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Treinamentos

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Módulo 01 – MODVP01

Introdução a Telefonia IPVersão 1.0

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Módulo 01 – MODVP01

Objetivo do Curso

Este curso tem como objetivo proporcionar um conhecimento de nível intermediário em ambientes de Telefonia IP.

Proporcionar ao aluno capacidade de entender, identificar um cenário real de Telefonia, entender as principais diferenças entre uma Telefonia IP e o VoIP, montar um sistema de telefonia baseado em Windows.

Público Alvo

Este curso é destinado a qualquer pessoa que tenha interesse em ingressar no curso Telefonia IP.

Pré-requisitos

Para este curso é necessário o conhecimento mínimo de sistemas operacionais Windows e conhecimentos básicos de redes.

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A história da telefonia e a trajetória de uma tecnologia que atingiu um uso massivo, como nenhuma outra tecnologia é surpreendentemente muito recente quando comparada com a história da humanidade, e isto se apenas considerarmos o período que compreende o advento dos primeiros assentamentos agrícolas até os tempos atuais, o que cobre ao menos 10.000 anos de história. Ainda nos tempos mais remotos, a linguagem na forma de sons guturais foi o único meio existente de expressar ideias e/ou pensamentos de uma pessoa para outra.

As primeiras tecnologias de voz vieram ao mundo por volta de 1870, embora pareça para nós que sempre tenham existido, sendo muito difícil imaginar o mundo sem o telefone, assim como sem televisão ou computador. Este período da história curiosamente coincide com o ápice dos movimentos nacionalistas e a consolidação das grandes nações, movimento que nos apresentou a guerra em escala industrial.

Não devemos ter dúvidas, as tecnologias de comunicação e a telefonia contribuíram muito para as transformações radicais que a humanidade sofreu no último século.

Wheatstone e Morse em 1837 inventou o telégrafo, onde deu-se origem a comunicação elétrica, esta que aos poucos se expandiu pelo mundo todo. Até então, a única maneira de amplificar a voz era utilizando as mãos, colocando-as envolta da boca, no formato de um cone, concentrando as ondas sonoras em diração ao ouvinte. A partir desta idéia surgiu o megafone e logo em seguida a trombeta de ouvido.

1. Breve Histórico

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Costuma-se atribuir a invenção do telefone ao escocês Alexander Graham Bell, embora tal paternidade tenha sido sempre contestada ao longo do tempo. Se for controversa a primazia da invenção, que na verdade deveu-se, para sermos justos, como consequência dos grandes movimentos inventivos de uma determinada época, graças ao esforço conjunto e competitivo entre diferentes cientistas e inventores, é correto atribuir-lhe a primazia por ter sido o primeiro a patentear a sua invenção. Seria correto também atribuir a Thomas Edison a coautoria do aparelho e tecnologia que ele então patenteava.

Os primeiros equipamentos de telefonia não possuíam teclas para discagem, e com isto era necessário o operador do outro lado da linha para fazer a conexão, em um processo que vemos nos filmes mais antigos, onde um operador conectava um “plug” entre o chamador e o destinatário daquela ligação.

O primeiro “PBX” foi criado em 1889, por Almon B. Strowger, juntamente com o primeiro telefone de discagem. O mais incrível de tudo isto é que, apesar do mais de um século nos separa da criação do telefone, em muitos lugares do Brasil, senão em sua maioria, o aparelho analógico que utilizamos incorpora praticamente os mesmos princípios e tecnologia dos telefones primordiais, o que denota o grande mérito daqueles inventores de outrora.

Alexander Graham BellFonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Graham_Bell

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Recentemente, o maior avanço que experimentamos foi a adoção do tom de discagem digital, substituindo o pulso, possibilitando com isto a adoção dos serviços de Call e Contact Center, através dos quais nos comunicamos com bancos e outros serviços. Ainda assim, e apesar das centrais mais modernas incorporarem algum tipo de inteligência e a comunicação digital entre centrais, em nossos escritórios e residências ainda é bastante comum o uso em larga escala da telefonia analógica tradicional.

