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Resumos Módulo 7 1.As transformações da 1ª década do século XX Introdução Fim da 1ª Guerra Tratado de Versalhes e outros – Institucionalizar novo regime global – Assegurada pela SDN. Implantação do marxismo-leninismo – dificuldades económicas. Radicalizações de movimentos sociais conduzem a regimes autoritários. (Culturalmente) – Transformações na vida urbana, valores tradicionais, mais pensamentos feministas, menos optimismo, novas concepções. (Portugal) – Instabilidade da Repíblica – Salazar; Naturalismo e vanguardas (tendências culturais)

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Page 1: Módulo 7

Resumos Módulo 7

1.As transformações da 1ª década do século XX

Introdução

Fim da 1ª Guerra

Tratado de Versalhes e outros – Institucionalizar novo regime global –

Assegurada pela SDN.

Implantação do marxismo-leninismo – dificuldades económicas.

Radicalizações de movimentos sociais conduzem a regimes autoritários.

(Culturalmente) – Transformações na vida urbana, valores tradicionais, mais

pensamentos feministas, menos optimismo, novas concepções.

(Portugal) – Instabilidade da Repíblica – Salazar; Naturalismo e vanguardas

(tendências culturais)

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1.1.Um novo equilíbrio global

A geografia política após a 1ª Guerra Mundial

“ A vitória das democracias fica bem patente no Tratado de Versalhes”

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Impérios foram desmembrados e adoptaram novas políticas mais democráticas;

Formação de novos Estados;

Em alguns Estados existiram problemas:

Não-aceitação das fronteiras (resolvido em 1925 com o novo mapa político);

Rivalidade entre estados vencedores;

Exacerbação de nacionalismos.

Sociedade das Nações (S.D.N)

Durante o Tratado de Versalhes e na tentativa de solucionar diferendos entre as nações, sem

recurso à guerra, foi criada, em Abril de 1919 a SDN que seria responsável de manter a paz e

segurança dos estados, fomentar a cooperação financeira, económica e sociocultural dos

estados membros.

A difícil recuperação da Europa e a dependência em relação aos E.U.A

Fim da guerra (países depauperados, economia mundial em grande instabilidade):

Difícil reconstrução e reconversão económica;

Desvalorização monetária – crises inflacionistas;

A recuperação económica da Europa foi difícil, maior dependência nos E.U.A;

Desorganização do comércio internacional;

Crise nos E.U.A (alastra a todos os países dependentes), acumulação de stocks,

falências, desemprego e deflação.

Recuperação com estabilização das moedas e resolução das crises inflacionistas

A partir de 1923 crescimento dos E.U.A – Capitalismo Liberal:

Desenvolvimento técnico, exploração de novas fontes de energia, aperfeiçoamento do

processo produtivo, exploração de novas industrias e relançamento da agricultura;

Incentivo ao consumo em massa pelo desenvolvimento das verbas a crédito e da

publicidade; e incremento das operações bolsistas;

Era da prosperidade – E.U.A fornecedores e credores do mundo.

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A “Era de Prosperidade” nos E.U.A

Desenvolvimento dos E.U.A origina prodigiosa expansão do capitalismo:

Taylorismo – trabalho em cadeia;

Fordismo – produção em série/massa de modelos (estandardização);

Política de altos salários (Henry Ford) para garantir poder de compra estimulado por

publicidade e vendas a crédito.

Expansão cria mito de prosperidade:

Difusão do carro, rádio, telefone, cinema e dos electrodomésticos entre o “americano

médio”;

Contém porem pontos fracos.

1.2.A implantação do Marxismo-Leninismo na Rússia: a construção do modelo

soviético

Início Séc. XX

Atraso notório do Império Russo em relação aos países industrializados do

ocidente.

Participação da Rússia na 1ª Guerra – Revolução Socialista de 1917 – Criação

do Marxismo-Leninismo – Estalinismo.

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Da revolução burguesa à revolução socialista

Precárias condições económicas e sociais agravadas pela guerra.

(inflação e carestesia, baixa produção industrial e agrícola, elevado número de mortos, miséria do povo)

Czar governava de modo autoritário e absolutista.

