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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
DENIS ALVES MARIANO
O PANORAMA ATUAL DA REQUALIFICAO DE EDIFCIOS DE
ESCRITRIOS NA CIDADE DE SO PAULO
So Paulo
2012
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DENIS ALVES MARIANO
O PANORAMA ATUAL DA REQUALIFICAO DE EDIFCIOS DE
ESCRITRIOS NA CIDADE DE SO PAULO
Dissertao de Mestrado apresentada ao programa de Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como parte das exigncias para obteno do ttulo de Mestre em Arquitetura e Urbanismo.
Orientador: Prof.Dr. Roberto Righi.
So Paulo
2012
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DENIS ALVES MARIANO
O PANORAMA ATUAL DA REQUALIFICAO DE EDIFCIOS DE
ESCRITRIOS NA CIDADE DE SO PAULO
Esta dissertao foi julgada adequada obteno do ttulo de Mestre em Arquitetura e Urbanismo e aprovada em sua forma final pela Ps-Graduao em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
So Paulo, 20 de dezembro de2012.
______________________________________________________ Professor e orientador Dr. Roberto Righi Universidade Presbiteriana Mackenzie
______________________________________________________
Prof. Dr. Gilda Collet Bruna Universidade Presbiteriana Mackenzie
______________________________________________________
Prof. Dr.Bruno Roberto Padovano Universidade de So Paulo FAU USP
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M333pMariano, Denis Alves. O panorama atual da requalificao de edifcios de escritrios na cidade de
So Paulo / Denis Alves Mariano 2013. 183 f. : il. ; 30 cm.
Dissertao (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Presbiteriana Mackenzie, So Paulo, 2013.
Bibliografia: f. 179-183.
1. Requalificao. 2. Edifcios de escritrio. 3. So Paulo (cidade). I. Ttulo.
CDD725.23
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Dedico este trabalho aos meus pais, Jos
Heleno Mariano e Rosalina da Conceio
Gomes Alves, por me ensinarem, entre todas
as outras coisas, atravs de exemplo prprio, a
importncia do estudo. A minha filha Larah
Yuri Hanada Mariano, pelo amor recproco e
incondicional.
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AGRADECIMENTOS
s minhas queridas irms, Deborah Alves Mariano, pelo apoio afetivo, e Valria
Alves Mariano, tambm colega de profisso, que indiretamente me influenciou nos caminhos
da arquitetura. Vivian Rossi Venite, minha namorada, pela amizade, companheirismo,
tolerncia etc.
Ao meu orientador e amigo, Professor Dr. Roberto Righi, por sua competncia,
profissionalismo, dedicao, pacincia e apoio durante a longa jornada de elaborao deste
trabalho.
Aos integrantes da minha banca de qualificao, Prof. Dr. Gilda Collet Bruna e
Prof. Dr.Bruno Roberto Padovano, pela grande contribuio que deram, com os comentrios e
indicaes, que foram determinantes para esta dissertao.
As empresas que abriram as portas para a elaborao dos estudos de caso: FMC
Arquitetura e Athi Wohnrath.
Aos professores e colegas de sala do programa de Ps-Graduao em Arquitetura
e Urbanismo da Universidade Mackenzie, que foram parte essencial no referencial terico e
pessoal.
A todos os meus amigos e familiares que sempre acreditaram em mim, meu muito
obrigado!
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RESUMO
O presente trabalho prope o estudo sobre o atual cenrio da requalificao tcnica dos
edifcios de escritrio na cidade de So Paulo. Passadas dcadas do incio da verticalizao da
capital paulistana, o acervo arquitetnico existente de edifcios de escritrios, muitas vezes
com tima localizao e infraestrutura urbana, apresentam padres inadequados s novas
necessidades e dinmicas do trabalho contemporneo. A requalificao tcnica e funcional
atravs de um conjunto de aes pode trazer melhorias de desempenho e aumento de vida til
para estes edifcios.
Infelizmente ainda pouco clara a terminologia, muitas vezes requalificao utilizado como
renovao ou retrofit, assim, se faz necessrio, para melhor entendimento e compreenso,
dedicar um captulo para elucidao dos conceitos e definies utilizados pelos diversos
autores para o tema em questo.
O trabalho apresenta um breve levantamento cronolgico dos avanos tecnolgicos dos
edifcios de escritrios, as mudanas nas tcnicas construtivas e evoluo dos materiais.
feita uma anlise das classificaes dos padres dos edifcios de escritrio, destacando-se as
exigncias atuais do mercado imobilirio.
A pesquisa na sequncia exibe um levantamento e analise da dinmica de localizao dos
edifcios de escritrios de alto e mdio padro na cidade de So Paulo, evidenciando os
edifcios envelhecidos localizados em regies ainda de prestigio e de interesse imobilirio. O
estudo demonstra o estoque em potencial existente, ainda pouco explorado, para
requalificao de edifcios de escritrios na cidade de So Paulo.
Em um carter tcnico, no capitulo subsequente, so levantados e analisados casos de
edifcios de escritrios recentemente requalificados na capital paulista, identificando as
principais prticas de projetos e os critrios adotados em um projeto de requalificao.
Palavras-chave: Requalificao 1. Edifcios de escritrios 2. So Paulo 3.
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ABSTRACT
This research proposes a study on the current scenario of offices buildings technical
requalification in the city of So Paulo. After decades of So Paulo city verticalization
process, the architecture stock of existing offices buildings, often with great location and
urban infrastructure, shows inadequate standards to changing needs and contemporary
dynamics work. Through a set of actions, the technical and functional requalification can
provide improved performance and increase lifetime to these buildings.
Unfortunately the terminology is unclear, requalification is often used as a retrofit or
renovation, so it is necessary for better understanding and comprehension, devote a chapter to
clarifying the concepts and definitions used by various authors to the issue at hand.
The paper presents a chronological brief survey of the offices buildings technological
advances, changes in construction techniques and materials developments. It made a
classification patterns analysis of offices buildings, highlighting the demands of today's real
estate market.
On the sequence the research shows a survey and analysis the dynamics of location of offices
buildings in So Paulo, evidencing the aged buildings located in regions of further prestige
and real estate interest. The study demonstrates the potential existing stock, yet
underexplored, for offices buildings requalification in So Paulo city.
In a technical nature, at the subsequent chapter, are collected and analyzed recently
requalified office buildings cases in the state capital, identifying the key projects practices and
the criteria adopted in a requalification project.
Keywords: Requalification 1. Offices buildings 2. So Paulo 3.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Atividades e aes envolvidas na Requalificao ..................................................... 29
Figura 2: Edifcio Martinelli ..................................................................................................... 33
Figura 3: Edifcio Conde Prates - 1952 .................................................................................... 34
Figura 4: Edifcio Horcio Lafer 1954 .................................................................................. 34
Figura 5: Edifcio Torre Santander JK -2010 ........................................................................... 35
Figura 6: Edifcio Citicorp/Citigroup 1986 ........................................................................... 37
Figura 7: Rochaver Corporate Towers 2008........................................................................ 38
Figura 8: Alguns exemplos que podem ser integrados aos sistemas prediais .......................... 42
Figura 9: Sistema VAV com Termostato ................................................................................. 43
Figura 10: Funcionamento bsico da Termoacumulao ......................................................... 44
Figura 11: Croqui (sem escala) de shaft para acomodao de cabeamentos. ........................... 45
Figura 12: Equipamentos de deteco e combate a incndio ................................................... 45
Figura 13: Croqui (sem escala) de escada de emergncia, antecmara e porta corta fogo. ..... 46
Figura 14: Croqui de distribuio de energia eltrica sob piso elevado ................................... 47
Figura 15: Esquema de captao e armazenamento de aguas pluviais..................................... 49
Figura 16: Equipamentos de controle de segurana predial ..................................................... 50
Figura 17: Painel elevador inteligente ...................................................................................... 51
Figura 18: Sistema elevador inteligente ................................................................................... 52
Figura 19: Corte esquemtico de um projeto eficiente ............................................................. 54
Figura 20: Pavimento tipo Edifcio Eldorado Tower - Modelo de eficincia de projeto ......... 55
Figura 21: Lobby Rochaver Corporate Towers ...................................................................... 56
Figura 22: Ilustrao Fachada cortina (material alumnio e vidro) .......................................... 57
Figura 23 Mapa da cidade de So Paulo e a localizao dos centros de negcios ................... 65
Figura 24: Maquete eletrnica do Edifcio Torre Matarazzo ................................................... 69
Figura 25: Edifcio Ptio Victor Malzoni ................................................................................. 73
Figura 26: Edifcio Torre So Paulo ......................................................................................... 77
Figura 27: Edifcio Eco Berrini ................................................................................................ 81
Figura 28: Fachada Banco Frances e Italiano ........................................................................... 90
Figura: 29: Edifcio CBI Esplanada ........................................................................................ 92
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Figura 30: Edifcio Itlia........................................................................................................... 94
Figura 31: Edifcio Conde Prates ............................................................................................. 95
Figura 32: Planta tipo Edifcio Conde Prates ........................................................................... 96
Figura 33: Conjunto Nacional .................................................................................................. 98
Figura 34: Edifcio Quinta Avenida ......................................................................................... 99
Figura 35: Edifcio Plavinil, fachada em sua forma original. ................................................. 101
Figura 36: Edifcio Plavinil, fachada em sua forma atual. ..................................................... 102
Figura 37: Edifcio Banco Portugus do Brasil ...................................................................... 103
Figura 38: Edifcio Elijass Gliksmanis ................................................................................... 104
Figura 39: Edifcio CBPO ...................................................................................................... 104
Figura 40: Edifcio Sede FIESP.............................................................................................. 105
Figura 41: Edifcio Capitnia ................................................................................................. 107
Figura 42: Edifcio ACAL ...................................................................................................... 107
Figura 43: Edifcio Asahi ....................................................................................................... 109
Figura 44: Edifcio Rizkallah ................................................................................................. 109