O motivo deste sucesso é que a telefonia atingiu um grau de confiabilidade e perfeição que chegou ao padrão de disponibilidade de 99.999%. É curioso observar como causa mortífera indignação o fato de o telefone ficar mudo por algumas horas, ainda que seja por uma única vez em vários anos, a indignação e o sangue subindo à cabeça.

O fato é que nos acostumamos a entender o telefone como uma peça de tecnologia perfeita que não pode, não deve, e não irá nunca quebrar. Por outro lado, a indisponibilidade de água, ou o corte abrupto de energia elétrica, ou mesmo o atraso de aeronaves, engarrafamentos ou o “bolo” no dentista ou médico não causam a mesma indignação que um telefone mudo.

Esta tecnologia atingiu aquilo que chamamos de “estado da arte”, acaba e pronto, e, portanto definitivo. Por isto, o senso comum acostumou-se com a noção de que não haveria nenhum motivo para substituí-la por outra.

Primeiro TelefoneFonte: Tecnologia do Globo

http://www.tecnologiadoglobo.com/wp-content/imagens/Primeiro-telefone-de-Alexander-Graham-Bell.gif

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Por que substituir uma “tecnologia perfeita” por uma alternativa?

Afinal, porque usar o VoIP se estamos falando do “estado da arte em tecnologia” ?

Uma tecnologia entrante, como o VoIP não vai, com certeza propiciar o grau de disponibilidade de 99.999% que já era obtido com a tecnologia clássica e mais do que centenária.

Então, porque usar o VoIP ?

Há vários motivos, e não é somente devido ao custo.

O fato é que vivenciamos uma nova revolução tecnológica, que é aquela representada pela comunicação total, que veio para alterar radicalmente usos e costumes.

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É importante entender que frequências nosso ouvido é capaz de perceber. Teoricamente, uma pessoa dotada de boa capacidade de audição e que não tenha sofrido redução de sua sensibilidade auricular devido à idade ou algum trauma é capaz de perceber os sons na faixa de frequência que compreende de 20hz a 20KHZ (20.000 Hz).

Somos capazes, no entanto, de produzir sons audíveis apenas na faixa de 50hz para cima, ao passo que a maior parte da energia sonora que produzimos através do nosso aparelho vocal está concentrada na faixa de 300 Hz a 3 kHz. Por este motivo, entre outros, determinou-se que a faixa compreendida entre 300hz e 3.4kHz é a que concentra a maior parte da inteligibilidade e informação relativa ao reconhecimento da voz.Desta forma, os sistemas de telefonia foram projetados para utilizar a faixa entre 300 Hz e 3.4 kHz, o que é o suficiente para manter uma conversação de qualidade e possibilitando o emprego de tecnologia mais eficiente para lidar com esta faixa de frequência.

A maioria dos telefones analógicos que conhecemos emprega um sistema conhecido como “loop-disconect”, ou “loop start”, conectando o sinal de voz em duas direções, usando dois fios (two-wire), transportando eletricamente a informação correspondente aos dígitos discados e a voltagem de campainha.

Uma voltagem de 48v sobre o par de fios é empregada para alimentar o telefone, e por isto não o ligamos na tomada – o sem fio é outra estória, e monitorar a “tirada do gancho”, “colocação no gancho” e pulsar a atividade de discagem.

2. Alguns fundamentos chave

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Para iniciar uma chamada, o usuário levanta o fone, ação esta que fecha um switch no telefone e faz a corrente elétrica fluir em loop, motivo pelo qual chamamos este sistema de “loop start”.

A corrente gerada é detectada na Central e fornece um tom para a linha, tom este que sinaliza ao usuário que agora ele pode iniciar a discagem.

Atualmente o método mais empregado é baseado em DTMF. Neste sistema, cada número é representado por dois tons, associados a um grupo de frequências alto (1209hz, 1336hz e 1447hz), e a um grupo de frequências baixas (697hz, 770hz, 852hz e 941hz). Estes tons são transmitidos simultaneamente, por um curto período de tempo, um padrão que é definido pelo ITU-T.

