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Campinas CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LOGÍSTICA REVERSA DE FILTROS DE ÓLEO LUBRIFICANTE AUTOMOTIVOS Carina Belforte Lavacca Flávia Boscolo Del Vecchio Gabriel Vacari Marques Campinas/SP Brasil Dezembro / 2013

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Campinas

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LOGÍSTICA REVERSA DE FILTROS DE ÓLEO

LUBRIFICANTE AUTOMOTIVOS

Carina Belforte Lavacca

Flávia Boscolo Del Vecchio

Gabriel Vacari Marques

Campinas/SP – Brasil

Dezembro / 2013

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II

Campinas

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LOGÍSTICA REVERSA DE FILTROS DE ÓLEO

LUBRIFICANTE AUTOMOTIVOS

Carina Belforte Lavacca

Flávia Boscolo Del Vecchio

Gabriel Vacari Marques

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia de Produção da Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof. Helton Sales de Oliveira, como exigência parcial para conclusão do curso de graduação. Orientador: Prof. Helton Sales de Oliveira

Campinas – São Paulo – Brasil

Dezembro de 2013

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III

Logística Reversa de Filtros de Óleo Lubrificante Automotivos

Carina Belforte Lavacca

Flávia Boscolo Del Vecchio

Gabriel Vacari Marques

Monografia defendida e aprovada em 02 de dezembro de 2013 pela

Banca Examinadora assim constituída:

Prof. Helton Sales de Oliveira (Orientador)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof. Emílio Gruneberg Boog (Membro Interno)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof. Robisom Damasceno Calado (Membro Interno)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

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IV

E só com o teu último suspiro é que hás de perceber que a tua vida não é mais que uma gota num oceano sem limites! E, contudo, o que é o oceano senão uma profusão de gotas?

(David Mitchell)

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V

. Agradecimentos

Agradecemos a instrução e o acompanhamento dos professores Helton Sales de

Oliveira e Emílio Gruneberg Boog. A contribuição, conhecimento e experiência de vocês

foram essenciais para elaborarmos organizadamente a monografia através do trabalho em

equipe.

Agradecemos também à equipe da Robert Bosch, que ativamente tem se dedicado

à concretização de nosso trabalho e de nossas ideias.

Agradecemos ao time do fornecedor Suplly Service por terem nos recebido tão bem

na empresa, pelo tempo que nos dedicaram e pelo negócio realizado.

Por fim, agradecemos uns aos outros pelo trabalho em equipe, pelo respeito e

comprometimento.

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Sumário

Lista de Siglas ................................................................................................................... VIII

Resumo ............................................................................................................................... IX

Abstract ................................................................................................................................ X

1 Introdução .................................................................................................................... 11 1.1 Contextualização .................................................................................................... 11 1.2 Caracterização da Situação Problema .................................................................... 13 1.3 Objetivos ................................................................................................................. 14 1.4 Justificativas ........................................................................................................... 14

2 Revisão bibliográfica .................................................................................................. 16 2.1 Óleo Lubrificante ..................................................................................................... 16

2.1.1 Aplicação .......................................................................................................... 16 2.1.2 Óleo lubrificante Usado (OLU) .......................................................................... 17 2.1.3 Impacto Ambiental do OLU ............................................................................... 17

2.2 Filtro de Óleo Lubrificante ....................................................................................... 19 2.3 Associação Brasileira de Empresas de Filtros e seus Sistemas Automotivos e Industriais – ABRAFILTROS ............................................................................................. 21

2.3.1 Programa de Descarte Consciente ABRAFILTROS ......................................... 21 2.4 Robert Bosch Ltda. ................................................................................................. 22 2.5 Supply Service ........................................................................................................ 22 2.6 Mercado Automotivo ............................................................................................... 23 2.7 Mercado Revendedor.............................................................................................. 23 2.8 Ferramenta Metodológica da Qualidade – PDCA .................................................... 24 2.9 Logística ................................................................................................................. 25 2.10 Logística Reversa ................................................................................................... 27

2.10.1 Logística Reversa dos bens de Pós-consumo .................................................. 28 2.10.2 Canais de distribuição reversos de ciclo aberto ................................................ 29 2.10.3 Canais de distribuição de ciclo fechado ............................................................ 29

2.11 Lei Federal Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 ...................................................... 32 2.12 Lei Estadual Nº 12.300, de 16 de março de 2006 ................................................... 32 2.13 Decreto Estadual nº 54.645, de 05 de agosto de 2009 ........................................... 32 2.14 Resolução SMA nº 38, de 02 de agosto de 2011 .................................................... 32 2.15 Resíduos ................................................................................................................. 33 2.16 Destinação Final dos Resíduos Sólidos .................................................................. 34 2.17 Reciclagem ............................................................................................................. 35

2.17.1 Reciclagem do Papel ........................................................................................ 36 2.17.2 Reciclagem do Aço ........................................................................................... 36

2.18 Rerrefino do Óleo Lubrificante ................................................................................ 36 2.19 Meio Ambiente, Impacto Ambiental e Sustentabilidade ........................................... 38

3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 39 3.1 Tipo de Pesquisa .................................................................................................... 39 3.2 Criação de um time responsável ............................................................................. 39 3.3 Kick-off e Workshop ................................................................................................ 40

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VII

3.4 Processo de destinação final dos filtros de óleo Bosch ........................................... 40 3.5 Participação da Bosch na ABRAFILTROS .............................................................. 40

3.5.1 Impacto da participação da Bosch no programa Descarte Consciente ABRAFILTROS ............................................................................................................. 40

3.6 Pesquisa de mercado para processo de Benchmarking - Visitas aos fornecedores e clientes ............................................................................................................................. 41 3.7 Análise de empresas que realizam coleta de resíduos sólidos ................................ 41

3.7.1 Visita técnica .................................................................................................... 41 3.8 Análise Make or Buy ............................................................................................... 41 3.9 Análise do mercado automotivo .............................................................................. 42 3.10 Análise de dados de vendas de filtros de óleo ........................................................ 42 3.11 Divulgação do Programa e Acompanhamento ........................................................ 42 3.12 Cronograma ............................................................................................................ 42

4 RESULTADOS.............................................................................................................. 43 4.1 Equipe de Trabalho ................................................................................................. 43 4.2 Estudo Prévio do Processo ..................................................................................... 43 4.3 Robert Bosch e ABRAFILTROS .............................................................................. 44

4.3.1 Análise de Viabilidade Make or Buy .................................................................. 44 4.3.2 Comparação de Fornecedores ......................................................................... 44

4.4 Metas Estabelecidas ............................................................................................... 45 4.5 Visita Fornecedor Supply Service ........................................................................... 46 4.6 Fluxograma do Processo ........................................................................................ 47 4.7 Análise do Mercado Automotivo e Impacto Ambiental ............................................. 47

5 Conclusão .................................................................................................................... 50 5.1 Extensões ............................................................................................................... 50

Bibliografia consultada ..................................................................................................... 52

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VIII

Lista de Siglas

ABRAFILTROS Associação Brasileira de Empresas de Filtros e seus Sistemas

Automotivos e Industriais

OLU Óleo Lubrificante Usado

AO Análise de Orçamento

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

SMA Secretaria do Meio Ambiente

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IX

Marques, Gabriel Vacari; Lavacca, Carina Belforte; Del Vecchio, Flávia Boscolo; Logística

Reversa de Filtros de Óleo Lubrificante Automotivo. Campinas, 2013. Trabalho de

Conclusão de Curso da graduação de Engenharia de Produção da Universidade São

Francisco de Campinas.

Resumo

Um dos principais mercados da economia mundial é o mercado automotivo,

contabilizando apenas no Brasil uma frota de 80 milhões de veículos. Tal consumo tende a

crescer devido à constante busca por novas tecnologias, além de aumentar a demanda no

mercado de reposição de peças automotivas. O filtro de óleo é uma das peças que compõe

esse mercado, sendo responsável por filtrar as impurezas do óleo que circula no motor à

combustão, evitando que as mesmas o danifiquem. No decorrer de sua vida útil, o filtro se

deteriora, recomendando-se a sua troca, no máximo a cada 7.500 km ou a cada 6 meses,

em conjunto com a troca do óleo do motor para que não haja contaminação por impurezas

sobressalentes. Essa recomendação gera um grande volume de filtros usados, que quando

descartados incorretamente causam grande impacto ambiental, principalmente pela grande

quantidade de óleo lubrificante retida no filtro usado, potencializando a importância do

descarte correto e da reutilização de seus materiais. Uma opção para a destinação correta

desses filtros usados é o processo de logística reversa, que compreende a revalorização do

produto já comercializado por meio da sua realocação no mercado ou disposição final de

acordo com as normas e legislações ambientais. O objetivo deste trabalho é implantar tal

processo voltado aos filtros de óleo lubrificantes em um dos maiores fornecedores do

mercado de reposição automotiva. O resultado esperado é o descarte correto de uma

porcentagem inicial dos filtros comercializados por esta empresa para o Estado de São

Paulo, sendo que a intenção é que esta parcela aumente gradativamente ao longo dos anos

e que seja abrangida para todo o território nacional, contribuindo para a sustentabilidade no

país.

Palavras-chave: Mercado Automotivo. Filtro de Óleo Lubrificante. Resíduos Sólidos.

Reciclagem. Logística Reversa. Sustentabilidade.

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X

Abstract

Automotive market is one of the most important markets of the world economy,

accounting for a fleet of 80 million vehicles only in Brazil. This demand tends to increase due

to the constant search for new technologies, as well as increasing the demand of automotive

aftermarket parts. Oil filter is one of the components that make up this market, and it is

responsible for filtering impurities from the circulating oil in the combustion engine,

preventing the deterioration of the engine. Throughout its life cycle, the oil filter deteriorates,

and it is recommended to replace it at least every 7500 km or every six months, together with

the change of the engine oil so there is no contamination by impurities parts.

This recommendation creates a large volume of used oil filters, that when improperly

discarded, they cause a huge environmental impact, mainly by the large amount of

lubricating oil retained in the used filter, increasing the importance of proper disposal and

reuse of their materials.

One option for the proper disposal of these used filters is the reverse logistics

process, which means the revaluation of the sold product by its relocation in the market or

proper disposal in accordance with environmental law and regulations. The objective of this

study is to apply such process focused on lubricating oil filters in one of the largest

automotive aftermarket suppliers.

The expected result is the proper disposal of an initial percentage of the

commercialized filters by this company in the state of São Paulo, and the intention is to

increase this percentage gradually over the years and to expand the project over the entire

national territory, contributing to sustainability of the country.

