monografia doacao de sangue o que revelam os dados do hemocentro de alagoas

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MARIA TEREZA SOUZA DA HORA Doação de Sangue: O que revelam os dados do Hemocentro de Alagoas MACEIÓ 2008

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Page 1: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

MARIA TEREZA SOUZA DA HORA

Doação de Sangue: O que revelam os dados do Hemocentro de Alagoas

MACEIÓ

2008

Page 2: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

MARIA TEREZA SOUZA DA HORA

Doação de Sangue: o que revelam os dados do Hemocentro de Alagoas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista em Gestão do Trabalho em Saúde, ao Núcleo de Saúde Pública da Universidade Federal de Alagoas. Orientadora: Profª. Especialista Lourani Oliveira dos Santos Correia. Co-Orientadora: Dra. Nadja Tenório Marinho

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS FACULDADE DE MEDICINA

NÚCLEO DE SAÚDE PÚBLICA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DO TRABALHO EM

SAÚDE

MACEIÓ 2008

Page 3: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

MARIA TEREZA SOUZA DA HORA

Doação de Sangue: O que revelam os dados do Hemocentro de Alagoas

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do Título de Especialista em Gestão do Trabalho em Saúde, ao Núcleo de Saúde Pública da Universidade Federal de Alagoas. Orientadora: Profª. Especialista Lourani Oliveira dos Santos Correia. Co-Orientadora: Dra. Nadja Tenório Marinho

DATA DA APROVAÇÃO ______/_____/_____

___________________________________________________ Profº Examinador

__________________________________________________ Profº Examinador

__________________________________________________ Profº Examinador

Page 4: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

À minha mãe,

E a você, doador de sangue, que pelo seu nobre gesto de ajuda ao próximo me deu a inspiração deste tema, a quem dedico este trabalho.

Page 5: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

AGRADECIMENTOS

A Deus Pai, Todo Poderoso que me deu a vida, a força, a coragem para a

realização deste trabalho.

A Santa Bárbara, minha protetora, que me deu a inspiração do tema e a

determinação, nas intempéries da minha vida, para concluir este trabalho.

À Secretaria de Saúde de Alagoas e à Universidade Federal de Alagoas

pela parceria para a concretização e realização deste Curso.

À minha família, Valdir, meu esposo e meus filhos, Verllan Klaus, Vérisson

Husllan e, especialmente, Verlaynne Kelley, minha filha, pelos esclarecimentos,

incentivo e apoio incondicional para a realização deste trabalho.

À minha mãe, Helena Hora e à minha neta, Mariah, pelas horas em que as

privei da minha companhia, para poder realizar este trabalho.

Aos meus irmãos, Alexandre Henrique e Mário Jorge e minhas irmãs,

Paula Régia e, particularmente, Maria Lucélia, primeira pessoa no incentivo para que

eu não desistisse deste Curso e no apoio inconstante, em todos os momentos em

que dela precisei, para a conclusão deste trabalho.

Aos meus cunhados, Aldo Sales e João Rodrigues, pela força, ajuda e

incentivo, desde o princípio até o final deste trabalho.

Aos Colegas de anos de trabalho dentro do HEMOAL, Edvânia

Laranjeiras, Graça Padilha, Nadja Tenório, Cícera Pinto, Lígia Angélica, Maxwillam,

Rosana Cláudia e tantos outros, pela ajuda e apoio na construção e fechamento

deste trabalho.

Page 6: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

A Dra. Izaura Pinto, Diretora da HEMORREDE, pelo apoio, pela permissão

e ao livre acesso às informações, no âmbito do HEMOAL, para que eu pudesse

concretizar este trabalho.

A todos os nossos Professores, especialistas e mestres, em especial,

Sônia Cavalcante, Coordenadora deste Curso que, com sua firmeza de propósitos

nos ensinou a “estudar e aprender” na e para a realização deste trabalho.

A todos os colegas de Curso, pela divisão e diminuição das angústias, na

soma nos trabalhos em sala de aula e fora dela, na multiplicação dos esforços

comuns a todos, para a concretização dos nossos objetivos.

À minha, também, professora, especialista e orientadora, Lourani Correia

que, com sua calma, paciência e compreensão das minhas ausências,

carinhosamente, me “batizou”, me educou e me fez crescer durante a construção e

até a concretização deste trabalho.

E, finalmente, a todos que, direta ou indiretamente, contribuíram na

realização deste trabalho.

Page 7: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

ORAÇÃO DO DOADOR DE SANGUE “Se um dia, em favor do perdão para pecados e erros em que incidi, me fosse concedido invocar um ato praticado para merecer a absolvição, eu não hesitaria em dizer: Doei Sangue! Deus sabe que, no conjunto das ações humanas, nenhuma a supera, pois leva na beleza do gesto a glória da intenção de servir a quem nem se conhece. Eu o fiz, Meu Deus, ouvindo os que sofrem invocarem o Teu nome, pedindo alívio e cura na incerteza das horas e tormento das dores. E, quando aos meus ouvidos chegou a suprema súplica de afastar a morte, doei sangue! Cada gota era uma promessa de vida!”

(Autor Desconhecido) “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode voltar agora e fazer um novo fim”

(Chico Xavier)

Page 8: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

RESUMO

HORA, Maria Tereza Souza da: Doação de sangue: o que revelam os dados do Hemocentro de Alagoas. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Gestão do Trabalho em Saúde) – Universidade Federal de Alagoas. Maceió, 2008.

O sangue é um tecido vivo que circula pelo corpo, levando oxigênio e nutrientes a todos os órgãos. A doação de sangue deve ser uma ação altruísta e voluntária de cidadania, de solidariedade de amor à preservação da vida de outrem. Este estudo tem como objetivo conhecer o perfil dos doadores que procuraram o Hemocentro de Alagoas, no período de 2003 a 2007, para realizar doação sanguínea. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, de corte transversal. Foram coletados dados secundários do Sistema de Banco de Sangue e do Sistema de Informação de Produção Hemoterápica. Foram utilizadas as seguintes variáveis: tipo de doação, tipo de doador, gênero, faixa etária, escolaridade, estado civil, tipo sanguíneo, estado de aptidão, tipo de coleta, desistência e interrupção na coleta. No período estudado os dados revelaram que o percentual de doações girou em torno de 0,5% em relação à população geral. O tipo de doação que predominou foi a espontânea e o tipo de doadores, na maioria, é de 1ª vez, do sexo masculino, com idade média entre 26 e 35 anos, com escolaridade entre primeiro e segundo graus. Os casados e solteiros representam 80% dos doadores. A taxa de aptidão dos candidatos foi, em média de 70%; a de Inaptidão na Triagem Clínica, 27%, sendo que os doadores do sexo masculino foram recusados mais por hipertensão e o feminino por anemia, embora o comportamento de risco para DSTs tenha sido considerável, principalmente entre o sexo masculino. A taxa de descarte sorológico foi em média de 8%. O tipo de coleta realizada durante o período é de sangue total (99%) e as desistências na sala de coleta giraram em torno de 1,0%, por reação vagal. Quanto ao descarte sorológico observou-se a prevalência de Hepatite “B”, seguida por Sífilis, Doença de Chagas e Hepatite “C”. Evidenciou-se um declínio no número de doadores e nas doações sendo necessário a realização de campanhas educativas que estimulem a doação de sangue altruísta, comprometida e fidelizada, garantindo a oferta permanente de um produto de qualidade para aquele que dele necessita.

Palavras Chaves: Doação de sangue. Hemocentro. Perfil do doador.