Loop Start ou corrente de Loop

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Foi a introdução deste sistema que possibilitou a implantação dos sistemas atuais baseados em menu, tais como home banking, serviços de seguros, call centers automatizados, e outros sistemas baseados em reconhecimento de tons.

Relativamente em relação aos Estados Unidos, estas implementações demoraram muito a acontecer no Brasil, mas hoje são de uso corrente e de conhecimento por boa parte da população, o que passou a acontecer graças às reformas tornadas possíveis após a privatização das Teles e da inversão maciça de investimentos que permitiu a disseminação destes sistemas.

A maioria dos sistemas de telefonia baseados em PBX atualmente é digital, embora isto não implique no uso de telefones digitais, necessariamente.

Dado o seu elevado custo no mercado brasileiro, é muito comum o uso do telefone analógico, ainda que acoplado a uma central digital. Neste caso, a interface do PBX converte o sinal analógico do aparelho telefônico na codificação PCM (*). O sonho de muitos é possuir uma Central IP de última geração, com o aparelho mais barato da praça, o que nem sempre faz sentido...

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As tecnologias têm evoluído de forma rápida e temos visto o quanto são importantes os sistemas de comunicação, acreditando-se que o foco principal de pesquisas e estudos é garantir a qualidade que hoje temos em sistemas de telecomunicação e aperfeiçoando-as na medida do possível.

Com a utilização das redes IP como solução para sistemas de telecomunicação, fica possível estabelecer redução de custos em telefonia e agregação de serviços, utilizando-se uma única estrutura. Isto quer dizer que podemos reduzir os custos de ligações entre matriz e filiais, colaboradores, prestadores de serviços, tudo isto utilizando-se uma estrutura de rede moderna, dotada de capacidade de suporte à telefonia IP.

Existe uma grande diferença entre o VoIP e a Telefonia IP.

O VoIP, podemos se dizer que foi criado como a base inicial da telefonia sobre uma estrutura existente de rede IP. Na verdade, o grande conceito por de trás do VoIP é a sua conversão do mundo analógico para um mundo IP sobre IP.

3. A importância das Telecomunicações

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Em Telefonia IP, o sistema já nasceu preparado para suportar telefonia, sem qualquer adição de elementos ou adaptações muitas vezes "caseiras" a fim de suportar esta tecnologia.

Para melhor entender as diferenças entre a utilização do VoIP, a rede de telefonia Tradicional e a Telefonia IP, abaixo trataremos cada uma delas.

Começando pela rede de telefonia tradicional, temos um desenho básico, ilustrando um ambiente atual de telefonia, que a grande maioria das empresas e residências utilizam até os dias atuais:

Telefonia Tradicional

Os PABXs são conectados a uma rede conhecida como PSTN (Public Switched Telephone Network) ou rede pública de telefonia comutada através de conexões conhecidas como Troncos. Estes troncos podem ser pares metálicos (fios de 2 pares) ou via conexão digital (E1).

Em residências o mais comum é a utilização dos pares metálicos. Já em corporações o uso mais comum é de conexão digital, que no Brasil o padrão é o E1-R2 e nos EUA e Europa, o mais comum é o padrão ISDN.

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Em um modelo de telefonia tradicional, esta "rede" telefônica é totalmente independente da arquitetura de redes, exceto pelos links de Internet que chegam através de ADSL, ou seja, via linha analógica telefônica. Contudo, exceto o fato dos links de internet, um computador não depende do telefone e vice-versa.

Em um modelo VoIP, voz sobre IP, empregamos o uso de conversores (gateways) para realizar a digitalização da voz e a transmissão da mesma via rede ethernet existente.

Telefonia com emprego do VoIP

Estes gateways possuem interfaces chamadas de FXS (Foreing Exchange Station or Subscriber) e FXO (Foreing Exchange Office). As interfaces FXS, são conhecidas por nós como a interface da parede, aquela que alimenta o telefone através de sua voltagem. Por conta disto, não é necessário alimentar um aparelho telefônico comum. Podem ser consideradas como as linhas de alimentação.

As interfaces FXO são as interfaces que necessitam ser alimentadas, ou seja, geralmente os aparelhos telefônicos.

