal vantagem da chave de boca fechada é que sua extremidade pode ser fabricada mais fina, o que lhe

Fig. 2 – Pontos de aperto e lubrificação

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 65

permite entrar em locais apertados, onde as chaves de boca aberta não conseguem penetrar.

As chaves de soquete têm a finalidade das outras, sendo que o soquete pode ser solto e trabalhar com diversos tipos de braços de conexão. Um dos tipos de braço possui uma catraca interna, com a qual gira num sentido, aperta o parafuso e, em sentido contrário, gira em falso. Quando se usa esse braço não é necessário soltar o soquete, cada vez que se vai dar um novo aperto.

Testes de verificação

Os testes de verificação dependem essencialmente do fabricante, o manual do usuário é a primeira e melhor ferramenta para os testes. No entanto algumas operações devem ser executadas independentemente do tipo da ponte rolante, como:

• Verificar se todos os parafusos de fixação estão apertados e travados de acordo com o exigido.

• Verificar o nível de óleo da engrenagem de elevação.

• Verificar se o cabo de aço está livre de danos de transporte.

• Verificar se o cabo de aço está assentado e corretamente tensionado nas ranhuras do tambor.

• Verificar se a direção do movimento do gancho ou do mecanismo de translação corresponde ao símbolo na botoeira suspensa.

• Verificar se os limitadores de elevação estão funcionando corretamente.

• Verificar todos os ajustes e folgas.

Após a montagem, a verificação para a operação e manejo de uma ponte rolante é o assunto dessa aula.

Sexta Aula

30 min

Passo 1 / Aula Teórica

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66 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Testes de inspeção

Assim como nos testes de verificação os testes de inspeção devem seguir os manuais do fabricante. De modo geral as inspeções devem considerar as condições de emprego (aproveitamento da capacidade máxima, freqüência operacional e condições ambientais).

Uma instalação com grande número de horas de operação que, além disso, trabalha preponderantemente com carga total, deve ser examinada com maior freqüência do que, por exemplo, um guindaste que só é utilizado ocasionalmente para fins de montagem e para o qual é suficiente um único exame ao ano. Atmosferas poeirentas ou agressivas podem igualmente encurtar o intervalo entre testes de controle. Se houver divergência entre o intervalo de tempo determinado para um mesmo teste, o operador deverá determinar o intervalo de tempo do teste levando em consideração as condições de emprego. Esse intervalo não deverá ser superior a um ano e a determinação pode contar com o apoio do fabricante da ponte.

Todos os testes feitos devem ser registrados e arquivados.

O teste periódico precisa abranger essencialmente:

• Exame da identidade da instalação com as especificações no Manual de Operação.

• Exame do estado de peças componentes e dispositivos, tendo em vista danificações, desgaste, corrosão e outras alterações.

• Exame da integralidade e eficácia dos dispositivos de segurança e freios.

• Exame da via de rolamento do guindaste com seus suportes e conexões.

Em talhas:

• Averiguação da porção utilizada da vida útil teórica.

• Verificação, quando tiverem ocorrido defeitos prejudiciais à segurança e estes foram eliminados.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 67

Dividir os jovens em grupos de cinco e pedir que façam a listagem dos 10 pontos que eles julgam mais importantes na verificação.

Trocar a listagem dos grupos, pedir que os jovens relacionem a conseqüência da falta de verificação dos pontos apresentados pelos outros grupos.

Após todos terem feito a listagem de verificação e em conseqüência escolhido os 10 casos mais críticos, analisá-los junto com os jovens para fechar a atividade.

Manutenção corretiva, preventiva e preditiva

A manutenção corretiva segue a lógica de que quando uma máquina quebra, ela deve ser consertada e não antes disso. Esse método de manutenção sempre ocorreu e ainda ocorre, já que não há gasto com manutenção até que o sistema deixe de operar. A manutenção corretiva é uma técnica reativa que aguarda a falha da máquina. É também o método mais caro de manutenção.

Na manutenção preventiva é feito um estudo de quanto tempo uma máquina pode operar sem manutenção e, então, decorrido esse tempo, a máquina passa por uma manutenção. Entende-se tempo com um conceito amplo, não somente em horas ou dias, mas também em quilometragem, horas operacionais, fluxo de um produto, etc.