Page 9: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

ABSTRACT

The blood is a living tissue that circulates the body, bringing oxygen and nutrients to all organs. The blood donation should be a voluntary and selfless action of citizenship, solidarity, love for the preservation of life of others. This study aims to know the profile of donors who sought the Hemocentro of Alagoas, in the period 2003 to 2007, to hold blood donation. This is a quantitative study, descriptive, cross-section. Were collected data side of the System of Blood Bank and the Information System Production Hemoterápica. Were used the following variables: the type of donation, type of donor, gender, age, education, marital status, blood type, state of fitness, type of collection, withdrawal and interruption in the collection. In the period studied the data showed that the percentage of donations turned around 0.5% in the general population. The type of donation that predominated was the spontaneous and type of donors, mostly, is 1 st time, male, with an average age between 26 and 35 years with education between the first and second degrees. The married and unmarried represent 70% of donors. The rate of suitability of candidates was an average of 80%, to Inaptidão in Screening Clinic, 27%, and showed the men refused, for the most part by hypertension and female, for anemia, although the behavior of risk for STDs has been considerable , Particularly among males. The rate of disposal serological has averaged about 8%. The type of collection is held during the period of whole blood (99%) and the drop in the living room of collecting turned around 1.0% by vagal reaction. As for the disposal serological there was the prevalence of Hepatitis "B", followed by syphilis, Chagas disease and Hepatitis "C". There was a decline in the number of donors and donations is needed to conduct educational campaigns that encourage blood donation unselfish, committed and loyal, ensuring continuous supply of a quality product to one whose needs it

Words Keys: Of blood Donation, Homocentric, Profile of givers

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Número de candidatos à doação de sangue segundo sexo e ano ......................................................................................................

30

Figura 2 – Taxa de inaptidão clínica entre os candidatos à doação de sangue segundo ano e gênero ..............................................................

31

Figura 3 – Percentual de candidatos à doação segundo causas da inaptidão clínica para a doação de sangue............................................

32

Figura 4 - Proporção de candidatos segundo causas da inaptidão clínica e sexo .........................................................................................

33

Figura 5 – Percentual de candidatos aptos que não compareceram a sala de coleta segundo sexo e ano .......................................................

34

Figura 6 – Taxa de doações em relação à população geral e sexo ...... 34

Figura 7 - Percentual de doadores segundo tipo de doação ................ 35

Figura 8 – Percentual de doadores segundo tipo de doador ................. 36

Figura 9 - Percentual de doadores segundo gênero ............................. 36

Figura 10 - Percentual de doadores segundo faixa etária ..................... 37

Figura 11 - Percentual de doadores segundo escolaridade .................. 38

Figura 12 - Percentual de doadores segundo estado civil ..................... 38

Figura 13 – Taxa de interrupção da coleta segundo ano de doação ..... 39

Figura 14 – Taxa de interrupção da coleta segundo causa e ano da doação ...................................................................................................

40

Figura 15 – Taxa de inaptidão sorológica das bolsas de sangue segundo ano...................................................................................

41

Figura 16 – Taxa de inaptidão sorológica segundo tipo de doenças transmissíveis pelo sangue ....................................................................

42

Figura 17 – Número de candidatos à doação, doadores aptos e bolsas liberadas ...............................................................................................

42

Page 11: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 –.Número e percentual de doações segundo tipo de coleta realizada ....................................................................................................

39

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CNES Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde

FUNGLAF Fundação Governador Lamenha Filho

HEMOAL Hemocentro de Alagoas

HEMOBA Hemocentro da Bahia

HEMOPROD Sistema de Informação de Produção Hemoterápica,

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

MS Ministério da Saúde

OS Organizações de Saúde

OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Pan-Americana de Saúde

RDC Resolução da Diretoria Colegiada/ANVISA

SBHH Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia

SBS Sistema de Banco de Sangue

STS Serviço de Transfusão de Sangue

SUS Sistema Único de Saúde

Page 13: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14 2.1 Objetivo Geral ....................................................................................... 20 2.2 Objetivos Específicos........................................................................... 20

3 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 21 4 METODOLOGIA ........................................................................................... 27

4.1 Tipo de Estudo ...................................................................................... 27 4.2 Local de Estudo .................................................................................... 27 4.3 Amostra ................................................................................................. 28 4.4 Variáveis ................................................................................................ 28

4.5 Análise de Dados................................................................................... 29 4.6 Aspectos Éticos .................................................................................... 29

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................... 30 6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 43 REFERÊNCIAS........................................................................................... 45

ANEXOS ..................................................................................................... 47 __GLOSSÁRIO..................................................................................................50

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1 INTRODUÇÃO

O sangue é um tecido vivo que circula pelo corpo, levando oxigênio e

nutrientes a todos os órgãos. É produzido na medula óssea dos ossos chatos,

vértebras, costelas, quadril, crânio e externo. Nas crianças também os ossos longos

como o fêmur produzem sangue. Ele é composto por plasma, hemácias, leucócitos e

plaquetas.

Devido a cor vermelha, textura peculiar e por estar fortemente ligado aos

conceitos de vida, saúde, doença e morte, as considerações a respeito do sangue

se modificaram ao longo da história da humanidade, partindo do misticismo até as

atuais e importantes descobertas científicas (VICENTE, 2002, p.9).

A transfusão de sangue teve dois períodos: um empírico que vai até 1900

e outro científico, de 1900 em diante. No empírico sobressai-se, como até hoje, o

medo.

Relatos históricos dão conta que em 1492, acometido por uma doença

grave, o papa precisou de uma transfusão. A doação foi feita por jovens viris e

saudáveis. Pelo desconhecimento do volume a ser coletado, tiraram tanto sangue de

um dos jovens que ele veio a falecer. O papa, por sua vez, necessitou de mais e, na

segunda transfusão, outro jovem também veio a falecer. Este fato foi suficiente para

que a transfusão de sangue fosse amaldiçoada durante 200 anos (SAÚDE

PAULISTA, 2004).

Obermam (1996) relata também que “na antiguidade as pessoas usavam o sangue como medicamento. Acreditava-se que se uma pessoa doente ingerisse o sangue de uma pessoa saudável ficaria curada. Era, então, ingrediente importante de “poções milagrosas” indicadas para tratar algumas doenças atribuídas aos espíritos, como epilepsia ou para garantir a longevidade. Os sacerdotes astecas do Século XIV usavam-no em seus rituais religiosos, pois acreditavam que possuía poderes sobrenaturais, principalmente, quando procedia de mulheres jovens e virgens ou de guerreiros jovens e fortes. Seu uso tinha caráter essencialmente místico”.

No século XVI (1613) foi descoberta e descrita pelo médico inglês Willian

Harvey, a dinâmica da circulação sanguínea – seria possível injetar ou retirar líquido

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das veias. No Século XX, Karl Landsteiner descobre os grupos sanguíneos A, B, O e

AB, partindo daí, um procedimento mais seguro tanto para o doador quanto para o

receptor (TRAMONTINA, 2004).

O sangue é um tecido especial, porque pode ser coletado e separado em

seus componentes, que irão constituir vários produtos hemoterápicos. Estes serão

preservados “in vitro”, em condições adequadas, de modo que possam ser

selecionados e transfundidos no momento oportuno.

Não existem, até o momento, substitutos artificiais de glóbulos vermelhos

capazes de transportar oxigênio (usualmente denominados substitutos sanguíneos).

Entretanto, estão em andamento pesquisas no sentido de desenvolver tal substituto;

a terapêutica transfusional com componentes do sangue refere-se à transfusão da

parte específica do sangue que o paciente necessita, opondo-se ao uso rotineiro de

transfusão com sangue total. Esta atitude não apenas conserva os estoques de

sangue, uma vez que cada unidade doada pode beneficiar diversos pacientes, mas

também permite que sejam transfundidas grandes quantidades de um determinado

componente que o paciente precisa (JUNIOR,1998).

As Organizações de Saúde (OS) possuem características que as

distinguem das organizações de outra natureza. Possuem uma enorme

complexidade estrutural e a coexistência de diferentes práticas interdisciplinares,

cuja meta comum é fornecer serviços e produtos de qualidade que satisfaçam os

clientes e expectativas da sociedade. A hemoterapia é ainda mais complexa pois a

qualidade inicia-se no processo de captação de doadores e estende-se até o

receptor do sangue, processo este denominado de hemovigilância, o qual garante a

rastreabilidade dos produtos derivados do sangue, desde o processo inicial até o

processo final” (OLIVEIRA, 2006).

A qualidade desses produtos requer melhoria contínua, com a

identificação de todos os processos críticos e de apoio em busca desta garantia, da

transformação da gestão pública, enfocada no Programa de Qualidade do Serviço

em algo a ser permanentemente perseguido.

