monografia de gustavo a almeida neves tccii - estácio

115
UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ ENGENHARIA ELETRICA VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE PROVEDOR DE INTERNET BANDA LARGA PARA USO EM CONDOMÍNIOS FECHADOS Por: GUSTAVO ALVES ALMEIDA Orientador: Prof. Norat

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Page 1: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ

ENGENHARIA ELETRICA

VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE PROVEDOR DE

INTERNET BANDA LARGA PARA USO EM CONDOMÍNIOS

FECHADOS

Por:

GUSTAVO ALVES ALMEIDA

Orientador:

Prof. Norat

Rio de Janeiro

Junho 2013

Page 2: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

II

UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ

CURSO DE ENGENHARIA ELETRICA

TERMO DE APROVAÇÃO

VIABILIDADE PARA IMPLANTAÇÃO DE PROVEDOR DE INTERNET

BANDA LARGA PARA USO EM CONDOMÍNIOS FECHADOS

Monografia apresentada como requisito

para a aptidão na disciplina de TCCI do

curso de Engenharia Elétrica, omo requisito

para obtenção do grau de Engenheiro

Eletricista.

Por:

Gustavo Alves Almeida

Rio de Janeiro

Junho 2013

Page 3: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

III

“Dêem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu moverei o mundo”.

Arquimedes

Page 4: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

IV

Nem eu mesmo imaginava escrever o último capítulo desta novela, que se desenrolou

por “alguns muitos” anos. Sofridos anos, mas que valeram à pena.

Page 5: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

V

Page 6: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

VI

AGRADECIMENTOS

Seria egoísmo dizer que cheguei aqui sozinho, foram tantas pessoas que de alguma

forma me ajudaram. Alguns exercitaram sua paciência para minhas crises de stress,

impaciência, intolerância e de cansaço contínuo, outros apenas escutaram minhas

lamentações. Foi um caminho difícil e demorado, e seria impossível sem essas pessoas

ao meu lado.

Agradeço ao meu pai Adhemar Almeida, que além de pai é um grande amigo, por me

mostrar como tudo conquistado com dificuldade no final se torna mais valioso. À minha

mãe Dorislene Araújo, minha amada mãe, que martelava sempre comigo para que não

me deixasse vencer pelo cansaço, às minhas irmãs, Flávia Almeida e Marcela Elise,

impossível quantificar minha adoração e meu amor por elas, pois “amor que se pode

medir é um amor pobre”, são incondicionalmente motivo de orgulho para mim, e sem

elas não teria chegado a lugar algum.

Agradeço em especial à minha namorada Monique, que esteve comigo quando eu mais

precisei, sendo não só namorada, mas uma amiga maravilhosa. E para muitas pessoas

que de alguma forma me incentivaram e me fizeram enxergar a importância de superar

essa etapa. Esse diploma vai para vocês, pois para mim bastou estar aqui para recebê-lo.

Page 7: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

VII

RESUMO

A internet nos dias atuais deixou de ser apenas um serviço e tornou-se uma necessidade, porém, preços extremamente elevados tornam o acesso ainda restrito e de baixa qualidade. O trabalho de conclusão proposto apresenta um modelo de provedor de acesso à internet de baixo custo, mais especificamente detalha todo o processo de análise, montagem e configuração de um provedor, onde o serviço é distribuído entre um grupo fechado de moradores de um condomínio, e seus custos são rateados entre todos, tornando o uso coletivo uma forma viável para implantação de um provedor para uso coletivo. Existe ainda a possibilidade de agregar serviços aos moradores através do hotspot, uma tela de login onde poderá ser usada como mural de avisos, anúncios, recados, classificados e outras noticias para os condôminos. Com isso se têm um serviço de qualidade, agregando valores e com um preço mais acessível do que o oferecido pelo mercado. A proposta é tornar esse projeto algo comum em todos os condomínios da região, popularizando este tipo de serviço, trazendo benefícios financeiros e melhorando a qualidade da internet de todos. O retorno do investimento é apresentado em apenas dois meses de acordo com o estudo do payback, comprovando a viabilidade financeira do projeto.

Palavras chave — provedor de internet, redes sem fio, internet a rádio, WiFi, hotspot, internet em condomínios.

Page 8: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

VIII

ABSTRACT

The Internet today is no longer just a service and has become a necessity, however, extremely high prices make access still limited and low quality. The final paper presents a proposed model of Internet access provider low cost, more specifically details the entire process of analysis, installation and configuration of a provider where the service is distributed among a closed group of residents of a condominium, and costs are prorated among all, making the collective use a feasible way to implement a provider for collective use. It is also possible to add services to residents through the hotspot, a login screen where it can be used as bulletin board, announcements, messages, classified and other news for the tenants. Therefore if they have a quality service, adding value and with a more affordable price than that offered by the market. The proposal is to make this project something common to all condominiums in the region, popularizing this type of service, bringing financial benefits and improving the quality of all the internet. The return on investment is presented in just two months according to the study of payback, proving the financial viability of the project.

Key Words — internet service provider, wireless, internet radio, WiFi hotspot, internet in condos.

Page 9: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

IX

LISTA DE FIGURAS

Pág.

FIGURA 1 - Visualização gráfica de várias rotas em uma porção da Internet mostrando a escalabilidade da rede.....................................................................................................................8

FIGURA 2 – Escalabilidade da rede, mostrando como a rede cresce a partir de novos pontos... .9

FIGURA 3 – Cabo coaxial padrão Thin Ethernet........................................................................15

FIGURA 4 – Conjunto de cabos de fibra óptica..........................................................................17

FIGURA 5 - Routerboard da Mikrotik Rb433ah.........................................................................27

FIGURA 6 - Routerboard da Mikrotik Rb411ah.........................................................................27

FIGURA 7- Cartões XR2 e XR5 respectivamente.......................................................................28

FIGURA 8 – Antena dipolo (omnidirecional).............................................................................30

FIGURA 9 – Diagrama de irradiação de um dipolo (omnidirecional).........................................31

FIGURA 10 – Antena direcional tipo grid (grade) em 2.4GHz da OIW.....................................32

FIGURA 11– Antena direcional tipo disco 5.8GHz da OIW.......................................................32

FIGURA 12– Modelo de painel setorial 2.4GHz da OIW...........................................................33

FIGURA 13– Esquema simplificado do projeto..........................................................................36

FIGURA 14– Visão geral do condomínio Itapoã.........................................................................37

FIGURA 15- Vista aérea do condomínio Itapoã - Montes Claros MG........................................37

FIGURA 16– Modelo de como será a distribuição do sinal nos blocos......................................41

FIGURA 17 – Tela de configuração dos endereços de IP no Mikrotik.......................................43

FIGURA 18 – Tela de configuração de rotas...............................................................................44

FIGURA 19 – Tela de configuração do DNS..............................................................................44

FIGURA 20 – Tela de Hotspot utilizada para serviços e autenticação criada para atender este projeto...........................................................................................................................................45

FIGURA 21- Tela de configuração hotspot no Mikrotik.............................................................46

FIGURA 22- Tela de configuração com um modelo de IP com máscara de 24 bits...................46

FIGURA 23- Tela de configuração onde não foi utilizada a certificação digital.........................47

FIGURA 24- Tela de configuração de criação de usuários..........................................................48

FIGURA 25– Tela de configuração com exemplos de faixas de IP e máscara de rede...............49

Page 10: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

X

FIGURA 26– Tela de configuração do DHCP Cliente................................................................50

FIGURA 27– Imagem mostrando o visual do Winbox................................................................52

FIGURA 28– Imagem mostrando o um mapa de rede criado no Dude.......................................53

FIGURA 29 – Simulação feita no Rádio Mobile para garantir a eficiência dos enlaces.............56

FIGURA 30 – Panorâmico dos enlaces em escala reduzida........................................................57

FIGURA 31 – Outro ângulo do panorâmico dos enlaces.............................................................57

FIGURA 32 – Detalhes do enlace mostrado pelo Rádio Mobile, referente ao bloco 2 com o servidor.........................................................................................................................................58

Page 11: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

XI

LISTA DE TABELAS

Pág.

TABELA 1 - Cronograma em meses dos processos a serem executados......................................5

TABELA 2 - Tabela de orçamentos enviada juntamente com o estudo de viabilidade para o local..............................................................................................................................................40

TABELA 3 - Preços cotados para montagem do projeto.............................................................59

TABELA 4 - Taxa de instalação cobrada pelos principais provedores de Montes Claros - MG 60

TABELA 5 - Gastos fixos mensais que serão partilhados entre os moradores............................61

TABELA 6 - Valores cobrados pelos provedores, com velocidade de 300 Kbps.......................62

TABELA 7 - PayBack mostrando o tempo de retorno rápido do investimento...........................63

Page 12: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

XII

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AES -

Advanced Encryption Standard

ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações

ANSP - Academic Network at São Paulo

ARPANET - Advanced Research Projects Agency Network

AWG - American Wire Gauge

BITNET - Beacause It's Time To Network

CWDM - Coarse Wavelength Division Multiplexing

DWDM - Dense Wavelength Division Multiplexing

FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

Gbps - Gigabits por segundo

GHZ - Giga Hetz

HTML - Hypertext Markup Language, que significa Linguagem de Marcação de Hipertexto

IEEE - Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos

ISP - Internet Service Provider

Kbps - Kilobits por segundo

Kbps - Kilobytes por segundo

LED - Diodo Emissor de Luz

LNCC - Laboratório Nacional de Computação Científica

Mbps - Megabites por segundo

MK -

NAT -

Mikrotik

Network Address Translation

PCI - Peripheral Component Interconnect - Interconector de Componentes Periféricos

STP - Shielded Twisted Pair

Page 13: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

XIII

TCP/IP - Transmission Control - Protocolo de Transmissão

TIA/EIA - Órgão norte-americano responsável pela padronização dos sistemas de Telecomunicações

TKIP - Temporal Key Integrity Protocol

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UTP - Unshielded Twisted Pair

VOIP - Voz sobre IP

WEP - Wired Equivalent Privacy

WPA - WiFi Protected Access

WPM - Windows Driver Model Também conhecido como Win32 Driver Model

Page 14: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

XIV

SUMÁRIO

Pág.

1. INTRODUÇÃO............................................................................................................1

1.1 Tema...........................................................................................................................2

1.2 Problema......................................................................................................................2

1.3 Objetivos.....................................................................................................................2

1.3.1 Objetivo Geral...........................................................................................................2

1.3.2 Objetivos Específicos.................................................................................................2

1.4 Justificativa..................................................................................................................3

1.5 Metodologia.................................................................................................................3

1.6 Cronograma.................................................................................................................4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................................7

2.1. O que é Internet?..........................................................................................................7

2.1.1 Protocolos TCP/IP.....................................................................................................7

2.1.2 Protocolos de Segurança.............................................................................................9

2.2 Meios de transmissão de dados....................................................................................10

2.2.1 Par trançado............................................................................................................12

2.2.2 Cabo coaxial............................................................................................................15

2.2.3 Fibra ótica...............................................................................................................15

2.2.4 Comunicação via rádio freqüência (wireless)..............................................................17

2.2.5 Comunicação via satélite..........................................................................................19

2.3 Segurança de rede.......................................................................................................20

2.4 Equipamentos utilizados..............................................................................................21

2.4.1 Sistema operacional Mikrotik ou RouterOS................................................................21

2.4.1.1 Hotspot................................................................................................................22

2.4.1.2 ARP.....................................................................................................................22

Page 15: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

XV

2.4.1.3 Rotas....................................................................................................................23

2.4.1.4 Queues.................................................................................................................23

2.4.1.5 DHCP..................................................................................................................24

2.4.1.6 IP.........................................................................................................................24

2.4.1.7 NAT.....................................................................................................................25

2.4.1.8 Winbox................................................................................................................25

2.4.2 Routerboard’s..........................................................................................................26

2.4.3 Cartões mini PCI......................................................................................................27

2.4.4 Antenas...................................................................................................................28

2.4.4.1 Omnidirecionais....................................................................................................29

2.4.4.2 Direcionais...........................................................................................................31

2.4.4.2.1 Parabólica..........................................................................................................31

2.4.4.2.2 Setoriais ou Painéis setoriais................................................................................32

2.4.5 Roteador.................................................................................................................33

2.5 Normas da ANATEL..................................................................................................34

2.5.1 SCM.......................................................................................................................34

3. TRABALHO DESENVOLVIDO................................................................................36

3.1 Estudo do local a ser implantado o projeto....................................................................36

3.2 Contratação do link.....................................................................................................38

3.3 Montagem e configuração...........................................................................................40

3.3.1 Mikrotik Os ou RouterOS.........................................................................................42

3.3.2 Configuração...........................................................................................................42

3.3.2.1 Address................................................................................................................42

3.3.2.2 Configurar a rota de saída (ROUTER).....................................................................43

3.3.2.3 Configurar DNS....................................................................................................44

3.3.2.4 Hotspot................................................................................................................44

3.3.2.5 ARP.....................................................................................................................48

3.3.2.6 Queues.................................................................................................................48

Page 16: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

XVI

3.3.2.7 Servidor DHCP.....................................................................................................49

3.3.2.8 IP.........................................................................................................................50

3.3.2.9 Protocolos de segurança.........................................................................................50

3.3.2.10 NAT...................................................................................................................51

3.3.2.11 Winbox..............................................................................................................51

3.3.2.12 The Dude............................................................................................................52

3.4 Finalização do processo...............................................................................................54

3.4.1 Faixas de IP.............................................................................................................54

3.5 Análise de cobertura do sinal.......................................................................................55

4 RESULTADOS OBTIDOS..........................................................................................59

4.1 Gastos........................................................................................................................59

4.1.1 Gastos com a montagem...........................................................................................59

4.1.2 Gastos com a manutenção.........................................................................................60

4.1.3 Gastos com o link....................................................................................................61

4.2 Valor a ser repassado a cada morador...........................................................................61

4.3 Comparativo de valores de outras operadoras................................................................62

4.4 Economia feita e tempo de retorno do investimento.......................................................62

5 CONCLUSÕES...........................................................................................................64

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................66

7. ANEXOS....................................................................................................................70

Page 17: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

1. INTRODUÇÃO

O acesso à Internet se popularizou e ganhou espaço no dia a dia de todos, porém não foi

acompanhado do progresso tecnológico deste setor. Serviços de qualidade inferior e com preços

extremamente elevados, esta é a realidade de todo brasileiro conectado hoje. Salvadori (2011)

publicou na revista online GALILEU, dados afirmando que “há apenas 5,8 conexões para cada 100

brasileiros; operadoras cobram preços 24 vezes mais caros do que nos EUA”.

