monrafia jailde pedagogia 2011
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Pedagogia 2011TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
COLEGIADO DE PEDAGOGIA – COLPED
SENHOR DO BONFIM – BA
JAILDE CORREIA LIMA
AS NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SUA
INFLUÊNCIA NO GOSTO PELA LEITURA
SENHOR DO BONFIM - BAHIA
2011
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JAILDE CORREIA LIMA
AS NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SUA
INFLUÊNCIA NO GOSTO PELA LEITURA
Trabalho monográfico à Universidade do
Estado da Bahia-UNEB, Campus VII,
apresentado como pré-requisito para conclusão
do Curso de Licenciatura em Pedagogia,
Docência e Gestão de Processos Educativos.
Orientadora: Profª. Msc. Maria Elizabeth Souza
Gonçalves
SENHOR DO BONFIM - BAHIA
2011
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JAILDE CORREIA LIMA
Trabalho monográfico à Universidade do Estado da Bahia-UNEB, Campus VII, apresentado como pré-requisito para conclusão do Curso de Licenciatura em Pedagogia, Docência e Gestão de Processos Educativos. Orientadora: Profª. Msc. Maria Elizabeth Souza Gonçalves.
AS NOVAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E SUA
INFLUÊNCIA NO GOSTO PELA LEITURA
Aprovado em: ____/_____/ 2011
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________
Profª. Msc. Maria Elizabeth Souza Gonçalves (Orientadora)
__________________________ __________________________ Prof.ª Rita de Cássia Braz Prof.ª Simone Wanderley (Prof.ª Avaliadora) (Prof.ª Avaliadora)
4
Dedico este trabalho primeiramente a Deus,
depois a minha família, base da minha vida e
da expressão do meu amor! Vocês são
pessoas muito especiais com as quais tenho o
privilégio de conviver!
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente antes de tudo ao grandioso e bondoso Deus, pelo o
dom da vida; força e sabedoria.
A minha orientadora professora Maria Elizabeth, pelo carinho, dedicação,
pelas sábias correções, pelas ricas e ótimas sugestões bibliográficas que fortemente
estão marcadas neste trabalho e também em minha vida! Foi uma honra ser sua
orientanda. Sem você não sei se teria conseguido.
A minha família, pelos incentivos, apoio e compreensão pelos momentos
ausentes, principalmente meu querido filho Gilson Brener a quem deixei tanto a
desejar. A minha mãe, Iraildes que sempre acreditou em mim e ao meu esposo
Adilson que também sempre me apoiou.
Com amor, também agradeço o carinho das minhas amigas que sempre
estiveram presentes alegrando com sua presença.
Aos colegas do curso pelo o companheirismo durante todo este tempo que
passamos juntos.
Ao Departamento de Educação de modo geral.
Por fim, agradecemos a todos que de forma direta ou indiretamente
colaboraram na realização deste trabalho.
6
Comenta-se cada vez mais que jovens
submetidos à excessiva convivência com a
televisão, não adquiriram o hábito da leitura
nem o da conversação, apesar da influência da
internet, que os põe a conversar por escrito
sem cansaço nem cerimônia.
(ADILSON CITELLI)
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RESUMO
Este trabalho sob o título “As Novas Tecnologias Educacionais e sua influência no gosto pela leitura” teve como objetivo analisar a concepção dos professores sobre as novas tecnologias educacionais e a influência desse uso no gosto pela leitura dos alunos. As demandas educativas da sociedade contemporânea são cada vez mais crescentes, pois estamos vivendo em uma cultura digital que propõe uma nova estratégia de aquisição da leitura, onde poderá acontecer também a partir do manuseio das diferentes tecnologias, que apresentadas à criança desde muito cedo, dão a ela a possibilidade de ter contato com muitas formas de leituras, fazendo com que a criança interaja e conquiste autonomia no seu processo de alfabetização e letramento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa tendo sido utilizados como instrumentos para coleta de dados, o questionário fechado e a entrevista semi-estruturada. Os sujeitos da pesquisa foram doze professoras que atuam nas Séries Iniciais da rede pública municipal de Campo Formoso-BA. O referencial teórico que norteou nosso trabalho de campo foi: Suzuki e Rampazzo (2009), Pretto (2001), Soares (2000), Lévy (1999-2000), Silva (1997), Citelli (2004), Zilberman (1993), Dowbor (2001), Coscarelli (2003), Freire (1993) dentre outros. Como resultado constatou-se que as concepções apresentadas pelos sujeitos da nossa pesquisa a cerca das novas tecnologias educacionais, restringem-se simplesmente a recursos, usados apenas como lúdico, de forma a abrilhantar suas aulas. Destacou-se também que se utilizados da melhor forma e por professores capacitados e conhecedores destas ferramentas, podem ajudar no gosto pela leitura, entendendo como um meio de sociabilidade e libertação. Palavras-chave: Novas Tecnologias Educacionais. Educomunicação. Leitura.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – percentual quanto ao gênero
Figura 02 – percentual quanto à faixa etária
Figura 03 – percentual quanto ao nível de escolaridade
Figura 04 – percentual quanto a área de graduação
Figura 05 – percentual área de pós graduação
Figura 06 – percentual tempo de atuação na área docente
Figura 07 – percentual quanto à formação continuada / cursos de capacitação
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11
CAPÍTULO I .............................................................................................................. 13
PROBLEMÁTICA ...................................................................................................... 13
CAPÍTULO II ............................................................................................................. 18
QUADRO TEÓRICO ................................................................................................. 18
2.1. Novas tecnologias da educação ..................................................................... 18
2.1.1. Novas tecnologias: percurso histórico e conceito.................................... 18
2.1.2. Novas tecnologias educacionais: um processo de mudança ................... 20
2.2. Educomunicação: interface entre educação e comunicação .......................... 22
2.2.1. A educomunicação e sua área de atuação .................................................. 22
2.3. Leitura ............................................................................................................. 28
2.3.1 Definição de leitura .................................................................................... 28
2.3.2. Leitura e as novas tecnologias ................................................................. 30
CAPÍTULO III ............................................................................................................ 34
CAMINHOS METODOLÓGICOS .............................................................................. 34
3.1. Tipo de pesquisa ............................................................................................ 34
3.2. Lócus da pesquisa .......................................................................................... 35
3.3. Sujeitos da pesquisa ....................................................................................... 36
3.4. Instrumentos de coleta de dados .................................................................... 36
3.5. Entrevista semi-estruturada ............................................................................ 37
3.6. Questionário fechado ...................................................................................... 38
CAPITÚLO IV ............................................................................................................ 39
ANALISANDO E REFLETINDO OS DADOS DA PESQUISA ................................... 39
4.1. Analisando o questionário fechado ................................................................. 39
4.1.1. Gênero ..................................................................................................... 39
4.1.2. Idade ........................................................................................................ 40
4.1.3. Nível de escolaridade ............................................................................... 40
4.1.4. Tempo de atuação na área docente......................................................... 43
4.1.5. Formação continuada / cursos de capacitação ........................................ 43
4.2. Análise e discussão das falas dos professores .............................................. 44
4.2.1. Novas tecnologias: conhecendo as concepções e seus desafios ............ 45
10
4.2.2. Concepções dos professores sobre as Novas Tecnologias Educacionai 45
4.2.3. Possibilidades de se trabalhar com as novas tecnologias educacionais .. 47
4.2.4. Suporte oferecido pela escola e/ou secretaria de educação do municípi . 48
4.2.5. A tecnologia como elemento de aprendizagem ....................................... 49
4.3. Novas tecnologias: novas formas de leituras .................................................. 50
4.3.1. A leitura como forma de libertação ........................................................... 50
4.3.2. Leitura e as novas tecnologias: aspectos positivos e negativos .............. 52
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
APÊNDICE ................................................................... Erro! Indicador não definido.
11
INTRODUÇÃO
Na atual sociedade, não podemos deixar de ressaltar que as novas
tecnologias educacionais apresentam-se como uma realidade e ao mesmo tempo
como um desafio para os educadores. A cada dia surgem novas formas de leitura
onde estes profissionais da educação necessitam ir em busca de novas estratégias
para tornar os estudantes leitores bem sucedidos na era onde quase tudo é digital,
instigando-os a alargarem a suas competências de leitura.
O presente trabalho monográfico se desenvolveu em torno da temática “As
Novas Tecnologias Educacionais e a influência deste uso no gosto pela leitura dos
alunos” e como o próprio tema indica o nosso enfoque é direcionado a uma análise e
reflexão sobre o uso das novas tecnologias no âmbito educacional na perspectiva da
leitura.
Este trabalho explora alguns dos modos pelos quais as novas tecnologias
poderão possibilitar mudanças nas práticas de leitura, abrindo caminho para
consolidação das “multileituras”, bem como despertar nestes alunos o gosto pela
mesma. Alicerçadas pelo desenvolvimento da comunicação em rede, onde a
integração entre comunicação e educação mostra-se o caminho necessário para o
ensino formal, os meios de comunicação e as novas tecnologias estão gerando
novas formas de circulação, recepção e produção do conhecimento, fazendo com
que as práticas de leitura venham a ser re-configuradas.
São apresentadas e enfatizadas formas de reconstrução do conceito de
leitura onde as novas tecnologias só estão a fortalecer, exigindo uma maior análise e
reflexão sobre o ato de ler em si mesmo e sobre a forma como os educadores as
consideram hoje. Enfatizando que na educação, o uso das novas tecnologias traz
novas possibilidades para os alunos, encantando-os e seduzindo-os cada vez mais.
Mas também traz a necessidade de refletir sobre a prática pedagógica que precisa
ser re-significada.
12
Educar para a comunicação plasmada pela tecnologia ou comunicar para
educar são desafios que precisam ser enfrentados pelos educadores do século XXI.
Assim, partindo das relações entre comunicação/educação e leitura, buscamos
neste trabalho identificar e analisar a concepção dos professores sobre as novas
tecnologias educacionais e a influência desse uso no gosto pela leitura dos alunos.
O que nos levou a optar por esse tema foi justamente acreditar na
contribuição das novas tecnologias educacionais em despertar o gosto pela leitura
através das multileituras, para a formação de leitores críticos, reflexivos e atuantes
em uma sociedade onde o predomínio das tecnologias é uma realidade.
Elaboramos a presente pesquisa por meio de quatro capítulos a seguir
relacionados:
No capitulo I, contextualizamos a problemática da questão de pesquisa,
trazendo discussões sobre o papel da leitura e das novas tecnologias educacionais
na prática pedagógica e sua importância na formação do ser leitor.
No capitulo II, apresentamos a fundamentação teórica e os conceitos-chave
onde ocorre a discussão com diversos autores, no qual fundamentam sobre alguns
aspectos do tema pesquisado dando maior respaldo a nossa pesquisa.
No capitulo III, apresentamos a metodologia adotada na realização deste
trabalho, buscando referência em autores renomados para encontrarmos assim uma
metodologia adequada ao nosso objetivo em estudo.