A doação de sangue deve ser uma ação altruísta e voluntária de cidadania,

de solidariedade e de amor à preservação da vida de outrem. Portanto, coletar

sangue em quantidade e qualidade é uma tarefa árdua (HEMOMINAS, 2006). A

tarefa é desafiadora, mas, a meta é buscar ultrapassar limites e barreiras e superar

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as adversidades ainda enraizadas em nossa sociedade quanto ao ato de doar

sangue.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2007) o ato de doar sangue,

do mesmo modo que os dados de mortalidade infantil e índices de expectativas de

vida, também são pontuados ao se estabelecer o Índice de Desenvolvimento

Humano (IDH) de uma população. Nos países nórdicos até 90% das coletas são

provenientes de doadores regulares, enquanto que no Brasil, pelo menos a metade

das pessoas que se candidatam a doar sangue, nunca haviam doado antes ou

doaram há muito tempo.

Partindo dessas premissas, surgiram vários tipos de organizações

especializadas com finalidades de suprir as necessidades de um hospital, de um

grupo de hospitais, de uma comunidade ou de um país, com sangue e componentes

da melhor qualidade onde e quando os pacientes dele necessitem.

Esta pesquisa visa contribuir com a implementação ou implantação de ações

para melhoria na captação de doadores no HEMOAL, pois permitirá o conhecimento

do seu público e poderá assim conquistar doadores ideais, aumentando a

consciência (sensibilidade) da sociedade para a necessidade de mais cidadania e

colaboração, auxiliando o serviço no desenvolvimento de ações que mantenham um

fornecimento e, consequentemente, um estoque de sangue estratégico, adequado e

seguro e que ainda possa servir de suporte na captação de doadores fidelizados,

atendendo, também, às expectativas e às necessidades dos mesmos.

JUSTIFICATIVA

Segundo os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (OMS), para

manter o estoque de sangue regular nas unidades hemoterápicas é necessário que

a população doadora gire em torno de 3% a 5% da população do País. No entanto, a

população doadora, hoje, é de 1.5% a 1.7%. 49% são doadores espontâneos e os

51% doam para reposição. Pelo perfil atual, 46% é de jovens entre 18 e 29 anos e a

doação feminina é representada em 35%. .

Essa situação de escassez dentro dos Hemocentros do país não difere da

situação da HEMORREDE pública de Alagoas que também enfrenta dificuldades

para manter um estoque de sangue satisfatório e mínimo necessário para atender à

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17

demanda de sangue da rede pública, especialmente da Unidade de Emergência, e

Emergências referenciadas do Estado e também da rede privada. Em Alagoas a

situação ainda é mais preocupante.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), (2006), a

população de Alagoas está dividida entre as parcelas de 58,9% na área urbana e

41,1% na área rural, com uma densidade populacional de 90 habitantes por

quilômetro quadrado e, ainda, um equilíbrio na distribuição por sexo, entre 51,1% de

mulheres e 48,9% de homens; no entanto, nossa população doadora ainda é de

0,49% no estado e 0,95% em Maceió, Capital do Estado. Desta, 41% são doadores

espontâneos e 59% de reposição. Nossa doação feminina é representada por 29%.

Índice este completamente abaixo dos parâmetros da OMS, no país.

O processo de doação voluntária ou de repetição do sangue no Estado

ainda não responde às expectativas do HEMOAL que trabalha para propiciar

benefícios para a população, na busca inconstante de cativar uma quantidade

significativa de doadores. Ainda não pode contar com a quantidade necessária para

suprir a demanda transfusional sanguínea.

Inúmeros são os motivos ou mitos que influenciam na tomada de decisão

em relação a doação de sangue: a falta de conscientização da população que ainda

não se atentou para a importância do ato, o não conhecimento do processo de

doação, patologias e situações que podem provocar aversão, receio de que a livre

doação possa ser nociva à saúde e gerar algum problema para o organismo, tais

como, engrossar ou afinar o sangue, engordar ou emagrecer etc.; mas, dentre estes

o que mais prevalece, ainda é o MEDO: medo da picada da agulha, de contrair

alguma doença, de infecção, de traumas na flebotomia (ato de furar a veia) antes ou

depois da doação, de desmaios, de ser “obrigado” a doar sempre, da dor.

A situação agrava-se mais ainda pelas más condições de vida da

população em qualquer parte do País. Dentre quatro pessoas que comparecem ao

serviço de hemoterapia para doar sangue, uma não passa no exame clínico, devido,

por exemplo, a alimentação deficiente causadora de anemias, que as torna inaptas

para a doação.

Mas, o principal e mais valioso produto que qualquer hemocentro precisa é

o sangue humano. Ele é, ainda, insubstituível e é utilizado em diversas situações e

doenças como: cirurgias, acidentes, anemias e outras. Daí, a conquista tem que

acontecer e, de dentro para fora é o primeiro passo.

Page 18: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

18

“O papel confiante do profissional do atendimento, a capacidade do

profissional de se colocar no lugar do doador, desmistificando as suas falsas

crenças ainda é o segredo do grande sucesso. Um dia o doador pode estar no lugar

do receptor” (SAUDE PAULISTA, 2004).

Procurar adequar o atendimento às expectativas dos doadores para que

eles não saiam da Instituição com alguma impressão negativa do ato de doar

sangue, também faz parte do contexto.

Historicamente, a maioria dos doadores que comparece ao hemocentro

tem por objetivo ajudar a parentes ou amigos que se submetem a algum

procedimento cirúrgico ou sofreu algum acidente traumático. É a chamada doação

para reposição. E o objetivo do Hemocentro é não depender tanto das doações que

sobram desta quantidade doada para atender a “outros”. Esse não comparecimento

de doadores para o ato de doar voluntário ou de repetição, merece uma

investigação.

O HEMOAL realiza atividades de divulgação para captação de indivíduos,

com o intuito de aumentar a quantidade de doadores e, um estudo do perfil desses

doadores, com uma política mais adequada ao recrutamento e seleção de doadores,

certamente atingirá um maior número, privilegiando especialmente, pessoas

saudáveis, comprometidas e regulares na coleta.

Segundo o Ministério da Saúde (2007) “faz parte das Diretrizes do Pró-

Sangue, desenvolver projetos que visem mudar o perfil dos doadores no Brasil. A

idéia é educar a população para que se tornem doadores fidelizados, o que por

enquanto não acontece”

Segundo Santana (2007), o principal objetivo do Hemocentro da Bahia

(HEMOBA), “é ampliar e mudar o perfil do doador de eventual para habitual,

conquistando, também as mulheres”. Para isso, é fundamental e ético oferecer ao

doador um serviço e instalações que satisfaçam às suas necessidades e

expectativas permitindo que ele cultive a idéia de retorno para novas doações.

Para que esta situação-problema e a expectativa de mudança sejam

concretizadas é necessário um estudo para conhecer o perfil dos doadores de

sangue do HEMOAL e, consequentemente, a partir dele, possibilite o

desencadeamento de campanhas de impacto ou similar que sensibilizem toda a

população para a doação voluntária e fiel. Este estudo é viável, o tempo para a

Page 19: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

19

realização é satisfatório e propício, tanto pelas condições e recursos existentes

quanto pela anuência dos que dirigem o órgão.

Contribuir para conquistar doadores de sangue de forma consciente,

responsável e saudável permitindo o aumento do número e torná-los doadores

fidelizados foi a maior meta deste estudo.

OBJETO

Diante do exposto, a presente pesquisa procura responder a seguinte

pergunta:

O que revelam os dados sobre os doadores e as doações realizadas no

HEMOAL no período de 2003 a 2007?

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20

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Conhecer o perfil dos doadores e das doações realizadas no Hemocentro de

Alagoas, no período de 2003 a 2007

2.2 Objetivos Específicos

Descrever os aspectos clínicos e sócio-demográficos relacionados aos

doadores;

Identificar o estado de aptidão dos doadores;

Conhecer as características das doações realizadas.

