apostila - operação de pórticos e pontes rolantes

33
CESP UHE Ilha Solteira 2009 Operação de Pórticos e Pontes Rolantes

Upload: alessandro-cassoli

Post on 13-Jun-2015

23.609 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

Apostila para treinamento de operadores de pórticos e pontes rolantes, elaborada especificamente para os equipamentos da CESP UHE Ilha Solteira.

TRANSCRIPT

Page 1: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

CESP UHE Ilha Solteira

2009

Operação de Pórticos e Pontes Rolantes

Page 2: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 2

Índice

1. Responsabilidades 3 2. Funcionamento básico dos principais sistemas 5 2.1 Estrutura 5 2.2 Alimentação 6 2.3 Freios 7 2.4 Tambores enroladores 10 2.5 Cabos de aço 11 2.6 Caixa de guincho 12 2.7 Acionamento 13 2.8 Proteções elétricas 14 3. Técnicas de transporte amarração de carga 16 3.1 Dispositivos de fixação 16 3.2 Amarração de carga 18 3.3 Inspeção 20 3.4 Cabos de aço 21 3.5 Laços 24 4. Elementos de fixação 25 4.1 Olhais 25 4.2 Porca Olhal 26 4.3 Manilhas 27 4.4 Manilha Reta Pesada 28 4.5 Manilha Curva 29 4.6 Gancho Olhal 30 4.7 Anéis de Carga 31 5. Boas práticas de operação 32 5.1 Parada e partida progressivas 32 6. Limites e peculiaridades dos equipamentos 33

Page 3: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 3

1. Responsabilidades

A operação de Pórticos e Pontes Rolantes só pode ser realizada por

funcionário devidamente treinado e credenciado pela empresa. Neste manual

iremos nos referir a este pessoal como “operadores”.

Tanto o operador quanto a pessoa que realiza a amarração da carga são

responsáveis pela escolha dos equipamentos utilizados para o içamento da carga.

Para esta escolha, deve-se levar em consideração o peso da carga, os recursos

existentes para amarração e o percurso a ser realizado durante o transporte da

carga.

As regras contidas na instrução IO/OP/03 devem ser respeitadas durante

todas as operações de manutenção nas instalações CESP. Para os operadores de

Pórticos e Pontes Rolantes é importante destacar algumas em especial:

É expressamente PROIBIDO:

• Improvisar material de amarração

• Transportar peças que tenham

componentes soltos e possam se soltar

• Transportar pessoas sobre a carga

Page 4: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 4

1. OBJETIVO

Estabelecer normas e procedimentos com vistas a garantir a segurança do pessoal e

dos equipamentos na operação e manutenção do sistema eletro energético da Cesp.

3. DIRETRIZES

e) Não são permitidas improvisações de qualquer natureza em máquinas,

ferramentas, equipamentos de proteção individual e coletiva, dispositivos de

manutenção, etc;

h) Todo serviço executado, acima de 2 metros do nível do solo deverá ter seu risco de

queda sob controle através da utilização de equipamento adequado;

5.2. DO RESPONSÁVEL PELA EQUIPE

c) Certificar-se de que os empregados estão devidamente instruídos com relação aos

itens das normas de segurança aplicáveis aos serviços que serão executados;

d) Advertir pronta e adequadamente os empregados sob sua responsabilidade,

quando deixarem de cumprir as normas de segurança do trabalho;

f) Proibir que os integrantes de sua equipe utilizem ferramentas e equipamentos

inadequados ou defeituosos;

5.4. DO EMPREGADO

a) Interromper suas tarefas exercendo o direito de recusa, sempre que constatarem

evidências de riscos graves e iminentes para sua segurança e saúde ou a de outra

pessoa, comunicando imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que

diligenciará as medidas cabíveis.

b) Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas

por suas ações ou omissões no trabalho;

c) Responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais

e regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos de segurança e saúde; f)

Alertar os companheiros de trabalho quando estes executarem os serviços de maneira

incorreta ou atos que possam gerar acidentes;

g) Comunicar imediatamente ao seu superior e aos companheiros de trabalho,

qualquer acidente ou incidente, por mais insignificante que seja, ocorrido consigo

próprio ou terceiros, para que sejam tomadas as providências cabíveis;

