módulo: atendimento grupo efa b3 abril de 2010 · baton deve ser claro e próximo ao tom de cor...
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Índice:
I. O Atendimento e a imagem da empresa ---------------------- 3
II. Perfil e Funções do Atendedor --------------------------------- 4
III. Características do Espaço de Atendimento ------------------ 12
IV. Proxémica --------------------------------------------------------- 17
V. As Atitudes de Comunicação de Porter ------------------------ 21
VI. A linguagem corporal no atendimento ------------------------ 22
VII. Necessidades e motivações dos clientes -------------------- 26
VIII. Como lidar com diferentes tipos de clientes --------------- 29
IX. Fases e Técnicas do Atendimento ----------------------------- 31
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I. O Atendimento e a imagem da empresa
A importância de um bom atendimento:
- A primeira impressão é a que fica;
- Espaço confortável, acolhedor e organizado;
- Apresentação dos profissionais;
- Comunicação;
- Bom ambiente de produção ou de atendimento,
- Tratamento que se dá ao cliente.
Imagem da empresa:
- A profissional precisa tomar consciência de que a sua imagem e a da
empresa estão intimamente relacionados.
Qualidade nos serviços:
- Conquistar e manter os clientes são tarefas mais difíceis para qualquer
empresa.
Os consumidores estão cada vez mais exigentes, as empresas são
praticamente iguais e o mercado muitas vezes desleal.
A percepção que os clientes têm na qualidade dos serviços:
- Fiabilidade;
- Segurança;
- Empatia;
- Prontidão;
- Outros (instalações com boa apresentação, equipamento…).
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II. Perfil e Funções do Atendedor
HIGIENE PESSOAL
Tome banho diariamente antes de entrar ao serviço
Use desodorizante suave e inodoro
Lave os dentes três vezes ao dia e a seguir às refeições (evitam-se cáries
e elimina-se o mau hálito)
Os fumadores devem lavar as mãos e os dentes sempre depois de fumar.
As mãos de preferência com limão.
Senhoras
As colaboradoras que usam saia devem manter as pernas depiladas
Use desodorizantes e perfumes suaves
Cabelos sempre apanhados
Mantenha o cabelo lavado e penteado e apanhado se estiverem compridos
Senhores
Mantenha o bigode e a barba aparados
Use after-shave (colónia para depois da barba) e perfumes suaves
Mantenha os pêlos do nariz e das orelhas cortados
Os Homens devem usar o cabelo curto
MÃOS
Não roa as unhas
Use unhas limpas e curtas. Corte-as sempre em casa
Lave as mãos com frequência (sempre que estiverem sujas, suadas e
quando vai à casa de banho)
Não faça gestos obscenos
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Não gesticule em exagero
Proteja as feridas expostas com adesivos transparentes Apenas lhe é
permitido o uso de aliança e/ou anel com valor sentimental. Anéis com
dimensões exageradas não são permitidos.
Quando entrar ao serviço, guarde o relógio
MAQUILHAGEM
A maquilhagem usa-se para eliminar imperfeições e/ou realçar aspectos
positivos por isso impõem-se algumas regras:
Deve ser natural e discreta
Verniz de cor transparente ou clara (pastel ou branco)
Base com cor próxima da cor da pele
Baton deve ser claro e próximo ao tom de cor dos lábios
Se tiver olheiras deve usar corrector de olheiras
ADORNOS Não usar piercings e tatuagens visíveis
UNIFORME (se exisitir)
Uniforme Corporativo À medida da pessoa
Confortável e adequado à função
Adequado à época: Verão e Inverno
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Recomenda-se Estar limpo, bem passado e em boas condições
Seja exigente com o seu uniforme. (Ex: colete sem botão)
Quando estiver estragado, deve exigir a sua substituição
Evite os cheiros nos uniformes (tabaco, comida, transpiração, etc.)
As senhoras devem usar meias do tom da pele e os senhores em regra
meia preta. Socialmente não fica bem o uso de meia branca
Mude de camisa todos os dias. Mais do que uma vez ao dia se necessário
Evite a moda de roupas justas, curtas, transparências e decotes
Não se recomenda o uso de saltos muito altos. Aconselha-se que não
ultrapassem 5 cm.
POSTURA
Evite gestos de euforia
Evite posições corporais “fechadas”, como por exemplo, braços e pernas
cruzadas
Olhe sempre em frente e mantenha uma expressão aberta, amistosa mas
neutra
Mantenha uma posição vertical, com as mãos relaxadas e pronto a
cumprimentar os seus interlocutores
Mãos cruzadas à frente ou perpendiculares ao corpo
Receba e fale com o Cliente sempre de pé
COMO CAUSAR UMA BOA IMPRESSÃO
Não é só a 1ª impressão que fica mas, a 2ª, 3ª, 4ª,... Seja sempre coerente.
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Crie empatia com os Clientes, sorrindo, seja prestável e atencioso no
atendimento
Apresente-se sempre de forma irrepreensível, quanto à sua aparência e
higiene
Sorria, demonstre satisfação ao rever ou conhecer um novo Cliente
Apresente-se sempre pelo nome
Seja receptivo a ideias alheias. Jamais diga: “está errado”
Evite falar sobre si, tenha presente que a sua atenção deve estar focada
nos Clientes
Escute com atenção o que os Clientes têm a dizer
Use palavras positivas. Mostre-se optimista
Fale só sobre assuntos que interessam aos Clientes e nunca tome a
iniciativa de falar da vida pessoal ou da organização
Se o Cliente o questionar sobre assuntos pessoais seus ou da
Organização, responda, mas com limites
Seja gentil, amável e disponível. Nunca evite um Cliente
Jamais discuta com os Clientes
Receba os Clientes em pé e de forma calorosa
Seja atencioso. Não indique simplesmente o departamento ou secção
desejada pelo Cliente. Acompanhe-o ou peça a alguém que o faça por si e
certifique-se de que foi bem atendido
Se o Cliente recusar ser acompanhado, não insista
Acompanhe o Cliente até a porta
COMO CUMPRIMENTAR
Seja sempre coerente, com o Cliente Interno e Externo.
