monografia élida

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ÉLIDA PAULA DINI DE FRANCO VANESSA PAULINO CONDUTA DIETOTERÁPICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DURANTE O TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇO, ENSINO E PESQUISA FACULDADES INTEGRADAS ASMEC OURO FINO 2009

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ÉLIDA PAULA DINI DE FRANCO

VANESSA PAULINO

CONDUTA DIETOTERÁPICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DURANTE O

TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇO, ENSINO E PESQUISA

FACULDADES INTEGRADAS ASMEC

OURO FINO

2009

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ÉLIDA PAULA DINI DE FRANCO

VANESSA PAULINO

CONDUTA DIETOTERÁPICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

COM LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DURANTE O

TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

Trabalho apresentado ao Curso de Nutrição como um dos pré-requisitos para obtenção de grau de Bacharel. Orientadora: Flora Tahan Co-Orientadora: Mariana Carvalheiro Cotrim Lima

UNIÃO DAS INSTITUIÇÕES DE SERVIÇO, ENSINO E PESQUISA

FACULDADES INTEGRADAS ASMEC

OURO FINO

2009

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Franco, Élida Paula Dini; Paulino, Vanessa

Conduta dietoterápica em pacientes pediátricos com

leucemia linfoblástica aguda durante o tratamento quimioterápico /

Élida Paula Dini de Franco, Vanessa Paulino. – Ouro Fino: 2009.

00 p.; 00 cm.

1. Câncer. 2. Leucemia linfoblástica aguda. 3. Conduta

dietoterápica em pacientes pediátricos durante o tratamento

quimioterápico.

I

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DEDICATÓRIA

Á Deus, pela força e coragem que me concedeu.

Aos meus pais, por sempre me encorajarem.

Aos profissionais que sempre me auxiliaram nesta

jornada, são tantos que não quero ser injusta de

citar alguns nomes esquecendo outros.

A minha grande amiga e parceira Vanessa, pela

força e compreensão ao longo destes anos.

Élida

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DEDICATÓRIA

Á minha mãe Rosa, fonte de inspiração.

Aos meus irmãos Viviane, Robson e Alber, pela

paciência e apoio em todos os momentos.

Ao meu sobrinho Abner, com amor e carinho.

Á minha amiga Joyce, que tanto me auxiliou durante

a graduação.

Vanessa

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, por me conceder a graça de viver e hoje poder

estar aqui.

Aos meus pais Lázaro e Silvana, que me ajudaram a ser

quem eu sou e em momento nenhum hesitarem ou

medirem esforços para realizar meus sonhos.

Aos meus avôs Silvio e Terezinha, pedaçinho cativo em

meu coração, agradeço a vocês simplesmente por me

conceder a felicidade de tê-los comigo em minha vida.

A minha queria titia, a qual sempre me compreendeu

mesmo quando ninguém mais o fazia.

Élida

Page 8: Monografia élida

AGRADECIMENTOS

Á Deus, por me fortalecer em momentos difíceis.

Aos meus familiares, que contribuíram para a conclusão

deste curso.

Á minha amiga e colega Élida, pelo apoio em todos os

momentos da graduação.

Á todos os amigos que me apoiaram para a conclusão

deste trabalho.

Vanessa

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FRANCO, E. P. D de * ; PAULINO, V* ; TAHAN, F** ; LIMA, M. C. C***.

Conduta dietoterápica em pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda

durante o tratamento quimioterápico.

Trabalho de conclusão de curso, Faculdades Integradas Asmec, Ouro Fino, 2009.

RESUMO

A leucemia linfoblástica aguda como o câncer das células sanguíneas mais

comum na infância, atualmente tem sido relacionada a elevados níveis de cura,

atribuídos ao progresso no desenvolvimento dos tratamentos.

O tratamento quimioterápico em combate a esta patologia utiliza compostos

químicos com a finalidade de erradicar as células cancerígenas, no entanto, por não

possuir especificidade para estas células agridem também células normais,

causando prejuízos das condições nutricionais do paciente infantil, gerando

deficiências e sintomas desconfortantes.

Deste modo a nutrição, reconhecida como parte relevante na abordagem a

pacientes oncológicos pediátricos, favorece a tolerância e os resultados do

tratamento quimioterápico, contribuindo para que o paciente infantil enfrente os

problemas alimentares infundidos pelo tratamento e assim auxiliando na cura do

mesmo.

________________________________

* Alunas do 4º ano do curso de nutrição ** Orientadora nutricionista e professora da instituição *** Co-orientadora nutricionista e professora da instituição

Page 10: Monografia élida

Foi realizada uma revisão bibliográfica buscando trabalhos atuais nesta

área, principalmente aqueles que apresentavam aspectos nutricionais envolvidos no

auxílio do estado nutricional de pacientes pediátricos durante o tratamento do

câncer, tais como condutas nutricionais adequadas durante os efeitos adversos ao

tratamento.

Palavras-Chave: leucemia linfoblástica aguda, quimioterapia, conduta nutricional.

Page 11: Monografia élida

ABSTRACT

The leukemia acute as the linfoblastic of cancer cells more common in

childhood, currently has been linked to high levels of cure, assigned to progress in

the development of treatments.

Chemotherapy treatment in combating this pathology uses chemical

compounds with the aim of eradicating the cancerous cells, however, no specificity to

these cells harming normal cells, also causing damage of patient nutritional

conditions of children, generating deficiencies and desconfortantes symptoms.

In this way, nutrition, recognized as relevant part in paediatric cancer patient

approach, promotes tolerance and quimioterápico treatment results, contributing to

child patient meet food infundidos issues and thus assisting controller in curing.

________________________________

* Female pupils of the 4th year of nutrition course

** Consultant nutritionist and teacher of the institution

*** Co-consultant nutritionist and teacher of the institution

Was performed a review current bibliographic searching for work in this area, mainly

those who had nutritional aspects involved in aid of paediatric patients nutritional

status during the treatment of cancer, such as adequate nutritional pipes during

adverse treatment.

Keywords: leukemia acute linfoblastic, chemotherapy, conduct nutrition.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Estágio de iniciação do câncer................................................................

Figura 2: Estágio de promoção do câncer..............................................................

Figura 3: Estágio de progressão do câncer............................................................

Figura 4: Leucemia de células T............................................................................

Figura 5: Leucemia de células B............................................................................

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SUMÁRIO

I - INTRODUÇÃO...................................................................................................

II - CAPÍTULO 1 – CÂNCER PEDIÁTRICO..........................................................

1.1. Câncer.............................................................................................................

1.2. Câncer pediátrico............................................................................................

1.3. Leucemias pediátricas.....................................................................................

1.3.1. Tipos de leucemias pediátricas....................................................................

1.3.1.1. Leucemia linfoblástica aguda....................................................................

1.3.1.2. Leucemia mieloblástica aguda..................................................................

1.3.1.3. Leucemia mieloblástica crônica.................................................................

III - CAPÍTULO 2 – LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA.................................

2.1. Leucemia linfoblástica aguda.........................................................................

2.2. Incidência da leucemia linfoblástica aguda em pacientes pediátricos............

2.3. Fisiopatologia da leucemia linfoblástica aguda...............................................

2.4. Quadro clínico do paciente com leucemias linfoblástica aguda......................

2.5. Tratamentos em combate as leucemias..........................................................

2.5.1. Radioterapia.................................................................................................

2.5.1.1. Efeitos da radioterapia no organismo pediátrico.......................................

2.5.2. Quimioterapia...............................................................................................

2.5.2.1. Efeitos da quimioterapia no organismo pediátrico.....................................

2.5.3. Imunoterapia.................................................................................................

2.5.3.1. Efeitos da imunoterapia no organismo pediátrico.....................................

2.5.4. Transplante de medula óssea......................................................................

2.5.4.1. Efeitos do transplante de medula óssea no organismo pediátrico............

IV - CAPÍTULO 3 – CONDUTA DIETOTERÁPICA EM PACIENTES

PEDIÁTRICOS DURANTE O TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO......................

3.1. Alimentação e o câncer...................................................................................

3.2. Intervenção nutricional durante o tratamento quimioterápico..........................

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3.3. Alimentação durante os efeitos colaterais.......................................................

3.3.1. Anorexia (perda de peso).............................................................................

3.3.2. Dor na boca ou garganta..............................................................................

3.3.3. Mudanças nas sensações de olfato e paladar.............................................

3.3.4. Xerostomia (boca seca)................................................................................

3.3.5. Náusea e vômito...........................................................................................

3.3.6. Diarréia.........................................................................................................

3.3.7. Constipação..................................................................................................

3.4. Alimentação durante os efeitos colaterais mais graves..................................

3.4.1. Mucosite (inflamação da mucosa da boca)..................................................

3.4.2. Edema..........................................................................................................

3.4.3. Toxidade gastrointestinal aguda...................................................................

3.4.4. Estomatite e esofagite (inflamação da boca com feridas e inflamação do

esôfago)..................................................................................................................

3.4.5. Intolerância a lactose....................................................................................

3.4.6. Hipogeusia (perda do paladar).....................................................................

3.4.7. Saciedade precoce.......................................................................................

4. Alimentação e nutrientes especiais....................................................................

5. Suplementação no câncer pediátrico.................................................................

V - CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................

VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E WEBGRÁFICAS................................

VII - APÊNDICE

Apêndice 1 - Locais de formação das células sanguíneas na medula

óssea......................................................................................................................

VIII - ANEXOS

Anexo A – Drogas mais utilizadas no tratamento quimioterápico dos

cânceres infantis e seus efeitos.............................................................................

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I – INTRODUÇÃO

De acordo com Maluf Junior et al (2009), embora a nutrição tenha papel de

primeira ordem na atenção global à criança, só recentemente vem sendo

reconhecida como parte indispensável na abordagem ao pequeno portador de

neoplasia maligna e como parte integral no complexo multidisciplinar.

Segundo Maluf Junior et al (2009), a nutrição auxilia pacientes pediátricos

durante o tratamento quimioterápico favorecendo a tolerância e os resultados da

terapêutica.

Para Genaro (2007), a terapêutica medicamentosa em combate ao câncer

pode causar efeitos colaterais nos quais alimentos antes comestíveis, agora podem

não ser bem tolerados e não ter bom paladar, podendo ainda o paciente ter

inapetência (...), “trazendo prejuízos para as condições nutricionais e gerando

deficiências nutricionais ao promoverem anorexia, estomatite, distúrbios das vias

alimentares, náuseas, vômitos diarréia e aversões alimentares específicas”. (MALUF

JUNIOR et al, 2009). (...) com todos esses problemas, é difícil pensar em um

consumo alimentar com aumento de calorias, alimentos ricos em proteínas e

refeições rápidas que sejam fáceis para se preparar e se ingerir.

De acordo com os autores Genaro (2007) e Maluf Junior et al (2009), a

nutrição é parte essencial nos cuidados e no tratamento de pacientes com câncer, e,

portanto, a ingestão dos tipos certos de alimentos antes, durante e após o

tratamento, pode auxiliar o paciente a se sentir melhor e ter um suporte nutricional

que contribua de maneira efetiva no tratamento quimioterápico.

Pacientes infantis com leucemia linfoblástica aguda respondem bem ao

tratamento intensivo para a paralisação e estabilização da doença. (SMITH, 2006).

No entanto para que o paciente infantil consiga enfrentar todos os problemas

alimentares infundidos pelos efeitos adversos ao tratamento, o planejamento do

cuidado nutricional é de extrema importância (GENARO, 2007). O suporte nutricional

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só favorecerá os resultados da terapêutica, além de melhorar também a tolerância à

quimioterapia. (MALUF JUNIOR et al, 2009). Desta forma grande parte dos

pacientes obtém a cura. (SMITH, 2006)

Este estudo teve por objetivos descrever condutas dietoterápicas adequadas

em pacientes oncológicos pediátricos, que em função dos efeitos adversos

ocasionados pelos agentes químicos empregados no tratamento quimioterápico

antineoplásico facilitam a depleção nutricional e debilitação do paciente,

aumentando a gravidade da doença, visando assim à importância do suporte

nutricional na cura do mesmo.

Este trabalho está dividido em três capítulos, dos quais o primeiro capítulo

se trata do câncer pediátrico, onde de acordo com Ferreira et al (2009), o câncer é

definido como um grupo de patologias que se caracterizam pela capacidade de

invadir outras estruturas orgânicas, devido a perda do controle da divisão celular.

Segundo Pinho et al (2004) e Garófolo (2005), quanto aos seus aspectos gerais, o

câncer em pediatria se apresenta bem diferente do câncer em adultos, acometendo

mais o pré-escolar com idade média de 5 anos e do sexo masculino, sendo as

leucemias as neoplasias mais comuns nesta faixa etária.

Segundo Pinho et al (2004), tumores infantis são de rápida progressão, entre

eles a leucemia linfoblástica aguda é a mais comum e a que apresentou maior

incidência nas últimas décadas.