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21

3 REVISÃO DE LITERATURA

No Brasil, em 1879, um relato discutia se a melhor transfusão seria com

sangue de animais para humanos ou entre seres humanos. Na era científica, os

pioneiros da hemoterapia foram cirurgiões do Rio de Janeiro. Por volta de 1920

surgem os primeiros serviços organizados e de constituição bastante simples.

Destaca-se, nos anos 40, no Rio de Janeiro, Serviço de Transfusão de Sangue

(STS) por ter, além da conotação assistencial, atividades científicas. No final desta

década é promovido o I Congresso Paulista de Hemoterapia, que forneceu bases

para a fundação da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH),

em 1950. Em 1965, cria-se, por iniciativa do Ministério da Saúde (MS), a Comissão

Nacional de Hemoterapia, estabelecendo normas para proteção dos doadores e

receptores de sangue. Mesmo assim, chegamos em 1979 com um sistema

desorganizado e desigual na qualidade dos serviços prestados. Nos anos 80, a

criação da Política Nacional do Sangue, a campanha da doação altruísta de sangue

e a Constituição de 1988 deram outra dimensão à hemoterapia Brasileira.

Chegamos então ao Contemporâneo onde a desastrosa ocorrência da AIDS em

pacientes transfundidos obrigou os novos conceitos e cuidados. Além disso, outros

fatos importantes contribuíram para a hemoterapia no pais, como o conceito da

hemoterapia clínica, fatores econômicos desenvolvimento da genética molecular e

biotecnologia, a terapia celular, a renovação de equipamentos, a automação e

computação, os sistemas da qualidade e o interesse da hemoterapia por áreas

científicas de ponta (JUNQUEIRA et al., 2005).

Dentro do movimento histórico da Sociedade brasileira, se expressa que “

foi durante as duas grandes guerras mundiais que as autoridades governamentais

começaram a demonstrar preocupação com a necessidade da doação de sangue.

Na década de 60, por razões de segurança nacional, o governo Militar criou vários

grupos de estudo e câmaras técnicas que subsidiariam a criação da Política

Nacional de Sangue e Hemoderivados (Pró-Sangue). Somente a partir do ano de

1980 é que começaram e ocorreram os avanços no setor público” (GALDINO, 2006).

Page 22: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

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Os Centros de Hematologia e Hemoterapia foram implantados,

gradativamente, em todas as capitais e alguns Municípios com níveis de atenção

adequados às necessidades locais.

Atualmente, os serviços de Hemoterapia seguem normas rígidas para não

oferecer riscos. Além dos impedimentos legais básicos, o volume do sangue

coletado passa por uma série de exames laboratoriais que visam a proteção do

receptor (SAÚDE PAULISTA, 2004).

Segundo a ANVISA (2007) no Brasil existem, hoje, 1.750 unidades

hemoterápicas credenciadas no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde

(CNES). Deste total, 150 são hemocentros que integram a rede Pública de Saúde;

destes, 27 são Hemocentros Coordenadores, assim distribuídos: 04 – Região

Centro-Oeste; 09 – Região Nordeste; 07 – Região Norte; 03 – Região Sul e 04 –

Região Sudeste.

Em Alagoas, o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Alagoas

(HEMOAL) teve sua criação autorizada através da Resolução nº. 004, de 19 de

fevereiro de 1981, do Emérito Conselho de Administração da Fundação Governador

Lamenha Filho (FUNGLAF), entidade autônoma sem fins lucrativos, dotada de

personalidade Jurídica de direito público (L.E. nº. 5150, de 11.07.1990), embora já

executando suas atividades de forma acanhada desde 1979, atendendo às

necessidades básicas de sangue e componentes do Hospital Escola Dr. José

Carneiro e da Unidade de Emergência Dr. Armando Lages, única, na época, do

Estado. Instala-se em sua sede própria em 20 de fevereiro de 1990, dotado de

excelente infra-estrutura, pessoal técnico qualificado e especializado e

equipamentos da mais moderna tecnologia. Passou a compor a estrutura da

Secretaria de Estado da Saúde a partir de outubro de 1997, tendo em vista Lei

Federal que determinava a dependência financeira dos Hemocentros do País ao

encargo das Secretarias Estaduais de Saúde.

Segundo a ANVISA (2006), “a necessidade de conhecer o perfil dos

brasileiros doadores e não doadores de sangue, identificando as suas

características como sexo, idade, etnia, grau de escolaridade e motivações para o

ato de doar ou não doar, motivou a realização da pesquisa “Perfil do Doador

de Sangue Brasileiro”, realizada em conjunto com a Universidade Federal do

Rio de Janeiro. Essa é a primeira pesquisa realizada no Brasil compilando grande

número de informações sobre doadores e não doadores de sangue”.

Page 23: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

23

Este estudo evidencia claramente a preocupação do Ministério da Saúde

em encontrar meios, partindo de pesquisas, para aumentar o número de doadores

de sangue que atenda à necessidade mínima de estoque de sangue nos serviços de

hemoterapia do país.

Segundo a ANVISA (2007),

“até o final da década de 80, na maioria dos centros de hematologia e hemoterapia do país, a captação de doadores era feita de maneira empírica e de forma coercitiva, visando, exclusivamente, manter os estoques de sangue. Os profissionais que atuavam na área, eram conhecidos como catequistas ou recrutadores, não sendo exigido dos mesmos qualquer forma de treinamento ou qualificação; porém, a busca pela qualidade e segurança transfusional mudou esse quadro. O reconhecimento de que o doador consciente é fator fundamental para a segurança transfusional tornou necessária a mudança do perfil do profissional que buscava e obtinha os candidatos à doação, que passou a ser chamado de captador”.

Daí observa-se que a qualificação profissional é fator preponderante para

esta função. Desenvolver e treinar os profissionais passou a ser a meta dos serviços

e órgãos governamentais que detinham as responsabilidades pelos serviços de

saúde, especialmente os da hemoterapia.

“O objetivo é aprimorar a comunicação entre a sociedade e os doadores e

desenvolver técnicas específicas para o alcance destes objetivos”. O papel do líder

deste serviço é desenvolver aspectos comportamentais compatíveis na relação entre

Cliente/Doadores. Isto porque três situações estão diretamente ligadas a este

objetivo:

1. O Ser Humano – A captação é a interação entre pessoas que têm

sentimentos, preocupações, medos, crenças, valores diferentes. Conhecer o público

alvo é importante para uma melhor interação entre os dois (captador e doador);

2. O Ser Profissional – Tem que saber e gostar do que faz para gerir a

confiança e desanuviar os mitos individuais do doador;

3. O Ser Observivo – A Instituição tem que mostrar para o doador que

todos os seus profissionais estão aptos a transmitir confiança ao ponto de influenciar

o doador ao “gosto” pela doação de sangue. É mostrar a satisfação de tê-lo na

Instituição, independente do destino do seu sangue.

O papel do líder da captação, neste momento, é estar atento e sensível à

estas situações, observando o comportamento de sua equipe, permitindo que este

objetivo se torne o ponto principal para a conquista do doador e, consequentemente,

Page 24: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

24

o seu retorno fiel ao mesmo Serviço de Hemoterapia para, novamente, doar o seu

sangue

Sensibilizar os funcionários de que gestos como um simples e cordial

“Bom Dia, Boa Tarde” ou uma atenção especial podem ser determinantes para que

esse doador sinta-se estimulado a retornar (COVAS, 2007)

“Se ele estiver com pressa porque tem um compromisso ou estacionar o

carro em um lugar ruim, por exemplo, vamos fazer tudo para sermos objetivos. Se

ele questionar o processo, daremos as informações consistentes e claras, capazes

de deixá-lo seguro” (SAÚDE PAULISTA, 2004).

O HEMOAL, à luz desta realidade nacional, também faz sua parte,

realizando campanhas educativas, coletas externas e internas, palestras nos

diversos seguimentos da sociedade visando aumentar o número de doadores, tanto

na cidade de Maceió como nos diversos municípios do Estado, na busca “daquele”

doador que, por uma vez, alguma vez, ou há algum tempo não vem exercer a sua

cidadania de salvar vidas.

