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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII
SENHOR DO BONFIM-BA PEDAGOGIA 2004.1
ELOÁ SALGADO DE CARVALHO
RELAÇÃO AMBIENTE-PESSOA, EU FAÇO PARTE? REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE MEIO AMBIENTE
SENHOR DO BONFIM – BA 2010
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ELOÁ SALGADO DE CARVALHO
RELAÇÃO AMBIENTE-PESSOA, EU FAÇO PARTE? REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE MEIO AMBIENTE
Monografia apresentada como pré-requisito para conclusão do Curso de Pedagogia: Docência e Gestão de Processos Educativos, Departamento de Educação Campus VII da Universidade do Estado da Bahia.
SENHOR DO BONFIM – BA 2010
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ELOÁ SALGADO DE CARVALHO
RELAÇÃO AMBIENTE-PESSOA, EU FAÇO PARTE? REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOBRE MEIO AMBIENTE
Aprovada em _______ de ___________de 2010
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________
Prof. Avaliador
_________________________________________________
Prof . Avaliadora
_________________________________________________
Profª. Zózina Maria Rocha de Almeida (Orientadora)
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Dedico este trabalho a Deus por ter me dado força e sabedoria para realizá-lo. Aos meus pais amados que encorajou-me na tentativa de incentivar e dizer que não estou só. Dedico mais essa vitória a cada um, pois se hoje sou vencedora é porque tive a compreensão, o apoio e o amor de vocês – presenças constantes em minha vida.
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AGRADECIMENTOS
Aos familiares:
Que compartilharam meus ideais e me alimentaram, incentivando-me a prosseguir a
jornada. A vocês mesmo que distantes, mantiveram-se sempre ao meu lado,
agradeço por todo carinho dedicado.
Aos mestres:
Aqueles que transmitiram seus conhecimentos e experiências, profissionais e de
vida com dedicação e carinho, aqueles que guiaram para além das teorias, das
filosofias e das técnicas, expresso o meu respeito diante do que foi oferecido.
A minha orientadora, professora Zózina:
Meu carinho e gratidão a você que soube, além do conhecimento, transmitir sua
alegria, experiência e apoiar em minhas dificuldades. E ao profº Adson Bastos que
iniciou esse trabalho comigo, mas que por vontade do destino não permitiu que
concluíssemos juntos. Obrigada por acreditarem e mim!
As amigas
Saibam meninas que vocês foram um apoio na conclusão dessa monografia.
Agradeço pela palavra amiga, pelo silêncio que me confortou, pelo ombro que me
consolou e me fez perceber cada desafio de uma forma diferente. E de modo
especial a minha amiga-irmã Fabrise, que na reta final foi essencial, as tardes de
domingos em frete ao computador, as noites mal dormidas, obrigada por tudo!
Aos amigos de trabalho
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Obrigada a todos que várias vezes viram meu sofrimento na construção desse
trabalho, em especial ao meu gerente Rigoberto Gomes pela compreensão e pelas
liberações sempre que necessária. Vocês são a minha segunda família!
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“... A natureza é o corpo humano, isto é, a natureza, na medida que ela própria não é corpo humano. ‘O homem vive na natureza, significa que a natureza é o seu corpo’, com o qual ele vive deve permanecer em contínuo intercurso se não quiser morrer. Que a vida física e espiritual do homem está vinculada à natureza significa, simplesmente, que a natureza está vinculada a si mesma, pois o homem é parte da natureza”.
Capra
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RESUMO
A educação ambiental é de fundamental importância, principalmente para as crianças, pois é na infância que a criança começa a elaborar “seu mundo”, ela começa a construir seus valores e costumes. A escola é uma forte aliada para demonstrar e incentivar as crianças não somente nas aulas práticas, como também nas questões ambientais. O contato direto com o meio ambiente ajuda na formação das crianças, pois coloca-as diante da situação. O presente trabalho foi realizado na Escola Montessoriano, localizada na cidade de Senhor do Bonfim – Ba e teve como objetivo, identificar as representações sociais que os alunos da 3ª e 4ª série da escola Montessoriano têm sobre meio ambiente. O trabalho foi desenvolvido com crianças cuja faixa etária era de 8 a 10 anos. Para nortear nosso trabalho tivemos como referência alguns autores como: Reigota (1995), Machado (2007), Freire (1981), Gadotti (1999), Libâneo (2004), entre outros. Adotamos uma metodologia qualitativa e nossos instrumentos de coletas de dados foram as observações participantes e os mapas mentais. Por meio desses instrumentos e com os teóricos utilizados em nossa fundamentação, pudemos fazer as análises e interpretação dos dados. Os resultados do estudo apontam que do universo pesquisado 75% das crianças têm uma visão holística do Meio Ambiente, isso significa dizer que a Educação Ambiental na escola pesquisada é trabalhada de uma forma interdisciplinar, na qual a visão de meio ambiente reducionista não se faz tão presente. Nossa pretensão é que estudos dessa natureza despertem em todos que são ligados a educação, uma reflexão voltada para a importância da Educação Ambiental em nossas escolas. Que deve ser trabalhada em sua totalidade de forma interdisciplinar, e por meio de suas práticas pedagógicas promovam mudanças de comportamento em nossos alunos que apresentam potencial para intensificar mudanças em nossa sociedade ampliando a consciência de preservação com os valores futuros. Palavras - chave: Representação Social, Meio Ambiente e Criança.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
CAPÍTULO I ........................................................................................................ 11
1 - Meio Ambiente e Educação Ambiental: atores e práticas educativas ........ 11
CAPÍTULO II ....................................................................................................... 17
2 - Fundamentação Teórica .............................................................................. 17
2.1 – Representação Social: o que é? ............................................................ 17
2.1.1 – Representação Social: um meio de expressão .................................. 18
2.2 – Meio Ambiente: o que é? ....................................................................... 20
2.2.1 – Legislação, Educação e Meio Ambiente ............................................. 21
2.2.2 – As crianças e o meio Ambiente ........................................................... 22
2.3 – Alunos e Professores: uma relação necessária para o
desenvolvimento .................................................................................................
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CAPÍTULO III ...................................................................................................... 26
3 – Metodologia ................................................................................................ 26
3.1 – Definição da Linha Metodológica .......................................................... 26
3.2 – Lócus e Sujeitos da pesquisa ................................................................ 27
3.3 – Instrumentos de Coletas de Dados ....................................................... 27
3.3.1 – Mapas Mentais ................................................................................... 28
CAPÍTULO IV ..................................................................................................... 30
4 – Análise e interpretação dos dados ............................................................. 30
4.1 – Análise e interpretação dos dados por meio das Representações
Sociais de Meio Ambiente .................................................................................