9. SEGURANÇA DURANTE MANOBRAS

b) O empregado que manda executar determinada manobra ou trabalho torna-se

automaticamente responsável pela ordem dada, devendo tomar as precauções

necessárias para eliminar ou reduzir ao mínimo a possibilidade de risco de acidentes,

o que não exclui a necessidade de uma execução consciente por parte de quem

efetua a manobra ou trabalho;

d) Manobra não deve ser feita precipitadamente, mesmo em caso de emergência;

Page 5: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 5

2. Funcionamento básico dos principais sistemas

2.1 Estrutura

Uma ponte rolante é composta basicamente pelos seguintes sistemas:

Fonte: Manual Villares P&H

Translação é o nome dado ao eixo imaginário paralelo ao caminho de

rolamento.

Direção é o nome do eixo imaginário perpendicular ao caminho de

rolamento.

Suspensão é o nome dado ao eixo de deslocamento da caixa de gancho,

também conhecida por moitão.

Para os pórticos adota-se a mesma nomenclatura, visto que seus sistemas

são praticamente idênticos aos das pontes rolantes.

Page 6: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 6

2.2 Alimentação

O sistema de alimentação

elétrica constitui uma das grandes

diferenças entre pontes e

pórticos.

Devido à altura do caminho

de rolagem, a maioria das pontes

rolantes permite a instalação de

barramentos de alimentação,

como vemos na figura ao lado.

Barramento 440V – Ponte rolante 10T – Galeria de filtros

Já os pórticos, cujos caminhos de rolamento

estão no mesmo nível por onde transitam pessoas e

veículos, precisam de um sistema de alimentação

mais seguro.

Na figura ao lado vemos o mecanismo

enrolador de cabos do pórtico 160T.

No detalhe, vemos o dispositivo responsável

pela alternância do sentido de giro do enrolador

O cabo de alimentação, também chamado de

jibóia, é ancorado no centro do caminho de

rolamento do pórtico. Assim, o enrolador precisa

alternar o sentido de giro, para enrolar ou desenrolar

o cabo corretamente. Note também que a jibóia fica alojada em uma canaleta

de proteção, de maneira a diminuir o risco de ruptura do cabo caso algum

veículo cruze o caminho de rolamento.

Page 7: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 7

2.3 Freios

Os sistemas de frenagem de pontes e

pórticos são considerados vitais para a garantia

de segurança das manobras.

O mecanismo de suspensão conta com

acionamento automático do freio, cuja

atracação ocorre quando o manete é colocado

na posição central (zero).

Freio de serviço da Suspensão – Ponte 35T

Além do sistema de

freio convencional, o

mecanismo de suspensão conta

com um dispositivo conhecido

por Magnetorque ou freio

eletrodinâmico de correntes de

Foucault, que tem a função de

controlar a velocidade máxima

de descida da carga, evitando

que o mecanismo de descida dispare e atinja velocidades maiores do que a de

projeto.

No entanto, o operador deve estar atento ao tempo de resposta do freio,

principalmente quando estiver baixando carga. O tempo de parada é maior

quanto maior for o peso da carga. Por isso, recomenda-se uma desaceleração

gradativa do sistema, de modo a realizar uma aproximação suave e controlada da

carga.

Page 8: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 8

Já para a translação, podemos encontrar equipamentos com frenagem

automática temporizada e frenagem a pedal, ou mesmo uma combinação destes

dois sistemas.

Na figura ao lado

vemos o sistema de frenagem

da translação da ponte de

35T. Note a tubulação que

leva o óleo de freio até os

atuadores, que por sua vez

deslocam o disco de freio

responsável pela parada do

motor.

Este tipo de freio só é

destravado quando

energizado. Por isso este freio assume também a função de freio estacionário,

bastando que a chave geral de alimentação do equipamento seja desligada. Por

isso não se deve tentar empurrar uma ponte desenergizada.

Em algumas pontes, como por exemplo as de 350 kN localizadas na sala

de máquinas da UHE Três Irmãos, o sistema de frenagem da translação é uma

conjugação de pedal e freio elétrico temporizado. Quando o manete é colocado

na posição zero, um relé temporizado começa a contar o tempo antes de atracar

o freio estacionário. Enquanto isso, o operador pode adiantar a parada da ponte,

acionando o pedal do freio, ou aguardar que o freio elétrico atraque (cerca de 5

segundos após o posicionamento do manete em zero).