Dia 14 de junho é comemorado o Dia Mundial do Doador de Sangue e

nesta data, a Fundação Pró-Sangue, em São Paulo, o maior Hemocentro da

América Latina, concluiu uma pesquisa inédita sobre o perfil do doador de sangue

do lugar. Dos 1.600 entrevistados para o estudo, a maioria, 69% doa sangue

voluntariamente, o restante é para repor sangue de algum paciente interno em

hospitais abastecidos pela Fundação.

Givisiez (1998) mobilizou 5.000 pessoas, das quais metade formada por

doadores do hemocentro e as demais escolhidas aleatoriamente em domicílios de

14 municípios da região. Ao final do estudo concluiu que

os dados da pesquisa permitem estabelecer o perfil epidemiológico da população, ao apontar doenças passíveis de transmissão pelo sangue, ... melhora o conhecimento do processo de doação e de transfusão de sangue e as motivações e as barreiras para a própria doação. Ainda hoje, muita gente pensa, erroneamente, que a doação de sangue acarreta dependência física, excesso de sangue no corpo e outros malefícios. ... as informações facilitarão as ações para promover a sensibilização da comunidade para a doação de sangue. “ Temos agora elementos mais concretos para subsidiar ações que tornem a doação voluntária de sangue mais universal”.

Page 25: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

25

Em Belém do Pará as mulheres são minoria entre os doadores. Apenas

17% são doadoras. Em Tocantins, as mulheres representam 20.8%; em Goiás, 17%,

no Rio Grande do Norte 15.1% e na Paraíba, 11.8%. A participação feminina, ainda

assim, vem aumentando ano a ano e, ainda, neste ano de 2007, o objetivo maior é

que seja alcançada a meta de 30% de doações femininas, traçada pelo governo

federal. Os estados da federação que se aproximam mais deste índice são Minas

Gerais, São Paulo e os da Região Sul, com aproximadamente 30% de doadoras

(MORAIS, 2005).

Vê-se, claramente, pelos relatos acostados, que a preocupação com o

aumento do número de doadores fidelizados, para estoque mínimo nos serviços de

hemoterapia e que atendam ao mínimo necessário para a população, é preocupação

dos dirigentes, dos gestores do setor saúde de todo o país.

A preocupação do MS com a doação de sangue está ligada

diretamente na “qualificação e aperfeiçoamento da gestão pública na área de

sangue e hemoderivados e na necessidade constante do processo de

construção do SUS...” “é condição essencial para a análise objetiva da

situação e posterior formulação de políticas que contribuam para a melhoria do

quadro da hemoterapia e hematologia brasileira” (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).

Ainda segundo o Ministério da Saúde (2008) há referência que “os

dados sobre coleta de sangue no Brasil, no âmbito do SUS, apresentam um

acréscimo entre os anos de 2004 e 2005, passando de 2.747.519 coletas

realizadas em 2004 para 3.096.181 procedimentos em 2005. Já entre 2005 e

2006 houve um decréscimo de 3.096.181 para 3.065.352 procedimentos. No

ano de 2005 foram realizadas 30.829 coletas de sangue a mais que em 2006”.

No que se refere aos dados sobre a taxa de doação de sangue em

2006, apresenta-se para o Brasil um valor percentual referente, 1,77% da

população, enquanto que para as regiões do país esses valores encontram-se

no intervalo entre 1,41% e 2,40% (Nordeste/1,41%, Norte/1,44%,

Sudeste/1,83%, Sul/ 2,14% e Centro-Oeste/2,40%).

Covas (2007), acompanhando as transformações na hemoterapia

brasileira nas duas últimas décadas, concluiu que

Page 26: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

26

“os conceitos e técnicas que permitem o aporte e seleção de candidatos à doação de sangue qualificados representam os elementos estratégicos iniciais para o atendimento às distintas demandas dos serviços de hemoterapia. Os aspectos devem ser observados nos processos de captação e triagem de candidatos à doação, com ênfase na interação entre o profissional de saúde e o doador visando a conscientização dos indivíduos do seu papel no ato de doar e o entendimento dos critérios utilizados na triagem clínica, culminando com a plena compreensão acerca dos aspectos da captação e triagem clínica que influenciam na segurança da coleta e da transfusão do sangue doado”.

Segundo a OPAS (2004), “os doadores de sangue, em geral, são

pessoas jovens, menores que 40 anos, do sexo masculino, solteiros, casados,

alfabetizados e inseridos no mercado formal de trabalho e é necessário que a ação

de doação seja abrangente a qualquer cidadão acima de 18 anos e até 60 anos de

idade”.

Fazendo um breve relato sobre os estudos apresentados, entendemos

que a doação de sangue deve ser um ato de amor ao próximo, de cidadania. A

preocupação com o sangue a ser transfundido está diretamente ligada em captar,

cada vez e mais, doadores fiéis e comprometidos, ao serviço. Os candidatos à

doação são submetidos às triagens clínicas e sorológicas visando reduzir, ao

máximo, o risco de contaminação, via transfusão. O risco nesta etapa é a “janela

imunológica”, que possibilita a transfusão de sangue contaminado. Isto ocorre

devido a jovens, na maioria solteiros ou casados descomprometidos omitirem

respostas verdadeiras com o intuito de, apenas, obterem resultados sorológicos.

E a doação de sangue não deve ser vista como um meio de se obter resultado de

exames mas, um ato de cidadania e responsabilidade. O sangue ainda é exclusivo

do ser humano. Não se obtém em drogarias, em farmácias. A vontade de ajudar,

ainda continua sendo o requisito básico para esta tomada de decisão.

Aumentar o número de doadores saudáveis e voluntários, ou seja,

investindo em doadores fidelizados aflorando a responsabilidade social e do seu

compromisso com a vida de outrem é o objetivo maior de todas as unidades de

hemoterapia do País e de todo o mundo.

Page 27: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

27

4 METODOLOGIA 4.1 Tipo de Estudo Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, de corte transversal. 4.2 Local de Estudo

Segundo o IBGE (2006) o Estado de Alagoas está situado na região

Nordeste. Ocupa o 8º lugar entre os estados brasileiros em superfície com

29.106Km2, 0,33% do território nacional e de 2.87% da Região Nordeste. O Estado

tem 3.085.109 habitantes. Sua população representa 5.91% da população da

macrorregião sendo, 58.01% na Zona Urbana e 41.99% na Zona Rural.

51.1% é do sexo feminino e 48.9% do sexo masculino. Seu IDH é de 0,649.

Maceió é a Capital do Estado e tem uma população de 896.965

habitantes e possui a quarta maior densidade geográfica do país, apenas

atrás do Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro. É a principal cidade do

Estado e exerce muita influência sobre todo o Estado de Alagoas e do Norte do

Estado de Sergipe. É o centro industrial, comercial e de prestação de

serviços. É a cidade onde está localizada a sede da Hemorrede Pública –

HEMOAL, Macro Região I.

O Hemocentro de Alagoas (HEMOAL) é o órgão responsável pela política

de sangue do Estado e o único Centro de Referência para atendimento a portadores

de deficiência de fatores de coagulação (Hemofilia), Doença de Gaucher e

Mucopolissacaridose, Anemia Falciforme, Leucemias e outras doenças do

sangue bem como o Único Órgão Público do Estado que possui Laboratório

específico para o exame de Agregação Plaquetária.

Compõe o quadro de Unidades de Grande porte, com dependência

administrativo-financeira, da Secretaria Estadual de Saúde. Atende a todos os

usuários do Sistema Único de Saúde - SUS ou não, nas suas necessidades

de alta complexidade.

Além de atender a todos os candidatos à doação de sangue atende

também à doação de medula óssea (Coleta para exames, tipagem para o

Page 28: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

28

H.L.A.- Imunogenética ) e inclusão no Cadastro Nacional de Doadores de

Medula Óssea (REDOME) e ainda, doação de sangue por aférese (termo derivado

do grego “aphaereses” que significa remover, retirar ou separar), processo este que

permite selecionar um ou mais componentes do sangue e devolver o restante ao

doador.