Essa aula trata da manutenção em três níveis e dos procedimentos relativos à operação contínua de uma ponte rolante.

Sétima Aula

20 min

Passo 2 / Atividade Sugerida

30 min

Passo 1 / Aula Teórica

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68 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

De posse das informações da máquina é levantada a curva do tempo médio para falha (CTMF) também conhecida como curva da banheira, que mostra que uma máquina nova tem menos probabilidade de falha que uma máquina velha.

O alcance da manutenção preventiva pode variar de simples lubrificação ou ajustes até programas de reparo, substituição e recondicionamentos.

Já na manutenção preditiva não há um determinante de tempo para a manutenção e sim um monitoramento cuidadoso da máquina para prevenir falhas, como vibração em máquinas rotativas ou análise de infravermelho para máquinas e painéis elétricos. A base da manutenção preditiva é o monitoramento da condição da máquina.

Esse método de manutenção é o método de menor custo.

Procedimentos de manutenção básica

A manutenção básica de uma ponte rolante deve ser feita pelo operador da ponte de forma diária. A verificação de todas as folgas e seus ajustes, a verificação do nível de óleo e a sua reposição, bem como a verificação das correntes elétricas e qualquer outra anomalia garante a operação da ponte rolante.

O ferramental básico (normalmente fornecido junto com a ponte) deve ser suficiente para os procedimentos de manutenção básica.

Devido ao aquecimento/desaquecimento dos painéis elétricos, os parafusos de fixação de cabos podem se soltar, causando maus contatos. Rotineiramente os parafusos devem ser novamente apertados.

Em grupo de cinco, os jovens devem verificar quais as condições para se definir o tipo de manutenção a ser executada, relatando as conseqüências dessa decisão.

20 min

Passo 2 / Elaboração de Catálogo

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 69

Um painel com todos os tópicos do curso deve ser feito com os jovens. Relembrar, na montagem, todos os conceitos vistos anteriormente.

Os jovens devem ser divididos em grupos de cinco.

Os grupos deverão listar os componentes de uma ponte rolante e descrever os passos da montagem, colocar ressalvas para os aspectos de segurança.

Ao final da apresentação os grupos deverão montar um quadro com a seqüência de operações de montagem.

Nessa aula será realizada avaliação teórica referente aos capítulos 2 e 3.

Nona Aula

Essa aula propõe um painel com todos os assuntos tratados no curso.

Oitava Aula

15 min

Passo 1 / Planejamento, Organização e Apresentação do Painel

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70 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 71

PROJETO ESCOLA FORMARE

CURSO: .........................................................................................................................

ÁREA DO CONHECIMENTO: Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

Nome ....................................................................................Data: ......./........../ ..........

Avaliação Teórica

1 [1,0 ponto] Prepare um check-list com, no mínimo, seis itens a serem verificados para a montagem de uma ponte rolante.

2 [1,0 ponto] Dos itens abaixo relacionados quais não são necessários na montagem de uma ponte rolante:

( ) Alicate de descascar fio

( ) Alicate de prensa terminais

( ) Alicate universal com cabo isolado

( ) Alicates de pressão

( ) Arco de serra com jogo de serras

( ) Chave Inglesa

( ) Desempeno de fofo

( ) Jogo de chaves Allen completo

( ) Jogo de chaves estrela completo

( ) Micrômetro

( ) Saca-fusível NH

( ) Serra circular

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72 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

3 [2,0 ponto] Qual a utilidade do torquímetro na montagem de uma ponte rolante?

4 [1,0 ponto] Como um teste pode verificar a rotação errada da talha?

5 [1,0 ponto] A troca do óleo do carro pela quilometragem rodada é que tipo de manutenção, como fazer para melhorar esta manutenção?

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 73

Capítulo 2 – Segunda aula

1 Área da placa: 2 x 1 = 2 m²

Espessura: 2 cm = 0,02 m Volume = Área da placa x Espessura = 2 x 0,02 = 0,04 m³ Peso = Volume x Densidade = 0,04 x 2,7 = 0,108 tonelada ou 1.080 kg

2 Peso = Volume x Densidade = 250 x 0,8 = 200 kg

3 Peso = Volume x Densidade = 250 x 1 = 250 kg

4

Posicionamento da referência no canto embaixo à esquerda.