Identifique-se. Nome, função quando se justifique
Mantenha uma distância de conforto do Cliente; de 0,90 m a 1,20 m
Olhe nos olhos por breves instantes. O olhar insistente pode incomodar
Sorria
Não estique o braço, mantenha-o ligeiramente flectido
Seja firme no cumprimento sem ser bruto ou agressivo
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Levante-se sempre para cumprimentar e receber um cumprimento
Ao cumprimentar um Cliente e sabendo o seu nome, deve referi-lo no
cumprimento
Repita o nome dos Cliente quantas vezes for possível durante uma
conversa
As senhoras devem ser cumprimentadas com um breve e suave aperto de
mão. Evite agarrar a mão por muito tempo
Para além do cumprimento evite tocar no Cliente
O beijo, como forma de cumprimento, apenas deve ser utilizado se o
Cliente tiver a iniciativa. Por regra o Cliente toma a iniciativa
A iniciativa do cumprimento cabe ao Cliente
Clientes de culturas diferentes, deve manter o nosso cumprimento.
Excepto para eventos oficiais em que se deve obedecer ao protocolo
O SORRISO NO ATENDIMENTO
O atendimento começa sempre com um sorriso.
Seja autêntico no sorriso
Sorria para os Clientes e não à custa deles. Assertividade do sorriso, com
naturalidade e espontâneo
O sorriso é contagiante, se sorrir, as pessoas tenderão a fazê-lo
O sorriso depende dos nossos estados de espírito, por isso, contrarie toda
e qualquer expressão de tristeza e indiferença
As pessoas que sorriem com maior frequência tendem a ser lembradas
com maior facilidade
Ao sorrir mostra que gostamos do que fazemos
Sorriso = Paixão
Sorria e não ria
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Atitudes Eficazes e Ineficazes Estratégias que podem facilitar a relação entre as partes em
interacção:
Inspirar confiança;
Informar correctamente;
Fornecer informações adequadas sobre a qualidade, aplicações, vantagens
do produto / serviço;
Apresentar argumentos de forma lógica e quando necessário de forma
pormenorizada;
Evidenciar factos;
Usar referências que possam ter impacto no interlocutor;
Não exagerar nas mais-valias do produto / serviço;
Escutar activamente;
Evitar referências que possam ser consideradas inúteis pelo interlocutor;
Simpatia e cordialidade com assertividade;
Linguagem adequada;
Recurso a exemplos quando necessário;
Diálogo sincero;
Em caso de necessidade, saber fundamentar o preço praticado tendo em
conta a respectiva política comercial;
Fazer ver que, por vezes, “o barato sai caro”;
Não pôr em causa a importância, o estatuto e o papel do interlocutor;
Dar o tratamento adequado e expectável ao interlocutor;
Conciliar as características do produto / serviço com a pretensão do
interlocutor;
Surpreender tendo em conta as expectativas do cliente;
Introduzir “sabiamente” os pontos de vista;
Não discutir;
Não forçar;
Persuadir adequadamente, fazendo com que o interlocutor sinta a decisão
como sua.
As estratégias anteriormente descritas devem ser sempre
contextualizadas de modo a adequarem-se à respectiva situação,
pois caso contrário podem constituir-se como atitudes ineficazes.
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A idiossincrasia, empatia e sintonia
Idiossincrasia[1] “é uma característica comportamental ou
estrutural peculiar a um indivíduo ou grupo. O termo também pode ser
aplicado para símbolos.
Símbolos idiossincrásicos são símbolos que podem significar alguma
coisa para uma pessoa em particular.
Nesta perspectiva é importante estar atento às especificidades
comportamentais do seu interlocutor, aos símbolos utilizados e à
linguagem usada.
Estas vertentes podem transmitir um conjunto de características que,
quando identificadas, podem ser facilitadoras do relacionamento
com o nosso interlocutor (cliente).
Empatia é, segundo Hoffman (1981), a resposta afectiva adequada a outras
pessoas, ou seja, uma resposta apropriada à situação de outra pessoa,
e não à própria situação.
A EMPATIA é a capacidade que o ser humano tem de se colocar no
lugar do outro.
A empatia quando traduzida em comportamento condiciona
positivamente o relacionamento com os outros (clientes), pois permite
um ajustamento ao interlocutor através da interpretação da sua forma
de ver e/ou de sentir uma determinada situação.
Por vezes o “exercício” da empatia pressupõe (momentaneamente) a
capacidade de nos abstermos (em parte) das nossas próprias concepções
para podermos “colocar-nos no lugar do outro”.
Sintonia é a reciprocidade que pode ser conseguida no
relacionamento com o outro (cliente), resultante de uma interacção
empática que considerou as especificidades comportamentais do seu
interlocutor, enquanto aspectos idiossincrásicos deste.
Quando em sintonia, emissor e receptor estão efectivamente a
comunicar, porque estão a partilhar informação e, portanto, a obter
resultados (do sucesso) desse mesmo processo. É ainda importante
equacionar o conceito de assertividade que, enquanto técnica de
comunicação permite interagir salvaguardando os seus direitos sem interferir
com os dos outros.
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Imagem da
empresa
determinada pela qualidade
dos produtos, atendimento e
espaço.
Funções:
arquitectura a
de produzir, design o de ocupar, marketing o de
reconhecer
necessidades e desejos dos
clientes.
Às vezes basta um olhar (pequeno sinal) para tranquilizar o c
III. Características do Espaço de Atendimento
Diante da concorrência e da própria condição do consumidor moderno, com
sua falta de tempo, mas exigente de qualidade, os lojistas buscam criar
soluções para atrair a atenção do cliente. Para isso, descobriu-se uma
fórmula: o conforto e a comodidade são proporcionais ao tempo de
permanência do cliente dentro da loja, que por sua vez é proporcional ao
volume de vendas. A partir dessa premissa, o comércio passou a tirar partido
da arquitectura para melhorar sua imagem e vender mais.