KEY WORDS: Automotive Market. Oil Filter. Solid Waste. Recycling. Reverse Logistics.

Sustainability

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

O ser humano nas suas primeiras horas de vida já contribui com a geração de

resíduos no ambiente em que pertence, e o simples fato de existir já carrega consigo a

questão de consumir e criar, bem como a de em algum momento descartá-las. Porém, no

decorrer da evolução, não foi dada a devida importância ao descarte correto e como isto

seria feito sem causar impactos ambientais, no entanto, hoje nos deparamos com

constantes mudanças e pesquisas totalmente voltadas para este tema que antes, sequer

ocupavam qualquer parcela de tempo ou preocupação de gerações passadas. Com o

aumento da população de modo global, aumentou-se a quantidade de resíduos gerados, e

as pesquisas de desenvolvimento tem dado foco na engenharia de materiais de alta

tecnologia, que buscam assegurar qualidade de consumo, durabilidade e praticidade. Logo,

nota-se que hoje geramos resíduos muito mais perigosos, em maior quantidade e mais

ofensivos à natureza do que os resíduos das gerações passadas.

A engenharia de materiais hoje tem como foco o desenvolvimento de produtos

provenientes de materiais reciclados, e está inserida em uma realidade com processos e

pessoas envolvidas na preservação do meio ambiente e que procuram meios de

desacelerar e diminuir o impacto à natureza devido às ações consumo do homem.

O gerenciamento de resíduos está citado na Política Nacional de Resíduos Sólidos

- Lei N 12305/2010 e compreende sua disposição final ambientalmente adequada. A

reciclagem é uma atividade econômica caracterizada pelo reprocessamento de materiais, se

concretizando através de cooperativas, catadores de lixo, programas municipais e etc.

Apresenta diversos benefícios que vão de geração de novos empregos a diminuição da

quantidade de lixo desnecessariamente aterrada. No entanto, não representa a única

solução para o problema. Como qualquer atividade econômica que quando não estimulada

pela demanda tende a desparecer, o consumo de materiais reciclados pelas indústrias e

consumidores deve ser incentivada.

Nas empresas tem sido bastante difundido o termo de “eco eficiência”, que significa

“capacidade de produção de bens e serviços com preços competitivos, proporcionando

satisfação e qualidade ao cliente, com redução progressiva da poluição e a utilização de

recursos naturais a um mínimo que seja devidamente suportado pela terra”. Nada mais

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conveniente do que os próprios “produtores de resíduos” adotarem políticas de

gerenciamento dos materiais que dispõe no mercado.

Desta forma, a alternativa da reciclagem começou a ser utilizada por diversas

organizações, pessoas físicas e governos que desejam contribuir para a não degradação

ambiental, reutilização dos materiais escassos ou até mesmo para geração de lucros. O

problema encontrando posteriormente pelas organizações foi como retornar o produto

fabricado para as suas origens, uma vez que nem toda a sociedade está habituada com os

conceitos de reciclagem, e no caso do Brasil, não existe infraestrutura para tal retorno.

Neste contexto surgiu o conceito de logística reversa. O conceito ainda está em evolução,

pois ainda é muito recente e existem poucos estudos sobre o assunto. Até o momento, é

possível entender que a logística reversa está inclusa na logística empresarial que tem

como objetivo planejar, operar e controlar o fluxo e as informações logísticas de uma

determinada entidade, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de

negócios ou ao ciclo produtivo por meio dos canais de distribuição reversos, agregando

valor econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, etc. Para isso, são

utilizados diversos processos já existentes: consolidação, separação, seleção e reciclagem.

Muitos resíduos gerados atualmente são oriundos do mercado automotivo, que possuem

diversos tipos de componentes que são substituídos durante reparos e revisões periódicas

nos veículos. Estes componentes, após substituídos, muitas vezes não tomam o devido

caminho para um descarte consciente ou uma reutilização, e com o intenso crescimento do

ramo automotivo, a tendência desta situação é piorar, caso ações não sejam tomadas pelo

órgão Legislativo, pelas empresas e por cada um de nós. Mas felizmente, hoje podemos ver

que iniciativas estão sendo tomadas e o assunto vem ganhando um foco maior.

O Filtro de óleo lubrificante automotivo é um destes componentes que necessitam

de um cuidado especial após sua substituição no veículo. Este tipo de filtro é composto por

material sintético e metálico, e após o uso conta também com a presença do óleo

lubrificante impregnado. É responsável por reter todos os contaminantes que possam causar

danos ao funcionamento do motor, mantendo as propriedades, uma boa circulação e

eficiência do óleo durante a utilização pelo motor. Um exemplo de contaminante crítico para

o motor são os metais abrasivos, gerados pelo atrito das partes móveis do motor em contato

com o óleo.

Pode-se notar que é possível realizar a reciclagem de alguns materiais presentes

no filtro de óleo e a importância do descarte adequado de outros. O óleo, por exemplo, pode

passar pelo processo de rerrefino, o metal pode voltar para as siderúrgicas e o material

sintético pode ser encaminhado para cimenteiras ou ser incinerado. O impacto ambiental

gerado pelo descarte incorreto destes materiais é muito grande, principalmente pelo óleo

lubrificante. Ele é um resíduo perigoso, rico em metais pesados e apresenta um risco

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evidente ao ambiente. Além do risco, ele é fonte de uma matéria prima essencial, o óleo

lubrificante básico, que é necessário na produção do óleo lubrificante acabado e somente

encontrado em grandes quantidades no petróleo importado tipo árabe leve.

1.2 Caracterização da Situação Problema

Conforme exposto anteriormente, o mercado automotivo está com um ritmo de

crescimento cada vez mais acelerado, sendo uma das razões da criação de diversas leis e

regras que foram elaboradas para que este crescimento não prejudique o meio ambiente.

A lei que possui maior importância e abrangência para o mercado automotivo é a lei

dos resíduos sólidos, que estabelece que as empresas sejam responsáveis por aquilo que

produzem até a fase de descarte final.

Com prazos estipulados, diversos fabricantes e distribuidores começaram a

adequar seus processos para que esta correta destinação passasse a ser realizada.

Atualmente, uma das peças automotivas que possuem maior taxa de troca é o filtro

de óleo lubrificante, tendo um volume médio de 100 milhões de filtros consumidos no ano de

2013 no Brasil (considerando dados de frota de veículos leves e pesados).

No mês de Dezembro do ano de 2012, a ABRAFILTOS (Associação Brasileira das

Empresas de Filtros e seus Sistemas Automotivos e Industriais), assinou um acordo com a

Secretaria do meio ambiente de São Paulo e a Cetesb, estipulando que empresas

participantes do projeto (entre as quais fabricantes, distribuidores e importadores) serão

responsáveis pelo descarte correto de 272.585Kg de filtros de óleo usados em 2013, o que

representa o que representa 6% do peso total dos filtros comercializados em 2011 com

marca própria pelas empresas signatárias da proposta.

A empresa Robert Bosch Limitada é uma multinacional alemã que atua com

tecnologia e serviços que buscam trazer qualidade para a vida, mas sua principal atividade é

dentro do segmento automotivo. A empresa fornece autopeças para montadoras de veículos

e também para o mercado de reposição. Possui um dos portfólios mais completos do

mercado e um relacionamento de fidelidade e compromisso com os seus clientes.

Atualmente, a Bosch possui um portfólio completo de filtros automotivos, e possui

aproximadamente 10% do mercado de reposição de filtros de óleo.

Este novo compromisso ambiental se aplica diretamente à empresa citada, que não

possui nenhum processo definido para coleta e destinação final dos filtros de óleo

lubrificante.

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A situação problema pode ser definida como o desenvolvimento de um método de

para destinação final correta deste componente automotivo, de uma forma rápida,

económica e eficaz.

1.3 Objetivos

O projeto tem como principal objetivo a criação de um novo processo na Robert Bosch

Ltda referente à destinação final de filtros de óleo usados, por meio da implantação de um

projeto de logística reversa do qual irá coordenar o fluxo dos produtos após serem

substituídos em veículos, encaminhando-os para reciclagem e destinação final

ambientalmente correta.

Inicialmente, este projeto será realizado apenas no território do Estado de São Paulo, no

qual as coletas serão feitas de modo a atingir uma porcentagem com base no volume de

vendas de 2011. Essa meta é estipulada com base em uma pesquisa realizada com

empresas do mesmo ramo e que já possuem o programa de logística reversa implantado.

Cronologicamente, visa-se atingir os seguintes objetivos específicos:

Criar um processo de logística reversa de filtros de óleo lubrificante, utilizando

ferramentas de análise de viabilidade.

Atender às seguintes legislações: Lei Federal Nº 12305/2010, Lei Estadual

12300/2006, Decreto 54645/2009 e Resolução SMA 38/2011;

Cumprir uma coleta inicial de 5% do volume de vendas de 2011;

Aumentar a responsabilidade social da empresa;

Alavancar vendas, por meio do aumento da visibilidade que os filtros Bosch

ganharão no mercado com essa iniciativa;

Contribuir para a sustentabilidade no país.

1.4 Justificativas

O presente projeto que será implantado na empresa Robert Bosch Ltda. comporá

mais um dos programas de logística reversa já praticados pela empresa. Como já visto, a

demanda no setor automotivo é grande e crescente, e consequentemente a quantidade de

filtros de óleo consumidos também. Foi levantado a importância do descarte e destinação

correta dos resíduos sólidos e especificamente dos filtros de óleo lubrificante. Levando em

consideração os impactos ambientais causados pelo seu descarte incorreto, será

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desenvolvido um processo para reutilização dos mesmos por meio da reciclagem e correta

destinação final.

Os materiais reciclados retornarão ao mercado, podendo ser reutilizados por outros

segmentos industriais, visto que após a utilização não existe a possibilidade de reutilização

destes materiais para nova fabricação de filtros de óleo.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Óleo Lubrificante

Segundo Canchumani (2013) o óleo lubrificante acabado é proveniente do óleo

lubrificante básico (mineral, sintético ou uma mistura dos dois) com adição de aditivos que

melhoram as características do produto, e que assim permitirão aos óleos satisfazerem

todas as exigências nos casos para que são recomendados. Óleos básicos são derivados

de petróleo, e no mundo são três as principais tecnologias para a produção: rota solvente,

hidrocraqueamento e GTL (Gas to-Liquid). A GTL é a mais recente na indústria de petróleo.