Primeira parte: 0,25 da esquerda e 0,6 de altura, ponderação (1,2 x 0,5 = 0,6)

Segunda parte: 0,5 + 1,5 = 2,0 da esquerda e 0,7 de altura, ponderação (1,4 x 3 = 4,2)

Terceira parte: 4 da esquerda e 0,5 de altura, ponderação (1 x 1 = 1)

Distância do CG em relação à referência =

(0,25 x 0,6 + 2,0 x 4,2 + 4 x 1) / 0,6+4,2+1 =

(0,15 + 8,4 + 4) / 5,8 = 2,16

Altura do CG

(0,6 x 0,6 + 0,7 x 4,2 + 0,5 x 1) / 0,6+4,2+1 =

(0,36 + 2,94 +0,5) / 5,8 = 0,655

Gabarito dos Exercícios

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 75

Anodizações Produzir, através de um banho eletrolítico, uma camada de óxido na superfície de um metal que funciona como ânodo, de forma a endurecê-lo e a torná-lo mais resistente à corrosão.

Automação Conjunto das técnicas e dos sistemas de produção fabril baseados em máquinas com capacidade de executar tarefas previamente executadas pelo homem e de controlar seqüências de operações sem a intervenção humana.

Big bag

Saco de polipropileno comportando cargas de cerca de 1.000 kg, utilizado para o manuseio de granéis.

Bornes Terminais elétricos para fixação de cabos ou fios transportados.

Célula de carga Célula de carga

Check-list

Lista de verificação

Contatores Dispositivo elétrico que, acionado por corrente elétrica, conecta ou não um circuito elétrico

Contatores Dispositivo elétrico que, acionado por corrente elétrica, conecta ou não um circuito elétrico

Energia cinética Energia relativa ao movimento de um corpo.

Flanges Dispositivo de conexão entre eixos

Galvanização Processo de proteção de materiais metálicos pela adesão de uma camada protetora, feito através de corrente elétrica.

Redutor Dispositivo mecânico que altera a rotação e torque entre a entrada e a saída.

Glossário

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Suscetibilidade Qualidade de não resistir aos esforços submetidos.

Talha Dispositivo mecânico que serve para o içamento.

Torque Força aplicada sobre um objeto que é efetivamente utilizada para fazer ele girar em torno de um eixo ou ponto central

Trifásico Diz-se das correntes elétricas de três fases com diferença de 120 graus

Trole Carro que suporta a talha e se move pela ponte

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ABUS, Manual do Fabricante, 2001.

BRASIL, H. V., Máquinas de Levantamento, Guanabara – Brasil, 1985.

FERROLI, P. C.; Losekam C. R., Curso de Desenho Industrial – Univali, 2004.

GARCIA JÚNIOR, Antônio Carlos, Segurança e Saúde no Trabalho Portuário – Manual Técnico da NR 29/ (Organizador), Vitória, Fundacentro/ES,2003.

GIUDICI/SAKAY, Projeto de Máquinas – Pontes Rolantes, 2004.

LANGUI, C. A., Pontes Rolantes – A Importância do Equipamento nas Áreas de Produção Industrial. Monografia, Universidade de Taubaté, 2001.

MICHIGAN DEPARTMENT OF LABOR & ECONOMIC GROWTH,Safety Manual for Overhead Crane Operators, 2002.

MUNCK, Manual do Fabricante, 2002.

nbr 8400, Cálculo de Equipamento para Levantamento e Movimentação de Cargas, ABNT, 1984.

PINHO, Mauro Ottoboni Transporte e Montagem, Rio de Janeiro: IBS/CBCA, 2005.

R & M – Materials Handling, Manual do Fabricante, 2005.

SANTOS JÚNIOR, A. A., Freios e Embreagens por Atrito, Apostila de Elementos de Máquinas II , Unicamp. Obtido em: http://www.fem.unicamp.br/~lafer/em718/ em 23 de abril de 2007.

TAMASAUSKAS, A. Metodologia do Projeto Básico de Equipamento de Manuseio e Transporte de Cargas – Ponte Rolante – Aplicação Não-Siderúrgica. Dissertação de mestrado, USP, 2000.

Sites para consulta

www.cofermar.com.br - Cintas de Poliéster e Acessórios, acessado em 23 de abril de 2007.