Figura 45: Edifcio Sede Philips do Brasil ............................................................................. 112
Figura 46: Edifcio Dacon ...................................................................................................... 113
Figura 47: Edifcio Citicorp/Citigroup ................................................................................... 114
Figura 48: Edifcio Ourinvest ................................................................................................. 115
Figura 49: Localizao dos estudos de casos ......................................................................... 121
Figura 50: CBI Esplanada dcada de 1950 ............................................................................. 122
Figura 51: CBI Esplanada atualmente .................................................................................... 123
Figura 52: Planta do CBI Esplanada, Diagnstico e Proposta ............................................... 126
Figura 53: Edifcio Bela Paulista antigo Horcio Lafer 2004. ............................................ 127
Figura 54: Edifcio Bela Paulista 2011. (antigo Horcio Lafer)............................................. 128
Figura 55: Edifcio Horcio Lafer antiga fachada - 2004. ...................................................... 130
Figura 56: Edifcio Bela Paulista nova fachada - 2011. ......................................................... 130
Figura 57: Edifcio Horcio Lafer - Recepo/Hall - 2004 .................................................... 131
Figura 58: Edifcio Bela Paulista, Recepo/Hall 2011. ........................................................ 131
Figura 59: Edifcio Numa de Oliveira fachada antiga ......................................................... 133
Figura 60: Edifcio Numa de Oliveira - fachada ps-requalificao ...................................... 134
Figura 61: Edifcio Oscar Americano (CBPO)....................................................................... 135
Figura 62: Edifcio Oscar Americano detalhe elementos pr-moldados ............................. 136
Figura 63: Edifcio Oscar Americano Croqui planta andar tipo .......................................... 136
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Figura 64: CBPO - Perspectiva ilustrada do projeto de Requalificao................................. 137
Figura 65: Edificio Elijass Gliksmanis ................................................................................... 138
Figura 66: Edificio Elijass Gliksmanis - antes da requalificao ........................................... 139
Figura 67: Edifcio Paulista 1.100 - aps requalificao ........................................................ 140
Figura 68: Edifcio Elijass Gliksmanis - antiga entrada ......................................................... 140
Figura 69: Edifcio Paulista 1.110 - Nova entrada ................................................................. 141
Figura 70: Edifcio Sede Telesp - Dcada 1970 ..................................................................... 142
Figura 71: Edifcio sede Telesp - Antes da requalificao ..................................................... 143
Figura 72: Edifcio Sede Telefnica - Aps requalificao ................................................... 143
Figura 73: Edificio Rio Branco 115, antes da requalificao ................................................. 146
Figura 74: Edifcio Rio Branco 115, apos requalificao ...................................................... 147
Figura 75: Edifcio Rio Branco 115, ilustrao artstica do projeto de requalificao .......... 147
Figura 76: Hamburg- Sd|Aliana - fachada restaurada ........................................................ 151
Figura 77:Hamburg- Sd|Aliana interior ........................................................................... 151
Figura 78: Edifcio Panorama Paulista Corporate - Fachada atual e ilustrao artistica da
proposta de requalificao ...................................................................................................... 152
Figura 79: Localizao e pontos referenciais do Paulista 2028.............................................. 154
Figura 80: localizao e referencia da Avenida Paulista - Destaque para o Paulista 2028 .... 155
Figura 81: O Paulista 2028, (segundo a direita) e os edifcios vizinhos. ............................... 156
Figura 82: Edifcio Paulista 2028 Fachada original ............................................................ 157
Figura 83: Paulista 2028 - Croqui andar tipo original ............................................................ 158
Figura 84: Paulista 2028 - apos retirada dos brises, estado de conservao dos caixilhos .... 160
Figura 85: Paulista 2028- entrada do edifcio ......................................................................... 161
Figura 86: Paulista 2028- ilustrao eletrnica do edifcio requalificado .............................. 162
Figura 87: Detalhe tcnico de fixao dos painis de ACM na fachada ................................ 163
Figura 88: Paulista 2028 nova fachada ................................................................................ 164
Figura 89: Paulista 2028 - Corte esquemtico ........................................................................ 164
Figura 90: Paulista 2028 - Acessos trreo .............................................................................. 165
Figura 91: Paulista 2028 - Planta trreo ................................................................................. 166
Figura 92: Paulista 2028 - Lobby requalificado ..................................................................... 166
Figura 93: Paulista 2028 - Segundo pavimento ...................................................................... 167
Figura 94: Paulista 2028 - Pavimento tipo ............................................................................ 168
Figura 95: Paulista 2028 - Detalhes do piso elevado e forro .................................................. 169
Figura 96: Paulista 2028-croqui comparativo, pavimento tipo existente e o requalificado ... 170
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Figura 97: Paulista 2028 - Cobertura duplex Fachada ........................................................ 171
Figura 98: Paulista 2028 Coroamento - antes da requalificao ......................................... 172
Figura 99: Paulista 2028 - Coroamento cobertura ............................................................... 172
Figura 100: Paulista 2028-croqui planta cobertura duplex piso inferior e superior ............ 173
Figura 101: Paulista 2028 - destaque da cobertura ................................................................. 174
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LISTA DE GRAFICOS
Grfico 1: Lanamento em m de edifcios de escritrios de alto e mdio padro por perodo
na regio da Paulista. ................................................................................................................ 71
Grfico 2: Lanamento em m de edifcios de escritrios de alto e mdio padro por perodo
na regio Faria Lima. ................................................................................................................ 75
Grfico 3: Lanamento em m de edifcios de escritrios de alto e mdio padro por perodo
na Marginal Pinheiros. .............................................................................................................. 78
Grafico 4: Lanamento em m de edifcios de escritrios de alto e mdio padro por perodo
na regio Itaim/Vila Olmpia. ................................................................................................... 80
Grfico 5: Lanamento em m de edifcios de escritrios de alto e mdio padro por perodo
na regio Berrini. ...................................................................................................................... 82
Grfico 6: Lanamento em m de edifcios de escritrios de alto e mdio padro por perodo
na Chcara Santo Antonio. ....................................................................................................... 84
Grfico 7: Comparativo em m dos lanamentos em m de edifcios de escritrios de alto e
mdio padro nas regies estudadas. ........................................................................................ 86
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Edifcios representativos na Regio do Centro e data de lanamento ...................... 68
Tabela 2: Edifcios representativos na Regio da Paulista e data de lanamento .................... 70
Tabela 3: Edifcios representativos na Regio da Faria Lima e data de lanamento ............... 74
Tabela 4: Edifcios representativos na Regio da Faria Lima e data de lanamento ............... 76
Tabela 5: Edifcios representativos na Regio do Itaim/Vila Olmpia e data de lanamento .. 79
Tabela 6: Edifcios representativos na Berrini e data de lanamento ....................................... 81
Tabela 7: Edifcios representativos na Chcara Santo Antnio e data de lanamento ............. 83
Tabela 8: Edifcios representativos em regies isoladas e data de lanamento........................ 85
Tabela 9: Dimensionamento estimado do estoque de edifcios anteriores a dcada de 80 no
centro expandido da cidade de So Paulo ................................................................................ 87
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SUMRIO
INTRODUO ...................................................................................................................... 18
1 CONCEITOS E DEFINIES DOS TERMOS UTILIZADOS. ................................ 23
1.1 RETROFIT ...................................................................................................................... 23
1.2 RENOVAO ................................................................................................................ 25
1.3 REABILITAO ............................................................................................................ 26
1.4 REQUALIFICAO ...................................................................................................... 27
1.5 ESCOLHA DO TERMO: REQUALIFICAO ............................................................ 28
1.6 REQUALIFICAO COMO NOVA FORMA DE ADEQUAO DE EDIFCIOS DE
ESCRITORIOS ........................................................................................................................ 30
2 EDIFICIOS DE ESCRITRIOS EM SO PAULO .................................................... 32
2.1 BREVE HISTRICO DAS MUDANAS TECNOLGICAS OCORRIDAS ............. 32
2.2 CATEGORIAS DO MERCADO IMOBILIRIO .......................................................... 39
2.3 EXIGNCIAS ATUAIS .................................................................................................. 41
2.3.1 Sistema de superviso e controle predial .................................................................. 42
2.3.2 Sistemas de ar condicionado central.......................................................................... 43
2.3.3 Sistemas de telecomunicao e informtica .............................................................. 44
2.3.4 Sistema de deteco e combate a incndio ................................................................ 45
2.3.5 Sistema eltrico ............................................................................................................ 47
2.3.6 Sistema de iluminao ................................................................................................. 48
2.3.7 Sistema Hidrulico ...................................................................................................... 48
2.3.8 Segurana Patrimonial ............................................................................................... 50
2.3.9 Elevadores .................................................................................................................... 51
2.3.10 Estacionamento............................................................................................................ 52