Os aditivos são polímeros de alto peso molecular e atuam diretamente na adição,

eliminação ou reforço de características desejadas aos óleos lubrificantes.

2.1.1 Aplicação

Máquinas industriais e veículos são as principais aplicações do óleo lubrificante,

mas pode-se dizer que praticamente todo equipamento que trabalha com componentes em

movimento utiliza um fluído lubrificante, a fim de evitar o desgaste de suas partes e melhorar

a eficiência do conjunto. A função mais importante do óleo lubrificante é criar e manter uma

película entre todas as peças em movimento, evitando contato e desgaste das superfícies

metálicas. A segunda importante função é minimizar o atrito entre as partes móveis. E a

terceira função dentre as mais importantes é assumir o papel de fluído refrigerante,

removendo parte do calor gerado pelo conjunto. Foram listadas algumas características

importantes do óleo lubrificante, mas existem muitas outras que devem ser consideradas

(D’AGOSTINI, 2005). “O alto desempenho de um veículo moderno, só é possível através de

lubrificantes eficientes cuja principal função é prover e garantir lubrificação contínua a todas

as superfícies das peças em movimento.” (D’Agostini, 2005, p.44).

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2.1.2 Óleo lubrificante Usado (OLU)

É obtido por meio da degradação natural ou anormal do óleo lubrificante acabado.

Neste estado, o óleo perde suas propriedades ótimas, não servindo mais para a finalidade

para a qual foi produzido, exigindo sua substituição para que o bom comportamento do

motor ou equipamento seja mantido (APROMAC, 2008).

O óleo lubrificante usado ou contaminado é considerado um resíduo perigoso

(classe I), eles são óleos lubrificantes acabados que devido ao seu consumo normal ou por

motivo de contaminação, tenha se tornado inadequado à sua aplicação original (CONAMA,

2005). Segundo APROMAC (2008), o óleo lubrificante usado contém em si cerca de 80% a

85% de óleo lubrificante básico, e existem vários processos tecnológicos que podem ser

mencionados como “rerrefino”, que são capazes de extrair desse resíduo essa matéria-

prima com as mesmas propriedades do produto de primeiro refino. Conforme a Resolução

CONAMA nº 362/2005, os óleos lubrificantes usados ou contaminados devem

obrigatoriamente ser destinados à reciclagem por meio de rerrefino ou processo tecnológico

de eficácia ambiental equivalente ou superior.

2.1.3 Impacto Ambiental do OLU

O próprio óleo lubrificante novo já apresenta um perigo para quem o manuseia, pois

além de ser a base de petróleo, contém aditivos que em alta concentração são tóxicos. Já o

óleo lubrificante usado, além de apresentar esse perigo originado do novo, apresenta

compostos mais perigosos que são gerados pela degradação de seus componentes. Estes

compostos apresentam perigo tanto para a saúde quanto para o meio ambiento, como por

exemplo ácidos orgânicos, cetonas e dioxinas. Outros elementos tóxicos são da fórmula

original ou absorvidos do próprio motor (APROMAC, 2008).

Pode-se ver no QUADRO 1 os problemas de saúde causados pelos contaminantes

biocumulativos do óleo lubrificante usado.

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Quadro 1 - Efeitos dos contaminantes presentes nos óleos lubrificantes usados ou

contaminados sobre o organismo humano

Contaminante Efeitos no Organismo Humano

Cádmio

• Intoxicação aguda – diarreia; dor de cabeça; dores musculares; dores no peito e nas pernas; salivação; sensação de gosto metálico; dores abdominais; tosse com saliva sangrenta; fraqueza; danos no fígado e falha renal. • Intoxicação crônica – perda de olfato; tosse; dispneia; perda de peso; irritabilidade; debilitação dos ossos; danos aos sistemas nervoso, respiratório, digestivo, sanguíneo e aos ossos. • Cancerígeno para pulmões e traqueia. • Acumula principalmente nos rins, ossos e fígado.

Arsênio

• Intoxicação aguda – violenta gastroenterite; queimação no esôfago; diarreia sanguinolenta; vômito; queda da pressão sanguínea; suor sangrento; dispneia; edema pulmonar; delírio; convulsões e coma. • Intoxicação crônica – dermatite; escurecimento da pele; edema; danos no sistema nervoso central, cardiovascular; nefrite crônica; cirrose hepática; perda de olfato; tosse; dispneia; perda de peso; irritabilidade; debilitação dos ossos; danos nos sistemas nervoso, respiratório, digestivo, sanguíneo e aos ossos. • Cancerígeno para pele, pulmões e fígado.

Cromo

• O cromo hexavalente – Cr(VI)- é extremamente tóxico diferentemente do cromo trivalente – Cr(III) - que é essencial na potencialização da insulina. O Cr (VI) é gerado em processos a partir do Cr (III). • Intoxicação aguda – vertigem; sede intensa; dor abdominal; vômito; oligúria e anúria. • Intoxicação crônica – dermatite; edema de pele; ulceração nasal; conjuntivite; náuseas; vômito; perda de apetite; rápido crescimento do fígado. • Cancerígeno para pele; pulmões e fígado.

Dioxinas

• São substâncias organocloradas, persistentes na natureza, extremante tóxicas, carcinogênicas e teratogênicas. • Essas substâncias agressivas são geradas quando da queima do óleo lubrificante usado ou contaminado, que é ilegal. • As várias dioxinas possuem, cada uma, diversos efeitos danosos à saúde humana. • Apesar da variedade de sintomas, a título ilustrativo, é possível generalizar destacando que todas elas são cancerígenas para sistema respiratório e causam vômito, dores e fraqueza muscular, falhas na pressão sanguínea, distúrbios cardíacos.

Hidrocarbonetos Policíclicos (Polinucleares) Aromáticos

• Compostos caracterizados por possuírem dois ou mais anéis aromáticos (por exemplo benzeno) condensados. • Têm longa persistência no ambiente. • São cancerígenos. • Quando resultantes da queima do óleo lubrificante, que é ilegal, afetam os pulmões, o sistema reprodutor e o desenvolvimento do feto (teratogênico)

Fonte: APROMAC (2008)

Quando dispersado no meio, o óleo lubrificante usado pode causar diversos

impactos, assim como à saúde. Pode causar prejuízos à grande número de pessoas, fauna

e flora. Ele leva dezenas de anos para desaparecer do ambiente e apenas 1 litro pode

comprometer 1 milhão de litros de água e 1.000m² de superfície aquosa (APROMAC, 2008).

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O QUADRO 2 mostra alguns meios de destinação incorreta do óleo lubrificante

usado e os seus respectivos impactos.

Quadro 2 - Aspectos e Impactos do óleo lubrificante usado

Aspecto Impacto

Vazamento ou destinado ao solo

- Inutiliza o solo atingido, tanto para a agricultura, quanto para a edificação, matando a vegetação e os microrganismos, destruindo o húmus, causando infertilidade da área que pode se tornar uma fonte de vapores de hidrocarbonetos. - Pode atingir o lençol freático, inutilizando os poços da região de entorno;

Destinado ao esgoto

- Irá comprometer o funcionamento das estações de tratamento de esgoto, chegando em alguns casos a causar a interrupção do funcionamento desse serviço essencial.

Queima (ilegal)

- Causam forte concentração de poluentes num raio de 2 km, em média. - Geram grande quantidade de particulados (fuligem), produzindo precipitação de partículas que literalmente grudam na pele e penetram no sistema respiratório das pessoas.

Fonte: APROMAC (2008)

2.2 Filtro de Óleo Lubrificante

Os filtros de óleo são utilizados tanto nos motores quanto nos sistemas hidráulicos,

e para assegurar o bom funcionamento de ambos, os filtros eliminam do óleo que está

presente e circulante as impurezas e partículas indesejáveis, como por exemplo o carvão do

óleo, pó, abrasão metálica, fuligem e 99% dos seus contaminantes. (ROBERT BOSCH,

2008)

Na FIG. 1 pode-se ver um filtro de óleo em corte.

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Figura 1 – Visão em corte de um Filtro de Óleo

Fonte: Robert Bosch (2008)

Conforme Robert Bosch (2008), a junta de vedação é feita de nitrílica, um material

que pode garantir 100% de impermeabilidade.

Segundo SOGEFI (2003), a válvula de retenção realiza a função de manter o óleo

lubrificante dentro do filtro de óleo enquanto o motor estiver desligado, e assim no momento

da partida há a lubrificação instantânea, evitando o trabalho sem lubrificação. Já a válvula

de segurança permite a passagem livre do óleo para o motor, mesmo se não for possível

realizar a filtragem, que pode ocorrer caso o filtro estiver impregnado por falta de

substituição. Desta maneira, é assegurada a lubrificação do motor tanto nas situações de

óleo viscoso, como ocorre na partida a frio, quanto com o óleo contaminado.

“Válvula de segurança garante a continuidade da lubrificação do motor, mesmo com

o filtro saturado. Porém é importante observar que a partir daí o óleo que circula pelo motor

estará contaminado, devendo-se trocar o filtro.” (SOGEFI, 2003, p. 65)

A carcaça metálica é construída em aço, e recebe uma espessura propriamente

desenvolvida para suportar a pressão interna de trabalho, que é elevada. Possui um sistema

de fechamento de modo que não haja possibilidade de ocorrerem vazamentos (SOGEFI,

2003).

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Conforme Robert Bosch (2008), o papel especial para filtragem, principal

responsável pelo processo de separação das impurezas, possui uma mistura de fibras

celulósicas e sintéticas, de modo que a capacidade de retenção é aumentada. O papel

também recebe uma resina especial, que fornece alta resistência à rupturas e garante 99%

da separação da sujeira.

Por que trocar?

Se o uso do filtro de óleo ultrapassar o período indicado no manual do veículo, as

consequências serão:

- O filtro pode ultrapassar a perda de carga máxima especificada pelo fabricante do

veículo, o que vai impossibilitar a passagem do óleo pelo meio filtrante e causar a

abertura da válvula de segurança, permitindo a passagem de óleo com impurezas

diretamente para o motor.