Seu atendimento ambulatorial/hospital dia é, exclusivamente, para todos

os usuários do SUS do Estado e de Estados circunvizinhos, segundo o que ele

preconiza em suas diretrizes básicas, tendo suas ações hemoterápicas coordenadas

pelas diretrizes do Programa Nacional de Sangue e Hemoderivados – Pró-Sangue.

Seu quadro funcional é composto de uma equipe interprofissional e

altamente especializada, num total de 232 colaboradores, incluindo a área meio e

área fim. Recebe cerca de 100 doações/dia, nas suas dependências, acrescidas das

de Coletas Externas que acontecem regularmente com, aproximadamente, 60

doações/por coleta.

4.3 Amostra

Foram coletados dados secundários do Sistema de Banco de Sangue

(SBS) - Consultores, Parte II, Itens 1 e 2 – Triagem e Coleta, respectivamente, e do

Sistema de Informação de Produção Hemoterápica (HEMOPROD), criado através

da Resolução da Diretoria Colegiada nº. 149/01-MS, perfazendo ao todo 74.979

doações, ocorridas no HEMOAL no período estudado.

4.4 Variáveis

Para se conhecer o Perfil dos Doadores foram utilizadas as seguintes

variáveis: tipo de doação, tipo de doador, gênero, faixa etária, escolaridade, estado

civil; para identificar o estado de aptidão dos doadores foram analisadas: a taxa e as

causas da inaptidão clínica. Quanto às características das doações foram analisados

dados relativos ao tipo de coleta, interrupção na coleta e o descarte sorológico.

Page 29: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

29

4.5 Análise de Dados

Realizou-se a análise dos dados utilizando-se as freqüências absolutas e

relativas, por meio do software EXCEL.

Foram utilizados os seguintes indicadores:

a) Percentual de doações em relação à população geral.

Método de cálculo:

Número de doações em determinado local/período x 100

População geral em determinado local/período b) Taxa de inaptidão clínica: Método de cálculo

Número de candidatos inaptos à doação na triagem clínica x 100 Total de candidatos à doação

c) Taxa de inaptidão sorológica Método de cálculo Número de amostras sorológicas reagentes para um ou mais exames x 100 Total de amostras de sangue triadas 4.5 Aspectos Éticos

Por se tratar de dados secundários o presente trabalho não foi submetido

ao Comitê de Ética em Pesquisa.

Page 30: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

30

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período de 2003 a 2005, compareceram ao HEMOAL 98.514 candidatos à

doação de sangue, correspondendo em média, a 19.703 candidatos/ano.

Observou-se declínio do número de candidatos à doação desde o ano de

2004, sendo essa queda atribuída aos candidatos do sexo masculino que

representavam 74% dos doadores em 2003 e 68% em 2007, correspondendo a um

decréscimo de 8% (Figura 1).

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

Total 17.845 21.434 21.266 19.309 18.660

Homens 13.292 15.645 15.304 13.828 12.770

Mulheres 4.553 5.789 5.962 5.481 5.890

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 1 – Número de candidatos à doação de sangue segundo sexo e ano. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Page 31: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

31

Embora a taxa de inaptidão clínica tenha apresentado declínio, a partir de

2005 ainda é quase o dobro da média nacional (11,3%). Chama a atenção que as

mulheres apresentaram a taxa mais elevada correspondendo a quase três vezes o

valor do Brasil (Figura 2).

0,00

10,00

20,00

30,00

40,00

50,00

60,00

70,00

80,00

Total 19,89 25,72 26,22 22,52 20,89

Homens 16,72 21,60 21,56 19,45 17,78

Mulheres 29,15 36,85 38,21 30,27 27,66

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 2 – Taxa de inaptidão clínica entre os candidatos à doação de sangue segundo ano e gênero. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007

Page 32: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

32

Na Figura 3 é possível visualizar o percentual de candidatos que foram

considerados inaptos na triagem devido a uma das causas apresentadas. Convêm

destacar que na opção “Outras” são classificados os candidatos rejeitados por

qualquer outro motivo que não se enquadre em uma das opções apresentadas,

porém de alta relevância clínica no processo da hemoterapia, exigidos para os

indicadores de rejeição pelo Ministério da Saúde. Observa-se que as principais

causas de inaptidão foram a anemia e a hipertensão. Chama a atenção que a

proporção de candidatos com hipertensão apresentou aumento no período

analisado, sendo no ano de 2007 o dobro do observado no ano de 2003.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

2003 32,7 8,2 3,1 0,6 12,2 0,3 1,0 0,1 0,0 41,8

2004 31,5 9,4 5,4 0,7 8,5 0,5 1,0 0,1 0,0 43,0

2005 28 16 7 0 6 0 0 0 0 42

2006 27,6 15,8 7,0 0,4 6,5 0,2 0,4 0,1 0,0 41,9

2007 25,5 16,7 4,8 0,7 7,5 0,5 0,5 0,1 0,0 43,7

ANEMIA HIPERTENSÃO HIPOTENSÃO ALCOOLISMOCOMP.RISCO

DST'sUSO DE DROGAS

HEPATITEDOENÇA DE

CHAGASMALÁRIA OUTRAS

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 3 – Percentual de candidatos à doação segundo causas da inaptidão clínica para a doação de sangue. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007

Page 33: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

33

Quando se analisa os dados abaixo, desmembrando-os, por sexo,

observa-se diferenças importantes: nos homens prevalecem a hipertensão,

anemia e o comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis

(DST) e nas mulheres prevalecem a anemia, hipertensão e hipotensão

(Figura 4).

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 4 – Proporção de candidatos segundo causas da inaptidão clínica e sexo. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Homens

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

2003 19,4 9,8 2,1 0,8 18,2 0,5 1,3 0,1 0,0 47,9

2004 15,9 12,5 3,8 1,1 13,2 0,6 1,5 0,1 0,0 51,3

2005 13,5 20,4 4,4 0,7 10,2 0,3 0,7 0,1 0,0 49,9

2006 9,3 27,4 4,1 0,4 8,9 0,7 0,6 0,0 0,0 48,6

2007 9,6 22,5 3,3 1,2 11,0 0,9 0,6 0,1 0,0 50,7

ANEMIA HIPERTENSÃO HIPOTENSÃO ALCOOLISMOCOMP.RISCO

DST'sUSO DE DROGAS

HEPATITEDOENÇA DE

CHAGASMALÁRIA OUTRAS

Mulheres

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

2003 55,3 5,5 5,0 0,2 2,0 0,1 0,5 0,0 0,0 31,5

2004 55,0 4,6 7,8 0,1 1,5 0,2 0,3 0,1 0,0 30,4

2005 47,9 9,2 10,8 0,1 1,1 0,1 0,1 0,1 0,0 30,5

2006 43,7 11,2 10,6 0,3 2,5 0,1 0,5 0,0 0,0 31,2

2007 47,3 8,6 6,8 0,1 2,7 0,0 0,3 0,1 0,0 34,1

ANEMIA HIPERTENSÃO HIPOTENSÃO ALCOOLISMOCOMP.RISCO

DST'sUSO DE DROGAS

HEPATITEDOENÇA DE

CHAGASMALÁRIA OUTRAS

Page 34: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

34

Além da inaptidão clínica, outro fator que colabora para a redução do

número de doadores, diz respeito ao total de candidatos aptos à doação que

não comparecem a sala de coleta. Observou-se que de modo geral esse

percentual vem aumentando desde 2005 e, entre as mulheres, é superior à

média estadual (Figura 5).

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0,40

0,60

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1,00

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1,40

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Per

centu

al

Total 0,46 0,84 0,67 1,02 1,35

Homens 0,39 0,64 0,52 0,86 1,38

Mulheres 0,72 1,53 1,15 1,49 1,26

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 5 – Percentual de candidatos aptos que não compareceram à sala de coleta segundo sexo e ano. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Observa-se na Figura 6 que a taxa de doações vem apresentando declínio

entre os homens e se mantém estável entre as mulheres. De modo geral os valores

observados estão bem abaixo da média nacional que é de 2%.