2.3.11 Eficincia do Projeto ................................................................................................... 53
2.3.12 Lobby ............................................................................................................................ 56
2.3.13 Fachada ........................................................................................................................ 56
2.3.14 Localizao ................................................................................................................... 57
3 A LOCALIZAO DOS EDIFICIOS DE ESCRITORIOS NA CIDADE DE SO
PAULO .................................................................................................................................... 58
3.1 BREVE HISTORICO ...................................................................................................... 60
3.2 LOCALIZAO ............................................................................................................. 62
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3.3 DIMENSIONAMENTO ESTIMADO DO ESTOQUE PARA REQUALIFICAO DE
EDIFICIOS DE ESCRITORIOS NO CENTRO EXPANDIDO DA CIDADE DE SO
PAULO ..................................................................................................................................... 66
3.3.1 Regio do Centro:........................................................................................................ 67
3.3.2 Regio da Paulista: ...................................................................................................... 69
3.3.3 Regio da Faria Lima: ................................................................................................ 72
3.3.4 Marginal Pinheiros: .................................................................................................... 75
3.3.5 Regio do Itaim/Vila Olmpia: ................................................................................... 78
3.3.6 Berrini: ......................................................................................................................... 80
3.3.7 Chcara Santo Antnio: ............................................................................................. 83
3.3.8 Edifcios Isolados: ........................................................................................................ 84
3.3.9 Identificao do estoque potencial dos centros de negcios da cidade de So Paulo
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3.4 A EXPANSO E DESLOCAMENTO DOS EDIFCIOS DE ESCRITRIOS NA
CIDADE DE SO PAULO ..................................................................................................... 89
3.4.1 As dcadas de 1930 e 1940 .......................................................................................... 89
3.4.2 A dcada de 1950 ......................................................................................................... 93
3.4.3 A dcada de 1960 ....................................................................................................... 100
3.4.4 A dcada de 1970 ....................................................................................................... 106
3.4.5 A dcada de 1980 ....................................................................................................... 111
4 REQUALIFICICAO DE EDIFICIOS DE ESCRITORIOS NA CIDADE DE SO
PAULO .................................................................................................................................. 116
4.1 FORMAS DE REQUALIFICAO ADOTADAS NO MERCADO ATUAL ...... 116
4.1.1 Requalificao pelo proprietrio/administrador.................................................... 117
4.1.2 Requalificao atravs do sistema built-to-suit ...................................................... 117
4.1.3 Requalificao pela empresa/usurio final ............................................................. 118
4.1.4 Requalificao como investimento ........................................................................... 119
4.2 OS SETE CASOS RECENTES ESTUDADOS DE REQUALIFICAO DE
EDIFICIOS ........................................................................................................................... 120
4.2.1 Edifcio CBI Esplanada ............................................................................................ 122
4.2.2 Edifcio Bela Paulista (Horcio Lafer) .................................................................... 127
4.2.3 Edifcio Numa de Oliveira ........................................................................................ 132
4.2.4 Edificio Oscar Americano (CBPO) .......................................................................... 134
4.2.5 Edifcio Paulista 1.100 (antigo Elijass Gliksmanis) ................................................ 138
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4.2.6 Edifcio Sede Telefnica ............................................................................................ 141
4.3 ESTUDO DE CASO EDIFICIO PAULISTA 2028 ................................................ 144
4.3.1 O incorporador do projeto ....................................................................................... 145
4.3.2 O escritrio responsvel pelo projeto de requalificao ........................................ 148
4.3.3 A localizao .............................................................................................................. 152
4.3.4 A requalificao ......................................................................................................... 157
CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................... 175
REFERNCIAS ................................................................................................................... 179
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INTRODUO
O conceito de Requalificao1tem sido utilizado com frequncia crescente no
cotidiano dos arquitetos, construtores e decoradores. Ele muitas vezes empregado em
diversos sentidos que poderiam ser traduzidos por renovao, retrofit, readequao,
reinsero, recuperao e outros. A primeira questo desta pesquisa sistematizar o que j foi
escrito, pensado e dito sobre a questo da requalificao de edifcios, qual o significado da
palavra, os conceitos e vertentes de onde utilizado. Outras questes a serem abordadas esto
relacionadas s caractersticas que um edifcio de escritrios de alto e mdio padro, necessita
ter para estar de acordo com as exigncias atuais do mercado, quais os mtodos e solues
encontradas para requalificar os edifcios que apresentam caractersticas obsoletas perante as
exigncias contemporneas.
Os edifcios de escritrios de mdio e alto padro, surgidos ao longo do sculo
XX, apresentam com o passar das dcadas, padres cada vez mais inadequados s
necessidades contemporneas. O objeto desta pesquisa so edifcios de escritrios na cidade
de So Paulo que nos tempos recentes, tiveram investimento em projeto de requalificao
com o objetivo de moderniz-los e adequ-los aos padres atuais.
Os edifcios esto localizados no Centro da cidade de So Paulo e na regio da
Avenida Paulista. Constituem prdios de escritrios e construes que passaram pelo processo
de requalificao, onde so respondidas as questes de projetos, necessidades, solues e
intervenes, sejam elas de grande ou menor impacto.
O termo requalificao utilizado no sentido de renovao e atualizao, com
preservao das caractersticas intrnsecas do edifcio. No se trata de reconstruo, mas um
conjunto de aes realizadas para o beneficiamento, valorizao e a recuperao do edifcio,
objetivando a melhoria de seu desempenho e o aumento de sua vida til. Ela tem o sentido de
renovao, modernizao de uma edificao que apresenta padres inadequados s
1 O termo Requalificao empregado no decorrer deste trabalho. Os diversos termos como: retrofit, renovao,
reabilitao, readequao, reinsero, recuperao e outros, so estudados no captulo 1- CONCEITOS E DEFINIO DOS TERMOS.
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necessidades atuais, buscando dotar o edifcio da atualidade tecnolgica com conforto,
segurana e funcionalidade.
A idia do termo Requalificao envolve o processo de modernizao e
atualizao de edificaes, tendo em vista torn-los contemporneos. A requalificao no
trata apenas da restaurao do edifcio, ele vai alm, busca sua eficincia e sincronicidade
com o tempo presente, dentro das limitaes fsicas de sua antiga estrutura e outros
componentes.
As transformaes sociais, polticas e econmicas pelas quais passa o mundo, nas
ltimas cinco dcadas, geram a necessidade de espaos mais dinmicos. A requalificao
deve buscar, com eficincia, dotar o edifcio de atualidade tecnolgica com conforto,
segurana e funcionalidade para o usurio, e a necessria viabilidade econmica para o
investidor.
Nas principais cidades do mundo, enquanto incorporadores brigam por cada metro
quadrado de terreno vazio ou subutilizado, prdios com tima localizao esto ficando cada
vez mais vazios. So edifcios que demonstram sinais do tempo, com funcionalidade,
infraestrutura obsoleta e equipamentos ultrapassados. Por isso se tornaram difceis de
administrar e comercialmente inviveis. neste contexto urbano, que se deve ver a
requalificao de edifcios com uma oportunidade nova de negcio para o setor da construo
civil.
A dissertao tem o objetivo de contribuir para a ampliao do conhecimento na
rea de requalificao de edifcios de escritrios na cidade de So Paulo, identificando as
principais caractersticas de um edifcio adequado s exigncias atuais, bem como, o estoque
de edifcios de escritrios, com potencial para futura requalificao, e os recentes casos de
edifcios que foram modernizados e atualizados atravs desse processo.
A busca por atualizao, modernizao, readaptao e valorizao do imvel, faz
com que as tcnicas de requalificao ganhem cada vez mais importncia nos meios
acadmicos e profissionais. Como sinnimo de atualizao predial, a requalificao de
determinado edifcio melhora no s o desempenho das edificaes, mas tambm as adqua
s perspectivas de uma nova utilizao.
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Se no bastasse a valorizao direta do imvel, existem ainda inmeras outras
razes para se realizar a requalificao em um edifcio existente. Destaca-se uma maior
comodidade proporcionada aos usurios, e a reduo dos custos de operao da edificao.
A metodologia adotada neste trabalho envolve em primeiro lugar o levantamento
bibliogrfico sobre o tema da requalificao de edifcios, reportando-se as principais fontes
bibliogrficas que tratam de assuntos envolvendo este processo.
O foco da pesquisa aborda as definies tericas, a delimitao do tema e tambm
as exigncias atuais dos edifcios de escritrios, assim enumerados:
1. Sistema de superviso e controle predial;
2. Sistemas de ar condicionado central;
3. Sistemas de telecomunicao e informtica;
4. Sistema de deteco e combate a incndio;
5. Sistema eltrico;
6. Sistema de iluminao;
7. Sistema Hidrulico;
8. Segurana Patrimonial;
9. Elevadores;
10. Estacionamento;
11. Eficincia do Projeto;
12. Lobby;
13. Fachada;
14. Localizao.
Em segundo, realiza-se uma coleta de dados dos edifcios de escritrios de alto e
mdio padro, lanados na cidade de So Paulo a partir da dcada de 1940 at 2007, e suas
respectivas localizaes, analisando a dinmica de deslocamento dos centros e o
desenvolvimento das regies em que esto inseridos os edifcios de escritrios de alto e mdio
padro, e quais as caractersticas dos mesmos, indicando um possvel estoque em potencial de
edifcios para requalificao.
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As regies levantadas e analisadas para identificao do estoque em potencial e
suas caractersticas so: Centro, Paulista, Faria Lima, Marginal Pinheiros, Itaim/Vila Olmpia,
Berrini, Chcara Santo Antnio e alguns edifcios isolados, fora das regies levantadas.
Por fim, atravs de estudos de casos recentes de requalificao na cidade de So
Paulo, so analisados projetos, atravs de levantamento bibliogrfico e entrevistas com os
responsveis tcnicos, com o objetivo de ilustrar as caractersticas distintas de um projeto de
requalificao do ponto de vista de uso ocupacional, bem como a motivao do
empreendimento.