- Desgaste prematuro das partes móveis do motor, ocasionando redução de

desempenho e aumento do consumo de combustível. (Robert Bosch, 2008, p. 8)

2.3 Associação Brasileira de Empresas de Filtros e seus Sistemas

Automotivos e Industriais – ABRAFILTROS

A ABRAFILTROS é uma associação civil de direito privado e não possui fins

econômicos. Possui o objetivo de integrar empresas de Filtros e Seus Sistemas,

representando-as em defesa de seus interesses, disseminar informações, pesquisas e

estudos referentes ao segmento. Também suporta a formulação e recomendação de

normas técnicas, tenta promover o crescimento do consumo de serviços e produtos do

setor, promove feiras, exposições, congressos e cursos sobre assuntos relacionados ao

setor de seus associados. O grupo de associados conta com as principais empresas,

fabricantes e distribuidores de todo o Brasil, entre elas encontra-se a empresa Robert Bosch

Ltda. (ABRAFILTROS, 2010).

2.3.1 Programa de Descarte Consciente ABRAFILTROS

É uma ação realizada pela ABRAFILTROS, como um programa inicial com metas

progressivas orientadas para a coleta e processamento de filtros usados de óleo lubrificante

automotivo. O acordo estabelece a coleta dos resíduos diretamente nos seus geradores, no

caso os locais de troca do filtro de óleo, levando em consideração toda a logística

necessária de acordo com os objetivos de volume propostos conforme volume

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comercializado pelas marcas das empresas signatárias. O programa foi iniciado em julho de

2012 no estado de São Paulo e conta com a participação das empresas: Affinia Automotiva

Ltda./Filtros Wix; Cummins Fleetguard - Filtration do Brasil; Donaldson do Brasil

Equipamentos Industriais Ltda.; Hengst Indústria de Filtros Ltda.; KSPG Automotive Brazil

Ltda. – Divisão Motor Service Brazil; Magneti Marelli Cofap Autopeças Ltda.; Mahle Metal

Leve S.A.; Mann+Hummel do Brasil Ltda.; Parker Hannifin Indústria e Comércio Ltda. -

Divisão Filtros; Poli Filtro Indústria e Comércio de Peças para Autos Ltda.; Sofape S/A -

Filtros Tecfil/Vox; Sogefi Filtration do Brasil Ltda./Filtros Fram; e Wega Motors Ltda

(LEGNER, 2013).

2.4 Robert Bosch Ltda.

Empresa que atua no mercado de tecnologia de ponta e de serviços, com o objetivo

de melhorar a qualidade de vida com soluções que tenham um princípio inovador e que

sejam benéficas. Possui foco principal em tecnologias automotivas e industriais e também

em produtos e serviços de uso profissional e doméstico. Obteve 52 bilhões de euros em

vendas e atingiu o número de 305.877 funcionários em 2012.

A Bosch no Brasil possui instalações em 10 localidades contando com 9.700

funcionários. A planta de Campinas é responsável pela venda de filtros de óleo automotivo

(ROBERT BOSCH, 2013).

A Bosch tem como objetivo fornecer respostas tecnológicas às questões ecológicas.

Para tanto, a empresa investe cerca de 45% dos seus recursos em pesquisa e

desenvolvimento em tecnologias que ajudam na proteção do meio ambiente e na

conservação de recursos, além de gerar boa parte de suas vendas com tais

produtos. (Robert Bosch, 2013)

2.5 Supply Service

Empresa pioneira no Brasil no setor de coleta de resíduos com óleo e seu devido

descarte ou reciclagem, que se insere num mercado onde valores da responsabilidade

social e da preservação do meio ambiente são acentuados. Abrange todo o território

nacional e possui uma das maiores frotas do setor com mais de 20 anos de atividades

(SUPPLY SERVICE, 2013).

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2.6 Mercado Automotivo

O Mercado da mobilidade é composto por todos os setores envolvidos de alguma

maneira na fabricação de veículos, sejam eles automotores ou não. Isso significa que possui

uma infinidade de produtos além dos automóveis, envolve também bicicletas, cadeiras de

rodas, aeronaves e embarcações.

No Brasil o setor automotivo é o de maior importância econômica e compreende,

além dos automóveis de passeio e veículos comerciais leves, caminhões, ônibus e

maquinas agrícolas como tratores, colheitadeiras, retroescavadeiras e cultivadores

motorizados.

São aproximadamente 24 diferentes montadoras abastecidas por mais de 500

empresas de autopeças, com capacidade instalada para produzir aproximadamente 3,5

milhões de veículos e 100 mil máquinas agrícolas por ano. É um setor que responde direta

ou indiretamente pelo emprego de 1,3 milhões de pessoas.

O setor automotivo é representado pela Anfavea - Associação Nacional dos

Fabricantes de Veículos Automotores. Inclui os fabricantes de autopeças e corresponde a

22% do PIB brasileiro (MDIC, 2013).

2.7 Mercado Revendedor

Este mercado possui uma cadeia composta de varejistas e atacadistas. O objetivo

principal é alugar ou revender a mercadoria a fim de obter lucro. Na maioria das vezes os

produtos são caracterizados como bens finais (eletrodomésticos, automóveis, peças

automotivas), e também se enquadram nesse mercado os produtos que passaram por

alguma transformação, como por exemplo os carros que podem receber acessórios

adicionais conforme desejo do cliente (SANDHUSEN, 2003).

Neste mercado, o vendedor é o intermediador da compra entre o fabricante e o

cliente final. Possuem estruturas organizacionais similares aos fabricantes/produtores e

necessitam obter grande controle dos custos pagos e preços de vendas dos produtos para o

mercado (SANDHUSEN, 2003).

Segundo Sandhusen (2003), cerca de 90% de todos os bens vendidos no mundo

passam por atacadistas e varejistas, e é muito importante que uma empresa tenha

claramente definido em que tipo de canal irá querer trabalhar, selecionando da melhor forma

o seu mercado alvo.

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2.8 Ferramenta Metodológica da Qualidade – PDCA

O Ciclo PDCA é uma metodologia utilizada para controle de um processo, sendo

que suas siglas representam cada fase desse controle, provenientes do inglês Plan, Do,

Check e Act, são normalmente definidas como: Planejar, Executar, Verificar e Atuar

Corretivamente (CAMPOS, 2004).

De acordo com Campos (2004), essas fases apresentam as seguintes definições:

Planejamento (P): Nessa fase são estabelecidas as metas que se deseja alcançar, bem

como o método que será utilizado para atingi-las;

Execução (D): São executadas as tarefas previamente definidas na fase anterior;

Verificação (C): Nessa etapa são coletados os dados que foram estipulados como

necessários e a sua comparação com as metas determinadas;

Atuação Corretiva (A): Essa fase é necessária caso existam correções a serem feitas de

modo a harmonizar as metas com os resultados, de modo com quem o problema não

reincida.

Pode-se ver na FIG. 2 um exemplo de um ciclo PDCA apresentado graficamente.

Figura 2: Ciclo PDCA de controle de processos

Fonte: Campos (2004)

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2.9 Logística

A logística teve seu início durante as operações militares na segunda guerra

mundial, devido à necessidade do transporte de armamentos, remédios, munições e outros

componentes que precisavam estar disponíveis na hora e local corretos. Porém este

processo não era identificado, pois não possuía o prestígio que as outras operações

possuíam em período de guerra, fazendo com que os seus operadores trabalhassem

praticamente invisíveis. Por este motivo, até meados dos anos 80, a logística era encarada

apenas como mais um processo dentro das organizações, confundida apenas como o

transporte e armazenagem de materiais, trabalhando de forma reativa e sem qualquer

atenção da gestão (NOVAES, 2001).

Segundo Novaes (2001), desde a segunda guerra mundial, a logística apresentou

uma evolução continuada, sendo hoje considerada como um dos elementos-chave na

estratégia competitiva das empresas. Sempre houve problemas de interpretação e a

logística era vista apenas como o transporte e a armazenagem de produtos. Quando a

gestão das organizações passou a enxergar o processo logístico como um agregador de

valor para o produto, a temática tomou destaque em todos os meios, fazendo com que os

processos fossem melhorados e que os estudos ao redor do mesmo fossem realizados

continuamente. Hoje, pode-se dizer que a Logística é um dos principais departamentos das

empresas e faz parte diretamente da agregação de valor da cadeia produtiva.

Para Taboada (2002), o problema de interpretação em relação à logística, sendo

interpretada apenas como o processo de transporte da mercadoria, ocorre pois é o processo

mais visível da operação logística. No caso do Brasil, isso ocorre em grande parte devido ao

tamanho do país, onde se faz necessário percorrer grandes caminhos para se chegar ao

local necessário. No Brasil, aproximadamente 7% do PIB e 3,5 milhões de empregos são

gerados através do setor de transporte. Por estes motivos ocorre a confusão. Porém, para

se manter competitivo no mercado, é necessário muito mais do que transportar cargas de

um local a outro. São necessárias uma série de atividades, e o transporte é apenas uma

delas.

Conforme Dornier et al. (2000), a principal característica da logística é a gestão da

movimentação de produtos e informações dentro de um negócio. Por não fabricar um

produto, e sim deixá-lo disponível no horário e local certo, a logística pode ser caracterizada

como um serviço. Normalmente, este serviço custa caro e é repassado no preço final dos

produtos. Tomando como exemplo os Estados Unidos, a cada 1 dólar vendido, 25 centavos

de dólar compõem o custo logístico. Portanto, otimizar a logística é um grande desafio e

também possui um grande potencial de ganho econômico.

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Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente

o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações

associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o

objetivo de atender aos requisitos do consumidor. (Novaes, 2001 apud Council of

Logistics Management norte-americano, p. 36)

Segundo Dornier et al.(2000), a logística é composta pelo segmento de entrada e

pelo segmento de saída. O segmento de entrada é por onde todos os itens necessários para

a produção são fornecidos. O segmento de saída é o processo realizado após o produto já

ter sido produzido. Não se pode separar esses 2 segmentos, pois um depende do outro para

acontecer da forma correta e planejada.

O principal foco da logística é a satisfação do cliente, fornecendo produtos ou

informações da forma mais adequada conforme solicitação do cliente. No momento

competitivo em que estamos, esse pode ser um grande diferencial na escolha de um

produto (DORNIER et al., 2000).

Para sobreviverem, as empresas precisam possuir uma série de atributos que

alavanquem a competitividade de seus negócios, os principais são: agilidade, flexibilidade e

confiabilidade, e o processo logístico está diretamente relacionado a todos estes atributos,

portanto, a empresa que visualiza a logística apenas como um custo, não conseguirá se

manter no mercado (TABOADA, 2002).

A logística abrange cada vez mais tipos de fluxos para atingir as necessidades do

mercado. Observa-se no QUADRO 3 os tipos de fluxos definidos por Dornier et al. (2000),

que são os fluxo diretos, conhecidos naturalmente, e os fluxos reversos, que serão

estudados mais a fundo no tópico Logística Reversa.