No capitulo IV, fizemos a análise e interpretação dos dados coletados através
da utilização de alguns instrumentos de coleta de dados como o questionário
fechado e a entrevista semi-estruturada.
Nas considerações finais, sintetizamos tudo que foi analisado e refletido em
torno dessa importante temática na qual nos permitiu tecer opiniões na expectativa
de estarmos contribuindo de alguma forma para a melhoria da educação na
perspectiva da educação/comunicação como forma de sociabilidade.
13
CAPÍTULO I
PROBLEMÁTICA
Dentro da perspectiva da sociedade contemporânea, a leitura, constitui-se
como uma demanda social, onde cada indivíduo busca através de seu exercício,
desenvolver-se intelectualmente com o intuito de construir/edificar relações sociais,
a fim de acompanhar às rápidas transformações à sua volta.
Com a atual rapidez do progresso fruto dessa revolução tecnológica pela qual
o mundo vem passando, a leitura na escola tem sofrido grandes alterações, e,
consequentemente, as exigências educacionais passam a ser crescentes,
emergindo também uma necessária discussão sobre a influência das novas
tecnologias na leitura.
Na atual sociedade, a busca pelo conhecimento e informação em curto prazo
tem sido continua e necessária. Neste sentido destacamos a importância da leitura
para a formação de sujeitos críticos, reflexivos e socialmente incluída nesta
sociedade.
Assim entendemos que a leitura desempenha um papel importante nos
processos de comunicação, informação e esclarecimento. Porém a concepção do
ensino de leitura ainda se encontra arraigada ao tradicional. A escola, os alunos e a
sociedade se encantam com o novo, mas não consegue concebê-lo dentro do
âmbito escolar. O conceito de leitura ainda é quase tão somente visto como algo
inerente aos livros.
O que se faz nas escolas é a apropriação da decodificação mecânica de símbolos. Deste modo os alunos aprendem a ler, mas não se tornam leitores, o que contribui para afastar o aluno, sobretudo os das camadas populares, do conhecimento (SOARES, 2000, p.103 ).
Nota-se que o exercício da leitura na escola, tem se restringido a mera
decodificação de símbolos em sons fonéticos, o que não desperta no aluno o gosto
14
pela leitura, resumindo-a num ato sem atribuição de sentido, transformado-a num
ato acrítico e mecânico.
Visto que, muito se tem falado em uma sociedade moderna, da necessidade
de acompanharmos as rápidas transformações que acontecem a nossa volta é que
se tornou oportuno enfatizar o trabalho com a leitura de forma globalizada, saindo do
tradicionalismo e buscando a contextualização com as novas tecnologias, que além
de ser um mecanismo rápido, é também muito atrativo tanto para as crianças como
para os jovens e adultos, despertando assim o gosto e interesse destes sujeitos pela
leitura.
Quando nos relacionamos à leitura, é perceptível que a escola precisa
adequar-se a este novo mundo tecnológico que vem cada vez mais invadindo o
espaço escolar, pois, é sabido que um dos grandes ameaçados pelo avanço
tecnológico é o livro.
Com a invasão destas novas tecnologias, o livro como conhecemos hoje pode
estar com seus dias contados e se a escola não se modernizar a leitura poderá
perder sua importância neste espaço.
A mudança é hoje uma questão de sobrevivência, e a contestação não virá de “autoridades”, e sim do crescente e insustentável “saco cheio” dos alunos, que diariamente comparam os excelentes filmes e reportagens científicos que surgem na televisão, nos jornais e com as mofadas apostilas e repetitivas lições da escola (DOWBOR, 2001, p.12).
Assim, a leitura é uma questão de prazer, metodologia de ensino voltado para
o mundo tecnológico. O professor deve ter em mente que o mundo está em
constante transformação. Por isso, ele não deve desconsiderar os avanços da
tecnologia em detrimento de um fazer pedagógico ultrapassado que pode ser sem
sentido tanto para o aluno, quanto para a escola.
Muito se tem dito e escrito a respeito do impacto das novas tecnologias de
informação sobre o livro e sobre a percepção que hoje se tem da leitura, do prazer e
do hábito de ler.
15
Imagine um jovem lendo um livro. Agora mude seu foco para uma tela de computador. O que se restringia a leitura da palavra, hoje, focaliza a palavra, a imagem, a interação virtual (impessoal), os multimeios (visores, câmeras, fotos), tudo “lincado” (relacionado), “iconizado” (multiplicidade ambientes, diferentes funções), interativo (chat, mail) em uma página, em um ambiente apenas. A leitura mudou seu perfil e o que vemos são profissionais e adultos desatualizados e até com medo das máquinas que aparecem a aparecerão com maiores recursos que as atuais. A pesquisa é feita pela Internet rapidamente e, em algumas realidades, pouco se tem usado as enciclopédias. A carta foi substituída pelo e-mail, e o correio pela rede mundial de computadores (SILVA, 2004, p.8).
Percebe-se que as novas tecnologias educacionais vêm sendo atualmente
temática de grandes debates no âmbito escolar, levando a leitura tradicional, aquela
leitura que aprendemos na escola como decodificar símbolos e códigos a perder seu
espaço e sua importância dentro e fora do âmbito escola, pois o que vemos são
crianças, jovens e adultos aderindo à internet e outros meios tecnológicos em vez de
procurarem ler livros, jornais (...). E isso implica uma preocupação e uma mudança
de postura quanto aos métodos de ensino na era da tecnologia e informatização:
É sabido, que a sociedade em que estamos inseridos atualmente, está
voltada à globalização e à tecnologia, provocando o tempo todo constantes
modificações em diversos campos. Desta forma a escola sendo formadora de
cidadãos, necessita estar voltada para estes avanços, visando entender à realidade
e não ficar à margem dos acontecimentos, tornando assim seus docentes um ser
alienado. Sobre esse fato, Freire (1996), afirma que:
Não tenho dúvida nenhuma do enorme potencial de estímulos e desafios à curiosidade que a tecnologia põe a serviço das crianças e dos adolescentes das classes sociais chamadas favorecidas. Não foi por outra razão que, enquanto secretário de educação da cidade de São Paulo, fiz chegar à rede das escolas municipais o computador. Ninguém melhor do que meus netos e minhas netas para me falar de sua curiosidade instigada pelos computadores com os quais convivem (p. 97-98).
Portanto, aliar o computador e outros instrumentos tecnológicos ao ensino é
de suma importância. Negar o trabalho escolar com as novas tecnologias é negar a
realidade do mundo em que estamos inseridos. Hoje a leitura não se restringe ao
papel e ao texto verbal, mas também às imagens e a linguagem não-verbal.
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Estabelecer uma relação entre o que há de novo tecnologicamente com o que
já está sendo trabalhado em sala de aula e aperfeiçoar-se é uma das tarefas que
devem ser constante no cotidiano do professor. Aliar a leitura a outras tecnologias é
um desafio a ser conquistado.
Mudar o conceito que já possuímos de educação e de leitura não é tarefa
muito fácil, mas necessário. A metodologia educacional deve adequar-se aos novos
tempos. Sabemos que isso não é algo tão fácil quanto parece, tanto para o professor
quanto para a escola, mas importante. Segundo Dall’Asta (2009):
É importante contar com as novas tecnologias para auxiliar no processo de mudança na atividade pedagógica, para criar ambientes de aprendizagem que enfatizem a elaboração do conhecimento e não a instrução. Estamos vivendo a era da informática, onde tudo gira em ou engloba o uso do computador a informática ou mais precisamente a informatização. Portanto as escolas devem seguir o mesmo rumo, em suas atividades didático-pedagógicas usar os computadores com programas de Softwares educacionais para elaborar e aplicar uma nova maneira de adquirir conhecimentos e facilitar a aprendizagem dos alunos (p.1).
É perceptível que a tecnologia é de fato, um importante aliado nas tarefas
escolares, auxiliando no gerenciamento do nosso tempo e nos permitindo realizar
ações e alcançar um conhecimento antes inimaginável. Porém, Uma questão
decorre naturalmente na reflexão que fazemos sobre o acesso a informação escolar
no mundo de hoje.
Evidentemente, devemos considerar as dificuldades que perpassam as
escolas. Ignorar o acesso à tecnologia nas escolas pública, em especial, significa
ignorar a necessidade de trabalhar para a melhoria na qualidade do ensino.
É inegável que a tecnologia chegou para ficar, porém, não é necessário jogar
fora o que se tem aprendido ao longo dos tempos, mas adequar o trabalho do
professor e da escola ao mundo em que vivemos atualmente. E a leitura é uma das
questões que requer uma reflexão quanto à relação didático-pedagógica e
tecnológica na educação.
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Assim, mediante problemática abordada, procuram-se aportes teóricos para
fundamentar e nortear tais discussões, onde se pretende identificar e analisar a
concepção dos professores sobre as novas tecnologias educacionais e a influência
desse uso no gosto pela leitura dos alunos.
OBJETIVOS:
Conhecer as concepções dos professores a cerca das novas tecnologias
educacionais e a influência desse uso no gosto pela leitura dos alunos.
Identificar formas de utilização dos recursos tecnológicos em espaços
formais de educação, pelos professores e os resultados no processo do gosto pela
leitura dos alunos.
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CAPÍTULO II
QUADRO TEÓRICO
A fim de fundamentar o nosso estudo e abarcar a questão de pesquisa,
problematizada na temática sobre as novas tecnologias educacionais e a influência
desse uso no gosto pela leitura dos alunos, buscamos aprofundar e nortear tais
reflexões, a partir da leitura de autores que discutem e complementam o tema
abordado. Assim, elegemos e apresentamos nossos conceitos-chave: Novas
Tecnologias Educacionais, Educomunicação e Leitura.
2.1. Novas tecnologias da educação
As novas tecnologias educacionais apresentam-se como uma realidade e
desafio para o atual contexto escolar. Neste estudo abordaremos subtemas que
possibilitarão elucidar a temática: Novas Tecnologias: percurso histórico e conceito e
Novas Tecnologias Educacionais.
2.1.1. Novas tecnologias: percurso histórico e conceito
A evolução tecnológica confunde-se com a própria história do ser humano.
Mediante a percepção da sua ação ou da interação com a natureza e a fim de
garantir sua sobrevivência tanto em ralação as questões alimentares como em sua
segurança, o homem criou e desenvolveu diversas estratégias, recursos, e outros
itens visando auxiliá-los no seu cotidiano. Como afirma Suzuki e Rampazzo (2009),
quando dizem que:
Inicialmente, utilizando-se de elementos preexistentes na natureza, tais como galhos, ossos, pedras e outros, em benefício próprio, o homem semeou os fundamentos para o processo de desenvolvimento da humanidade, o que resultou nas modernas tecnologias (p.1)
É evidente que a humanidade construiu uma vida melhor graças ao
desenvolvimento das tecnologias. Mas isto não aconteceu de um dia para outro.