Os edifcios estudados e avaliados nesta dissertao so: Edifcio CBI Esplanada,
Edifcio Bela Paulista (antigo Ed. Horcio Lafer), Edifcio Luma de Oliveira, Edifcio Sede
Telefnica, Edifcio Paulista 1.100 (antigo ElijassGliksmanis), Edifcio CBPO (Oscar
Americano) e o Edifcio Paulista 2028, este analisado de forma mais significativa.
A estrutura do trabalho baseado na metodologia descrita se faz atravs de quatro
captulos no decorrer da dissertao. O primeiro versa sobre a definio do termo
Requalificao, pois comum que em trabalhos de diferentes autores se tenha a aplicao de
um mesmo termo, com significados distintos entre si, fato que dificulta o inicio do
desenvolvimento da pesquisa. Este captulo define com mais preciso os conceitos a serem
empregados neste trabalho, com o objetivo de proporcionar uma clara compreenso dos seus
significados e permitir um melhor entendimento, sobre o termo utilizado.
O segundo captulo descreve um breve histrico das mudanas tecnolgicas
ocorridas ao longo do sculo XX nos edifcios de escritrios, tomando como principio os
edifcios da cidade de So Paulo. O desenvolvimento de novas tecnologias, como o avano
dos sistemas construtivos dos materiais e o aparecimento de equipamentos de monitoramente
e controle predial, fez com que o conceito de edifcio de escritrios eficiente se modificasse
ao longo do tempo. O mercado de edifcios de escritrios se desenvolveu e se especializou, e
atravs de um conjunto de atributos, avalia a eficincia dos edifcios, e os categoriza. Ainda
neste captulo so apontadas as exigncias tecnolgicas e funcionais que um edifcio de
escritrios necessita para estar adequado a classificao de edifcios de alto e mdio padro do
mercado imobilirio.
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O terceiro captulo desta dissertao caracteriza a localizao e a dinmica de
deslocamento dos edifcios de escritrios na cidade de So Paulo, evidenciando os principais
centros de negcios da cidade, que acumulam um significativo estoque de edifcios de
escritrios. Definido por regies elaborado uma analise atravs de dados coletados, que
resultam em tabelas e grficos, demonstrando a potencialidade, a ser explorada em futuros
projetos de requalificao, do estoque existente de edifcios envelhecidos em cada uma das
regies. Tambm apresentado, de forma cronolgica, nos perodos de 1930 a 1980, o
cenrio e as caractersticas dos edifcios lanados e sua localizao.
O quarto captulo discute o panorama de requalificao de edifcios de escritrios
na cidade de So Paulo. Primeiramente neste capitulo, so descritos, analisados e estudados os
casos escolhidos, isto envolve de quem parte o interesse do investimento, e qual o retorno
esperado pelos empreendedores. Em seguida so relacionados sete casos recentes de
requalificao, recorte prtico deste trabalho. Nele se descreve as caractersticas dos edifcios
e quais as principais medidas de atualizao tomadas pelos profissionais tcnicos responsveis
pelo projeto de requalificao. Especificamente, e de forma mais aprofundada, se analisa o
caso da requalificao do Edifcio Paulista 2028, que analisado atravs de fontes primarias e
secundarias, onde so abordadas questes relacionadas ao projeto arquitetnico, assim como
solues e propostas encontradas para o projeto em questo.
Por fim, as consideraes finais apontam para o entendimento geral do tema
obtido, a partir do seu desenvolvimento, facilitando assim a compreenso do leitor, que
encontrara aqui os resultados do estudo e apontamentos para possveis trabalhos futuros.
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1 CONCEITOS E DEFINIES DOS TERMOS UTILIZADOS.
Termos como retrofit, renovao, reabilitao, requalificao entre outros, so
usados indistintamente pelos pesquisadores. comum que em trabalhos de diferentes autores
se tenha a aplicao de um mesmo termo, com significados distintos entre si, fato este que
dificulta o inicio do desenvolvimento desta pesquisa cientfica. Assim faz-se necessrio
definir com mais preciso os conceitos a serem empregados nesta dissertao, com o objetivo
de proporcionar uma clara compreenso dos seus significados e permitir um melhor
entendimento. So quatro os principais termos relacionados s intervenes em edifcios
existentes: retrofit, renovao, reabilitao e requalificao.
1.1 RETROFIT
Segundo Barrientos (2004), retrofit a conjuno dos termos retro com origem
do latim, que significa movimentar-se para trs e de fit, do ingls, que significa adaptao,
ajuste. A princpio o termo comeou a ser utilizado na indstria aeronutica, quando se referia
atualizao de aeronaves, adaptando-as aos novos e modernos equipamentos disponveis no
mercado. Com o passar do tempo, o termo e o conceito de retrofit comeou a ser empregado
em outras indstrias, inclusive na construo civil.
Surgido na Europa e Estados Unidos na dcada de 90, onde a legislao era muito
restritiva nestes pases no permitindo que o acervo arquitetnico fosse substitudo. O
surgimento desta soluo possibilitou um novo campo de atuao aos profissionais
envolvidos, tendo como motivao principal revitalizar antigos edifcios, aumentando sua
vida til, atravs da incorporao de avanadas tecnologias em sistemas prediais e materiais,
compatibilizadas com as restries urbanas locais. Assim, o patrimnio histrico, o partido
arquitetnico e estrutural era preservado, permitindo a utilizao adequada do imvel.
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Para Vale (2006), o termo retrofit de carter tcnico utilizado no setor de
construo civil, de forma a significar uma atualizao tecnolgica. Tem o objetivo de
valorizar edifcios antigos prolongando a sua vida til, seu conforto e funcionalidade atravs
da incorporao de avanos tecnolgicos e da utilizao de materiais de ultima gerao.
Estes conceitos so praticamente ratificados por Ferreira, Ferrari e Bermejo
(2003), onde retrofit um termo de origem inglesa que serve para designar a reforma do
edifcio atravs da incorporao de novas tecnologias exigidas pelo mercado, novos materiais
e conceitos aos velhos edifcios, aumentando sua vida til, tendo como objetivo a reduo dos
custos condominiais, atravs da atualizao dos sistemas prediais.
Porm necessrio considerar que o termo retrofit, uma palavra da lngua inglesa,
que no foi incorporado a lngua portuguesa. Numa traduo ingls/portugus, atravs do
dicionrio de lngua inglesa, Merriam Webster a palavra retrofit definida como:
Retrofit: verbo transitivo. 1- Para suprir (em um computador, avio, ou edifcio) com peas novas ou modificadas, equipamentos que no estavam disponveis ou foram considerado necessrio no momento da fabricao. 2- Para instalar (peas novas, modificadas, equipamentos) em algo anteriormente construdo. 3- Para se adaptar a um novo propsito ou finalidade2.
Apesar da inexistncia lxica, talvez por modismo, no Brasil, o termo retrofit tem
sido muito utilizado entre os arquitetos, decoradores e construtores como denominao do que
os pases de lngua inglesa chamam de renovation3 ou rehabilitation4. J no ramo da
engenharia o retrofit geralmente tem sido aplicado para designar inovaes em sistemas e
mquinas eltricas, que com novas tecnologias obtm maior desempenho e economia,
emprego correto da palavra.
2 Traduo Ingls/portugus, feita pelo autor. Retrofit: Transitive verb. 1- To furnish (as a computer, airplane, or
building) with new or modified parts or equipment not available or considered necessary at the time of manufacture. 2- To install (new or modified parts or equipment) in something previously manufactured or constructed. 3- To adapt to a new purpose or need.
3 Definio do Dicionrio da lngua Inglesa Merriam Webster: Renovation 1-to restore to a former better state (as by cleaning, repairing, or rebuilding). 2- To restore to life, vigor, or activity.
4 Definio do Dicionrio da lngua Inglesa Merriam Webster: Rehabilitate 1-To restore to a former capacity, to restore to good repute. 2- To restore to a former state ( as of efficiency, good management, or solvency), to restore or bring to a condition of health or useful and constructive activity.
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Em geral, no caso da arquitetura, o termo retrofit apresentado como
intervenes realizadas no edifcio com o objetivo de adequ-lo ecologicamente, mas na
pratica, pode significar uma simples reforma ou troca de um componente de sistema.
Portanto, h fortes indcios do emprego do termo, que se considera um problema para sua
utilizao.
1.2 RENOVAO
Wiazowski (2007) diz que a renovao de um edifcio pressupe a ingerncia
completa, com apresentao de solues desde a fachada, as instalaes, aos elevadores,
proteo contra incndio e os demais itens que caracterizam o posicionamento do imvel ou
localidade equivalente ao que existe de melhor no mercado.
Para Asmussen (2005), renovao pode ser entendida como a funo de aumentar
a competitividade do empreendimento, conferindo-lhe caractersticas fsicas modernas e
equipando-o com as facilidades e amenidades de ultima gerao tendo por alvo a demanda do
mercado da construo civil.
Meireles (2007) define a renovao, como trabalho de alterao, troca, reforo,
suporte, atualizao ou extenso reparo em materiais, componentes, equipamentos e/ou
instalaes que no envolvam a reconfigurao de espao no edifcio.
No dicionrio da lngua portuguesa Michaelis a palavra renovao definida
como o ato ou efeito de renovar:
Renovar: Tornar novo; fazer voltar ao primeiro estado, ou a um estado mais perfeito; modificar ou mudar para melhor. Dar nova forma a; consertar; restabelecer, restaurar. Tornar melhor em todos os respeitos; corrigir, reformar, regenerar. Rejuvenescer, revigorar-se.