Quadro 3 – Diferentes tipos de Fluxos Logísticos

Fonte: Dornier et al. (2000)

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2.10 Logística Reversa

Logística reversa é um novo conceito dentro da logística empresarial, que analisa

os fluxos reversos da cadeia de distribuição, em outras palavras, o retorno da mercadoria

para que se possa fazer a destinação correta da mesma. Estes fluxos reversos podem ser

definidos de 2 maneiras, pós-consumo ou pós-venda, e existirá uma tratativa diferente para

cada uma dessas definições, tendo como objetivo agregar valor de diversas formas (LEITE,

2003).

Logística reversa é um amplo termo relacionado às habilidades e atividades

envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação, e disposição de resíduos

de produtos e embalagens. (Leite, 2003 apud CLM, 1993:323, p. 15)

Logística reversa: em uma perspectiva e logística de negócios, o termo refere-se

ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem,

substituição de matérias, reuso de materiais, disposição de resíduos, reforma,

reparação e remanufatura. (Leite, 2003 apud Stock, 1998:20, p. 15)

A forma que um produto é tratado após o final da sua vida útil ou quando ainda

pode ser reaproveitado, tendo a sua vida útil ampliada, está sendo estudada mais

intensamente, porém ainda é muito recente nos dias de hoje (LEITE, 2003).

Segundo Leite (2003), este desinteresse pelo assunto ocorre por ter pouca

importância econômica em comparação com a cadeia de distribuição direta ou normal. Isso

se dá porque apenas uma parte dos produtos vendidos na cadeia direta retornam para a sua

correta destinação através da logística reversa, fazendo com que os valores transacionados

sejam menores, além disso, as empresas ainda visualizam a logística reversa como um

problema, e não como uma solução.

Uma série de aspectos faz com que a logística reversa seja um diferencial dentro

das empresas, com uma agilidade cada vez maior de lançamento de produtos,

desenvolvimento tecnológico acelerado, busca por competitividade e entre outros, o canal

de distribuição reverso é uma forma de ajudar na diferenciação no mercado.

Entendemos a logística reversa como a área da logística empresarial que planeja,

opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos

bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo,

por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas

naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, e imagem corporativa, entre outros.

(Leite, 2003, p. 17)

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Na FIG.3 estão destacados os 2 grandes tipos de logística reversa: Pós-consumo e

pós venda. Observa-se que esta figura está retratando de forma macro todo o processo de

logística reversa.

Figura 3 Logística Reversa – Área de atuação e etapas reversas

Fonte: Leite (2002b)

2.10.1 Logística Reversa dos bens de Pós-consumo

Bens de Pós-consumo são classificados como aqueles em que chegaram ao final

de sua vida-útil em uma das cadeias. Quando chegam nesta etapa, podem ser tratados de

diversas formas: encaminhados para os destinos finais tradicionais (aterros sanitários ou

incineração), que são reconhecidos como meios ambientalmente corretos de descarte de

materiais, ou retornam para o ciclo produtivo, estendo a sua vida útil através de

“reciclagem”, “desmanche” ou “reuso” (LEITE, 2003).

Se entende como final da vida útil, o momento em que o primeiro possuidor do

produto o descarta. Depois deste momento, o mesmo pode ter a sua vida útil prolongada,

passando para outro possuidor, reciclado, utilizando os seus componentes para compor

outros produtos, ou descartado (LEITE, 2003).

Leite (2003) afirma que com produtos com mesmo perfil, porém cada vez mais

avançados sendo lançados diariamente, a tendência do primeiro possuidor descartar o

produto mais rápido está cada vez maior. Pois a sociedade sempre está exigindo padrões

Cadeia de

distribuição direta

Logística reversa

de

pós-consumo

- Reciclagem

Industrial

- Desmanche

Industrial

- Reuso

- Consolidação

- Coletas

Logística reversa

de

pós-venda

- Seleção/ destino

- Consolidação

- Coletas

Consumidor

Bens de Pós-venda

Bens de Pós-consumo

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mais avançados de produtos em um prazo cada vez menor. Portanto, a descartabilidade de

produtos está cada dia mais forte, aumentando significativamente a parcela de produtos de

pós-consumo, exigindo que os processos de logística que envolvem estes produtos sejam

cada vez mais ágeis.

O desafio está em controlar esse descarte de produtos pós-consumo, pois o que

acontece, é que a maior parte da população ainda utiliza de meios não seguros de descarte,

como por exemplo: terrenos baldios, rios, mares, riachos, lixões, etc.

Leite (2003) conclui que o papel da logística reversa é garantir que a destinação

seja feita da maneira correta e tentar da melhor forma possível otimizar a utilização dos

materiais.

2.10.2 Canais de distribuição reversos de ciclo aberto

Canais de distribuição reverso de ciclo aberto é o processo de retorno dos diversos

componentes do produto de pós-consumo (metais, vidros, papéis, etc.) e estes

componentes são reintegrados ao ciclo produtivo da montagem de outros produtos, na

maior parte as vezes, diferentes do produto de destino (LEITE, 2003).

2.10.3 Canais de distribuição de ciclo fechado

Conforme Leite (2003) o canal de distribuição fechado ocorre quando o produto é

reciclado e volta a ser um produto similar ao de origem.

No QUADRO 4 observa-se exemplos de canais de distribuição de ciclo fechado.

Quadro 4 – Canais reversos de ciclo fechado

Fonte: Leite (2003)

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Leite (2003) descreve as etapas da Logística Reversa de Pós-consumo conforme

abaixo:

1) Coleta: a coleta dos bens de pós-consumo pode acontecer de várias formas (coleta

seletiva, coleta informal, através de normas ambientais aos fabricante, sucateiros).

Esta etapa consiste em coletar do mercado a mercadoria pós-consumo; caso o

produto não possa mais ser reciclado, o mesmo é encaminhado para aterros

sanitários ou outras formas de descarte ambientalmente correto.

2) Seleção, Separação, Adensamento e consolidação: após a coleta, o material é

encaminhado para um local, na maioria das vezes para um sucateiro, para que seja

realizada a separação por natureza de material, separar os materiais que possuem o

mesmo tipo de natureza, adensados, em outras palavras, compactados, e

consolidados conforme em quantidades corretas para transporte.

3) Reciclagem: normalmente esta fase é realizada por empresas especializadas em

cada tipo de produto. Ocorre a separação dos componentes de interesse do produto,

descontaminação dos mesmos e preparação dos reciclados conforme requisitos

técnicos para o seu retorno ao ciclo produtivo.

4) Reintegração ao ciclo produtivo: esta é a última etapa do processo de logística

reversa de pós-consumo, onde os materiais reciclados retornam ao ciclo produtivo

por agregarem valor novamente ao produto e contribuírem na viabilidade econômica

das empresas.

Na FIG.4 é possível visualizar todo o fluxograma do processo para os produtos de

pós-consumo.

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Figura 4 - Canais de distribuição de bens descartáveis

Fonte: Leite (2003)

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2.11 Lei Federal Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010

Lei federal que institui a política Nacional de Resíduos Sólidos, estando à

observância desta Lei as pessoas físicas ou jurídicas responsáveis pela geração de

resíduos sólidos, incluindo os perigosos (Lei 12305/2010).

Segundo Artigo 33 da Lei 12305/2010, existe uma responsabilidade encadeada dos

fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de desenvolver e aplicar um

sistema de logística reversa para os filtros de óleo lubrificante.

2.12 Lei Estadual Nº 12.300, de 16 de março de 2006

Lei do estado de São Paulo que institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos,

definindo diretrizes e princípios (Lei 12300/2006).

Segundo Artigo 53 da Lei 12300/2006 os fabricantes, distribuidores ou importadores

de produtos que exijam uma destinação final especial, para que se evite impactos ao meio

ambiente e à saúde pública, são os responsáveis pelo atendimento das exigências do órgão

ambiental.

2.13 Decreto Estadual nº 54.645, de 05 de agosto de 2009

Decreto do Estado de São Paulo que regulamento dispositivos Lei n° 12.300 de 16

de março de 2006 (Decreto 54645/2009).

Conforme Artigo 19 do Decreto 54645/2009, os fabricantes, distribuidores ou

importadores de produtos que gerem resíduos sólidos com impacto ambiental, são

responsáveis, mesmo após o consumo, por atender as exigências dos órgãos ambientais, e

principalmente para fins de recolhimento, eliminação, tratamento e disposição final dos

resíduos.

2.14 Resolução SMA nº 38, de 02 de agosto de 2011

Resolução do Estado de São Paulo que coloca como uma necessidade para os

fabricantes, importadores e comerciantes, desenvolver diretrizes específicas para um

programa de responsabilidade pós consumo também para os filtros de óleo lubrificante

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automotivo, visando uma destinação final de resíduos sem impacto ambiental (SMA

38/2011).

2.15 Resíduos

De acordo com a Norma ABNT 10.004 (2004), resíduos sólidos compreendem os

materiais resultantes das atividades econômicas ou domésticas, sejam quais for, que

estejam no estado sólido, semissólido ou líquido, sendo este último todo aquele cujas

características o impedem de serem lançados à correntes de água e/ou redes públicas de

esgoto.

Segundo ABNT 10.004 (2004), a classificação dos resíduos é relacionada com a

atividade que o originou e também seu nível de impacto à saúde e ao meio ambiente,

podendo ser classificados como:

a) Resíduos Classe I - Perigosos;

Estes são os que oferecem risco à saúde pública, podendo ocasionar doenças ou

apresentando risco de morte, ou então risco ao meio ambiente, caso seja destinado ao meio

de maneira inadequada.

b) Resíduos Classe II – Não perigosos;

Não oferecem riscos diretos à integridade pública ou à natureza. São classificados

em resíduos inertes e não inertes. Os resíduos não inertes são os que possuem algumas

características químicas que podem fazer com que seus componentes sofram degradação,

como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Os resíduos inertes

são aqueles cujas propriedades químicas façam com que sua integridade seja mantida

quando submetidos à testes com água destilada ou desionizada, com a exceção de

particularidades como cor, dureza, sabor e etc.

Conforme Mano, Pacheco, Bonelli (2005), no lixo urbano alguns dos materiais

encontrados podem ser classificados como resíduos perigosos e para estes casos deve

existir uma separação específica para eles depois de descartados, outros resíduos urbanos

quando coletados, podem ser encaminhados à várias formas de destinação.