O segundo capítulo se trata da leucemia linfoblástica aguda, onde de acordo

com Cornacchioni e Odone Filho (2009), o primeiro objetivo terapêutico no processo

de tratamento das leucemias agudas é alcançar a remissão completa da

enfermidade, na qual todos os sinais e sintomas desaparecerão.

Porém, durante o tratamento do câncer, de acordo com o estado geral do

paciente e com os protocolos de tratamentos existentes que inclui: radioterapia,

quimioterapia, imunoterapia, transplante de medula óssea, dentre outros, tem

agentes empregados na exterminação da população de células anormais que

acabam por atingir também os tecidos normais que se constituem de células

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normais em replicação, tendo a maior parte dos agentes, toxidade gastrointestinal de

diferentes amplitudes, ou seja, efeitos adversos que promovem sintomas

desconfortantes. (FERREIRA et al, 2009; MALUF JUNIOR et al, 2009)

O terceiro capítulo se trata da conduta dietoterápica em pacientes

pediátricos durante o tratamento quimioterápico, que segundo Genaro (2007),

Ferreira et al (2009) e Maluf Junior et al (2009), no tratamento quimioterápico

antineoplásico os efeitos adversos ocasionados pela terapêutica medicamentosa

como mucosite, queilose, glossite, estomatite, esofagite, toxidade gastrointestinal,

náuseas, vômitos, perda de apetite, anorexia, anemia, função imunológica diminuída

e ganho ou perda de peso, facilitam e evidenciam a depleção nutricional que

contribui para aumentar o quadro de gravidade da doença, sendo o diagnóstico e a

intervenção precoce nas complicações nutricionais, primordiais para o sucesso do

controle nutricional antes, durante e após o tratamento.

Foram realizadas pesquisas de revisão através de artigos científicos, livros e

sites da internet atualizados, buscando informações sobre as melhores condutas

dietoterápicas em pacientes pediátricos portadores de leucemia linfoblástica aguda

durante o tratamento quimioterápico, sendo esta terapêutica um fator contribuinte na

diminuição da ingesta alimentar, ocasionada pelos efeitos colaterais da terapia.

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II – CAPÍTULO 1

CÂNCER PEDIÁTRICO

“Corro perigo como toda pessoa que vive e a

única coisa que me espera é exatamente o

inesperado”. (Clarice Lispector)

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II – CAPÍTULO 1

CÂNCER PEDIÁTRICO

1.1. Câncer

Segundo Escott-Stump & Mahan (2005), o câncer pode ser considerado uma

doença das células do corpo, onde o seu desenvolvimento envolve o dano ao DNA

(ácido desoxirribonucléico) das células; este dano vai se acumulando com o decorrer

do tempo e para o estabelecimento de uma neoplasia maligna, estas células

danificadas conseguem escapar de mecanismos apropriados de proteção do

organismo do crescimento e disseminação de tais células. A classificação de

tumores baseia-se no seu tecido de origem, nas suas propriedades de crescimento e

na sua invasão dos tecidos. O crescimento de uma neoplasia maligna destrói o

tecido ao redor e pode eventualmente se espalhar para os tecidos e órgãos

distantes, um processo conhecido como metástase.

De acordo com Escott-Stump & Mahan (2005),

Como o câncer ocorre nas células que estão se replicando, os padrões de câncer são completamente diferentes em crianças e adultos. No início da vida, o cérebro, sistema nervoso, ossos, músculos e tecido conjuntivo ainda estão crescendo. Desta forma, nas crianças, estes tecidos estão mais comumente envolvidos nas lesões cancerosas do que nos adultos. De modo inverso, os tumores comuns em adultos envolvem revestimentos epiteliais e são raros em crianças. As leucemias e linfomas, que são tumores do sistema imunológico, ocorrem em crianças e adultos, mas a história natural da doença difere dependendo de ocorrer cedo ou tarde. (p. 953).

De acordo com Guyton (1981), uma célula normal pode sofrer alteração no

seu DNA (ácido desoxirribonucléico), sendo este evento denominado mutação

genética. As células cujo material genético foi alterado sofrem uma perda de função

e multiplicam-se de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células

normais do tecido a sua volta, invadindo-o. Geralmente têm capacidade de formar

novos vasos sangüíneos que as nutrirão e manterão as atividades de crescimento

descontrolados.

Page 20: Monografia élida

Para o Instituto Nacional de Câncer (2009), há um processo denominado

carcinogênese no qual ocorre a formação do câncer. Como em geral esse processo

é lento, pode levar vários anos para que uma célula cancerígena prolifere dando

origem a um tumor visível. Processo este que passa por vários estágios antes de

chegar ao tumor, sendo eles:

Primeiro estágio – Iniciação: ocorrem alterações em alguns genes das

células, provocadas por agentes cancerígenos ou carcinógenos, encontrando desta

forma neste estágio, células geneticamente modificadas. No entanto não é possível

a detecção clínica de um tumor, mas para que ocorra ação de um segundo grupo de

agentes no próximo estágio as células encontram-se iniciadas. (INSTITUTO

NACIONAL DE CÂNCER, 2009)

Figura 1 – Estágio de iniciação do câncer

Fonte: INCA, 2009

Segundo estágio – Promoção: as células geneticamente modificadas, isto

é, iniciadas no primeiro estágio sofrem ação de agentes cancerígenos classificados

como oncopromotores, no qual transformam de forma lenta e gradativa a célula

iniciada em célula maligna. Essa transformação ocorre devido ao contato contínuo

com o agente cancerígeno promotor, onde a suspensão desde contato pode

interronper o processo neste estágio. Como exemplo desta esposição temos

componentes da alimentação e a exposição contínua e prolongada a hornônios.

(INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2009)

Page 21: Monografia élida

Figura 2 – Estágio de Promoção do Câncer

Fonte: INCA, 2009

Terceiro estágio – Progressão: o câncer se encontra instalado neste

estágio, caracterizado pela multiplicação descontrolada e irreversível das células

alteradas que evoluirão até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da

doença. Os agentes denominados oncoaceleradores ou carcinógenos são os

promotores da iniciação ou progressão, temos como exemplo um desses agentes

promotores completos, possuindo todos os componentes que atuam nos três

estágios da carcinogênese, sendo este o fumo. (INSTITUTO NACIONAL DE

CÂNCER, 2009)

Figura 3 – Estágio de progressão do câncer

Fonte: INCA, 2009

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (2009), o organismo humano

tem mecanismos de defesas naturais para combaterem agressões estruturais

celulares, como mecanismos para que o processo de mutação de DNA seja

interrompido, visto que ao longo da vida são produzidas várias células alteradas e

graças a esse processo natural de defesa podem ser eliminadas não apresentando

assim maiores problemas.

Um exemplo de mecanismo natural de defesa contra o câncer, é que o DNA

(ácido desoxirribonucléico) danificado, pode ser reparado graças a enzimas que

transformam e eliminam substâncias cancerígenas. Este método de defesa é próprio

Page 22: Monografia élida

de cada organismo, mas pode ser geneticamente pré-determinado, o que pode

explicar a existência de vários casos de câncer em uma mesma família ou ainda

como nem todo fumante desenvolve câncer de pulmão. (INSTITUTO NACIONAL DE

CÂNCER, 2009)

O sistema imunológico desempenha papel importante nos mecanismos de

defesa, sendo constituído por células distribuídas em uma rede complexa de órgãos

denominados órgãos linfóides (fígado, baço, gânglios linfáticos, timo, medula óssea

e na circulação sanguínea). Estes órgãos são responsáveis pelo crescimento,

desenvolvimento e distribuição de células especializadas nas defesas do organismo

contra ataques de estranhos invasores, como os linfócitos que desempenham papel

importante no sistema imune, atribuídas as defesas no processo de formação do

câncer (carcinogênese). Os linfócitos atacam células do corpo infectadas por vírus

capazes de formar câncer, ou seja, agentes oncogênicos ou as células em formação

maligna, como também sobre substâncias secretadas denominadas linfocinas,

responsáveis pela regulação do crescimento e amadurecimento de outras células e

do próprio sistema imune, pois relaciona-se que o distúrbio na produção ou nas

estruturas de tais substâncias, sejam causas de doenças, inclusive o câncer. A

compreensão exata destes mecanismos de defesa poderá esclarecer diversos

pontos importantes para o entendimento do processo de formação do câncer,

carcinogênese, contribuindo para novas estratégias e tratamentos em combate a

esta patologia. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2009)

1.2. Câncer pediátrico

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (2009), nos últimos 40 anos o

progresso no desenvolvimento do tratamento para o câncer pediátrico foi

espetacular. Estimando que se o paciente infantil for diagnosticado precocemente e

tratado em centros especializados, em torno de 70% das mesmas poderão ser

curadas, tendo a maioria dessas crianças após um tratamento adequado uma boa

qualidade de vida.

No Brasil como em países desenvolvidos o câncer entre pacientes

pediátricos e adolescentes, representa a segunda causa de morte neste período de

Page 23: Monografia élida

vida, sendo proporcional para todas as regiões. Como a primeira causa de morte

está relacionada aos acidentes e à violência, diz-se que o câncer é a primeira causa

de morte por doença na faixa etária de 1 ano de idade até os 19 anos de idade, final

da adolescência. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2009)

O câncer infantil compreende um grupo de doenças que se caracterizam

pelo rápido crescimento e descontrole de células atípicas em qualquer lugar do

organismo. As neoplasias mais comuns na infância são atribuídas às leucemias, aos

linfomas e aos tumores do sistema nervoso central. (INSTITUTO NACIONAL DE

CÂNCER, 2009)

De acordo ainda com o Instituto Nacional de Câncer (2008), o câncer infantil

se faz diferente do adulto, de modo a afetar células do sistema sanguíneo ou

hematopoético e os tecidos de sustentação. Por serem de origem embrionária as

doenças malignas na infância são constituídas de células indiferenciadas,

determinando uma resposta melhor aos atuais métodos terapêuticos.

Segundo D’ angio et al (1998), as causas dos tumores pediátricos ainda são

pouco conhecidas, embora alguns tipos específicos já tenham base científica de que

sejam determinados geneticamente.

1.3. Leucemias pediátricas

Segundo a Associação Brasileira de Linfomas e Leucemias (2009), as

leucemias englobam quatro categorias, dentre as quais três categorias são de

origem pediátrica. Os termos atribuídos às leucemias se referem aos tipos de células

envolvidas sendo denominada leucemia linfóide, linfocítica e/ou linfoblástica aguda

(LLA), leucemia mielóide, mielocítica ou mieloblástica aguda (LMA) e leucemia

mielóide, mielocítica ou mieloblástica crônica (LMC).

De acordo com Instituto Nacional de Câncer (2009), as leucemias de

etiologia desconhecida são consideradas uma doença maligna dos glóbulos

brancos, leucócitos, e se caracterizam pelo acúmulo de células jovens, isto é,

blásticas, atípicas na medula óssea, substituindo assim as células do sistema

Page 24: Monografia élida

sanguíneo, sistema hematopoético, normais. A formação das células sanguíneas se

dá na medula óssea que se localiza na cavidade dos ossos, principalmente no

esterno, na pelve e no fêmur (Apêndice 1). Como a medula óssea é responsável

pela formação dessas células sanguíneas, nela são encontradas as células mãe ou

precursoras, que originam os elementos figurantes do sangue como os glóbulos

brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e plaquetas. Devido ao

acúmulo das células blásticas atípicas na medula óssea a produção desses

elementos figurantes do sangue é prejudicada impedindo desta forma a produção

dos glóbulos brancos, ocasionando infecções; glóbulos vermelhos, ocasionando

anemia e das plaquetas, ocasionando hemorragias. Como a doença é de rápida

progressão, exige que o tratamento seja iniciado logo após realização do diagnóstico

e classificação da leucemia.

1.3.1. Tipos de leucemias pediátricas

1.3.1.1. Leucemia linfoblástica aguda

Segundo Figueira et al (2001), a leucemia linfoblástica aguda representa

75% de todas as leucemias na infância, sendo uma doença monoclonal que resulta

da transformação maligna e expansão de uma única célula. (leia no próximo capítulo

sobre esta patologia)

1.3.1.2. Leucemia mieloblástica aguda

De acordo com Figueira et al (2001), a leucemia mieloblástica aguda resulta

da proliferação clonal da célula mielóide primitiva, representando em torno de 20%

de todas as leucemias da criança, acometendo igualmente tanto o sexo masculino

como o feminino. A incidência da leucemia mieloblástica aguda é um pouco maior no

primeiro ano de vida e matem-se constante até a adolescência, onde apresenta um

novo pico e voltando a se manter constante até cerca dos 55 anos de idade,

aumentando progressivamente com a idade.