O bom ou mau funcionamento de uma loja, ou marca, vai depender da
reputação da mesma junto aos seus clientes. A reputação é determinada
pela imagem da empresa, a partir da qualidade dos produtos, qualidade do
atendimento e qualidade do espaço. A consciente elaboração do projecto de
arquitectura tem o poder de mudar ou reforçar a imagem de um
estabelecimento comercial, além de criar uma mensagem competitiva no
mercado.
A boa imagem de uma empresa, ou seja, a composição harmónica entre
fachada, vitrina, layout, comunicação visual, exposição e apresentação dos
produtos, além da existência de atendimento e serviços satisfatórios, é
resultado do trabalho da Arquitectura e do design, associados ao marketing.
À arquitectura cabe a função de produzir o espaço, ao design a tarefa de
ocupá-lo, e ao marketing, a missão de reconhecer as necessidades e desejos
dos clientes. O resultado é um planeamento que permite optimizar o espaço
comercial e adequar uma empresa ao seu cliente, o grande referencial
competitivo actual.
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Os consumidores
não buscam
somente suas necessidades
básicas, eles querem o novo.
Valorização
do espaço: Visibilidade,
acesso ao ambiente,
comunicação
visual, vitrinas,
cores, sons, odores, etc.
O fetichismo em torno da mercadoria é um produto da sociedade do
consumo: as mercadorias desde sempre evocam fascínio e desejo; os
consumidores não buscam apenas satisfazer as suas necessidades básicas,
eles querem o novo; as pessoas procuram por produtos personalizados, que
não padronizem seu usuário. Assim, cada detalhe do projecto de uma loja
deve ser pensado para surpreender o cliente.
O ambiente precisa ter um diferencial, uma identidade própria. E é por isso
que se procuram profissionais especializados, que conciliem as suas
actividades criando um projecto integrado, de modo a dar uma unidade
conceitual à loja. A atmosfera criada na loja se dá pela sua apresentação
interna e externa. Enquanto a apresentação externa atrai o consumidor, a
apresentação interna procura envolver o cliente. Para isso, o espaço deve
dispor de elementos que estimulem os cinco sentidos, que facilitem a
comunicação, o processo de compra, e proporcionem conforto aos usuários.
As soluções utilizadas para a fachada, acesso ao ambiente, visibilidade,
comunicação visual, vitrinas, design de interiores, sinalização, iluminação,
acabamentos, cores, sons, odores, assim como as estratégias de marketing e
merchandising desenvolvidas, agregam valor ao produto que é
comercializado, ao destacá-lo e valorizá-lo. As ferramentas são conhecidas,
no entanto, na Arquitectura não existe um padrão para ser seguido, e sim,
referências e sugestões: cada projecto é único e demanda diferentes
soluções projectuais. O projecto de arquitectura na área comercial é hoje um
factor de diferenciação, que deve levar sempre em conta a individualidade do
consumidor, a criatividade, e os estilos e tendências que estão sempre se
renovando. Conhecendo seu público-alvo e respeitando as condições do
produto ofertado, é certo criar um ambiente convidativo e cómodo, com
produtos e serviços que atendam as necessidades dos consumidores e torne
a compra uma experiência satisfatória.
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A
combinação
de luz, cores,
texturas, materiais,
(etc; …) determinam
o sucesso da
loja.
O ambiente da loja deve
acolher e fazer
sobressair
colecções novas.
A Zilian é uma marca do grupo Mar. O objectivo foi criar um conceito de loja
para dar resposta às necessidades de um público que gosta de estar
actualizado com novidades a preços acessíveis. “O ambiente da loja deve
permitir acolher e fazer sobressair colecções novas, daí optarmos sobretudo por
tons neutros (cinzas, preto e branco) para o património oficial da Zilian”, explica
a responsável, Cecília Santos.
“Conhecer bem os gostos e as tendências não é nada, se não contarmos com
todo o envolvimento emocional dos nossos criativos gráficos e tridimensionais,
e a sua arte de criar, exprimir e sintetizar inovação, impacto, diferenciação e
realismo comercial”, resume.
André Gouveia, designer da Upstarir, refere que no processo de trabalho da
agência existem três etapas. Em primeiro lugar, é preciso perceber quais as
ambições do cliente e entender o seu imaginário para o espaço futuro. Depois,
há que estudar o público para quem se destina o espaço. “Os consumidores
devem sentir-se bem no espaço comercial e este deve corresponder a todas as
suas expectativas e necessidades”. Por último, há que pesquisar e estudar
sobre a tipologia de espaço em que vão intervir. É uma loja de roupa? É um
restaurante? Para cada caso, existem regras ergonómicas, de higiene,
limitações espaciais, entre outras.
“Uma loja tem que convidar a entrar, proporcionar bem-estar, ser eficaz e
funcional, proporcionar uma experiência enriquecedora e, por último mas muito
importante, nunca deixar a visita acabada, devendo conseguir sempre estimular
a próxima visita”. Na opinião de Carlos Barbosa, a combinação adequada da
forma, materiais, texturas, cores, imagens e luz vai determinar o sucesso. “A
distribuição dos produtos e funções executadas na loja, bem como a sua
relação com tudo o resto vai determinar a atitude pretendida, mais agressiva ou
mais passiva”.
Luz que faz brilhar quando se entra num espaço comercial, a existência ou não
de luz pode influenciar a percepção da marca ou a forma como são feitas as
compras. Hélder Pombinho, à frente do design da agência que tem no
portefólio marcas como Vodafone, Banif, Modalfa, explica que a luminotécnia é
uma das disciplinas mais exigentes a nível técnico e de comunicação.
Pesquisar e
Estudar a tipologia dos
espaços e a existência de
regras e limitações.
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A luminosidade
é importante num espaço
comercial, a sua
temperatura,
cor, posicionament
o, entre outras mais.
São as
marcas que deveram
definir o seu tom de voz.
A banda
sonora faz parte da
identidade da marca.
“São relativamente bem conhecidos os estudos mais elementares que nos
dizem como a luz influencia os comportamentos”. No entanto, explica, os
desafios vão para além da necessidade de criar ambientes atraentes para a
compra e passam também pelo consumo de energia, vulgarizando-se os leds e
outras fontes de iluminação mais económicas. “A temperatura de cor das
lâmpadas, a localização e os circuitos de tráfego, tudo pode influenciar o acto
de compra”.