19
Muitos utensílios e ferramentas foram criados em todas as épocas da
existência humana. Sabiamente, o homem registrou sua história mediante os
símbolos iconográficos nos quais mostrou como viviam, e como eram seus rituais e
tradições (KENSKIa, 2003; MARCONDES FILHO, 1988).
Com o passar do tempo, foram evoluindo socialmente e suas ferramentas
foram se aperfeiçoado. As pessoas, em seus grupos sociais, foram criando culturas
especificas e diferenciadas que foram constituindo-se de maneiras e técnicas
peculiares; consequentemente consolidaram as culturas e os costumes, crenças,
que foram sendo transmitidos de geração em geração (KENSKIa, 2003).
Assim, percebemos que a tecnologia esta presente em todos os tempos e
lugares e em todas as atividades que realizamos. Isso significa que para executar
qualquer atividade necessitamos de produtos e equipamentos, que são resultados
de estudos e planejamentos. Tecnologia não é só algo que se liga na tomada, é bem
mais que isto.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 2007, p.135), “definem
tecnologia como estudo das técnicas, isto é, da maneira correta de executar
qualquer tarefa”. A história da tecnologia esta presente nos esforços milenares do
homem para dominar, em seu proveito e bem estar o ambiente material.
São considerados produtos tecnológicos, qualquer objeto criado para facilitar
o trabalho humano. Portanto, são tecnologias machado, utensílios domésticos,
televisão, trator, dentre vários outros, bem como motores, satélites, etc.
Lévy (2000), afirma que há três tipos de tecnologias:
Sendo a primeira a seleção natural, que pode ser considerada uma tecnologia que a vida aplica a si mesma, produzindo modificações para adaptar-se ao ambiente. A segunda tecnologia é a seleção artificial, na qual os homens passam a interferir, domesticando e criando. E a terceira e última tecnologia no campo da vida é a biotecnologia, que atua na forma e funções dos organismos por meio da manipulação dos genes ou moléculas, etc. (p.3).
20
Assim, podemos dizer que tecnologia pode ser considerada como um
conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplica ao planejamento, a
construção e a utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade.
Portanto, para que os instrumentos possam ser construídos, o homem necessita
"pesquisar e planejar surgindo assim novas tecnologias".
2.1.2. Novas tecnologias educacionais: um processo de mudança
O homem ao longo dos tempos desenvolveu mecanismos para aumentar
suas possibilidades de locomoção e comunicação e estes se desenvolveram ainda
mais nos últimos séculos.
A presença de tais recursos, como fundamento da educação, pode
transformar a escola, passando a ser um novo espaço de aprendizagem da leitura,
diferente do que vem sendo até então. Sua função, nesta perspectiva será a de
articular as diversas informações ao processo de ensino-aprendizagem da leitura
onde as novas tecnologias podem servir como mediadoras.
Estudar o uso das novas tecnologias no processo de ensino-aprendizagem
hoje exige um referencial teórico que parte do processo de transformação histórica
pela qual passou e continua passando a educação.
Tajra, (2008, p. 39), diz que se “incorporamos os hieróglifos, as palavras
escritas, os códigos, os livros, os correios, o telefone, o rádio, a televisão, o fax, o
telefone celular, o e-mail e a internet. O que ainda somos capazes de incorporar”?
Como podemos perceber o homem sempre viveu do imperativo tecnológico,
onde se submeteu e ainda se submete as exigências de cada tecnologia que vai
surgindo.
Com a educação não foi diferente, a sociedade escolar também participou
destas alterações. A primeira grande conquista tecnológica no âmbito educacional
foi o livro, logo após vieram várias outras como televisão, vídeo, computador,
internet...
21
Para Tajra (2008, p.40), “a tecnologia educacional está relacionada à prática
do ensino baseado nas teorias das comunicações e dos novos aprimoramentos
tecnológicos (informática, TV, rádio, vídeo, áudio, impressos)”.
Nos últimos tempos, melhorar o sistema educacional exige atuações ousadas
em várias dimensões, tanto política, econômica e social, bem como decisões
importantes que possam propor mudanças significativas e efetivas também na
educação.
Lemos frequentemente, que as tecnologias de comunicação estão cada vez
mais provocando mudanças em todas as dimensões, tendo assim um papel
importante no desenvolvimento de habilidades para atuar no mundo em que vivemos
hoje.
Segundo Sancho (2006, p.17), “torna-se difícil negar a influência das novas
tecnologias da informação e comunicação na configuração do mundo atual, mesmo
que esta nem sempre seja positiva para todos os indivíduos e grupos”.
A inserção das novas tecnologias nos ambientes educacionais provoca um
processo de mudança, mudanças estas que acontecem cada vez mais rápido e
frequente, tornando assim um processo contínuo.
Tajra (2008) argumenta que:
O aprender é um processo de mudança contínua; o ser indivíduo é um ser inacabado que está sempre aprendendo e se transformando. A sua transformação deve ir além de suas alterações internas, mas transcender externamente. Se o indivíduo consegue transformar, significa que ele conseguiu aprender e formulou um novo conhecimento a partir de suas interconexões biológicas, psicológicas e históricas, sociais e culturas (p.12).
Estas mudanças que acontecem no ambiente educacional não deve se
restringir apenas às questões tecnológicas, mas principalmente ao processo de
ensino-aprendizagem da leitura.
22
Quando nos referimos à mudança na educação, também estamos nos
referindo às questões de acomodação, adaptação e re-organização inerentes ao
processo de ensino-aprendizagem da leitura em sala de aula. A leitura como ainda é
conhecida hoje, precisa ser re-significada, visando à construção de novos
conhecimentos e habilidades.
É necessário ver esta situação social em que estamos vivendo, que a
educação necessita estar atenta às propostas de mudança. E estas mudanças
podem ser realizadas começando pelo professor que pode refletir sobre sua prática
no processo de ensino-aprendizagem, onde ele pode tornar-se agente participativo
neste novo sistema educacional tecnológico.
2.2. Educomunicação: interface entre educação e comunicação
A educação vem passando por inúmeros e grandes desafios e o campo da
educação/comunicação é um dos maiores da contemporaneidade. Assim,
abordaremos agora o conceito de educomunicação e sua área de atuação.
2.2.1. A educomunicação e sua área de atuação
O termo Educomunicação tem sido usado nas últimas décadas por vários
pesquisadores principalmente latinos americanos, dentre eles Mário Kaplún (1986)
que designa a prática da leitura crítica e reflexiva dos meios.
Já o professor Ismar de Oliveira Soares, após conclusão de uma pesquisa
sobre a relação Comunicação/ Educação que foi coordenada por ele entre 1997 e
2000 em parceria com o Núcleo de Comunicação e Educação da USP (NCE), diz
que o termo Educomunicação passou a ser usado para designar não só os esforços
em torno da “leitura crítica” e das mensagens imediatas, mas também as ações que
compõe o campo da inter-relação Comunicação e Educação.
Para Soares (1999) a relação entre comunicação e educação está sendo
reconceitualizada e direcionada para uma educação cidadã democratizada. Ele
conceitua ainda a Educomunicação como o conjunto das práticas voltadas para a
23
formação e desenvolvimento de ecossistemas comunicativos em espaços
educativos, mediados pelos processos tecnológicos da informação, onde o objetivo
primordial é a ampliação das formas de expressão dos membros das comunidades e
melhoria das ações educativas neste grupo social, tendo como meta o pleno
desenvolvimento da cidadania.
“O que esperamos é que seja forte para romper com a narrativa dominante de
uma cidadania associada meramente ao consumo” (SOARES, 2000, p. 21).
Como processo de comunicação que tem uma intencionalidade educacional
explícita, envolve a democratização da produção e de gestão da informação nos
meios de comunicação em seus diversos formatos, inclusive na comunicação
presencial.
Tassara, (2008), comenta que a educomunicação também é definida na
realização de práticas educativas que visam levar à apropriação democrática e
autônoma de produtos de comunicação, por meio dos quais os participantes passam
a exercer seu direito de produzir informação e comunicação.
A educomunicação atua em vários campos, e um dos principais é no campo
da intervenção social, onde se apresenta com autonomia, filosofia própria, história e
reconhecimento da sociedade, não comungando dos mesmos princípios do campo
da comunicação.
É um campo de mediações, discussões, ou seja, de interdiscursividade.
Segundo Soares (1999, p. 57), “há necessidade de teorização e de reflexão crítica
sobre os projetos para que se constitua esse campo, tornando-o um novo espaço de
luta material e discursiva”.
Corresponde ao movimento de gestão participativa dos meios de
comunicação, democratização e participação dos sistemas e defesa do direito à
comunicação.
24
Neste sentido, e ainda segundo a visão de Soares (1999), pode-se dizer que
a educomunicação implica também na “implementação de políticas de comunicação
educativa, no desenvolvimento de ecossistemas educativos mediados por processos
de comunicação e pelo uso das tecnologias da informação”.
Soares (2000, p. 22), argumenta que “reconhecemos a inter-relação entre
Comunicação e Educação como um novo campo de intervenção social e de atuação
profissional, considerando que a informação é um fator fundamental para a
Educação”. Ele deixa claro que é preciso educar para a comunicação e não pela
comunicação.
No campo pedagógico, essa área volta-se, segundo Soares (2001, p. 117),
“para os programas de formação de receptores autônomos e críticos frente aos
meios”.
O que percebemos é que a educomunicação prepara o indivíduo para a
compreensão do lugar que os meios ocupam na sociedade, onde estuda o impacto
social que os meios de comunicação promovem na sociedade, as implicações da
comunicação do imediatismo, a participação e percepção que ela propicia. Como
resultados têm o acesso e o uso livre dos recursos e linguagens da comunicação
para a expressão dos indivíduos e grupos sociais.
[...] os modernos recursos da informação, especialmente o computador, vieram abalar a dicotomia entre Comunicação e Educação, permitindo aos educadores e aos educandos a ampliação de suas possibilidades de expressão e de produção cultural (SOARES, 2001, p. 121).
Vemos que a Educação apresenta-se, em numerosos casos, como um fator
de mudanças paradigmáticas para a própria comunicação. Se o ambiente mediado
pelas novas tecnologias pode ajudar a produzir sentidos, re-significar a educação,
estes meios converte-se em mediação; porém sabemos que não é somente a
tecnologia que provoca a aprendizagem, mas sim o sentido ou razão pela qual
compete à comunicação. Portanto, se as novas tecnologias funcionam como uma
mediação na aprendizagem é importante que a escola introduza esses recursos.
25
É perceptível que nas últimas décadas houve um grande avanço no
desenvolvimento dos meios de comunicação de massa no âmbito social. A
"revolução eletrônica", como ficou conhecida sustentada primeiramente pelo rádio e
pela televisão, foi fundamental para que houvesse uma visão da importância aos
padrões de comunicação empregados até então. Esse desenvolvimento influenciou
a vida cotidiana de milhões de pessoas, tanto "nos costumes sociais, na forma de
fazer política, na economia, no marketing, na informação jornalística como também
na educação" (DE PABLOS, 1998, p. 52).