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Utilizando-se um gateway FXS, no PABX é configurado um tronco (igual uma linha analógica) onde será conectado fisicamente este gateway. Neste gateway, será configurado um número qualquer e um endereço IP.

Ao realizar uma ligação de longa distância, por exemplo, esta causará o "ring" na interface e o PABX entenderá que recebeu uma ligação. Em seguida, devido a programação do PABX, esta ligação será encaminhada para um autoatendimento ou para uma telefonista. Ligações locais neste modelo continuam sendo realizadas pela operadora local de telefonia.

Este modelo pode funcionar adequadamente em um ambiente pequeno, como pequenos escritórios e residências. Em um sistema maior, esta estrutura já não seria tão agradável.

Já a telefonia IP necessita de um ambiente totalmente integrado, com os devidos equipamentos preparados para suportar voz e dados através de uma estrutura única.

Mas antes de falar de Telefonia IP, vamos nos aprofundar um pouco mais no VoIP.

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O VoIP sigla que deriva do inglês “Voice Over IP”, tecnologia que permite a digitalização e codificação de voz em pacotes IP, utilizando para transmissão a rede de comutação de pacotes IP.

A tecnologia VoIP originou dois segmentos de produtos e serviços complementares:

• VoIP – convergência de voz e dados em rede WAN, utilizando o ATM, Frame Relay ou mesmo o PPP para a transmissão de voz, com o objetivo à redução dos custos de telecomunicações;

• Telefonia IP – dispositivos para telefonia baseados em IP, operando em rede local (LAN) e visando a facilidade de uso, integração e aumento da produtividade.

4. O que é VoIP?

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Como funciona o VoIP ?

O processo como o VoIP trabalha é extremamente simples, primeiramente, a voz é digitalizada utilizando-se um ADC (Analog to Digital Converter), em seguida, este sinal digital é empacotado e transmitido via os meios já utilizados para trafegar dados (Internet por exemplo).

Ao chegar à ponta receptora, o processo é feito de forma reversa, agora se utilizando um DAC (Digital to Analog Converter) para converter o sinal digital em analógico.

Em resumo, o VoIP digitaliza a voz em pacotes de dados, transmite e reconverte em voz novamente em seu destino. A imagem abaixo exemplifica este processo:

Fonte: Wikipédiahttp://ca.wikipedia.org/wiki/Fitxer:ADC-DAC.jpg

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A conexão VoIP

Para ter uma comunicação VoIP nós precisamos dos seguintes passos:

1.A voz é convertida em sinais digitais (bits) 2.Os bits são comprimidos no formato ideal para a transmissão (uso de do codecs) 3.Os pacotes de voz são inseridos em pacotes de dados usando o RTP (Real-time Protocol) 4.Utiliza-se um protocolo de sinalização (SIP, H323 ou MGCP, por exemplo) 5.No destino, os pacotes são então desempacotados, os dados são extraídos e convertidos em sinais de voz analógicos novamente.

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A compressão da voz

Depois do processo de digitalização da voz em dados, precisamos converter esses pacotes em um formato padrão para que seja rapidamente transmitido, para isto utilizamos os chamados CODECs (Codificador-Decodificador).

Os codecs são softwares que tem a capacidade de codificar ou decodificar um sinal ou fluxo de dados digital.

Um dos padrões utilizados é a ITU-T G.711 (PCM – Pulse Code Modulation).

O sinal de voz é amostrado a uma taxa de 8000 vezes por segundo. Esta taxa deriva de uma teoria desenvolvida por Harry Nyquist, que estabelece que a taxa de amostragem deva ser ao menos duas vezes a máxima taxa do sinal amostrado, ou seja, (2 x 3.4KHz). Representamos cada amostra com 8 bit (pode se ter até 256 valores possíveis).

De acordo com a norma ITU-T G.711, existem dois algoritmos para codificar um sinal que são: U-law e a-law. O algoritmo u-law é usado nos EUA e Japão, já o a-law é usado em quase todos os outros países. O throughput é 8000 Hz * 8bit = 64 kbit/s, utilizado em linhas telefônicas digitais.