30
4.1.1 – O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística ................................ 30
4.1.2 – O Meio Ambiente em uma perspectiva Conservacionista ................... 34
5 – Considerações Finais ................................................................................. 37
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 39
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01: O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística 1 ........................... 31
FIGURA 02: O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística 2 ........................... 31
FIGURA 03: O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística 3 ........................... 32
FIGURA 04 O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística 4 ............................ 32
FIGURA 05: O Meio Ambiente em uma perspectiva Conservacionista 1 ............. 35
FIGURA 06: O Meio Ambiente em uma perspectiva Conservacionista 2 ............. 35
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INTRODUÇÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso é resultado de uma pesquisa realizada na
escola Montessoriano, situada na cidade de Senhor do Bonfim – Ba, sendo nosso
objetivo identificar as representações sociais que os alunos da 3ª e 4ª série da
escola Montessoriano têm sobre meio ambiente.
Por meio das análises de dados fizemos reflexões embasadas nos teóricos
utilizados na fundamentação sobre as representações de Meio Ambiente que as
crianças da escola em estudo têm sobre a questão.
O trabalho foi dividido em quatro capítulos, são eles:
No Capítulo I fizemos uma abordagem problematizando a questão ambiental.
Ressaltando que a Educação Ambiental tem por objetivo formar sujeitos capazes de
compreender o mundo e agir nele de uma forma crítica e consciente, formando
assim, sujeitos ecológicos.
No Capítulo II encontra-se a fundamentação teórica, ou seja, o aprofundamento das
nossas palavras-chaves que orientou nosso trabalho: Meio Ambiente,
Representação Social e Criança.
No Capítulo III apresentamos nossa linha metodológica que norteou nossa pesquisa.
A pesquisa tem uma abordagem qualitativa e os instrumentos de dados foram as
observações participantes e os mapas mentais.
No Capítulo IV temos nossas reflexões sobre os dados coletados por meio dos
instrumentos citados acima. Trabalhamos nesse capítulo com duas categorias, uma
foi a apresentação da tempestade de idéias e a outra a análise dos desenhos.
Tendo como ponto de partida nosso objetivo de pesquisa, fundamentadas pelos
autores escolhidos e norteadas pelas reflexões que o capítulo IV nos permitiu fazer,
elaboramos algumas considerações sobre a dicotomia entre o homem e a natureza.
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CAPITULO I
1. MEIO AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: ATORES E PRÁTICAS EDUCATIVAS A Educação é um processo social que acompanha as transformações da atualidade,
ela acontece em vários espaços de diversas formas, pode ser institucionalizada ou
não. O antropólogo Brandão (1995, p.7) destaca em seus estudos o seguinte
conceito sobre o ato de educar: “ Ninguém escapa à educação. Em casa, na rua, na
igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos pedaços da
vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar”.
Sendo assim, a Educação em seu sentido mais geral acontece fora dos muros da
escola, é um fenômeno inerente à condição humana. Muitas pessoas quando falam
em educação pensam logo na educação escolar. Entretanto, nesse mundo
contemporâneo a educação é um processo bem mais amplo, ela acontece em todas
as dimensões e prática social. É entendida também como um fenômeno
plurifacetado e instrumento de formação/transmissão da cultura humana.
Nessa perspectiva Brandão (1995, p.9) mostra quando nos diz que:
Não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática, e o professor profissional não é o seu único praticante.
Diante do exposto, percebe-se que a Educação se desenvolve em diversos
contextos e isso se configura como processo complexo e multifacetado, no qual
modifica a vida das pessoas e interfere nas relações e processos sociais. A exemplo
tem-se: educação ambiental, educação rural, educação para o trânsito, educação
escolar, educação para o trabalho, entre outros.
Franco (2002, p.9) vem nos dizer que a educação deve ser:
... o instrumento por excelência da humanização dos homens em sua convivência social, uma vez que os sujeitos, imersos em sua prática e
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impregnados das diversas influências educacionais, estão constantemente participando, interagindo, intervindo no seu próprio contexto cultural, requalificando a civilização, para condições que deveriam ser cada vez mais emancipatórias e humanizantes.
Libâneo (2004, p.30) ressalta que Educação é:
(...) o conjunto de ações, processos, influências, estruturas, que intervém no desenvolvimento humano de indivíduos e grupos na sua relação ativa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. É uma prática que atua na configuração da existência humana individual e grupal, para realizar nos sujeitos humanos as características de ‘ser humano’.
Por sua vez, a Educação Ambiental mais do que um modismo revela-se uma
necessidade imperiosa, não apenas para garantir a existência humana e da vida em
seu conjunto, mas para construir uma sociedade mais harmônica e respeitosa com
as demais espécies com o meio que o sustenta. Surge como respostas à
preocupação da sociedade com o futuro da vida.
Segundo Carvalho (2004, p.45)
A Educação Ambiental fomenta sensibilidades afetivas e capacidades cognitivas para uma leitura do mundo do ponto de vista ambiental. Dessa forma, estabelece-se como mediação para múltiplas compreensões da experiência do indivíduo e dos coletivos sociais em suas relações com o ambiente. Esse processo de aprendizagem, por via dessa perspectiva de leitura, dá-se particularmente pela ação do educador como intérprete dos nexos entre sociedade e ambiente e da Educação Ambiental como mediadora na construção social de novas sensibilidades e posturas éticas diante do mundo .
Considerando o que nos disse Carvalho (2004), a Educação Ambiental tem como
proposta principal superar a oposição entre natureza e sociedade por meio de uma
formação de atitudes ecológicas nas pessoas. Tem uma visão socioambiental, ou
seja, o ambiente é um espaço de relações culturais, sociais e naturais. Dentro do
processo educativo a Educação Ambiental tem por objetivo formar sujeitos capazes
de compreender o mundo e agir nele de uma forma crítica e consciente, formando
assim, sujeitos ecológicos.
Como condição para o processo de aprendizagem, Freire (1981, p.70), também se
preocupa com a compreensão natureza e cultura quando afirma:
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(...) a primeira dimensão desse novo conteúdo com que ajudaríamos o analfabeto, antes ainda de iniciar sua alfabetização (...) seria o conceito antropológico de cultura, isto é, a distinção entre estes dois mundos: o da natureza e o da cultura; o papel ativo do homem na sua realidade e com a sua realidade; o sentido de mediação que tem a natureza para as relações e a comunicação do homem; a cultura como o acréscimo que o homem faz ao mundo que não criou; a cultura como resultado de seu trabalho, de seu esforço criador e recriador.