Ainda assim Pretto (1996) comenta que:
Vivemos hoje na sociedade dos, mas media na qual, potencialmente, ampliaram-se as possibilidades de comunicação. As mudanças que estão ocorrendo no nosso dia-a-dia estão relacionadas dialeticamente com esse desenvolvimento e uma maior compreensão desta história permitirá refletir sobre o papel das novas tecnologias nessa sociedade de comunicação e informação. Por outro lado, abrirá caminho para uma reflexão mais contextualizada do papel da educação e da escola nesta sociedade em transformação (p.53-54).
Daí a importância da Educomunicação uma vez que esta trabalha com temas
transversais, onde valoriza o conhecimento como um todo, e não apenas informação
compartimentada. Nesse processo, as tecnologias têm um papel essencial. Não
podemos considerá-las como meros instrumentos para melhorar só o desempenho
do professor; elas devem e podem ser usadas para melhorar o desempenho de
todos, havendo uma inter-relação entre professor, aluno e escola.
Portanto, diante de tantos e novos desafios lançados pelo renovado advento
da comunicação em rede, importa, pois, a escola adequar ao cotidiano educativo,
um conjunto de pressupostos que favoreçam uma educação para a comunicação.
De fato, uma das consequencias mais visíveis de tal desenvolvimento tecnológico
nas últimas décadas é, talvez, a relevância concedida às inter-relações entre
comunicação e educação.
Existe entre ambas uma interação recíproca, mostrando os autores que a
dependência da educação relativamente à comunicação “decorre da natureza dos
26
objetivos educacionais que não prescindem daquela” (REI E MOREIRA, 2005,
p.275).
Os meios de comunicação de massa têm desempenhado um papel
significativo na formação do cidadão. Porém, temos presenciado discussões sobre
as propriedades dos meios de comunicação, a ideologia veiculada a estes,
principalmente quando se fala em mídia eletrônica, pois alguns estudiosos dizem
que nem tudo o que está disponível como informação, é segura. Mas isto é uma
discussão já bem antiga como discute Chartier, (1998), quando diz que no século
XV, época em que o impresso fora inventado já se sabia que:
De modo geral, persistia uma forte suspeita diante do impresso, que supostamente romperia a familiaridade entre o autor e seus leitores e corromperia a correção dos textos, colocando-os em mãos “mecânicas” e nas práticas do comércio. Manteve-se também a figura daquele que na Inglaterra do século XVIII se chamava de gentleman-writer, aquele que escrevia sem entrar nas leis do mercado, à distância dos maus modos dos livreiros-editores, e que preservava assim uma cumplicidade muito forte com os leitores.(p.86)
Hoje esta desconfiança está relacionada ao uso da internet por ser
considerada como um meio de má informação para os aprendizes. Portanto, cabe
então a escola, na condição de instituição e responsável pela formação do indivíduo
a tarefa de passar para estes leitores aprendizes a melhor forma de tornar estas
informações confiáveis, aproveitando o que há de melhor, colocando a tecnologia
em favor da educação, pois nem tudo que tem na internet pode ser considerado
também como algo ruim.
Segundo Dowbor (2001 p.9) “as tecnologias em si não são ruins”. Ele reafirma
dizendo que:
é essencial enfrentarmos de maneira organizada a compreensão das novas tecnologias, do seu potencial, dos seus perigos, das suas dimensões econômicas, culturais, políticas, institucionais. Poderemos ser a favor ou contra certas tecnologias, ainda que na realidade ninguém esteja nos perguntando se somos contra ou a favor, mas o que não podemos nos permitir, inclusive para orientar as novas gerações, é delas não termos um conhecimento competente (p.35).
27
Portanto, as escolas que queiram utilizar-se destas tecnologias no processo
ensino-aprendizagem não só da leitura, mas como um todo precisa ter um projeto
político pedagógico, em que profissionais da educação estejam sempre repensando
sua prática pedagógica, acompanhando as novas transformações tecnológicas
educacionais, tornando-se competentes e criativos sempre visando à formação de
sujeitos críticos e reflexivos.
Daí a importância de repensarmos na formação de professores para enfrentar
estes novos desafios pelo o qual vem passando a educação.
É fundamental ainda repensar a formação do professor e a necessidade da aquisição de novas competências e habilidades para atuar na formação do cidadão capaz de aprender a aprender. Já sabemos que as tecnologias têm o potencial de encantar alunos e professores, mas é preciso ir além desse deslumbramento e repensar a prática pedagógica diante de tais recursos. (SUZUKI; RAMPAZZO, 2009, p.6)
Portanto, as novas tecnologias educacionais não mudam necessariamente a
relação didático-pedagógica. Elas tanto servem para reforçar uma visão
individualista, tradicionalista como também uma visão tida como progressista.
As tecnologias educacionais permitem um novo encantamento na escola, ao
permitir que professor e aluno fiquem mais próximos, podendo ganhar um
dinamismo, inovação e poder de comunicação antes inimaginável entre ambos.
As novas tecnologias educacionais não substituem o professor, mas
modificam algumas das suas funções. Estas tecnologias não falam por si só, elas
necessitam de um professor competente e responsável para que possa realizar um
trabalho de qualidade. A ele cabe reconsiderar o trabalho docente, assumindo as
decisões quanto ao processo de ensino-aprendizagem da leitura e demais
conhecimentos, dominando assim as novas tecnologias.
O número de ferramentas tecnológicas no meio educacional é grande, cabe
ao professor avaliar e selecionar a ferramenta que atenda melhor às suas
necessidades educacionais.
28
Assim, diante de tal realidade a educação não pode negar a existência das
novas tecnologias, pois formaria sujeitos desconectados da realidade ao qual estão
inseridos.
2.3. Leitura
Neste conceito abordaremos a definição de leitura e leitura e as novas
tecnologias.
2.3.1 Definição de leitura
Levando em consideração a historia da leitura e seu percurso na educação
brasileira, torna-se indiscutível a sua importância no contexto da sociedade atual.
Segundo Silva (2005, p.31), “tal presença, sem dúvida marcante e abrangente,
começa no período de alfabetização”, onde o sujeito através da decodificação e
compreensão de símbolos tem o contato inicial com a leitura e que, desenvolve-se
no percorrer da trajetória escolar.
Entretanto, o exercício da leitura que se encontra legitimado nas instâncias
escolares, mostra que em grande parte das vezes, ela se limita a uma mera
decodificação de signos gráficos, ato mecânico, que pode impossibilitar a atribuição
de sentido, dificultando possivelmente o estímulo do gosto pela leitura.
Para Cattani e Aguiar (1992, p.26), “ler não é, então, apenas decodificar
palavras, mas converter-se num processo compreensivo que deve chegar às idéias
centrais, a inferências, à descoberta dos pormenores, às conclusões”. Deste modo,
a leitura resulta de uma compreensão crítica do mundo, ela representa para o auto a
modificação de nossa prática, possibilitando o leitor conscientizar-se da realidade,
viabilizando uma reflexão mais abrangente do contexto social e como coloca Silva
(1997): “Fornece ao sujeito uma nova capacidade de se compreender, oferecendo-
lhe uma maneira de ser no mundo pelo qual ele se engrandece, ou seja, encontra
novas formas de existir e conviver socialmente” (p.79).
29
Assim, consideremos que a leitura é o ponto de partida para o
desenvolvimento da percepção do indivíduo em sua natureza cultural e intelectual, e
não apenas na decodificação de códigos lingüísticos, mas na elaboração de
referenciais e valores, indispensáveis para a formação do espírito crítico.
Silva (1997),
caracteriza o ato de ler como sendo um instrumento de conscientização e libertação, necessário à emancipação do homem na busca incessante de sua plenitude”. Ler é uma necessidade concreta para a aquisição de significados e, consequentemente, de experiências nas sociedades onde a escrita se faz presente (p.98 e 112).
Desta forma, percebe-se que é através da leitura que assimilam-se novas
idéias, novos conceitos, novas e diversas informações acerca das pessoas, dos
fatos, do mundo e de tudo o que encontra em sua volta.
A leitura é um fenômeno extremamente complexo que proporciona
possibilidades variadas de entendimento da relação sujeito-sociedade. Essa não se
limita, apenas, à decifração de alguns sinais gráficos. É muito mais do que isso, pois
exige do indivíduo uma participação efetiva enquanto sujeito ativo no processo de
aprendizagem, levando-o a produção de sentido e construção do conhecimento.
Para Martins (1982), a leitura pode ser conceituada como um processo de
compreensão de expressões formais e simbólicas não importando por meio de que
linguagem.
Assim, podemos perceber que a atividade de leitura não corresponde a uma
simples decodificação de símbolos, mas significa, de fato, interpretar e compreender
o que se lê como afirma Zilberman (1993):
Ler não é decifrar o sentido do texto. É a partir de um texto, ser capaz de atribuir-lhe significação, conseguir relacioná-lo a outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de leitura que o autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista (p.59).
30
Quando o leitor decifra o texto lido, ele relaciona-o com as manifestações
sócio-culturais que lhe são distintas no tempo e espaço adequado, onde a leitura se
constitui como uma via de acesso à aprendizagem, não só de todas as disciplinas
que compõe o currículo da escola, mas também os conhecimentos produzidos fora
do espaço escolar.
Vale ressaltar que a leitura também possibilita o prazer estético, ler pelo belo,
pelo imaginário, pelo gosto ao bonito,como destaca Alves (2001, p.27) “as palavras
também podem ser objetos de fruição, se nos ligamos a elas pela mesma razão que
nos ligamos a um pôr-do-sol, a uma sonata, a um fruto; pelo puro prazer que nelas
mora.
É importante e preciso superar algumas concepções sobre o aprendizado
inicial da leitura. A principal delas é a de que ler é simplesmente decodificar,
converter letras em sons, sendo a compreensão conseqüência natural dessa ação.
A leitura em suas várias acepções, produto da escola e critério para ingresso
e participação do indivíduo na sociedade, veio a ser valorizada como idéia, por
distinguir o homem alfabetizado e culto do analfabeto e ignorante. Portanto, é de
suma importância desenvolver em nós uma “cultura de leitura diferenciada da que
temos atualmente”, pois só assim seremos aprendizes formadores de opinião em
todo ambiente social e democrático que estivermos.
2.3.2. Leitura e as novas tecnologias
Há um consenso estigmatizado de que aprender a ler é um processo que
acontece somente na escola, em sala de aula sob a responsabilidade dos
professores; não levando em consideração que pode também ser algo que se
concretiza em todas as experiências de vida do indivíduo.
Para Freire (1987), desde muito pequeno aprendemos a entender o mundo
que nos rodeia. Por isso, antes de aprender a ler e a escrever palavras e frases, já
estamos lendo bem ou mal, o mundo que nos cerca. E essa aprendizagem, seja
sistematizada ou não, se torna um processo difícil para o indivíduo.