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1.3 REABILITAO
Para Romanholo (2008) na rea de arquitetura e engenharia, o conceito de
reabilitao aparece sob diversas formas. Para aplicao do termo deve-se associ-lo ao
contexto em que est sendo utilizado, diferenciando-se a reabilitao urbana 5 da
reabilitao de edifcio.
Segundo a definio de Barrientos e Qualharini (2002), reabilitao a reforma
gerenciada de uma construo visando a sua adequao s novas necessidades dos usurios ou
a otimizao das atividades desempenhadas por ela com o objetivo de prolongar a vida til da
edificao, proporcionar a modernizao de suas funcionalidades e promover a possibilidade
de reduo do custo de utilizao, atravs da implantao das tecnologias disponveis.
O projeto Reabilita (2007) define o termo reabilitao como sendo o processo
pelo qual o imvel ou o bem urbanstico pode ser recuperado de maneira a contribuir no s
para os usurios e proprietrios do imvel, como tambm em uma escala mais ampla, como
um processo a interferir em toda uma rea urbana.
Para Croitor (2008) termo reabilitao pode ser entendido como a interveno em
uma determinada construo para recobrar seu estado original, associada a uma modernizao
da sua infraestrutura.
No o dicionrio da lngua portuguesa Michaelis o termo reabilitao tem como
principal utilizao na rea penal:
Reabilitao: Ao de reabilitar ou de ser reabilitado. Meio de fazer cessar os efeitos de uma sano penal, restituindo integralmente ao paciente todos os direitos de que ele anteriormente gozava. Fato de a vtima restabelecer-se ou ser restabelecida de um erro judicirio legal e moral em que antes encontrava.
5 Reabilitao Urbana uma politica urbana que procura a requalificao da cidade existente, desenvolvendo
estratgias de interveno mltiplas. Consiste na programao de aes destinadas a potencializar os valores socioeconmicos, ambientais e funcionais em determinadas reas urbanas. Tem a finalidade de elevar a qualidade de vida das populaes residentes, melhorando as condies fsicas do parque edificado, os nveis de habitabilidade e de dotao em equipamentos comunitrios, infraestrutura, instalaes e espaos de uso publico. Aguiar, Cabrita e Appleton (2002)
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1.4 REQUALIFICAO
Nota-se que no termo requalificar est presente o prefixo re, que na lngua
portuguesa pode ter trs significados: Repetir, reforar ou retroceder.
Analisando o radical do termo qualificar, no dicionrio de portugus Michaelis,
temos: Qualificar: Atribuir qualidade a; indicar a qualidade de; apreciar; avaliar; classificar; opinar a respeito de; enobrecer, tornar ilustre.
Portanto a requalificao tem o sentido de atribuir novamente, a uma rea ou
edifcio existente, a qualidade que outrora possua, no apenas para se tornar apto a ser
utilizado, mas que tambm possua qualidades em termos tcnicos e funcionais.
A requalificao de edifcios compreende uma gama de aes sobre a rea ou o
parque edificado, englobando edifcios de reconhecido valor histrico, e aqueles que
constituem a malha urbana, mas que no possuem valor histrico. O termo requalificao
usado para identificar as intervenes que promovem uma recuperao global das
funcionalidades do edifcio, alterando ou no seu uso original uma ao que pode envolver
atividades de restauro, manuteno, alterao, retrofit, reparo ou reforma visando dotar o
edifcio de atributos econmicos ou funcionais equivalentes aos exigidos a um edifcio novo
para o mesmo fim.
Para Magalhes (2002), o conceito de requalificao esta ligado ao acrscimo de
atividades geradoras de ganhos econmicos e de melhoria da qualidade do espao, podendo
ser mais bem aplicado em situaes onde se trata de alterao das caractersticas fsicas e da
composio social e econmica. Envolvendo processos de elitizao, a requalificao esta
principalmente voltada para o estabelecimento de novos padres de organizao e utilizao
dos espaos, com vistas a um melhor desempenho econmico.
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1.5 ESCOLHA DO TERMO: REQUALIFICAO
Analisando os quatro termos apresentados, conclui-se que h similaridades de
acordo com a teoria dos autores estudados e citados. Para efeito de padronizao a
terminologia Requalificao adotada no contexto desta dissertao.
O presente trabalho apresenta o termo requalificao, como o processo de
benfeitorias, em um edifcio existente que com o passar do tempo tornou-se inadequado ou
obsoleto as exigncias contemporneas. A requalificao busca a sincronicidade do edifico de
modo a recuper-lo, e dentro das limitaes fsicas do edifcio existente, adequ-lo as
necessidades e exigncias do tempo presente, atravs da utilizao de novos materiais,
tecnologias e adequaes as normas tcnicas vigentes.
A requalificao difere do retrofit e da renovao, o primeiro consiste na
incorporao em um edifcio existente de avanos tecnolgicos e da utilizao de materiais de
ultima gerao, e a segunda como uma interveno em determinada construo recobrando
seu estado original.
Na Europa e mais especificamente em Portugal o termo requalificao e
reabilitao, corrente nas obras de arquitetura e engenharia que envolve a recuperao do
patrimnio construdo. Porm, como o parque edificado nestes pases bastante antigo, a
requalificao adquire um tom mais historicista. No caso das cidades brasileiras, e no caso
mais especfico de So Paulo o acervo de prdios mais recente, geralmente moderno e
construdo a partir da dcada de 1930.
A requalificao pode envolver atividades de restauro, manuteno, conservao,
renovao, retrofit, reparo ou reforma, visando dotar o edifcio de atributos econmicos ou
funcionais equivalentes aos exigidos a um edifcio novo para o mesmo fim.
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Figura 1: Atividades e aes envolvidas na Requalificao
Fonte: Elaborado por Denis Mariano
As atividades e aes de arquitetura e engenharia envolvidas na requalificao
conforme indicadas na figura 1:
Restauro: visa recuperar a imagem, a concepo original ou o momento ureo da
histria da edificao;
Manuteno: objetiva de reduzir a velocidade de deteriorao dos materiais e de
partes da edificao;
Reparo: envolve intervenes pontuais em patologias localizadas;
Conservao: destinado ao prolongamento do desempenho da edificao;
Renovao: recupera o estado original do edifcio, associado a uma modernizao
de infraestrutura;
Retrofit: recupera e beneficia as edificaes, por meio de mecanismos de
atualizaes tecnolgicas;
Reforma: interveno que consiste na adaptao do espao as necessidades de
uso.
Geralmente, um edifcio que passa pelo processo de requalificao tcnica sofre
intervenes de revestimentos de fachada (caixilhos e vidros), equipamentos de ar
condicionado, elevadores, shafts, rede de cabeamentos, distribuio eltrica, hidrulica,
telefonia e dados. necessrio adequao do edifcio, quanto aos cdigos e normas vigentes
em itens como: acessibilidade, escadas, rotas de fuga e combate a incndio.
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Conforme Roberto Righi e Pedro de Assis Souza Machado (2002, p. 01):
Do ponto de vista estritamente tcnico importante a superao dos fatores responsveis pelas degradaes fsicas e funcionais dos edifcios, tais como: a) o consumo excessivo de energia eltrica, que eleva de maneira significativa os custos dos condomnios; b) a existncia de espaos fsicos e instalaes inadequadas, desgastadas e ultrapassadas - ar-condicionado, conexes e tubulaes do sistema eltrico e hidrulico, tubulaes de gs, de impermeabilizao, de segurana, sistemas de telefonia, cabos e outros, que levam ao desconforto ambiental derivado da iluminao deficiente, do rudo e das variaes trmicas excessivas; c) a presena de fachadas deterioradas e ultrapassadas; d) a impossibilidade no uso da automao, como tecnologia alternativa capaz de melhorar o desempenho de um edifcio pela gesto informatizada.
Deve-se buscar com a requalificao, munir o edifcio de atualidades
tecnolgicas, trazendo benefcios em conforto, segurana, funcionalidade do usurio e
reduo dos custos operacionais, refletindo na valorizao do imvel. Tendo em vista a
viabilidade econmica, aproveita-se o potencial construtivo, a melhora a eficincia energtica,
alm de fatores como a preservao da memria e melhorias do padro de segurana e
conforto.
1.6 REQUALIFICAO COMO NOVA FORMA DE ADEQUAO DE EDIFCIOS DE
ESCRITORIOS
A tecnologia do concreto armado e a evoluo dos sistemas de elevadores
permitiram a construo de edifcios cada vez mais altos. A gerao de energia eltrica, e
mais recentemente, a globalizao da tecnologia da informao e comunicao foi tornando
os edifcios cada vez mais complexos, onde alm dos materiais tradicionais acomodam uma
enorme diversidade de novos equipamentos tecnolgicos, de segurana e acessibilidade.
Desta forma a estrutura de um prdio no necessita de reformas durante muito tempo, ao
passo que estes equipamentos demandam atualizao tecnolgica ao passar dos anos para que
o edifcio acompanhe a dinmica das necessidades contemporneas.
Como o processo de verticalizao da cidade de So Paulo ocorre a vrias
dcadas, somado as transformaes sociais, polticas, econmicas e tecnolgicas pelas quais o
mundo tem passado vrios edifcios de escritrio esto se tornando inadequados para
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acomodar empresas. Estas cada vez mais necessitam de flexibilidade para atender estas
constantes modificaes. Este fator colabora com a migrao de empresas dos tradicionais
bairros como o Centro e a Avenida Paulista, que j possuem uma grande oferta de transporte
coletivo e infraestrutura, para novas regies que abrigam devido aos edifcios recentemente
construdos, as necessidades tecnolgicas que cumprem as exigncias das empresas
modernas.