Cecília Santos sublinha que a luz é uma opção criativa e emocional, que tem
que ver com a identidade do lugar, mais que uma funcionalidade que permite
ver melhor a roupa ou a sanduíche. “A sensibilidade e a inteligência versus a
ignorância e a negligência aferem-se pela luz de um espaço comercial ou
privado. Ou comercial que quer ser sentido como privado”.
Sofia Oliveira Costa, diz que um produto bem iluminado pode fazer a
diferença. E com “bem iluminado”, explica, não quer dizer “muito”, mas sim
“bem”. Esta profissional é de opinião que ainda existe uma tendência de abusar
de um só tipo de luzes, sobretudo as de halogéneo de alta ou baixa voltagem,
que tornam as lojas insuportáveis em termos de temperatura. E muitas vezes, a
luz é tanta que, mesmo assim, os produtos não brilham. Ao mesmo tempo,
“peca-se por defeito e é frequente encontrarmos lojas com tão pouca e
deficiente iluminação que passam completamente despercebidas”.
Também o som ambiente como por exemplo um logótipo sonoro, um jingle,
uma melodia, tal como a luz, é determinante na altura em que se vai abrir ou
não os cordões à bolsa. Hélder Pombinho é peremptório em dizer que são as
marcas que deverão definir o seu tom de voz. “A banda sonora numa
experiência de shopping pode ser decisiva. A maioria das marcas opta por fazer
uma playlist que repete em círculo. Uma minoria tem uma banda sonora
exclusiva e são raros os casos onde o som é estudado especificamente para
uma loja”. E acrescenta que nestes últimos a sonorização da loja faz parte da
identidade da marca.
Cecília Santos também diz que “até a ausência de um som trabalhado é
significativa. Podemos optar pela ausência de um som definido, em espaços
muito marcados pela vizinhança. O som é uma das dimensões fundamentais da
personalidade dos destinatários do espaço, e logo da identidade da marca.” Já
André Gouveia, refere ainda que trabalhar a vertente do som depende do
espaço e para quem se destina. “Depende se há necessidade de absorção
acústica, se há necessidade de isolamento entre paredes, se estamos a intervir
num complexo comercial ou numa rua com pouco movimento e muitos
vizinhos”.
Para fazer de um espaço um local acolhedor não há receitas milagrosas. “O
ferro pode ser melhor que a madeira, o plástico pode ter vantagem sobre a
cerâmica, o vidro pode ser inovador em relação ao tijolo.
Todos os materiais
são
possíveis, se usados com
intenção, coerência, ar
e com luz própria.
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O ambiente de loja é o
principal elo entre “tudo
o que você deseja ser
para seu
consumidor” e “tudo o
que o seu consumidor
pensa sobre
você”.
Criar
experiências de compra.
Moda é informação.
Pesquisar
tendências.
Ou seja todos os materiais são possíveis, se usados com intenção, coerência, ar
e com luz própria.
Cecília Santos acrescenta: “Existem os materiais mais adequados à expressão
plena de um conceito e uma identidade diferenciadora para um lugar, não
existem os materiais mais adequados para que o lugar seja mais ou menos
acolhedor”.
André Gouveia opta pela utilização de materiais quentes como a madeira e os
têxteis. Segundo ele; “As cores quentes (vermelhos, amarelos) também tornam
o espaço acolhedor. Em alguns casos, o próprio produto a ser comercializado é
bastante acolhedor”.
Hélder Pombinho adverte para a questão de que existem espaços onde o
objectivo é gerar tráfego e onde o conforto deve ser o ideal para os
consumidores passarem mas não permanecerem no espaço. “Se por outro lado
estivermos a falar de atracção, há materiais mais inovadores que permitem
gerar alguma relação entre o consumidor e a marca no acto de compra de
modo a marcar positivamente a experiência.
Com base na sua experiência, Sofia Oliveira Costa refere que os espaços
comerciais são o melhor local para apostar no estreitamento das relações entre
a marca e os seus públicos, proporcionando pontos de contacto extremamente
importantes e decisivos no que respeita à decisão de compra. “Uma marca
pode ter uma excelente comunicação, tendo péssimos resultados se as visitas
às lojas forem uma má experiência”. Daí que tudo tenha de ser pensado. Muito
bem pensado.
O ambiente de loja é o principal elo entre “tudo o que você deseja ser para seu
consumidor” e “tudo o que o seu consumidor pensa sobre você”. Características
como o mobiliário, o tipo de exposição, as cores aplicadas na loja, a
organização de gôndolas e até mesmo o tipo de música que será utilizada (ou
não) criam a atmosfera de compra para seu cliente. O conceito mais em voga
hoje é o de “criar experiências de compra” ao invés de simplesmente vender
produtos. Isso pode ser visualizado em algumas lojas, como as redes de
electro-electrónicos que possibilitam experimentar televisores e sistemas de
som em salas fechadas, ou ainda as lojas de artigos desportivos que
possibilitam experiências únicas como poder andar e testar bicicletas, testar a
pontaria com um modelo novo de sapatilha, ou ainda as livrarias que
possibilitam que consumidores folheiam e leiam os livros e revistas antes de
comprar, sem nenhum tipo de abordagem agressiva, disponibilizando até
mesmo assentos e bancos confortáveis, incentivando este tipo de
comportamento.
Moda é informação. Por conta disso, pesquisar sobre as tendências é
importante, não somente para o lojista e vitrinista, mas para toda a equipe de
vendas.
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O mobiliário
não deve ocupar mais
de 40% do espaço total.
Visão plena
dos produtos.
Potencial
perfil do
consumidor (sexo, idade,
classe social, hábitos de
consumo e
escolaridade, entre
outros).
Portanto, é necessário conhecer e entender o que está em exposição, saber de
onde os estilistas buscaram a inspiração e fazer uso desta informação, tanto na
hora da decoração, como no momento da venda.
O valor do layout
A comunicação visual, pode ser reforçada através de elementos que confirmem
o conceito das roupas e calçados.