Caso o operador queira realizar uma aproximação mais suave, basta

acionar brevemente o manete de translação no sentido do movimento, zerando

assim o relé temporizado, que recomeçará a contagem do tempo.

Uma prática que deve ser evitada é a de aplicar o pedal de freio com o

manete de translação acionado. O simples fato de descansar o pé sobre o pedal

de freio pode ser suficiente para provocar atrito entre os componentes do freio,

podendo até ocorrer a atuação do relé térmico de proteção da translação.

Page 9: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 9

Os pórticos contam com um sistema

extra de frenagem da translação. São sistemas

mecânicos bem simples, mas de alta

confiabilidade.

Na figura ao lado vemos o freio

estacionário dos pórticos 280T. Note que há

uma chave micro que só é acionada quando o

freio é liberado

É importante que o operador acione os

freios estacionários assim que terminar de

executar a manobra.

Por estarem instalados ao ar livre e

devido ao seu tamanho, os pórticos estão

sujeitos às forças do vento, que podem

movimentá-los caso não esteja devidamente

travado.

Em alguns casos é necessário um

sistema de ancoragem mais robusto, tanto na

translação quando na direção. É o que

acontece com o pórtico de 750 kN instalado na

crista da barragem da UHE Três Irmãos.

Ancoragem da translação Ancoragem do carro

Page 10: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 10

2.4 Tambores enroladores

Os cabos de aço do sistema

de suspensão ficam acomodados no

tambor, cujas ranhuras facilitam a

distribuição uniforme do cabo.

Na figura ao lado,

vemos a chave limite do tipo

engrenagem, instalada nas

pontes de 35T, responsável

pela proteção dos limites de

curso superior e inferior.

A chave é

sincronizada com o tambor

por meio de corrente, sendo

que o limite inferior é acionado quando restarem apenas duas voltas de cabo no

tambor. O limite superior é acionado quando o moitão atinge 150mm do batente.

O operador deve redobrar a atenção toda vez que efetuar manobras

perto de tais limites. O ideal é que as chaves de proteção não sejam solicitadas

durante a operação normal do equipamento, ficando apenas como proteção caso

algo saia do controle.

Page 11: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 11

2.5 Cabos de aço

Os cabos de aço estão entre os

componentes mais solicitados e, por isso,

suscetíveis ao desgaste durante a

operação normal dos pórticos e pontes

rolantes, por isso, o operador deve estar

atento a qualquer sinal de anormalidade

que possa aparecer.

Na figura ao lado, vemos um caso

em que uma das voltas do cabo de aço

não se acomodou de maneira correta no tambor. Isso pode acontecer quando o

cabo é desenrolado até ficar frouxo ou quando há grande balanço do moitão

durante a suspensão.

Alguns defeitos podem

comprometer o cabo de aço, sendo

necessária sua substituição.

Basicamente, um cabo de aço

é formado por um conjunto de pernas

torcidas ao redor de um outro cabo de

aço ou cânhamo, denominado “alma”.

As pernas são formadas por arames

especiais.

Os cabos usados em pontes e

pórticos possuem alma de fibra, o que

garante maior flexibilidade e

lubrificação entre seus arames

Page 12: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 12

Ao perceber qualquer anormalidade nos cabos de aço, o operador deve

interromper a manobra e solicitar a equipe de manutenção para que avalie a

situação. Algumas vezes a ocorrência de alguns desses defeitos não compromete

imediatamente a operacionalidade do equipamento, podendo programar a troca

dos cabos em um período de maior disponibilidade.

2.6 Caixa de guincho

Moitão ou caixa do guincho são os nomes

dados ao mecanismo de acoplamento da carga ao

equipamento de elevação. Uma estrutura de aço

liga o gancho a um arranjo de polias por onde

correm os cabos.

O gancho possui ainda um mancal que

permite seu giro, de maneira a facilitar o

posicionamento da carga durante seu

carregamento e descarregamento.