0,00

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0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

1,80

2,00

Tax

a por 10

0 hab

Total 0,49 0,54 0,52 0,49 0,47

Homens 0,77 0,85 0,81 0,74 0,69

Mulheres 0,21 0,24 0,24 0,24 0,27

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 6 – Taxa de doações em relação à população geral e sexo. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Page 35: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

35

Observa-se na Figura 7 que em todos os anos a maioria dos doadores

procurou o HEMOAL espontaneamente, ou seja, independente de campanha,

atendimento a paciente específico ou para atender a uma convocação da

necessidade do serviço. Observou-se ainda um pequeno aumento do percentual

desse tipo de doação ao longo do período passando de 65,6% em 2003 para

76,4% em 2007.

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ESPONTÂNEA REPOSIÇÃO AUTÓLOGA

ESPONTÂNEA 65,6 72,2 72,1 75,7 76,4

REPOSIÇÃO 34,3 27,8 27,8 24,2 23,5

AUTÓLOGA 0,1 0 0,1 0,1 0,1

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 7 – Percentual de doadores segundo tipo de doação. Hemocentro de Alagoas, 2003-2007. Quanto ao tipo de doador, a maioria é de doadores de primeira vez. A

Figura 8 evidencia ainda queda nesse percentual de doadores e o aumento do

percentual de doadores esporádicos, no período de 2003 a 2007. Já o percentual de

doadores de repetição1 praticamente manteve-se inalterado e, em torno de 30%.

1 “é aquele indivíduo que doa pelo menos uma vez a cada treze meses, considerando a data de sua

última doação no mesmo Serviço de Hemoterapia. Também considerado doador de retorno, fidelizado ou habitual, dependendo do nº de doações/ano”.(Resolução RDC nº 149, de 14 de agosto de 2001, reformulada pela RDC nº 153, de 14 de junho de 2004)

Page 36: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

36

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10

20

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40

50

60

1ª VEZ REPETIÇÃO ESPORÁDICO

1ª VEZ 52,6 51,7 48,8 42,0 47,0

REPETIÇÃO 30,4 29,7 30,3 33,0 29,0

ESPORÁDICO 17,0 18,6 20,9 25,0 24,0

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 8 – Percentual de doadores segundo tipo de doador. Hemocentro de Alagoas, 2003-2007. Embora o sexo masculino seja predominante entre os doadores, ficando

acima de 70% em todo o período estudado, observa-se que há um decréscimo

desse percentual e um leve aumento entre o sexo feminino (Figura 9).

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

Masculino 77,0 77,0 76,6 74,6 71,1

Feminino 23,0 23,0 23,4 25,4 28,9

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 9 – Percentual de doadores segundo o gênero. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007

Page 37: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

37

Com relação a faixa etária, observa-se na Figura 10 que há

predomínio entre os adultos de 26 a 35 anos, embora apresente queda no

percentual nesse período. Chama a atenção o crescimento do número de

doadores entre 18 e 25 anos que aumentou quase três vezes quando

comparados a 2003 superando o grupo de 46 a 60 anos (Figura 10).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

18 a 25 9,7 15,2 18,6 19,8 24,0

26 a 35 40,9 38,4 38,3 37,5 36,0

36 a 45 30,1 28,4 26,9 27,3 25,3

46 a 60 19,3 18,0 16,2 15,4 14,4

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 10 – Percentual de doadores segundo faixa etária. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Page 38: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

38

Quanto à escolaridade observa-se na Figura 11 predomínio de doadores com

1º e 2º grau, embora se observe aumento da proporção de doadores com grau

superior. Chama a atenção o elevado percentual de escolaridade “outros”.

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

2003 2004 2005 2006 2007

2003 2,5 43,0 29,4 8,5 16,6

2004 2,5 40,7 32,0 10,0 14,8

2005 2,1 40,0 33,4 12,0 12,5

2006 1,6 40,0 36,0 12,3 10,1

2007 1,5 38,5 33,7 14,5 11,8

Analfabeto 1º Grau 2º Grau Superior Outros

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 11 – Percentual de doadores segundo escolaridade. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Com relação ao estado civil observa-se na Figura 12 que os doadores

solteiros superam os casados desde 2005, com percentuais acima de 40%.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2003 40,7 0,8 1,7 40,5 16,3

2004 39,8 0,7 1,7 42,0 15,8

2005 42,0 0,8 1,5 46,0 9,7

2006 42,0 0,7 1,6 47,0 8,7

2007 41,0 0,8 1,4 46,7 10,8

Casado Viuvo Desquitado Solteiro Outros

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 12 – Percentual de doadores segundo estado civil. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Page 39: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

39

Em relação ao tipo de coleta observa-se que, em quase 100% das doações é

realizada a coleta de sangue total (Tabela 1).

Tabela 1 – Nº e percentual de doações segundo tipo de coleta realizada. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2005.

SANGUE TOTAL AFÉRESE TOTAL ANO

NÚMERO % NÚMERO % NÚMERO %

2003 14.230 99,2 102 0,8 14.332 100,0

2004 15.789 99,7 50 0,3 15.839 100,0

2005 15.585 99,6 55 0,4 15.640 100,0

2006 14.810 99,7 47 0,3 14.857 100,0

2007 14.565 99,6 63 0,4 14.628 100,0

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

A taxa de interrupção da coleta apresentou discreto declínio a partir de 2005

(Figura 13)

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

TX 2,8 3,9 2,7 2,7 2,6

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 13 - Taxa de interrupção da coleta segundo ano da doação. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Page 40: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

40

As interrupções, no momento da coleta, ocorreram, principalmente, por

“outras causas” que não a dificuldade de punção venosa ou reação vagal de

qualquer natureza. Convém ressaltar que em “outras causas” estão incluídas as

doações interrompidas por qualquer outro motivo que não se enquadre em

uma das opções anteriores, como também por desistência do indivíduo no

momento da coleta. Mesmo assim, chama a atenção que o percentual de

interrupção da coleta por dificuldade de punção venosa em 2007 é quase

três vezes o valor observado em 2003 (Figura 14).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Dificuldade de punção 3,4 3,3 6,0 4,0 8,7

Reaçao vagal 6,7 11,3 15,3 9,8 13,7

Outras 89,9 85,4 78,7 86,2 77,6

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 14 - Taxa de interrupção da coleta segundo causa e ano da doação. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Page 41: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

41

Outro fator que contribui para a diminuição do número de doações é a taxa de

inaptidão sorológica, ou seja, a inaptidão dos doadores em relação aos exames

laboratoriais. No sangue coletado são realizados exames para detecção de Sífilis,

Doença de Chagas, HIV, Hepatite B, Hepatite C, HTLV I e II, ALT/TGP, Malária e

outras.

A taxa de inaptidão sorológica nos bancos de sangue do Brasil varia de 10 a

20%. Esse índice é mais alto do que nos países desenvolvidos, principalmente

devido à alta porcentagem de pessoas que doam sangue pela primeira vez e que

apresentam uma prevalência de infecção próxima à da população em geral

(SALLES, 2003). Atualmente, a ANVISA recomenda que essa taxa seja de 8,3%.

Observa-se na Figura 15 que houve um declínio da taxa atingindo em 2007,

percentuais próximos ao recomendados pela ANVISA (Figura 15)

0

2

4

6

8

10

12

14

Tx 12,6 11,2 8,8 8,2 8,5

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 15 – Taxa de inaptidão sorológica das bolsas de sangue, segundo ano. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007.

Page 42: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

42

Quanto às causas da inaptidão sorológica houve prevalência de hepatite B,

Sífilis, doenças de Chagas e hepatite C (Figura 16).

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

2003 4,8 8,4 11,3 7,0 56,7 5,2 4,0 2,5 0,0

2004 4,6 1,6 12,9 4,6 67,3 4,3 4,8 0,0 0,0

2005 4,9 1,6 10,3 6,7 68,9 4,6 3,0 0,0 0,0

2006 3,3 2,5 13,2 7,7 66,2 4,3 2,9 0,0 0,0

2007 5,8 1,8 10,5 5,3 69,0 4,7 2,9 0,0 0,0

Doença de Chagas

HIV SífilisHepatite B (HBsAg)

Hepatite B (AntiHbc)

Hepatite C HTLV I e II ALT / TGP Malária

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 16 – Taxa de inaptidão sorológica segundo tipo de doenças transmissíveis pelo sangue. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2007. Observa-se na Figura 17 que, em todas as fases do ciclo de coleta de sangue

doado, há decréscimo no número de doadores e doações que são destinadas aos

procedimentos hemoterápicos para a população.