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Com base nestas informações, sabemos então que se utilizando um codec como o G.711, terá uma ocupação de 64 kbit/s por canal. Abaixo seguem outros padrões e seus respectivos valores:

• G.723 (MP-MLQ speech coding at 6,3(5,3) kbit/s rate) • G.726-16 (ADPCM speech coding at 16 kbit/s rate) • G.726-32 (ADPCM speech coding at 32 kbit/s rate) • G.726-24 (ADPCM speech coding at 24 kbit/s rate) • G.729a (CS-ACELP speech coding at 8 kbit/s rate) (preferred) • G.711a (PCM audio coding standard, 8 kHz sample rate, 8 bits, 64 kbit/s data rate) • G.711u (PCM audio coding standard, 8 kHz sample rate, 8 bits, 64 kbit/s data rate).

É importante lembrar que nem todos os codecs são gratuitos, o G.729 e o G.723, por exemplo, devem ser licenciados para a utilização.

O Consumo de banda é um fator que deve ser levado em consideração, pois um codec como o G.729, por exemplo, pode chegar a consumir 30 kbps, isto porque a banda reservada é apenas para o payload (carga de voz), além deste consumo existe ainda o consumo em relação ao tráfego de rede, onde este é encapsulado usando cabeçalhos de rede.

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Agora vamos ver sobre o protocolo que é encarregado de encapsular, ou seja, empacotar e transportar esses pacotes contendo a voz através da rede.

Em um formato de pilha, temos cada uma das camadas qual todo o processo de digitalização e transporte da voz ocorre.

Assim como em qualquer operação de redes, o sinal é transportado de um lado para o outro seguindo a pilha TCP/IP, passando por cada uma de suas camadas.

No universo VoIP não é diferente. A voz é convertida em um formato especifico, compreendido pelas ultimas camadas e então é encapsulada e rotulada para então ser convertida em bits antes de seu despacho.

No lado extremo o processo é repetido inversamente, ou seja, agora os bits são descomprimidos e trabalhados de forma com que seja compreendido então pelo que chamamos de "ultima camada", ou seja, o ser humano.

Pilha TCP/IP e ReferenciasTraduzido de CiscoArticles

5. Protocolo de Transporte

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O VoIP pode não utilizar TCP para trafegar os dados e sim UDP sobre IP. O UDP por não ser um protocolo orientado à conexões, ele não faz controle sobre a ordem de entrega dos pacotes ou confirmações do mesmo. Estes fatores são importantes para garantir a qualidade da voz.

O Protocolo RTP resolve estes problemas permitindo que o receptor coloque os pacotes na ordem correta e não espere muito tempo pelos pacotes que podem ter sido perdidos ou que levem muito tempo à chegar. É importante dizer que não é preciso vir todo o pacote de uma vez, um de cada vez, mas sim em fluxo continuo e ordenados.

O Protocolo RTP

Um protocolo de transporte para aplicações em tempo real, foi o título dado a RFC 1889, peça chave que define todas as características de um protocolo criado para transmissões em tempo real, tais como áudio e vídeo interativos. Na RFC foram descritos serviços do protocolo como identificação do tipo do payload (pacote), sequencia numérica dos pacotes, marcas de tempo (timestamping) e monitoração da entrega de dados. Esta RFC já se tornou obsoleta e os textos foram continuados em uma outra versão RFC 3550.

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O protocolo RTP também possui um segundo protocolo, conhecido como RTCP que tem como objetivo monitorar a qualidade dos serviços realizados e envio de informações sobre os participantes de cada sessão.

As típicas características do protocolo RTP são:

•Execução fim a fim •Capacidade de transportar dados em tempo real •Não provê confiabilidade de entrega nem garantias de QoS;

Dentre seus serviços estão:

•Timestamping (para compensação do atraso (jitter) em pacotes do mesmo fluxo (stream)); •Numeração sequencial (para detecção de perdas e se necessário reordenação dos pacotes); •Identificação do tipo de payload (para descrever o tipo de codificação usado no payload); •Identificação da fonte (em sessões multicast);

Fonte: RFC 3550

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O cabeçalho RTP

O cabeçalho RTP é exibido abaixo:

Fonte: RFC 3550

Os primeiros doze bytes existem em todo pacote RTP, enquanto que a lista dos identificadores CSRC está presente somente quando inserido por um multiplexador.