De acordo com Mano, Pacheco, Bonelli (2005) estes resíduos podem ser enviados para um

vazadouro, aterro controlado, aterro sanitário ou à triagem. “Daí, o material é encaminhado à

reciclagem, ou à reutilização, e depois à compostagem e/ou incineração.” (Mano, Pacheco,

Bonelli, 2005, p. 116)

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2.16 Destinação Final dos Resíduos Sólidos

Todo lixo ou resíduo gerado deveria ter uma destinação final adequada. Isso inclui

a preservação da integridade do meio onde ele é descartado (solo e recursos hídricos) e a

garantia da saúde e qualidade de vida das pessoas ao redor, a fim de não causar problemas

ambientais ou riscos à saúde humana e do ecossistema local (GRIPPI, 2006). “A tendência

das pessoas é se livrar o lixo de qualquer maneira, geralmente pelo meio mais fácil que

estiver disponível.” (Grippi, 2006, p. 93)

Conforme orientado por Grippi (2006), há muitos males que podem ser causados

pela má destinação do lixo, muitas vezes aglomeram-se animais e outras pragas que são os

principais transmissores de doenças para a comunidade. Além disso, o autor ainda reforça

de que a existência do homem está diretamente ligada à existência do lixo, que aumenta

gradativamente e que torna cada vez mais agravante a importância do seu gerenciamento

correto.

Com respeito aos métodos de disposição final, seguem abaixo algumas das opções

de acordo com Bidone, Povinelli (1999):

a) Lançamento a Céu Aberto: Nesta condição, todos os resíduos são dispostos em um

terreno qualquer, sem nenhuma contenção para proteção do meio ou das pessoas ao redor,

sendo assim, promove a poluição visual, do solo, águas, proliferação de animais e insetos,

sendo assim “É, sob todos os aspectos, a pior forma de disposição de resíduos sólidos,

embora em levantamentos realizados pela FIBGE (Fundação Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística), represente a solução para mais de 70% das comunidades

brasileiras.” (Bidone, Povinelli, 1999, p. 17).

b) Aterro Controlado: É uma opção que atende parcialmente às precauções necessárias

para proteção do meio ambiente e das pessoas, consiste no recobrimento dos resíduos com

argila e é comum em municípios pequenos. “É adotada, no Brasil, como solução para

aproximadamente 13% dos municípios”. (Bidone, Povinelli, 1999, p. 18)

c) Aterro Sanitário: Representa a forma mais segura e completa para a disposição final de

resíduos sólidos para países em desenvolvimento, nele são contempladas todas as

requisições tecnológicas e de engenharia para minimizar os riscos à saúde das

comunidades locais e ao meio ambiente.

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Esses critérios de engenharia mencionados materializam-se no projeto de

sistemas de drenagem periférica e superficial para afastamento das águas de chuva,

de drenagem de fundo para a coleta do lixiviado, de sistema de tratamento para o

lixiviado drenado, de drenagem e queima dos gases gerados durante o processo de

bioestabilização da matéria orgência. É, sem dúvida, uma interessante alternativa de

disposição final de resíduos sólidos para países em desenvolvimento, como o Brasil.

(Bidone, Povinelli, 1999, p. 18)

Outra alternativa para disposição final de resíduos utilizada no Brasil desde a

década de 90 é o Coprocessamento. Essa atividade exercida pelas indústrias de cimento

compreende a eliminação de qualquer resíduo industrial através da sua utilização como

substituição parcial da quantidade de combustível necessária para alimentar o forno que

transforma calcário e argila em clínquer, que é a matéria-prima do cimento.

Essa prática atende aos parâmetros estabelecidos para a eliminação de resíduos

sólidos considerados perigosos, além de não prejudicar a qualidade do cimento produzido e

apresentar uma alta capacidade de destruição de resíduos, cerca de 2,5 milhões de

toneladas ao ano pela indústria de cimento brasileira (ABCP, 2013).

Afirma Grippi (2006), que o gerenciamento do lixo / resíduos sólidos, implica

primeiramente na seleção dos materiais encontrados no montante, antes de aterrar

adequadamente, deve-se antes de tudo reduzir reutilizar e reciclar o que for possível pois

“Só é lixo o que não puder ser reaproveitado ou reciclado”. (Grippi, 2006, p. 94)

2.17 Reciclagem

De acordo com a Lei 12.305 (2010), podemos definir como reciclagem os

processos industriais que visam modificar um resíduo sólido de modo à reestabelecer suas

propriedades, sejam elas químicas, físicas ou biológicas, a fim de transformá-lo em outro

produto ou insumo, não deixando de seguir padrões definidos pelos órgãos competentes. “A

reciclagem, no entanto, não pode ser vista como a única solução para o lixo”. (Grippi, 2006,

p. 36)

De acordo com Grippi (2006), a reciclagem deve ser inclusa dentro de um âmbito

de atividades de solução ambiental, além disso, deve haver um mercado para tal, apenas

concentrar esforços para realizar a separação e fazê-la adequadamente, mas não ter um

mercado que consuma e se abasteça deste material coletado e separado de nada adiantará,

“[...] separar o lixo sem um mercado é enterrar em separado.” (Grippi, 2006, p. 36)

O grande paradigma é que reciclar não é o meio mais “barato” de tratar dos

resíduos urbanos, o custo da coleta seletiva ainda é muito maior do que o custo de

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gerenciar um aterro sanitário, porém, a reciclagem representa iniciativas de cidadania e

sustentabilidade, além de ser a maneira com que pode-se preservar os recursos minerais,

energéticos e também dos aterros sanitários já existentes (TENÓRIO, ESPINOSA, 2004).

2.17.1 Reciclagem do Papel

O papel encaminhado à reciclagem não deve conter nenhum tipo de contaminantes

sejam eles também materiais recicláveis ou não, inclusive materiais nocivos à saúde

humana bem como ao meio ambiente, conforme alertam Mano, Pacheco, Bonelli (2005).

Conforme Grippi (2006) as impurezas dificultariam o próprio processo de

reciclagem do material, pois após ser coletado e separado, passa por operações como

desagregação, limpeza/depuração, destintamento, refinação, adição de fibras e adição de

produtos químicos, tudo quando necessário.

2.17.2 Reciclagem do Aço

Segundo Mano, Pacheco, Bonelli (2005), aço é considerado um material de

reprocessamento ilimitado, existindo várias aplicações para o que for recolhido, não

apresenta perda de suas características.

No reprocessamento do aço, os materiais são selecionados e prensados, em

seguida são fundidos à altas temperaturas, podendo ocorrer adições de elementos químicos

e queima de substâncias indesejadas (EBERSPACHER, 2011).

De acordo com Mano, Pacheco, Bonelli (2005) após a etapa de reciclagem, os

metais continuam a ser tão bons quanto os metais primários, porém perdendo ao longo dos

reprocessamentos o potencial de algumas propriedades como a condutividade elétrica e

resistência à corrosão.

2.18 Rerrefino do Óleo Lubrificante

Conforme a Resolução CONAMA nº 362 (2005) a maioria dos componentes

industriais que trabalham dinamicamente em conjunto são lubrificados por algum tipo de

óleo a fim de minimizar o atrito entre si, além de garantir e aumentar a vida útil das partes.

Com o tempo, este óleo que futuramente será trocado, estará portando resíduos metálicos,

sujeira, ácidos e etc., substâncias que o tornarão um resíduo perigoso de acordo com a

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Norma 10.004 (2004) representando uma grande necessidade de ser adequadamente

manuseado para não representar riscos ao meio ambiente e à saúde. Além disso, o seu

reaproveitamento é economicamente vantajoso, tendo em vista que este óleo usado

contém, apesar de contaminado, óleo lubrificante básico que é a principal matéria prima

necessária para a produção de óleo lubrificante, quando não extraída do petróleo

(CONAMA, 2005).

Portanto, reforça-se a seguinte diretriz estabelecida no art. 3º da Resolução

CONAMA nº 362 (2005) “[...] todo o óleo lubrificante usado ou contaminado coletado deverá

ser destinado à reciclagem por meio do processo de rerrefino.” (CONAMA, 2005)

Rerrefino de óleos lubrificantes: Atividade econômica exclusiva de pessoas

jurídicas devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente e autorizadas

pelo órgão regulador da indústria do petróleo, aptas à remoção de contaminantes,

produtos de degradação e aditivos dos óleos lubrificantes usados ou contaminados,

conferindo-lhes características de óleos. (CONAMA, 2005, p. 24)

Com base na Resolução CONAMA nº 362 (2005), a atividade de rerrefino pode ser

realizada pela própria indústria que gerou o resíduo e também por terceiros, sendo vetada a

reprodução com a finalidade de combustíveis, bem como a sua comercialização. Alguns

parâmetros em comum devem ser identificados em uma atividade de rerrefino, sendo eles:

- Capacidade de processamento das diferentes substâncias que podem ser encontradas no

óleo usado;

- Eficiência para extrair a maior quantidade possível de óleo lubrificante básico

- Propiciar um produto acabado condizente com especificações cabíveis de acordo com o

órgão regulador da indústria do petróleo.

As técnicas utilizadas para o reprocessamento do óleo lubrificante contaminado até

então são: “[...] Ácido-Argila com Termocraqueamento; Desasfaltamento à Propano (PDA);

Processo interlinear; Evaporação Pelicular (TFE); Desasfaltamento Térmico (TDA) (torre

ciclônica de destilação), outras ainda em desenvolvimento.” (CONAMA, 2005, p.15)

Apesar de suas peculiaridades, todas contam com algumas operações em comum,

dentre elas:

- peneiramento e filtragem para a retenção de partículas grosseiras; - desidratação; - tratamento químico; - desasfaltamento; - destilação; - neutralização; - clarificação; - filtração; - armazenamento. (CONAMA, 2005, p. 15)

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Por fim, qualquer atividade de rerrefino deverá ser licenciada e apresentar as seguintes considerações:

- condições de recebimento do óleo lubrificante usado ou contaminado; - condições de armazenamento do óleo lubrificante usado ou contaminado; - tecnologia empregada no processo; - tratamento dos efluentes, controle das emissões atmosféricas e gerenciamento dos resíduos sólidos gerados; - condições de armazenamento de produto; (CONAMA, 2005, p. 16)

2.19 Meio Ambiente, Impacto Ambiental e Sustentabilidade

Segundo a Resolução CONAMA nº 001 (1986), impacto ambiental abrange

qualquer alteração das propriedades naturais do meio ambiente, proveniente de qualquer

fonte das atividades humanas, seja ela material ou em forma de energia, que de alguma

forma atingem os recursos naturais, a qualidade de vida da população, demais atividades

industriais ou de natureza social e o meio ambiente. “[...] o conjunto de condições, leis,

influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a

vida em todas as suas formas [...]” (Lei 6938/1981, Art. 3º)

De acordo com Machado (2012) resume-se que sustentabilidade se refere ao que a

natureza é capaz de aceitar e conviver, sem que a mesma sofra danos ou seja prejudicada,

considerando então que todo empreendimento, bem ou serviço que não esteja de acordo

com este princípio não deve ser aceito ou deve ser retrabalhado de modo com que atenda

às necessidades ambientais.