Segundo o autor citado acima, da mesma forma que na leucemia

linfoblástica aguda, a leucemia mieloblástica aguda apresenta alguns sinais clínicos

Page 25: Monografia élida

que se assemelham, como a falência da medula óssea e a infiltração de órgãos. No

entanto, alguns sinais clínicos são mais específicos nesta leucemia, como a

infiltração de pele e hipertrofia gengival, como também fenômenos hemorrágicos e

massas tumorais em nível de órbita, cordão medular ou pele, conhecidas como

clorona.

Para Figueira et al (2001), na leucemia mieloblástica aguda não existe uma

concordância no que se diz respeito ao tratamento, diferentemente da leucemia

linfoblástica aguda. A maioria dos autores está de acordo com a fase de indução, na

qual o objetivo é atingir a remissão completa da doença através da destruição do

maior número possível de células com câncer e com mais agilidade possível, porém

a fase de consolidação ou intensificação e principalmente a fase de manutenção tem

muitas controvérsias. Neste tipo de leucemia o transplante de medula óssea com

doador compatível, é indicado logo na primeira remissão da doença, tendo o

paciente um resultado de cura definitiva com o transplante em torno de 40% a 60%

nestas condições.

1.3.1.3. Leucemia mieloblástica crônica

De acordo com Figueira et al (2001), a leucemia mieloblástica crônica

representa cerca de 2% a 5% de todas as leucemias na infância. É uma doença

mieloproliferativa resultante da proliferação clonal anormal de uma célula

indiferenciada multipotente, suas formas clínicas são apresentadas de maneiras

bem diferentes, uma semelhante à encontrada nos adultos, denominada tipo adulto,

e uma com características de doença aguda, denominada tipo juvenil.

Segundo Figueira et al (2001), a leucemia mieloblástica crônica tipo adulto

apresenta um quadro clínico e laboratorial indistinguível daquela encontrada nos

pacientes adultos, em sua fase crônica é bem controlada, é tratada com drogas que

resultam em remissões clínicas e laboratoriais completas, mas não à cura. Sendo o

transplante de medula óssea o tratamento definitivo com percentual de 60% de cura,

no entanto a leucemia mieloblástica crônica tipo adulto caminha constantemente

para a fase aguda, que é de difícil controle terapêutico e que leva à morte em pouco

tempo. Esta sendo indistinguível da leucemia mieloblástica aguda. Já as crianças

Page 26: Monografia élida

com leucemia mieloblástica crônica tipo juvenil, apresenta a doença de forma aguda,

são tratadas com esquemas terapêuticos semelhantes aos dos portadores de

leucemia mieloblástica aguda, pois possuem quadro clínico semelhante, no entanto,

os resultados são insatisfatórios e tem o transplante de medula óssea indicado

ocorrendo remissão da doença.

Page 27: Monografia élida

III – CAPÍTULO 2

LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA

AGUDA

“Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o

vento passar, vale a pena ter nascido”.

(Fernando Pessoa)

Page 28: Monografia élida

III – CAPÍTULO 2

LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA

2.1. Leucemia linfoblástica aguda

De acordo com Figueira et al (2001); Marcondes et al (2003) e Escott-Stump

(2007), a leucemia linfóide, linfocítica e/ou linfoblástica aguda (LLA) é uma doença

maligna de rápida progressão, decorrente da proliferação descontrolada de uma

única célula progenitora, que tem capacidade de se expandir indefinidamente,

acumulando células imaturas e sem função, infiltrando assim a medula óssea, o

sangue e demais órgãos. A leucemia linfoblástica aguda é a neoplasia mais comum

na infância, com discreta freqüência no sexo masculino. Numerosos fatores de risco

são associados ao desenvolvimento da patologia, dentre elas, anormalidades

cromossômicas como a síndrome de Down, síndrome de Bloom, anemia de Fanconi,

imunodeficiências congênitas, como a Telangiectasia Atáxia, síndrome de Wiscott-

Aldrich e infecções por retrovírus, uso de drogas com agentes antineoplásicos e

imunossupressores, exposição a radiações ionizantes e em irmãos de pacientes

com leucemia aguda a probabilidade da doença se desenvolver é maior, no entanto,

sua etiologia exata permanece desconhecida.

Segundo Figueira et al (2001), de acordo com a classificação da FAB

(Francesa, Americana e Britânica), as leucemias linfoblásticas agudas pertencem a

três grupos: L1, L2 e L3. A L1 representa aproximadamente 85% das leucemias

linfoblásticas agudas se caracterizando pela presença de uma população celular

cujas partes são da mesma natureza, formada por linfoblastos de tamanho pequeno,

com citoplasma escasso e nucléolos de difícil visualização. A L2 apresenta uma

população celular de linfoblastos composta de partes de diferente natureza, com

citoplasma abundante e nucléolos salientes. A L3 apresenta população celular de

linfoblastos com citoplasma nitidamente basofílico e com inúmeras vacuolizações,

núcleo de cromatina frouxa com um ou mais nucléolos bem visíveis, é a menos

freqüente de todas as leucemias linfoblásticas agudas representando em torno de

1%.

Page 29: Monografia élida

É problemática a importância dessa classificação em relação ao prognóstico

da doença, no entanto a maioria dos autores concorda que a L1 seria a de melhor

prognóstico, enquanto a L3 seria a de pior. (FIGUEIRA et al, 2001)

De acordo com Figueira et al (2001), as leucemias linfoblásticas agudas

também são subdivididas de acordo com a presença de marcadores imunológicos

intra ou extracitoplasmásticos em: leucemias de células T e leucemias de células B.

(Figura 5 e 6)

As leucemias linfoblásticas agudas de células B são subclassificadas ainda

de acordo com sua maturação em: leucemias de células pré-pré-B, pré-B e B, sendo

esta classificação de grande importância biológica e clínica, inclusive em relação ao

prognóstico e ao tratamento da doença. As leucemias de células T são aquelas que

mostram em sua superfície antígenos T, e representam cerca de 15% do total das

leucemias linfoblásticas agudas. As leucemias pré-pré B e pré-B possuem antígenos

que as identificam como células B imaturas, sendo as de melhor prognóstico. A

leucemia de célula B representa em torno de 1%, possuindo antígenos que as

caracterizam como célula B madura, estando relacionada com o pior prognóstico

entre as leucemias linfoblásticas agudas. (FIGUEIRA et al, 2001)

Figura 4 – Leucemia de células T

Fonte: INCA, 2009

Page 30: Monografia élida

Figura 5 – Leucemia de células B

Fonte: INCA, 2009

2.2. Incidência da leucemia linfoblástica aguda em pacientes

pediátricos

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (2007), para estabelecer medidas

efetivas no controle do câncer, é necessária a obtenção de informações sobre sua

distribuição de incidência e mortalidade, que possibilita o melhor entendimento da

doença e seus determinantes, contribuindo assim, para as medidas de prevenção,

detecção precoce, tratamento e cuidados paliativos.

De acordo com Pinho et al (2004), o câncer compreende a segunda causa

de morte por doença e a terceira causa de óbitos no Brasil, tendo nas últimas

décadas elevado a incidência dos tumores infantis, principalmente as leucemias,

como a leucemia linfoblástica aguda.

Os tumores infantis são agressivos e tornan-se rapidamente perceptíveis,

em contra partida, são considerados de bom prognóstico em resposta ao tratamento.

O câncer pediátrico representa de 0,5% a 3% de todos os tumores na maioria das

populações. (D’ ANGIO et al, 1998). A doença, embora ocorra em qualquer idade

tem um pico inicial de incidência entre os 3 e 5 anos. (MARCONDES et al, 2003)

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (2008), a abrangência nacional das

informações sobre a doença, não é do Brasil como um todo, devido às

Page 31: Monografia élida

características de recolhimento dos registros, que foram em períodos diferentes,

refletindo o perfil de sua área de cobertura e referindo-se na maioria das vezes a um

município. Desta forma as taxas de incidência refletem os registros de diferentes

regiões para tipos específicos de câncer como para as leucemias de origem

pediátrica como um todo.

No entanto, de acordo com a Associação Brasileira de Linfomas e

Leucemias (2009), estima-se que a leucemia linfoblástica aguda represente 75% das

leucemias na população infantil, sendo 20% referida à leucemia mieloblástica aguda

e 2% a 5% à leucemia mieloblástica crônica.

2.3. Fisiopatologia da leucemia linfoblástica aguda

Segundo a Associação Brasileira de Leucemias e Linfomas (2009), as

células sanguíneas que circulam no sangue se desenvolvem na medula óssea, que

é um tecido esponjoso, localizado na cavidade central do osso. A formação das

células sangüíneas é um processo denominado hematopoese. A produção de todas

as células sanguíneas no interior da medula óssea é responsável por um grupo

pequeno de células chamadas de células-tronco hematopoéticas. Estas células-

Page 32: Monografia élida

tronco hematopoéticas, se desenvolvem em células sanguíneas específicas por um

processo de diferenciação.

Para que haja a produção constante de células sanguíneas em indivíduos

sadios, existem células-tronco hematopoéticas suficientes. As células sanguíneas

que estão completamente maduras, ou seja, funcionantes deixam a medula óssea

migrando-se para o sangue, onde serão realizadas suas funções. (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE LEUCEMIAS E LINFOMAS, 2009)

Segundo o Arquivo Brasileiro de Odontologia – Faculdade de Odontologia

da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (2007), em indivíduos

portadores de leucemias agudas, as células leucêmicas apresentam alterações no

processo de diferenciação, maturação e apoptose, multiplicando-se e acumulando-

se mais rapidamente do que as células-tronco hematopoéticas normais e assim

sendo substituídas, causando a supressão e consequente falência da medula óssea.

2.4. Quadro clínico do paciente com leucemia linfoblástica aguda

Segundo Figueira et al (2001), devido à falha na produção das células

sanguíneas (eritrócitos, leucócitos e plaquetas) normais em quantidades suficientes;

ocorrem anemia e infecções frequentes, plaquetopenia, neutropenia, linfocitose e

medula óssea hipercelular, com presença intensa de linfoblastos, ou seja, células

leucêmicas.

2.5. Tratamentos em Combate as leucemias

Nos últimos 30 anos o tratamento da leucemia linfoblástica aguda da

infância, transformou-se de uma doença implacavelmente mortal em curável em

pelos menos 70% dos casos, mostrando um impressionante progresso. A atribuição

dessa melhora se deve ao surgimento de drogas quimioterápicas e também de seu

uso combinado. (MARCONDES et al, 2003). O sucesso do tratamento consiste em

se usar esquemas nos quais um maior número de células leucêmicas sejam

exterminadas, sem que se promovam efeitos tóxicos agudos graves, principalmente

para a medula óssea. (FIGUEIRA et al, 2001)

Page 33: Monografia élida

Segundo Figueira et al (2001); Marcondes et al (2003) e Escott-Stump

(2007), os esquemas terapêuticos da leucemia linfoblástica aguda da infância são

divididos em fases:

Primeira fase – Indução: usa-se o maior número de drogas, com o objetivo

de destruir o maior número possível de células com câncer e com mais agilidade

possível, podendo desta forma induzir uma remissão completa da doença, ou seja,

restabelecer a hematopoese normal, com desaparecimento dos sintomas clínicos e

laboratoriais associados à doença. (FIGUEIRA et al, 2001; MARCONDES et al, 2003

e ESCOTT-STUMP, 2007)

Segunda fase – Consolidação ou Intensificação: inclusão de vários

agentes quimioterápicos, aplicada logo após a remissão completa da doença. É uma

fase de tratamento intensivo que objetiva consolidar a remissão adquirida, evitando

o surgimento de clones resistentes aos agentes, isto é, eliminar as células

leucêmicas de onde elas possam estar ocultas, garantindo remissões mais longas

ou permanentes. (FIGUEIRA et al, 2001; MARCONDES et al, 2003 e ESCOTT-

STUMP, 2007)

Terceira fase – Manutenção: a leucemia linfoblástica aguda da infância

requer tratamento prolongado, deste modo, após diminuição do número de células

leucêmicas através das duas primeiras fases do tratamento, doses menores dos

agentes quimioterápicos são administradas durante um período de 2 a 3 anos,

visando permanecer o paciente em remissão completa e contínua, podendo assim

obter à cura. (FIGUEIRA et al, 2001; MARCONDES et al, 2003 e ESCOTT-STUMP,

2007)

Quarta fase – Tratamento e profilaxia do sistema nervoso central: essa

é uma fase essencial no tratamento, tendo em vista que na leucemia linfoblástica

aguda o sistema nervoso central funciona como um santuário de células leucêmicas,

pois frequentemente elas se elastram até o revestimento do cérebro e da medula

espinhal. Como as drogas em nível terapêutico não atravessam a barreira

hemoliquórica, faz-se necessário a profilaxia do sistema nervoso central, recebendo

como prevenção, quimioterapia intratecal associada a altas doses de drogas por via

Page 34: Monografia élida

endovenosa, que atingem níveis terapêuticos no sistema nervoso central.