Apesar de estes edifcios possurem uma boa estrutura, em geral apresentam
incompatibilidade com as exigncias das normas tcnicas de segurana, fato que limita o
numero de usurios por andar, devido restrio das sadas e rota de fuga. Tambm h
problemas hidrulicos e eltricos, dificuldade de manuteno dos caixilhos pela idade e pela
dificuldade de achar peas de reposio adequada, elevadores lentos e com alto custo de
manuteno, dificuldade para atender as novas necessidades de redes de computadores e
telefonia e possuem instalaes de ar condicionado improvisadas e ineficientes. Quando
foram construdos, estes edifcios no foram concebidos para incorporar estas tecnologias, que
na poca ainda no eram itens comuns.
Estes so alguns dos problemas que afetam a maioria dos edifcios antigos. Esta
situao, alm de desvalorizar os imveis e afugentar os seus ocupantes e possveis
interessados, em geral apresenta um condomnio elevado em relao ao que oferecido pelos
novos.
A requalificao de edifcios de escritrio uma alternativa para que as
tradicionais reas da cidade no percam seus atrativos, nem passem a subutilizar seus recursos
e para que os proprietrios no tenham os seus imveis desvalorizados.
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2 EDIFICIOS DE ESCRITRIOS EM SO PAULO
A Cidade de So Paulo, ao longo do sculo XX, se desenvolveu e ganhou ares de
grande metrpole, modificou sua principal atuao econmica, que passou do setor industrial
para o tercirio6, desenvolvendo uma mltipla e variada rede de servios.
Neste contexto, os edifcios de escritrio, no qual o principal propsito de
acomodar as atividades tercirias, passaram a se sobressair como uma tipologia arquitetnica
na capital paulistana. Da mesma maneira em que a cidade foi se desenvolvendo e se
transformando entre as maiores metrpoles do mundo globalizado, os edifcios de escritrio
ganhavam importncia e tambm se modificavam.
2.1 BREVE HISTRICO DAS MUDANAS TECNOLGICAS OCORRIDAS
Desde os primeiros edifcios de escritrio da dcada de 20 at os dias de hoje, so
mais de 90 anos de historia e evoluo tecnolgica. Ao longo das dcadas, foram utilizados
diversos materiais e tecnologias na construo dos edifcios, desde os primeiros edifcios de
estrutura em concreto, visto na figura 2, com ornamentos em argamassa e acabamentos em
mrmore ou granito, caixilhos de madeira ou ao, divises internas e vedaes em alvenaria.
Com o surgimento de avanos tecnolgicos de uma srie de materiais, como
estrutura de concreto, estrutura metlica caixilhos de ao e uma enorme variedade de
revestimentos, foi possvel um considervel aumento nos vos livres para ocupao, assim
como a construo de edifcios mais altos. Outros fatores como a evoluo dos elevadores, o
surgimento de lmpadas fluorescentes e as mudanas na tecnologia da fabricao de vidros
6 Setor tercirio entende-se pelo setor econmico relacionado aos servios. Os servios so produtos no
materiais em que pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer determinadas necessidades. Como atividades econmicas deste setor, podemos citar: comercio, educao, sade, telecomunicaes, servios de informtica, seguros, transporte, servios de limpeza, servios de alimentao, turismo, servios bancrios e administrativos, transportes, etc.
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em maiores dimenses, somados a outros de menor impacto, favoreceram para que os
edifcios a partir do final dos anos 40 e durante os 50 tivessem uma modificao nos sistemas
construtivos, permitindo a construo de edifcios mais alinhados aos preceitos da arquitetura
moderna, como exemplo o edifcio Conde Prates ilustrado na figura 3.
A partir dos anos 60, comearam a aparecer edifcios com pele de vidro,
possibilitados pelo uso do alumnio no desenho dos caixilhos e a utilizao de produtos com
sistemas de fixao dos vidros considerados de alto desempenho para a poca, como o
edifcio Horcio Lafer, mostrado na figura 4. Fica clara esta evoluo quando se v nas
construes mais recentes a grande oferta de vidros, em tamanhos maiores e sistemas de
caixilhos cada vez mais eficientes, como os utilizados recentemente, e ilustrado na figura 5,
no edifcio Torre Santander JK.
Figura 2: Edifcio Martinelli
Fonte: www.pt.wikipedia.org/wiki/Edif%C3%ADcio_Martinelli
http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Edif%C3%ADcio_Martinelli
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Figura 3: Edifcio Conde Prates - 1952
Fonte: www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03. 031/722
Figura 4: Edifcio Horcio Lafer 1954
Fonte: Fialho pag. 112
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/03.%20031/722
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Figura 5: Edifcio Torre Santander JK -2010
Fonte: www.alumni.net.br/Obras/obras-JK.htm
At os finais dos anos 70, o projeto arquitetnico de edifcio de escritrios, tinha o
objetivo de proporcionar um espao neutro, praticamente composto pelo desenho do ncleo e
a fachada, com sistema de circulao vertical, rea molhada, o hall de entrada, a recepo e a
fachada do edifcio.
J incorporados nos edifcios nos anos anteriores, os sistemas HVAC7 no fim dos
anos 70, passaram a ser os primeiros sistemas de edifcios a serem controlados
eletronicamente atravs de chips de computadores. Esta tecnologia, onde atravs de sensores
era possvel controlar e alterar as condies climticas no edifcio levou ao inicio do
desenvolvimento da idia de tornar os edifcios dotados de inteligncia, os chamados smart
buildings.
O conceito de smart building, ou edifcio inteligente, apareceu nos EUA por
volta da dcada de 80, e aquele que utiliza a tecnologia para diminuir os custos
operacionais, eliminar os desperdcios e criar infraestrutura adequada para aumentar a
produtividade dos usurios. Ele deve promover aos usurios, conforto, segurana e, sobretudo
7 Sistema HVAC (Heating, Ventilation and Air Conditioning), sistemas de Aquecimento, Ventilao e Ar
Condicionado.
http://www.alumni.net.br/Obras/obras-JK.htm
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economia em custos diretos como: gua, luz, telefone, etc., e em custos indiretos tais como
manuteno e operao.
No Brasil o conceito de edifcio inteligente comeou a ser utilizado a partir de
1986, com a inaugurao do Edifico Citicorp/Citibank em So Paulo, ilustrado na figura 6.
Pioneiro na implantao de novas tecnologias foi o primeiro edifico de escritrios a possuir
um elevado nvel de monitoramento e controle energtico, dentre os quais, o controle de
iluminao natural por zonas de iluminncia, o atendimento dos elevadores por proximidade
de chamada, e a produo noturna de gelo para alimentar o sistema de ar condicionado
ambiental, aproveitando tarifas de energia mais baixas fora do horrio de pico.
A partir dos anos 90, o uso dos recursos da informtica e a popularizao dos
microcomputadores, modificaram de maneira irreversvel a concepo de espao de trabalho e
as relaes quantitativas e qualitativas destes espaos. Ocorreram mudanas na adequao das
instalaes s novas necessidades de cabeamento, a estruturao de redes para transmisso de
dados dentro dos edifcios. Os desdobramentos destas solues alteraram os projetos tanto em
planta, nos shafts e dutos, como em corte, com o surgimento de pisos elevados e forros
removveis. Estas mudanas alteraram as dimenses de reas tcnicas de cada andar, assim
como a altura do p direito.
Ainda na dcada de 90, surgem o que o mercado imobilirio chama de edifcios
verdes ou green buildings. Passados 20 anos da grande crise do petrleo (1973), quando os
altos preos de energia levaram a busca por sistemas alternativos e mais baratos, aliado a
preocupao com a possvel escassez de recursos naturais, indicou o rumo dos edifcios de
escritrios ecologicamente sustentveis.
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Figura 6: Edifcio Citicorp/Citigroup 1986
Fonte: http://theurbanearth.wordpress.com/2009/01/24/parabens-sao-paulo-455-anos/
Os edifcios eco sustentveis, procedem dos edifcios de alta tecnologia e
caracterizam-se como construes que, desde suas primeiras etapas de projeto, buscam a
gesto racionalizada e eficiente dos recursos naturais, a utilizao de materiais renovveis, a
reduo de impacto ambiental, a qualidade ambiental de seus interiores e a gesto de seus
resduos, levando em considerao todo o ciclo de vida do edifcio.
Em funo do sucesso alcanado com as pesquisas de conceitos de
sustentabilidade nas novas construes, surge nos EUA ainda no incio da dcada de 90 a
USGBC (United States Green Bulding Council), formada por ambientalistas, arquitetos,
engenheiros e outros especialistas. Surge a aplicao de um sistema de avaliao do conforto
ambiental e da sustentabilidade dos edifcios, denominado LEED (Leadership in Energy &
Environmental), como um sistema de classificao por pontuao que acabou motivando o
mercado imobilirio a produzir edifcios certificados com o selo verde, que representa um
diferencial extremamente rentvel e valorizado pelos compradores.
http://theurbanearth.wordpress.com/2009/01/24/parabens-sao-paulo-455-anos/
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A certificao de um edifcio sustentvel obtida aps a avaliao e pontuao de
pr-requisitos que atendam, entre outros fatores, componentes tecnolgicos acoplados a
edificao, como sistemas de reutilizao de gua, gesto de lixo e produo de energia, bem
como na adoo de recursos arquitetnicos atribudos durante a fase de elaborao de projeto.
Quanto maior a pontuao da edificao melhor o nvel de selo conquistado. Existem quatro
tipos: Selo LEED, LEED Silver, LEED Gold e LEED Platinum.