Referências

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Anexo 1

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Anexo 2

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Anexo 2 – Gabarito

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NR 6 - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI

6.1. Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.1.1. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6.2. O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à \enda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego.

6.3. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:

a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho;

b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e,

c) para atender a situações de emergência.

6.4. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado o disposto no item 6.3, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o disposto no ANEXO I desta NR.

6.4.1. As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados no ANEXO I, desta NR, sejam considerados como EPI, bem como as propostas para reexame daqueles ora elencados, deverão ser avaliadas por comissão tripartite a ser constituída pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após ouvida a CTPP, sendo as conclusões submetidas àquele órgão do Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação.

6.5. Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.

6.5.1. Nas empresas desobrigadas de constituir CIP A, cabe ao designado, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, recomendar o EPI adequado à proteção do trabalhador.

6.6. Cabe ao empregador

6.6.1. Cabe ao empregador quanto ao EPI :

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;

Anexo 3

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b) exigir seu uso;

c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;

e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;

f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,

g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.

6.7. Cabe ao empregado

6.7.1. Cabe ao empregado quanto ao EPI:

a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

b) responsabilizar-se pela guarda e conservação;

c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o tome impróprio para uso; e,

d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

6.8. Cabe ao fabricante e ao importador

6.8.1. O fabricante nacional ou importador deverá:

a) cadastrar-se, segundo o ANEXO II, junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;

b) solicitar a emissão do CA, conforme o ANEXO II;

c) solicitar a renovação do CA, conforme o ANEXO II, quando vencido o prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho;

d) requerer novo CA, de acordo com o ANEXO II, quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado

e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao Certificado de Aprovação - CA;

f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA;

g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos;

h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso;

i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e,

j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando for o caso.

6.9. Certificado de Aprovação - CA

6.9.1. Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade:

a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;

b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso;

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c) de 2 (dois) anos, para os EPI desenvolvidos até a data da publicação desta Norma, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, sendo que nesses casos os EPI terão sua aprovação pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação, podendo ser renovado até 2007, quando se expirarão os prazos concedidos; e,

d) de 2 (dois) anos, renováveis por igual período, para os EPI desenvolvidos após a data da publicação desta NR, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, caso em que os EPI serão aprovados pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação.

6.9.2. O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer prazos diversos daqueles dispostos no subi tem 6.9.1.

6.9.3. Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.

6.9.3.1. Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3, o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar forma alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante ou importador, devendo esta constar do CA.

6.10. Restauração, lavagem e higienização de EPI

6.10.1. Os EPI passíveis de restauração, lavagem e higienização, serão definidos pela comissão tripartite constituída, na forma do disposto no item 6.4.1, desta NR, devendo manter as características de proteção original.

6.11. Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / MTE

6.11.1. Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho:

a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI;

b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI;

c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI;

d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador;

e) fiscalizar a qualidade do EPI;

f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,

g) cancelar o CA.

6.11.1.1. Sempre que julgar necessário o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o nome do fabricante e o número de referência, além de outros requisitos.

6.11.2. Cabe ao órgão regional do MTE:

a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI;

b) recolher amostras de EP I; e,

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c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR.

6.12. Fiscalização para verificação do cumprimento das exigências legais relativas ao EPI.

6.12.1. Por ocasião da fiscalização poderão ser recolhidas amostras de EPI, no fabricante ou importador e seus distribuidores ou revendedores, ou ainda, junto à empresa utilizadora, em número mínimo a ser estabelecido nas normas técnicas de ensaio, as quais serão encaminhadas, mediante oficio da autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, a um laboratório credenciado junto ao MTE ou ao SINMETRO, capaz de realizar os respectivos laudos de ensaios, ensejando comunicação posterior ao órgão nacional competente.

6.12.2. O laboratório credenciado junto ao MTE ou ao SINMETRO, deverá elaborar laudo técnico, no prazo de 30 (trinta) dias a contar do recebimento das amostras, ressalvados os casos em que o laboratório justificar a necessidade de dilatação deste prazo, e encaminhá-Io ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, ficando reservado a parte interessada acompanhar a realização dos ensaios.