(FIGUEIRA et al, 2001; MARCONDES et al, 2003 e ESCOTT-STUMP, 2007)

No período em que não se realizava a prevenção do sistema nervoso

central, 70% dos pacientes apresentavam recaída neste local, hoje em dia, menos

de 10% dos pacientes são acometidos por esta recaída. (FIGUEIRA et al, 2001)

A radioterapia na cabeça como medida de prevenção tem sido utilizada cada

vez menos, pois podem causar dano intelectual e neoplasias cerebrais, sendo

atualmente reservadas aos pacientes com alto risco de recaída, e a tendência

futuramente, é abolir esse tratamento. (FIGUEIRA et al, 2001; MARCONDES et al,

2003)

2.5.1. Radioterapia

A radioterapia é um tratamento local com administração de radiações

ionizantes, ou seja, ondas eletromagnéticas ou raios particulados. Método de

tratamento que objetiva interromper o crescimento ou destruir as células

cancerígenas do organismo. (PINHO et al, 2004). A devida aplicação deste

tratamento consiste na eliminação do tumor com menos dano possível as células

vizinhas que se reproduzirão a partir desta área. Como o organismo de cada

indivíduo reage e suporta de forma diferente as radiações, a quantidade a ser

utilizada é calculada individualmente, visto que não há uma dose padrão de

radiação. A indicação da radioterapia pode ser realizada isolada ou associada a

outras formas de terapia. A radioterapia associada é preferencialmente utilizada em

casos de doença avançada, ocorrendo devido à ação local da radioterapia que

associada a terapias sistêmicas, conseguirão atingir o corpo todo e assim terão seus

efeitos aumentados. (RIBEIRO, 2005)

2.5.1.1. Efeitos da radioterapia no organismo pediátrico

Os efeitos decorrentes da radioterapia, dependem da dose de irradiação e

da quantidade de tecido tratado. (PINHO et al, 2004). Como consequências do

tratamento temos: xerostomia (ressecamento da boca), dor na boca e na garganta,

Page 35: Monografia élida

disfagia (dificuldade de engolir), mudança na percepção do gosto dos alimentos,

problemas dentais, náusea, vômito, diarréia e má absorção, inapetência geral (perda

geral do apetite), mudança de paladar, mucosite (inflamação na mucosa da boca) e

função imunológica diminuída. (GENARO, 2007)

2.5.2. Quimioterapia

Segundo Escott-Stump & Mahan (2005), a quimioterapia é a administração

de agentes químicos ou medicações com finalidade curativa, tratando tumores

localizados. É uma terapia sistêmica que atinge o corpo todo.

A quimioterapia age de forma inespecífica no crescimento das células

atingindo tanto células malignas como células normais. (PINHO et al, 2004). As

células da medula óssea, folículos pilosos a da mucosa do trato digestivo são

caracteristicamente as mais atingidas. (ESCOTT-STUMP & MANAN, 2005)

2.5.2.1. Efeitos da quimioterapia no organismo pediátrico

A gravidade dos efeitos colaterais são dependentes das drogas utilizadas,

dose, duração do tratamento, drogas associadas, suscetibilidade e estado de saúde

atual individual. (ESCOTT-STUMP & MAHAN, 2005). Dentre eles podemos incluir

mudança do gosto dos alimentos, mucosite (inflamação na mucosa da boca),

queilose (feridas na boca), glossite (inflamação da língua), estomatite (inflamação da

boca com feridas), esofagite (inflamação no esôfago), diarréia, má absorção e

inflamação da mucosa do intestino (toxicidade gastrointestinal), náuseas, vômitos e

perda do apetite (anorexia), anemia função imunológica diminuída, dor na boca ou

na garganta, ganho ou perda de peso. (GENARO, 2007)

2.5.2.2. Drogas mais utilizadas no tratamento quimioterápico dos

cânceres infantis e seus efeitos

De acordo com Pinho et al (2004), a maior parte dos agentes utilizadas nos

protocolos dos tumores pediátricos ocasiona efeitos adversos que podem afetar o

estado nutricional dos pacientes infantis, precisando modificar a conduta

Page 36: Monografia élida

dietoterápica que objetiva diminuir os efeitos provocados por estes agentes

antineoplásicos. (Anexo – A)

2.5.3. Imunoterapia

De acordo com Pinho et al (2004), a imunoterapia é a indução das linfocinas

e glicoproteínas produzidas por linfócitos ativos e que participam de várias respostas

celulares, aumentando desta forma a resposta ao antígeno de maneira não

específica e obtendo efeito antiproliferativo sobre a neoplasia.

2.5.3.1. Efeitos da imunoterapia no organismo pediátrico

Os efeitos colaterais dependerão da droga utilizada e da dose administrada.

(PINHO et al, 2004). Sendo estes efeitos: febre, náuseas e vômitos, diarréia, dor na

boca, perda de apetite (anorexia), xerostomia (boca seca), mudança na percepção

do gosto do alimento. (GENARO, 2007)

2.5.4. Transplante de medula óssea

Segundo Pinho et al (2004), o transplante de medula óssea objetiva renovar

as funções sanguíneas e imunológicas normais do receptor da medula, substituindo

suas células sanguíneas doentes. O transplante de medula óssea é realizado a

partir de células-mãe do doador (célula que se diferencia formando ramos

hematológicos) que podem ser procedentes da medula óssea, do sangue periférico

ou do cordão umbilical, através da infusão na circulação sistêmica do receptor,

fazendo com que os espaços deixados pela quimioterapia preliminar na medula

óssea sejam preenchidos na intenção de eliminar o máximo da doença. Para que

ocorra o transplante de medula óssea as indicações são feitas a várias neoplasias e

doenças hematológicas como as leucemias.

O transplante de medula óssea engloba alguns tipos específicos dos quais

são realizados a partir: da própria medula do receptor ou célula mãe do mesmo são

colhidas e crioconservadas, denominado transplante autólogo; o receptor é irmão

gêmeo, isto é, geneticamente idêntico ao doador, denominado transplante singênico

Page 37: Monografia élida

e o doador não é completamente idêntico ao receptor, denominado transplante

alôgenico. (PINHO et al, 2004)

2.5.4.1. Efeitos do transplante de medula óssea no organismo

pediátrico

Os efeitos adversos ocorrem devido aos esquemas de quimioterapia

estabelecidos antes do transplante e à incompatibilidade imunológica entre o doador

e o receptor da medula. (PINHO et al, 2004). Dentre eles podemos citar náuseas e

vômitos, perda de apetite (anorexia), mucosite (inflamação na mucosa da boca),

estomatite (inflamação da boca com feridas), esofagite (inflamação no esôfago),

mudanças de paladar e salivares, diarréia, má absorção e inflamação da mucosa do

intestino (toxicidade gastrointestinal). (GENARO, 2007)

Page 38: Monografia élida

IV – CAPÍTULO 3

CONDUTA DIETOTERÁPICA EM

PACIENTES PEDIÁTRICOS

DURANTE O TRATAMENTO

QUIMIOTERÁPICO

“100% de esforço onde houver 1% de chance”.

(Associação Brasileira de Linfomas e

Leucemias)

Page 39: Monografia élida

IV – CAPÍTULO 3

CONDUTA DIETOTERÁPICA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

DURANTE O TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO

3.1. Alimentação no câncer

De acordo com Sant’Ana et al (2009), alimentar-se é um ato importantíssimo

para nossas vidas, em todas as fases da infância à velhice, durante o tempo que se

está saudável ou doente. Alguns tratamentos para o câncer como quimioterapia,

radioterapia, Imunoterapia entre outros, podem ocasionar enfraquecimento corpóreo

bem como cansaço e dificuldades para se alimentar. Sendo que a alimentação é um

fator importante para diminuir os efeitos dos tratamentos contribuindo para o bem

estar dos pacientes.

Segundo Escott-Stump & Mahan (2005), seja para pacientes recém

diagnosticados ou em terapia ativa, em remissão ou pós-tratamento, a nutrição é

uma ferramenta muito importante de tratamento e cuidados perante esta patologia.

A intervenção nutricional em pacientes oncológicos tem como objetivos, reverter ou

prevenir as deficiências nutricionais, preservar a massa magra corpórea, minimizar

os efeitos do tratamento comumente apresentada por esses pacientes, todas essas

melhoras tem como objetivo aumentar a qualidade de vida do paciente em um

momento tão delicado.

De acordo com o autor citado acima, o câncer e o seu tratamento podem

causar forte impacto no organismo do paciente, podendo apresentar variações em

todos os sistemas corpóreos.

Conforme se observa a progressão da doença, ocorre uma variação no

apetite e ingestão de alimentos, na sua grande maioria essa variação significa

redução alimentar, resultando na caquexia, uma forma de desnutrição muito comum

no câncer. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMAS E LEUCEMIAS, 2009).

Page 40: Monografia élida

Apoio ao paciente Dicas de alimentação

(http://www.abrale.org.br/apoio_paciente/dicas/prob_alimentacao.php)

Os tratamentos, principalmente a quimioterapia e a radioterapia, tem efeitos

muito agressivos no corpo do paciente, podendo deixar o organismo debilitado

e vulnerável, aumento o risco de comprometimento nutricional e prejudicando

assim a resposta terapêutica. (GARÓFOLO, 2007). (Suporte nutricional previne

obesidade nas crianças com câncer

http://www.oncopediatria.org.br/portal/noticias/arquivo/200707/200707_1_01.jsp)

A nutrição não é curativa e sim um auxílio ao tratamento, na realidade não

são apenas os medicamentos prescritos pelos médicos que curam o câncer, e sim a

ação conjunta de toda uma equipe multiprofissional, composta por médicos,

nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, dentistas e

assistentes sociais. (PITRILLI, CARVALHO e LEE, 2004).

O tratamento do câncer afeta particularmente a alimentação no momento

que tanto se necessita dela para a recuperação. Sabe-se que é possível com

intervenção nutricional, mesmo com as dificuldades, melhorar o quadro dos

pacientes. (GENARO, 2007)

3.2. Intervenção nutricional durante o tratamento quimioterápico

Segundo a Associação Brasileira de Câncer – ABC, durante o tratamento

quimioterápico é necessário uma atenção especial aos pacientes. Alguns efeitos

colaterais do tratamento afetam diretamente os hábitos alimentares e a nutrição é

uma ferramenta para melhorar o quadro do paciente, podendo fazê-lo melhorar

significativamente a resposta frente o tratamento. ( Especial câncer do Intestino

http://www.abcancer.org.br/portal/index.php?module=atualidades&class=noticias&ev

ent=especial&id=929) Acesso em 15/10/09 as 22:45

A dieta é muito importante no tratamento do câncer. Ingerir vários tipos de

alimentos não apenas durante tratamento quimioterápico, mas antes e após, pode

Page 41: Monografia élida

auxiliar o paciente a se sentir melhor e ajudar na manutenção do estado nutricional.

(GENARO, 2007)

A quimioterapia pode causar efeitos colaterais como náuseas e vômitos,

além de feridas na boca. Alimentos que antes tinha boa aceitabilidade pelo paciente

agora, pode não ser aceito por ele, além de um agravante, ele pode ter perda de

apetite. (GENARO, 2007). Frente a esse problema o nutricionista terá que aumentar

as calorias devido ao estado hipercatabólico que alguns pacientes se encontram.

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCEMIAS E LINFOMAS, 2009).

(http://www.abrale.org.br/apoio_paciente/equipe_multiprofissional/efeitos_colaterais.php) acesso em

16/08/09 as 16:16) *

O tratamento da leucemia linfoblástica aguda é longo, variando entre 2 e 3

anos, neste período o paciente pediátrico deve ter suporte nutricional para combater

a doença e suportar o tratamento sem prejudicar seu crescimento e estado

nutricional. (PEDROSA e LINS, 2009)

Para Genaro, “alimentar-se bem é extremamente importante quando o corpo

está combatendo uma doença”. (2007, p. 12)

3.3. Alimentação durante os efeitos colaterais

Algumas condutas ajudam pacientes a enfrentar os problemas de

alimentação durante este período de tempo no qual se sujeitam a este tratamento.

(GENARO, 2007).

3.3.1. Anorexia (perda de apetite)

A perda do apetite é um dos problemas mais comuns que ocorrem durante o

tratamento de câncer, em especial durante o tratamento quimioterápico. Para

algumas pessoas, a perda do apetite ocorre apenas durante um dia ou dois, para

outras é uma preocupação contínua. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCEMIAS

E LINFOMAS, 2009) mesma referencia *

Page 42: Monografia élida

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (2009), a alimentação pode ajudar o

paciente a estar mais disposto e cabe ao nutricionista saber o que fazer para que o

paciente se alimente. Como tentar fazer refeições leves várias vezes ao dia em

especial de três em três horas. ( manual Inca)

Também é importante ter sempre um lanche sadio ou um líquido mais

calórico (suco, vitamina e leite), com fácil acesso para sempre poder mordiscar ou

dar goles, ainda podendo estar disponível em casa ou na bolsa obtendo assim

calorias e proteínas de um modo mais fácil. (GENARO, 2007).