Por exemplo se para este verão, um aspecto marcante da moda são as estampas,
entre elas as tropicais, pode Identificar e reunir algumas peças com estas
propostas. Montando uma vitrina fazendo uso de elementos típicos da região dos
trópicos, como o Brasil. Não é necessário muito trabalho, apenas uma planta,
como uma palmeira ou bananeira, dando um visual especial à vitrina.
De acordo com material disponibilizado pelo Serviço de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Brasília/DF), o layout de uma loja deve possibilitar uma
boa distribuição de suas áreas, o mobiliário não deve ocupar mais de 40% do
espaço total, e a circulação deve permitir a visão plena dos produtos. Ainda
conforme as dicas repassadas pela entidade, as características de um ponto de
venda devem ser definidas com base no tipo de consumidor que se pretende
atrair.
Ou seja, um estabelecimento muito luxuoso, localizado num bairro popular,
pode afastar os clientes potenciais, mesmo se oferecer bons preços.
Do mesmo modo, uma aparência excessivamente modesta pode afastar
consumidores numa região de alto poder aquisitivo.
Além disso, entre as dicas de planeamento de layout, é sugerido que o lojista
avalie quais os produtos que serão expostos em sua loja, quantas pessoas
podem ser atendidas por dia, quantos membros a equipe de vendas deve ter,
qual o stock necessário para a operação da loja e qual o potencial perfil do
consumidor, tais como (sexo, idade, classe social, hábitos de consumo e
escolaridade, entre outros).
Para finalizar descrevemos abaixo algumas Dicas Importantes
- Fachada: deve ser a mais adequada possível ao público que pretende atrair
e aos produtos e serviços que tem a oferecer.
- Vitrina externa: deve transmitir a personalidade da loja e deve traduzir o
que o cliente encontra no interior dela.
- Prateleiras: prolongamentos da vitrina, propiciam ao cliente contacto mais
próximo e devem estimular seu interesse.
-Balcão: é um dos elementos que definem a circulação e deve ser planeado
para que não se torne um obstáculo entre o cliente e a mercadoria.
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Distâncias físicas,
convívio social,
condições ambientais,
situações
sociais e culturais.
- Mostrador: é um excelente recurso para exibir mercadorias frágeis ou de
valor, que precisam ser guardadas de forma segura.
- Caixa: deve ser discreta para não desviar a atenção do cliente da área de
vendas, porém visível.
-Administração: o espaço deve ser planeado de modo que o fluxo de
documentos administrativos acompanhe a velocidade das vendas.
-Casas de banho: é preciso seguir a legislação municipal, conforme o número
e o sexo dos funcionários e a utilização por parte do público.
E lembre-se que instalações impecáveis constituem um bom cartão de
visitas.
IV. O que é a Proxémica?
É o estudo das distâncias físicas que as pessoas estabelecem espontaneamente
entre si no convívio social, e das variações dessas distâncias de acordo com as
condições ambientais e os diversos grupos ou situações sociais e culturais em
que se encontram.
O termo Proxémica (proxémica, em inglês) foi cunhado pelo antropólogo
Edward T. Hall em 1963 para descrever o espaço pessoal de indivíduos num
meio social, definindo-o como o "conjunto das observações e teorias referentes
ao uso que o homem faz do espaço enquanto produto cultural específico".
Descreve as distâncias mensuráveis entre as pessoas, conforme elas interagem,
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Distâncias mensuráveis entre as pessoas. Distâncias e posturas que não são
intencionais.
Comunicação
Proxémica trata do jogo
de distâncias e
proximidades.
O corpo fala
comunicando.
Gestão da distância é
ferramenta
de trabalho. Existe
proxémica para
informar, admoestar,
advertir, tocar.
distâncias e posturas que não são intencionais, mas sim resultado do processo
de aculturação. É um exemplo de proxémica quando um indivíduo que encontra
um banco de praça já ocupado por outra pessoa numa das extremidades, tende
a sentar-se na extremidade oposta, preservando um espaço entre os dois
indivíduos.
A Proxémica é influenciada pelas dimensões sociais, culturais e individuais,
naturalmente. Tocar as pessoas implica quebrar os limites territoriais do outro
lado que são fluidos e pessoais.
Às vezes, com gente que fala «muito em cima», sentimo-nos como que
agredidos no espaço pessoal. Assim como com pessoas que mal conhecemos e
que nos tocam, nos «batem» com uma familiaridade inexistente e cega.
Se para nós a distância íntima pode ser agradável no diálogo com uma pessoa,
pode ser potencialmente agressiva e ameaçadora ou simplesmente
desagradável com outra.
Comunicação proxémica
A Comunicação Proxémica é uma das abordagens em voga, trata do jogo de
distâncias e proximidades que se entretecem as pessoas no espaço. Traduz os
modos pelos quais nos colocamos e movemos uns em relação aos outros, como
gerimos e ocupamos o espaço envolvente, considerada a presença do outro.
São factores relevantes a tal linha de análise a relação que os comunicantes
estabelecem entre si, a distância espacial entre eles, a orientação do corpo e do
rosto, a forma como se tocam ou se evitam, o modo como dispõem e se
posicionam entre os objectos e os espaços, permitindo captar mensagens
latentes. Uma obra conhecida do grande público que faz esse tipo de
abordagem, mas sem usar a palavra proxémica, é O corpo fala [1], acessível a
qualquer um e facilmente encontrada, inclusive por suas enormes tiragens e
sucessivas reedições.
A consciência do espaço e a gestão da distância são ferramentas de trabalho –
existe uma proxémica adequada para informar, admoestar, advertir, tocar.
Hall indicou que diferentes culturas mantêm diferentes padrões de espaço
pessoal. Nas culturas latinas, por exemplo, aquelas distâncias relativas são
menores e as pessoas não se sentem desconfortáveis quanto estão próximas
das outras; nas culturas nórdicas, ocorre o oposto.
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Distância
pública existe uma
visão global mas
afastada do
corpo.