31
Por muito tempo os livros impressos foram o mais importante meio de difusão
do conhecimento vivenciado pela humanidade. Hoje a cultura digital propõe uma
nova estratégia de alfabetização e letramento, que pode acontecer também a partir
do manuseio das teclas do computador que são apresentadas à criança desde muito
cedo e ela vai assim tendo contatos com variados textos escritos, jogos, fotos,
músicas, filmes, vídeos, desenhos, animações e outras elementos que dão a ela a
possibilidade de conhecer as multileituras tudo ao mesmo tempo, isto faz com que a
criança interaja e conquiste autonomia no seu processo de alfabetização e
letramento.
É oportuno, então, que as novas tecnologias possam ajudar nesse processo
como um todo, disseminando oportunidades educacionais e pessoais,
principalmente para aqueles que não tiveram a oportunidade de freqüentar às
melhores escolas.
Pretto (2001a, p. 39) enfatiza ser imprescindível preocuparmo-nos com as
políticas públicas de inclusão das camadas desfavorecidas ao mundo tecnológico.
A prática de leitura no mundo moderno, o qual se encontra repleto de
tecnologias e facilidades que traz consigo uma avalanche de informações e
compreensões a cerca de nossa realidade, possibilitando aos sujeitos da sociedade
um status elevado.
Na sociedade em que vivemos hoje, os livros passaram a ser distribuído
também no formato eletrônico, o que vem despertando nos nossos jovens e
adolescentes um grande interesse por este tipo de leitura, como afirmam Alves e
Nova (2003), quando falam que:
A leitura torna-se uma experiência multisensorial, para a qual o tanto torna-se essencial. Leitura tátil. Tocando a página em qualquer ponto o som do jazz que estava escrito pode ser instantaneamente ouvido... Movendo a mão pela página o som se intensifica ou enfraquece. É o fim da leitura fisicamente passiva e o início de profunda participação corporal no livro eletrônico. O futuro da leitura será a diversão. (p.228)
32
O que podemos perceber neste tipo de leitura, é que é uma experiência onde
envolve completamente os múltiplos sentidos, tanto a imaginação destas pessoas
como todo o corpo. Além do texto em si, podemos ver as imagens, ouvir sons,
podendo editar, criar e interagir com entusiasmo, onde tanto professores como
alunos podem controlar suas apresentações, tornado uma leitura agradável. E em
princípio, isto não é possível com o livro impresso.
Mas, mesmo com estes avanços tecnológicos relacionados à leitura, ainda
são muitas as questões que afetam este tema, num país de educação problemática
como o nosso. Estudos recentes mostram que mesmo estando na era da
globalização digital, as práticas de leitura na escola são tratadas por estratégias
pouco relevantes, pois há muitas formas de leitura que passam despercebidas pelas
práticas formais ou validadas, pois ler na escola ainda é tido como ler para a
professora, ler em voz alta para os colegas pra demonstrar se sabem ou não sabem
ler. Nesse sentido Zilberman (1993) afirma que:
sendo a entidade que recebe a única incumbência de ensinar a ler, a escola tem interpretado esta tarefa de forma mecânica e estética”. Isto implica dizer que o processo de leitura, se restringindo à escola, passa a ser um trabalho com práticas sistemáticas, não apresentando a verdadeira concepção de leitura (p.36).
A escola segue um sistema organizado, com conteúdos limitados e
parcelados, seguindo um padrão de tempo, influenciando no processo e gosto pela
leitura.
Diante disso a leitura apresenta mais dificuldade do que saberes tipicamente
escolarizados. Assim, é importante a busca de novos mecanismos como prática
educativa, que propiciem a atração pela leitura desde a infância, período em que a
criança está descobrindo seu mundo.
Daí a importância da tecnologia em nosso cotidiano, o que constituirá a
primeira base para que haja necessidade de sua presença também na escola.
Assim a sala de aula deve ser transformada em um espaço colaborativo de
aprendizagem. E a postura do professor deverá possibilitar a estes aprendizes
33
desenvolver várias competências através de atitudes compartilhadas, em grupos
sociais e coletivamente.
Como diz também Lévy (1999),
é preciso colocar as pessoas nessa situação de curiosidade, nessa possibilidade de exploração. Não individualmente, não sozinhas, mas juntas, em grupo. Para que tentem se conhecer e conhecer o mundo a sua volta. Uma vez compreendido esse princípio básico, todos os meios servem. Os meios audiovisuais, interativos, os mundos virtuais, os grupos de discussão, tudo o que quisermos... (p.179).
Para tanto, a escola não deve utilizar estas tecnologias somente como
recursos, mas como agente transformador do processo educacional como um todo.
Lembrando que as novas tecnologias por si só, não possui uma característica
interativa, transformadora.
O modo como a escola e o professor utiliza o computador, a internet e outras
tecnologias educacionais é que poderá estimular nos alunos a criatividade, a
transmissão de informações, novas formas de sociabilidade e o desenvolvimento
das habilidades cognitivas e gosto pela leitura, quem sabe até voltar a ter aquele
interesse em ler livros impressos como nos tempos de nossas avós.
Portanto a sociedade atual está sendo marcada pelo advento de práticas de
leitura e escrita digitais e os nossos alunos gostam disto. Isto certamente conduz
professores, alunos e a escola a um estado ou condição diferentes daquelas
praticadas na alfabetização e letramento da cultura impressa no papel.
Não podemos desconsiderar que surge um novo espaço de leitura e escrita
na escola, e esta nova cultura leva o educando não apenas a ser alfabetizado, mas
sim, a ser letrado de forma mais dinâmica e agradável. O sucesso ou fracasso para
este novo desafio educacional não está no aparato tecnológico, mas no uso que se
faz dele.
34
CAPÍTULO III
CAMINHOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo, fomos à busca de maiores informações sobre a temática
estudada na perspectiva de obtenção de dados para que sejam analisados,
encontrando possíveis respostas para os questionamentos. Dessa maneira, é
preciso traçar caminhos utilizando-se de alguns instrumentos que permitam
desenvolver uma pesquisa investigadora, buscando evidências que comprovem
hipóteses aparentemente definidas, levando em consideração também a visão dos
sujeitos envolvidos na pesquisa em relação ao problema em estudo, ou seja, o
significado que eles dão ao assunto pesquisado.
Na perspectiva de Demo (1999) pesquisa é a atitude do “aprender a
aprender” e como tal faz parte de todo processo educativo. Pesquisa significa
diálogo crítico e criativo com a realidade, chegando ao mais alto ponto da
elaboração própria e da capacidade de interação.
Este trabalho de pesquisa teve como questão fundamental identificar e
analisar a concepção dos professores sobre as novas tecnologias educacionais e a
influência desse uso no gosto pela leitura dos alunos, sendo realizado a partir da
entrevista semi-estruturada e o questionário fechado, visando buscar mais detalhes
nas reflexões e informações coletadas. Informações estas que permitiram atingir um
conhecimento mais específico da realidade e percepção dos sujeitos da pesquisa.
3.1. Tipo de pesquisa
A pesquisa faz parte do cotidiano do ser humano trazendo descobertas
importantes para a humanidade.
A pesquisa em estudo foi qualitativa. Este tipo de pesquisa tem como uma
das características investigar os significados que os envolvidos dão ao assunto
pesquisado, visto que a abordagem qualitativa analisa o indivíduo em sua totalidade,
levando em consideração as suas subjetividades.
35
A pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada (...). Se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes e tem um plano aberto e flexível focalizado a realidade de forma complexa e contextualizada (LUDKE e ANDRÉ, 1986; P.13).
Permite também, a análise dos resultados sob uma perspectiva que considera
a situação contextual dos sujeitos pesquisados, ou seja, busca respeitar suas
emoções e vivências, considerando-os com seres complexos, procurando
desenvolver compreensões sem se apoiar em teorias já constituídas.
De acordo com esta discussão Richardson (1999, p. 80) menciona que os
“estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a
complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis,
compreende e classifica processos dinâmicos vividos por grupos sociais”. A partir
dessa compreensão, percebe-se que a pesquisa qualitativa dá suporte para análises
mais profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado.
3.2. Lócus da pesquisa
O lócus de pesquisa propicia ao pesquisador uma abertura para investigar,
dialogar, ao mesmo tempo propicia uma vivência que traz interações entre
pesquisador e sujeitos da pesquisa.
A instituição escolhida para realização da pesquisa foi a Escola Rural Gilcina
Carvalho, localizada na Avenida Tancredo Neves na sede do município de Campo
Formoso – BA.
Entendendo que a escola é um lugar onde muitos paradigmas são ou
deveriam ser quebrados, contribuindo para a formação crítica dos indivíduos,
servindo de sustentáculo para que se configure a flexibilidade e liberdade. Neste
sentido, é imprescindível utilizar-se deste espaço para buscar identificar e analisar a
temática abordada nesta pesquisa.
36
3.3. Sujeitos da pesquisa
Os sujeitos da pesquisa foram doze (12) professoras da Escola Rural Gilcina
Carvalho, localizada no município de Campo Formoso – BA.
Estes sujeitos foram escolhidos com o intuito de analisar de forma mais crítica
a problemática das novas tecnologias educacionais e sua influência no gosto pela
leitura dos alunos; onde os mesmos enquanto formadores de opinião podem
contribuir explicitando suas concepções sobre o tema abordado.
3.4. Instrumentos de coleta de dados
Para alcançar o objetivo proposto será necessária a utilização de
instrumentos adequados ao objeto em estudo, pois uma pesquisa científica requer
procedimentos sistemáticos e intensivos, com o objetivo de descobrir e interpretar os
fatos de uma determinada realidade, pois para se realizar uma pesquisa é preciso
promover o confronto entre os dados, as evidências, as informações coletadas sobre
determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele. (LUDKE
e ANDRÉ, 1986).
Utilizaremos como instrumentos de investigação a entrevista semi-estruturada
e o questionário fechado, considerando estas, umas das melhores formas para
estabelecer como diagnóstico, um dos instrumentos dentro do objetivo da pesquisa
que se pretende desenvolver.
Vale ressaltar que a análise de dados em uma pesquisa qualitativa deverá ter
como base as finalidades da fase de análise. Mynayo (1992) apresenta como base
três finalidades para esta análise; primeiro: estabelecer uma compreensão dos
dados coletados; segundo: confirmar ou não os pressupostos da pesquisa e/ou
responder às questões formuladas; terceiro: ampliar os conhecimentos dos assuntos
pesquisados, articulando-os ao contexto cultural da qual fazem parte. Diante disso,
tais finalidades são complementares em termo da pesquisa social.
37
3.5. Entrevista semi-estruturada
A entrevista semi-estruturada segundo Ludke e André (1986, p.34) “pode se
considerada como prática discursiva de forma a entendê-la como ação (interação
situada e contextualizada por meio da qual se produzem sentidos e se constroem
versões da realidade)”.