Conforme a Lei nº 12.305 (2010) deve-se considerar como sustentável, qualquer

gênero de processo produtivo ou bem de consumo que além de atender as necessidades da

geração atuais e futuras, não condene a qualidade do meio ambiente e que promova

qualidade de vida.

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3 METODOLOGIA

Os objetivos dessa pesquisa foram atendidos, utilizando-se de um conjunto de

procedimentos abaixo descritos.

3.1 Tipo de Pesquisa

Esta pesquisa foi de caráter técnico e buscou o aperfeiçoamento da gestão de

fornecimento de filtros de óleo lubrificante, introduzindo um sistema de logística reversa, que

se tornou alvo principal deste estudo. Seu planejamento foi flexível e permitiu considerações

de aspectos variados em relação ao tema estudado, orientado principalmente pelas leis que

normatizam o descarte de resíduos sólidos.

A análise qualitativa foi escolhida para ser apresentada como resultadas bem como

a quantitativa, uma vez que um importante impacto gerado pela implementação desta

pesquisa é social e ambiental.

Foram utilizadas as ferramentas Cronograma e PDCA para acompanhamento do

projeto e das respectivas ações conforme citadas abaixo

3.2 Criação de um time responsável

Foi definido um time para acompanhamento do projeto dentro da Robert Bosch,

responsável por realizar reuniões periódicas de acompanhamento das ações do projeto.

Este time contemplava pessoas dos departamentos de Marketing, Compras, Logística e

Vendas, todos da divisão responsável por fornecimento de peças automotivas para o

mercado de reposição.

No primeiro semestre foram realizadas reuniões a cada 2 meses, totalizando 3

reuniões no semestre. Já no segundo semestre a frequência de reuniões foi aumentada,

sendo realizada mensalmente e totalizando 6 reuniões.

Além das reuniões planejadas ao longo do ano, ligações, pequenas reuniões e

troca de e-mails eram realizadas ao longo do ano para continuidade da implementação do

projeto.

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3.3 Kick-off e Workshop

Após definido o time do projeto, foi realizado um Kick-off (pequeno evento de

lançamento do projeto) para dar início oficialmente à todas as atividades, explicar o escopo

do projeto para todos os envolvidos e tirar dúvidas em relação ao objetivo a ser alcançado.

Juntamente com o Kick-off foi realizado um Workshop onde o objetivo era coletar

ideias e discutir a melhor forma de elaborar o programa.

3.4 Processo de destinação final dos filtros de óleo Bosch

O grupo realizou um estudo da condição atual do processo de destinação final dos

filtros de óleo fornecidos pela Bosch no Brasil e principalmente no Estado de São Paulo.

Neste estudo foram consultados os departamentos de logística, vendas e marketing.

3.5 Participação da Bosch na ABRAFILTROS

A empresa Robert Bosch participa do grupo ABRAFILTROS, e essa participação foi

estudada pelo grupo, buscando entender o nível de integração entre a Robert Bosch e

ABRAFILTROS e profundidade das relações.

3.5.1 Impacto da participação da Bosch no programa Descarte

Consciente ABRAFILTROS

O programa Descarte Consciente da ABRAFILTROS foi analisado e discutido pela

equipe como possível meio de se introduzir a logística reversa de filtros de óleo na Robert

Bosch. Verificando-se dados como porcentagem de participação de outras empresas,

condições e premissas estabelecidas para as empresas participantes e objetivos. O impacto

gerado pela participação da Bosch foi analisado orientando-se pelos possíveis resultados

esperados por meio da divulgação da participação em um projeto ambiental da

ABRAFILTROS.

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3.6 Pesquisa de mercado para processo de Benchmarking - Visitas

aos fornecedores e clientes

Os departamentos de Compras e Marketing visitaram os fabricantes, fornecedores,

e clientes que já possuem atualmente o programa de logística reversa implantado em suas

empresas como forma de realizar um Benchmarking (comparação), coletando informações

válidas para a elaboração do projeto.

3.7 Análise de empresas que realizam coleta de resíduos sólidos

Empresas responsáveis por logística reversa de resíduos sólidos foram alvo de

uma análise, onde foram avaliados condições de fornecimento e comparadas à empresa

contratada pela ABRAFILTROS para realização do programa descarte consciente. Nesta

análise também foi realizada a comparação dos preços entre cada uma das empresas por

meio de uma ferramenta da Robert Bosch chamada de análise de orçamento.

3.7.1 Visita técnica

Foi agendada uma visita técnica na empresa responsável pela logística reversa do

programa Descarte Consciente da ABRAFILTROS, e nesta visita foi avaliado o fluxo do

processo, destinação final dos resíduos, dados de capacidade entre outros dados relevantes

ao tema estudado.

3.8 Análise Make or Buy

Foi realizada um análise de viabilidade do que é mais competitivo para a empresa:

realizar o programa por contra própria ou contratar uma empresa terceirizada para realizar o

trabalho de coleta e destinação final dos filtros.

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3.9 Análise do mercado automotivo

Uma coleta de dados foi realizada para reunir os principais números envolvendo

frota de veículos leves e pesados e consumo médio de filtros de óleo no Brasil, com foco

maior no Estado de São Paulo, visando também uma análise do impacto gerado pelo

descarte incorreto desta totalidade.

3.10 Análise de dados de vendas de filtros de óleo

Um estudo interno na Robert Bosch foi realizado para coleta de informações

referentes à quantidade de filtros vendidos para veículos leves e pesados, buscando um

cálculo da porcentagem estimada de recolhimento de filtros de óleo por meio do processo

de logística reversa implementado.

3.11 Divulgação do Programa e Acompanhamento

Foi estabelecida uma forma de divulgar o programa para toda a cadeia. Durante o

andamento do projeto foram realizadas reuniões para monitorar o andamento do programa e

discutir as dificuldades encontradas, bem como os Workshops.

3.12 Cronograma

Foi desenvolvido um cronograma para acompanhamento e execução do projeto,

utilizando-se da metodologia PDCA conforme Anexo 1.

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4 RESULTADOS

4.1 Equipe de Trabalho

O time responsável, dentro da empresa Robert Bosch, apresentou assiduidade nos

eventos conforme cronograma realizado, o que colaborou consideravelmente no

desenvolvimento e aplicação do projeto ao longo do ano. Os encontros periódicos foram

essenciais para garantir que o projeto estava sendo realizado conforme planejamento e

prazos previamente estabelecidos.

4.2 Estudo Prévio do Processo

O estudo do processo de destinação final dos filtros de óleo existente na Robert

Bosch constatou que não havia um processo dedicado à logística reversa deste produto

específico. A venda era realizada normalmente, entretanto, o descarte do produto após o fim

de sua vida útil ficava a critério do consumidor ou do posto de troca no qual o filtro de óleo

foi deixado. Isso representava aproximadamente 660 toneladas anuais de filtros de óleo da

Robert Bosch descartados de forma incorreta, como por exemplo:

- Juntamente com resíduos comuns acabando em aterros sanitários

- Terrenos baldios

- Coletados por catadores, que acabam sendo levados aos ferros velhos e então para

siderúrgicas, e assim não só o aço vai para os fornos, mas também o óleo.

Pode-se considerar que aproximadamente 400 toneladas anuais de aço, que

poderiam ser reciclados nas siderúrgicas, e 130 toneladas de OLU, que causam grande

impacto ambiental estavam sendo descartados como lixo doméstico.

Evidenciou-se que não havia custos de logística reversa para filtros de óleo, porém

a empresa não colaborava com as Leis de resíduos sólidos.

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4.3 Robert Bosch e ABRAFILTROS

A Robert Bosch é associada à ABRAFILTROS e a entende como parceira. Como

associado, os interesses da Robert Bosch são representados junto aos órgãos

governamentais, entidades normativas e a sociedade civil, além de ficar em dia com as

principais notícias e acontecimentos do setor.

4.3.1 Análise de Viabilidade Make or Buy

A análise realizada para verificar a melhor opção entre realizar o processo de

logística reversa por conta da própria Robert Bosch, ou realizar o processo por meio de um

terceirizado contratado, constatou que o processo realizado pela Robert Bosch seria

aproximadamente 250% mais caro que a média dos custos entre os terceirizados

previamente cotados. A grande diferença de custo, evidenciada entre os processos, é

justificada principalmente pelo alto custo fixo existente na Robert Bosch devido a sua grande

estrutura, e também pelo alto custo de transporte devido às longas distâncias que seriam

percorridas com baixo volume de coleta.

Com base no processo Make or Buy, foi definido que o processo de logística

reversa de filtros de óleo lubrificante seria terceirizado, sendo realizado por uma empresa

especializada no ramo de atividade de coletas de resíduos.

4.3.2 Comparação de Fornecedores

Foram analisadas algumas empresas com potencias para realização do processo

de logística reversa do filtro de óleo, e elas foram: ResiClean, Ecoöl e Supply Service do

programa Descarte Consciente da ABRAFILTROS. Foi realizada uma análise de

orçamentos por meio de uma ferramenta interna da empresa Robert Bosch (AO), onde

foram comparados dados como preço, frete, impostos, condições de pagamento, nível de

qualidade, procedimento de descarte e detalhes do contrato de compras. Após os cálculos

realizados, foi decidido pelos departamentos envolvidos que o projeto mais viável seria a

participação no programa Descarte Consciente da ABRAFILTROS, juntamente com outras

empresas do setor de filtros industriais, sendo a Supply Service a empresa responsável por

realizar a logística reversa dentro do programa.