Existe ainda maneiras para enriquecer preparações como, por exemplo,

adicionar azeite, óleo vegetal, creme de leite, gema de ovo ou margarina em sopas,

purês ou mingaus. Para as vitaminas utilizar farinhas instantâneas como farinha

láctea, de arroz ou milho, amido de milho, fubá entre outros e acrescentar leite em

pó ao leite comum aumentando a densidade calórica e a quantidade de cálcio.

(INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2009). ( manual inca )

Maiores refeições com menores quantidades evitam que o estômago cause

incômodo no paciente permitindo assim uma melhor digestão. (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE LINFOMAS E LEUCEMIAS, 2009) mesma referencia *

Comer sempre que apresentar fome, podendo variar os números de

refeições, mantendo a calma e nunca comendo com pressa. (GENARO 2007;

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2009) manual Inca

Preparar pratos coloridos e diversificados, incluindo novos alimentos no

cardápio e dando preferência para que outra pessoa prepare as refeições para evitar

náuseas e assim repugnância ao alimento. (GENARO 2007; INSTITUTO NACIONAL

DE CÂNCER, 2009). Manual inca

A quantidade de líquido durante as refeições devem ser controladas, dar

preferência a ingestão antes (30 minutos) ou após o término da refeição (30

minutos) nunca durante, evitando assim saciedade precoce. (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE LEUCEMIAS E LINFOMAS, 2009). Mesma referencia *

Page 43: Monografia élida

Pingar gotas de limão debaixo da língua ou ainda mastigar gelo antes das

refeições é uma estratégia para a estimulação do apetite e também é muito

importante oferecer sempre ao paciente um cardápio variado evitando monotonia

alimentar, experimentar novos temperos, deixando a comida diferente como, louro,

cominho entre outros. (GENARO, 2007)

3.3.2. Dor na boca ou garganta

Embora mais freqüente em pacientes que se tratam com radioterapia e

tumores sólidos na região do pescoço e cabeça, as dores na garganta e na boca são

raras em pacientes com leucemia linfoblástica aguda no tratamento quimioterápico.

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LEUCEMIAS E LINFOMAS, 2009).( Mesma

referencia * ) A melhor maneira de se evitar irritações bucais é evitando alimentos

como: abacaxi e outras frutas ácidas, sucos cítricos como laranja, tangerina, limão

entre outros. (GENARO, 2007). Para qualquer alteração na mucosa da boca ou

esofágica é recomendado a utilização de preparações líquidas e auxiliadas a um

canudinho para melhorar a deglutição. (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2009)

manual do Inca

3.3.3. Mudanças nas sensações de olfato e paladar

De acordo com Cuppari (2005), alguns medicamentos antineoplásicos

podem causar alterações no olfato e paladar (disgeusia), o que pode fazer com que

o paciente submetido a esses tratamentos tenham dificuldade de aceitar alimentos.

Segundo Genaro (2007), a escolha e a preparação dos alimentos que

possuam boa aparência e bom odor é mais aceita pelos pacientes durante o

tratamento. Tendo como exemplo a carne vermelha (bife) como é um alimento de

cor e odor forte pode dar preferência a frango ou peixe, onde além de apresentar

similares valores nutricionais têm menores impactos no olfato e paladar das

crianças.

Page 44: Monografia élida

O mesmo autor, ainda afirma que, alimentos azedos como laranja e limos

também pode ser utilizados para maior aceitabilidade da preparação, um exemplo é

o creme de limão que além do sabor, fornece ao paciente calorias e proteínas.

Se o paladar estiver alterado não haverá muita fome, pois o paciente

especialmente o pediátrico normalmente não ingere o que não gosta, o mesmo pode

ocorrer com o olfato se o cheiro não o agrada não há fome. (GARÓFALO e LOPEZ,

2002).(Disponível em http://bases.bireme.br/cgi-

bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p

&nextAction=lnk&exprSearch=363170&indexSearch=ID acesso em 15/10/09 as

20:12)

Escovar os dentes ou simplesmente lavar a boca com freqüência, pode ser

uma estratégia de não deixar a boca com gosto amargo causados por alguns

antineoplásico ( INCA, 2007) ( Manual do Inca) . O melhor profissional para orientar

e orientar até sobre o uso de enxaguantes bucais é o dentista bem como se

aparacem feridas ou alterações mais grave na boca. (PETRILI, CARVALHO e LEE,

2004)

A temperatura é muito importante para aversão ou aceitação de alguns

alimentos, a temperatura ambiente é a mais recomendada, pois não apresenta

modificações e possíveis desconfortos bucais no paciente ao ingeri-los. Além disso

sempre oferecer alimentos no qual o paciente pediátrico goste, insistir em alimentos

com aversão por parte dele apenas dificulta o processo de alimentação ( GENARO,

2007).

3.3.4. Xerostomia (boca seca)

A xerostomia ocorre quando os pacientes apresentam elevadas

concentrações de agentes quimioterápicos na saliva, o que faz com que a mucosa

esteja exposta a toxicidade. Tendo como principais alterações: redução do volume

de saliva, mudança na constituição salivar e sendo assim a microflora ora

Page 45: Monografia élida

apresentará alterações também, e a redução de imunoglobulinas salivares.

(SANTOS , FERNANDES, 2006)

Para amenizar a xerostomia deve-se dar preferência a alimentos que

tendem a aumentar o fluxo salivais tais como: queijos, pipoca e amendoim, pois são

de consistência duro obrigando assim as glândulas salivares a aumentara produção

(GENARO, 2007). Se o paciente não apresenta mucosite e estomatites, pode ainda

chupar balas e picolés duros de frutas ou ainda gelo, ou usar chicletes , de

preferência de menta, que pode ser como aromático e deixará na boca um gosto

agradável sendo mais propício a abrir o apetite ( INCA,2007) ( manual do Inca) .

Como caldo e sopas são alimentos úmidos tem maior probabilidade de

serem aceitos, assim como carnes com menos odor como é o caso de frango e

peixe. Líquidos, como suco de frutas cítricas como é o caso da laranja, tangerina e

limão também podem ser aliados ao aumento do apetite, visto que estimulam a

salivação e o apetite ( GENARO,2007).

Alguns alimentos podem diminuir a salivação sendo eles: vitaminas

engrossadas, sopas quentes e grossas, cereais grossos, pão. Bolachas. Gelatinas,

banana carnes vermelhas, frituras entre outros. Mas se o paciente mesmo assim

quiser consumi-los dê preferência á eles com algum tipo de molho para umidece-los,

(INCA, 2007) manual do Inca , oferecer em forma de purês para melhor deglutição

( GENARO, 2007).

3.3.5. Náusea e vômito

Náuseas e vômitos são os efeitos colaterais comuns durante o tratamento

quimioterápico, isto se deve pelos agentes antineoplásico em especial o

Methotrexate ( MTX) que pode ser aplicado em doses elevadas, causando ainda

vários danos sendo o principal a náusea e o vômito. (Silva et. al, 2009)

Para Genaro ( 2007) os melhores alimentos para combater náuseas são:

frango sem pele, podendo ser assado ou cozido, mas não frito devido a sua, frutas e

Page 46: Monografia élida

vegetais macios, sendo um ótimo alimento o pêssego em calda, torrada e biscoitos,

bolos de clara, mingau de aveia, líquidos quando bebidos lentamente. Iogurtes,

raspadinhas de gelo ,alimentos quentes tendem a aumentar a náusea segundo a

autora, estes alimentos são de fácil digestibilidade e deglutição evitando assim a

náusea e, por conseguinte o vômito.

Alimento contendo alto teor de gordura ou fritos devem ser evitados, assim

como alimentos com excesso nível de açúcar, condimentados e picantes, com odor

acentuado, estes alimentos podem provocar náuseas nos pacientes em especial

pediátrico ( GENARO,2007) e fazer com que ele perda o apetite antes da ingestão e

ter possíveis episódios de vômitos após a alimentação ( INCA,2007) ( Manual do

Inca).

Evitar se alimentar em locais abafados, quentes ou que possam ter odores

de alimentos, isso pode fazer com que a criança tenha náusea antes mesmo de se

alimentar. As quantidades das refeições são muito importantes, o ideal é comer

pequenas quantidades em maior freqüência. Normalmente a náusea ocorre mais

persistente de manhã, este sintoma pode ser aliviado ao ingerir torradas secas ou

biscoito água e sal antes de se levantar, evitando que a criança já inicie o dia

vomitando ( GENARO, 2007)

Beber pequenos goles de líquidos durante o dia exceto durante as refeições,

dê preferência a sucos cítricos como o limão, A utilização dói canudinho pode ajudar

a diminuir as náuseas ( INCA,2007) ( manual do Inca) e (GENARO,2007).

Uma alimentação feita devagar e bem mastigada também diminuiu a

tendência a náuseas, durante o episódio de vômito não se deve alimentar o paciente

(INCA,2007 , Descansar após as refeições, o recomendado é cerca de 1 hora após

a refeição. Para evitar crises de vômitos e náuseas não se deve alimentar duas

horas antes da quimioterapia (GENARO, 2007)

3.3.6. Diarréia

Page 47: Monografia élida

A diarréia é caracterizada por mais de rês episódios de evacuações líquidas

por dia, sendo que esta manifestação pode levar a desidratação, pela perda

excessiva de líquido pelo corpo. Ela pode também ser causada pela quimioterapia,

não apenas por lesionar as células gástricas, mas também por alterar a digestão de

alguns nutrientes (INCA, 2007) ( manual do Inca) .

Para combater a diarréia, deve-se experimentar alimentos pobre em fibras,

como arroz, macarrão ovos cozidos, não fritos, assim como a carne, deve ser

oferecida sem pele e magra. Queijo branco e cremoso como o requeijão, iogurte,

suco de uva ,banana, pêssego, damasco e purês de batata sendo estes para

reposição de potássio que é perdido durante a diarréia. (GENARO, 2007)

Beber bastante líquido durante o dia, pois há significativas perdas, dê

preferência a alimentos como biscoitos doces ou salgados, gelatinas, pêra sem

casca, leite de soja, pois são de fácil digestão, sedo assim fazem com que o

intestino que pode estar irritado pela diarréia, descanse. (INCA, 2007) manual do

Inca

Se caso a diarréia for persistente, pode ser administrado o “soro caseiro”

para reposição de alguns eletrólitos como Sódio no corpo do paciente pediátrico este

pode ser administrado á vontade, enquanto a diarréia persistir (INCA, 2007) manual

do Inca

Também é recomendada a retirada de alimentos gelados ou muito quente,

temperaturas extremas podem causar diarréia em pacientes com o intestino que

esteja sensível observar se este evento não é uma resposta a alimentos fonte de

lactose, evitar alimentos com excesso de sacarose, o que aumenta a chance de se

ter diarréia. (GENARO, 2007).

As mãos dos manipuladores de alimentos oferecidos as crianças devem ser

constantemente lavadas, pois qualquer contaminação pode levar o paciente a casos

agudos de diarréia, visto que além da quimioterapia, eles estão com o sistema

imune suprimido ( INCA, 2007) Manual do Inca

3.3.7. Constipação

Page 48: Monografia élida

Uma alimentação inadequada e alguns antineoplásicos podem obstipar

intestino, causando a constipação intestinal. Este evento causa além da dor um

desconforto muito grande em pacientes em especial os pediátricos ( INCA, 2007)

Manual do Inca

Para melhorar estes casos é necessário o oferecimento de alimentos ricos

em fibras, como é o caso de pão integral, cereais e macarrão, frutas secas, verduras

( agrião, alface, acelga, brócolis espinafre, couve), feijão, ervilha, batatas, laranja

com bagaço, estes podem com ao auxílio das fibras aumentarem a movimentação

intestinal para que haja maior evacuação fecal ( GENARO, 2007)

Para se obter uma melhora significativa com a utilização das fibras é

necessário uma boa ingestão hídrica em média oito copos ( 240 ml) de água por dia

se possível, pois isto ajuda a manter a consistência das fezes,beber em média um

copo de água no intervalo das refeições, e ingerir algum alimento quente cerca de

30 minutos antes de haver movimentação estomacal ajuda na facilidade de

evacuação. (GENARO, 2007) e ( INCA, 2007) man Mesma referencia * ual do Inca

Alguns alimentos acima citados como o caso do feijão podem ser flatulentos

então recomenda-se para que não ocorra um desconforto que o paciente coma

alimentos devagar sempre mastigando bem os alimentos, evitar falar durante a

mastigação dos alimentos, estar atento ao uso de alho e cebola dar preferência a

eles refogados e com moderação ( INCA, 2007) manual do Inca

Outra observação importante é que o paciente não faça uso de laxantes ou

reeducadores intestinais salvo com orientação médica ( GENARO, 2007)

3.4. Alimentação durante os efeitos colaterais mais graves

Alguns pacientes apresentam reações adversas mais complexas aos

tratamentos antineoplásicos, estes podem ser observados em pacientes com estado

Page 49: Monografia élida

nutricional deprimido, estágio da leucemia entre outros fatores. (PETRILLI,

CARVALHO e LEE, 2004)

3.4.1. Mucosite oral (inflamação da mucosa da boca)

A mucosite oral caracteriza-se como uma reação tóxica inflamatória por

exposição a agentes quimioterápicos. Esta toxicidade age diminuindo ou até mesmo

inibindo a divisão celular das células epiteliais da camada basal oral, normalmente

essas células apresentam um “turn-over” alto, o que por ser um local de fácil atrito é

um epitélio que necessita de reposição. Quando não há reposição celular o tecido

sujacente fica exposto. A mucosite oral se caracteriza clinicamente por edema e

eritrema, sensação de queimação, aumento de sensibilidade a alimentos quentes e

condimentados, estas ainda podem evoluir a placas brancas eritrematosas

impossibilitando o paciente a se alimentar e se hidratar (SANTOS, 2005)

Dependendo da gravidade da mucosite a consistência da dieta deve variar,

passando para branda, pastosa ou líquida. Alimentos gelados favorecem a

cicarização e funcionam como anestésicos sendo assim podendo ser melhor aceitos

pelos pacientes pediátricos (GENARO,2007.)