Portugal é um dos países da União Europeia com os preços da Internet mais baixos. A

Vodafone tem velocidade de 24Mbps a 24,90€, equivalente a R$64,74 (cotação do Euro no dia

13/06/2012 R$2,60). A Sapo (empresa local de acesso à internet) tem 6Mbps mais telefone a

19,90€, equivalente a R$51,74. Em Portugal também já há fibra optica. Exemplo: 100Mbps mais

telefone e tv com 110 canais a 64,90€, equivalente a R$168,74, 200Mbps mais telefone e tv com

110 canais a 99,90€ ou 1Gbps mais telefone e tv com 110 canais a 249,90€, equivalentes a

R$259,74 e R$649,74 respectivamente. O que masi chama atenção, são os valores de taxa de

transmissão disponíveis para comercialização, e o preço extremamente atrativo.

Em 2007, a Banda larga no Brasil, embora venha crescendo bastante em número de usuários

e velocidade, é quase 400 vezes mais cara que em outros países, principalmente devido à falta de

concorrência, falta de regras claras e alta carga de impostos, além do fato de ainda ser mais lenta

que em alguns outros lugares. A banda larga brasileira varia entre 200kbps e 100Mbps (sendo mais

utilizados velocidades máximas de 8Mbps), porém, com preços caríssimos, podendo chegar a

R$429,90, preço para a Oi Velox de 600 Kbps em Manaus.

O projeto mostra todo o processo de análise e montagem de um provedor para acesso à rede

mundial (Internet) com baixo custo, dispensando a contratação de um provedor de acesso ou ISP

(Internet Service Provider) para cada usuário.

Será apresentado o detalhamento de todos os equipamentos e softwares utilizados, passo a

passo da configuração do servidor, criação e implementação de serviços que podem ser agregados,

parâmetros legais a serem seguidos conforme disposto pela ANATEL (Agencia Nacional de

Telecomunicações), distribuição para um grupo de usuários, controle de banda por usuário e o

demonstrativo de viabilidade mostrando valores de custo final unitário baixo, com investimentos

Page 18: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

que podem ser rateados, tornando o custo de instalação e de manutenção relativamente baixos para

um serviço que hoje se torna indispensável.

A criação de um provedor de Internet para uso em condomínios trará aos moradores um

serviço de qualidade sem grandes despesas, já que este se limitará a atender um grupo restrito.

Primeiramente serão analisados alguns aspectos básicos para elaboração do projeto, tais como:

quantidade de apartamentos (pontos de acesso), a geografia e disposição dos blocos de

apartamentos, e os tipos de serviços que serão implantados. A partir desses dados, pode-se iniciar o

projeto.

1.1 Tema

Viabilidade para implantação do projeto de construção de provedor de acesso à Internet de

baixo custo em condomínios.

1.2 Problema

Como implantar um provedor de acesso à Internet em condomínios, com baixo custo e com

qualidade no serviço prestado?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a viabilidade econômica para a implantação de um provedor de Internet de uso

coletivo, voltado para condomínios fechados, buscando qualidade e baixo custo no processo de

implantação.

1.3.2 Objetivos Específicos

Estudar produtos e suas especificações técnicas, relacionados ao tema proposto,

procurando viabilidade;

Comparar os meios de transmissão mais viáveis para elaboração do projeto;

Analisar viabilidade de redes de transmissão sem fio (wireless);

Atender às normas exigidas pela ANATEL;

Page 19: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Investigar recursos no programa Mikrotik e seus serviços disponibilizados;

Empregar segurança de dados para tornar o projeto algo confiável;

Comparar valores de mercado cobrado por outras operadoras;

Analisar gastos no processo de implantação;

Observar as necessidades de serviços agregados, implementando de acordo com o

que foi analisado;

1.4 Justificativa

Pensando em como melhorar a velocidade e o tipo de serviço de conexão para acesso à

internet, com taxas de download e upload (recebimento e transmissão de dados) maiores, e

disponibilização de alguns serviços adicionais, foram discutidas várias formas de viabilização para

construção de um provedor com baixo custo, e o uso coletivo mostrou-se o mais eficaz. A

quantidade de usuários atendida em um condomínio pequeno é equiparada a um provedor de

pequeno porte, tanto em estrutura, quanto em quantidade de assinantes.

Os provedores precisam ser financeiramente lucrativos para justificar o empreendimento, e

gastos com estrutura física, funcionários, impostos, taxas, lucro e outros dividendos só refletem no

valor final a ser cobrado do cliente. Com isso se perde um pouco na qualidade e o cliente final sente

no bolso, com valores de mensalidades elevados.

Neste projeto, o foco principal do provedor é a velocidade de conexão associado a preços

baixos, deixando de lado toda a burocracia e as dificuldades de se manter uma empresa, e se

dedicando a manter uma prestação de serviço de uso comum.

Em busca de serviços de qualidade e com preços mais acessíveis surgiu a idéia do projeto

aqui demonstrado.

1.5 Metodologia

Será adotada uma metodologia de pesquisa qualitativa fundamentada em três etapas:

pesquisas em materiais impressos, tais como os prospectos dos fabricantes dos equipamentos, de

pesquisas experimentais, como os medidores de sinal para conhecer bem a estrutura dos blocos de

Page 20: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

apartamentos e saber da viabilidade do uso de sinais RF (rádio frequência), pesquisa de campo, com

equipamentos já instalados. Alguns procedimentos iniciais serão seguidos e relatados, e deverão ser

considerados importantes, pois dependerá dessas análises para o sucesso do projeto.

O objeto de estudo será o condomínio Itapoã, localizada na Av. Dr. Sidney Chaves nº1239,

no bairro Edgar Pereira em Montes Claros MG. Um condomínio de 16 blocos, cada bloco com 04

andares, cada andar possui 04 apartamentos. Terreno plano e com visada direta entre os blocos.

Estrutura feita de alvenaria estrutural, em blocos de cimento.

Com a escolha do condomínio, é de extrema importância uma análise do local para saber a

viabilidade técnica, e estudo de equipamentos a serem utilizados, para que ao longo da implantação

não ocorram imprevistos que coloquem o projeto em risco. Conhecer o material no qual é feito as

paredes, se há espaço físico para passagem de cabos para pontos fixos, se há interferências externas

na faixa de frequência utilizada. Com esses dados tem-se uma idéia de quais equipamentos serão

utilizados, e de que forma será disponibilizado o acesso aos moradores.

1.6 Cronograma

No primeiro mês será feito uma análise do terreno, observando todos os aspectos físicos, tais

como material utilizado na construção dos blocos, geografia do terreno e disposição dos blocos,

para possíveis áreas de sombra.

A cotação do link será feita no mês seguinte, a fim de se obter o menor preço do mercado, as

empresas fornecedoras pedem aproximadamente 07 dias úteis para estudo de viabilidade, e só

depois deste estudo é repassado o valor cotado.

A partir do terceiro mês, será feita uma pesquisa de interesse no condomínio, para que seja

mostrada a viabilidade do projeto para os possíveis integrante do grupo de utilizadores do provedor.

E assim, montar o projeto da estrutura, para melhor adequação dos equipamentos.

No quarto mês toda cotação de preços de equipamentos será feita, e será reservado um prazo

para a transportadora fazer a entrega.

Nos próximos três meses, todas as configurações, e o processo de montagem da estrutura

serão feitas, e também serão aplicados os serviços adicionais.

Page 21: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

A partir do segundo semestre, todo o provedor será reavaliado, para possíveis correções e ou

alterações que sejam necessárias. Caso haja alguma correção ou alteração na configuração, esta será

feita ao longo do tempo de acordo com as necessidades.

Sétimo e oitavo mês será criado uma página de serviços, onde ficará a disposição da

administração do condomínio o anexo de avisos no mural eletrônico para os condôminos.

O nono mês é o período de análise para testes, onde poderá ser solicitado um upgrade de

link ou não, caso haja necessidade esta estrutura poderá suportar essa alteração sem quaisquer

mudanças internas, a não ser no ink contratado pela fornecedora.

Durante estes últimos meses, toda estrutura estará completamente montada e configurada,

algumas possíveis alterações poderão acontecer, mas este período será utilizado para cadastramento

de todos os moradores, com passagens de fios pelos quadros de distribuição internos dos blocos.

Com isso os pontos de acesso interno dentro de cada apartamento serão criados e os pontos de

acesso externos também serão instalados para uso de computadores e dispositivos portáteis, as

famosas zonas WiFi.

TABELA 1

Cronograma em meses dos processos a serem executados

Tempo decorrido em meses

Etapas doProjeto

1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º

Estudo e análise do

terrenoX

Pesquisa e cotação de

linksX

Pesquisa de interesse

no condomínioX

Escolha dos

equipamentosX X

Montagem e

configuração dos

equipamentos

X X X

Page 22: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Implementação de

serviços adicionaisX X

Período para re-

análise de dadosX X

Período de

cadastramento dos

moradores

X X X

Como pôde ser observado no cronograma da TABELA. 1, o prazo de implantação do

projeto é de 12 meses, com várias etapas em simultâneo. Algumas partes do projeto podem ser

concluídas com menor prazo, mas será mantido esse cronograma para melhor adequação dos

prazos.

Page 23: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Internet teve sua origem nos EUA, com a criação, pelo Departamento de Defesa, da rede

ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network), que, em 1969, interligou 04

instituições de Ensino e Pesquisa. Em meados de setembro do ano de 1971 haviam apenas 18

pontos interligados da rede ARPNET.

Primeiro acesso do Brasil na rede mundial foi em setembro de 1988, segundo informações

de Marcelo Sávio (2002) no 1º seminário de inclusão digital no Brasil. Segundo seus estudos e

pesquisas, o LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) no Rio de Janeiro ligou-se à

Universidade de Maryland (EUA) através de um link de 9600 Kbps e passou a fazer parte da rede

BITNET (Because It’s Time to Network), rede educacional para troca de mensagens. Em Fevereiro

de 1991, a FAPESP ligou-se à Internet e estendeu o acesso a outras instituições de SP, RJ, RS e

MG. Posteriormente criou a Rede ANSP (Academic Network at São Paulo), ligando diversas

instituições de ensino e pesquisa de SP entre si e com a Internet.

2.1 O que é Internet?

É um conglomerado de redes em escala mundial de milhões de computadores interligados

pelo TCP/IP que permite o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados. Carrega uma

ampla variedade de recursos e serviços, incluindo documentos interligados por meio de

hiperligações da World Wide Web, e a infraestrutura para suportar correio eletrônico e serviços de

comunicação instantânea e compartilhamento de arquivos. (SOUZA, STEVANS, 2011).

De acordo com a Internet World Stats (2010), 1,96 bilhôes de pessoas tinham acesso à

Internet em junho de 2010, o que representa 28,7% da população mundial. Segundo a pesquisa, a

Europa detinha quase 420 milhões de usuários, mais da metade da população. Mais de 60% da

população da Oceania tem o acesso à Internet, mas esse percentual é reduzido para 6,8% na África.

Na America Latina e Caribe, pouco mais de 200 milhões de pessoas têm acesso à Internet (de

acordo com dados de junho de 2010), destes, 76 milhões são brasileiros.

2.1.1 Protocolos TCP/IP

Transmission Control Protocol / Internet Protocol, ou TCP/IP, representa de certa maneira, o

conjunto das regras de comunicação na Internet e baseia-se na noção de endereçamento IP, isto é,

Page 24: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

fornece um (IP) a cada máquina da rede a fim de poder encaminhar pacotes de dados. Protocolos de

comunicação da camada de transporte (ENNE, 2009)

A escalabilidade da rede de computadores, é a capacidade de expansão de usuários ou

recursos sem que haja necessidade de alteração das redes ja existentes. Segundo Mark D. Hill,

“Escalabilidade é a característica de um sistema que indica sua habilidade de manipular uma porção

crescente de trabalho de forma uniforme, ou estar preparado para crescer”. Na FIGURA 1 é

ilustrado uma pequena parte da malha da rede mundial de computadores, com seus pontos centrais e

suas ramificações. Pode-se verificar escalabilidade da rede na FIGURA. 2.

FIGURA 1 - Visualização gráfica de várias rotas em uma porção da Internet mostrando a escalabilidade da rede

Fonte: (ALBANO, 2009)

Page 25: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 2 – Escalabilidade da rede, mostrando como a rede cresce a partir de novos pontos.

Fonte: (NEUTRON CONSULTORIA, 2012)

2.1.2 Protocolos de Segurança

WEP significa Wired Equivalent Privacy, e foi introduzido na tentativa de dar segurança

durante o processo de autenticação, proteção e confiabilidade na comunicação entre os dispositivos

wireless. Porém encontraram-se algumas vulnerabilidades e falhas que fizeram com que o WEP

perdesse quase toda a sua credibilidade.

WPA, WiFi Protected Access, esta surgiu com a necessidade de aumentar o nível de

segurança das redes sem fio, combatendo algumas das vulnerabilidades do WEP. Tem como

vantagem, melhorar a criptografia dos dados ao utilizar um protocolo de chave temporária (TKIP)

que possibilita a criação de chaves por pacotes, além de possuir função detectora de erros e um

mecanismo de distribuição de chaves.