Haguette (1987) define a entrevista semi-estruturada como um processo de
interação social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por
objetivo a obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado.
Haguette (1987), Lakatos (1991, p.75) reafirmam dizendo que: “a entrevista
se constitui em importante instrumento de trabalho nos vários campos, nas ciências
sociais e de outros setores de atividades, como a Sociologia, Antropologia, a
Psicologia e outros”. É a entrevista que nos permite obter a informação desejada e
imediata, bem como, serve para ajudar na identificação do problema.
A entrevista semi-estruturada Segundo Ludke e André (1986), “pode ser
considerada como prática discursiva, de forma a entendê-la como ação (interação
situada e contextualizada) (p.34)”. Com base neste argumento, nota-se que ela
acontece a partir de um instrumento básico para a coleta de dados; é tida como um
dos meios mais utilizados no ponto de vista da pesquisa qualitativa, pois propicia
uma relação recíproca entre o entrevistador e o entrevistado.
Para Taveira (2002, p. 110), tal entrevista é relevante porque não ocorre a
partir de questionários preestabelecidos, com perguntas fechadas para não limitar
aquilo que desejassem dizer os entrevistados aos entrevistadores.
Através da entrevista com questões norteadoras sobre a temática em análise
é que podemos as reflexões dos sujeitos sobre o objeto em estudo; uma forma de
percebermos algo que possa ter passado despercebido em um algum outro
instrumento aplicado.
38
3.6. Questionário fechado
Barros (2000) e Gressler (1989) dizem que o questionário fechado não está
limitado a uma determinada quantidade de questões, e que não deve ser exaustivo
ao pesquisando. Tais autores afirmam que o mesmo é constituído por uma série de
perguntas organizadas, do qual as respostas são formuladas sem assistência direta
ou orientação do investigador; com o objetivo de levantar dados para a pesquisa.
O questionário fechado será feito porque é um dos principais instrumentos de
trabalho utilizado no campo da pesquisa, para coletar os aspectos sócio-culturais
dos sujeitos da pesquisa. No entanto, o questionário deve ser simples, direto e
rápido de responder, devendo assegurar aos utilizadores que os dados recolhidos
não serão cedidos a terceiros, sendo utilizadas com sigilo as informações.
39
CAPITÚLO IV
ANALISANDO E REFLETINDO OS DADOS DA PESQUISA
Esta pesquisa teve como principal objetivo fazer uma reflexão a cerca da
utilização das novas tecnologias educacionais em sala de aula pelo professores,
bem como sua utilização no desenvolvimento e gosto pela leitura dos alunos.
Entendendo assim, que o processo de leitura na educação atual tem muitos
paradigmas que precisam ser quebrados, e que as novas tecnologias podem ter o
seu papel de contribuição neste melhoramento, fazendo destes indivíduos pessoas
mais críticas, reflexivas e atuantes, podendo exercer sua cidadania com autonomia.
A pesquisa foi operacionalizada, tendo como instrumentos de coleta de
dados, o questionário fechado e a entrevista semi-estruturada, possibilitando a
obtenção de dados que permitiram elucidar a nossa questão de estudo.
Para melhor compreensão, iniciaremos apresentando o perfil dos sujeitos
desse estudo, obtido com a análise do questionário fechado, e em seguida os dados
identificados e interpretados da entrevista semi-estruturada.
4.1. Analisando o questionário fechado
O Questionário fechado é um instrumento que enriquece as informações, pois
possibilita uma visão da realidade e contexto dos sujeitos envolvidos na pesquisa.
4.1.1. Gênero
Os sujeitos envolvidos na pesquisa apresentam-se em relação ao gênero,
100% sendo do sexo feminino. Assim, percebe-se que a presença da mulher como
docente e principalmente nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental ainda é
considerável se compararmos ao sexo masculino.
40
100,00%
0,00%
Feminino Masculino
Figura 01 – percentual quanto ao gênero
Fonte – Questionário aplicado
4.1.2. Idade
Os dados obtidos quanto à idade dos docentes, nos mostra uma diversidade
a este respeito, pois 17% têm idade entre 24 e 29 anos, 50% entre 30 e 35 anos, 8%
entre 36 e 41 anos e 25% acima de 42 anos.
17,00%
50,00%
8,00%
25,00%
De 24 a 29 anos De 30 a 35 anos De 36 a 41 anos Acima de 42 anos
Figura 02 – percentual quanto à faixa etária Fonte – Questionário aplicado
4.1.3. Nível de escolaridade
A formação do educador na área específica de atuação é um fator
imprescindível para o docente, esta é uma área que requer do educador um nível de
escolaridade referente para que ele possa fazer o exercício de suas atividades
pedagógicas. A Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional 9.394/96, no Artigo
62 refere-se à importância da formação do educador das Séries Iniciais do Ensino
41
Fundamental “(...) far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação
plena, em Universidades e Institutos Superiores de Educação, admitida, como
formação mínima para o exercício do magistério (...)”.
Neste aspecto, os sujeitos da pesquisa se subdividiram da seguinte forma:
8% têm somente o Ensino Médio com habilitação em magistério, 50% estão
cursando uma graduação, 42% já são graduados, sendo que destes 25% cursaram
Pedagogia/Licenciatura e 17% graduação em Licenciatura de História e Letras.
8,00%
50,00%25,00%
17,00%
Ensino Médio Superior incompleto Pedagogia/Licenciatura Outros
Figura 03 – percentual quanto ao nível de escolaridade Fonte – Questionário aplicado
Podemos perceber através deste percentual, que uma quantidade significativa
das professoras desta escola está se aprimorando para sua atuação como docente,
através de uma formação acadêmica, pois metade dos sujeitos está cursando o
ensino superior, 25% tem graduação em Pedagogia, o que é muito importante uma
vez que é uma área voltada para as Séries Iniciais e 17% já cursaram uma
graduação em disciplinas específicas, porém temos professoras nesta escola que
ainda não buscaram ampliar seus conhecimentos cursando uma Universidade,
sendo 8% dos sujeitos da pesquisa.
Das educadoras que já cursaram o curso de graduação, os dados obtidos
revelam que 60% têm formação em Pedagogia, 20% em História e mais 20% em
Letras.
42
60,00%
20,00%
20,00%
Pedagogia História Letras
Figura 04 – percentual quanto a área de graduação
Fonte – Questionário aplicado
É importante ressaltarmos neste quesito a formação do educador, onde o
percentual da pesquisa nos mostra que 60% delas têm formação acadêmica em
Pedagogia, o que é um fator positivo, pois possibilita ao educador sentir-se mais
preparado e ter assim um melhor embasamento para atuar nas Séries Iniciais com
mais autonomia e segurança.
60,00%
20,00%
20,00%
Pedagogia História Letras
Figura 05 – percentual área de pós graduação
Fonte – Questionário aplicado
É relevante também mostrar a área de formação em pós graduação destes
sujeitos, onde o percentual da pesquisa nos mostra um total de 92% que ainda não
buscaram este tipo de formação acadêmica, ficando apenas 8% das educadoras
que tiveram interesse em está cursando uma pós graduação, para aprimorar ainda
mais os seus conhecimentos.
43
4.1.4. Tempo de atuação na área docente
Os dados obtidos revelam que as educadoras atuam na área docente já há
alguns anos, permitindo-lhes uma experiência significativa na docência. Das
professoras entrevistados 8% atuam há três anos, 42% estão entre 12 e 15 anos,
33% entre 6 e 9 anos e 17% já tem mais de 18 anos.
8,00%
33,00%
42,00%
17,00%
Até 3 anos Entre 3 e 9 anos Entre 12 e 15 anos Mais de 18 anos
Figura 06 – percentual tempo de atuação na área docente
Fonte – Questionário aplicado
4.1.5. Formação continuada / cursos de capacitação
O profissional da educação necessita está em constante reflexão sobre sua
prática em sala de aula, implicando-o em buscar ampliar seus conhecimentos
estando sempre atualizado com as mudanças educacionais. A formação continuada
bem como cursos de capacitação é de fundamental importância para a docência. Os
dados obtidos aqui nos mostram que 34% dos sujeitos participam com freqüência
(planejamentos), 8% raramente participa (a cada trimestre) e 58% participam uma
vez por ano (jornada pedagógica).
44
34,00%
58,00%
8,00%
Participa com frequência Raramente participa Participa uma vez por ano
Figura 07 – percentual quanto à formação continuada / cursos de capacitação
Fonte – Questionário aplicado
Os dados obtidos apresentam um percentual insignificante e preocupante em
relação à formação e capacitação destes educadores, pois mais de 50% participam
somente uma vez por ano destes cursos, quando deveria ser uma formação
continuada e não somente em jornadas pedagógicas, assim, estes educadores
perdem a oportunidade de aprimorar sua formação profissional e até mesmo
pessoal.
4.2. Análise e discussão das falas dos professores
Para a realização desta pesquisa foram entrevistadas 12 professoras, onde
foram feitas perguntas relacionadas ao nosso objeto de estudo, servido assim de
base para esta análise e reflexão, procurando ainda nos apoiar em alguns teóricos
para fundamentar e nortear tais discussões, com o objetivo de identificar e analisar a
concepção dos professores sobre as novas tecnologias educacionais e a influência
desse uso no gosto pela leitura dos alunos.
Apresentamos os resultados da entrevista semi-estruturada, que copilamos
nas seguintes categorias:
45
4.2.1. Novas tecnologias: conhecendo as concepções e seus desafios
Nesta categoria os nossos sujeitos apresentam as suas concepções sobre as
novas tecnologias educacionais, as possibilidades de se trabalhar com estas
ferramentas em sala de aula e qual o suporte institucional para o uso destas
tecnologias.
4.2.2. Concepções dos professores sobre as Novas Tecnologias Educacionais
Assim, apresentamos a seguir as respostas de algumas docentes quando
questionadas quanto à sua concepção sobre as novas tecnologias educacionais.
Para preservar a identidade das docentes utilizaremos um código para identificar
sua fala: a letra P seguida do número indo arábico.
Podemos observar nas falas das docentes, quando questionadas a este
respeito que todas elas, de um modo geral compreendem e relacionam as Novas
Tecnologias simplesmente como recursos. Vejamos:
P11. Entendo que através delas desenvolvem-se novas habilidades para
prática educacional. P9. São recursos que nos ajudam na sala de aula. P10. São elementos ou recursos que nos ajudam no processo ensino-aprendizagem. P12. São todos os recursos tecnológicos que utilizamos, de maneira correta ajudam diversificar às aulas, motivar os alunos e fazer com que aprendam com mais facilidade.
Com estas informações, foi possível perceber que os conceitos atribuídos
pelos professores às novas tecnologias restringem-se somente como recursos ou
suportes que podem diversificar as aulas.
Alves e Nova (2003) comentam que:
1 Em vista de manutenção do anonimato dos entrevistados atribuímos-lhes um código (P) acrescido
de algarismos arábicos (1, 2, 3...)