A formação/educação aqui expressa por Freire, pode por sua vez ser pensada como
parte da ação humana de transformar a natureza em cultura, dando-lhe sentido e
compreendendo o “estar no mundo” e o “participar da vida”. Nesse processo o
educador tem um papel fundamental, pois, ele é o mediador, envolvendo com
atividades reflexivas, ou seja, provoca novas compreensões, outras leituras de vida
e nos faz pensar também sobre nossa ação no mundo. Essa leitura como processo
de aprendizagem do mundo e de si mesmo, é uma produção de sentidos que tem
como base a interação entre o sujeito e o mundo.
As preocupações com o meio ambiente, conforme Capra (2006) adquiriram grande
importância. Desde o final do século passado defrontamo-nos com toda uma série
de problemas globais que estão danificando a biosfera e a vida humana de uma
maneira alarmante e que pode logo se tornar irreversível. Essas preocupações
voltam-se para a gravidade da questão ambiental estendendo-se pelos âmbitos
sócio-político e econômico.
Observa-se que a sociedade capitalista apropriou-se dos recursos naturais de forma
insustentável, com uma visão imediatista e fragmentada percebendo somente as
vantagens que podem ser usufruídas momentaneamente e esquecendo-se que
somos parte da natureza. Sobre isso ressalta Capra (2006, p.24):
O reconhecimento de que é necessária uma profunda mudança de percepção e de pensamento para garantir a nossa sobrevivência ainda não atingiu a maioria dos líderes das nossas corporações, nem os administradores e dos professores das nossas grandes universidades. Nossos líderes não só deixam de reconhecer como diferentes problemas estão interelacionados, eles também se recusam a reconhecer como as suas assim chamadas soluções afetam as gerações futuras.
Entende-se que é a partir desse ponto de vista sistêmico que surgem as “soluções
sustentáveis” juntamente com o conceito de sustentabilidade, que segundo Lester
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Brown apud Capra (ano 2006 p.24) define que: “uma sociedade sustentável é aquela
que satisfaz suas necessidades sem diminuir as perspectivas das gerações futuras”.
Diante disso, é que a Educação Ambiental, como tantas outras áreas de
conhecimento pode-se tornar um processo intelectual a serviço da solução dos
problemas da comunidade, pois a forma como o ser humano se relaciona com o
meio ambiente está diretamente ligada à sua percepção, ideologias e
conhecimentos prévios.
Para Gonçalves (1990, p.14) a Educação Ambiental pode ser conceituada como:
... um processo de aprendizagem, longo e contínuo, que procura esclarecer conceitos e fomentar valores éticos de forma a desenvolver atitudes racionais, responsáveis e solidárias entre os homens. Tem por objetivo instrumentalizar os indivíduos, dotando-se de competência para agir consciente e responsavelmente sobre o meio ambiente, por meio da interpretação correta da complexidade que encerra a temática ambiental e da relação existente entre essa temática e os fatores políticos, econômicos e sociais.
Nesse sentido a Educação Ambiental pode sensibilizar o indivíduo quanto a sua
cidadania, seus direitos e deveres para com a natureza, pois trata-se de um
aprendizado social, no qual o diálogo, a criação de informação, conceito significativo,
podem surgir da sala de aula ou de experiência pessoal.
Observa-se o quanto o ser humano tem se ausentado dos atuais problemas
ambientais, como se não fosse do seu interesse o que acontece com o mundo ao
seu redor. É cabível, que os educadores, possam preparar os educandos desde
cedo, dando-lhes toda formação necessária para que assim ele exerça seu papel de
agente transformador na sociedade (GONÇALVES, 1990).
Para melhor refletir e compreender a relação do homem com a natureza, no que se
refere a um processo de reconstrução interna dos indivíduos, faz-se urgente a busca
do conhecimento em área específica. E foi com esse intuito de nortear a Educação
Ambiental que o Ministério do Meio Ambiente criou a Diretoria de Educação
Ambiental em 1999. A regulamentação da lei 9.795/99 define que a Coordenação da
Política Nacional de Educação, ficará a cargo de um Órgão gestor, dirigido pelos
Ministros de Estado do Meio Ambiente e da Educação.
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Como preceitua o artigo 225 da Constituição Federal:
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público: (...) VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente.
Salienta-se que, cabe ao Poder Público proteger o meio ambiente e oferecer meios
para se implantar a Educação Ambiental em todo o Brasil independente de qual for o
nível de ensino, não esquecendo da responsabilidade que a sociedade também tem
para com a natureza, preservando-a e protegendo-a. Atrelado a isso, surge a
necessidade das escolas trabalharem em seus currículos a Educação Ambiental.
Diante desse contexto, salientamos que durante a graduação, através da
experiência dos estágios, tivemos contatos com diversas escolas municipais e
particulares e percebemos que a formação dos alunos, no que diz respeito a
educação ambiental, ainda é trabalhada de forma tradiconal, onde priporiza em sua
maioria os aspectos naturais sem levar em conta que a própia escola, as residências
dos alunos, as pessoas e a cidade como um todo constituem o Meio Ambiente.
Essas compreensões estereotipadas interferem muitas vezes, na relação ambiente
pessoa dos alunos e também de seus formadores. Por isso, acreditamos que é
pertinente e salutar estarmos propondo um redimensionamento de nossas
representações sobre meio ambiente. Percebe-se então o quanto se faz necessário
e urgente a compreensão dos alunos e a mudança de paradigmas da educação no
que diz respeito à relação pessoa ambiente, principalmente nas escolas do
Município de Senhor do Bonfim – BA.
Sendo assim, surgiu a motivação para o desenvolvimento deste trabalho que tem
como tema Educação Ambiental e sua relação ambiente-pessoa, principalmente
com as crianças da 3ª e 4ª série.
Fundamentada em toda a problemática exposta, e no contexto das escolas locais,
nos inquietamos na tentativa de responder a seguinte questão de pesquisa: Quais
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as representações sociais que os alunos da 3ª e 4ª série da escola Montessoriano
têm sobre meio ambiente?
Estimulados a buscar respostas para esta questão surge o objetivo dessa pesquisa
que é: identificar e analisar as representações sociais que os alunos da 3ª e 4ª série
da escola Montessoriano têm sobre meio ambiente.
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CAPÍTULOII
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Buscando entender melhor a questão de pesquisa que é identificar quais as
representações que os alunos da 3ª e 4ª série da Escola Motessoriana têm sobre
Meio Ambiente, foi necessário fundamentar-nos em alguns teóricos para que assim,
pudéssemos ter embasamento a respeito da questão a ser estudada.
2.1 Representação Social: o que é?
Durkheim foi o primeiro a trabalhar com o conceito de representação social usado no
mesmo sentido de representações coletivas. É através destas representações que a
sociedade elabora e expressa por meio de pensamentos a realidade na qual esta
inserida. Na concepção de Durkheim (1978, p.79):
As Representações coletivas traduzem a maneira como o grupo se pensa nas suas relações com os objetos que o afetam. Para compreender como a sociedade se representa a si própria e ao mundo que a rodeia, precisamos considerar a natureza da sociedade e não a dos indivíduos. Os símbolos com que ela se pensa mudam de acordo com sua natureza.