WPA2, a principal diferença entre os dois é que o WPA original utiliza algoritmo RC4 (o

mesmo sistema de encriptação usado no WEP) e garante a segurança da conexão através da troca

periódica da chave de encriptação (utilizando o TKIP), enquanto o WPA2 utiliza o AES, um

sistema de encriptação mais seguro e também mais pesado.

Page 26: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

TKIP, Temporal Key Integrity Protocol, é um algoritmo de criptografia baseado em chaves

que se alteram a cada novo envio de pacote. A sua principal característica é a frequente mudança de

chaves que garante mais segurança.

AES, Advanced Encryption Standard, este garante uma maior segurança, porém exige mais

processamento. Isso pode ser um problema no caso dos pontos de acesso mais baratos, que utilizam

controladores de baixo desempenho. Muitos pontos de acesso e algumas placas antigas

simplesmente não suportam o WPA2 (nem mesmo com uma atualização de firmware) por não

terem recursos ou poder de processamento suficiente e existem também casos onde o desempenho

da rede é mais baixo ao utilizar o WPA2 por que o ponto de acesso não possui poder de

processamento suficiente.

Tanto ao usar o TKIP quanto ao usar o AES, é importante definir uma boa passphrase, com pelo

menos 20 caracteres e o uso de caracteres aleatório.

A passphrase é uma espécie de senha que garante o acesso à rede.

WPA-Enterprise (ou WPA-RADIUS), uma estrutura mais complexa, onde o ponto de acesso é

ligado a um servidor RADIUS, que controla a autenticação. A sigla “RADIUS” é o acrônimo de

“Remote Authentication Dial In User Service”, apesar do nome intimidador, o RADIUS é um

protocolo de autenticação de rede, que é utilizado por um grande número de outros serviços.

2.2 Meios de transmissão de dados

Segundo documentos técnicos do grupo de redes da UFRGS, os meios de transmissão de

dados servem para oferecer suporte ao fluxo de dados entre dois pontos. Usa-se o termo linha para

designar o meio de transmissão usado entre esses pontos. Essa linha pode ser de um par de fios (par

trançado), um cabo coaxial, fibras ópticas, comunicação por rádio frequência (wireless) ou por

satélites.

“Pode-se observar que os meios de transmissão são divididos em meios guiados e não

guiados” (TADAYUKI, 2010).

Uma comunicação é dita half-duplex (também chamada semi-duplex) quando se tem um

dispositivo transmissor e outro receptor, sendo que ambos podem transmitir e receber dados, porém

não simultaneamente, a transmissão tem sentido bidirecional. Durante uma transmissão half-duplex,

em determinado instante um dispositivo A será transmissor e o outro B será receptor, em outro

Page 27: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

instante os papéis podem se inverter. Por exemplo, o dispositivo A poderia transmitir dados que B

receberia; em seguida, o sentido da trasmissão seria invertido e B transmitiria para A a informação

se os dados foram corretamente recebidos ou se foram detectados erros de transmissão

(MORINOTO, 2008).

Uma comunicação é dita full duplex (também chamada apenas duplex) quando se tem um

dispositivo transmissor e outro receptor, sendo que os dois podem transmitir dados simultaneamente

em ambos os sentidos (a transmissão é bidirecional). Uma linha full-duplex pode transmitir mais

informações por unidade de tempo que uma linha half-duplex, considerando-se a mesma taxa de

transmissão de dados (MORINOTO, 2008).

As redes fast ethernet, segundo informações (MORINOTO, 2008), “em 1995 foi finalizado

o padrão Fast Ethernet (802.3u), que multiplicou por 10 a velocidade de transmissão, atingindo 100

Mbps”. Essas redes possuem três padrões distintos.

O Padrão 100BASE-FX de 100 Mbps para cabos de fibra óptica multimodo. Foi muito

pouco usado, mas oferecia a possibilidade de criar links de longa distância, com cabos de até 02 km

e a possibilidade de usar repetidores para atingir distâncias maiores.

Com a possibilidade de usar um único cabo de fibra em modo half-duplex, reduzindo a

distância máxima para apenas 400 metros (devido à necessidade de detectar colisões), o que

eliminava a maior parte das vantagens práticas sobre o 100BASE-TX, onde os 100 metros máximos

podem ser estendidos com a ajuda de repetidores.

Já o padrão de 100 Mbps para cabos categoria 3, o 100BASE-T4, que elimina o modo full-

duplex e utiliza todos os quatro pares do cabo, reduzindo, assim, a taxa de sinalização, utiliza uma

sinalização mais complexa onde um dos pares envia dados da estação para o hub, outro envia do

hub para a estação e os outros dois são alocados para uma direção ou outra, de acordo com quem

está transmitindo, de forma que apenas três dos pares são usados para transmitir dados

simultaneamente.

O mais usado é o 100BASE-TX, que é o padrão para cabos de par trançado categoria 5, ou

CAT5 e CAT5e utilizado em mais de 80% das instalações atuais. No 100BASE-TX foi mantida a

distância máxima de 100 metros, mas foi adicionado o suporte ao modo full-duplex, onde as

Page 28: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

estações podem enviar e receber dados simultaneamente (100 Mbps em cada direção), desde que

seja usado um switch.

Como os cabos CAT5 e CAT5e atendem bem as especificações, foi possível trafegar

utilizando apenas dois dos quatro pares de cabos (os pares laranja e verde), sendo um par usado para

enviar e o outro para receber.

Embora inicialmente fossem caras, as placas 100BASE-TX em versão PCI caíram

assustadoramente de preço. As placas mais baratas, de fabricantes como a Encore e a LG, chegaram

a ser vendidas em países da Ásia, por menos de 3 dólares. Isso aconteceu devido à concorrência

acirrada entre os fabricantes e ao avanço das técnicas de fabricação, que tornou a fabricação dos

chipsets de rede cada vez mais barato (UNDER_LINUX, 2011).

2.2.1 Par trançado

O cabeamento por par trançado, par de fios ou também chamado Twisted pair, foi um

sistema originalmente produzido para transmissão telefônica analógica, e é um tipo de cabo que tem

um par de fios no qual são entrelaçados um ao redor um do outro para cancelar as interferências

eletromagnéticas de fontes externas e interferências mútuas (linha cruzada ou, em inglês, crosstalk)

entre pares vizinhos. A taxa de giro (normalmente definida em termos de giros por metro) é parte da

especificação de certo tipo de cabo. Quanto maior o número de giros, mais o ruído é cancelado. Foi

um sistema originalmente produzido para transmissão telefônica analógica que utilizou o sistema de

transmissão por par de fios. Aproveita-se esta tecnologia que já é tradicional por causa do seu

tempo de uso e do grande número de linhas instaladas (DERFLEY, et al., 1994).

A matéria-prima fundamental utilizada para a fabricação destes cabos é o cobre, por oferecer

ótima condutividade e baixo custo, deve-se analisar com bastante cuidado a segurança contra

descargas elétricas. Um acidente com descarga elétrica em qualquer ponto da rede pode

comprometer toda a rede.

Todo o meio físico de transmissão sofre influências do meio externo acarretando em perdas

de desempenho nas taxas de transmissão. Essas perdas podem ser atenuadas limitando a distância

entre os pontos a serem ligados.

Page 29: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Existem 02 tipos de cabeamento de par trançado, que se diferem quanto a sua proteção ou

blindagem, o UTP e o STP (ROCHOL, 1996).

UTP (Unshielded Twisted Pair) – Par trançado não protegido, sem blindagem:

Basicamente são utilizados em linhas de telefonia;

Custo baixo;

Passível de interferência de FM;

Instalação simples e barata;

Cabo flexível, fácil manuseio;

STP – (Shielded Twisted Pair) – Par trançado protegido, com blindagem, ou manta metálica:

Proteção contra ruídos externos;

Alto custo;

Cabo com bitola maior, mais grosso e mais rígido;

A vantagem principal na utilização do par de fios ou par trançado é seu baixo custo de

instalação e manutenção em relação aos outros meios, considerando o grande número de bases

instaladas.

Os cabeamentos de par trançado, UTP e STP, possuem algumas classificações que os

distiguem quanto ao seu desempenho, e seguem uma norma de padrões adotados pela EIA/TIA-

568-B (Conjunto de três padrões de telecomunicações da associação das indústrias de

telecomunicações publicados em 2001). São divididos em 09 categorias ou classes, considerando o

tamanho da bitola e o nível de segurança do fio, onde os números maiores indicam fios com

diâmetros menores (COLCHER, 1995).

CAT1: é um cabo blindado com dois pares trançados compostos por fios 26 AWG

(American Wire Gauge, escala americana normalizada, unidade de medida utilizada para

padronização de cabos e fios). São utilizados por equipamentos de telecomunicação e rádio.

Foi utilizado nas primeiras redes Token-ring mas não é aconselhável para uma rede de par

Page 30: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

trançado. CAT1 não é mais recomendado pela TIA/EIA, ja que existem cabos de melhor

desempenho e proteção.

CAT2: são pares de fios blindados (para voz) e pares de fios não blindados (para dados).

Também foi projetado para antigas redes token ring E ARCnet chegando a velocidade de 4

Mbps. CAT2 não é mais recomendado pela TIA/EIA.

CAT3: usado para dados de até 10Mbits com a capacidade de banda de até 16 MHz. Por nao

ter blindagem é um cabo UTP, foi muito usado nas primeiras redes Ethernet criadas nos

anos noventa. Ainda utilizado para comunicação VOIP (Voz sobre IP), rede de telefonia e

redes de comunicação. CAT3 é recomendado pela norma EIA/TIA-568-B pois ainda é de

grande utilidade em alguns setores das telecomunicações, e seu custo é altamente viável

CAT4: é um cabo sem blindagem (UTP) que pode ser utilizado para transmitir dados a uma

frequência de até 20 MHz e dados a 20 Mbps. Foi muito utilizado em redes que podem atuar

com taxa de transmissão de até 20Mbps como token ring, 10BASET e 100BASET4. Não é

mais recomendado pela TIA/EIA pois foi substituido pelos cabos CAT5 e CAT5e.

CAT5: usado em redes fast ethernet em frequências de até 100 MHz com uma taxa de 100

Mbps. Não é mais recomendado pela TIA/EIA.

CAT5e: é uma melhoria da categoria 5. Pode ser usado para frequências até 125 MHz em

redes 1000BASE-T gigabit ethernet. Ela foi criada com a nova revisão da norma EIA/TIA-

568-B é recomendado pela mesma, e está entre as mais eficientes classes de cabos.

CAT6: definido pela norma ANSI EIA/TIA-568-B-2.1 possui bitola 24 AWG e banda

passante de até 250 MHz e pode ser usado em redes gigabit ethernet (redes de velocidades

de até 1.000 Mbps). É recomendado pela norma EIA/TIA-568-B.

CAT6a: é uma melhoria dos cabos CAT6. O a de CAT6a significa augmented (ampliado).

Os cabos dessa categoria suportam até 500 MHz e podem ter até 55 metros no caso da rede

ser de 10.000 Mbps, caso contrario podem ter até 100 metros. Para que os cabos CAT 6a

sofressem menos interferências os pares de fios são separados uns dos outros, o que

aumentou o seu tamanho e os tornou menos flexíveis. Essa categoria de cabos utilizam

conectores específicos que ajudam à evitar interferências.

Page 31: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

CAT7: foi criado para permitir a criação de rede 10 gigabit Ethernet de 100m usando fio de

cobre.

2.2.2 Cabo coaxial

O cabo coaxial é dividido em dois tipos: cabo coaxial fino (thinnet) ou cabo coaxial

10Base2, e cabo coaxial grosso (thicknet) ou cabo coaxial 10Base5. Hoje em dia, o cabo grosso já

quase não é mais utilizado. O cabo fino é utilizado na "Thin Ethernet" (HARDWARE, 2002).

A sua velocidade máxima de transmissão é de 10 Mbps. A grande vantagem deste tipo de

cabo é a sua resistência à interferências elétricas. A malha de metal que recobre este cabo cria uma

Gaiola de Faraday que protege os dados de fontes de interferência externa. Na FIGURA 3, pode-se

observar a estrutura interna do cabo.

FIGURA 3 – Cabo coaxial padrão Thin Ethernet

Fonte: Adaptada (COAXIAL CABLE MANUFACTURER, 2011)

2.2.3 Fibra óptica

Page 32: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

É produzido a partir de material de vidro ou de algum polímero altamente resistente à

corrente elétrica, e com alta capacidade de transmissão de luz. As ondas electromagnéticas mais

utilizadas são as correspondentes à gama da luz infravermelha (TECMUNDO, PERON, 2012).

Independentemente do material usado ou da aplicação, a transmissão da luz pela fibra segue

um princípio único, um feixe de luz é lançado numa extremidade da fibra e, pelas características

ópticas do meio (fibra), esse feixe percorre a fibra por meio de reflexões sucessivas, sendo refletido

durante todo o percurso até chegar a outra extremidade.

A fibra possui no mínimo duas camadas: o núcleo e o revestimento. No núcleo, ocorre a

transmissão da luz propriamente dita. A transmissão da luz dentro da fibra é possível graças a uma

diferença de índice de refração entre o revestimento e o núcleo, sendo que o núcleo possui sempre

um índice de refração mais elevado, e juntamente com o ângulo de incidência, acontece o efeito da

reflexão total.

As fibras ópticas são utilizadas como meio de transmissão de ondas electromagnéticas, no

caso a própria luz, uma vez que são transparentes e podem ser agrupadas em cabos.