(Partidos desenvolviam a sua actividade)

Os factores acima mencionados conduziram assim à revolução de Fevereiro de 1917.

Formação do Soviete de Petrogrado (composto por deputados de soldados e por um

comité executivo liderado por um mechevique e um socialista democrata, Kerenski,

que foi o 1º chefe do governo após a revolução) que encetou uma dinâmica politização

da população.

Na Duma, formação do Governo Provisório apoiado pela burguesia e com o objectivo

de transformar o Estado Russo num grande regime liberal à maneira ocidental.

Governo Provisório procura estabilização da situação interna e Soviete incentiva o

povo a tomar decisões. Estes últimos queriam a instauração da ditadura do

proletariado que iria conduzir ao comunismo.

O dinamismo do Soviete de Petrogrado transmite-se a outros Sovietes e figuras ilustres

voltam. Lenine lidera os Bolcheviques e assume destaque no Soviete.

Democracia paralela conduz a desordem interna. Na duma os diversos partidos não se

entendem e os governos provisórios sucedem-se.

Soviete de Petrogrado liderado pelos Bolcheviques ocupa as instalações do Governo e

apodera-se do poder – Revolução de Outubro de 1917.

Esforço financeiro

do Estado

Participação na

Guerra

Militares

desmoralizados

Restrições materiais

e sofrimentos

morais

KD (Constitucional

Democrata) – Implantar

regime semelhante à

Europa Ocidental

Socialistas Revolucionários

– Colectivismo e

socialização dos meios de

produção

Socialistas Democratas (Mecheviques e

Bolcheviques) – Mais radicais defendiam a

proletarização da sociedade e abolição da

propriedade

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O triunfo dos Bolcheviques e a implantação do Marxismo-Leninismo

Os Bolcheviques tinham a tarefa de implantar o Marxismo, no entanto encontraram vários

obstáculos:

Situação económica da Rússia;

Oposição (Czar, Mecheviques, várias nacionalidades do Império desejosas de

liberdade).

Solução:

Marxismo-Leninismo: Sistema político-doutrinário aplicado por Lenine na Rússia

soviética após a Revolução de Outubro. Tendo como programa básico o do socialismo

marxista, Lenine introduziu-lhe inovações técnicas e estratégicas advindas da

necessidade de adaptar o sistema às circunstâncias históricas da Rússia no início do

século XX. Essas inovações dizem respeito:

1. Ao apelo à participação activa dos assalariados agrícolas (ou camponeses) na

Revolução Socialista;

2. Ao reforço do aparelho de Estado, tornado cada vez mais centralizado e ditatorial;

3. Ao emprego do poder político da maioria – isto é, da força política do Estado –

para aniquilar todas as estruturas do modus vivendi anterior. Isto significa que o

Marxismo Leninismo admitiu a repressão e a violência políticas como estratégias

transitórias de poder.

Comunismo de Guerra:

1. Negociação imediata da paz;

2. Proclamação dos “Direitos do Povo Russo”;

3. Organização dos vários Sovietes;

4. Promulgação da 1ª Constituição da Revolução;

5. Destruição do sistema capitalista e a colectivização de toda a economia;

6. Instituição do partido único;

7. Preocupação com o movimento socialista internacional e a sua união;

Em 1922 (Fim da Guerra Civil) a Rússia era um país diferente mas a situação económica

continuava má.

Solução:

N.E.P (Nova Política Económica) – Restabelecimento da pequena livre iniciativa e da pequena

propriedade privada. Admissão de apoio financeiro estrangeiro.

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1.3.A regressão do demoliberalismo

O Marxismo-Leninismo teve grande impacto nos países ocidentais. As apreensões perante a

expansão do socialismo, o agravamento das dificuldades económicas e a radicalização dos

movimentos sociais favoreceram a emergência de regimes políticos autoritários.

O impacto do socialismo revolucionário; dificuldades económicas e radicalização dos

movimentos sociais

Após a 1ª Guerra o socialismo revolucionário estendeu-se à Europa.

As dificuldades económicas e o desemprego motivaram movimentos sociais apoiados por

novas políticas que propuseram soluções novas e radicais.