As distâncias pessoais também podem variar em função da situação social, do
género e de preferências individuais
Hall demonstrou que a distância social entre os indivíduos pode ser relacionada com a distância física. Nesse sentido, menciona quatro tipos de distância:
Distância íntima: para abraçar, tocar ou sussurrar; envolve contacto físico entre os corpos; não permitida em habitual em público na maior parte das culturas (0-45 cm);
Modo próximo: maior proximidade possível, contacto entre a pele e músculos;
Modo afastado: apenas as mãos estão em contacto; proximidade provoca visão distorcida do outro, distância na qual se fala aos sussurros.
Distância pessoal: para interacção com amigos próximos; distância que o indivíduo guarda dos outros (45-120 cm);
Modo próximo: permite tocar no outro com os braços; a posição/distância revela o relacionamento que existe entre os indivíduos;
Modo afastado: limite do alcance físico em relação ao outro; distância habitual da conversação pessoal;
Distância social: para interacção entre conhecidos; definida por Hall como o "limite do poder sobre outrem"; a esta distância os indivíduos não se tocam. (1,2-3,5 m);
Modo próximo: adoptado quando várias pessoas dividem o mesmo espaço de trabalho ou em reuniões pouco formais;
Modo afastado: adoptado quando de relações sociais ou profissionais formais;
Distância pública: para falar em público; situa-se fora do círculo mais imediato do indivíduo; vista em conferências. (acima de 3,5 m).
Modo próximo: relações formais; permite a fuga ou a defesa caso o indivíduo se sinta ameaçado;
Modo afastado: modo no qual a possibilidade de estabelecer contacto com alguém é nula, devido à distância.
Utilização das distâncias: a proxémica
Hall admite a existência de diversas personalidades situacionais num mesmo indivíduo, no decurso dos diferentes tipos de relações (íntimas, pessoais, sociais e públicas), em função da gestão do espaço, da distância, ou melhor, da proxémica.
Na Distância pública (3,60 – 7,50m e mais), ao nível da percepção, existe uma visão global mas afastada do corpo e sem se observar pormenores da cara.
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Distância
dos contactos
próximos ou
íntimos. A sua
utilização pode ser ambígua.
Percepção
do cheiro, calor da
pele, ritmo
respiratório.
Distância social
permite
trocas verbais, é a
distância de trabalho
distância de reuniões.
As particularidades comportamentais são a voz elevada e o discurso formal – estamos perante circunstâncias oficiais ou conferências, num «ver de longe».
Na Distância social (1,20-3,60m) há uma sensação mais nítida da presença corporal do outro, a necessidade de manter o olhar para manter o contacto. As particularidades comportamentais são a voz ligeiramente elevada e a impossibilidade de ter um controlo físico sobre o outro. A distância social permite as trocas verbais mas o impacto do olhar fica diminuído e o contacto físico está interditado. Por outro lado, as mensagens de conteúdo afectivo são difíceis de transmitir.
É a distância de trabalho entre muitas pessoas, sem desconforto nem indelicadeza, a distância de reuniões. Noto, por exemplo, que os auditórios e as salas de aula apresentam a «mesa do professor» a uma determinada distância da primeira fila.
Na Distância pessoal (45cm – 1,20) há uma impossibilidade de uma visão global do corpo do outro e a percepção precisa do rosto. A particularidade comportamental decorre de existir a possibilidade de ter controlo sobre o outro. É a distância dos contactos próximos ou íntimos e de conversa sobre assuntos pessoais. A utilização da distância pessoal pode ser ambígua – por um lado, aumenta a percepção da presença (é perceptível a intensidade do olhar, as variações da voz, a respiração, a expressão facial) e pode favorecer a relação; por outro lado, pode provocar uma sensação de mal-estar, irritação, afastamento ou ansiedade, dependendo da relação entre os intervenientes.
Na Distância íntima (contacto – 45 cm) a visão é muito próxima e “deformada” (nariz alongado, aumento da íris…) e junta-se a percepção do cheiro, do calor da pele, do ritmo respiratório. As particularidades comportamentais são a voz baixa ou murmúrio, a comunicação não verbal transmitida na palavra e o contacto físico ou a sua eminência domina provavelmente a consciência dos envolvidos. As circunstâncias são de reconforto ou protecção, de acto sexual ou de luta. Esta distância favorece a proximidade afectiva – os gestos de cuidado situam-se na esfera da distância íntima. Está descrita a sensação de desconforto e desagrado quando esta distância é «quebrada» por desconhecidos (como numa carruagem muito cheia do Metro…).
Sensação de desconforto e desagrado
quando «quebrada» por desconhecidos.
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V. Atitudes de comunicação de
Porter
Atitude de Avaliação (repreensão, censura,
punição)
Atitude de Orientação (decisão pelo outro)
Atitude de Apoio (suporte)
Atitude Exploratória (interrogação, inquérito)
Atitude de Reformulação/ Empática (Feedback)
Efeitos da Atitude de Avaliação _ Aumento da tensão, choque, confronto;
_ Aumento da agressividade e tensão;
_ Activação dos mecanismos de defesa,
_ Endurecimento das posições;
_ Forte redução da capacidade de comunicar
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Efeitos da Atitude de Orientação _ Imposição de autoridade, agressão psicológica, o receptor sente que está a
ser julgado
Criação de resistência às mensagens;
_ Redução da capacidade de ouvir.
Efeitos da Atitude de Apoio _ Manutenção ou intensificação do estado afectivo
existente;
_ Aumento da tendência para a conformidade;
_ Dificuldade de análise;
_ Aumento da dependência psicológica.
Efeitos da Atitude Exploratória _ Movimento do receptor para dar informação
_ Aumento da capacidade de análise;
_ Aumento da profundidade da comunicação.
VI. A linguagem corporal
1Contacto visual
A frequência, a duração e a ocasião de um olhar são factores que permitem
enviar mensagens sobre o relacionamento entre duas ou mais pessoas.
Manter o contacto visual, não significa fixar visualmente o outro de uma
forma contínua, uma vez que isso poderá tornar-se incomodativo.
Existem normas que devemos ter em conta relativamente aos contactos
visuais:
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a) A dois, o contacto pode ir de 5 a 15 segundos sensivelmente…
b) Em grupo o referido contacto deverá ser mantido por 3 a 4 segundos por
pessoa, percorrendo todo o grupo.