É uma vantagem da fibra óptica o alcance e as taxas de transmissão elevadas, na ordem de

dez elevada a décima potência, de bits por segundo (na faixa de 40 Gbps) e uma atenuação

baixissima por Km. Como a luz se propaga no interior de um meio físico, sofrendo ainda o

fenômeno de reflexão, ela não consegue alcançar a velocidade de propagação no vácuo, que é de

300.000 km/s, sendo esta velocidade diminuída consideravelmente.

Cabos fibra óptica atravessam oceanos. Usar cabos para conectar dois continentes separados

pelo oceano é um projeto monumental. É preciso instalar um cabo com milhares de quilómetros de

extensão sob o mar, atravessando fossas e montanhas submarinas. Nos anos 80, tornou-se

disponível, o primeiro cabo fibra óptica intercontinental desse tipo, instalado em 1988, e tinha

capacidade para 40.000 conversas telefônicas simultâneas, usando tecnologia digital. Desde então, a

capacidade dos cabos aumentou. Alguns cabos que atravessam o oceano Atlântico têm capacidade

para 200 milhões de circuitos telefônicos (TECMUNDO, PERON, 2012).

De acordo com PERON, para transmitir dados pela fibra óptica, é necessário equipamentos

especiais, que contém um componente fotoemissor, que pode ser um diodo emissor de luz (LED) ou

um diodo laser. O fotoemissor converte sinais elétricos em pulsos de luz que representam os valores

Page 33: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

digitais binários (0 e 1). Tecnologias como WDM (CWDM e DWDM) fazem a multiplexação de

várias comprimentos de onda em um único pulso de luz chegando a taxas de transmissão de 1,6

Terabits/s em um único par de fibras. A FIGURA 4 mostra um cabo formado por várias vias de

fibra óptica.

FIGURA 4 – Conjunto de cabos de fibra óptica

Fonte: (INFOSALVADOR, 2011)

Hoje, ainda existem algumas desvantagens na utilização das fibras óptica, tais como a

fragilidade, o alto custo de produção e os equipamentos necessários para implementar e reparar o

sistema que utiliza cabos de fibra óptica. O custo elevado é devido à produção em menor escala,

tornando menos viáveis para uso doméstico, impedindo que essa tecnologia ganhe espaço. No

Brasil ainda é muito escasso, e seu acesso por meios de fibras ópticas ainda permanece restrito a

empresas de grande porte.

2.2.4 Comunicação via rádio frequência (wireless)

Page 34: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

As redes sem fio padrão IEEE (Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos) 802.11

também conhecidas como rede WiFi, é um meio de transmissão mais fácil, e hoje em dia atinge

padrões de qualidade excelentes. Por se tratar de um meio não guiado, aberto (broadcast), prático e

de custo relativamente muito barato, está se tornando o meio de comunicação mais utilizado. Vários

recursos são implantados e disponibilizados utilizando-se desse meio de transmissão

(OFICINADANET, 2012).

Os padrões IEEE 802.11 atualmente mais utilizados são:

802.11a - Chega a alcançar velocidades de 54 Mbps dentro dos padrões da IEEE e de

72 a 108 Mbps por fabricantes não padronizados. Esta rede opera na frequência de 5 GHz e

inicialmente suporta 64 utilizadores por ponto de Acesso. As suas principais vantagens são a

velocidade, a gratuidade da frequência que é usada e a ausência de interferências. A maior

desvantagem é a incompatibilidade com os padrões no que diz respeito a Access Points 802.11 b e

g, quanto a clientes, o padrão 802.11a é compatível tanto com 802.11b e 802.11g na maioria dos

casos, já se tornando padrão na fabricação dos equipamentos.

802.11b - Alcança uma velocidade de 11 Mbps padronizada pelo IEEE e uma

velocidade de 22 Mbps, oferecida por alguns fabricantes não padronizados. Opera na frequência de

2.4 GHz. Inicialmente suporta 32 utilizadores por ponto de acesso. Um ponto negativo neste padrão

é a alta interferência tanto na transmissão como na recepção de sinais, porque funcionam a 2,4 GHz

equivalentes aos telefones móveis, fornos micro ondas e dispositivos Bluetooth. O aspecto positivo

é o baixo preço dos seus dispositivos, a largura de banda gratuita bem como a disponibilidade

gratuita em todo mundo. O 802.11b é amplamente utilizado por provedores de internet sem fio.

802.11g - Baseia-se na compatibilidade com os dispositivos 802.11b e oferece uma

velocidade de 54 Mbps. Funciona dentro da frequência de 2,4 GHz. Tem os mesmos inconvenientes

do padrão 802.11b (incompatibilidades com dispositivos de diferentes fabricantes). As vantagens

também são as velocidades. Usa autenticação WEP estática já aceitando outros tipos de

autenticação como WPA (Wireless Protect Access) com criptografia dinâmica (método de

criptografia TKIP e AES). Torna-se por vezes difícil de configurar, como Home Gateway devido à

sua frequência de rádio e outros sinais que podem interferir na transmissão da rede sem fio.

Page 35: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

As redes locais sem fio, ou simplesmente WLAN’ s, constituem-se como uma alternativa às

redes convencionais com fio, fornecendo as mesmas funcionalidades, mas de forma flexível, de

fácil configuração e com boa conectividade em áreas prediais ou de campus. Dependendo da

tecnologia utilizada, rádio frequência ou infravermelho, e do receptor, as rede WLAN’ s podem

atingir grandes distâncias.

Sendo assim, as WLAN’s combinam a mobilidade do usuário com a conectividade e a

velocidades elevadas.

2.2.5 Comunicação via satélite

Meio de transmissão aberto ou broadcast, não guiado e muito abrangente. Existem vários

tipos de comunicação via satélite, várias frequências a serem trabalhadas, mas seu custo ainda é

muito elevado.

A conexão por satélite possibilita a instalação em localidades isoladas, sem acesso à rede de

qualquer outro meio de conexão, precisando de grandes investimentos em terra e,

consequentemente, de um estudo de viabilidade técnica e econômica para a instalação ou

implantação. Por isso que áreas remotas e pouco povoadas sempre ficam de fora das redes de alta

velocidade e alta qualidade (ERWIN, 2009).

A comunicação via satélite é tipicamente voltada para download, ou seja, operações em que

se consultam os dados de um provedor de conteúdo. Apesar de suportar upload’s, as empresas de

Internet via Satélite, não recomendam o uso dessa tecnologia para disponibilizar o conteúdo de um

servidor web, já que o tempo de resposta e a latência são elevados.

Assim, interligar as filiais com a matriz é perfeitamente possível, embora a comunicação

entre as filiais não seja a melhor, uma vez que todo tráfego deve ir ao satélite e à matriz antes de

chegar à outra filial. Porém, em aplicações de multicasting, ou seja, em que um mesmo conteúdo

deve ser entregue em diversos locais ao mesmo tempo, a aplicação por satélite é imbatível em custo

e desempenho.

Um sistema via satélite requer a instalação de uma antena parabólica e de um terminal de

satélite, que são equipamentos de custo elevado. Muitas vezes esses equipamentos são fornecidos

Page 36: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

em regime de aluguel. Por esse motivo, uma conexão à Internet tende a ter custo maior que as

soluções compartilhadas oferecidas pelo mercado (ERWIN, 2009).

2.3 Segurança de rede

Nenhum tipo de rede é totalmente segura, até mesmo redes a cabo sofrem diversos tipos de

vulnerabilidades. As redes sem fio são ainda mais vulneráveis do que as redes a cabo devido à

propagação do sinal em todas as direções.

A segurança é um ponto fraco das redes sem fio, pois o sinal propaga-se pelo ar em todas as

direções e pode ser captado a distâncias de centenas de metros utilizando um laptop com antena

amplificada o que torna as redes sem fio inerentemente vulneráveis à interceptação (OHRTMAN,

2003).

Existem vários protocolos de segurança disponíveis para utilização, com o intuito de

proteger e preservar todos os dados trocados na rede.

Existem também os princípios de segurança. Métodos para listar, estudar e correlacionar os

objetivos de segurança em Sistemas de Informação. São eles:

Confidencialidade ou privacidade: é a garantia de que os dados serão acessados apenas por

usuários autorizados. Ex.: uma interceptação de um e-mail e a leitura deste por parte de

alguém estranho à transação é um atentado à confidencialidade.

Integridade: evitar que dados sejam apagados ou alterados por pessoas não autorizadas. Ex.:

se um e-mail foi alterado antes de chegar ao destino, a integridade foi manchada, mas o

receptor não saberia disso até que tomasse a decisão embasada pelo conteúdo falso do e-

mail.

Disponibilidade: é a garantia de que um sistema estará disponível quando necessário. Ex.: ao

acessar um site e ele aparecer, ele estará disponível – se ele não aparecer ou não for possível

acessá-lo, o princípio da disponibilidade foi afetado.

Autenticidade: garantir que a informação é realmente de quem assina.

Page 37: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Ex.: quando você se comunica pela internet, com o site do seu banco, você tem completa

certeza que é com o seu banco que você está travando aquela troca de informações?

Autenticação: evita o acesso ou edição de dados, informações ou serviços por pessoas não

autorizadas.

Ex.: verificando a identidade digital do usuário em um sistema.

Consistência: certificar que um sistema atua de acordo com as expectativas dos usuários

autorizados.

Auditoria: proteger, evitar e punir atos maliciosos cometidos por usuários autorizados.

Ex.: políticas de conscientização, regras de acesso e uso.

Confiabilidade: garantir que, mesmo em condições adversas, o sistema atuará conforme

esperado.

Ex.: controle de tráfego aéreo.

Não-repúdio: garantir que o emissor ou executor de uma transação não poderá

posteriormente negar sua autoria.

Seguindo esses padrões tem-se uma segurança na rede controlada, podendo prevenir todo e

qualquer ataque.

2.4 Equipamentos utilizados

“Equipamentos com tecnologia totalmente compatível e trabalhando sempre dentro das

especificações e normas” (ANATEL, 2012).

2.4.1 Sistema operacional Mikrotik ou RouterOS

Segundo o próprio fabricante, “RouterOS é o sistema operacional das RouterBOARD.

Também pode ser instalado em um PC e transformá-lo em um roteador com todas as características

necessárias” (MIKROTIK, 2011).

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Sistema base usado nas Routerboard, utiliza o kernel customizado na versão 2.6, o mesmo

usado no Linux. É como um firmware para o hardware da RB. Porém, a grande diferença é que este

sistema também pode ser instalado em um computador como um sistema operacional comum.

(BARBOSA, iMASTER, 2009).

Este sistemas complexo, tem caracteísticas proprias para gerenciamento de redes, tratando

de forma simples e eficaz todos os recursos necessários para uma rede de qualidade e

confiabilidade. Dispoe de alguns recursos tais como, firewall roteamento, gerenciamento de banda,

ponto de acesso sem fio, link backhaul, hotspot gateway, servidor VPN e muito mais.

2.4.1.1 Hotspot

De acordo com Lima (2007), um hotspot é qualquer local em que o acesso a uma rede WiFi,

tipicamente com acesso à Internet, é disponibilizado ao público. Hotspot são considerados

importantes ferramentas de produtividade para pessoas que viajam a negócio e outros usuários

intensivos de serviços de rede.

Em termos técnicos, um hotspot consiste de um ou mais pontos de acesso wireless instalados

no interior de um prédio e/ou junto a áreas externas. Esses Access Points são tipicamente ligados

em rede a impressoras e/ou uma conexão de alta velocidade à Internet.

Alguns hotspot’s requerem a instalação de um aplicativo especial no computador cliente,

tipicamente para propósitos de tarifação e segurança, mas outros não precisam de configuração

adicional, bastando conhecer o nome SSID da rede.

2.4.1.2 ARP

O protocolo ARP tem um papel fundamental entre os protocolos, pois permite conhecer o

endereço físico de uma placa de rede que corresponde a um endereço IP; e por isso se chama

Protocolo de resolução de endereço (Address Resolution Protocol). 

O ARP (Address Resolution Protocol) faz companhia ao IP e ao ICMP na camada 3 do

modelo OSI, oferecendo justamente uma forma simples de descobrir o endereço MAC de um

determinado host, a partir do seu endereço IP. A estação manda um pacote de broadcast (chamado

Page 39: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

"ARP Request"), contendo o endereço IP do host destino e ele responde com seu endereço MAC.

Como os pacotes de broadcast são custosos em termos de banda da rede, cada estação mantém um

cache com os endereços conhecidos (MORIMOTO, 2008).

Cada máquina ligada à rede possui um número de identificação de 48 bits. Este é um

número único que é fixado a partir da fabricação da placa. Contudo, a comunicação na Internet não

se faz diretamente a partir deste número (porque seria necessário alterar o endereçamento dos

computadores cada vez que se alterasse uma placa de rede), mas a partir de um endereço dito

lógico, atribuído por um organismo: o endereço IP. 

Assim, para fazer a correspondência entre os endereços físicos e os endereços lógicos, o

protocolo ARP interroga as máquinas da rede para conhecer o seu endereço físico, seguidamente

cria uma tabela de correspondência entre os endereços lógicos e os endereços físicos numa memória

secreta. 

Quando uma máquina deve comunicar com outra, consulta a tabela de correspondência. Se

por acaso o endereço pedido não se encontra na tabela, o protocolo ARP emite um pedido na rede.

O conjunto das máquinas da rede vai comparar este endereço lógico ao seu. Se alguma se identificar

com esse endereço, a máquina vai responder à ARP que vai armazenar o par de endereços na tabela

de correspondência e a comunicação vai então poder ter lugar.

2.4.1.3 Rotas

Para uma máquina ser capaz de encontrar outra através de uma rede, é necessário um

mecanismo que descreva como ir de uma para a outra. Isto é chamado roteamento. Uma rota é um

par definido de endereços: um destino e um gateway. O par indica que se você estiver tentando

alcançar este destino, deve se comunicar através deste gateway. Existem três tipos de destinos:

máquinas individuais, sub-redes e padrão. A rota padrão é usada se nenhuma das outras rotas for

aplicável. Também existem três tipos de gateways: máquinas individuais, interfaces (também

chamadas de enlaces) e endereços físicos de hardware Ethernet, ou endereços MAC (FREEBSD,

2011).