Page 13: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 13

2.7 Acionamento

Na figura ao

lado, temos a vista da

cabine de operação de

uma das pontes de

35T. Pelos manetes,

também chamados de

chaves combinadoras,

o operador pode

realizar movimentos simultâneos de suspensão, direção e translação, com

diferentes possibilidades de velocidade em cada estágio.

Não há movimento enquanto os manetes permanecem na posição central,

também chamada de posição zero.

Quando a chave geral de alimentação da ponte estiver desligada, o

religamento somente acontecerá se os três manetes estiverem na

posição zero.

Algumas pontes de nossa instalação podem ser comandadas

por meio de botoeiras, permitindo que um único operador possa

amarrar e conduzir a carga.

A ponte de 20T, localizada no HM (Hall de Montagem),

conta com botoeira rádio-controlada.

As botoeiras não permitem muitas opções de velocidade

para cada eixo, portanto alguns cuidados devem ser tomados na

aproximação da carga, visando principalmente a diminuição do

balanço da carga no momento da parada.

O ideal é que o operador, antes de colocar a carga, simule

os movimentos e observe o comportamento do equipamento e os

tempos de resposta do comando em cada eixo. Somente a prática

garantirá a segurança durante as manobras.

Page 14: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 14

2.8 Proteções elétricas

Nesta figura vemos o dispositivo de

aterramento de uma ponte rolante.

O correto aterramento elimina os riscos de

choque elétrico caso ocorra falha na isolação de

motores e demais equipamentos energizados.

Ao lado vemos uma outra proteção

importante, a proteção contra descarrilamento.

Consiste em uma chave micro cuja atuação ocorre

quando alguma das rodas afasta-se do trilho de

rolamento. Isso pode acontecer quando existem

esforços laterais atuando no pórtico, seja por

desbalanceamento da carga, vento ou outro fator

externo.Esta proteção desliga todo o comando do pórtico e faz com que os freios

estacionários atraquem. O equipamento só será energizado novamente se os

micros voltarem para a posição original.

Proteção de descarrilamento da translação do pórtico 160T

Page 15: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 15

Aqui vemos o detalhe dos

micros de proteção de cabo frouxo,

dispositivo essencial para

equipamentos que trabalham com viga

pescadora. Esta proteção desliga o

comando do sistema de suspensão,

permitindo apenas o funcionamento do comando de subida.

2.9 Chave geral

A figura abaixo mostra o painel com o disjuntor geral da ponte 35T.

Note o cartão vermelho (CIO – Cartão de Impedimento Operativo)

colocado no painel. Isso indica que a ponte está temporariamente impedida de

operar. O operador deve estar atento à esse tipo de impedimento, pois

equipamentos que compartilham o barramento de alimentação não podem se

desenergizados totalmente, com a retirada da gaveta. São desligados

localmente, na chave geral, pois se a gaveta for extraída, as outras pontes

alimentadas pelo barramento também ficarão fora de operação.

Page 16: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 16

3. Técnicas de transporte e amarração de carga

3.1 Dispositivos de fixação

A segurança de qualquer manobra de transporte de carga com pórticos e

pontes rolantes depende diretamente da adequação dos equipamentos utilizados

para a amarração da carga.

Os bons projetos contemplam o dimensionamento dos pontos de

amarração de modo a facilitar o transporte adequado dos equipamentos.

Olhais para encaixe das manilhas Furo com rosca para Parafuso Olhal

Furos para encaixe das manilhas Olhais fixos

Page 17: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 17

A pessoa responsável pela amarração deve, primeiramente, conhecer o

peso da carga, pois só assim conseguirá escolher o material adequado.

Deve-se optar sempre pelo material mais robusto possível, adequado com

os pontos de fixação existentes na peça a ser transportada.

Olhais e manilhas disponíveis na ferramentaria da UHE Ilha Solteira

Alguns equipamentos não podem ser içados para transporte, como é o

caso do compressor mostrado na foto abaixo. Note que existem duas aberturas

inferiores para o encaixe do garfo de uma empilhadeira. Uma amarração

tradicional fatalmente danificaria as chapas se proteção do container.

Page 18: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 18

3.2 Amarração de carga

Uma carga amarrada em mais de um ponto tem seu peso distribuído de

acordo com as forças resultantes que interagem no conjunto.