Do ponto de vista do autor as representações respondem de diferentes formas a
condições dadas da existência humana, dessa forma, “não existe representações
falsas, são símbolos através dos quais é preciso saber atingir a realidade que eles
figuram e que lhes dá sua verdadeira significação” (idem, p.88).
Em contra partida para Minayo (2008, p. 89) Representação Social é definida como:
...um termo filosófico que significa a reprodução de uma concepção retida na lembrança ou do conteúdo do pensamento. Nas Ciências Socais são definidas com categorias de pensamentos que expressam a realidade, explicam-na, justificando-a ou questionando-a. Enquanto material de estudo, essas percepções são consideradas consensualmente importantes, atravessando a história e as mais diferentes correntes de pensamento sobre o social.
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A Representação Social é vista como uma nova maneira de interpretar as relações
com a realidade e com as práticas do dia-a-dia; e explicar os pensamentos de
determinados grupos de pessoas sobre um determinado assunto. Jodelet (2001, p.
17) ressalta:
Frente a esse mundo de objetos, pessoas, acontecimentos ou idéias, não somos (apenas) automatismos, nem estamos isolados num vazio social: partilhamos esse mundo com os outros, que nos servem de apoio, às vezes de forma convergente, outras pelo conflito, para compreendê-lo, administrá-lo ou enfrentá-lo. Eis por que as representações são sociais e tão importantes na vida cotidiana. Elas nos guiam no modo de nomear e definir conjuntamente os diferentes aspectos da realidade diária, no modo de interpretar esses aspectos, tomar decisões e, eventualmente, posicionar-se frente a eles de forma defensiva.
É através dos discursos, falas, saberes e opiniões dos alunos que as
Representações Sociais de Meio Ambiente será expressa.
2.1.1 Representações Sociais: um meio de expressão
Para compreender como as escolas vêem trabalhando o Meio Ambiente e suas
definições no tocante a construção da cidadania e como as crianças pensam e agem
sobre esta temática que vem se firmando cada dia mais em nossa sociedade,
utilizamos as Representações Sociais, pois segundo Forgas (1981, p.2):
... nosso conhecimento é socialmente estruturado e transmitido desde o primeiro dia de nossas vidas, é colorido por valores, motivações e normas de nosso ambiente social na fase adulta e as idéias, conhecimentos e representações são criadas e recriadas tanto ao nível social quanto individual.
Dessa forma o autor nos faz compreender que a dimensão social considera o
conhecimento como algo inevitavelmente e profundamente social. Assim, não é todo
e qualquer tipo de conhecimento que pode ser considerando como representação
social, é considerado somente aquele que faz parte do cotidiano das pessoas, como
por exemplo, o senso comum que é uma elaboração social, é uma forma de
interpretação, uma forma de pensar e agir sobre determinada realidade.
A vida cotidiana é um mundo intersubjetivo, pois o mundo de cada indivíduo
participa junto com a dos outros indivíduos, essa participação se dá na medida que o
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mundo compartilha atitudes naturais em relação ao mundo. Sobre isso Berger (1985,
p.23) afirma:
...o mundo cultural não é só produzido pelo coletivamente, como também permanece real em virtude do conhecimento coletivo. Estar na cultura significa compartilhar com os outros de um mundo particular de objetividades.
É por meio da sociedade, da interação e das realizações pessoais que o indivíduo
expressa sua subjetividade. Ao compartilhar sua intersubjetividade ele passa a ter
certeza da realidade vivida, e diferencia essa realidade vivida com outros tipos de
realidades na qual ele tem consciência.
A partir disso é que as representações sociais vêm surgindo, elas são construídas
por processos sócio-cognitivos, pois está diretamente ligada com a vida cotidiana
influenciando os comportamentos e a comunicação. Por isso ela é considerada
como um sistema de interpretações da realidade, na qual organiza as relações dos
indivíduos com o mundo e orienta as condutas e o comportamento no meio social.
Assim vem nos dizer Moscovici (2003, p. 251) que a “representação social é
compreendida como a elaboração de um objeto social pela comunidade com o
propósito de conduzir-se e comunicar-se”.
As representações sociais são elementos simbólicos, sendo expressa pelos homens
através de palavras e de gestos. No caso da primeira é utilizado a linguagem oral ou
escrita, os indivíduos explicitam suas idéias, o que pensam, suas opiniões, suas
expectativas. É importante analisar o contexto no qual o indivíduo está inserido, pois
as representações sociais são construídas historicamente e tem uma ligação com os
diferentes grupos socioeconômicos, culturais e étnicos que são refletidas nas
práticas sociais. Completando Mazzotti (2002, p.7) afirma:
Sujeito e objeto não são funcionalmente distintos, eles formam um conjunto indissociável. Isso quer dizer que um objeto não existe por si mesmo, mas apenas em relação a um sujeito (indivíduo ou grupo); é a relação sujeito-objeto que determina o próprio objeto. Ao formar sua representação de um objeto, o sujeito, de certa forma, o constitui, o reconstrói em seu sistema cognitivo, de modo a adequá-lo a seus sistemas de valores, o qual por sua vez, depende de sua história e do contexto social e ideológico no qual está inserido.
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É por meio das Representações Sociais das crianças em estudo, compreendermos
como vem acontecendo a formação desses sujeitos em relação a educação
ambiental. Assim, podemos parafrasear Leontiev (1978) ao afirmar que as
representações sociais nada mais são do que comportamentos em miniatura,
indicando os reflexos das práticas cotidianas.
2.2 Meio Ambiente: o que é?
Meio Ambiente é o conjunto de condições naturais que atuam sobre seres vivos.
Conjunto de elementos naturais e sociais que se inter-relacionam em lugar e tempo
determinados. Considerando-se que a Biosfera possui apenas duas organizações
fundamentais (os ecossistemas da natureza e os sistemas culturais das sociedades
humanas) que se comportam de modo diferente, o Ambiente é o resultado das
relações entre essas duas organizações.
Vivemos nos últimos anos os problemas ligados a relação sociedade e Meio
Ambiente. Para Lima (1999, p. 1):
A questão ambiental, neste sentido, define, justamente, o conjunto de contradições resultantes das interações internas ao sistema social e deste com o meio envolvente. São situações marcadas pelo conflito, esgotamento e destrutividade que se expressam: nos limites materiais ao crescimento econômico exponencial; na expansão urbana e demográfica;[...];no crescimento acentuado das desigualdades sócio-econômicas intra e internacionais, que alimentam e tornam crônicos os processos de exclusão social; no avanço do desemprego estrutural; na perda da biodiversidade e na contaminação crescente dos ecossistemas terrestres, entre outros.