Ao receber o selo de edifcio sustentvel (Green Building), confirma-se que ele
um empreendimento com alto desempenho ambiental, com quatro caractersticas: Reduz o
consumo de energia e os custos operacionais; minimiza o uso de recursos ambientais no
renovveis; melhora a qualidade do ar interno dos edifcios; e melhora a qualidade de vida e a
sade de seus usurios, otimizando a qualidade do ambiente construdo.
No Brasil a procura por esta certificao vem crescendo consideravelmente, e a
expectativa continuar crescendo. Um dos primeiros edifcios do pas a conquistar a
certificao foi o Rochaver Corporate Towers, visto na figura 7, concludo em 2008 um
empreendimento de Categoria Triple A, detentor de certificao selo LEED Gold.
Figura 7: Rochaver Corporate Towers 2008
Fonte: www.arcoweb.com.br/arquitetura/aflalo-amp-gasperini-arquitetos-edificios-de-02-07-2009.html
http://www.arcoweb.com.br/arquitetura/aflalo-amp-gasperini-arquitetos-edificios-de-02-07-2009.html
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2.2 CATEGORIAS DO MERCADO IMOBILIRIO
Os avanos tecnolgicos trouxeram mudanas tanto na forma estrutural e de
materiais empregados nos edifcios relatados no tpico anterior, como na forma de estruturar
a organizao econmica e do trabalho.
H nas ltimas dcadas uma mudana no enfoque adotado entre a arquitetura e a
concepo do produto imobilirio que se reflete tambm nas necessidades de requalificao
dos edifcios de escritrios em So Paulo. (Righi & Castro, 2003)
As mudanas na organizao do trabalho e a globalizao tm levado as empresas,
que procuram um espao nos edifcios de escritrio, a buscar instalaes prediais baseadas
nos moldes internacionais de construo. Neste contexto, a cidade de So Paulo devido ao
fato de atrair uma grande concentrao de empresas multinacionais e grandes empresas
nacionais, a metrpole Brasileira que mais sinais de sofisticao possui para investimentos
em edifcios Padro AAA (alto padro) ou chamada triple A.
As novas exigncias do mercado imobilirio para edifcios de escritrio, que
distanciam os edifcios antigos do que se procura no mercado atual, comportam mecanismos
modernos, principalmente resultados da evoluo dos sistemas de gesto, prezando pela
facilidade de comunicao e agilidade demandada do mundo atual dos negcios,
considerando inclusive os grandes escritrios.
Desta forma, deve-se considerar o acompanhamento dos edifcios de escritrio no
dinamismo de diversos requisitos fsicos, tanto do edifcio em si, como do prprio centro de
negcios em que se insere, conforme as novas necessidades do usurio.
Segundo Veronezi, a viso de edifcio de escritrio apenas como a estrutura fsica
de suporte est ultrapassada. Ela foi substituda pelo conceito de edifcio como ambiente
adequado ao desenvolvimento de negcios e parte integrante destes. Sendo assim, na
construo ou requalificao de um edifcio, necessrio acompanhar as evolues
tecnolgicas, dos materiais construtivos, dos conceitos arquitetnicos e estruturas
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organizacionais de trabalho, bem como os deslocamentos dos centros de negcios dentro da
malha urbana. Isso mostra o dinamismo e a perecibilidade da qualidade dos edifcios de
escritrio, isto , os edifcios esto a um conjunto de atributos e ao quanto estes so desejados
pelo mercado. A relao destes dois determina a qualidade do edifcio.
O mercado imobilirio adota um sistema de classificao de edifcios que atravs
de um conjunto e atributos de escala, permite sua avaliao. Segundo Veronezi, ainda falta a
esse sistema de qualificao uma padronizao, pois, dependendo da empresa ou instituio
que avalia, h variao nas categorias analisadas e os quesitos so bastante genricos.
No cabe neste trabalho detalhar todos os sistemas de classificao existentes no
mercado atual, mas atravs da relao dos atributos necessrios para determinada categoria,
pode-se medir o grau de requalificao do edifcio, at onde ele pode e deve ser reformado e
atualizado para atingir determinada classificao.
Com base na tabela de classificao, elaborada por Veronezi (2004, pagina 21),
As classificaes utilizadas no Brasil por significativas empresas e associaes atuantes no
mercado de edifcios de escritrio so:
a) Bolsa de Imveis do Estado de So Paulo: AA, A, B, C;
b) Brazil Realty: AAA, AA, A, B, A;
c) CB Richard Ellis : A, B, C;
d) Colliers International : A+,A , B, C;
e) Cushman & Wakefield Semco : A, B, C;
f) Jones Lang LaSallu : AA, A B, C;
g) Tishman Speyder Mtodo: A, B, C.
Os aspectos avaliados por esses agentes para classificao de um determinado
edifcio de escritrio variam entre a localizao do edifcio, atributos fsicos da construo,
padro do inquilino atrado pela edificao e preos de locao.
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2.3 EXIGNCIAS ATUAIS
As novas exigncias do mercado imobilirio para edifcios de escritrios, que
distanciam os antigos prdios do que se procura no mercado atual, comportam mecanismos
modernos, principalmente advindos da evoluo dos sistemas de gesto, presando pela
facilidade de comunicao e agilidade requeridas no mundo atual dos negcios, considerando
inclusive os grandes escritrios.
Segundo Veronezi (2004), o conceito atual de prdio de escritrios evidencia a
perecibilidade da qualidade dos edifcios de escritrios. Um edifcio considerado de prestigio
na ocasio de sua insero no mercado pode no o ser no decorrido certo tempo, ou por estar
ultrapassado do ponto de vista construtivo, e/ou por estar desatualizado e obsoleto
tecnologicamente, e/ou por estar localizado em zona decadente ou sem infraestrutura que
atenda os novos conceitos.
Com base nos critrios das analises de classificao dos edifcios de escritrios
foram adotados alguns atributos que so determinantes para a sua classificao. Neste
subcapitulo sero apresentadas as especificaes bsicas que, segundo Veronezi, devem ser
incorporadas a um projeto de edifcio de escritrios que busca estar adequado as atuais
exigncias do mercado imobilirio e consequentemente uma boa avaliao no sistema de
classificao.
a partir destes resultados que se determina o grau de requalificao necessrio
para determinado nicho de mercado, ou seja, cada categoria de edifcios exige um
determinado padro de qualidade, que medido atravs de um conjunto de atributos que o
edifcio possui. Com a relao dos atributos necessrios para determinada categoria, pode se
medir o grau de requalificao dos edifcios, at onde este pode e deve ser reformado para
atingir tal classificao, ou se apenas necessita de um retrofit para se atualizar.
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2.3.1 Sistema de superviso e controle predial
Trata-se de uma eficiente ferramenta para uma boa operao e controle das
instalaes de infraestrutura e dos usos finais de energia de um edifcio. o gerenciamento do
sistema de utilidades do edifcio que conforme esquematizado na figura 08, faz a integrao
em rede, do monitoramento e controle do ar condicionado, ventilao e exausto, instalaes
eltricas e hidrulicas, iluminao, elevadores, deteco e combate de incndio, controles de
acesso e segurana.
Figura 8: Alguns exemplos que podem ser integrados aos sistemas prediais Fonte: imagens - http://www.solution-eletro.com.br/arquivos_pdf/folheto_supervisao.pdf
Adaptado por Denis Mariano
http://www.solution-eletro.com.br/arquivos_pdf/folheto_supervisao.pdf
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2.3.2 Sistemas de ar condicionado central
O sistema de ar condicionado deve possuir zonas de VAV e termostatos para
garantia do controle climtico ao longo dos andares do edifcio, como ilustrado na figura 9. A
sigla VAV (Variable Air Volume) significa Volume de Ar Varivel, este mecanismo
composto por vlvulas de vazo, cada uma com termostato individual, ligadas
eletronicamente a um computador central para controle do fluxo de ar dentro de determinada
zonas8, melhorando consideravelmente o equilbrio tcnico de cada andar.
Figura 9: Sistema VAV com Termostato
Fonte: Imagens- http://www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/520/Patio-Malzoni-busca-certificacao-
ambiental-LEED.aspx - http://portuguese.alibaba.com/product-gs/byc07-air-heater-thermostat-401984263.html
Adaptado por Denis Mariano
O edifcio tambm deve dotar de sistema de termoacumulao, que transforma a
energia disponibilizada fora do horrio de pico em energia interna armazenadas em bancos
de gelo que alimentam o sistema de ar condicionado, aproveitando-se das tarifas de energia
8 Zonas: Usa-se esta expresso para descrever a rea servida por cada VAV.
http://www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/520/Patio-Malzoni-busca-certificacao-ambiental-LEED.aspxhttp://www.engenhariaearquitetura.com.br/noticias/520/Patio-Malzoni-busca-certificacao-ambiental-LEED.aspxhttp://portuguese.alibaba.com/product-gs/byc07-air-heater-thermostat-401984263.html
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mais baixas no perodo noturno e aliviando o sistema eltrico durante o dia, reduzindo assim
os custos de energia e geradores. A figura 10 demonstra o funcionamento bsico da
Termoacumulao, com a utilizao do refrigerador (Chiller) no perodo noturno, se
beneficiando das tarifas de energia mais baixas e o funcionamento total do sistema durante o
dia.
