gota Úrica

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Doenças Reumáticas A Gota Úrica

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Page 1: Gota Úrica

Doenças ReumáticasA Gota Úrica

Page 2: Gota Úrica

A Gota Úrica (GU) é uma artropatia microcristalina inflamatória, integrando o vasto grupo das doenças reumáticas, cujas manifestações clínicas e alterações patológicas se devem à deposição de cristais de urato de sódio nos tecidos (particularmente a cartilagem hialina).

Definição

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A GU surge devido à deposição de cristais de urato de sódio na articulação, em consequência de Hiperuricémia, ou seja devido a um nível elevado de ácido úrico sérico.

O ácido úrico é um produto final do metabolismo das purinas ( catabolismo da Adenina e Guanina), a partir de três fontes principais: a dieta, a degradação endógena e a síntese.

Há dois mecanismos fundamentais que levam à Hiperuricémia, estes são:

⇒ Hipoexcreção renal

⇒ Hiperprodução de ácido úrico

Etiologia

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A acumulação de ácido úrico no plasma leva à deposição dos cristais de urato de sódio nos tecidos, em particular na cartilagem articular, mas também em tendões e ligamentos.

O organismo não consegue eliminar o excesso de cristais de urato de sódio devido à sua baixa solubilidade (cerca de 4mg/dl a uma temperatura de 30℃), havendo uma continuação da deposição de cristais de urato de sódio, na forma de agulhas, nos tecidos avascularizados (cartilagem) ou pouco vascularizados (tendões e ligamentos), levando ao processo inflamatório, que por sua vez provoca a destruição da cartilagem, atingindo por fim o osso subcondral, provocando deformações ósseas.

Fisiopatologia

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Deposição de cristais de urato de sódio

É visível na figura, através de microscopia de luz polarizada, a deposição de cristais de urato de sódio na cartilagem.

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Hiperuricémia (> 7 mg/dl no Homem e 6 mg/dl na Mulher)

Sexo masculino (entre os 40-50 anos de idade)

História familiar positiva

Insuficiência Renal (hiperuricémia, Diabetes Mellitus)

Desidratação e Acidose (doenças mielo/linfoproliferativas, Diabetes Mellitus)

Traumatismo Articular

Certos Fármacos (diuréticos e aspirina), entre outros...

Excesso de peso

Factores de risco

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A Gu pode ser confundida erradamente com a pseudogota/artrite séptica/artrite reumatóide, pelo facto de apresentarem sinais e sintomas semelhantes.

A articulação na GU apresenta-se edematosa, ruborizada, com a pele tensa e brilhante, bastante quente e dolorosa ao toque.

Pode afectar várias articulações (GU crónica).

É importante ter a noção de que todas estas características surgem nas restantes patologias mencionadas.

É por isso essencial, para além da observação e exame físico, efectuar exames complementares de diagnóstico

Diagnóstico Diferencial

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Exames complementares na GU

Hemograma: Leucocitose ( neutrofilia), VS e PCR elevadas, Hiperuricémia (apenas em 60-70% dos doentes durante a crise de GU).

Função renal e uricosúria de 24h.

Hipoexcreção Renal

Hiperprodução

Uricémia elevada +

Uricosúria na urina de 24h

normal(<800mg/24h)

Uricémia elevada+

Uricosúria na urina de 24h aumentada

(>1000mg/24h)

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Artrocentese (permite o estudo do líquido sinovial e pesquisa de cristais).

Através desta excluimos uma possível artrite séptica (estudo cultural), Condrocalcinose articular ou Pseudogota, através da observação de CPPC.

E confirmamos o diagnóstico da Gu pela observação de cristais de urato de sódio.

Nota: A Pseudogota pode ainda ser confirmada por radiografia convencional, uma vez que os CPPC não deixam passar os rx, aparecendo a branco na radiografia.

Exames complementares na GU

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Condrocalcinose/Pseudogota do ombro

Calcificação linear do ombro esquerdo

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Artrite tipicamente monoarticular da primeira articulação MTF (prevalência em 75-90% dos casos).

Dor súbita e intensa de carácter pulsátil, que surge frequentemente à noite.

Alterações do estado geral e febre com taquicardia.

A crise sem tratamento dura 1-2 semanas, desaparecendo todos os sintomas (gota intercrítica).

Nota: A Gu pode também afectar as articulações do pé, tornozelo, dos dedos da mão, o punho e cotovelo. E é muitas vezes precipitada pelos excessos alimentares/ingestão de álcool, Traumatismos/cirurgias articulares, desidratação/acidose.

Quadro clínico típico da GU aguda

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Esta surge nos doentes não tratados, que apresentam recidivas constantes.

Ao fim de 10 anos, após o 1º ataque, surgem os tofos gotosos (pavilhões auriculares, cotovelos, pés e mãos), cujos nódulos são duros e indolores, as articulações sofrem alterações estruturais levando a artropatias mecânicas.

A GU torna-se muitas vezes poliarticular e o rim é afectado.

Nota: A distinção entre os tofos gotosos e os nódulos reumáticos é feita devido ao conteúdo destes.

Quadro Clínico da GU crónica

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O tratamento primário faz-se pela prevenção: esta é feita através de um estilo de vida saudável (alimentação equilibrada, manutenção de peso adequado, consumo moderado de álcool, prática de exercício físico, entre outros).

Consultas de rotina, em que poderá ser detectada uma hiperuricémia, sendo que valores > 11mg/dl exigem aplicação de terapêutica.

Tratamento secundário: incide sobre as crises de GU aguda, primáriamente sobre o processo inflamatório (aplicação de gelo e repouso, seguido de AINE, Colchicina, infiltração de corticosteróides), secundáriamente sobre a hiperuricémia e tofos gotosos (alopurinol), destruição articular e problemas renais.

Tratamento da GU

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A medicina natural actua nestes casos através da Osteopatia (sendo este um quadro de difícil aplicação, mas podendo aliviar-se o doente através de técnicas de tecidos moles).

Naturopatia (com bons resultados, através da fitoterapia, bioterapia, e avaliação da energia vital)

Homeopatia (com bons resultados).

Acupunctura (com bons resultados, principalmente na analgesia)

Raízes de Harpago Planta anti-inflamatória e analgésica.

Glucosamina + Sulfato de condroitina – Ajuda a recompôr a estrutura da cartilagem articular

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Fisiopatologia de Carol Mattson Porth – 2ª Edição.

Regras de Ouro em Reumatologia – DGS, 2005.

Programa Nacional Contra As Doenças Reumáticas – DGS, 2005.

Manual Merck para a famíliahttp://www.manualmerck.net/

Bibliografia

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Trabalho elaborado para a Cadeira de Reumatologia por:

Filipe Gonçalves Nº 12 Osteopatia 3ºA