Na próxima página serão abordados os campos referentes ao cabeçalho RTP.

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Fonte: Traduzido e resumido de RFC 3550, {PG 12]

(V) Versão do protocolo (2 bits)

(P) Preenchimento final a ser ignorado(1 bits)

(X) Extensão com o mesmo número de bytes (1bit)

(CC) Contador de CSRC comtamanho fixo do cabeçalho (4 bits)

Abaixo um resumo dos campos do cabeçalho RTP:

(M) Permite eventos como limites de quadro a serem marcados no fluxo de pacotes. (1 bit)

Identifica o formato da carga útil do pacote. (7 bits)

(PT) (Número Sequencial)Incrementa de um em um cada pacote RTP transmitido (16 bits)

(Timestamp)O instante de amostragem deve derivar de um relógio que incrementa linearmente no tempo a fim de permitir sincronização e cálculo de jitter.(32 bits)

Reflete o instante de amostragem do primeiro byte no pacote de dados do RTP.

(SSRC) Identifica a origem da sincronização. Esse número é escolhido randomicamente. (32 bits)

(CSRC) Máximo de 15 itens.Identifica as fontes que contribuíram para a carga de dados existente no pacote RTP.(32 bits)

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Um exemplo de uso do RTP é visto na RFC 3550 (pg 5), onde ele é utilizado para efetivação de uma conferência de áudio em multicast.

No início são alocados duas portas UDP (uma para dados RTP e outra para controle RTCP) e um endereço IP multicast. Essa informação é transmitida para todos os participantes. A aplicação utilizada pelos participantes envia o áudio em pequenos fragmentos de 20ms de duração, cada um deles com um cabeçalho RTP, que é transmitido via UDP na porta especificada anteriormente.

O cabeçalho RTP indica o tipo de codificação de áudio (PCM, ADPCM, MP3) que está contida no pacote, a fim de que os participantes possam trocar a codificação para permitir a entrada de um novo participante que está conectado através de uma linha lenta.

Para pacotes que chegam em ordem trocada, o número de sequencia ajuda na reorganização da informação. Já para atrasos variáveis na rede, a informação de timestamp vai ajudar o receptor a dimensionar o buffer de recepção, a fim de evitar truncamentos na conversa.

Além disso, o receptor sabe que cada número de sequencia corresponde a 20ms nesse exemplo, permitindo a ele reconstruir o tempo produzido pela fonte. Para saber quem está participando da conferência e quão bem está recebendo áudio, a aplicação de cada pessoa envia uma mensagem multicast periodicamente para a porta RTCP do grupo, indicando seu nome e a qualidade com que está recebendo a informação.

Para deixar a conferência, a aplicação envia um pacote RTCP BYE, indicando que está saindo.

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A palavra convergência está em alta hoje no mundo tecnológico. O sistema de telefonia tradicional vem mudando ao longo dos tempos, se atualizando e interagindo de acordo com as reais necessidades tecnológicas.

De acordo com a facilidade de acesso às redes Internet, seja em locais públicos ou privados, esta mudança propiciou também uma alteração na estrutura e comportamento da telefonia por todo o mundo.

Estas redes de voz sobre IP ainda não substituem em sua totalidade o sistema tradicional de telefonia. Neste caso, se faz necessária uma integração entre os dois sistemas.

Atualmente no mercado existem alguns protocolos utilizados para estabelecer as sessões de conversação, entre estes os mais conhecidos são o protocolo SIP e o H.323.

Deste dois protocolos, podemos dizer que o H.323 é adotado pelos grandes fabricantes, proporcionando o desenvolvimento de features “exclusivas” para seus dispositivos.

No caso do SIP, um protocolo aberto que foi criado com o intuito de estabelecer um padrão heterogêneo, no qual uma solução criada por um fabricante pode perfeitamente funcionar nos demais fabricantes.