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

Candidatos à Doação 17.845 21.434 21.266 19.309 18.660

Doadores aptos 14.230 15.788 15.585 14.810 14.565

Bolsas Liberadas 12.608 14.068 14.133 13.607 13.329

2003 2004 2005 2006 2007

Fonte: SESAU/HEMOAL/HEMOPROD

Figura 17 – Número de candidatos a doação, doadores aptos e bolsas liberadas. Hemocentro de Alagoas, 2003 a 2005.

Page 43: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

43

6 CONCLUSÃO

No HEMOAL, não muito diferente do Brasil, os dados revelam um

acréscimo de 1.559 coletas entre os anos de 2003 e 2004 e um decréscimo, em

torno de 1.000 coletas entre os anos de 2005 e 2007.

Os dados mostram que o sexo masculino mantém a liderança das

doações e que o sexo feminino, gradativamente, apresenta um crescimento.

A demanda ao HEMOAL é, prioritariamente, espontânea com predomínio

de adultos jovens (entre 26 e 35 anos) com um aumento gradativo ao longo dos

anos; no entanto, há pouca vinculação fidelizada com o serviço. Os doadores, na

sua grande maioria (72%), doam pela 1ª Vez, são do sexo masculino, com

escolaridade entre 1º e 2º graus, embora tenha se observado um aumento

considerável de doadores com graduação superior e de escolaridade “outros”.

Praticamente, não há diferença entre casados e solteiros que representam em

torno de 80% dos doadores.

Embora tenha sido observada uma redução no número de doadores aptos

à doação, a taxa de aptidão clínica dos candidatos à doação, foi em média de 70%

e a da Inaptidão Clínica em torno de 27%; neste caso, a causa de recusa do

candidato do sexo masculino, foi a hipertensão e do sexo feminino a anemia;

ressalta-se, também, que o “comportamento de risco para DSTs” é considerável,

principalmente no sexo masculino.

Soma-se a estas as Desistências na Sala de Coleta, em torno de 3,0%,

por “outras causas” em detrimento à “dificuldade de punção venosa” e “reação

vagal” como tonturas, mal estar, desmaios e equivalentes.

Na grande maioria das doações é realizada a Coleta de Sangue Total

(99%) e os fatores que mais contribuem com a diminuição do número de bolsas a

serem transfundidas são a presença de agravos transmitidos por veiculação hídrica

(Hepatite “B”) por via sexual (Sífilis e Hepatite “C”) e por vetores (Doença de

Chagas).

Page 44: Monografia Doacao de Sangue o Que Revelam Os Dados Do Hemocentro de Alagoas

44

No período de 2003 a 2007 evidencia-se o declínio das doações e do

número de doadores de sangue e é fundamental a manutenção da quantidade e da

qualidade do sangue a ser coletado. A disponibilidade de equipamentos, instalações

e a avaliação periódica da capacitação dos profissionais que atuam diretamente com

esta população não deve ficar à deriva.

A realização de campanhas educativas envolvendo mais efetivamente a

imprensa e que chamem mais a atenção da população feminina, dos jovens e

também da população mais madura, que fomentem o desejo de doar seu sangue

com regularidade, bem como ações didáticas e artísticas como apresentação de

vídeos ou palestras sobre o tema nas escolas, direcionadas a cada faixa etária a ser

atingida poderão servir de veículos para despertar a responsabilidade social e o

compromisso com a vida.

O comprometimento e a responsabilidade do profissional com a Missão da

Instituição, incluindo as Normas de Segurança, centrado no objetivo de garantir a

universalidade do acesso, a integralidade da atenção e a qualidade da prestação

dos serviços serão passos firmes, também, para motivar o indivíduo a chegar ao

objetivo final da Instituição: a doação de sangue, altruísta, comprometida e

fidelizada, garantindo a oferta permanente de um produto de qualidade para àquele

que dele necessita.

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45

REFERÊNCIAS

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46

JUNQUEIRA, Pedro C; ROSENBLIT, Jacob; HAMERSCHLAK, Nelson.2005 – História da Hemoterapia no Brasil In: Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia; 27(3): 201-207, jul.-set. 2005-ilust. JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIROI, J. Células do Sangue. In: Histologia Básica. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. Capítulo 12: p. 192 - 205. MORAIS, Jasonn C., Perfil dos Doadores de Sangue do Estado do Pará-novembro/2004.2005. Trabalho de Conclusão de Curso – UFPA, Belém-PA, Brasil. OBERMAN, H. A The History of Transfusion Medicine. In: PETZ, L.D. Clinical Practice of Transfusion Medicine, 3 ed. USA, 1996. c.2, p.11-31- Traduzida para o Português pela Editora Guanabara koogan, 1996. OLIVEIRA, Daniela de; RODRIGUES, Wernech; FREITAS, Anna Bárbara de; PROIETTI, Carneiro; GUIMARÃES, Junior; CIOFFI, Mourão. Evolução da Qualidade nos Serviços Públicos de Saúde com enfoque em Hemoterapia/2006). ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Brasília In: Ministério da Saúde (MS), 2007 ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Brasília In: Ministério da Saúde (MS), 2004 SALLES, Nanci A. Descarte de bolsa de sangue e prevalência de doenças infecciosas em doadores de sangue da Fundação Pró-Sangue/Hemocentro de São Paulo.Rev. Panam Salud Publica, nº 13, 2003. SAÚDE PAULISTA, Revista – Ano 4-n.12- jan - mar,2004 TRAMONTINA, Rodrigo. UNIFESP - Saúde Paulista, Ano 4-n,12,jan / mar2004 VICENTE, Cláudia Spegiorin. Implantação de um Sistema de Qualidade Internacional ISO no Hemocentro da UNICAMP e seu Impacto na Sistematização e Melhoria da Assistência de Enfermagem aos Doadores de Sangue. Campinas,SP, 2002.

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ANEXOS

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GLOSSÁRIO

DOAÇÃO ESPONTÂNEA – É a doação totalmente altruísta e voluntária, advinda do indivíduo que procura o Serviço de Hemoterapia espontaneamente, independente de buscar atendimento a paciente específico.

DOAÇÃO DE REPOSIÇÃO – É quando a doação tem como fator motivacional um paciente específico. Pode ser efetuada antes ou após o uso do sangue pelo paciente.

DOAÇÃO AUTÓLOGA – É a doação em que o sangue coletado é destinado a ser utilizado pelo próprio doador.

DOAÇÃO VINCULADA, DIRIGIDA OU PERSONALIZADA – Subgrupo da doação de reposição que tem como fator motivacional um paciente específico. Só se justifica por razões técnicas.

DOAÇÃO POR AFÉRESE – É o processo usado para coleta de Plasma, Plaquetas ou Leucócitos, em separado. Neste processo o doador pode doar sangue com maior freqüência do que os doadores de sangue total.

DOADOR VOLUNTÁRIO – É o indivíduo que doa por altruísmo, não sendo coagido nem movido por interesse de benefícios pessoais pecuniários, diretos ou indiretos.

DOADOR DE 1ª VEZ – É o indivíduo que doa pela primeira vez em um Serviço de Hemoterapia.

DOADOR DE REPETIÇÃO – É o indivíduo que doa, pelo menos, uma vez a cada 13 meses, considerando a data da última doação no mesmo Serviço de Hemoterapia. É o mesmo que doador de retorno, fidelizado ou habitual.

DOADOR ESPORÁDICO – É o indivíduo que doa sangue eventualmente sempre, com intervalos maiores do que 13 meses.

REAÇÃO VAGAL - Termo técnico – É representado por desmaios, tonturas, mal estar, com ou sem vômito, queda de pressão violenta.

DIFICULDADE DE PUNÇÃO VENOSA – Termo técnico – Quando não se consegue acessar a veia ou quando ela é de menor calibre que a agulha ou é muito profunda, não acessível.