Para travar estes movimentos, os Governos procuravam resolver as questões e dificuldades

sociais com maior intervenção do Estado fazendo emergir movimentos autoritários e anti-

democráticos.

A democracia parlamentar que conseguiu conter a revolução, encontrava-se ameaçada por

forças de esquerda quer por forças de direita verificando-se uma regressão do

demoliberalismo.

1.4.As mutações nos comportamentos e na cultura

Rápido e contínuo crescimento das cidades rompe equilíbrio entre cidade e campo e perturba

relações familiares e sociais.

A concepção positiva de ciência entra em declínio: emerge o relativismo e o determinismo.

Experiências de vanguarda e inovações formais nas correntes literárias e artísticas.

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As transformações da vida urbana

Grande crescimento dos núcleos urbanos (2ª metade do séc. XIX e 1ª do XX) teve

consequências irreversíveis no domínio político, económico e cultural.

A cidade passou a situar-se no 1º lugar da vida social: absorveu grandes quantidades

de massas populacionais em detrimento de zonas rurais e tornou-se centro de

actividades poderosas e fundamentais.

Desenvolvimento deveu-se às transformações no sistema industrial que alterou

profundamente a dimensão e carácter das cidades.

As cidades de todo o mundo passaram a apresentar semelhanças entre si e cresceram

englobando centros urbanos vizinhos denominados de metrópoles/grandes cidades.

Dá-se o nome de mega metrópoles ao conjunto de metrópoles que unem a área

urbanizada entre as cidades ao longo de grandes extensões de terreno.

Verifica-se uma alteração na própria estrutura da metrópole e há necessidade desta se

equipar com diversos serviços públicos para responder às necessidades da população.

O equilíbrio entre a cidade e o campo estava comprometido.

A máquina (industrialização) levou a:

Dispensa de mão-de-obra;

Quebra da produção e desvalorização;

Estandardização (produção em série);

Êxodo rural;

Ruptura do equilíbrio entre a cidade e o campo e respectivas relações sócias;

Proletarização da sociedade (acentuou-se a miséria);

Aumento dos comportamentos marginais (anomia social);

Massificação da cultura;

A nova sociedade e desagregação das solidariedades

Grandes agregados populacionais transformam-se em amontoados humanos com alteração

dos ritmos de vida e das relações sociais que se desumanizam. Isto leva à massificação da vida

urbana em que as pessoas agem e reagem individualmente sem considerar as outras levando à

desagregação das solidariedades e à anomia social.

A vida nas cidades está na origem das alterações ocorridas no domínio das relações de

vizinhança e as relações de trabalho também se transformam. Passam a estabelecer-se

relações anónimas,

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O processo de expansão urbana (acelerado processo de industrialização) origina zonas de

degradação que proporcionam a marginalização a criminalidade e a delinquência.

Devido às novas técnicas e sistemas de produção origina-se a alienação do trabalho. De facto

com a divisão do trabalho e decomposição das tarefas este passou a ter uma carácter: técnico,

social e anónimo.

O trabalho antigamente realizado em privado, em família, passa a ser exercício fora do lar em

lugares impessoais. As famílias passam a ter apenas funções privadas.

A crise dos valores tradicionais

Início do século XX:

Família e propriedade privada;

Pensamento racional;

Desconfiança em relação às ditaduras e governos absolutos;

Compromisso com regimes parlamentares eleitos;

Conjunto de liberdades e direitos.

Fim da 1º Guerra os valores e instituições tradicionais entram e crise – ideologias antiliberais,

to tipo fascista ganham mais força.

Movimentos feministas

Estatuto da mulher até ao séc. XIX:

Ser que necessita da protecção e tutela do homem, sem direitos, escrava do homem

(sociedade pré-industrial).

Trabalham 16 horas para receber metade que os homens e ainda tinham que trabalhar

em casa.

A exploração do trabalho feminino levou a mulher a reivindicar os mesmos direitos que o

homem (feminismo) e a lutar pela emancipação. Movimentos sufragistas constituem a

primeira forma de luta.