46
O imbricamento entre educação e tecnologia vem acontecendo desde a oralidade, sendo seguida pela escrita, uma das primeiras tecnologias inventadas pelo homem; posteriormente, vieram o rádio, televisão, videocassete, TV a cabo até os computadores atuais com aceso à internet (p.233-234).
Estas tecnologias, na compreensão dos autores, são meios tradicionais de
comunicação entendidas como transmissoras de mensagens, onde na educação o
professor é o emissor que transmite as informações e o aluno o receptor. O uso das
novas tecnologias na contemporaneidade pode nos levar a re-construir este conceito
a partir das inter-relações entre os sujeitos, buscando não apenas transmitir
informações, mas tornando o ambiente mais interativo e propício à construção da
aprendizagem.
Na concepção de Valente (1999, p.199), “[...] tecnologia é um conjunto de
discursos, práticas, valores e efeitos sociais ligados a uma técnica particular num
campo particular”.
Nesta perspectiva, entende-se como tecnologia tudo o que permita fazer
referência à categoria geral que inclui o uso de toda e qualquer forma de tecnologia
relevante à educação, incluindo a escrita, a imprensa, currículos e programas, giz e
quadro-negro, o telefone, o rádio, a televisão, computadores, internet e tantos
outros, assim como os recursos humanos como salienta Valente.
É importante ressaltar a fala da P1 quando enfatiza que “entende que através
delas desenvolvem-se novas habilidades para prática educacional” pensamento este
que se identifica muito com as teorias de Suzuki e Rampazzo (2009, p.17-19),
quando dizem que “as novas tecnologias são ferramentas que auxiliam essa
mediação, ao mesmo tempo em que possibilitam novas descobertas e novas
habilidades”.
Ficou perceptível diante dos argumentos apresentados pelas professoras, que
existe por parte destas uma compreensão sobre as novas tecnologias educacionais
restringidas ao uso como recursos para abrilhantarem suas aulas, o que nos revela
47
uma realidade ainda existente em nossas escolas, o que precisa ser mudado,
ficando claro que há possibilidades de se trabalhar com as novas tecnologias numa
perspectiva de sociabilidade e desenvolvimento das habilidades cognitivas, de
interação entre escola, professores, alunos e sociedade.
4.2.3. Possibilidades de se trabalhar com as novas tecnologias educacionais
É possível verificar que os professores reconhecem não só a importância,
mas também a necessidade de se trabalhar com as novas tecnologias em sala de
aula, no entanto, deixam claro que há impossibilidade para que isto aconteça tanto
devido a falta de formação dos docentes quanto aos recursos oferecidos pelas
escolas.
P6. As novas tecnologias educacionais são bastante importantes e necessárias para um desenvolvimento cognitivo do aluno, mas é preciso que haja cursos para os professores aprimorarem seus conhecimentos. P8. Sabemos da importância e necessidade da utilização desses recursos na educação, porém nem sempre é possível trabalhar com tais recursos devido à precariedade desses nas escolas e a falta de formação nesta área para os professores P12. Sim, é importante e necessário, mas nem sempre possível já que os recursos oferecidos são poucos para o grande número de pessoas que precisam deles.
Sampaio e Leite (1999) comentam da importância desta formação inicial e
continuada.
A formação, inicial e continuada, pode possibilitar aos profissionais analisar criticamente as transformações da realidade e agir sobre elas, construindo e praticando novas propostas pedagógicas que estejam voltadas ao atendimento das necessidades populares (p.69).
Ainda nesta perspectiva Mello (1982) considera fundamental o professor
dominar a técnica de seu fazer e seus instrumentos de trabalho com competência,
sendo esta competência uma ferramenta do compromisso político do professor.
Diante destes questionamentos, notamos a importância de o professor
participar destas formações para poder assim ampliar ainda mais seus
conhecimentos e adquirir uma visão crítica e uma autônoma em relação às novas
48
tecnologias, tanto as que já existem na escola quanto a àquelas presentes na
sociedade, neste sentido, poderão dominar e promover entre seus alunos o domínio
das novas tecnologias que cada vez mais se fazem presentes no seu cotidiano.
4.2.4. Suporte oferecido pela escola e/ou secretaria de educação do município
Algumas docentes disseram que desconhecem este tipo de apoio, outros
afirmaram que já existe no componente curricular a disciplina de informática e a
grande maioria, em torno de 60% destacou que é muito fraco o desempenho da
escola e da secretaria de educação neste aspecto.
P1. Um professor especialmente para aulas de informática P7. Não tenho conhecimento. P10. Ainda precisa melhorar muito, pois o que dispomos não é suficiente. P11. Fraco, precisando ser ampliado.
Levando a considerar a importância das novas tecnologias em sala de aula
para o processo ensino-aprendizagem Alves e Nova (2003) salientam que:
A introdução das tecnologias na sala de aula poderá tornar o processo ensino-aprendizagem sintonizado com a vida contemporânea, proporcionando aos alunos o acesso a uma nova forma de comunicação que privilegie a escolha dos próprios caminhos, como ocorre, por exemplo, quando se faz um zapping entre sites e canais da televisão (p.233)
Nesta perspectiva, observamos nas falas dos sujeitos que o espaço
telemático utilizado pelas escolas e os recursos tecnológicos oferecidos pela
mesma, são precários ou quase inexistentes uma vez que alguns citam não ter
conhecimento, o que pode dificultar um melhor desempenho no processo ensino-
aprendizagem em sala de aula, pois, sabemos que estes mecanismos ajudam a
enriquecer os ambientes de aprendizagem onde cada aluno é um sujeito ativo,
estando em interação com os outros alunos, professores, pesquisadores ou pessoas
da comunidade, obtendo um aproveitamento construtivo das tecnologias da
informação e da comunicação.
49
Dentro deste contexto torna-se oportuno enfatizar, que há uma contradição
diante do que foi respondido quando alguns relatam que a realidade tecnológica da
escola citada neste trabalho precisa melhorar, considerando como fraco o apoio
oferecido pela mesma, outros ainda disseram que é oferecido pela escola aulas de
informática com professores específicos para esta disciplina e outros disseram ainda
que desconheçam, mostrando-nos que há uma confusão de informação entre as
falas.
4.2.5. A tecnologia como elemento de aprendizagem
Embora em um número menor, há concepções de alguns professores que
dizem que quase não utilizam as novas tecnologias, outros 90% declararam utilizar
apenas como recurso lúdico, ou seja, o mesmo conceito de que elas são apenas
para diversificar as aulas e outros dizem ainda que não podem usar por ser turma de
alfabetização, o que consideram impossível.
P5. Quase não utiliza. P4. Através de vídeos e internet. P6. Nenhuma, pois a turma é de alfabetização sendo 1ª série, a tecnologia fica para a aula de informática. P9. De uma forma que o aluno aprenda melhor. Ex: utilizando filmes, internet, com rodas de conversas.
Para Valle (2002),
Educar com as novas tecnologias não é uma tarefa fácil. A cultura escolar é excessivamente baseada no texto impresso e na cultura oral, de modo que a incorporação de novas linguagens (plásticas, musicais, gestuais ou tecnológicas) torna-se um desafio (p.54).
Sabemos que os recursos tecnológicos, como instrumentos à disposição do
professor e do aluno, constituem-se em valiosos agentes de mudanças para a
melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem. No entanto, isto requer
professores bem formados com conhecimentos sólidos da didática e dos conteúdos,
com desenvolvimento de práticas pedagógicas que utilizem estas novas tecnologias
como ferramenta que atendam às necessidades individuais e coletivas, que
50
estimulem a construção criativa e a capacidade de reflexão e que favoreçam o
desenvolvimento da capacidade intelectual e afetiva, levando a autonomia e à
democracia participativa e responsável.
Ainda analisando a fala da P6, podemos observar que esta professora
apresenta uma visão tradicional quanto ao uso das novas tecnologias em sala de
aula, quando enfatiza que como trabalha com turma de alfabetização, o uso destas
ferramentas fica restrita somente as aulas de informática, deixando perceptível que
também há uma contradição quanto a sua concepção de novas tecnologias, uma
vez que sabemos que não é somente o computador ou a internet que pode ser
considerado como novas tecnologias educacionais.
Fica evidente, porém que com o advento de tais recursos, surgem também
novas possibilidades no processo de aquisição da leitura, proporcionando aos
professores explorar novas formas de ensinar e aos alunos, novas formas de
aprender.
4.3. Novas tecnologias: novas formas de leituras
Na perspectiva da sociedade contemporânea, a leitura, constitui-se uma
necessidade social, que integra o indivíduo no seu contexto sócio-econômico e
cultural. Assim, nesta categoria buscamos analisar a compreensão de leitura, bem
como os aspectos positivos e negativos na visão das docentes.
4.3.1. A leitura como forma de libertação
Observa-se que 75% dos docentes apresentam uma concepção onde
norteiam o conceito de leitura a “caminho” ou meio pelo qual podem ter acesso a
novas possibilidades.
P2. O caminho para a informação e crescimento profissional, intelectual e social. P3. É o instrumento essencial para adquirir conhecimento e assim participar efetivamente da nossa sociedade.
51
P4. Permite ao indivíduo a oportunidade de crescimento e compreensão do que está ao seu redor. P9. O caminho para o conhecimento, forma de libertação. P10. A leitura nos dar a oportunidade de crescer no profissional e intelectual, tornando-se de fundamental importância em nossas vidas.
Desta forma, pode-se considerar que a leitura, por sua vez é uma prática
essencial a qualquer área do conhecimento e mais essencial ainda à própria vida do
ser humano, como menciona Silva (2005) quando diz que:
A leitura é um dos principais instrumentos que permite ao ser humano situar-se com os outros, de discussão e de crítica para se chegar à práxis (...). Ler é em ultima instância, não só é uma ponte para a tomada de consciência, mas também um modo de existir no qual o indivíduo compreende e interpreta a expressão registrada pela escrita e passa a compreender-se no mundo (p.44-45).
Na compreensão de Freire (1993, p.42), “a leitura por sua vez tem um papel
central no processo de libertação dos que vivem oprimidos, dos que vivem
alienados, dos que vivem excluídos”.
Para Kramer (1995, p.149), "ler e escrever não como constrangimento, mas
caminho de libertação: educação, alfabetização, leitura e escrita – como bem nos
ensinava o mestre Paulo Freire, ainda nos anos 60 – como prática de liberdade".
Diante das respostas das professoras, podemos observar que um número
significativo atribuiu a leitura como a possibilidade de aperfeiçoamento e
crescimento tanto profissional quanto pessoal, também se pode observar que há
quem entenda a leitura de maneira mais ampla, como forma de libertação, onde o
sujeito pode adquirir autonomia e ter assim uma participação mais efetiva e
consciente na sociedade.