Os pacientes devem evitar consumir alimentos níveis não seguro de

bactérias (carnes cruas, alimentos estragados ou mofados e bebidas pasteurizadas)

pois pacientes pediátricos por si apresentam maior suscetibilidade a infecções esse

número fica bem maior quando estando em tratamento quimioterápico por LLA (

STUMP. MAHAN, 2005 pag. 968)

Existem ainda alguns alimentos que devem ser evitados por acentuarem a

inflamação ou ainda aumentarem o desconforto do paciente, é o caso do excesso de

sal nos alimentos, alimentos ácidos e com condimentos picantes, alimentos muito

quente, bebidas muito gasosas, recomenda-se a retirada de refrigerante substituindo

por sucos naturais (GENARO. 2007)

3.4.2. Edema

Page 50: Monografia élida

Devido a alguns medicamentos pacientes oncológicos são mais propensos a

apresentarem edema ( MAHAN e STUMP, 2005).

Para evitar a retenção de água deve-se evitar alimentos com excesso de sal

como carnes secas, peixes enlatados como sardinha e atum visto que são

conservados em sal, produtos industrializados, temperos prontos, enlatados e

embutidos ( salsicha, salame, mortadela, lingüiça), bacon toucinho, alimentos com

sal sendo principal conservante ( azeitona, picles e palmito), alguns tipos de queijo

como: mussarela, prato parmesão, provolone, também deve se evitar molhos como:

tomate industrializado, soja, inglês, maionese, ketchup, mostarda. Bolachas com

excesso de sal também devem ser retiradas do cardápio assim como, pipoca com

sal, salgadinhos industrializados, bebidas isotônicas e água gaseificada (GENARO,

2007). O teor aumentado de sal provoca retenção hídrica o que pode aumentar o

edema e complicações causadas em pacientes oncológicos em tratamento

quimioterápico, em especial os pacientes pediátricos acometidos com Leucemia

Linfoblástica Aguda onde o organismo já se encontra muito debilitado ( ABRALE,

2009). Mesma referencia *

3.4.3. Toxicidade Gastrointestinal Aguda

A toxicidade Gastrointestinal Aguda é caracterizada por episódios de diarréia

com inflamação da mucosa do intestino causada durante a quimioterapia por

diversos remédios, os fármacos irritam a mucosa gástrica intestinal provocando

diarréia, pois as células não são capazes de absorver os nutrientes nem a água

(ROQUE e FORONES, 2006). ( Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-

bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p

&nextAction=lnk&exprSearch=435251&indexSearch=ID acesso em 15/10/09 as

22:23

Para amenizar esses efeitos devem oferecer alimentos líquidos claros e frios

(sucos coados, caldo de carne e hortaliças, gelatinas, chá de ervas), assim como

mingau, purês, macarrão sem molho, comidas preparadas com pouco óleo e

nenhum tipo de gordura. (GENARO, 2007)

Page 51: Monografia élida

Alimentos com o leite ( pois, exigem “ maior” esforço das células gástricas

intestinais para absorção), sopas cremosas, sanduíches, doces e frituras devem ser

evitados. ( GENARO, 2007)

Pacientes com esta alteração também podem não absorver nutrientes

essenciais para uma melhor resposta ao tratamento quimioterápico, como é o caso

do cobre , zinco e ferro (OLIVEIRA e MARCHINI, 2006)

3.4.4. Estomatite e esofagite (inflamação da boca com feridas e

inflamação do esôfago)

Alguns quimioterápicos podem provocar aparecimento de Estomatites

(aftas), e esofagites assim como no caso da mucosite as células, onde não ocorre a

reposição das células e a camada basal fica exposta provocando irritação na região

(SANTOS, 2005)

Para possibilitar os pacientes a se alimentarem devem ser oferecidos

alimentos como: Dieta líquida ou leve, sopas com caldo sendo que um dia sopas

liquidificadas outro com pedaços de legumes e carne para que o paciente se adapte

e logo volte a se alimentar com dieta geral, melões, alterar a temperatura dos

alimentos (mornos e temperatura ambiente) nunca quentes, pois, isto irritaria mais

ainda a mucosa dos pacientes em especial os pediátricos ( GENARO, 2007)

Alimentos com condimentos fortes, produtos a base de pães não refinados,

alimentos duros ou secos, ou com estremo de temperatura devem ser evitados, pois

podem causar dificuldade na passagem até o estômago ou ainda ardência o que

fará com que a criança desista de comer. Sucos em especial cítricos devem ser

evitados pelo mesmo motivo. (GENARO, 2007)

Para Genaro (2007), uma dica que traz um alívio são bochechos com água e

sal, o que parece amenizar a ardência, e causar maior conforto ao ato de alimentar-

se.

3.4.5. Intolerância á Lactose

Page 52: Monografia élida

Para Genaro (2007) a intolerância a lactose significa que o organismo não

digere ou absorve o açúcar do leite denominado lactose, que é um dissacarídeo,

esta incapacidade se dá pela falta de ação ou produção de uma enzima denominada

lactase, que tem como função degradar a lactose.

Durante o tratamento esta intolerância ocorre devido a lesões a mucosa do

trato digestivo, afetando a produção de lactase. Alguns pacientes em especial os

pediátricos podem apresentar como reação a essa intolerância, gases, cólicas e

diarréia, se este quadro for apenas momentânio que persiste apenas durante o

tratamento, após algumas semanas de cessadas as sessões de quimioterapia, as

células se regeneram e a produção da enzima se normaliza. Mas pode haver

pacientes que apresentem essa alteração para sempre, e seus hábitos devem ser

modificados para sempre. Em qualquer momento do paciente pediátrico que

apresente Intolerância á lactose o único alimento a ser retirado da dieta seja por

semanas ou para sempre é o leite ou produtos fonte do mesmo. (GENARO, 2007)

Quando o leite é a principal fonte de proteína da dieta do paciente

oncológico pediátrico, deverá buscar outras fontes de proteína como é o caso de

carnes, ovo entre outros. Alguns produtos a base de soja, como leite e sucos,

também contém bons valores de proteínas, assim como queijos “meia cura”, leites

fermentados e iogurtes. Hoje em di ano mercado existem marcas que produzem leite

com menores teores de lactose. (GENARO, 2007)

3.4.6. Hipogeusia (perda do paladar)

A perda do paladar (sentir gosto) recebe o nome de hipogeusia, estudos de

Mafra e Cozzolino (2004) mostram que este quadro está relacionado diretamente

com a falta de zinco. Alguns medicamentos quimioterápicos se ligam as proteínas

plasmáticas como, por exemplo, a albumina, diminuindo suas quantidades na

corrente sanguínea, assim como o zinco para ser transportado até o fígado também

necessita dessa proteína (albumina), como esta se encontra menos disponível, há

uma menor absorção desse micro mineral (OLIVEIRA e MARCHINI, pag. 147, 2006)

Page 53: Monografia élida

Para amenizar essa falta de paladar, devem-se oferecer alimentos

fortemente temperados, tomando apenas o cuidado de observar se o paciente

pediátrico não apresenta nenhum outro sintoma onde alimentos condimentados

devem ser evitados, se assim for dar preferência a realçar o aroma dos alimentos

para estimular o apetite, assim como a textura, sendo assim é despertado o estímulo

visual dos alimentos (GENARO, 2007).

Para Genaro (2007), alimentos suaves, sem sal e carnes simples ou ainda

pratos sem boa aparência devem ser evitados.

3.4.7. Saciedade Precoce

A saciedade precoce é a sensação de estar satisfeito precocemente (antes

que o normal ou após comer menos que o habitual). E pode ter várias causas,

esvaziamento gástrico retardatário, obstrução da saída gástrica, diminuição da

capacidade de detenção gástrica, síndrome do cólon irritável entre outras. (PINHO

et. al, 2004).

Para amenizar esse efeito deve-se oferecer segundo Genaro (2007), deve

oferecer uma dieta de alto teor calórico, com carnes, peixes e aves, ovos, leite e

seus derivados, sopas cremosas, sobremesas enriquecidas com frutas, cremes, leite

condensados e sorvetes. Toda a dieta oferecida deve levar ao paciente a maior

quantidade de calorias em menor quantidade de alimento.

Uma maneira de aumentar a densidade calórica é acrescentar ao leite de

vaca normal, algumas colheres de leite em pó. Se o paciente assim conseguir

aceitar, oferecer maionese, óleo, bolos chantillys, pudins em caldas, ou ainda

oferecer o doce que a criança mais gosta respeitando outros efeitos que a

quimioterapia possa ter provocado (GENARO, 2007).

4. Alimentação e nutrientes especiais

Page 54: Monografia élida

A alimentação oferecida a criança no período de tratamento quimioterápico

deve garantir todos os nutrientes necessários para ela além de combater a doença,

crescer e se tornar um adulto sadio (GARÓFALO E LOPEZ ) (Disponível em :

http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=googl

e&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=363170&indexSearch=ID

acesso em 15/10/09 as 20:12)

As proteínas são essenciais para a formação das células corporais,

ajudando a combater infecções, cicatrizações e feridas. Os alimentos ricos em

proteínas são: carnes, aves, peixes, ovos, leite, queijos, iogurtes esses contendo

proteínas de alto valor biológico (são aquelas que contêm todos os aminoácidos

essenciais em quantidades e proporções ideais para atender às necessidades

orgânicas), e existem alimentos que contem proteínas de origem vegetal sendo o

feijão, lentilha, soja, ervilha e milho (OLIVEIRA e MARCHINI, , 2006)

Quanto às vitaminas algumas delas merecem atenção especial, a Vitamina

A embora sua principal função seja sempre citada pelo processo visual ela também

atua na manutenção da pele e da mucosa, pois participa da diferenciação epitelial

das células calciformes, que secretam o muco, (...) além de influenciar no sistema

imune humano, em especial os das crianças, aumentando a resistência a infecções

(OLIVEIRA e MARCHINI, 2006) , situação muito freqüente em crianças em

tratamento quimioterapia em especial no combate a leucemia linfoblástica aguda,

visto que o próprio sistema imune está deprimido ( ABRALE, 2009). Fontes dessa

vitamina no qual está inserido facilidade para ingestão dos mesmos pelo paciente

pediátrico são: fígado, gema de ovo, folhas verdes como brócolis e espinafre e

também na cenoura (INCA, 2007) Manual do Inca

Sabe-se que a vitamina C auxilia o organismo no combate a infecções,

acredita-se que ela também poderia atuar na prevenção e no tratamento do câncer,

pois fortalece o sistema imune (OLIVEIRA e MARCHINI, pag. 204, 2006). Boas

fontes dessa vitamina são frutas cítricas, como maracujá, limão, laranja, morango,

abacaxi, acerola, goiaba, melão e kiwi ( INCA, 2007) Manual do Inca

Page 55: Monografia élida

O zinco como já foi citado está diretamente relacionado com o fator de

crescimento, necessário na síntese protéica, replicação de ácidos nucléicos, divisão

célula (...) também é necessário para o adequado funcionamento dos linfócitos e

fibroblastos, o que o torna essencial na defesa imunológica e na cicatrização

(OLIVEIRA e MARCHINI, 2006)

Alimentos fonte de zinco são: carne bovina, frango, peixe, legumes e

tubérculos, em contrapartida, frutas e outros vegetais não são fontes de grande

quantidade de zinco (OLIVEIRA e MARCHINI, , 2006)

O cobre é outro mineral muito importante durante o tratamento

quimioterápico em especial em crianças com até cinco anos (INCA, 2007) Manual do

Inca . Esse mineral tem papel primordial no funcionamento adequado dos

mecanismos de defesa natural do corpo (função imunológica), para maturação de

algumas células sanguíneas como leucócitos e hemácias, (...) além do

desenvolvimento e crescimento das crianças (OLIVEIRA e MARCHINI, 2006). O

cobre pode ser encontrado em aves, fígado, nozes e frutas secas ( INCA, 2007)

Manual do Inca

Durante o tratamento quimioterápico e m pacientes infantis, sobretudo

portadores de Leucemia Linfoblástica Aguda têm o sistema imune muito deprimido,

os minerais acima citados podem ajudar na defesa orgânica, mas alguns cuidados

também devem ser tomados para evitar contaminação externa para esses pacientes

são cuidados simples para evitar uma complicação maior aos pacientes, como por

exemplo, lavar bem as mãos antes de preparar as refeições ou de se alimentar,

cozinhar muito bem as carnes não deixando nenhum pedaço mal cozido (aparência

vermelha), embora não se recomende muito o consumo de alimentos crus, os que

forem consumidos como frutas e hortaliças, deixar em solução de hipoclorito de

sódio de 2 a 2,5%, contendo uma colher de sopa para cada litro de água depois

lavarem em água corrente e escovar antes de descascar ou processar (cortar) (

INCA, 2007) Manual do Inca

5. Suplementação no câncer pediátrico

Page 56: Monografia élida

O primeiro estudo sobre terapia nutricional acompanhando pacientes no Instituto de

Oncologia Pediátrica – UNIFESP – GRAACC foi proposto utilizando-se a

suplementação oral industrializada por um período de oito semanas. A orientação

dietética foi aconselhada, concomitantemente à suplementação. Os resultados desta

pesquisa demonstraram benefícios da suplementação oral em crianças e

adolescentes com desnutrição leve, sendo que 97% deles melhoraram.