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4.4 Metas Estabelecidas

O programa da ABRAFILTROS definiu que o volume de filtros para o ano de 2013 a

ser encaminhado para o processo de reciclagem é de no mínimo 6% do peso total dos filtros

comercializados em 2011 no Estado de São Paulo, com marca própria pelas empresas

signatárias. Não é necessário que os filtros coletados sejam especificamente da marca

signatária, pois é contabilizado dentro do volume especificado qualquer filtro de óleo que for

descartado, independente da marca. Para o ano de 2014 a meta sobe para 10% e em 2015

para 15%.

A Robert Bosch assumiu a meta de coletar e reciclar no Estado de São Paulo 3,3

toneladas de filtros de óleo por mês no ano de 2013, totalizando 9,9 toneladas neste ano,

devido ao projeto ter sido iniciado em outubro. A meta representa 6% do montante de filtros

vendidos com marca Robert Bosch em 2011, que somada com a meta das outras empresas

totalizam 283 toneladas de filtros coletados e reciclados pelo programa Descarte Consciente

da ABRAFILTROS no ano de 2013.

Na TAB. 1 pode-se ver a quantidade de filtros em toneladas programadas para

coleta até 2015 pela empresa Robert Bosch e também por todo o programa Descarte

Consciente ABRAFILTROS na qual a Robert Bosch está inserida.

Tabela 1 – Metas de coleta do Programa Descarte Consciente ABRAFILTROS e da

Robert Bosch, ambos por meio da empresa contratada Supply Service

Meta anual de coleta

Ano Porcentacem em relação a

2011

Somatória Empresas

Participantes (toneladas)

Robert Bosch (toneladas)

Total Custo Bosch Custo Total

2012 3% 136 0 136 R$ 0,00 R$ 326.400,00

2013 6% 273 9,9 283 R$ 23.760,00 R$ 678.960,00

2014 10% 454 66,3 520 R$ 159.120,00 R$ 1.248.720,00

2015 15% 681 99,4 780 R$ 238.560,00 R$ 1.872.960,00

Fonte: Adaptado de ABRAFILTROS (2013).

O preço por quilo de filtro de óleo coletado e reciclado estabelecido entre a

ABRAFILTROS e Supply Service é de é de R$2,40. Este valor será cobrado das empresas

participantes do programa, proporcionalmente à meta de cada empresa.

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4.5 Visita Fornecedor Supply Service

A visita técnica constatou a robustez do processo interno da Supply Service,

comprovando a qualidade do serviço, o que confirmou que a escolha pela terceirização

Supply Service via projeto Descarte Consciente ABRAFILTROS foi muito boa.

Pode-se ver na FIG. 4 o processo interno utilizado pela Supply Service, o Kit

armazenagem disponibilizado pela empresa nos pontos de coleta, a embalagem dos filtros

usados para coleta e o caminhão responsável pela coleta.

Figura 4 – Processo interno Supply Service

Fonte: (SUPPLY SERVICE, 2013)

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Foi levantado e aprovado a destinação final de cada componente presente no filtro

de óleo usado e os seus impactos no preço do serviço. Os filtros usados são triturados e

separados em 3 processos. Abaixo pode-se verificar quais são eles e seus impactos no

preço:

- Metais: enviados para siderúrgicas; contribuem com a diminuição do preço do serviço pois

são vendidos às siderúrgicas para reciclagem.

- Óleo lubrificante usado: rerrefino; contribuem com a diminuição do preço do serviço pois

são rerrefinados internamente e vendidos.

- Elementos Filtrantes: coprocessamento; contribuem com o aumento do preço do serviço

pois possuem um custo para serem coprocessados nas cimenteiras, que hoje solução

ambientalmente correta mais viável.

A empresa possui frota própria, e o sistema de coleta é definido com os postos de

troca por meio de coletas previamente definidas e com uma frequência estabelecida, por

exemplo semanalmente ou quinzenalmente. Foi identificado comprometimento por parte da

Supply Service, o que certamente contribuiu para a implementação deste projeto.

4.6 Fluxograma do Processo

Um fluxograma que abrange o processo desde a venda do filtro de óleo Bosch até a

destinação final dos resíduos pela Supply Service foi elaborado e pode ser visto no Anexo 2.

4.7 Análise do Mercado Automotivo e Impacto Ambiental

Foi evidenciado que a frota de veículos leve e pesado tem aumentado nos últimos

anos tanto no Estado de São Paulo como no Brasil como um todo. Veículos pesados rodam

uma maior distância por período se comparados aos veículos leves, e isso ocorre pois,

como o Brasil possui forte sistema rodoviário, veículos pesados são muito utilizados para o

transporte. Dessa forma, é explicado o fato da taxa média de troca do filtro de óleo de

veículos pesados ser em média 2,5 vezes maior que a taxa média de veículos leves. Pode-

se ver o aumento da frota de veículos em milhões na TAB. 2.

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Tabela 2 – Frota de Veículos últimos 3 anos

Frota de Veículos (milhões)

Ano Frota Leve SP Frota Pesado SP Frota Leve Brasil Frota Pesado Brasil

2011 15,7 0,8 45,1 3,4

2012 16,7 0,9 48,5 3,5

2013 17,7 1 52,1 3,7

Fonte: Adaptado de Denatran (2013).

Na TAB. 2, os Automóveis, Caminhonetes e Caminhonetas foram considerados

como veículos leves e Caminhões, Caminhões Trator, Ônibus e Micro-ônibus foram

considerados como veículos pesados. A taxa média de troca do filtro de óleo para veículos

leves considerada foi de 1,5 vezes ao ano, e para veículos pesados 4 vezes ao ano.

Cada filtro de óleo descartado carrega uma quantidade de óleo lubrificante

impregnado, que é aproximadamente 20% do peso do filtro original. Na TAB. 3 pode-se ver

a quantidade de óleo descartado em toneladas, devido ao fim da vida útil dos filtros

utilizados na frota de veículos do Brasil e Estado de São Paulo.

Tabela 3 – Valor médio de toneladas de filtros de óleo e OLU provenientes da

impregnação no filtro descartados nos últimos 3 anos

Filtros de óleo e OLU descartados (toneladas)

Ano Filtros SP Filtros Brasil OLU SP OLU Brasil

2011 9369 30087 1874 6017

2012 10107 31905 2021 6381

2013 10845 34101 2169 6820

Fonte: Autoria Própria

Para o cálculo da TAB. 3 Foi considerado que é aumentado em 20% o peso do filtro

após utilização e descarte, em função da absorção do óleo lubrificante. O peso do filtro de

óleo usado considerado para veículos leves foi de 300g, e para veículos pesados 720g. A

quantidade foi calculada baseada nos dados de frota da TAB. 2.

A análise do crescimento da frota de veículo no Brasil e principalmente no Estado

de São Paulo, que é onde está sendo aplicado inicialmente este projeto, mostrou o grande

impacto ambiental causado pelo enorme volume de óleo lubrificante usado descartado

incorretamente no meio ambiente por meio do descarte incorreto dos filtros de óleo, e

também revelou a grande quantidade de aço que poderia estar sendo reciclado em

siderúrgicas, mas acaba descartado como resíduo comum.

Com a implementação do projeto no ano de 2013, foram descartadas

incorretamente 9,9 toneladas a menos do montante aproximado de 10.845 toneladas de

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filtros de óleo descartados no Estado de São Paulo, o que representa um valor aproximado

de 5,9 toneladas de aço reciclados em siderúrgicas, 2 toneladas de OLU rerrefinados e 2

toneladas de papel contaminado coprocessados nas cimenteiras. Pode-se entender que 9,9

toneladas de resíduo, sendo 2 toneladas de resíduo perigoso classe I, tiveram uma

destinação ambientalmente correta e não foram descartados como resíduo comum. E para

os próximos anos existem metas para aumentar essa quantidade, sendo a meta de 2014

coletar 66,3 toneladas de filtros de óleo lubrificante usados.

4.7 Programa de Marketing

Foi iniciado um programa de propagandas para incentivar as vendas, utilizando a

participação da Robert Bosch no programa Descarte Consciente ABRAFILTROS como

principal estratégia de marketing, pois o fato da Bosch estar preocupada e contribuindo com

o meio ambiente chama a atenção dos consumidores que também possuem essa

preocupação, fazendo com que estes clientes prefiram o filtro de óleo Bosch.

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5 CONCLUSÃO

A implantação do projeto buscou a redução da taxa de descarte incorreto de filtros

de óleo lubrificante automotivos, que anteriormente eram destinados aos aterros sanitários

sem medidas de prevenção ambiental. A iniciativa da Bosch implicará na coleta de 9,9

toneladas de filtros que serão destinados corretamente no ano de 2013 e com perspectiva a

longo prazo.

Com esta ação, além de atender as leis referentes à resíduos sólidos, a Bosch foi

capaz de realizar uma estratégia de marketing para divulgação da campanha, dando maior

visibilidade para a marca e aumentando a responsabilidade socioambiental da empresa

perante ao mercado.

Com o aumento expressivo da demanda do mercado de reposição automotivo,

consequentemente aumentará a quantidade de peças descartadas, promovendo o acúmulo

de resíduos em aterros sanitários, que quando mal gerenciados implicam em impactos

ambientais. Com isso, iniciativas sustentáveis como esta devem ser estimuladas para que

os “produtores” de resíduos também se sintam parcialmente responsáveis pela degradação

ambiental que proporcionam.

Além de favorecer o meio ambiente, o mercado que a cada dia se torna mais

competitivo, exige um diferencial corporativo, o que tende a ter preferência do consumidor,

também consciente da necessidade de mudanças comportamentais a fim de manter e

melhorar a qualidade de vida da população e do planeta. A partir deste projeto, a Robert

Bosch também estará proporcionando demanda para este setor de logística reversa e

reciclagem, estimulando o desenvolvimento do mesmo.

A implantação deste projeto foi feita de forma bem sucedida, cumprindo com os

prazos e procedimentos estipulados, atingindo as metas esperadas e contribuindo para a

sustentabilidade do meio ambiente.

5.1 Extensões

Este trabalho será continuado dentro da empresa Robert Bosch nos próximos anos.

A cada ano, a porcentagem de retorno de filtros de óleo de combustível irá crescer

gradativamente até que 100% do volume vendido seja retornado e destinado corretamente,

além de se estender aos demais estados brasileiros. Ainda não se sabe em quanto tempo

isso acontecerá, porém a empresa Robert Bosch acompanhará este crescimento no

mercado e os requisitos ambientais.

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Este projeto também poderá ser implantado para outros produtos vendidos no

mercado, em outras empresas que não possuem ainda um programa de Logística Reversa,

e para as que já possuem, servirá como um benchmarking.

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