Portanto, quando a leitura caracteriza-se nesta dimensão o leitor assume um
papel atuante, deixando de ser um mero decodificador ou receptor passivo. Passa-
se a compreender melhor o mundo e lutar pela criação de uma sociedade mais
justa, obstruindo a presença de opressores e oprimidos.
52
4.3.2. Leitura e as novas tecnologias: aspectos positivos e negativos
Os professores acreditam que as novas tecnologias influenciam nos dois
aspectos, tanto positivo quanto negativo, dependendo da forma como será utilizada,
do conteúdo a ser trabalhado bem como da orientação adequada por parte do
professor.
P7. Claro que sim. Tudo depende do bom uso e do acompanhamento pelos responsáveis.
P10. Sim. Ela se torna positiva se trabalharmos de forma correta aproveitando ao máximo o que há de bom e pode também ser negativa dependendo de como é utilizada. P11. Sim. Positiva quando trabalhada de forma enriquecedora e negativa quando usada de forma que não se tenha um bom conteúdo.
É certo que o uso das novas tecnologias está abrindo inúmeras perspectivas
para a educação tanto no aspecto positivo quanto negativo, no entanto, depende do
uso que se faz deles. Isto também fica evidente na afirmação de Collelo (1995)
quando se refere ao uso de cartilhas:
Independente da qualidade do material adotado pelo professor é preciso considerar o uso que se faz dele: bons livros podem ser tragicamente aproveitados e obras de péssima qualidade podem ser compensadas pela genialidade de um grande mestre que sabe criar as melhores condições para a aprendizagem (p. 100).
O modo como é utilizada as novas tecnologias na educação é que poderá
estimular nos alunos à criatividade, à transmissão de informações, o gosto pela
leitura, novas formas de sociabilidade e no desenvolvimento das habilidades
cognitivas, não devendo ser usadas somente como recursos para nortear os
conteúdos ou como forma lúdica. O sucesso ou o fracasso não está no aparato
tecnológico, mas no uso que dele se faz.
Porém, fica evidente também que a formação do educador é uma das
condições para que se possa ter uma boa utilização de qualquer aparato,
tecnológico ou não, com o intuito de contribuir para a aprendizagem da criança. E
essa formação não se restringe somente à leitura ou escrita, ela está direcionada
também às novas tecnologias na educação.
53
Nesta perspectiva Rocha (1992) comenta do professor "se vê à mercê das
orientações advindas das mais diferentes condições político-pedagógicas que se
implantam a cada momento nos sistemas de ensino, e que no mais das vezes,
apresentam orientações antagônicas” (p.135).
Contudo, não basta simplesmente às escolas transferirem o processo ensino-
aprendizagem da forma como que ocorre em sala de aula, para uma nova
tecnologia, dando-lhes ares de modernidade; é preciso que os professores tenham
além da competência técnica, a competência teórica que lhes possibilite trabalhar
com as novas tecnologias de forma a distinguir e definir tais mecanismos, onde
possam trazer de fato propostas que vise à formação de crianças leitoras e até
escritoras, conscientes de que são sujeitos da história, produto e produtores dela.
54
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho de pesquisa está embasado nas mudanças ocorridas em torno
das novas tecnologias educacionais, onde se buscou avaliar as concepções dos
professores a cerca das novas tecnologias educacionais e a influência desse uso no
gosto pela leitura dos alunos.
Entre as várias e novas competências ditadas por uma sociedade que tem
como condição a centralidade da comunicação/educação, encontram-se abordagens
renovadas à leitura ligadas pelo uso das novas tecnologias que exigem na
atualidade uma maior reflexão.
Consideramos, pois, que quanto às professoras parte considerável apresenta
uma concepção a cerca das novas tecnologias restringida somente a recursos,
usados em sala de aula de forma lúdica, visão esta equivocada, uma vez que
sabemos que as novas tecnologias vão bem mais além dos recursos ou ferramentas
como foi citado pelas docentes.
No entanto, em relação à leitura, observou-se que a maioria das docentes
apresenta uma concepção de forma mais ampla, tanto quanto ao seu conceito como
sua importância. Demonstraram que a leitura significa oportunidade de crescimento
e enriquecimento tanto profissional quanto pessoal, que é através dela que se
podem ampliar os conhecimentos e ter uma melhor convivência em sociedade.
Outro ponto que merece nossa atenção foi quando as professoras foram
questionadas quanto ao suporte oferecido pela instituição em relação ao uso das
novas tecnologias e de que forma as utilizavam em suas aulas; primeiro a maioria
disse que não era oferecido pela instituição nenhuma formação nesta perspectiva, já
outras relataram que sempre participavam de cursos oferecidos pela mesma, o que
deu para perceber que há um conflito de interesses em camuflar o fracasso da
instituição neste aspecto.
55
Soma-se a isso, a falta de formação do professor em cursos que contemplem
as novas tecnologias educacionais, para ter uma maior e melhor atuação, em sala
de aula.
Diante das respostas, notamos que há pouca ou quase nenhuma participação
das instituições em oferecer um maior suporte, dando condição e possibilidade para
que o professor possa ter um melhor desempenho nesta perspectiva, pois a falta de
recursos e a infra-estrutura técnica e metodológica são fatores que interferem na
vivência das novas tecnologias.
Notamos que trabalhar em sala de aula na perspectiva das novas tecnologias
é um dos grandes desafios da educação contemporânea e que a formação do
educador é um dos problemas que precisam ser trabalhados, bem como o apoio
oferecido pela escola, pois as novas tecnologias educacionais podem e devem
transformar a sala de aula em espaço de troca de mensagens, diferentes signos e
códigos não se limitando ou se ajustando apenas ao tradicional conteudísmo no qual
ainda permanece a educação formal como fica claro nas falas das docentes quando
limitam as novas tecnologias somente como recursos.
Com isto, consideramos que as escolas aprendam a saber, lidar com esses
novos modos de ver, sentir e compreender as novas tecnologias, pois, ela ainda não
conseguiu acompanhar a aceleração tecnológica e a crescente influência dos meios
de comunicação.
É importante ressaltar que, educação e comunicação não podem continuar
em lados opostos, ao contrário, elas devem estar sempre juntas para tornar o
processo de aprendizagem da leitura e demais funções escolares mais eficientes,
integrado ao universo da criança, novas formas de sociabilidade.
A leitura propriamente dita, pode agora ter um lugar fora dos limites
tradicionais da página escrita com o auxílio das novas tecnologias educacionais, na
qual permite desenvolver competências que extravasam as fronteiras da palavra,
aliando-lhe sons e imagens em movimento que instalam universos imaginários de
forma porventura mais significativa.
56
Finalizamos assim, o nosso estudo afirmando que o advento das novas
tecnologias na educação tem provocado passos decisivos para o reconhecimento da
necessidade de se rever as práticas de leitura na escola, surgindo assim, novas
formas de leitura, no qual é um desafio aos educadores, havendo a necessidade de
implementar novas estratégias de ensino da leitura, para que tornem os estudantes
leitores bem sucedidos na era tecnológica.
57
REFERÊNCIAS
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61
APÊNDICE
62
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
SENHOR DO BONFIM – BA
QUESTIONÁRIO FECHADO
Caro professor (a), Este questionário é um instrumento de coleta de dados que faz parte do trabalho de
pesquisa monográfico que traz como questão fundamental identificar e analisar a
concepção dos professores sobre as novas tecnologias educacionais e a influência
desse uso no gosto pela leitura, orientado pela professora Maria Elizabeth Souza
Gonçalves. Agradecemos a sua colaboração e contamos com sua disponibilidade
para realização da nossa pesquisa. Desde já, informamos que sua identidade será
mantida em sigilo.
1. Perfil do educador
1.1. Gênero:
( ) masculino ( ) feminino 1.2. Idade: ( ) De 18 a 23 anos ( ) de 24 a 29 anos ( ) de 30 a 35 anos ( ) de 36 a 41 anos ( ) acima de 42 anos 1.3. Nível de escolaridade: ( ) Ensino Médio ( ) Pedagogia/Licenciatura ( ) Superior incompleto ( ) Pós graduação ( ) Outros, especifique:__________________________________________
1.3.1. Se possui graduação, qual?___________________________________
63
1.3.2. Qual o ano de conclusão?_____________________________________ 1.3.3. Se possui pós graduação, qual?________________________________
1.4. Tempo de atuação na área docente:
( ) até 3 anos ( ) entre 12 e 15 anos
( ) entre 6 e 9 anos ( ) mais de 18 anos
1.5. Formação continuada: cursos de capacitação
( ) Participa com frequência ( ) Raramente participa
( ) Participa uma vez por ano ( ) Nunca participa
1.6. Durante sua atuação como docente você já teve a oportunidade de estudar
sobre as novas tecnologias educacionais?
( ) Sim ( ) Não
1.7. Além da formação pedagógica que você participa, se participa, onde mais
você costuma buscar informações para melhorar o seu desempenho em sala
de aula?
( ) Revistas ( ) Rádio
( ) Jornais (impresso) ( ) Internet
( ) TV ( ) Outros:___________________
1.8. Marque os recursos didáticos que você geralmente utiliza em suas aulas:
( ) Livro / textos ( ) Quadro –negro
( ) Retroprojetor / transparência ( ) Televisão
( ) Notebook ( ) Outros__________________
64
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
SENHOR DO BONFIM – BA
ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA
Caro professor (a), Este questionário é um instrumento de coleta de dados que faz parte do trabalho de
pesquisa monográfico que traz como questão fundamental identificar e analisar a
concepção dos professores sobre as novas tecnologias educacionais e a influência
desse uso no gosto pela leitura, orientado pela professora Maria Elizabeth Souza
Gonçalves. Agradecemos a sua colaboração e contamos com sua disponibilidade
para realização da nossa pesquisa. Desde já, informamos que sua identidade será
mantida em sigilo.
1. O que significa a leitura para você?
______________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Qual a importância da leitura para sua formação intelectual e social? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 3. O que entende sobre as novas tecnologias educacionais? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 4. De que forma você utiliza a tecnologia como elemento de aprendizagem da leitura em sala de aula? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
65
5. Diante da expansão tecnológica na atual sociedade, você considera importante, necessário e possível trabalhar com as novas tecnologias educacionais na educação? De que forma: ______________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Com base na sua realidade, quais os aspectos que facilitam ou dificultam a utilização das novas tecnologias educacionais como ferramenta pedagógica em sala de aula principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da leitura? ______________________________________________________________________________________________________________________________________
7. Sua escola oferece formação na perspectiva das novas tecnologias educacionais? Justifique: ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 8. Você tem interesse em uma formação continuada na área das novas tecnologias educacionais? Justifique: ______________________________________________________________________________________________________________________________________
9. Como é o suporte oferecido pela escola e secretaria de educação do seu município quanto ao uso das novas tecnologias educacionais como elemento didático pedagógica? ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 10. Você acredita que as novas tecnologias podem influenciar no desenvolvimento e gosto pela leitura? De forma positiva ou negativa? Justifique: _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________