Observe a tabela abaixo:

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Repare que para uma mesma carga, temos uma distribuição diferente do

peso em cada perna dos cabos, dependendo exclusivamente do ângulo formado

entre a carga e a perna do cabo.

As cintas, correias e eslingas

costumam possuir um selo indicando a

variação de sua capacidade em função do

tipo de amarração

Fator de trabalho conforme amarração Etiqueta com especificações

Page 19: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 19

Vantagens do Trabalho com Cintas e Eslingas de Poliéster

Fatores Cintas / Eslingas de Poliéster Eslingas de Cabo de Aço

Peso

Aproximandamente 1/3 do peso do

laço de cabo de aço com a mesma

carga de ruptura. Menor peso

proporciona facilidade no manuseio e

na preparação do material a ser içado.

Resultado: Maior rapidez e

produtividade nas operações de

içamento.

Devido ao maior peso, dificulta a

instalação e manuseio das eslingas.

Cabos de bitolas maiores podem

causar problemas ergonômicos. (ex.:

dores nas costas)

Estabilidade

Não danifica a superficie do material

a ser içado. O posicionamento das

eslingas é fácil e rápido. Pode ainda

ajudar na conformação do material

durante o içamento devido à maior

área de contato. Resultado: Içamento

mais prático e seguro.

Pode danificar o material a ser içado.

Posicionamento lento e complicado.

Exige o uso de luvas para manuseio

seguro.

Durabilidade

Durável contra ataques químicos.

Menor raio de dobramento devido à

maior flexibilidade. Resultado: maior

durabilidade.

Facilmente oxidável em exposição a

àcidos, alcalinos e até umidade

excessiva. Devido à baixa

flexibilidade, pode ocorrer fadiga e

consequente ruptura.

Armazenagem

Pequeno espaço necessário para

armazenagem devido à alta

flexibilidade e baixo peso específico.

Resultado: menor custo de

armazenagem.

É necessário grande espaço para

armazenagem, totalmente livre de

umidade.

Segurança

Inspeção fácil e simples, podendo ser

realizada pelo próprio usuário ao içar

o material. Devido à elasticidade, o

poliéster estica antes de romper

quando sobrecarregado. Resultado:

Içamento mais seguro em todos os

aspectos.

Inspeção difícil e complexa. Exige

técnico altamente especializado. Em

caso de sobrecarga, pode romper

bruscamente.

Fonte: http://www.hipertek.com.br

Page 20: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 20

3.3 Inspeção

• Inspecionar as cintas antes de cada uso (observando se há danos) e

assegurar que a identificação e especificação estão corretas (etiqueta

do produto).

• Caso haja dúvida quanto a adequação para o uso, ou se quaisquer

marcações forem perdidas ou se tornarem ilegíveis, deve-se retirar a

cinta de serviço e enviá-la à uma pessoa treinada para análise.

• Proteger as cintas de bordas cortantes, fricção e abrasão, utilizando-se

reforços e proteções complementares, de modo a garantir a segurança e

vida útil da cinta.

• Verificar a existência de cantos vivos e preparar proteções para evitar

danos à cinta. Não utilizar em arestas sem as devidas proteções ou

arrastar a carga com a cinta.

• Nunca utilizar cintas danificadas (gastas por abrasão, cortes no sentido

transversal ou longitudinal, rachaduras na superfície, ataque químico ou

danos por aquecimento ou fricção).

Fita de Inspeção Alguns fabricantes instalam uma fita extra no corpo da cinta, o que garante a correta inspeção de cortes laterais. O aparecimento da fita de inspeção indica que o corte lateral foi superior ao permitido por norma e a cinta deve ser retirada de uso.

Fonte: http://www.hipertek.com.br

Page 21: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 21

3.4 Cabos de aço

Apesar da grande difusão das cintas de fibra de poliéster, os cabos de aço

ainda são bastante utilizados para a suspensão de carga. Sua robustez o torna

ideal para aplicações em ambientes agressivos e sujeito a qualquer tipo de

intempérie.