(Em Portugal em 1909 cria-se a Liga Republicana das Mulheres e em 1911 a Associação de Propaganda

Feminina; Em Inglaterra funda-se o Sindicato Nacional Britânico das sociedades se sufrágio feminino e

este conta com 50 000 aderentes.)

Valores

tradicionais das

sociedades

liberais

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Em 1918 as mulheres inglesas obtêm o direito ao voto. A guerra contribui para a intervenção

da mulher em quase todos os sectores da actividade económica social. A emancipação da

mulher também se reflecte no traje e na moda (corte de cabelo curto, uso de soutien, saias

justas).

Alterações na estrutura familiar:

Quebra da autoridade masculina;

Limitação da fertilidade do casal e uma nova vivência sexual do casamento;

Diminuição dos nascimentos e adopção dos métodos contraceptivos;

Entrada progressiva da mulher no mercado de trabalho;

Aumento do número de casamento por amor;

Quebra da autoridade patronal;

Enaltece a bravura dos jovens combatentes nas trincheiras;

Para a alteração desta situação que enfraqueceu o papel de instituição familiar, contribui

bastante a laicização do Estado.

A descrença no pensamento positivista e as concepções científicas

Na segunda metade do século XIX o positivismo pretendia fundamentar todo o conhecimento

científico. Cria inclusive explicar a História a literatura e a Arte em temas científicos objectivos,

testando hipóteses em referência aos factos.

Benedetto Croce contestou as teorias positivistas em relação à História: “Todo o conhecimento

histórico é sempre um conhecimento relativo e subjectivo”.

Nos princípios do séc. XX outros campos das ciências iriam abandonar o racionalismo e

adoptar o relativismo:

Einstein e as teorias da relatividade;

Sigmund Freud e a psicanálise (causou grande impacto na sociedade pelo radicalismo

apresentado);

Pós 1930

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As vanguardas: as inovações revolucionárias na criação literária e artística.

Última década

Séc. XIX

e primeira séc. XX

Características de mudança (modernismo):

Proliferação de inovações formais, numa diversidade de experiências de vanguarda

(grupos de indivíduos que exercem o papel de precursores de determinado

movimento) que vão marcar a cultura do século XX;

A tendência para esbater a tradicional distância entre as chamadas artes maiores

(arquitectura, pintura e escultura) e as artes “aplicadas” aos diversos campos de

produção económica (construção habitacional, decoração, vestuário…;

A busca de uma funcionalidade decorativa;

A aspiração a um estilo e a uma linguagem internacional;

A mistura, por vezes de maneira algo complexa, de motivos materialistas, técnico-

científicos e alegórico-poéticos.

O relativismo científico, a psicanálise e o desmantelamento da ordem clássica do espaço visual

(pelo impressionismo, neo-impressionismo e fotografia) foram os primeiros vectores de mudança

cultural que em combinação com a exaltação da cor, e a reacção contra a noção de perspectiva

e conta a visão intelectualista do espaço ajudaram à construção de um novo universo plástico.

Profundas inovações na ciência e na técnica;

Inovações revolucionárias na literatura e nas artes (arquitectura, pintura,

música e dança) – Reflectem o espírito de mudança;

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Ruptura com os cânones das artes e da literatura

Os finais do século XIX haviam sido marcados pela corrente pictórica impressionista. Como

reacção ao academismo e ao impressionismo, teve início, em 1905, o movimento

expressionista. O expressionismo emergiu sobre a influência de Van Gogh, na Holanda, e de,

Edward Munch, na Alemanha. Procurando revelar o e interior do Homem, numa busca da

verdade através da emoção, os expressionistas deformavam intencionalmente as imagens

visuais para, desse modo, melhor captarem e transmitirem o drama de cada ser humano e da

sociedade: a miséria, o trabalho, a infância infeliz, os vícios, as injustiças e as angústias

humanas.

Expressionismo: Movimento artístico, nascido na primeira década do século XX, na Alemanha, com o

grupo Die Brucke (A Ponte). Este movimento entendia a arte como expressão do mundo interior do

artista, admitindo, para tanto, até a deformação ou alteração das cores e formas dos objectos

representados. Entre os cultores mais importantes desta corrente artística podemos citar Van Dongen e

Kirchner.