Percebemos que o Ambiente compõe-se na diversidade e nas relações que se
produzem em diversos espaços, ele se faz e se refaz a cada instante. É necessário
um debate sobre a relação do meio ambiente e educação, sendo norteada pelas
analises críticas das propostas educacionais relacionadas ao Meio Ambiente. Pois,
todos nós somos responsáveis pela produção da vida no planeta.
Estabelecer uma Educação Ambiental que seja crítica e inovadora não é fácil, pois
ela deve ser um ato político diretamente ligado as transformações sociais. Reigota
(2002, p. 62) ressalta:
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A Educação Ambiental como educação política está empenhada na formação de cidadão nacional, continental e planetário, baseando-se no diálogo de cultura e de conhecimento entre povos, geração e gênero.
Sorrentino (1995, p.87) acredita que:
O objetivo da Educação Ambiental é o de contribuir para a conservação da biodiversidade, para a auto-realização individual e a comunitária e para a autogestão política e econômica, através de processos educativos que promovam a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida.
Assim, é preciso se ter muita atenção às questões relevantes que estão sendo
discutidas no contexto educacional e em especial, no da Educação Ambiental,
porque é preciso refletir criticamente sobre as soluções acerca dos problemas
ambientais, pois poderá fortalecer as desigualdades sociais.
2.2.1 Legislação, Educação e Meio Ambiente
Como foi explicitado no primeiro capítulo deste trabalho de pesquisa sobre o que a
Constituição Federal estabelece em relação a Educação Ambiental em seu artigo
225 quando institui a Política Nacional do Meio Ambiente delegando ao Poder
Público: “promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente”. Diante desse
contexto a Lei de Diretrizes e Base da Educação (LDB) de nº 9394/96, conhecida
também como Carta Magna da Educação, em seu artigo 32 nos traz a importância
da Educação Ambiental no Ensino Fundamental:
Art. 32 - O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório gratuito na escola pública terá por objetivo a formação básica do cidadão. Mediante: I – O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno do mínimo da leitura da escrita do cálculo: II – A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade:
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
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Norteada pelo artigo 32 da LDB 9394/96, o Ministério da Educação (MEC)
determinou a inclusão do tema Meio Ambiente como tema transversal, pois a
temática ambiental deve está em todas as disciplinas escolares e devem congregar
nas diferentes áreas do conhecimento, realizando assim a interdisciplinaridade.
Sobre isso a LDB 9394/96 afirma:
A Educação Ambiental será considerada na concepção dos conteúdos curriculares de todos os níveis de ensino, sem constituir disciplina específica, implicando desenvolvimento de hábitos e atitudes sadias de conservação ambiental e respeito à natureza, a partir do cotidiano da vida, da escola e da sociedade.
Em 27 de abril de 1999 o Congresso Nacional decreta e sanciona a Lei de nº 9795,
que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e define em seu capítulo I no
Art. 1º que:
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
Em seu Art. 2º, ressalta que: “A educação ambiental é um componente essencial e
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-
formal.” Desta forma, é necessário práticas pedagógicas associadas e duráveis em
todos os níveis da educação.
2.2.2 As crianças e o Meio Ambiente
A educação infantil é uma etapa muito importante para a formação humana, pois é
na infância que acontecem os primeiros contatos sociais, formando o sujeito
histórico e social, construindo e transformando a sua realidade. Dessa forma Kramer
(2005, p. 33) relata:
Estudos contemporâneos sobre infância enfatizam que a criança é um sujeito social, que possui historia e que, além disso, é produtora e reprodutora do meio no qual está inserida, atuando, portanto como produtora de história e cultura.
23
Considerando a importância da escola na vida das crianças, e frente à necessidade
de construção de uma nova visão de Meio Ambiente, percebemos a escola como
meio de produção social realizada por sujeitos que fazem e refazem sua história de
vida e cultura. Levando em conta suas diversidades , seu contexto social, cultural e
ecológico.
O desafio, agora, é educar as crianças nesta nova perspectiva. É preciso que elas
aprendam a preservá-lo. Isto implica em rever as concepções de conhecimento que
são adquiridas em alguns meios escolares sobre o cuidado com o Meio Ambiente.
Talamoni & Sampaio (2003, p. 11) afirma:
A educação ambiental não se restringe ao ensino de ecologia e ao ensino de ciências, e também não se caracteriza como um “doutrinamento” para modificar comportamentos ambientais predatórios. O que temos hoje, por parte daqueles que têm uma concepção mais crítica de educação ambiental é a idéia de que ela é um processo de construção da relação humana com o ambiente onde os princípios da responsabilidade, da autonomia, da democracia, entre outros, estejam sempre presentes.
Para Guimarães (2004) as práticas pedagógicas de Educação Ambiental devem
superar a simples transmissão de conhecimentos. Nessa perspectiva a educação
escolar tem um sentido mais amplo, está comprometida em abranger outras
dimensões humanas, busca novos valores, assegura a qualidade de vida e perpassa
o compromisso somente com a transmissão de conhecimentos técnicos.
2.3 Aluno e Professor: uma relação necessária para o desenvolvimento
O fenômeno educativo é complexo e abrange diversas características que quando
interelacionadas colaboram para a construção do processo ensino aprendizagem.
Para o sucesso do aluno na vida estudantil é de fundamental importância a relação
aluno-professor. Assim, Hilal (1995, p.19) nos diz que: “O primeiro professor de uma
criança tem muito grande importância na atitude futura desse educando, não só
durante a sua fase de aprendizagem, mas na sua relação com os sucessivos
professores”.
É dentro da escola que ocorre um maior contato humano entre pessoas que
pensam, agem e têm sentimentos. Por isso é necessário que haja um respeito
24
mútuo entre aluno e professor garantindo assim, um bom relacionamento que com o
passar do tempo vai desenvolvendo a confiança.
É por meio dos conhecimentos trocados, do respeito, que aluno e professor
desenvolvem a curiosidade, a criatividade e a ética. Dessa forma, conhecendo o dia-
a-dia do aluno, as dificuldades enfrentadas por eles, os conhecimentos prévios que
eles trazem consigo permitem que o professor aprimore sua prática. E Libâneo
(1994, p.250) vem ressaltar que:
O professor não apenas transmite uma informação ou faz perguntas, mas também ouve os alunos. Deve dar-lhes atenção e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opiniões e dar respostas. O trabalho docente nunca é unidirecional. As respostas e as opiniões dos alunos mostram como eles estão reagindo à atuação do professor, às dificuldades que encontram na assimilação dos conhecimentos. Servem também para diagnosticar as causas que dão origem a essas dificuldades.