Torção

Torção regular à direita

Torção regular à esquerda

Torção lang à direita

Torção lang à esquerda

Fonte: http://www.krk.com.br

Alma dos cabos de aço

Alma de Fibra

AF (Alma de Fibra Natural – Ex. Sisal) AFA (Alma de Fibra Artificial – Ex. Polietileno)

Alma de Aço

AA (Alma constituída por uma perna) AACI (Alma constituída por um cabo

independente)

Maior Flexibilidade e Menor Resistência à Tração

Menor Flexibilidade e Maior Resitência à Tração

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Page 22: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 22

Para o dimensionamento do cabo a ser utilizado, deve-se levar em conta,

entre outros fatores, o fator de segurança exigido para a aplicação, a

flexibilidade exigida, o atrito a que o cabo é submetido, ao sentido de torção,

ambiente de trabalho e a carga máxima de trabalho.

TABELA DE FORMAÇÃO X CARGA DE RUPTURA Carga de ruptura mínima efetiva a 180/200 Kgf/mm²

Diâmetro

6x7

6x19

6x25

mm polegadas

Peso aprox. Kg/m linear

alma de fibra

alma de aço

alma de fibra

alma de aço

alma de fibra

alma de aço

1,60 1/16" 0,012 176

2,00 5/64" 0,015 240 260

2,40 3/32" 0,021 340 360

3,20 1/8" 0,037 600 640 620 660 620 660

4,00 5/32" 0,061 950 1.040

4,80 3/16" 0,086 1.340 1.450 1.400 1.500 1.400 1.500

6,40 1/4" 0,154 2.380 2.570 2.500 2.700 2.480 2.660

8,00 5/16" 0,244 3.830 4.150 3.900 4.100 3.860 4.150

9,50 3/8" 0,341 5.320 5.710 5.500 5.900 5.530 5.940

11,50 7/16" 0,473 7.200 7.730 7.500 8.000 7.500 8.060

13,00 1/2" 0,627 9.350 10.000 9.700 10.400 9.710 10.410

14,50 9/16" 0,781 11.800 12.700 12.200 13.200 12.200 13.110

16,00 5/8" 0,968 14.400 15.500 15.100 16.200 15.100 16.230

19,00 3/4" 1,380 20.600 22.100 21.600 23.200 21.600 23.220

22,00 7/8" 1,880 27.900 29.900 29.200 31.400 29.200 31.400

26,00 1" 2,450 36.000 38.600 37.900 40.700 37.900 46.900

29,00 1.1/8" 3,170 45.200 55.900 47.700 51.300 47.700 59.000

32,00 1.1/4" 3,910 55.300 68.500 58.500 63.000 58.500 72.500

38,00 1.1/2" 5,630 78.200 96.400 112.000 89.700 83.500 103.150

45,00 1.3/4" 7,660 124.000 139.000

52,00 2" 10,000 146.000 156.000 146.000 180.000

Fonte: OKUBO Mercantil

Na tabela acima, o fabricante informa a carga de ruptura para cada

configuração de cabo.

Page 23: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 23

Abaixo, uma tabela com os fatores de segurança para cada aplicação:

Aplicação x Fator de Segurança

Aplicação Fator de Segurança

Cabos guia estático 3 a 4

Esteios 4 a 5

Guinchos 5

Máquinas de terraplanagem 5

Levantamento de carga 5 a 6

"Slings" (laços) 5 a 6

Planos inclinados (sobre trilhos) 6

Pontos rolantes 6 a 8

Guindates / torres de perfuração 6 a 8

Talhas elétricas e pneumáticas 7

Pontes rolantes de fornos siderúrgicos 8

Elevadores de baixa velocidade 7 a 8

Elevadores de alta velocidade 9 a 11

Vamos tomar como exemplo o procedimento para escolher um cabo para

içar uma carga de 1.000, usando o laço na vertical. Fazemos o seguinte cálculo:

• Carga à ser transportada = 1.000 Kg • Tipo de Serviço = Içamento com laço (Eslinga) • Fator de segurança = 5 (Em função do tipo de serviço)

Carga Real = Carga * Fator de Segurança = 1.000Kg * 5 = 5.000Kg

De acordo com a tabela de carga de ruptura, podemos utilizar o cabo de

3/8" 6x25+AF, cuja carga de ruptura é de 5.530Kg

Utilizamos o cabo de aço na construção 6x25 por ser mais flexível que o

6x7, porém a carga de ruptura da construção 6x7 (5.320Kg) já atenderia a

necessidade.