Apesar de o seu reconhecimento ser devido também à influência de Van Gogh a verdade é que

o expressionismo nasceu na Alemanha através de Kirchner e do seu grupo Die Brucke (A

Ponte) sendo eles que melhor caracterizam o expressionismo na pintura, na Alemanha: a sua

produção consiste em cenas de rua e retratos, nos quais o artista tenta colocar em evidência o

ser humano, como energia vital, dando-lhe ao mesmo tempo uma significação que o

ultrapassa, mostrando com nitidez a terrível solidão do Homem na cidade moderna.

Os pintores franceses por outro lado dedicaram-se à pintura pura recusando penetrar em

questões profundas de índole psíquica ou social. Criaram assim o fauvismo, nome que deriva

do francês fauves (“feras”), isto devido ao uso de cores fortes e puras. O fauvismo revelava

influências de Gauguin e Van Gogh e caracterizava-se pelo abandono das regras tradicionais da

pintura mais académica, como o desenho em pormenor, a técnica do claro-escuro, passando a

usar as cores de uma forma anárquica e realçando os contornos com traços negros.

Fauvismo: Movimento artística (na pintura) que surgiu no Salão de Outono de 1905, em Paris. Esta

designação deriva do francês fauves (“feras”), utilizado, então, para definir pintores que empregavam a

cor de modo expressivo e arbitrário (“selvagem”).

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Em 1907 surge o cubismo de Pablo Picasso e Georges Braque que haviam começado a dar

novas formas à representação do corpo humano procurando reduzi-lo aos seus elementos

geométricos básicos.

Picasso e Braque iriam provocar uma autêntica revolução na arte, ao orientar as suas

tendências pictóricas para novas estruturas da forma, à qual deram prioridade sobre a cor. De

facto, em Les Demoiselles d'Avignon, a composição não obedece a qualquer unidade. As

personagens “gesticulam num espaço dominado por cores chapadas, secas e duras”.

É no desenho, contudo, anguloso e geometrizado, que se encontra a revolução maior, gérmen

do cubismo. Os cubistas procuraram, sobretudo, encontrar as formas basilares dos objectos,

eliminando sistematicamente todo o pormenor acidental e reduzindo-os, assim, a sólidos

comuns: poliedros, cilindros, cones, esferas, etc.

Paralelamente, e em oposição ao cubismo, desenvolveu-se o movimento futurista a partir de

um manifesto literário e artístico assinado por Filippo Marinetti. Este propunha das grandes

obras artísticas e literárias do passo, anunciado uma pintura e uma literatura mais condizentes

com a era das máquinas, do movimento e do futuro: as fábricas, os arsenais, as pontes, as

locomotivas, os aviões, os motores, as multidões. As imagens aparecem com formas e cores

dinamizadas pela repetição; também os temas se relacionam com velocidade, dinamismo e

mudança. Os elementos essências da arte são a coragem, a ousadia e a revolta.

Pintores futuristas: Giacomo Balla, Umberto Boccioni, Gino Severini, Carlo Carrá, Macel

Duchamp.

Objectivos dos primeiros pintores futuristas:

1. Destruir o culto do passado, a obsessão pelo antigo, o pedantismo e o formalismo

académico.

2. Recusar em absoluto qualquer forma de imitação.

3. Exaltar todas as formas de originalidade, mesmo que seja considerada temerária ou

violenta.

4. Mostrar valor e orgulho perante a fácil acusação de loucura, com a qual se pretendeu

amordaçar os inovadores.

5. Considerar os críticos de arte como inúteis e danosos.

6. Revoltarmo-nos contra a tirania das palavras “harmonia” e “bom gosto”, expressões

demasiado elásticas com as quais se poderia facilmente demolir as obras de

Rembrandt, de Goya e de Rodin.

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7. Representar e exaltar a vida actual, incessante e profundamente transformada pelo

avanço da ciência.

O Futurismo não só se manifestou na literatura (F. Marinetti) mas também na música (Protello

e Russollo), na arquitectura (Anto Sant’ Eira) e na pintura (Giacomo)

O abstraccionismo teve origem em 1910 originário da pintura de Kandisnky. Este foi

considerado o 1º pintor abstracto e para ele a pintura deveria retratar um estado de espírito e

não ser a mera representação dos objectos. A força das cores deveria ser capaz de expressar o

sentimento de tristeza. Formas e cores eram os seus ritmos e sons.