2.4.1.4 Queues

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Recurso fácil e eficiente para controle de tráfego de usuários no Mikrotik. A maneira mais simples para limitar a taxa de dados de endereços IP específicos e ou sub-redes, é a utilização de simple queues (MIKROTIK, 2012).

Segundo informações do próprio fabricante Mikrotik, implementação do queues no Mikrotik RouterOS é baseado na hierarquia Token Bucket, que permite criar uma estrutura de queues hierárquico e determinar as relações entre os queues.

Em RouterOS, estas estruturas hierárquicas podem ser anexadas em 4 locais diferentes:

global-in: representa todas as interfaces de entrada em geral (queues de entrada).

global-out: representa todas as interfaces de saída em geral (queues de saída).

global-total: representa todas as interfaces de entrada e saída em conjunto (em outras palavras, é a agregação de global-in e global-out). Usado nos casos em que os clientes têm limite único para ambos, upload e download.

name> <interface: representa uma determinada interface de saída. Somente o tráfego que é designado para sair através desta interface passará pelo queues.

Há duas maneiras diferentes como configurar queues em RouterOS:

/queue simple - projetado para facilitar a configuração de tarefas simples e cotidianas.

/queue tree - para a implementação de tarefas de enfileiramento avançado.

2.4.1.5 DHCP

Dynamic Host Configuration Protocol é uma configuração automática e dinâmica de

computadores ligados a uma rede TCP/IP. É um protocolo altamente recomendado, pois facilita, e

até mesmo viabiliza, a gerência de grandes redes IP’s, assim como a vida dos usuários itinerantes

com seus computadores portáteis (MIKROTIK, 2012).

Para o perfeito funcionamento de um computador ligado a uma rede Internet, não apenas

precisa-se configurar o seu endereço IP, mas também uma serie de outros parâmetros de rede. Um

cliente DHCP busca encontrar um ou mais servidores DHCP que possam fornecer os parâmetros

desejados, para que sua maquina possa ser automaticamente configurada.

2.4.1.6 IP

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O endereço IP é uma sequência de números composta por 32 bits. Esse valor consiste em um

conjunto de quatro sequências de 8 bits. Cada uma destas, é separada por um ponto e recebe o nome

de octeto ou simplesmente byte, já que um byte é formado por 8 bits. O número 172.31.110.10 é um

exemplo. Repare que cada octeto é formado por números que podem ir de 0 a 255, não mais do que

isso (ALECRIM, 2011).

A divisão de um IP em quatro partes facilita a organização da rede, da mesma forma que a

divisão do seu endereço em cidade, bairro, CEP, número, etc, torna possível a organização das casas

da região onde você mora. Neste sentido, os dois primeiros octetos de um endereço IP podem ser

utilizados para identificar a rede, por exemplo. Em uma escola que tem, por exemplo, uma rede para

alunos e outra para professores, pode-se ter 172.31.x.x para uma rede e 172.32.x.x para a outra,

sendo que os dois últimos octetos são usados na identificação de computadores.

Resumindo, IP seria o endereço de cada máquina na rede. De acordo com a classificação e

organização das faixas de IP, tem-se uma maior facilidade na localização dos destinos.

2.4.1.7 NAT

NAT é um protocolo que, como o próprio nome diz (network address translation), faz a

tradução dos endereços IP e portas TCP da rede local para a Internet. Ou seja, o pacote enviado ou a

ser recebido de sua estação de trabalho na sua rede local, vai até o servidor onde é trocado pelo IP

do mesmo substitui o IP da rede local validando assim o envio do pacote na internet, no retorno do

pacote a mesma coisa, o pacote chega e o IP do servidor é trocado pelo IP da estação que fez a

requisição do pacote (AMADEU, 2004).

Network Address Translation, é uma técnica que consiste em reescrever os endereços IP de

origem de um pacote que passam por um router ou firewall de maneira que um computador de uma

rede interna tenha acesso à rede externa.

2.4.1.8 Winbox

Winbox é um pequeno utilitário que permite a administração de Mikrotik RouterOS, usando uma interface gráfica simples e rápido. É um binário nativo Win32, mas pode ser executado em Linux e Mac OSX utilizando o Wine (MIKROTIK, 2012).

Page 42: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Programa que cria uma interface gráfica amigável de fácil acesso, usada no Linux ou no

Windows para gerenciar as conexões feitas através do Mikrotik (MIKROTIK, 2012).

2.4.1.9 Dude

The Dude é uma aplicação gratuita por Mikrotik que pode melhorar dramaticamente a

maneira como você gerencia seu ambiente de rede. Verificando automaticamente todos os

dispositivos dentro das sub-redes especificadas, desenhando o layout de um mapa de suas redes.

Controla os serviços dos dispositivos e executa ações com base em mudanças de estado. Não apenas

controla, mas também gerencia os dispositivos (MIKROTIK, 2012).

The Dude, ou simplesmente Dude, é um software que roda em plataforma Windows, ou no

Linux via Wine, e serve para montar um mapa da rede, adicionando assim monitoramento de hosts,

links, avisos sonoros, visuais e por emails.

2.4.2 Routerboard’s

Segundo Barbosa publicou no iMaster (2009), routerboard é uma placa controladora, assim

como uma Motherboard para PC's comuns, voltada para o uso de redes, mais precisamente como

roteador.

Pode ser resumida como uma série de produtos Mikrotik, que trabalham com o RouterOS

juntamente com uma linha de hardware próprio. É projetado para provedora de pequeno e médio

porte, oferecendo acesso banda larga via rede sem fios. São equipamentos de rádio ou roteadores

compactos, que podem montar links com alta capacidade de tráfego, inclusive utilizando duas

antenas e uma configuração especial chamada Nstreme. Além disso, conta com inúmeras

ferramentas de análise e monitoramento. A FIGURA 5 mostra uma RB433ah, com 3 portas ethernet

e 3 slot’s para conexão de cartões mini PC, a FIGURA 6 é um exemplo de RB411ah, com 1 porta

ethernet e um slot para cartão mini PCI. Ambas são modelos de RB’s muito utilizadas em

servidores de internet banda larga.

Page 43: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 5 - Routerboard da Mikrotik Rb433ah

Fonte: (MIKROTIK, 2011)

FIGURA 6 - Routerboard da Mikrotik Rb411ah

Fonte: (MIKROTIK, 2011)

2.4.3 Cartões mini PCI

É um dispositivo de hardware, compativel com slot mini-PCI de alta potência e

desempenho, este equipamento é a solução para enlaces de alto desempenho e estabilidade (UBNT,

2011).

O Cartão MiniPci destaca-se no mercado de adaptadores para uso em distribuição de sinal

WiFi por sua praticidade, um cartão MiniPci Slim que opera na frequência de 2.4GHz 5.8GHz em

modulação ODFM e DSSS, além da capacidade de oferecer altas taxas de tráfego no padrão

802.11n utilizando o modelo MIMO 1x1.

Page 44: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Este tipo de cartão é projetado para aplicações de alto tráfego que necessitam grande

desempenho e estabilidade, com resultados diferenciados e maior capacidade de transferência de

dados. 

Este cartão possui em sua estrutura uma entrada de conector MMCX, conector que

possibilita maior atenuação à ruídos além de blindagem contra interferências externas.  É

compatível com produtos de padrões IEEE 802.11a/n, com os padrões de Criptografia WPA,

WPA2, WEP 64/128 bits, TKIP e AES, podem operar no padrão 802.11n que possibilita maior

capacidade de throughput obtido em enlaces (UBNT, 2011).

Equipamento ideal para aplicações de Distribuição de sinal WiFi de alto desempenho, sua

utilização se aplica a empresas, provedores de acesso a internet, cidades digitais e prefeituras, Ponto

a Ponto e Ponto Multi Ponto, Links de tráfego de imagens e voz sobre IP.

FIGURA 7 mostra respectivamente 2 cartões mini PCI, XR2 e XR5, cartões que trabalham

em frequencias de 2.4GHz e 5.8GHz respectivamente.

FIGURA 7- Cartões XR2 e XR5 respectivamente

Fonte: (UBNT, 2011)

2.4.4 Antenas

Basicamente, existem dois tipos de antenas para distribuição de Internet, as direcionais e as

omnidirecionais. A escolha adequada do tipo de sistema irradiante é de fundamental importância

para o sucesso do projeto, então é importante se preocupar com algumas informações.

Page 45: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Distância: a antena deve atender uma distancia maior do que a desejada, para que não

trabalhe em sua capacidade máxima, evitando que os sinais cheguem mais fracos do que a

aplicação exija.

Largura de onda: é diretamente ligada ao alcance da antena, sua medida é dada em graus, e

quanto mais larga for a onda, menor será a área coberta. Entretanto as ondas mais largas

compensam os fatores ambientais, tais como vento que afetam adversamente a performance

do sistema irradiante.

Ganho: o ganho de uma antena é medido em dB, sendo sua unidade expressa em dBi onde a

letra "i" indica que o sinal máximo da antena foi comparado com o sinal de uma antena

isotrópica, colocada no mesmo lugar. A largura e direção da área atingida pela irradiação de

uma antena com seu ganho máximo a meia potência, chama-se de lóbulo de irradiação, o

qual tem como medida seu ângulo de abertura e seu sentido de direção pode ser horizontal

ou vertical.

O ganho depende da sua diretividade e de seu Rendimento ou eficiência de

transmissão.

O que determina a Capacidade de Transmissão da antena é Potência dada em Watts e

se você quiser saber a potência a uma distância x da fonte transmissora deverá conhecer sua

Densidade de Potência Média dado por W/m².

O Ganho é expresso em dBi, e é o aumento da potência do sinal após processado por um

dispositivo eletrônico. Usualmente, ganhos maiores revertem em distâncias maiores, contudo

maiores distâncias exigem largura de onda menor e margem de erro muito menor. Para evitar esses

problemas alguns fatores, como: vento e prédios existentes no trajeto do sinal devem ser

considerados no projeto da rede wireless. (MORIMOTO, CARLOS, 2008)

2.4.4.1 Omnidirecionais

Também conhecidas como dipolos, são sistemas irradiantes que cobre uma área de 360°,

como pode ser verificado na FIGURA 9 a partir de seu diagrama de irradiação, é comumente

utilizadas em áreas amplas e abertas, para comunicação de várias estações com a base de dados.

Page 46: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Na FIGURA 8 é mostrado um exemplo de antena omnidirecional, seu formato é simples e

discreto, podendo ser afixado em locais abertos que terão pontos de acesso ao seu redor.

FIGURA 8 – Antena dipolo (omnidirecional)

Fonte: (LINKTECK, 2010)

Segundo Cesar (2006) esta antena Irradia a energia igualmente em todas as direções em

torno do seu eixo. Antenas dipolo usadas em WLAN são muito pequenas, porque as frequências em

uma WLAN estão no espectro de 2.4GHz, e à medida que a frequência aumenta, o comprimento de

onda e as antenas se tornam menores.

Uma antena omnidirecional irradia o sinal em um feixe horizontal de 360º. Se uma antena

irradia em todas as direções igualmente, formando uma esfera, ela é de irradiador isotrópico.

(CESAR, 2006)

Page 47: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 9 – Diagrama de irradiação de um dipolo (omnidirecional)

Fonte: (SABER ELETRÔNICA, 2010)

2.4.4.2 Direcionais

Seus sinais se concentram em uma única direção, podem ser de alcance curto e amplo, ou

longo e estreito. Quanto mais estréio o sinal, maior é a distância de alcance. É muito utilizada em

estações remotas para fazer comunicação entre as estações com uma ou mais estações base.

As antenas direcionais podem ter uma variação de tipos e modelos, não levando em conta

sua frequência e sim sua construção, cada qual com sua aplicação para determinado caso.

2.4.4.2.1 Parabólica

Essas antenas recebem o sinal em forma de cone, e são utilizadas para aplicações em longas

distâncias. Essas também possuem outra variação, que são as semi-parabólicas, que recebem o sinal

em forma de elipse, como mostrado na FIGURA 11. Essas antenas do modelo grid ou grade,

FIGURA 10, são as menos susceptíveis a ação do vento, pois o vento passa por sua estrutura que é

feita em forma de gaiola, alcançam grandes distancias, em torno de 40 a 50 km. Comumente

utilizadas em clientes finais, tanto em frequências 2.4GHz ou 5.8GHz.

Page 48: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 10 – Antena direcional tipo grid (grade) em 2.4GHz da OIW

Fonte: (LINKTECK, 2010)

FIGURA 11– Antena direcional tipo disco 5.8GHz da OIW

Fonte: (LINKTECK, 2010)

2.4.4.2.2 Setoriais ou Painéis setoriais

Como exemplificado pela FIGURA 12, são de formato plano, e normalmente montadas em

paredes ou superfícies sólidas. Podem ser de uso indoor ou outdoor (interno ou externo). Muito

utilizada para links entre edificações.

Page 49: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 12– Modelo de painel setorial 2.4GHz da OIW

Fonte: (LINKTECK, 2010)

2.4.5 Roteador

O roteador (ou router) é um hardware utilizado em redes de grande porte. Sendo mais

“inteligente" que o switch, pois tem a capacidade de escolher a melhor rota que um determinado

pacote de dados deve seguir para chegar a seu destino. Os dados chegam da origem já com o

destino traçado, não é enviado para todas as portas. Os roteadores utilizam cálculos de custo de

rotas, para saber o caminho (ou rota) mais curto para os dados percorrerem.

Existem basicamente dois tipos de roteadores:

Estáticos: é o mais barato, escolhe o menor caminho para os dados sem se preocupar com o

congestionamento da rota.