(GARÒFALO, 2009). (http://www.nutricancer.com.br/nutricao_oncopediatria.shtml

acesso 15/10/09 as 15:36

No mercado existem várias fórmulas para oferecer aos pacientes oncopediátricos.

5.1)- Produtos a base de água desmineralizada, proteínas lacteas, xarope de

glicose, sacarose, óleos vegetais, fibras alimentares, óleo de peixe, citrato de

potássio, cloreto de sódio, fosfato de magnésio dibásico, citrato de sódio, mistura de

carotenóides, cloreto de colina, vitamina C, taurina, vitamina E, L-carnitina, lactato

ferroso, sulfato de zinco, nicotinamida, vitamina A, selenito de sódio, sulfato de

manganês, gluconato de cobre, vitamina B6, D-pantotenato de cálcio, ácido fólico,

D-biotina, cloreto de cromo, vitamina D, B12, B1, molibdato de sódio, fluoreto de

sódio, vitamina B2, iodato de potássio, vitamina K, aromatizantes, regulador de

acidez. Este produto não contêm glúten nem lactose ( podendo ser oferecidos para

pacientes com intolerância á lactose), encontra-se em 3 sabores, cappuccino,

laranja com limão e pêssego com gengibre, todos os sabores facilitam a limpeza das

papilas gustativas e podem aumentar a percepção gustativas dos pacientes em

tratamento quimioterápico ( LANGE et. al., RAVASCO, 2005) .

(http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1462388905001055) acesso em 16/10/09 as

19:12)

Este suplemento tenta suprir as necessidades energéticas e protéicas dos

pacientes com câncer em pequeno volume, pois oferece alta densidade calórica

( 1,6 kcal/ ml) ou seja 200 kcal/ tetra. É hiperprotéico ( 22,5 % do VCT – 11 g de

proteína tetra), (MATHEUS et. al., 2007; CHOI et. al. 2006; VAN, 2005).

(http://www.asco.org/ASCOv2/Meetings/Abstracts?&vmview=abst_detail_view&confID=

47&abstractID=31073) Acesso em 15/10/09 as 22:10

((http://meeting.ascopubs.org/cgi/content/abstract/23/16_suppl/8146) acesso em

Page 57: Monografia élida

15/10/09 as 22:22) (http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1462388905001067)

Acesso em 15/10/09 as 22:45)

Tem como proposta melhorar ou manter o estado nutricional, a massa magra e

peso corporal (FEARON et. al, 2003; BARBER et. al., 2001). Atenua a caquexia

oferecendo 2,2 g / dia de ácido graxo eicosapentaenóico (EPA), ( BARBER et.

al.1999; WIGMORE et. al., 1996). (http://scielo.isciii.es/scielo.php?pid=S0212-

71992008000600005&script=sci_arttext) acesso em 16/10/08 as 18:52),

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10356075) acesso em 17/10/09 as 18:49)

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11962246) acesso em 17/10/09 as 18:52

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8850216) acesso em 17/10/09 as 15:32

Pode ainda regularizar o transito intestinal e auxilia na manutenção da estrutura e

da integridade intestinal, pois, apresenta um mix de fibras solúveis e insolúveis (2,6

g/tetra), (NIWA, et. al., 2002; SILK, WALTERS, DUNCAN, GREEN, 2001).

(http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12162543) acesso em 17/10/09 as 19:56

(http://www.journals.elsevierhealth.com/periodicals/yclnu/article/PIIS026156140090359

5/abstract) acesso em 18/10/09 as 16:32

INFORMAÇÃO NUTRICIONAL UNID 100 ML TETRA PAK* (125ml) IDR*

Calorias Kcal 160 200

Carboidratos (47,7% VCT ) g 19,2 24

Proteínas (22,5% VCT) g 9 11 22%

Lipídios (29,8% VCT) g 5,6 7

EPA mg 596,8 746

Fibra alimentar g 2,1 2,6

Solúveis g 1,68 2,1

Insolúveis g 0,4 0,5

Cálcio mg 169,6 212 21%

Ferro mg 1,92 2,4 17%

Sódio mg 109,6 137 6%

Potássio mg 215,2 269

Cloreto mg 140 175

Page 58: Monografia élida

Fósforo mg 120 150 21%

Magnésio mg 28 35 13%

Zinco mg 2,08 2,6 37%

Cobre mcg 288 360 40%

Manganês mg 0,68 0,85 37%

Fluor mg 0,16 0,2 5%

Molibdênio mcg 16 20 44%

Selênio mcg 13,52 16,9 50%

Cromo mcg 10,96 13,7 39%

Iodo mcg 20,8 26 20%

Vitamina A mcg 129,6 162 27%

Vitamina D mcg 1,096 1,37 27%

Vitamina E mg 4,096 5,12 51%

Vitamina K mcg 8,8 11 17%

Vitamina B1 mg 0,24 0,3 25%

Vitamina B2 mg 0,248 0,31 24%

Niacina mg 2,896 3,62 23%

Ácido pantotênico Mg 0,848 1,06 21%

Vitamina B6 mg 0,68 0,85 65%

Ácido Fólico mcg 66,4 83 35%

Vitamina B12 mcg 0,952 1,19 49%

Biotina mcg 6,4 8 27%

Vitamina C mg 29,6 37 82%

Colina mg 59,2 74 13%

Carnitina mg 10,96 13,7

Taurina mg 12,8 16

Osmolaridade mOsm/l 730

*Ingestão Diária Recomendada para adultos (Resolução ANVISA 269/05) relativo à embalagem de 125ml. Fonte: http://www.forticare.com.br/site/pacientes/tabela_informacao.asp

Page 59: Monografia élida

4.2)- Outra fórmula industrial é a nutrição oligomérica para crianças de 1 a 10 anos

100% á base de peptídeos no sabor baunilha . O produto contém proteínas do soro

do leite hidrolisado, podendo assegurar assim a máxima absorção e rápida

recuperação (GRIMBLE, 1994; TAPPENDEN, 2005). É uma nutrição à base de

peptídeos para recuperação nutricional de pacientes em situações metabólicas

especiais. Isenta de glúten, colesterol e lactose, com proteína de alta qualidade.

(http://arjournals.annualreviews.org/doi/abs/10.1146/annurev.nu.14.070194.002223)

Acesso em 22/10/09 as 18:23

(http://journals.lww.com/jpgn/Fulltext/2005/10000/Peptide_Based_Diet_With_Low_Amo

unt_of_Free_Amino.214.aspx) acesso em 22/10/09 as 21:35

Segundo Hirsh et. al. E Tessari (2004), o baixo índice glicêmico do produto é

fundamental no controle metabólico do paciente com alterações metabólicas

induzidas pelo estresse.

(http://bases.bireme.br/cgi-

bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&n

extAction=lnk&exprSearch=461915&indexSearch=ID) Acesso em 22/10/09 as 23:30

Tessari = artigo em pdf

A mistura lipídica é diferenciada rica em Triglicerídeos de cadeia média (

TCM), o que tem a finalidade de reduzir a incidência de diarréia ( KAUNITZ, 1978;

ROLANDELLI, 1997).

(http://www.level1diet.com/coconut-oil-supplement-medium-chain-triglycerides-health-

benefits.html) Acesso em 23/10/09 as 00:45

(http://www.acco.be/medical/en/publication/all/9780721603797/clinical+nutrition:+ente

ral+and+tube+feeding+4e) Aceso em 23/10/09 as 18:10

O produto também apresenta antioxidante como: a cisteína, vitamina C,

vitamina E, selênio, zinco e cobre o que além de tudo podem reduzir o estresse

oxidativo ( TOME; VELLASCO, 2001).

(http://www.sciencedirect.com/science?_ob=ArticleURL&_udi=B6T7C-47XBVST-

4&_user=10&_rdoc=1&_fmt=&_orig=search&_sort=d&_docanchor=&view=c&_searchStr

Page 60: Monografia élida

Id=1066360009&_rerunOrigin=google&_acct=C000050221&_version=1&_urlVersion=0&

_userid=10&md5=614f848c22d36e5bc26a85d4144e2916) acesso em 23/10/09 as

19:52

2001 (http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-

40422001000100019) acesso em 23/10/09 as 21:03

Informações Nutricionais do Produto

% G/l Fonte

Proteína 16 40 Proteína do soro de leite

hidrolisada

Lipídio 33 39 70% de TCM

20% óleo de soja

5% gordura láctea

5% lecitina de soja

Carboidrato 51 123 75% maltodextrina e amido de

batata

25% sacarose

Vitaminas e

Minerais

100 gramas 1000 ml % adequação

do RDI

Vitamina A UI 1900 4000

80

Vitamina D UI 130

280 70

Vitamina E UI 13 28 93

Vitamina K mcg 23 50 63

Vitamina C mg 65 140 233

Tiamina B1 mg 0,93 2 133

Riboflavina B2

mg

1,1 2,4 141

Niacina PP mg 13 28 140

Vitamina B 6 mg 1,9 4 200

Ácido Fólico mcg 250 540 135

Ácido Pantotênico 6,5 14 140

Page 61: Monografia élida

mg

Vitamina B 12

mcg

3,7 8 133

Biotina mcg 190 400 133

Colina mg 210 450 **

Taurina mg 37 80 **

L- Carnitina mg 37 80 **

Sódio mg 365 750 **

Potássio mg 580 1250 **

Cloreto mg 467 1000 29

Cálcio mg 370 800 80

Fósforo mg 325 700 70

Magnésio mg 186 400 100

Ferro mg 5,6 12 67

Iodo mcg 46 100 67

Cobre mg 0,65 1,4 70

Zinco mg 6,5 14 93

Manganês mg 1,23 2,7 135

Selênio mcg 19 40 57

Molibdênio mcg 56 120 150

Cromo mcg 19 40 33

Fonte: http://www.nutriservice.com.br/produto. php?nome=peptamen-po-430-gr&produto=217

4.3)- Suplemento infantil hipercalórico ( 1,5 kcal/ml) . Está indicado para

prevenção da desnutrição e recuperação do estado nutricional, anorexia e situações

onde há baixa ingestão de nutrientes. Aumento das necessidades nutricionais como

pré e pós operatório, oncologia, trauma, infecção e outros quadros

hipermetabólicos. Isento de lactose e glúten, possui sacarose. A marca indica para

maiores de um ano.

Seguindo as sugestões de preparo do fabricante pode ser adicionado a água

( sabor baunilha), ou ainda misturado á comida salgada ( sabor neutro).