Essa relação estabelecida entre professores e alunos é o centro do processo
pedagógico. Não se pode separar a realidade escolar da realidade de mundo
vivenciada pelos alunos, essa relação é uma "rua de mão dupla", pois professores e
alunos podem ensinar e aprender através de suas experiências.
A educação é uma das fontes mais importantes do desenvolvimento comportamental
e agregação de valores numa pessoa. Mas é preciso não limitar o estudo em relação
comportamento do professor com resultados dos alunos. É preciso apresentar os
processos construtivos como mediadores para superar as limitações do paradigma
processo-produto. Sobre isso Gadotti (1999, p.2) nos afirma:
O educador para por em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo; reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida.
Na medida em que o aluno sente-se responsável pelas suas atitudes e motivação
em sala de aula, para ele, o “aprender” torna-se prazeroso. Aprender é aprender
com alguém. Esse alguém precisa ter uma importância especial para despertar no
aluno prazer e desejo de pensar e aprender. Compete ao professor compreender e
respeitar o aluno como um ser capaz de criar e recriar.
25
Mizukami (1986, p.53) vem nos trazer uma abordagem humanista do professor
como facilitador da aprendizagem, que está sempre aberto às novas experiências,
quando nos diz que: “ As qualidades do professor (facilitador) podem ser
sistematizadas em autenticidade, compreensão empática – compreensão da
conduta do outro a partir do referencial desse outro – e o apreço (aceitação e
confiança em relação ao aluno).
Isso nos faz perceber que a responsabilidade do “aprender” está ligada também ao
aluno, pois aquilo que for mais significativo é absorvido melhor por ele.
Conseqüentemente, o processo de ensino depende da capacidade individual de
cada professor, de sua aceitação e compreensão e do relacionamento com seus
alunos.
26
CAPÍTULO III
3. METODOLOGIA
Abordaremos aqui neste capítulo a metodologia utilizada para a realização da
presente pesquisa, que tem como objetivo identificar como os alunos da 3ª e 4ª série
representam o Meio Ambiente, analisando a maneira como esta temática está
abordada no ambiente escolar. Como também, o lócus de pesquisa, os sujeitos e o
procedimento de coleta de dados.
Severino (2002, p.82) nos fala que: “qualquer pesquisa em qualquer nível exige do
pesquisador um envolvimento tal, que seu objetivo de investigação passa a fazer
parte de sua vida”. Esta afirmação nos leva a entender que a pesquisa qualitativa é
pessoal, mostra o perfil do pesquisador, a relação que ele tem com o objeto de
estudo, isso porque trabalha com valores, atitudes, representações sociais, crenças,
opiniões.
3.1 Definição da Linha Metodológica
Os procedimentos aqui utilizados foram orientados à luz da pesquisa qualitativa,
uma vez que propõe identificar como os alunos do Ensino Fundamental representam
o Meio Ambiente. E os sujeitos investigados respondem conforme sua perspectiva
pessoal e expressam-se livremente.
Compreendemos a pesquisa qualitativa que segundo Bogdan e Biklen (1982), apud
Lüdke (1986, p.13):
Pesquisa qualitativa envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes.
Compreende-se que a pesquisa qualitativa está diretamente ligada com
procedimentos como observações, entrevistas, questionários e interpretações,
permitindo uma interferência subjetiva e confrontando a teoria com a realidade que
foi observada.
27
Como enfatiza Lüdke (1986, p.11) a pesquisa qualitativa
(...) tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento. [...] a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada, via de regra através do trabalho intensivo de campo.
É neste tipo de pesquisa que o significado é uma das preocupações essenciais do
pesquisador.
3.2 Lócus e sujeitos da pesquisa
A pesquisa foi realizada na Escola Montessoriana da rede particular de ensino do
município de Senhor do Bonfim – BA. A escola recebe crianças da Educação Infantil
a 4ª série do ensino Fundamental, o turno de funcionamento é o vespertino, o
método de trabalho é o agrupamento, ou seja, 3ª e 4ª série juntas totalizando 12
alunos.
A escolha da Escola Montessoriana foi devido a alguns princípios fundamentais que
norteiam o Sistema Montessori, que são: a atividade, a individualidade e a liberdade.
Enfatiza os aspectos biológicos, pois considera que a vida é desenvolvimento.
Acredita que estímulos externos formam o espírito da criança, precisando, portanto
ser determinados. Na sala de aula a criança é livre para agir sobre os objetos
sujeitos à sua ação, mas estes já estão preestabelecidos como conjuntos de jogos e
outros tipos de materiais.
O nosso lócus apresenta uma quantidade pequena de alunos. Este foi um aspecto
que nos conduziu a optar por 12 alunos dos agrupamentos I e II (3ª e 4ª série) da
escola em questão, sendo 8 na 3ª série e 4 da 4ª série com faixa etária é de 8 a 10
anos.
3.3 Instrumentos de coleta de dados
Para que o objetivo de estudo fosse alcançado, principalmente por se tratar de uma
abordagem qualitativa, foram utilizados como instrumento de coleta de dados os
28
mapas mentais que são elaborações mentais construídas socialmente. A priori foi
entregue à direção da escola um ofício solicitando a liberação para a pesquisa, foi
feito também um acordo com os professores para a execução das observações,
aplicação dos mapas mentais.
3.3.1 Mapas mentais Outro instrumento utilizado para identificar as representações sociais que as
crianças têm sobre Meio Ambiente foi o mapa mental. Instrumento este, que permite
expressar parcialmente através da linguagem pictográfica e escrita suas
representações de Meio Ambiente. Para Petchenik (1995, p.27): “[...] o termo mapa
mental parece oferecer muito mais, soa como se tivesse referência com a soma total
de todo conhecimento espacial que qualquer indivíduo carrega consigo na forma de
conhecimento tácito e imagens espaciais potenciais”.
Assim, o mapa mental tem o objetivo de avaliar o nível da consciência espacial dos
alunos buscando entender a compreensão do lugar em que vivem. É a partir deste
instrumento de coleta de dados que podemos perceber valores que são “pré-
desenvolvidos” pelos alunos considerando a imagem que eles têm do seu lugar.
Di Leo (1985) acredita que a interpretação do desenho infantil não foge da realidade
e do contexto da criança, pois o desenho como símbolo depende da cultura em que
a criança está inserido como também de sua própria história pessoal. Segundo
Frémont (1999), apud Machado (2007, p.69):
O espaço vivido parece assim construído de uma compactação de estratos sucessivos que acumulam, se espremem, se esmigalham, se esquecem mais ou menos... Esta estratificação comporta evidentemente componentes pessoais, próprio a cada indivíduo, as suas qualidades e virtualidades específicas, mas ela se insere também em um sistema de contingências em que o casamento, o trabalho, o serviço militar, as migrações revelam bastante as referências, tanto de ordem econômica como social.