Dinâmicos: equipamento mais robusto, mais sofisticado e consequentemente mais caro,

consideram se há ou não congestionamento na rede. Ele traça uma rota baseada em cálculos,

que mesmo não sendo o mais curto, pode ser o mais rápido devido ao congestionamento de

dados na rede. Alguns são capazes de fazer compressão de dados para elevar a taxa de

transferência.

Page 50: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

2.5 Normas da ANATEL

Alguns padrões têm que ser seguidos, para cumprimento às normas da ANATEL. Segundo a

resolução 365, publicada no Diário Oficial, a ANATEL estabelece condições para os serviços de

WiFi como utilização de duas faixas de frequências, 2,4GHz e 5GHZ e potência máxima de

400mWatts.

Algumas normas da ANATEL devem ser seguidas a risca, os equipamentos utilizados

devem ser homologados pela mesma, isso tudo para não comprometer o projeto e também para não

causar interferências em outros meios de comunicação.

Este projeto fará uso das 02 frequências permitidas, 5.8GHz para o PTP (ponto a ponto do

link), aonde chegará o link dedicado, já que essa frequência permite uma banda maior e menos

interferências, que poderiam prejudicar a qualidade do link, e a distribuição será feita em 2.4GHz,

já que os equipamentos nesta frequência são mais baratos e de fácil acesso ao morador.

 2.5.1 SCM

Serviço de Comunicação Multimídia, essa é a licença exigida pela ANATEL para

provedores de acesso à internet, mas com o uso coletivo, e seguindo as normas da própria agencia

regulamentadora, tem a seguinte conclusão dada pelo Sr. Marcelo Miranda, especialista em

regulação da Anatel-MG, em e-mail datado em 18/04/2011.

Considerando os seguintes instrumentos sob consulta à Anatel (2011),

1- Lei Nº 9472/1997 - LGT, art. 131;

2- Lei Nº 9472/1997 - LGT, art. 75;

3- Res. Nº 73/98 - art. 18;

4- Res. Nº 506/2008;

5- Res. Nº 397/2005;

Os instrumentos acima estão disponíveis no site da Anatel (2011) Concluí-se que: 

Page 51: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

- Sendo o condomínio uma pessoa jurídica (assim dotada de CNPJ), o qual contratará um

link de acesso à internet com algum provedor devidamente licenciado, ele poderá

disponibilizar esta banda de acesso aos seus condôminos, desde que:

- A disponibilização acima referenciada ocorra apenas dentro dos limites da propriedade do

condomínio. Ou seja, os condôminos podem receber esta banda apenas em sua propriedade

dentro do condomínio, não podendo recebê-la em algum outro imóvel que possua fora do

condomínio; 

- O custeio deste link de acesso contratado pelo condomínio poderá ser rateado entre estes

condôminos; 

- O provedor de internet contratado pelo condomínio deverá ter ciência de que a banda

contratada será disponibilizada aos condôminos, podendo, inclusive, haver menção no

contrato entre as partes. 

- Se a disponibilização da banda for feita empregando radiofrequência, é necessário estudo

sobre a frequência que será usada para tal tarefa, pois sendo usadas frequências de radiação

restrita, então as Resoluções Nº 506/2008 e Nº 397/2005 devem ser observadas;

- Outras frequências podem exigir outorga de outros serviços de telecomunicações. 

- Havendo o interesse pelo uso de canais de radiofrequências, deve-se informar às

frequências que serão usadas em nova direta com a ANATEL. 

- Se o condomínio não for constituído como pessoa jurídica (sem CNPJ), então ele não

poderá contratar este link de acesso e não poderá disponibilizar aos seus condôminos. Da

mesma forma, nenhum condômino pode contratar um link e distribuir aos seus vizinhos do

mesmo condomínio, mesmo que não exista cobrança.

Page 52: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

3. TRABALHO DESENVOLVIDO

Este trabalho será desenvolvido em um condomínio fechado localizado na região norte de

Montes Claros – MG. A FIGURA 13 mostra de forma simplificada a idéia do projeto.

FIGURA 13– Esquema simplificado do projeto

3.1 Estudo do local a ser implantado o projeto

Será feito um estudo de caso para implantação de um provedor de internet para atender um

grupo de 16 blocos, cada um com 16 apartamentos, sendo 04 apartamentos por andar. A disposição

dos blocos pode ser visto nas FIGURAS 14 e 15, na maquete eletrônica da planta do condomínio e

na vista aérea do local, a escolha do melhor ponto de distribuição também será feita a partir desses

dados. Evitando assim desperdícios com fios em excesso e área não cobertas pelo sinal ou com

interferências.

BLOCO 01

BLOCO 03

BLOCO 02

BLOCO 04

BLOCO CENTRA

L

LINK

Este link poderá ser entregue via fibra ótica,

dependendo da disponibilidade.

Page 53: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 14– Visão geral do condomínio Itapoã

Fonte: (TENDÊNCIA ENGENHARIA, 2010)

A distribuição do sinal tem que ser feita de forma a restringir ao máximo a cobertura para

dentro do condomínio. Assim, têm-se menos preocupações quanto à segurança da rede.

FIGURA 15- Vista aérea do condomínio Itapoã - Montes Claros MG.

Fonte: (GOOGLE EARTH, 2012)

Fazendo uma análise do terreno do condomínio em que será implantado este projeto, têm-se

a visão clara de possíveis pontos de “sombra”, que nada mais são que áreas onde o sinal não

chegará, ou chegará com baixa qualidade. Com essas informações pode-se fazer a escolha do

Page 54: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

sistema utilizado para distribuição do sinal, escolha dos equipamentos, cálculo de ganho das

antenas, e em seguida montagem de toda estrutura em questão.

3.2 Contratação do link

A definição de qual empresa será contratada para fornecer o link, é um dos principais fatores

que contribuirão diretamente no valor do projeto e na qualidade do mesmo. Baseado na quantidade

de pontos a serem atendidos, tem-se a idéia de quanto link será necessário. Serão 256 apartamentos

com mínimo 300Kbps para cada cliente, porém com link dedicado. Isto é, no pior das hipóteses, se

todos os usuários se conectarem ao mesmo tempo, ainda terá uma conexão melhor que uma banda

larga de 300Kbps disponível no mercado.

De imediato serão cotados links de 2MB. Na região de Montes Claros/MG. O processo

encontra-se em análise de viabilidade, mas já se tem algumas cotações de empresas fornecedoras de

links dedicados:

EMBRATEL

INTELIG

OI/TELEMAR

ILIG

CONNECT

Dessas cinco citadas, apenas a INTELIG atende diretamente com fibra óptica, o que dá uma

qualidade muito superior, já que o link vem diretamente da fonte para o circuito. Porém a ILIG

recebe o link da INTELIG e repassa com valores melhores, por terem uma grande quantidade de

link contratado, e seus links já são enviados diretamente de seu backbone.

O backbone no contexto de redes de computadores significa rede de transporte, ou

simplesmente é o termo utilizado para identificar a rede principal pela qual os dados de todos os

clientes da Internet passam. É a espinha dorsal da Internet.

Esta rede também é a responsável por enviar e receber dados entre as cidades brasileiras ou

para países de fora. Para que a velocidade de transmissão não seja lenta, o backbone utiliza o

Page 55: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

sistema “dividir para conquistar”, pois divide a grande espinha dorsal em várias redes menores.

Também é no backbone que os bloqueios de acesso a sites restrito são feitos, pois algumas regiões

no mundo não permitem determinados tipos de acesso.

Um link dedicado full duplex é basicamente uma conexão permanente com um provedor de

Internet, com transmissão e recepção de mesma velocidade (upload = download). São conexões de

alto desempenho, 24 horas por dia.

No link dedicado, a banda contratada tem 100% de garantia, diferentemente dos serviços de

banda larga, que garantem 10% da banda contratada.

Além da taxa de transmissão e recepção serem menores, o tempo de resposta da banda larga

é maior, isso por se tratar de uma conexão compartilhada com com outros usuários, podendo chegar

a 8 vezes maior que a tempo de resposta de um link dedicado.

Sabendo disso, um comparativo com 256 clientes simultâneos trafegando com 2048kbps

dedicados (2 MB) sem limitação de banda, tem-se 8kbps para cada cliente em tempo real, constante.

Em um link de 300kbps banda larga teria uma taxa de transmissão de no máximo 30kbps, sendo que

o tempo de resposta seria 8 vezes maior, portanto equivalente a 3,75kbps.

Nessa rede de 256 clientes com um link dedicado, seria pouco provável que todos os clientes

estejam trafegando ao mesmo tempo, e ainda existem recursos para melhorar o tráfego e diminuir o

consumo do link, como por exemplo o cache. Um recurso onde é armazenado em disco no servidor

os arquivos de download recentes, para que numa próxima solicitação do mesmo arquivo, ja não

seja necessário baixá-lo fora da rede, e sim solicitá-lo do servidor interno, não ocupando a banda

contratada do link, aumentando o rendimento.

O fornecimento do link, deve ser feito por empresa devidamente licenciada pela ANATEL, e

ter a possibilidade de upgrade de banda, pois com o tempo, caso haja necessidade o link poderá ser

expandido dando assim a possibilidade de conexões mais rápidas para todos os usuários do serviço,

sem precisar alterar nada na configuração interna dos equipamentos do provedor de acesso do

condomínio.

Page 56: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Orçamentos enviados juntamente com estudo de viabilidade mostram valores cobrados pelo

link solicitado de 2MB full, a garantia do link também é um fator determinante na escolha da

empresa contratada.

O link escolhido na TABELA 2 foi o da ILIG. Com isso, mensalmente tem-se um custo fixo

de R$1590,00 (hum mil quinhentos e noventa reais) referente ao link.

TABELA 2

Tabela de orçamentos enviada juntamente com o estudo de viabilidade para o local.

NOME DO PROVEDOR

PREÇO DO LINK

GARANTIA DO LINK

EMBRATEL R$ 1.999,00 99,90%

INTELIG R$ 2.200,00 99,90%

OI/TELEMAR R$ 2.600,00 99,80%

ILIG R$ 1.590,00 99,90%

CONNECT R$ 1.999,00 90,00%

PREÇO PARA 2MB FULL RANGE COM CONTRATO DE 24 MESES ATRAVÉS DO CNPJ DO CONDOMÍNIO.

3.3 Montagem e configuração

Será montada uma torre para recebimento do link na frequência de 5.8GHz, através de uma

antena tipo disco OIW 21 dBi dupla polarização. Este link chegará na RB750g (Routerboard), ou

concentrador, onde estarão todos os serviços e recursos disponíveis para os usuários. Esta RB750g

funcionará como servidor, onde será feito todo o controle de dados, tráfego e segurança.

Do concentrador, através de cabo UTP CAT5, o link será distribuído para os painéis 2.4GHz

(para abertura de sinal wireless) e 5.8GHz (para PTP com os blocos, onde o sinal será repassado aos

apartamentos), ambos montados com RB433 em modo bridge, receberia o sinal vindo de outro

local, e de forma transparente, repetia todas as configurações daquela bridge como se viesse direto

do servidor.

Page 57: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Cada RB pode receber até 3 cartões mini PCI, e nelas serão utilizados cartões XR2 e XR5,

com potências de 300mWatts. Que ficaram abertos para área externa do condomínio, fazendo com

que toda a área do condomínio seja “fechada” pela cobertura.

Cada bloco receberá o link de um PTP (ponto a ponto) vindo dos painéis em 5.8 GHz, e será

distribuído para o interior dos blocos através de pontos fixos instalados em cada apartamento.

Caixas de distribuição serão montadas com swicht’s para estruturação da rede, separando as faixas

de IP de cada bloco>andar>e apartamento, facilitando assim a localização e identificação do

usuário. Na FIGURA 16, é mostrado um modelo com uma exemplificação do que seria um swicht

de 16 portas, sendo 4 portas para cada andar do bloco.

FIGURA 16– Modelo de como será a distribuição do sinal nos blocos

Servidores Mikrotik se adéquam a este caso por obterem áreas de cobertura desejadas, com

controle individual de ganho e abertura, controle de segurança mais adequado, serviços agregados

ao condomínio, e preços altamente viáveis ao projeto.

Swicht

4º Andar

3º Andar

2º Andar

1º Andar

Painéis 5.8 GHz

Antena PTP 5.8 GHz

BLOCO 04

BLOCO CENTRA

L

Modelo mostra como a rede será distribuída no interior dos blocos. Através de cabeamento UTP, ou par trançado.

RB433

RB750g

Page 58: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Pela geografia estudada do terreno, sabe-se que será necessária a montagem de uma torre de

recepção do link de 1,50 metros no alto do bloco 05 ou 08, para compensar o desnível em relação

aos outros blocos, que se encontram no centro do terreno. Deste bloco será feito a distribuição do

sinal por painéis setoriais com abertura de 120° e ganho máximo de 15 dBi e para receber o link

uma antena modelo disco unipolar de 21 dBi.

Com toda essa informação, e tendo definido tipo de antena, falta saber qual potência

trabalhar. Pretende-se colocar cartões XR2 e XR5 nas placas de gerenciamento (placas que farão o

controle de todo o processo de distribuição, roteamento, segurança e controle de usuário), cartões

com potência máxima de 400mWatts (valor máximo permitido pela ANATEL), suficiente para a

área que será atendida.

Para gerenciamento, será configurado um servidor Mikrotik em uma Routerboard ou

simplesmente RB, modelo Rb433ah de onde será feito todo o gerenciamento e controle de

distribuição. E para receber o link será instalada uma Rb411ah e uma antena direcional disco na

frequência de 5.8GHz.

3.3.1 Mikrotik Os ou RouterOS Instalação e configuração

Todo o processo de controle será feito no concentrador, este tratará os dados de forma

programada, liberando banda, acesso e disponibilizando serviços.