Page 24: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 24

3.5 Laços

Os laços são cabos de aço com alças

especialmente trançadas para facilitar a amarração.

As alças podem ser atadas com presilhas

prensadas de aço ou alumínio.

Método de formação do laço

Inspeção de cabos

Ao fazer uso de laços de cabos de aço, é importante verificar suas

condições antes de colocá-lo em serviço. Observe as seguintes características:

• Perda do diâmetro máximo admissível para cabos com 6 pernas de 6 a 8%;

• Verificação do número de fios partidos. O tolerado para cabos com 6 pernas, por exemplo, é no máximo 6 arames partidos em um comprimento de 6 vezes o diâmetro do cabo (não mais que 3 arames partidos na mesma perna);

• Verificação do desgaste por abrasão nos arames externos;

• Danos no trancamento, nas presilhas ou acessórios;

• Verificação de corrosão;

• Verificação de deformação ou amassamentos ao longo do cabo.

Page 25: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 25

4. Elementos de fixação

4.1 Olhais

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Page 26: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 26

4.2 Porca olhal

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Page 27: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 27

4.3 Manilhas

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Page 28: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 28

4.4 Manilha reta pesada

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Page 29: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 29

4.5 Manilha curva, também chamada de manilha em lira

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Page 30: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 30

4.6 Gancho Olhal

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Page 31: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 31

4.7 Anéis de Carga

Fonte: SIVA Indústria e Comércio de Artefatos de Arame e Aço Ltda

Page 32: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 32

5. Boas práticas de operação

5.1 Parada e partida progressivas

Todos os sistemas de freio de um pórtico ou ponte rolante são

projetados para atuarem sob qualquer condição de marcha. Porém, a prática nos

mostra que alguns cuidados tomados na operação cotidiana dos equipamentos

podem prolongar significativamente a vida útil das lonas de freio, dos tambores e

discos.

Tomemos como exemplo as movimentações de suspensão e direção,

cuja frenagem acontece automaticamente quando o manete é colocado na

posição central (zero). Se o operador diminui progressivamente a posição do

manete durante a aproximação, isso faz com que o freio atraque numa condição

bem mais suave do que quando passamos diretamente do 3º ou 4º ponto ao zero

do manete. Com o conjunto girando em baixa rotação, o atrito dos elementos do

freio na hora da frenagem gera menos calor, o que aumenta a vida útil das lonas.

Para as aproximações de translação esta prática também ajuda na

durabilidade dos sistemas, porém devemos lembrar que alguns equipamentos

possuem frenagem automática na translação, comandada alguns segundos após a

colocação do manete na posição zero. Na UHE Ilha Solteira, por exemplo, as

pontes de 280 T trabalham assim. O mesmo acontece nas pontes de 350 kN da

UHE TRI. Neste caso, quando o operador deseja realizar uma aproximação suave

na translação, deve diminuir gradativamente o ponto do manete até a posição

zero, voltando a colocá-la na posição 1 antes da atracação do freio e voltá-la à

zero, fazendo isso repetidamente até que a velocidade permita o acionamento

do pedal de freio e a parada completa do equipamento.

Portanto, o operador deve estar atento para estes detalhes e fazer

alguns testes antes de amarrar a carga, com o objetivo de se familiarizar com o

equipamento e assim descobrir os melhores meios para realizar uma aproximação

suave quando estiver com carga.

Page 33: Apostila - Operação de Pórticos e  Pontes Rolantes

Operação de Pontes Rolantes e Pórticos – CESP UHE Ilha Solteira

Página 33

6. Limites e peculiaridades dos equipamentos

Como já foi dito anteriormente, os sistemas eletromecânicos dos pórticos

e pontes rolantes são projetados para funcionar sob qualquer condição de

operação. Portanto, contam com vários dispositivos de proteção que garantem

que os limites não sejam ultrapassados.

O operador deve ter consciência de que tais dispositivos não devem ser

acionados desnecessariamente. Durante a operação, os limites do equipamento

devem ser respeitados com uma certa margem de segurança, não devendo o

operador deixar para os dispositivos de fim-de-curso a responsabilidade da

parada dos movimentos.

Elaboração:

Seção de Manutenção Mecânica Complementar – OOIIMC

CESP - UHE Ilha Solteira

1ª edição, fevereiro 2009