6. Protocolos da Voz

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Um dos protocolos padrão de voz sobre IP atualmente é o SIP, abreviatura de Session Initiation Protocol, um padrão mantido pelo IETF (Internet Engineering Task Force) através de uma RFC (Request for Comments) conhecida como RFC 3261.Este protocolo tem como objetivo inicial criar e gerenciar sessões.

As mais diversas aplicações da Internet hoje são baseadas em sessões, como por exemplo: sites com interação do usuário, chats, sistemas de mensageria, entre outros.

O protocolo SIP permite que usuários se movam de um lugar a outro através das sessões quais participam. Isto faz com que os usuários possam ser móveis, e independentemente do lugar físico onde estejam, pareçam estar em um único lugar.

O SIP Server, um dos membros deste universo SIP faz o gerenciamento das sessões, informando os participantes sobre cada evento e estabelecendo todas as conexões necessárias.

O protocolo SIP

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A operação básica do SIP ocorre através de troca de mensagens entre os usuários e o concentrador SIP.As principais mensagens e características da arquitetura SIP são listadas abaixo.

INVITE (convite)ACK (resposta)OPTIONS (opções)BYE (desliga)CANCEL (cancela)REGISTER (registro)

Ao iniciar uma conversa, um dos usuários necessita enviar um convite para todos os participantes interessados. Este convite é enviado no formato de mensagem “INVITE” e nele contém informações a respeito da sessão que se iniciará.

Como um exemplo, um usuário denominado Bob quer se comunicar com a usuária Laura, para isto, seu terminal SIP envia um INVITE para o terminal da Laura.A mensagem que chegará ao terminal de Laura terá o formato parecido com a mensagem a seguir.

A operação básica do SIP

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A mensagem de INVITE recebida por Laura indica que Bob deseja iniciar uma sessão de áudio. Desta forma, Laura agora sabe que Bob espera receber então pacote de áudio com sua voz via protocolo de transporte em tempo real (RTP).

Processo de INVITE do SIPAdaptado de Camarillo, 2002

v=0o=Bob 2890844526 2890842807 IN IP4 131.160.1.112s=Eu quero saber como você está.c=IN IP4 131.160.1.112t=0 0m=audio 49170 RTP/AVP 0

Feito o convite e aceito, o processo de conversação passa a ser realizado diretamente, entre os dois pontos.

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Os softphones são aplicativos criados especificamente para operar de um computador ou dispositivo móvel. Para aqueles que nunca viram um, imaginem um software onde é possível se registrar (como um ramal) e realizar ligações a partir dele.

Os softphones tem como característica principal a função de registrar um ramal de uma central IP, fazendo com que o usuário esteja conectado em qualquer lugar, desde que se tenha acesso Internet ou a rede.

No mercado existe uma série de softwares disponíveis, entre eles alguns exemplares "freewares" como: 3CXPhone® e Xlite®.

Um dos mais famosos e atualmente utilizados para ambientes Windows® é o 3CXPhone®, pois sua interface, além de muito amigável, sua compatibilidade com plataformas IP é extensa. Outro detalhe que ajuda bastante no momento de optar por um softphone livre, é sua complexidade baixa ou quase nula de configuração.

Este software pode-se dizer que é um dos mais fáceis de configurar com qualquer ambiente de VoIP. Uma de suas características também é sua compatibilidade com provedores VoIP.

7. O Mundo dos Softphones

Xlite® é marca registrada de CounterPath®

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Já testamos com as mais diversas empresas de telefonia VoIP e podemos dizer que em 100% destas testadas, este software funcionou perfeitamente.

®Marcas registradas

Este software frequentemente também é utilizado como ferramenta de troubleshooting quando configurando qualquer outro dispositivo VoIP, como ATAs, gateways ou demais softphones. Pela sua facilidade de configuração e total funcionalidade, quando outro software não quer se registrar na central, ou algum parâmetro aparentemente não está correto, basta configurar um 3CXPhone® para realizar o comparativo.

Durante nosso curso, usaremos o softphone da 3CX em conjunto com o sistema de telefonia próprio da 3CX, o 3CX Phone System.