6.12.2.1. Se o laudo de ensaio concluir que o EPI analisado não atende aos requisitos mínimos especificados em normas técnicas, o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho expedirá ato suspendendo a comercialização e a utilização do lote do equipamento referenciado, publicando a decisão no Diário Oficial da União DOU.

6.12.2.2. A Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, quando julgar necessário, poderá requisitar para analisar, outros lotes do EPI, antes de proferir a decisão final.

6.12.2.3. Após a suspensão de que trata o subi tem 6.12.2.1, a empresa terá o prazo de 10 (dez) dias para apresentar defesa escrita ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho.

6.12.2.4. Esgotado o prazo de apresentação de defesa escrita, a autoridade competente do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho - DSST, analisará o processo e proferirá sua decisão, publicando-a no DOU.

6.12.2.5. Da decisão da autoridade responsável pelo DSST, caberá recurso, em última instância, ao Secretário de Inspeção do Trabalho, no prazo de 10 (dez) dias a contar da data da publicação da decisão recorrida.

6.12.2.6. Mantida a decisão recorrida, o Secretário de Inspeção do Trabalho poderá determinar o recolhimento do(s) lote(s), com a conseqüente proibição de sua comercialização ou ainda o cancelamento do CA.

6.12.3. Nos casos de reincidência de cancelamento do CA, ficará a critério da autoridade competente em matéria de segurança e saúde no trabalho a decisão pela concessão, ou não, de um novo CA

6.12.4. As demais situações em que ocorra suspeição de irregularidade, ensejarão comunicação imediata às empresas fabricantes ou importadoras, podendo a autoridade competente em matéria de segurança e saúde no trabalho suspender a validade dos Certificados de Aprovação de EPI emitidos em favor das mesmas, adotando as providências cabíveis.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 89

ANEXO I

LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA

A.1- Capacete

a) Capacete de segurança para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio;

b) capacete de segurança para proteção contra choques elétricos;

c) capacete de segurança para proteção do crânio e face contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio.

A.2 - Capuz

a) Capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica;

b) capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra respingos de produtos químicos;

c) capuz de segurança para proteção do crânio em trabalhos onde haja risco de contato com partes giratórias ou móveis de máquinas.

B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE

B.1 - Óculos

a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes;

b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa;

c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação uitra-violeta;

d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação infra-vermelha;

e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de produtos químicos.

B.2 - Protetor facial

a) Protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de partículas volantes;

b) protetor facial de segurança para proteção da face contra respingos de produtos químicos;

c) protetor facial de segurança para proteção da face contra radiação infra-vermelha;

d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa.

B.3 - Máscara de Solda

a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas volantes;

b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação ultra -violeta;

c ) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação infra-vermelha;

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90 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra luminosidade intensa.

C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA

C.1 - Protetor auditivo

a) Protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;

b ) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II;

c) protetor auditivo semi -auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR - 15, Anexos I e II.

D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA

D.1 - Respirador purificador de ar

a) Respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas;

b) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos;

c) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;

d) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão);

e) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra gases emanados de produtos químicos;

f) respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra partículas e gases emanados de produtos químicos;

g) respirador purificador de ar motorizado para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos.

D.2 - Respirador de adução de ar

a) respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em ambientes confinados;

b) máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde e em ambientes confinados;

D.3 - Respirador de fuga

a) Respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosa à Vida e à Saúde ou com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume.

E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO

E.I - Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, Irecânica, química, radioativa e meteoro lógica e umidade proveniente de operações com uso de água.

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 91

E.2 Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica

F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES

F.I - Luva

a) Luva de segurança para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes;

b)luva de segurança para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes;

c) luva de segurança para proteção das mãos contra choques elétricos;

d) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes térmicos;

e) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes biológicos;

f) luva de segurança para proteção das mãos contra agentes químicos;

g) luva de segurança para proteção das mãos contra vibrações;

h) luva de segurança para proteção das mãos contra radiações ionizantes.

F.2 - Creme protetor

a) Creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes químicos, de acordo com a Portaria SSST n° 26, de 29/12/1994.

F.3 - Manga

a)Manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos;

b) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes abrasivos e escoriantes;

c) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes cortantes e perfurantes.

d) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra umidade proveniente de operações com uso de água;

e) manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra agentes térmicos.