3.3.2 Configuração

A definição de como será a configuração final, dependerá de algumas informações que

deverão ser tratadas com a administradora do condomínio. A autorização para uso também de

pontos físicos em cada apartamento e o local exato da montagem do servidor, isso influenciará na

configuração final do projeto.

3.3.2.1 Address

Primeiro passo na configuração do Mikrotik é introduzir o IP nas interfaces. Para isso,

alguns passos devem ser seguidos:

Menu IP>Address:

Page 59: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

o Crie um novo endereço IP (dentro da faixa do link, com a máscara de rede). Defina a

interface correta a qual o link está ligado, caso contrário não irá funcionar. Veja na

FIGURA 17 que a interface selecionada foi a “LINK”.

FIGURA 17 – Tela de configuração dos endereços de IP no Mikrotik.

Após criar o endereço, e clicar em OK, automaticamente os endereços de network e

broadcast serão preenchidos. Estes endereços são criados automaticamente de acordo com a

máscara de rede.

3.3.2.2 Configurar a rota de saída (ROUTER)

Menu IP>ROUTER

o Crie uma nova rota, e como na FIGURA 18, defina apenas o endereço de gateway

(este é o endereço do link). Não é necessário colocar a máscara de rede. Note que

estando tudo certo, o campo "interface" desta nova regra, será preenchida

automaticamente (com a interface onde está ligado o link).

Page 60: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 18 – Tela de configuração de rotas.

3.3.2.3 Configurar DNS

Menu IP>DNS

o Abra o botão "settings", será apresentada uma tela como a da FIGURA 19, e

configure o DNS primário e secundário do seu link (fornecido pela empresa a qual o

link foi contratado).

FIGURA 19 – Tela de configuração do DNS.

3.3.2.4 Hotspot

Page 61: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Por medida de segurança e pela necessidade de utilização do recurso, foi escolhido o hotspot

para autenticação na rede, e assim liberar o link para navegação. Este recurso agrega valores para o

condomínio, pois disponibiliza serviços como o mural de recados, onde poderão ser inseridos avisos

importantes, classificados, informativos, etc.

O hotspot utiliza-se de scripts de programação em HTML, que comparam o nome de usuário

e senha, com a lista de ARP, todos os dados estando em conformidade, o usuário então é liberado,

saindo da pagina inicial de login e tendo acesso a Internet. Com isso pode-se controlar todos os que

têm acesso à rede interna.

Nesta tela serão apresentados notícias e recados de interesse interno do condomínio, que

poderão ser atualizados periodicamente, de acordo com a necessidade. A FIGURA 20 mostra a tela

atual do projeto.

FIGURA 20 – Tela de Hotspot utilizada para serviços e autenticação criada para atender este projeto.

A configuração de um Hotspot é simples e os passos a seguir serão bem intuitivos.

Page 62: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Em IP, sub-menu Hotspot, FIGURA 21, na aba Servers, é configurado o servidor de hotspot.

Em setup, é feito a configuração até o fim desta etapa.

FIGURA 21- Tela de configuração hotspot no Mikrotik.

Em “Select Interface to run hotspot on”, selecione a interface em que o os clientes estarão

conectados. Em seguida “Next”.

Em “set HotSpot address for interface”, será definido o IP da rede e sua máscara, neste caso

uma máscara de 24 bits terá uma faixa de 254 IP’s, uma máscara de 23 bits serão 510 IP’s. Esta

máscara é colocada após o endereço de IP, antecedido de “/”, como é exemplificado na FIGURA

22. Em seguida “Next”. Como o número de usuários, ou apartamentos, total são de 256 para todas

as interfaces (a cabo ou sem fio), será adotado a máscara de 23 bits.

FIGURA 22- Tela de configuração com um modelo de IP com máscara de 24 bits.

Na próxima tela, “Set pool for HotSpot address]”, o pool é justamente a faixa de IP que

estará disponível para os clientes, e será definido automaticamente a partir do IP e máscara de sub-

rede que foi definido anteriormente. Em seguida “Next”.

Page 63: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

Próxima tela, “Select hotspot SSL certificate”, a certificação digital é uma forma de garantir

que o sistema é seguro para os usuários, o sistema Mikrotik trabalha com certificação digital. Na

FIGURA 23 não será utilizado a certificação de imediato, deixe esta opção em “none” e clique em

“Next”. Isso não impede que futuramente, caso haja necessidade, a certificação digital seja adotada.

FIGURA 23- Tela de configuração onde não foi utilizada a certificação digital.

“Select SMTP server”, essa configuração não abortará serviços de SMTP, por tanto ficará

0.0.0.0 onde o IP é solicitado. Em seguida “Next”.

“Setup DNS configuration”, como já foi configurado o DNS anteriormente, o sistema

preencherá automaticamente esta etapa. Mais uma vez, “Next”. Próxima tela, “DNS name of local

hotspot Server”, não será utilizado. Novamente “Next”.

Finalizando a criação do hotspot, a tela seguinte “Create local HotSpot user”, Ficará em

branco, e finaliza-se em “Next”.

Com o hotspot pronto, tem-se que criar os perfis de limitação de banda. Estes perfis

definirão como os usuários cadastrados acessarão a internet, com quais velocidades de transmissão

e recepção irão trabalhar.

É necessário criar um usuário e uma senha para cada máquina que será liberada para acessar

a rede. Isto será feito na aba “Users” em IP>Hotspot, na tela mostrada na FIGURA 24.

Page 64: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 24- Tela de configuração de criação de usuários.

Pode-se verificar quais os usuários que estão conectados através da aba “Active” dentro de

IP>Hotspot.

3.3.2.5 ARP

Os computadores que farão parte da rede, deverão estar obrigatoriamente cadastrados na

lista de ARP (Address Resolution Protocol), com seu IP ( Internet Protocol, endereço do host na

rede) “amarrado” ao MAC (Media access control address, nome do host na rede), ou seja, somente

aquela máquina com aquele endereço físico, aquele MAC, poderá entrar com aquele endereço de

IP. Impedindo que usuários não castrados em nossa lista de Arp possam navegar, ja que esta lista

será utilizada na autenticação do login do hotspot.

3.3.2.6 Queues

Controle de banda é feito através de um recurso do Mikrotik chamado de Queues, onde o

endereço de IP é liberado para trafegar em uma determinada faixa de recebimento (RX) e

transmissão (TX).

Page 65: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

O hotspot cria o perfil Queues de acordo com cada usuário, baseado no login e senha e no

perfil em que ele foi criado.

3.3.2.7 Servidor DHCP

O primeiro passo é acessar o Mikrotik e em seguida configurar o Pool. Uma das

características do Mikrotik é ter as funções de integração de serviços separados. Assim, para

configurar o DHCP, primeiro deve-se definir o Pool de IPs que serão distribuídos na rede. Em

IP>Pool, em “Add”, será preenchido os campos conforme necessidades da rede.

Agora será preciso configurar apenas as informações da rede em que o DHCP irá distribuir

aos clientes. Ainda na janela do DHCP Server clique na aba Network e em seguida Add.

Seguindo todos os passos a configuração do DHCP Server estará completa, a tela é a

mostrada na FIGURA 25.

FIGURA 25– Tela de configuração com exemplos de faixas de IP e máscara de rede.

Agora, configura-se o DHCP Cliente em Interface. IP>DHCP Client. Em “Add” deve-se

preencher de acordo com a interface. Na FIGURA 26, mostra a opção de interface que se deve

alterar.

Page 66: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 26– Tela de configuração do DHCP Cliente.

3.3.2.8 IP

As faixas de IP utilizadas são muito importantes para manter organizado cada dispositivo,

tanto das redes ethernets quanto das redes wireless, pois a partir dessas informações, tem-se uma

ferramenta de localização que facilita e padroniza a identificação dos usuários.

A faixa de IP será baseada de acordo com as seguintes informações: número do bloco,

número do andar e apartamento, e a primeira faixa será para identificação do tipo de rede, cabeada

ou sem fio.

Para exemplificar o problema de um morador do bloco 06, 3° andar, no apartamento 306, utilizando

rede cabeada. Ficará com o IP 20.6.3.6.

Com isso, ficará fácil a identificação de cada usuário apenas pelo numero de seu IP.

Serão utilizadas as seguintes faixas de IP 20.xxx.xxx.xxx para rede cabeada, e

10.xxx.xxx.xxx para rede wireless.

3.3.2.9 Protocolos de segurança

Page 67: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

A escolha de qual protocolo utilizar é de fundamental importância para segurança da rede.

Mas devem-se observar fatores que influenciam diretamente no custo, para não tornar o projeto

financeiramente inviável. Lembrando que alguns protocolos de segurança exigem muito do

hardware, o que significa aparelhos para recepção e transmissão mais caros, pois exigem mais do

processador. Essa análise deve ser feita de forma a não comprometer o projeto financeiramente, e

muito menos na segurança dos dados.

Será utilizado uma autenticação aberta, e todo o controle será feito através do MAC e IP de

cada máquina que venha a ser cadastrada, deixando as outras máquinas disponíveis apenas para

conexão na rede sem tráfego, para que a página inicial com o contato e os avisos (pagina HTML do

hotspot) sejam visíveis.

3.3.2.10 NAT

As regras de NAT serão feitas liberando o acesso geral da rede, caso haja a necessidade de

restringir alguns sites, então é ativado o firewall e o bloqueio é feito. Neste caso, o firewall ficará

desativado.

Essas regras são muito utilizadas para bloqueio de acessos diretamente no servidor do

provedor, não sendo possível o cliente editar quaisquer informações.

Neste caso, faça apenas as configurações básicas:

Menu IP>FIREWALL>NAT

o Para criar uma nova regra de NAT, em “CHAIN” escolha a opção “srcnat”, em OUT

INTERFACE (SAÍDA), não precisa escolher a interface de saída. Na aba “Action”,

escolha a opção “Masquerad”.

3.3.2.11 Winbox

Ferramenta de acesso ao RouterOS que permite acesso via MAC ou IP. Devem-se colocar os

dados da rede que deseja acessar, o usuário e a senha nos campos mostrados na FIGURA 27.

Page 68: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 27– Imagem mostrando o visual do Winbox.

3.3.2.12 The Dude

É uma ótima ferramenta para monitoramento da rede. Permite criar enlaces virtuais, e fazer

o controle de todo o tráfego em cada ponto da rede. É formado por um mapa de rede, com todos os

periféricos da rede, tais como antenas, RB’s e PTP.

Com essa ferramenta, tem-se em tempo real o status de cada periférico, caso ocorra algum

alarme, este avisará e apontará onde está a falha. A FIGURA 28 mostra um exemplo de um

mapeamento de uma rede utilizando o Dude.

Page 69: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 28– Imagem mostrando o um mapa de rede criado no Dude.

Page 70: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

3.4 Finalização do processo

Com todos os equipamentos do provedor, devidamente montados, configurados e testados,

resta apenas a inclusão de cada assinante (morador) na rede interna. Isto será feito de forma

estruturada para facilitar manutenções e ou consultas futuras na rede.

As faixas de IP seguiram um critério de separação por bloco, andar e apartamento, e a

criação de um usuário e senha para login no hotspot do condomínio identificará cada máquina

cadastrada para aquele apartamento.

3.4.1 Faixas de IP

A faixa de IP, como se sabe, é formada por uma sequência de 04 (quatro) bytes, 08 bits

cada, chamada de octeto, no total de 32 bits. Separadas por ponto, e cada octeto podendo chegar ao

valor máximo de 255 (255.255.255.255, valor máximo de IP).

A ordem seguida para estruturação será o primeiro octeto definindo qual tipo de rede este IP

fará parte.

10.x.x.x – Para a rede sem fio.

20.x.x.x – Para a rede cabeada.

O segundo octeto indicará a qual bloco de apartamentos fará parte aquele IP, ou seja,

podendo atingir valores de 1 a 16.

x.1.x.x – Bloco 1.

x.2.x.x – Bloco 2.

x.16.x.x – Bloco 16.

O terceiro octeto indicará o andar atendido naquele determinado bloco, podendo atingir

valores de 1 a 4 (cada bloco do condomínio possui 4 andares).

x.x.1.x – 1º andar

x.x.2.x – 2º andar

Page 71: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

x.x.3.x – 3º andar

x.x.4.x – 4º andar

O quarto e último octeto será o responsável por definir qual apartamento se refere. Como os

números de apartamentos são formados de acordo com o andar em que estão.

Apartamento 304, referente ao 3º andar.

Apartamento 401, referente ao 4º andar.

Cada andar é formado por um grupo de 04 apartamentos disposto igualmente. Então, será

utilizado apenas o último número do apartamento para definição.

x.x.x.1 – 1º Apartamento.

x.x.x.2 – 2º Apartamento.

x.x.x.3 – 3º Apartamento.

x.x.x.4 – 4º Apartamento.

Com esse padrão definido, pode-se optar por colocar o IP manualmente em cada máquina ou

deixar com que o DCHP se encarregue disso. Como cada bloco terá um ponto a ponto com uma RB,

a opção do DHCP é a mais viável, evitando perca de tempo com a configuração manual em caso de

manutenção no computador do morador.

3.5 Análise de cobertura do sinal

Usando o Rádio Mobile, foi feito um estudo da área de cobertura do terreno do condomínio.

A simulação foi feita seguindo exatamente os padrões a serem utilizados no processo, como ganho

de antenas, potência e tipo de equipamento.

Page 72: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 29 – Simulação feita no Rádio Mobile para garantir a eficiência dos enlaces.

Os enlaces dos blocos foram simulados para garantir que não haveria interferências durante

o processo de montagem. Na FIGURA 29, pode-se observar os principais enlaces entre o provedor

que estará no bloco número 6, e os demais blocos em toda área do condomínio. Este processo é

importante para análise de superfície, para observar o alinhamento de cada ponto a ponto (PTP),

assim é possível saber com antecedência se haverá necessidade de construção de torre para elevar as

antenas, alinhando o sinal.