Figura 10: Funcionamento bsico da Termoacumulao
Fonte: Imagem - www.portaldoeletrodomestico.com.br/cursos/Refri_Ar/Topico9.pps
Adaptado por Denis Mariano
2.3.3 Sistemas de telecomunicao e informtica
O sistema deve promover flexibilidade ao uso e suportar rpidas mudanas de
acordo com as necessidades empresariais de seus ocupantes, tanto para inovaes
tecnolgicas quanto para mudana de layout, ser altamente fidedigno aos sete dias da semana,
24 horas por dia. Possuir rede interna em fibra tica com acesso s redes externas tambm em
fibra tica, possuir internet com grande quantidade de ramais, alta capacidade de trafego de
rede, alta capacidade de pontos atendidos simultaneamente e possibilidade de expanso. O
edifcio deve contar com shafts, ilustrado na figura 11, que so dedicados acomodao de
todo o cabeamento dos sistemas eletrnicos, telecomunicao e informtica que atendero o
andar, painis para controladoras e outros equipamentos, alm da previso de uma futura
expanso conforme a necessidade do usurio.
http://www.portaldoeletrodomestico.com.br/cursos/Refri_Ar/Topico9.pps
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Figura 11: Croqui (sem escala) de shaft para acomodao de cabeamentos.
Fonte: Desenho Denis Mariano
2.3.4 Sistema de deteco e combate a incndio
O sistema deve ser projetado para proteger a vida dos ocupantes e limitar os danos
ao edifcio e seus componentes, possuir, conforme figura 12, splinklers inteligentes,
detectores de fumaa e calor, alarmes visuais e sonoros. O edifcio deve contar com brigada
de incndio e bombeiro de planto, alm de prover iluminao de emergncia e acionamento
manual de alarmes em todos os andares;
Figura 12: Equipamentos de deteco e combate a incndio Fonte: Imagens - http://www.algebralab.org/careers/SprinklerInstaller/default.aspx -
http://medidores.conaut.com.br/protecao-contra-incendio/deteccao-e-alarme/painel-enderecavel/
Adaptado por Denis Mariano
http://www.algebralab.org/careers/SprinklerInstaller/default.aspxhttp://medidores.conaut.com.br/protecao-contra-incendio/deteccao-e-alarme/painel-enderecavel/
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As escadas de emergncia, ilustrada na figura 13, devem ser pressurizadas,
possuir antecmaras e contar com portas corta fogo em todos os andares. A pressurizao da
escada consiste em aplicar presso positiva (forando o ar de dentro para fora) no interior da
escada enclausurada. No caso de um incndio, o detector de fumaa (ou acionamento manual
da portaria) ativa um exaustor que comea a insuflar ar para dentro das escadas. Com isso,
obtm-se um diferencial de presso a fumaa nos andares no penetra nas escadas, mesma
com a abertura das portas (onde no h uma antecmara), assegurando a desocupao do
prdio com total segurana. O principal objetivo da pressurizao da escada de emergncia
evitar, ao longo do seu trajeto at a sada, o acmulo de fumaa e gases txicos, principais
causadores de pnico (porque diminuem a viso) e de morte (o maior nmero de mortes
causado pela intoxicao antes das queimaduras).
A porta corta fogo, evita a propagao do fogo ao longo da rota de fuga,
juntamente com outros componentes usados para a compartimentao do fogo (paredes,
dutos, registros e selagem de fios), devem ser elaboradas com materiais especficos, que
diminuam, ou cessem completamente, a propagao do fogo.
Figura 13: Croqui (sem escala) de escada de emergncia, antecmara e porta corta fogo. Fonte: Desenho Denis Mariano
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2.3.5 Sistema eltrico
O sistema deve ser projetado para atender usurios em baixa, media ou alta tenso
com grande capacidade de suprimento de energia por andar. A distribuio do cabeamento de
energia deve ser sob o piso elevado, a fim de garantir flexibilidade e satisfazer as
necessidades de mudana de layout do usurio. O edifcio deve prever espao adicional para
permitir que futuros ocupantes possam instalar seus prprios geradores,
Figura 14: Croqui de distribuio de energia eltrica sob piso elevado
Fonte: Imagem - http://www.valemam.com.br/index.php/produtos/list/cat/109
Adaptado por Denis Mariano
http://www.valemam.com.br/index.php/produtos/list/cat/109
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2.3.6 Sistema de iluminao
O edifcio deve possuir uma boa relao entre a rea de vidro e a rea total da
fachada, que garanta uma boa iluminao natural pelos andares e proporcione menor esforo
de energia eltrica e iluminao artificial.
A iluminao artificial deve ser dividida pelo forro por setores, utilizando
sistemas que distribuam a luz pelo ambiente, promovendo menos brilho e contraste de
claridade. Todo o sistema, incluindo materiais empregados, como condutores, luminrias e
lmpadas, deve garantir grande economia de energia e eco sustentabilidade;
2.3.7 Sistema Hidrulico
O sistema hidrulico deve possuir reservatrios com capacidade suficiente para
atender com folga todo o abastecimento do edifcio, deve possuir prumadas adicionais para
sanitrios extras ou copas. Assim como no sistema de iluminao, o sistema hidrulico deve
garantir a eco sustentabilidade, atravs de sistemas que garantam menor consumo de gua,
como o controle dos equipamentos sanitrios (torneiras, bacias e mictrios) que reduzem o
consumo atravs de sensores ou temporizadores e o reaproveitamento de gua da chuva, que
conforme ilustrado na figura15 pode ser obtido atravs da captao e armazenamento das
guas pluviais9 onde aps tratamento so reutilizadas em descargas dos banheiros, irrigao
de jardins, limpeza de cho entre outros.
9 gua pluvial: gua que provm diretamente da chuva, captada aps o escoamento por reas de cobertura,
telhados ou grandes superfcies impermeveis.
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Figura 15: Esquema de captao e armazenamento de aguas pluviais.
Fonte: Imagem -
http://www.avaad.ufsc.br/moodle/mod/hiperbook/glossary.php?chapterid=&edit=0&id=786&groupid=
Adaptado por Denis Mariano
http://www.avaad.ufsc.br/moodle/mod/hiperbook/glossary.php?chapterid=&edit=0&id=786&groupid
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2.3.8 Segurana Patrimonial
Trata-se de um sistema de segurana que tem a funo de prevenir e minimizar,
dentro e ao redor da edificao, os riscos de furto, danos criminosos, vandalismo, ataques
pessoais e sabotagem. O acesso aos pavimentos deve acontecer somente pelo andar trreo,
atravs de identificao na recepo, com elevadores exclusivos para o estacionamento,
entrada independente para servios e expedio com docas e elevador de servio.
O sistema de entrada do edifcio deve possuir controle de acesso de pessoas por
catracas eletrnicas e cancelas acionadas por carto de proximidade. O acesso de entrada e
sada de veculos deve ser controlado. O edifcio deve contar com sistema de CFTV10 em toda
a rea comum externa e interna, que consiste em um sistema fechado de cmeras que,
posicionadas conforme a necessidade do local transmite as imagens para um ou vrios
monitores de televiso localizados em uma central de monitoramento 24hs.
Figura 16: Equipamentos de controle de segurana predial
Fonte: Imagens - http://www.visualid.com.br/produtos/porCategoria/Controle+de+Acesso -
http://www.deltaseguranca.com.br/cftv.php
Adaptado por Denis Mariano
10 CFTV: (Circuito Fechado de Televiso) um sistema fechado de televiso que distribui sinais provenientes de
cmeras localizadas em um local especfico, para um ponto de superviso pr-determinado.
http://www.visualid.com.br/produtos/porCategoria/Controle+de+Acessohttp://www.deltaseguranca.com.br/cftv.php
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2.3.9 Elevadores
O sistema de transporte vertical deve ser projetado para promover o deslocamento
de pessoas e materiais pelo edifcio da forma mais eficiente possvel. Deve possuir elevador
de servio separado, assim como elevadores com acesso independente aos subsolos, as
cabines e o hall devem ser espaosos, segundo Wiazowski, a largura das portas deve ser
superior a 1,10m com p direito interno da cabine superior a 2,85m para os sociais e 3,00m
para os de servio. O sistema dos elevadores deve ser inteligente evitando que cabines subam
e desam ao mesmo tempo, gastando energia desnecessria.
Atualmente existem sistemas inteligentes de controle para elevadores em edifcios
de grande porte ou alto trfego, que reduz o tempo de viagem, espera embarques e
desembarques. Neste sistema o passageiro, ainda no hall, digita o andar desejado no painel de
chamada, ilustrado na figura 17, e o sistema automaticamente destina o elevador com sua
lotao otimizada para o andar desejado. Assim como visto na figura 18, o sistema racionaliza
o trfego, agrupando previamente pessoas que vo para o mesmo local, definindo qual carro
poder atender com maior rapidez, deixando o hall livre, facilitando o fluxo na entrada e
sada.
Figura 17: Painel elevador inteligente Fonte: Imagem - www.atlas.schindler.com/sao-index/sao-tech/sao-tech-miconic.htm
Adaptado por Denis Mariano.
http://www.atlas.schindler.com/sao-index/sao-tech/sao-tech-miconic.htm
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Figura 18: Sistema elevador inteligente Fonte: Imagens- Catlogo 2009 Atlas Schindler, Transporte vertical.
Adaptado por Denis Mariano
2.3.10 Estacionamento
O estacionamento deve possuir uma vaga coberta a cada 30m de rea til, de
preferncia livre e individual, estacionamento independente para visitantes e VIPs, servio
opcional de manobrista e rea para embarque e desembarque de passageiros. As rampas de
acesso devem ser largas com altura do p direito suficiente para entradas e sadas de
caminhes at o primeiro subsolo.
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2.3.11 Eficincia do Projeto
Os andares devem apresentar boa flexibilidade de layout, possuir p direito igual
ou superior a 2,70m, entre o piso elevado e o forro acstico, conforme ilustrado em corte
esquemtico na figura 19. O piso elevado um fator importante que facilita qualquer tipo de
trabalho