F.4 - Braçadeira

a) Braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes cortantes.

F.5 - Dedeira

a) Dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e escoriantes.

G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES

G.I - Calçado

a) Calçado de segurança para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os arte lhos;

b) calçado de segurança para proteção dos pés contra choques elétricos;

c) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes térmicos;

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92 Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes

d) calçado de segurança para proteção dos pés contra agentes cortantes e escoriantes;

e) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água;

f) calçado de segurança para proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos químicos.

G.2 - Meia

a) Meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas.

G.3 - Perneira

a) Perneira de segurança para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes;

b) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes térmicos;

c) perneira de segurança para proteção da perna contra respingos de produtos químicos;

d) perneira de segurança para proteção da perna contra agentes cortantes e perfurantes;

e) perneira de segurança para proteção da perna contra umidade proveniente de operações com uso de água.

G.4 - Calça

a) Calça de segurança para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes;

b) calça de segurança para proteção das pernas contra respingos de produtos químicos;

c) calça de segurança para proteção das pernas contra agentes térmicos;

d) calça de segurança para proteção das pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água.

H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO H.l - Macacão

a) Macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas;

b) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos;

c) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;

d) macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água.

H.2 - Conjunto a) Conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e infe riores contra agentes térmicos;

b) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para

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proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;

c) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água;

d) conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra chamas.

H.3 - Vestimenta de corpo inteiro a) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra respingos de produtos químicos;

b) vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra umidade pro veniente de operações com água;

c) vestimenta condutiva de segurança para proteção de todo o corpo contra choques elétricos.

I- EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL 1.1 - Dispositivo trava-queda

a) Dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas.

1.2 - Cinturão a) Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura;

b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos em altura.

Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica a ser expedida pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após observado o disposto no subi tem 6.4.1.

ANEXO II

1.1 - O cadastramento das empresas fabricantes ou importadoras, será feito mediante a apresentação de formulário único, conforme o modelo disposto no ANEXO III, desta NR, devidamente preenchido e acomp anhado de requerimento dirigido ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho.

1.2 - Para obter o CA, o fabricante nacional ou o importador, deverá requerer junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho a aprovação do EPI.

1.3 - O requerimento para aprovação do EPI de fabricação nacional ou importado deverá ser formulado, solicitando a emissão ou renovação do CA e instruído com os seguintes documentos:

a) memorial descritivo do EPI, incluindo o correspondente enquadramento no ANEXO I desta NR, suas características técnicas, materiais empregados na sua fabricação, uso a que se destina e suas restrições;

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b) cópia autenticada do relatório de ensaio, emitido por laboratório credenciado pelo órgão competente em matéria de segurança e saúde no trabalho ou do documento que comprove que o produto teve sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO, ou, ainda, no caso de não haver laboratório credenciado capaz de elaborar o relatório de ensaio, do Termo de Responsabilidade Técnica, assinado pelo fabricante ou importador, e por um técnico registrado em Conselho Regional da Categoria;

c) cópia autenticada e atualizada do comprovante de localização do estabelecimento, e,

d) cópia autenticada do certificado de origem e declaração do fabricante estrangeiro autorizando o importador ou o fabricante nacional a comercializar o produto no Brasil, quando se tratar de EPI importado.

ANEXO III

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO SECRETARIA DE INSPEÇÃO DO TRABALHO

DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO FORMULÁRIO ÚNICO PARA CADASTRAMENTO DE EMPRESA FABRICANTE OU IMPORTADORA DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

1 - Identificação do fabricante ou importador de EPI:

( ) - Fabricante ( ) - Importador ( ) - Fabricante e Importador

Razão Social:

Nome Fantasia: Cidade:

Endereço:

CEP:

Bairro:

Telefone:

Fax:

E-Mail:

Ramo de Atividade:

CNAE (Fabricante):

CNPJ/MF:

Inscrição Estadual - IE:

Inscrição Municipal- IM: Estado:

CCI da SRF/MF (Importador):

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Montagem e Manutenção de Pontes Rolantes 95

2 - Responsável perante o DSST / SIT:

a) Diretores:

Nome N.º da Identidade Cargo na Empresa

1-

2-

3-

b) Departamento Técnico:

Nome N.º do Registro Prof. Conselho Prof./Estado

1-

2-

3 - Lista de EPI fabricados:

4 - Observações:

a) Este formulário único deverá ser preenchido e atualizado, sempre que houver alteração, acompanhado de requerimento ao DSST / SIT / MTE;

b) Cópia autenticada do Contrato Social onde conste dentre os objetivos sociais da empresa, a fabricação e/ou importação de EPI.