Utilizando de recursos de exportação de dados do rádio mobile para o Google Earth, pode-se

observar com maior clareza a qualidade dos enlaces, sem obstáculos, sem interferências da própria

rede e alinhamento perfeito.

As FIGURAS 30 e 31 mostram um panorâmico dos enlaces, simulando em escala menor a

altura de todos os PTP em relação ao provedor.

Page 73: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 30 – Panorâmico dos enlaces em escala reduzida.

Com essa análise, observa-se que todos os pontos podem ser atendidos de forma eficiente.

FIGURA 31 – Outro ângulo do panorâmico dos enlaces.

Page 74: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

FIGURA 32 – Detalhes do enlace mostrado pelo Rádio Mobile, referente ao bloco 2 com o servidor.

O detalhamento dos principais enlaces analisados é mostrado nos anexos A.1 (referente ao

bloco 08), A.2 (bloco 11), A.3 (bloco 14) e A.4 (bloco 15). Dados estes, que se referem à qualidade

do sinal entre o bloco de apartamentos analisado e o bloco 05 onde estará o servidor principal.

Dos dezesseis blocos, foram analisados cinco pontos principais, já que todos seguem um

padrão geométrico, e se localizam lado a lado sem nenhum obstáculo entre eles. Estes pontos foram

escolhidos de forma que se tenha um resultado de toda a área interna do condomínio, de forma que

não haja pontos duvidosos, dispensando a análise individual dos blocos, evitando uma poluição

visual no processo analítico.

Page 75: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

4. RESULTADOS OBTIDOS

4.1 Gastos

Análise de todos os custos gerados durante o processo de implementação e de manutenção

mensal do projeto.

4.1.1 Gastos com a montagem

A TABELA. 3 mostram os resultados obtidos para implementação do projeto no

condomínio Itapoã.

TABELA 3

Preços cotados para montagem do projeto.

QTD NOME DO MATERIAL UNIDADEPREÇO UNIT.

PREÇO TOTAL

01 Torre 1,5m auto portante. Pç R$ 500,00 R$ 500,00

04Caixas 45x60x30cm Herméticas preparadas com 02 prensa-cabos, ventilação forçada 12volts e passa fios.

Pç R$ 180,00 R$ 720,00

01Caixa 80x100x40cm Herméticas preparadas com 02 prensa-cabos.

Pç R$ 500,00 R$ 500,00

08 Painéis 120° 17 dBi hyperlink homologado. Pç R$ 499,00 R$ 3.992,00

01 Antena Ideal 21 dBi disco unipolar. Pç R$ 299,00 R$ 299,00

01 Cartão XR5 Ubiquiti 400mwatts. Pç R$ 285,00 R$ 285,00

08 Cartões XR2 Ubiquiti 400mwatts. Pç R$ 285,00 R$ 2.280,00

03 Routerboard’ s Rb433ah Mikrotik. Pç R$ 450,00 R$ 1.350,00

01 Routerboard Rb411ah Mikrotik. Pç R$ 150,00 R$ 150,00

04Fontes chaveadas estabilizadas 110 v/18 v ~ 3.5A.

Pç R$ 180,00 R$ 720,00

135 Cabo PP 3x3. Mts R$ 2,00 R$ 270,00

01 Protetor de surto. Pç R$ 70,00 R$ 70,00

01 Bateria 65A ~12 v Moura. Pç R$ 130,00 R$ 130,00

01 Carregador de bateria inteligente. Pç R$ 150,00 R$ 150,00

01 Mão de obra com serralheiro. Pç R$ 1.500,00 R$ 1.500,00

Page 76: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

01 Mão de obra da instalação. Pç R$ 2.000,00 R$ 2.000,00

TOTAL GASTO NO PROJETO: R$ 14.916,00

Este valor dividido entre os 256 moradores que daria uma taxa de instalação de R$58,27

(cinquenta e oito reais e vinte e sete centavos) para cada um. De acordo com dados coletados na

cidade na data de cotação dos equipamentos, mostrados na TABELA 4, os preços médios de

instalação de qualquer tipo de pacotes cobrados pelos principais provedores localizados na cidade

de Montes Claros são:

TABELA 4

Taxa de instalação cobrada pelos principais provedores de Montes Claros - MG

PROVEDORTAXA DE INSTALAÇÃO

PREÇO EM COMODATO

PREÇO DE COMPRA DO EQUIPAMENTO

CONNECT R$ 149,00 R$ 350,00

LUNNAR TELECOM

R$ 149,00 R$ 350,00

OI VELOX * R$ 29,90 R$ 180,00

MASTER CABO

R$ 100,00 R$ 149,00

* PREÇO DA ASSINATURA DE UM PROVEDOR DE AUTENTICAÇÃO COBRADO MENSALMENTE PARA EMPRÉSTIMO DE MODEM ADSL

O valor referente a cada morador seria menor do que a taxa de instalação ou aluguel de

equipamentos cobrado por outros provedores localizados na cidade onde está sendo feito o estudo

de caso.

4.1.2 Gastos com a manutenção

É necessário manter sempre uma pessoa responsável pela manutenção preventiva e

acompanhamento de toda a rede. Sendo responsável por possíveis manutenções e atendimentos aos

moradores, e para isso, é necessário a contratação de um funcionário, gerando um custo mensal de

R$1.500,00 (hum mil e quinhentos reais) que cobre gastos básicos mais encargos trabalhistas. Mas

Page 77: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

a este gasto é ainda acrescentando um fundo de caixa mensal de R$500,00 (quinhentos reais) para

possíveis manutenções, ou troca de equipamento.

O somatório dessas despesas gera um custo com manutenção mensal no valor de R$2.000,00

(dois mil reais), o que garantirá o funcionamento adequado de todos os equipamentos, podendo

também, atender às necessidades de cada morador, para uma possível manutenção de seu

computador.

4.1.3 Gastos com o link

O gasto mensal para contratar o link será de R$1590,00 (hum mil quinhentos e noventa

reais) valor referente à 2MB full-duplex, contratado na empresa ILIG LTDA.

4.2 Valor a ser repassado a cada morador

Seria repassado o valor referente à compra de todo o equipamento, isso no primeiro mês,

R$58,27 (cinquenta e oito reais e vinte e sete centavos). Neste primeiro mês seria feito toda a

montagem e configuração, para que nos meses subsequentes, o repasse de cada morador seja apenas

referente ao link e a manutenção do projeto.

Na TABELA 5 segue o levantamento de todos os gastos fixos mensais que deverão ser

partilhados entre os moradores.

TABELA 5

Gastos fixos mensais que serão partilhados entre os moradores.

GASTO VALOR

Link 2 MB R$ 1.590,00

TÉCNICO CONTRATADO R$ 1.500,00

FUNDO FIXO PARA MANUTENÇÃO R$ 500,00

TOTAL R$ 3.590,00

VALOR PARA CADA UM DOS 256 MORADORES R$ 14,02

Totalizando assim um repasse mensal definitivo de R$14,13 (quatorze reais e treze

centavos).

Page 78: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

4.3 Comparativo de valores de outras prestadoras

Fazendo um comparativo direto entre valores de mercado, pode-se observar a diferença

entre valores para serviços semelhantes. Algumas empresas disponibilizam o serviço de internet

associado a algum outro serviço prestado por ela, não sendo possível a contratação apenas do

serviço desejado.

Na TABELA 6, tem-se os valores para mensalidades do serviço baseado em velocidade de

300kbps compartilhados, observando que em alguns casos há existência de venda casada de algum

tipo de serviço, o que reflete no valor da mensalidade de forma direta.

TABELA 6

Valores cobrados pelos provedores, com velocidade de 300 Kbps.

PROVEDOR MENSALIDADE 300Kbps * VENDA CASADA

CONNECT R$ 55,90 -

LUNNAR TELECOM R$ 55,90 -

OI VELOX R$ 180,00 ASS. DA LINHA R$29,90

MASTER CABO R$ 49,90 TV A CABO R$ 45,90

* SERVIÇO QUE É VENDIDO AGREGADO AO OUTRO.

4.4 Economia feita e tempo de retorno do investimento

Em comparativo com a menor mensalidade das empresas que prestam esses serviços, tem-se

que em um período aproximado de 2 meses para retorno de todo o investimento feito na compra e

montagem da estrutura. O somatório dos custos variáveis e fixos para a manutenção e despesas do

projeto, em comparativo com o que seria gasto por morador com o serviço contratado por terceiros,

mostra claramente o retorno de todo investimento.

Comparativos mostrados na TABELA 7 mostram dados de payback com período de retorno

extremamente rápido devido ao grande número de moradores. Com isso, o projeto além de agregar

serviços, ter um controle de qualidade próprio e ainda se torna economicamente viável.

Comparativo feito levando em consideração a mesma quantidade de apartamentos do

condomínio, e o menor preço encontrado no mercado que equivalha ao proposto. Ou seja, 256

Page 79: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

apartamentos e um serviço de 300kbps sem considerar o valor da venda casada associado à

contratação da internet.

TABELA 7

PayBack mostrando o tempo de retorno rápido do investimento.

VALOR DO SERVIÇOQUANTIDADE DE

MORADORESTOTAL

VALOR MÉDIO COBRADO NO MERCADO

R$49,90 256 R$12.774,40

VALOR COBRADO PARA O PROJETO

R$14,13 256 R$3.617,28

ECONOMIA MENSAL COMPARADA AO MERCADO

R$35,77 256 R$9.157,12VALOR INVESTIDO NA

MONTAGEMTEMPO DE RETORNO DO INVESTIMENTO

(MESES) - PAY BACK

R$14.916,00 1,63

Este investimento inicial atenderá o condomínio de forma eficiente, mas com o surgimento

de novas tecnologias pode-se esperar uma possível alteração na estrutura física do projeto. Sendo

possível acompanhar o que há de mais moderno no ramo de redes WiFi.

Devido à escalabilidade da rede, cada novo ponto de acesso pode ser incluído de forma fácil

e barata, podendo acrescentar novos pontos, aumentar o link ou acompanhar a expansão do

condomínio, sem grandes gastos.

Pode-se também, acrescentar pontos de acesso móvel nas ares de lazer e de vivência do

condomínio, para acesso dos moradores por rede WiFi.

Este projeto pode atender condomínios de diversos tamanhos sem haver alterações

consideráveis no valor individual cobrado, já que a quantidade de moradores influência no valor

mensal dos custos, mas é diretamente compensado pelo aumento do número de contribuintes do

custo final.

Page 80: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

5. CONCLUSÕES

Para que todos os objetivos deste trabalho sejam alcançados com êxito, são necessárias

algumas análises fundamentais, como cotação de link, escolha dos equipamentos que atenda de

forma abrangente e eficaz, obter solução para os pontos de sombra possíveis através de outros

meios de transmissão, manter e respeitar sempre todas exigências quanto ao uso de equipamentos e

normas exigidas pela Anatel, conhecer todos os recursos disponíveis em seu equipamento, buscando

sempre melhorar a qualidade do serviço, ficar atento a todas as normas de segurança de dados,

estudo dos locais de onde sairão os cabos para os pontos de acesso, localização de todos os

roteadores. Tudo isso para viabilizar de forma eficiente os gastos com equipamentos e fios. A

escolha do fornecedor do link deve ser feita com previsão de ampliação (upgrade), para que não

haja gargalo no link com o possível aumento dos pontos de acesso.

O custo final de montagem não terá um impacto grande na tarifa de condomínio, já que

compartilhada entre os moradores gerará um custo de R$58,27 (cinquenta e oito reais e vinte e sete

centavos) por morador. Em comparativo com as taxas de instalação cobradas por provedores que

atuam na cidade onde o projeto está sendo implantado, o custo mostrou-se viável, já que o menor

valor encontrado para comodato de equipamentos foi de R$100,00 (cem reais).

O custo fixo mensal de R$14,13 (quatorze reais e treze centavos) para cada morador é

visivelmente mais viável do que o menor valor cobrado pelos provedores atuantes na cidade onde

foi feito o estudo de caso. Com uma pesquisa feita, o menor valor cobrado foi de R$49,90 (quarenta

e nove reais e noventa centavos). Esses dados foram coletados no período de janeiro de 2011 a julho

de 2011 e atualizados em 2012, e comprovadamente uma economia bastante significativa em

relação à contratação individual do serviço. Lembrando que este projeto pode ser ampliado,

aumentando assim o link fornecido e mesmo assim os custos permaneceram mais baixos em relação

aos valores de mercado.

O projeto mostrou-se eficiente quanto à contratação do serviço de utilização de um link de

acesso à internet direto do fornecedor para o funcionamento de um provedor exclusivo em um

condomínio, e será apresentado para outros condomínios com o intuito de colocar este trabalho

como prática frequente na construção de todo e qualquer empreendimento deste segmento.

Page 81: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

A popularização dessa idéia pode ter resultados impactantes direto nos números mostrados

da realidade brasileira. Uma maior dispersão dos recursos, e uma maior autonomia para utilização

de links dedicados, colocando a população em contato direto com essa tecnologia e tornando-a,

mais acessível a todos.

Page 82: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 86: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

7. ANEXOS

ANEXO 1 - Detalhamento referente ao bloco 02 em relação ao provedor (bloco 05).

Page 87: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

ANEXO 2 - Detalhamento referente ao bloco 08 em relação ao provedor (bloco 05).

Page 88: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

ANEXO 3 - Detalhamento referente ao bloco 11 em relação ao provedor (bloco 05).

Page 89: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

ANEXO 4 - Detalhamento referente ao bloco 14 em relação ao provedor (bloco 05).

Page 90: Monografia de Gustavo A Almeida Neves TCCII - Estácio

ANEXO 5 - Detalhamento referente ao bloco 15 em relação ao provedor (bloco 05).