Page 62: Monografia élida

Informação Nutricional:

Densidade Calórica 1,5 kcal/ml

Proteínas 9%

Ê Fonte Caseinato de cálcio (100%)

Carboidratos 50%

Ê Fonte Maltodextrina (75%), Sacarose (16%), Outros (9%)

Lipídios 41%

Ê Fonte Óleos vegetais - palma, girassol, canola e semente de colza (100%)

Suplementações Colina, Carnitina e Taurina

Relação w6:w3 5:1

Relação Kcal não proteicas/gN

248:1

Osmolalidade 505 mOsm/Kg H2O

Energia Kcal 493 150 - - -

Proteínas g 11 3,4 - - -

Carboidratos g 61 19 - - -

Gorduras Totais

g 23 6,9 - - -

Sódio mg 222 67 30% 22% 17%

Cálcio mg 227 84 17% 14% 12%

Ferro mg 4,9 1,5 25% 25% 17%

Potássio mg 494 150 - - -

Cloro mg 334 101 - - -

Fósforo mg 244 74 16% 15% 6%

Magnésio mg 51 16 27% 22% 16%

Zinco mg 5,0 1,5 37% 29% 27%

Cobre mcg 444 135 40% 31% 31%

Manganês mg 0,75 0,23 19% 15% 15%

Flúor mg 0,32 0,10 14% 10% 5%

Molibdênio mcg 32 9,9 58% 45% 45%

Selênio mcg 17 5,2 31% 25% 25%

Cromo mcg 17 5,2 47% 35% 35%

Iodo mcg 50 15 20% 14% 15%

Vitamina A mcg RE 226 69 17% 15% 14%

Vitamina D mcg 5,4 1,7 34% 34% 34%

Vitamina E mg TE 6,5 2 40% 40% 29%

Vitamina K mcg 22 6,6 44% 33% 26%

Page 63: Monografia élida

Fonte:http://farmadelivery.com/medicamentos/nutricao/fortini-neutro-sem-sabor-c-400g-

contribui-para-o-crescimento-e-desenvolvimento-de-criancas-a-partir-de-1-ano.html

4.4)- Suplemento alimentar sendo descrito como nutricionalmente completo,

hipercalórico ( 1,5 kcal/ ml) , rico em vitaminas e minerais. Pode oferecer alto aporte

de nutrientes em volume pequeno. Acrescido do mix de carotenóides. Indicado para

desnutrição, pré e pós operatório, restrição hídrica, cirurgias buco-maxilo, oncologia,

distúrbios neurológicos e cardiopatas. Isento de lactose e glúten. Contém sacarose.

Informações Nutricionais

Densidade calórica (kcal/ml) 1,5

Proteína 16%

Lipídio 35%

Carboidrato 49%

Fonte de Proteína Caseinato de Sódio (100%)

Fonte de Carboidrato Maltodextrina (37%) Sacarose

(33%)

Fonte de Lipídios Óleo de canola ( 60%), óleo de

girassol com alto teor oléico

(40%)

Relação ω6 : ω3 5:1

Vitamina B1 mg 0,76 0,23 46% 38% 26%

Vitamina B2 mg 0,80 0,24 48% 40% 27%

Niacina mg 5,6 1,7 28% 21% 14%

Ácido Pantotênico

mg 1,7 0,50 25% 17% 13%

Vitamina B6 mg 0,60 0,18 36% 36% 18%

Ácido Fólico mcg 88 27 28% 23% 15%

Vitamina B12 mcg 0,86 0,26 29% 22% 14%

Biotina mcg 17 5,2 65% 43% 26%

Vitamina C mg 58 18 60% 60% 51%

Carnitina mg 10 3,0 - - -

Colina mg 100 30 15% 12% 12%

Taurina mg 36 11 - - -

Page 64: Monografia élida

200 ml % adequação

do IDR

Valor calórico

(kcal)

300 -

Carboidrato (g) 37 -

Proteína (g) 12 24%

Gorduras Totais

(g)

12 -

Saturadas (g) 1,2 -

Monoinsaturadas

(g)

7 -

Poliinsaturadas

(g)

4 -

Vitamina A UI 246

41%

Vitamina D UI 2 40%

Vitamina E UI 4 40%

Vitamina K mcg 16 25%

Vitamina C mg 30 67%

Tiamina B1 mg 0,46 38%

Riboflavina B2

mg

20,48 37%

Niacina mg 5 31%

Vitamina B 6 mg 0,5 38%

Ácido Fólico mcg 80 33%

Ácido Pantotênico

mg

1,6 32%

Vitamina B 12

mcg

0,6 25%

Biotina mcg 12 40%

Colina mg 110 20%

Carotenóides 0,6 -

Flúor mg 0,3 8%

Sódio mg 180 -

Page 65: Monografia élida

Potássio mg 318 -

Cloro mg 174 -

Cálcio mg 182 18%

Fósforo mg 156 22%

Magnésio mg 45 17%

Ferro mg 5 36%

Iodo mcg 40 31%

Cobre mg 1,4 70

Zinco mg 14 93

Manganês mg 2,7 135

Selênio mcg 17 50%

Molibdênio mcg 30 67%

Cromo mcg 20 57%

Fonte: http://www.nutriservice.com.br/produto.php?produto=116

4.5)- Suplemento de glutamina, aminoácido importante para a manutenção da

integridade intestinal, prevenção do risco de translocação bacteriana, recuperação

do sistema imune e redução do catabolismo protéico. Indicado no estresse

metabólico, distúrbios gastrintestinais, pacientes oncológicos, imunodeprimidos e

transplantados. Segundo as recomendações do fabricante, como o produto é em pó,

pode ser adicionado a sucos, pures, gelatinas, água entre outros.

Informações Nutricionais:

100 gramas de Glutamina

Valor Calórico 400 kcal

Sódio Isento

Potássio Isento

Recomendações Pediátricas 5 g 3 vezes ao dia

Page 66: Monografia élida

Antes da quimioterapia 5 a 10 gr/dia

Durante a quimioterapia 20 a 30 gr/dia

Fonte:http://www.nutriservice.com.br/produto.php?nome=glutamin&produto=83

O aminoácido encontrado em maior abundancia no sangue durante o

estresse metabólico é a glutamina. Está normalmente presente no músculo pode

indicar depleção e quando suplementada apresenta diversas ações positivas

(MASSAMBANI, BAZZOTE, 1998).

http://www.nuteral.com/sala_imprensa/artigostecnicos_padrao.asp?matr=99 acesso em

12/10/09 as 15:39

Através de pesquisas como de Savarese et. al. (2003), foi observado que as

evidências disponíveis apontaram que a suplementação com glutamina diminuíram a

incidência ou a severidade da inflamação da mucosa associada a quimioterapia,

diarréia, neuropatia, infecção hepática durante a quimioterapia de alta dose (...). A

suplementação com glutamina oral pode aumentar o índice terapêutico, protegendo

os tecidos saudáveis da sensibilização das células do tumor. Artigo em pdf

Durante a quimioterapia os pacientes podem apresentar ainda problemas ao

longo do intestino, como obstrução intestinal, síndrome do intestino curto, cujos

sintomas podem ser amenizados pela suplementação alimentar com glutamina

( VANNUCCHI, MARCHINI, 2007) .

Page 67: Monografia élida

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O câncer é uma doença agressiva, em especial a leucemia linfoblástica

aguda, que tem rápida progressão em pediatria. Ao longo dos anos vem-se

discutindo a importância da equipe multidisciplinar no tratamento desta doença, em

especial o profissional da Nutrição. Ao longo deste trabalho na utilização de diversas

pesquisas publicadas no mundo ficou claro que a nutrição não cura a leucemia

linfoblástica aguda nem o câncer, mas ajuda o paciente a ter melhor qualidade de

vida, mantendo seu estado nutricional bom e com isso melhorando o sistema imune,

sem muitas complicações decorrentes da doença e do tratamento, sendo assim,

respondendo melhor aos tratamentos em especial o quimioterápico que é tão

agressivo a qualquer organismo em especial o pediátrico.

Page 68: Monografia élida

VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E WEBGRÁFICAS

ARQUIVO BRASILEIRO DE ODONTOLOGIA – FACULDADE DE ODONTOLOGIA

DA PONTÍFICA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS. Manifestações

gerais das leucemias agudas na infância: aspectos básicos para o conhecimento

do cirurgião-dentista. Belo Horizonte: FUMARC, v. 1, n. 1, agost/set. 2007.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMAS E LEUCEMIAS. ABRALE. Leucemias

na infância. Disponível em:

<http://www.abrale.org.br/det_cancer_infantil/leucemia/index.php> Acesso em: 16

agost. 2009.

______. ABRALE. O que é leucemia. Disponível em.

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CORNACCHIONI, A. L.; ODONE FILHO, V. Leucemia na infância. Disponível em:

<http://www.abrale.org.br/apoio_profissional/artigos/leucemia_infancia.php> Acesso

em: 16 agost. 2009.

CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. 2ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2005.

D’ ANGIO et al. Pediatria oncológica prática. Rio de Janeiro: Revinter, 1998.

ESCOTT-STUMP, S.; MAHAN, L. K. Alimentos, nutrição & dietoterapia. Tradução

Andréia Favano. São Paulo: Roca, 2005, p. 953.

ESCOTT-STUMP, S. Nutrição relacionada ao diagnóstico e tratamento.

Tradução Fernando Gomes do Nascimento. 5ª ed. Barueri, São Paulo: Manole,

2007.

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relação complexa. Disponível em:

<http://www.fen.ufg.br/revista/v10/n4/v10n4a14.htm> Acesso em: 18 jul. 2009.

FIGUEIRA, F et al. Diagnóstico e tratamento em pediatria: Instituto Materno-

Infantil de Pernambuco (IMIP). 2ª ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2001.

GARÓFOLO, A. Diretrizes para terapia nutricional em crianças com câncer em

situação crítica. Campinas: Revista de Nutrição, v. 18, n. 4, jul/ago. 2005.

GENARO, S. C. Guia de alimentação da criança com câncer em tratamento

oncológico. São Paulo: Metha, 2007.

INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER. Estimativas 2008: incidência de câncer no

Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2007.

_____. INCA. Câncer da criança e do adolescente no Brasil: dados dos registros

de base populacional. Rio de Janeiro: INCA, 2008.

_____. INCA. Como é o processo de carcinogênese?. Disponível em:

<http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=319> Acesso em: 16 agost. 2009.

_____. INCA. Como o organismo se defende?. Disponível em:

<http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=321> Acesso em 16 agost. 2009.

_____. INCA. Particularidade do câncer infantil. Disponível em:

<http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=343> Acesso em: 16 agost. 2009.

_____. INCA. Leucemia aguda. Disponível em:

<http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=344> Acesso em: 16 Agost. 2009.

MALUF JUNIOR, P. T et al. Nutrição e câncer na infância. Disponível em:

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MAFRA, D.; COZZOLINO, S. M. F. Importância do zinco na nutrição humana.

Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rn/v17n1/a09v17n1.pdf. Acesso em: 17 out.

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PEDROSA, F.; LINS, M. Leucemia linfóide aguda: uma doença curável. Disponível

em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1519-

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PETRILLI, A. S.; CARVALHO, W. B.; LEE, J. H. Cuidados intensivos no paciente

oncológico pediátrico. São Paulo: Atheneu, 2004.

PINHO, N et al. Manual de nutrição oncológica: bases clínicas. São Paulo:

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RIBEIRO, S. G. Arte como instrumento auxiliar no tratamento do câncer infantil.

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SANTOS, P. S. S. Avaliação da mucosite oral em pacientes que receberam

adequação bucal prévia ao transplante de medula óssea. Disponível em:

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Page 71: Monografia élida

SMITH, J. C. Tratamentos para pacientes com câncer. 3ª ed. Rio de Janeiro:

Guanabara, 2006.

APÊNDICES

Apêndices 1 – Locais de formação das células sanguíneas na medula óssea

Page 72: Monografia élida
Page 73: Monografia élida

ANEXOS

Anexo A - Drogas mais utilizadas no tratamento quimioterápico dos cânceres infantis e seus efeitos

Drogas mais utilizadas no tratamento quimioterápico dos cânceres infantis e seus efeitos

Droga Efeitos Colaterais

Bleomicina Náuseas, vômitos e estomatite (inflamação da boca com feridas)

Carboplatina Náuseas, vômitos e mucosite (inflamação na mucosa da boca - rara)

Cisplatina Náuseas e vômitos

Ciclofosfamida Náuseas e vômitos

Dactinomicina Náuseas, vômitos e mucosite orofaríngea (inflamação na mucosa da boca e na)

Doxorrubicina Náuseas, vômitos, anorexia, estomatite (inflamação da boca com feridas), diarréia e xerostomia (ressecamento da boca)

Etoposide Náuseas, vômitos, estomatite (inflamação da boca com feridas - rara) e diarréia (incomum)

Fluorouracil Náuseas, vômitos, estomatite (inflamação da boca com feridas), esofagite (inflamação no esôfago) e diarréia

Ifosfamida Náuseas, vômitos e mucosite (inflamação na mucosa da boca)

Lomustina Náuseas, vômitos e estomatite (inflamação da boca com feridas)

Metotrexato Náuseas, vômitos, estomatite (inflamação da boca com feridas), anorexia, esofagite (inflamação no

Page 74: Monografia élida

esôfago), mucosite (inflamação na mucosa da boca), diarréia sanguinolenta,

Vincristina Náuseas, vômitos, anorexia, diarréia e constipação

Fonte: Pinho et al. Manual de nutrição oncológica: bases clínicas. São Paulo: Atheneu, 2004. p. 46.