Nota: As declarações anteriormente prestadas são de inteira responsabilidade do fabricante ou importador, passíveis de verificação e eventuais penalidades, facultadas em Lei.

________________________, _____de_____________de______.

____________________________

Diretor ou Representante Legal

Portarias de Alteração Portaria GM n.o 3.214, de 08 de iunho de 1978 06/07/78 Portaria SSMT n.o 06, de 09 de março de 1983 14/03/83 Portaria DSST n.o 05, de 28 de outubro de 1991 30/10/91 Portaria DSST n.O 03, de 20 de fevereiro de 1992 21/02/92 Portaria DSST n.o 02, de 20 de maio de 1992 21/05/92 Portaria SSST n.o 26, de 29 de dezembro de 1994 30/12/94 Portaria SIT n.o 25, de 15 de outubro de 2001 17/10/01 Portaria SIT n.o 48, de 25 de março de 2003 28/03/03 Portaria SIT n.o 108, de dezembro de 2004 10/12/04 Portaria N° 194, de 22/12/2006 22/12/06

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NR 11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais(111.000-4)

11.1. Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras.

11.1.1. Os poços de elevadores e monta-cargas deverão ser cercados, solidamente, em toda sua altura, exceto as portas ou cancelas necessárias nos pavimentos. (111.001-2 / I2)

11.1.2. Quando a cabina do elevador não estiver ao nível do pavimento, a abertura deverá estar protegida por corrimão ou outros dispositivos convenientes. (111.002-0 / I2)

11.1.3. Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão calculados e construídos demaneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho. (111.003-9 / I2)

11.1.3.1. Especial atenção será dada aos cabos de aço, cordas, correntes, roldanas e ganchos que deverão ser inspecionados, permanentemente, substituindo-se as suas partes defeituosas. (111.004-7 / I2)

11.1.3.2. Em todo o equipamento será indicado, em lugar visível, a carga máxima de trabalho permitida. (111.005-5 / I1)

11.1.3.3. Para os equipamentos destinados à movimentação do pessoal serão exigidas condições especiais de segurança. (111.006-3 / I1)

11.1.4. Os carros manuais para transporte devem possuir protetores das mãos. (111.007-1 / I1)

11.1.5. Nos equipamentos de transporte, com força motriz própria, o operador deverá receber treinamento específico, dado pela empresa, que o habilitará nessa função. (111.008-0 / I1)

11.1.6. Os operadores de equipamentos de transporte motorizado deverão ser habilitados e só poderão dirigir se durante o horário de trabalho portarem um cartão de identificação, com o nome e fotografia, em lugar visível. (111.009-8 / I1)

11.1.6.1. O cartão terá a validade de 1 (um) ano, salvo imprevisto, e, para a revalidação, o empregado deverá passar por exame de saúde completo, por conta do empregador. (111.010-1 / I1)

11.1.7. Os equipamentos de transporte motorizados deverão possuir sinal de advertência sonora (buzina). (111.011-0 / I1)

11.1.8. Todos os transportadores industriais serão permanentemente inspecionados e as peças defeituosas, ou que apresentem deficiências, deverão ser imediatamente substituídas. (111.012-8 / I1)

Anexo 4

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11.1.9. Nos locais fechados ou pouco ventilados, a emissão de gases tóxicos, por máquinas transportadoras, deverá ser controlada para evitar concentrações, no ambiente de trabalho, acima dos limites permissíveis. (111.013-6 / I2)

11.1.10. Em locais fechados e sem ventilação, é proibida a utilização de máquinas transportadoras, movidas a motores de combustão interna, salvo se providas de dispositivos neutralizadores adequados. (111.014-4 / I3)

11.2. Normas de segurança do trabalho em atividades de transporte de sacas.

11.2.1. Denomina-se, para fins de aplicação da presente regulamentação a expressão "Transporte manual de sacos" toda atividade realizada de maneira contínua ou descontínua, essencial ao transporte manual de sacos, na qual o peso da carga é suportado, integralmente, por um só trabalhador, compreendendo também o levantamento e sua deposição.