Para Morin (2001) essas experiências criam significados no pensamento objetivo e
subjetivo do indivíduo. Percebemos então que o processo de desenvolvimento metal
é realizado por etapas, está associado com as etapas do desenvolvimento mental do
homem. A percepção de cada indivíduo é reflexo das experiências e do meio onde
29
adquire as informações. Derdyk (1989) percebe o desenho como um importante
meio de comunicação e, por meio dele, a criança representa a qualidade do
ambiente em que vive.
Durante a aplicação dos mapas mentais entregamos uma folha de oficio e lápis de
cor para as crianças e solicitamos que os sujeitos expressassem por meio de
desenhos imagens que representassem Meio Ambiente.
30
CAPÍTULO IV
4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Mesmo sendo essa pesquisa de caráter qualitativo, todas as identidades dos
sujeitos foram preservadas. Identificamos por meio de desenhos e palavras as
representações sociais dos alunos sobre Meio Ambiente. Para avaliar as relações
entre os dados obtidos e a questão de pesquisa apresentaremos aqui neste capítulo
as análises e interpretações, tomando como norte a fundamentação teórica.
Para que os dados fossem coletados foram distribuídas duas folhas de ofício para
cada aluno e solicitado que em uma das fosse feito um desenho e na outra folha que
escrevessem quatro palavras que pra eles representavam o Meio Ambiente. Estes
dados foram elementos indispensáveis para nossa análise e discussão a cerca das
representações sociais do meio ambiente.
Os resultados são apresentados por categorias, primeiro o perfil dos sujeitos e
segundo as Representações Sociais dos alunos a respeito do meio ambiente.
4.1 Análise e interpretação dos dados por meio das representações sociais de
Meio Ambiente
Sendo nossos sujeitos os 12 alunos, é importante destacar que no dia da coleta de
dados encontravam-se somente 8 alunos.
4.1.1 O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística
Compreender a realidade e a dimensão de como as crianças representam o Meio
Ambiente, foi o objetivo central desta pesquisa. Escolhemos o mapa mental como
um instrumento metodológico, porque acreditamos que ele é capaz de nos dá
subsídios para interpretar as representações dos alunos por meio dos desenhos.
31
Escolhemos o desenho como instrumento para coletar os dados, pois consideramos
pertinentes e de grande riqueza, eles representam uma influência do seu
pensamento simbólico, traz uma relação de identidade com o que representa
concretamente, ou seja, expressa de uma forma significativa o seu cotidiano, suas
vivências e sua realidade ambiental. Para Morin (2001, p.173) essa presença
concreta “tece uma teia de significados do pensamento objetivo e subjetivo”.
Identificamos que dentro do universo pesquisado 75% dos mapas mentais ilustrados
pelos sujeitos expressam uma representação holística do Meio Ambiente conforme
figuras a seguir.
Essas imagens demonstram representações sociais que trazem visões completas de
Meio Ambiente, reafirmam uma representação de ser e fazer parte desse meio
ecológico. O homem é percebido como parte dos elementos que compõem o
Planeta Terra.
FIGURA 01: O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística 1 FONTE: Mapas mentais aplicados aos sujeitos
FIGURA 02: O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística 2 FONTE: Mapas mentais aplicados aos sujeitos
32
Os pensamentos das crianças são representados aqui nesta pesquisa por meio dos
desenhos, por meio deles a criança expressa sua visão de mundo, seus valores e
sua cultura. É através destes desenhos, que nós educadores precisamos interpretar
as preocupações e sentimentos dos alunos que muitas vezes se expressam mais
pelos desenhos do que com as palavras. Derdyk (1989) nos diz que, o desenho é
um importante meio de comunicação e representação da criança sobre a qualidade
do ambiente em que vive e interage, apresentando-se como uma atividade
fundamental para compartilhar experiências infantis.
As crianças demonstram por meio de suas representações sociais que o homem
além de esta contido no Meio Ambiente, de ser um dos elementos que compõem o
Planeta Terra ele é um ser atuante nesse meio e capaz de refletir sobre suas
próprias ações. Eis as imagens:
As crianças representam reflexões sobre a convivência agressiva do homem com o
Meio Ambiente a partir do momento que ela expressa a frase: “A Terra pede
Socorro”. Essas agressões estão cada vez mais intensa devido ao crescimento
FIGURA 03: O Meio Ambiente em uma perspectiva Holística 3 FONTE: Mapas mentais aplicados aos sujeitos FIGURA 01: O Meio Ambiente em
uma perspectiva Holística 1 FONTE: Mapas mentais aplicados aos sujeitos
33
desordenado do capitalismo, no qual os líderes políticos não fazem questão de
reconhecer esse problema. Capra (2006, p. 24) afirma que “nossos líderes políticos
não só deixaram de reconhecer como diferentes problemas estão inter-relacionados;
eles também se recusam a reconhecer como as suas chamadas soluções afetam as
gerações futuras”.
Existem também reflexões sobre a convivência harmônica com o Meio Ambiente. O
cuidado que devemos ter em “jogar o lixo no lixo”, de preservar o ambiente limpo.
Isso é imagem dos conhecimentos adquiridos pelos alunos na sociedade como um
todo (sala de aula, família, igreja). O aluno é um ser que busca constantemente o
conhecimento em vários momentos de sua vida para poder utilizá-los em sua
prática. Sendo assim Becker (1993, p. 52) ressalta que:
O conhecimento é a capacidade de aprender algo e usar depois; é quando o aluno incorpora o conteúdo e consegue manipular os dados. O conhecimento ou conteúdo é, num primeiro momento, incorporado e, e num segundo momento, vivenciado. Ora, o conhecimento especificamente os conceitos que constituem a própria arquitetura do pensamento, é vivenciado ao ser construído; construção e vivência são duas faces do mesmo evento.
As representações sociais das crianças no permite inferir que elas já conseguem
perceber o homem como alguém que age sobre este meio e que para cada ação do
homem corresponde sempre uma reação do ambiente. A criança consegue
perceber-se enquanto Meio Ambiente e como sujeito integrante desta teia.
O papel do professor é muito importante para despertar na criança esta visão
holística do Meio Ambiente. A compreensão que os professores têm a cerca de Meio
Ambiente é fundamental para que suas práticas pedagógicas sejam pautadas no
seu conhecimento e no que acredita de forma a adequá-las aos conhecimentos já
trazidos pelos alunos . Partindo dessa premissa os conhecimentos transmitidos para
as crianças devem ter uma linguagem adequada para que haja uma compreensão
de como conviver com a sociedade e o Meio Ambiente de forma harmônica.