Um olhar transmite uma série de comportamentos, desde demonstrar um
comportamento passivo através de um olhar fugido e evasivo, ou um olhar
directo e terno que pode indicar benevolência, entre outros.
Gestos Um dos aspectos mais importantes do comportamento não verbal é o da
gestualidade. O comportamento motor de um indivíduo possuiu uma grande
expressividade. Podemos caracterizar os gestos em cinco categorias, que
são:
Gestos simbólicos: Ex: apontarmos para alguma coisa;
Gestos ilustrativos: Ex: todos os movimentos que a maioria dos
indivíduos utiliza no decurso da comunicação verbal;
Gestos indicadores de estado emocional: Ex: punho fechado em sinal
de ira;
Gestos de adaptação: Ex: reacção ao toque de um telemóvel, sem darmos
por nada, está logo a colocar a mão no bolso, para ver se por acaso é o
nosso que está a tocar (não intencionais).
Expressões Faciais
O canal privilegiado de expressar as emoções é o rosto. Todos nós temos
uma série de máscaras faciais que utilizamos
consoante aquilo que queremos transmitir.
As expressões faciais desempenham diversas
funções, tais como: expressão das emoções e
das atitudes interpessoais; o envio de sinais
inerentes à interacção em curso e, - a
manifestação de aspectos típicos da
personalidade de um indivíduo.
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Postura
Modo como nos movimentarmos, sendo algo que se vai adquirindo com o
tempo e com os hábitos.
Este sinal, é em grande parte involuntário, mas pode participar de forma
importante no processo de comunicação.
Em todas as culturas existem muitas formas de estar deitados, sentados ou
de pé.
Existem posturas variadas que correspondem a situações de amizade ou de
hostilidade, bem como posturas que indicam um estado ou condição social,
entre outros.
Movimentos da Cabeça Indicadores sobre o andamento de uma interacção entre indivíduos.
Os acenos de cabeça são sinais não verbais muito rápidos, se bem que
aparentemente descortináveis.
Um aceno de cabeça de quem ouve é entendido por quem fala como um
sinal de atenção e, por isso, desempenha neste um papel de reforço, pois
encoraja a sua continuação, bem como é uma recompensa para o
comportamento precedente.
A Paralinguagem
É um conceito que se aplica às modalidades da voz (modificações de altura,
intensidade, ritmo,) que fornecem informações sobre o estado afectivo do
locutor, e ainda outras emissões vocais tais como o bocejo, o riso, o grito, a
tosse.
A escuta activa Quem já não cometeu erros na transcrição de
números?
Quem já ouviu um nome que pouco mais tarde se
apagou da memória?
Quem já não falou com amigos e foi confrontado
com a pergunta: onde é que estás?!
São situações vivenciadas de modo recorrente e
que podem ser tendencialmente eliminadas se
conseguirmos praticar a escuta activa.
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Não basta ouvir, é preciso captar o significado do que o nosso
interlocutor está a dizer, exigindo-se por isso, motivação e
disciplina.
Para praticar a escuta activa devemos observar os seguintes
procedimentos:
Estar consciente de si próprio. "Ouvir" com olhos, cabeça e ouvidos,
olhando o interlocutor nos olhos e inclinando-se ligeiramente para a frente,
de
vez em quando reforçando a atenção.
Centrar a atenção no interlocutor. Tentar descobrir aquilo que, de facto,
pretende dizer e, por via das perguntas, clarificar a sua mensagem.
Repetir o que se ouve. Reformular por palavras próprias aquilo que se
entendeu que foi dito, tanto no que concerne às ideias como aos
sentimentos.
Estudos demonstram que, por regra:
Ouvimos metade do que é dito, prestamos atenção a metade do que
ouvimos e lembramo-nos apenas de metade do que prestámos
atenção.
De facto, temos a tendência para ouvir o que queremos ouvir e ver o
que queremos ver. Em resultado deste facto, a mensagem percebida por
nós é muitas vezes completamente diferente daquela que o emissor desejava
transmitir. A escuta activa visa melhorar a compreensão da mensagem.
VII. Diagnóstico de Necessidades/Motivações
As necessidades motivacionais/expectativas do cliente
CONHECER AS EXPECTATIVAS DOS CLIENTES Podemos ter as melhores intenções do mundo e querer responder às
expectativas dos Clientes, mesmo assim temos que compreender as suas
necessidades.
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Desprezar ou tratar
com indiferença o
que o Cliente não
gosta, é potenciar
o seu abandono…
Os Clientes esperam de nós os melhores
resultados Quer no nosso âmbito privado quer no profissional, todas as pessoas às
quais estamos ligados são, de certa forma, nossos clientes”.
Todos os clientes querem relações corteses, relações sinceras e correctas,
assim como um serviço de qualidade, como tal devemos compreender estas
necessidades se pretendermos satisfazê-las.
Saber identificar as necessidades do cliente De que forma podemos obter estas informações?
Simplesmente pedindo-as.
E escutando as respostas com muita atenção.
É investindo tempo, e esforçando-nos por interrogar os utentes sobre as
suas necessidades que podemos propor-lhes um serviço de qualidade.
Fazer todas estas perguntas é comunicar positivamente, é mostrar que
estamos atentos aos outros e aos seus problemas.
Necessidades e Motivação
As necessidades motivacionais e as expectativas do cliente
O comportamento humano é orientado em função de uma série de
necessidades;
A satisfação dessas necessidades dá origem à acção;
Todo o comportamento humano é motivado, isto é, provocado por
necessidades que a pessoa sente e tende naturalmente a satisfazer.
O CLIENTE NÃO GOSTA DE…
Na prestação de serviço a relação com o cliente é a unidade de valor, por isso, é
importante saber o que o cliente não gosta, estando constantemente atento aos
sinais que emite. Assim poder proporcionar experiências positivas que excedam as
suas expectativas.