Voltando um pouco no tempo, podemos imaginar o que seriam os primeiros softwares que dariam cara ao modelo de softphones que conhecemos hoje. Há cerca de 15 anos atrás (ou quase isto), existiam softwares de messaging que mais tarde, redesenhados e adaptados a nova tecnologia se tornariam estas ferramentas que conhecemos hoje, até um pouco mais avançados do que o imaginado há tempos atrás.

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Alguns destes softwares muito provavelmente são conhecidos por grande parte dos usuários, já outros, nem tanto: ICQ®, IRQ®, Odigo®, Yahoo Message®, Windows Messenger®, Google Talk®, entre tantos outros.

A grande maioria destes software abusaram das tecnologias e nos ofereceram a capacidade de interagir com usuários do mundo todo, através de chat e também com áudio. Contudo, a transmissão de áudio realizada por estes softwares era um tanto precária, principalmente no Brasil onde ainda estávamos engatinhando com nossos links de Internet, ainda Dial-Up.

Um software que podemos dizer que revolucionou o mercado, e que ganhou adeptos pelo mundo todo foi o Skype®.

Diferentemente de todos os messaging softwares citados anteriormente, o Skype® conseguiu fazer com que as transmissões de áudio fossem "perfeitas" e com a adição da facilidade e "gratuidade" em seu uso doméstico, rapidamente se espalhou e formou a grande rede de usuários que temos hoje.

O Skype® entra exatamente neste período de transformação, onde o conceito de VoIP ainda é recente e todos sentem "medo" desta nova tecnologia.

Podemos dizer que um dos percussores do VoIP foi o Skype®, tornando-se uma referencia mundial no conceito de Voz sobre IP, ainda que utilizem um protocolo proprietário, diferentemente do que vamos ver adiante.

®Marcas registradas

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Quando falamos em VoIP imaginamos alguém se comunicando com outro alguém através da internet, mais precisamente, esta comunicação em formato de "ligação" telefônica.

E como isto tudo ocorre?

O que é necessário para se ter um ambiente VoIP em casa, por exemplo? É possível se adequar a esta tecnologia? Quais os materiais necessários?

Neste capitulo do curso vamos entrar de cabeça no mundo VoIP, suas plataformas suportadas, seus softwares, provedores e serviços.

Existem dois modelos de estrutura VoIP, além da estrutura de Telefonia IP que falaremos mais adiante:

•Modelo “caseiro”•Modelo corporativo

No modelo “caseiro”, como o próprio nome diz, não se tem tanto a preocupação na construção da plataforma, dos fabricantes e softwares que serão utilizados.

No modelo corporativo é totalmente ao contrário. Todo o investimento deve ser analisado com cautela, principalmente sob a visão dos softwares e dispositivos a serem utilizados. Isto pode acarretar num futuro a sua inutilidade de todo o sistema, reclamação de usuários e suportes recorrentes.

7. VoIP e sua plataforma

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Módulo 01 – MODVP01

Um ambiente VoIP pode ser construído através de software livre como Linux utilizando Asterisk, na plataforma "embedded" como Appliances ou utilizando-se Windows com o sistema 3CX.

Neste curso aprofundaremos apenas nas plataformas de software livre (Linux) e Windows com 3CX.

No módulo seguinte vamos dar inicio ao sistema 3CX de Telefonia.

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Módulo 01 – MODVP01

CAMARILLO, Gonzalo. SIP Demytified.McGraw-Hill Inc, Finlândia, 2001. 320 p.

CISCO, Articles, Mapping VoIP Components and Protocols to the OSI Model OSI Layer. Julho 2008. Disponível em: [http://www.ciscoarticles.com/Voice-Over-IP/703.html]. Acesso em: 10/11/2010.

Wikipedia, Disponível em: [http://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:ADC-DAC.jpg]

[RFC3550] IETF Request for Comment (RFC) 3550 - "RTP: A Transport Protocol for Real-Time Applications", IETF, 2003

8. Referências

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Módulo 01 – MODVP01

Obrigado por assistir a este módulo!

No próximo módulo:

Introdução a Central IP PBX 3CX