É imperativo que a Educação Ambiental seja abordada de uma forma holística, vista
em sua totalidade, percebendo-nos como integrante desse processo. Hoje diante
das catástrofes mundiais que é resultado da irresponsabilidade do pensamento
hegemônico predominante, sofremos conseqüências talvez irreversíveis. O que nos
34
impulsiona a refletir para uma convivência harmônica entre o social- cultural e
ambiental. Reigota (1994,p. 14) ressalta que:
Educação ambiental é uma proposta que altera profundamente a educação como a conhecemos, não sendo necessariamente uma prática pedagógica voltada para a transmissão de conhecimentos sobre ecologia. Trata-se de uma educação que visa não só à utilização racional dos recursos naturais, mas basicamente à participação dos cidadãos nas discussões e decisões sobre a questão ambiental.
“A Educação Ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na
conscientização, mudanças de comportamento, desenvolvimento de competência,
capacidade de avaliação e participação dos educandos” (REIGOTA, 1994). Por isso,
percebemos a importância de desenvolver essa pesquisa com as crianças, pois
acreditamos que elas são sujeitos capazes de desenvolver seu potencial crítico
pautado numa visão global, se percebendo parte essencial desse meio ambiente.
4.2.2 O Meio Ambiente em uma perspectiva Conservacionista
Constatamos também que 25% das representações sociais das crianças tinham
uma visão conservacionista de Meio Ambiente, ou seja, é voltado apenas para o
ambiente natural. Há uma dicotomia entre homem e natureza, as crianças não
demonstram nenhum traço social de ser parte integrante da natureza.
O desenho espontâneo é uma comunicação visual tornando-se uma fonte de dados
importantes para validar o estudo em questão. As representações de vida nessa
categoria foi representada por meio de desenhos como água, floresta, as flores, a
árvore, frutos, terra, as nuvens. A visão que a criança tem é de que o homem é um
elemento à parte do Meio Ambiente, reafirma assim, a dicotomia entre homem e
natureza.
Di Leo (1985, p.18) acredita que a interpretação do desenho infantil não foge da
realidade e do contexto da criança, pois o desenho como símbolo depende da
cultura em que a criança está inserido como também de sua própria história pessoal:
Assim como o conteúdo manifesto em um sonho torna-se significativo, quando relacionado com as associações pessoais de quem sonha, assim
35
também os símbolos, conscientes ou inconscientemente desenhados, encontram significado apenas quando vistos no contexto da história pessoal do desenhista.
Vejamos alguns desenhos:
A harmonia entre as árvores, os frutos, os bichos, a água que é representada pelo
rio, o Sol não inclui o homem, o que por sua vez, nos permiti inferir que o mesmo
está longe de pertencer a este ambiente.
Acreditamos que estes alunos ainda tenham uma visão basicamente naturalista, na
relação natureza – homem, o ser humano não esta incluído. Segundo Guimarães
(2004) a formação básica dos educadores, em sua maioria, é pautada nesta visão
desarmônica entre, sociedade, homem e natureza. Sobre o objetivo da Educação
Ambiental, Sorrentino (1995, p. 87) afirma:
O objetivo da Educação Ambiental é o de contribuir para a conservação da biodiversidade, para a auto-realização individual e a comunitária e para a autogestão política e econômica, através de processos educativos que promovam a melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida.
FIGURA 05: O Meio Ambiente em uma perspectiva Conservacionista 1 FONTE: Mapas mentais aplicados aos sujeitos
FIGURA 05: O Meio Ambiente em uma perspectiva Conservacionista 2 FONTE: Mapas mentais aplicados aos sujeitos
36
Precisamos refletir melhor sobre como a Educação Ambiental é ministradas nas
escolas. Reigota (1994) ressalta a necessidade de se conhecer as percepções das
pessoas envolvidas nas atividades.
Para Guimarães (2004) as práticas pedagógicas de Educação Ambiental devem
superar a mera transmissão de conhecimentos ecologicamente corretos e as ações
de sensibilização, ou seja, devem oferecer meios para que os alunos compreendam
os fenômenos naturais, as ações de cada indivíduo e suas conseqüências.
37
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A busca como compreender as Representações Sociais que os Alunos da Escola
Montessoriana do Município de Senhor do Bonfim têm sobre Meio Ambiente, foi o
objetivo que norteou este trabalho.
Buscamos esta compreensão de uma forma holística, envolvendo o social,
econômico, político e cultural. Constatamos que 25% dos alunos ainda apresentam
esta concepção reduzida, mas em sua grande maioria (75%), as crianças já
demonstram a percepção de que fazem parte desse ambiente. E que são pessoas
capazes de agir sobre o mesmo.
Sabemos que o processo de desenvolvimento mental é realizado por etapas, dessa
forma, cada criança representou por meio de desenhos e palavras os significados de
suas experiências e dos conhecimentos adquiridos no cotidiano. Isto nos permite
inferir que a responsabilidade de preocupação com o Meio Ambiente não é somente
da escola, mas da sociedade em geral. Sendo assim, a cultura
naturalista/conservacionista de Meio Ambiente precisa ser trabalhada de uma forma
mais intensa, não somente em sala de aula, pois a criança e envolvida por cultura e
valores que são adquiridos, em sua maior parte, fora da escola.
A questão ambiental perpassa a relação do homem com o Meio Ambiente, pois para
que termos uma qualidade de vida hoje e as gerações futuras sejam contempladas é
preciso refletir também sobre nossos costumes e hábitos para com o Meio
Ambiente.
Ao acreditar que nós, sujeitos do processo educativo, somos conscientes e
inacabados percebemos que o ato de ensinar e aprender é inacabado. Foi notória a
preocupação que a educadora tem sobre a questão Ambiental, pois percebemos
que a maioria dos alunos percebe-se como Meio Ambiente e não limitando-se
somente ao natural.
38
Para que melhor entendamos a questão Ambiental de uma forma sistêmica, é
necessário que a Educação Ambiental seja trabalhada de uma forma interdisciplinar,
para que possamos acabar com a visão de Meio Ambiente reducionista, conhecendo
que o papel da Educação Ambiental é de suma importância para o crescimento de
uma nova mentalidade, de um novo paradigma de desenvolvimento social,
econômico e político, segundo o que estabelece o artigo 225 da Constituição
Federal.
Queremos que este trabalho seja mais um instrumento que desperte em todos, que
são ligados a educação, uma reflexão voltada para a importância da Educação
Ambiental em nossas escolas. Recomendamos que a Educação Ambiental seja
trabalhada em sua totalidade de forma interdisciplinar, e que através de suas
práticas pedagógicas promovam mudanças de comportamento em nossos alunos,
uma vez que acreditamos que os educandos de hoje representam potencialmente
um poder para refletir e modificar as políticas públicas do nosso país.
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39
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