11.2.2. Fica estabelecida a distância máxima de 60,00m (sessenta metros) para o transporte manual de um saco. (111.015-2 /I1)2

11.2.2.1. Além do limite previsto nesta norma, o transporte descarga deverá ser realizado mediante impulsão de vagonetes, carros, carretas, carros de mão apropriados, ou qualquer tipo de tração mecanizada. (111.016-0 / I1)

11.2.3. É vedado o transporte manual de sacos, através de pranchas, sobre vãos superiores a 1,00m (um metro) ou mais de extensão. (111.017-9 / I2)

11.2.3.1. As pranchas de que trata o item 11.2.3 deverão ter a largura mínima de 0,50m (cinqüenta centímetros). (111.018-7 /I1)

11.2.4. Na operação manual de carga e descarga de sacos, em caminhão ou vagão, o trabalhador terá o auxílio de ajudante. (111.019-5 / I1)

11.2.5. As pilhas de sacos, nos armazéns, devem ter altura máxima limitada ao nível de resistência do piso, à forma e resistência dos materiais de embalagem e à estabilidade, baseada na geometria, tipo de amarração e inclinação das pilhas. (111.020-9 / I1)

11.2.6. No processo mecanizado de empilhamento, aconselha-se o uso de esteiras-rolantes, dadas ou empilhadeiras.

11.2.7 Quando não for possível o emprego de processo mecanizado, admite-se o processo manual, mediante a utilização de escada removível de madeira, com as seguintes características:

a) lance único de degraus com acesso a um patamar final; (111.022-5 / I1)

b) a largura mínima de 1,00m (um metro), apresentando o patamar as dimensões mínimas de 1,00m x 1,00m (um metro x um metro) e a altura máxima, em relação ao solo, de 2,25m (dois metros e vinte e cinco centímetros); (111.023-3 / I1)

c) deverá ser guardada proporção conveniente entre o piso e o espelho dos degraus, não podendo o espelho ter altura superior a 0,15m (quinze centímetros), nem o piso largura inferior a 0,25m (vinte e cinco centímetros); (111.024-1 / I1)

d) deverá ser reforçada, lateral e verticalmente, por meio de estrutura metálica ou de madeira que assegure sua estabilidade; (111.025-0 / I1)

e) deverá possuir, lateralmente, um corrimão ou guarda-corpo na altura de 1,00m (um metro) em toda a extensão; (111.026-8 / I1)

f) perfeitas condições de estabilidade e segurança, sendo substituída imediatamente a que apresente qualquer defeito. (111.027-6 / I1)

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11.2.8. O piso do armazém deverá ser constituído de material não escorregadio, sem aspereza, utilizando-se, de preferência, o mastique asfáltico, e mantido em perfeito estado de conservação. (111.028-4 / I1)

11.2.9. Deve ser evitado o transporte manual de sacos em pisos escorregadios ou molhados. (111.029-2 / I1)

11.2.10. A empresa deverá providenciar cobertura apropriada dos locais de carga e descarga da sacaria. (111.030-6 / I1)

11.3. Armazenamento de materiais.

11.3.1. O peso do material armazenado não poderá exceder a capacidade de carga calculada para o piso. (111.031-4 / I1)

11.3.2. O material armazenado deverá ser disposto de forma a evitar a obstrução de portas, equipamentos contra incêndio, saídas de emergências, etc. (111.032-2 / I1)

11.3.3. Material empilhado deverá ficar afastado das estruturas laterais do prédio a uma distância de pelo menos 0,50m (cinqüenta centímetros). (111.033-0 / I1)

11.3.4. A disposição da carga não deverá dificultar o trânsito, a iluminação, e o acesso às saídas de emergência. (111.034-9 /

11.3.5. O armazenamento deverá obedecer aos requisitos de segurança especiais a cada tipo de material.

Portarias de Alteração: Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 (DOU de 06/07/78)

Portaria SIT n.º 56, de 17 de julho de 2003 (DOU de 18/07/03)

Portaria SIT n.º 82, de 01 de junho de 2004 (DOU de 02/06/04)

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