O abstraccionismo foi um ponto de chegada da evolução que a pintura vinha sofrendo desde o

impressionismo até ao cubismo e ao futurismo.

Embora sendo, até certo ponto, uma continuação do cubismo e do futurismo, o

abstraccionismo não é, porém, fruto apenas da evolução de exercícios meramente formais ou

técnicos. Os abstraccionistas pretendem impregnar os seus trabalhos de um novo conteúdo,

que transcenda as aparência do quotidiano, descobrindo nelas uma realidade oculta e mais

profunda.

A revolução surrealista

Dentro do cubismo tinha surgido um movimento de alguns pintores que, opondo-se à linha

evolutiva desta corrente, estavam mais dispostos a ironizar e a desmistificar todos os valores

da cultura. Segundo eles, havia que negar os conceitos de arte e de objectos, bem como as

técnicas artísticas: a autêntica arte seria a antiarte – Marcel Duchamp pintou uma versão da

Giaconda (da Vinci) acrescentando-lhe bigodes e uma legenda obscena.

Se com a Giaconda com bigodes se procurava desvalorizar algo a que normalmente se atribui

valor, o ponto culminante desta negação é o ready made que dá valor artístico a um objecto

que normalmente não tem: um chafariz em forma de urinol, uma roda de bicicleta, etc. Esta

corrente artística ficou conhecida por dadaísta (dadaísmo), ou simplesmente Dada que se

afirmou sobretudo em Zurique, a partir de 1916. Segundo o Movimento Dada, o que

determina o valor estético de algo é um acto mental.

O movimento dadaísta foi o precursor do surrealismo, isto é, da teoria do irracional e do

inconsciente na arte. As obras de Mar Ernst marcaram a passagem do dadaísmo ao

surrealismo.

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O movimento surrealista nasceu também em Zurique onde André Breton fez um manifesto,

em que negava a validade da representação do mundo real, substituindo-a pela visão

deformada, gerada no sonho e no inconsciente. Assim, o surrealismo está directamente ligado

à doutrina psicanalítica de Freud: deixar as ideias desencadearem-se livremente, sem

preocupação de formar sentido; por meio dessa técnica de “associação livre”, o Homem

captaria as ideias elaboradas no inconsciente. Isto não significa, contudo, que a arte surrealista

tenha como objectivo a mera figuração dos sonhos. Pretende, através deles, atingir uma

realidade mais autêntica. A criação seria, pois, realizada automaticamente, segundo ditames

irracionais do inconsciente.

1.5.Portugal no 1º pós-guerra

A democracia liberal evoluir para uma progressiva democratização.

A 1ª república pretendeu ser um exemplo dessa evolução mas não resistiu e caiu.

Desenvolveram-se tendências culturais situadas entre o naturalismo e as vanguardas.

As dificuldades económicas e instabilidade política e social, a falência da 1ª República

Graves Problemas

Vigência da 1ª República

(1910-1926)

Internamente

1º Oposição ao regime – Igreja, notáveis do regime anterior, alguma da alta burguesia;

2º Condições económico-sociais em que o país se encontrava:

Indústria atrasada e minoritária

Comércio atrofiado

Insuficiência produtiva

Carestia dos produtos

Internamente

Externamente – difíceis condições que se viviam em toda a Europa.

País maioritariamente agrícola

Alta dos preços, desvalorização da moeda, défice da balança, agitação e

descontentamento social

Renascimento do sindicalismo, greves e manifestações

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3º Instabilidade Política:

Supremacia das câmaras electivas

Representantes da Nação, sobre os órgãos do poder executivos

45 Governos

8 Eleições presidências

7 Presidentes

9 Eleições legislativas

“Esta instabilidade governativa tem sido atribuída às constantes e renhidas lutas político-

partidárias que fizeram do Congresso da República o seu campo de batalha”.

A 1ª República iria ser derrubada a 28 de Maio de 2926 pelo General Gomes da Costa.