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Ser tratado com indiferença e frieza
Falta de higiene, tanto do ambiente como dos colaboradores
Diferença nos valores facturados
Esperar sem receber atenção
Receber informações erradas
Ser atendido após um cliente que chegou depois dele
Receber um produto diferente do publicitado
Excesso de intimidade por parte dos colaboradores
Ouvir piadas sobre as suas origens, a sua religião, a sua família, as suas
opções partidárias e clubistas
Insistências para que adquira um produto ou serviço
Procurar um produto anunciado que já não existe (promoções, menus, etc.)
Ligar para a organização e o telefone estar sempre ocupado ou
demorarem a atender
A MOTIVAÇÃO HUMANA
_ NECESSIDADE _ privação _ desequilíbrio
_ IMPULSO _ força que move para a acção
_ COMPORTAMENTO _ acção para atingir um objectivo
_ OBJECTIVO _ meta para a acção; visa satisfazer necessidades
_ SATISFAÇÃO _ eliminação necessidades _ equilíbrio
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Que categoria de necessidades pode influenciar os comportamentos
dos clientes, no que se refere à relação com o profissional?
Trata-se da categoria de necessidades sociais, com efeito, são
essencialmente as necessidades de aceitação, de afecto, respeito e
reconhecimento que pesam na relação de atendimento, cuja satisfação
pelo atendedor contribui largamente para a concretização e manutenção da
relação com o cliente.
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VIII. Tipos de clientes
Tipo de cliente O que fazer?
Conflituoso
Não discutir manter a calma
Indeciso
Devemos mostrar-nos disponíveis em ajudar.
Impulsivo
Usar referências que possam ter impacto no
interlocutor.
Impaciente
Tentar atende-lo rapidamente dentro dos possíveis para que não desista da compra.
Desconfiado
Persuadir adequadamente fazendo com que o
interlocutor sinta a decisão como sua.
Prepotente
Ser paciente mantendo a calma e apresentando
argumentos de forma lógica.
Ingénuo
Tentar vender mas sem exagerar para que não
se sinta enganado.
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Tipo de cliente O que fazer?
Orgulhoso
Persuadir adequadamente fazendo que o
interlocutor sinta a decisão como sua.
Nervoso
Tentar atende-lo o mais rápido possível
mantendo a nossa calma ao mesmo tempo acalma-lo.
Tímido
Devemos dar-lhe espaço para que se sinta a
vontade não o pressionando.
Falador
Devemos dar-lhe atenção e mostrar-lhe interesse e ao mesmo tempo fazer entender que estamos
ocupados.
Apressado
Tentar atende-lo o mais rápido possível mas
atendendo-o com profissionalismo.
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IX. Fases e Técnicas de Atendimento
O processo de atendimento pode ser equacionado
em (4) quatro fases diferentes:
Fase 1 – O Acolhimento do Cliente;
Fase 2 – Exploração das Necessidades do Cliente;
Fase 3 – Satisfação das Necessidades do Cliente;
Fase 4 – Finalização do Atendimento.
Fase 1 – O Acolhimento do Cliente
• Momento de estabelecer contacto com o cliente;
• Nesta fase é essencial que faça sentir ao cliente que ele é bem-vindo;
• Deve fazer com que o cliente sinta que está concentrado nos seus
interesses, necessidades e problemas;
• Cumprimente o cliente;
• Receba o cliente com uma atitude descontraída, mas não desleixada.
• Olhe para o cliente e mantenha uma distância adequada;
• Proporcione-lhe um ambiente agradável, indique-lhe um local para que
aguarde confortavelmente;
• Faça o cliente sentir-se uma pessoa reconhecida, se souber o seu nome
trate-o pelo nome.
• Quando o cliente exaltado se dirige a si, encare a situação como uma
emergência. Aja rapidamente, encurtando a fase de acolhimento e passe à
fase seguinte;
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• Ao fazer isto, evita o prolongamento de uma situação desagradável e é
provável que o cliente se acalme, pois verifica que está a resolver os seus
problemas;
• Utilize as atitudes de comunicação exploratória e empática.
Fase 2 – Exploração das Necessidades do Cliente
• Nesta fase, deve obter informações e certificar-se sobre aquilo que o
cliente pretende exactamente.
• Esta é a fase em que pergunta explicitamente o que levou o cliente a
contactá-lo;
• Em alguns casos é fácil perceber qual é o interesse do cliente. Noutros,
quando o cliente não sabe explicar exactamente qual o problema, a situação
complica-se.
• É essencial agir como receptor eficaz para conseguir entender claramente
qual o objectivo do cliente;
Nesta fase tenha presente:
• As técnicas de escuta activa;
• A necessidade de dar feedback ao cliente;
• A necessidade de permanecer atento aos sinais verbais e não verbais do
cliente, para compreender o seu perfil;
• A necessidade de demonstrar interesse pela mensagem do cliente;
• As atitudes exploratória e empática para obter o máximo de informação
possível.
Fase 3 – Satisfação das Necessidades do Cliente
• É a fase em que dá resposta ao interesse do cliente, ou em que lhe explica
que a necessidade dele não tem resolução imediata;
Fase com uma duração variável:
• Poucos segundos nos casos em que encaminha o processo para outro
colega;
• Prolongada no tempo reformular a solicitação do cliente, propor-lhe
alternativas de resolução, procurar informação.
• Nesta fase é primordial que você seja um emissor eficaz, se apresente
como uma pessoa credível capaz de resolver as suas solicitações;
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Nesta fase deverá ter presente:
• A actuação como um emissor eficaz;
• A actuação como um emissor credível;
• A necessidade de informar o cliente sobre o encaminhamento do seu caso,
e quais os procedimentos que deverá efectuar.
• A antecipação de possíveis questões do cliente;
• A superação das expectativas do cliente;
• A disponibilização de um serviço diferenciado (surpreender).
4 – Finalização do Atendimento. • Momento em que se despede do cliente até ao próximo encontro;
• É importante que o cliente sinta que valeu a pena solicitar os seus serviços.
Nesta fase deverá ter presente:
• A despedida ao cliente;
• A transmissão de informação complementar;
• A apresentação da sua disponibilidade em voltar a atendê-lo; que é o
momento para deixar a “última imagem”que deve ser positiva.