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Campinas CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO PROPOSTA DE MONITORAMENTO DE FORNECEDORES DE UMA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA COM O AUXÍLIO DE CONCEITOS DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO Mário Moreira Morgan Campinas/SP Brasil Dezembro de 2010

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Campinas

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PROPOSTA DE MONITORAMENTO DE FORNECEDORES

DE UMA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA COM O AUXÍLIO DE

CONCEITOS DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Mário Moreira Morgan

Campinas/SP – Brasil

Dezembro de 2010

ii

Campinas

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PROPOSTA DE MONITORAMENTO DE FORNECEDORES

DE UMA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA COM O AUXÍLIO DE

CONCEITOS DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Mário Moreira Morgan

Monografia apresentada à disciplina Trabalho de

Conclusão de Curso, do Curso de Engenharia de Produção

da Universidade São Francisco, sob a orientação do Prof.

Dr. Eduardo José Sartori, como exigência parcial para

conclusão do curso de graduação.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Sartori

Campinas – São Paulo – Brasil

Dezembro de 2010

iii

PROPOSTA DE MONITORAMENTO DE FORNECEDORES

DE UMA INDÚSTRIA AUTOMOTIVA COM O AUXÍLIO DE

CONCEITOS DA GESTÃO DA INFORMAÇÃO

Mário Moreira Morgan

Monografia defendida e aprovada em 04 de Dezembro de 2010 pela Banca

Examinadora assim constituída:

Prof Dr. Eduardo José Sartori (Orientador)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof Ms. Emílio Gruneberg Boog

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

Prof Ms. José Roberto Quaglia (Membro Interno)

USF – Universidade São Francisco – Campinas – SP.

iv

A meus pais Rosa Maria e José Mário, sem os

quais não teria vida.

A minha mãe, em especial, que em muitos

momentos não pude atender às necessidades e

que me dá forças de onde estiver.

A meus familiares, Rebeca, Lara e Nelson que

respeitaram meus momentos de dedicação com

sabedoria e apoio.

Sou eternamente grato a todos.

v

.Agradecimentos

Agradeço primeiramente ao Professor Dr. Eduardo José Sartori, meu orientador, que me

incentivou e guiou-me para a conclusão deste trabalho, diante às dificuldades encontradas em

todo o seu desenvolvimento.

Agradeço também ao Professor Ms. Emílio Gruneberg Boog, que suportou todas as infinitas

indagações e que pacientemente auxiliou a execução desta monografia.

O desenvolvimento de toda a monografia não teria sido possível sem a colaboração dos

funcionários do Departamento de Qualidade Fornecedor da Valeo.

Eu agradeço fraternalmente a todos.

vi

Sumário

Sumário .................................................................................................................................... vi

Resumo .................................................................................................................................... vii

Abstract .................................................................................................................................. viii

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

2 METODOLOGIA .............................................................................................................. 6

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 7

4 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................ 177

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................24

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................26

Apêndice 1 – Proposta de Saída para Acompanhamento dos Alertas de Qualidade ..... 277

Apêndice 2 – Proposta de Saída para Avaliação dos Indicadores dos Fornecedores..... 288

Apêndice 3 – Proposta de Saída para Acompanhamento do Status dos Requisitos

Específicos ............................................................................................................................. 299

Apêndice 4 – Proposta de Saída para Acompanhamento da Seleção de Lotes Suspeitos 30

Apêndice 5 – Proposta de Saída para Acompanhamento dos Custos de Não-Qualidade 31

Apêndice 6 – Proposta de Saída para Acompanhamento dos PPAPs ............................... 32

Apêndice 7 – Proposta de Saída para Acompanhamento das Ações Pendentes ............. 333

vii

Resumo

Esta monografia tem como foco um sistema de informações de uma empresa multinacional do

ramo automotivo. O departamento em análise é o de Qualidade/Fornecedores que possui

interface com os departamentos de Qualidade e Compras. Este departamento é responsável

pela garantia da qualidade dos itens recebidos e dos novos desenvolvimentos, desta forma

mantém um amplo relacionamento com diversas áreas da empresa, passando por Logística,

Produção, Financeiro, Engenharia e Projetos. Com tamanha interação é extremamente

importante manter um eficiente sistema de informações que possibilite um rápido retorno às

necessidades oriundas dos diversos departamentos e que propicie uma visão macro e micro ao

Supervisor e Diretor do departamento viabilizando a tomada de decisões gerenciais. Uma base

de dados será proposta de modo a centralizar as informações pertinentes aos fornecedores

com o objetivo de manter um dossiê completo dos mesmos, incluindo informações referentes

a custos de não qualidade, resultados de auditorias, incidentes de qualidade existentes

(encerrados e em aberto), solicitações pendentes, itens de PPAP em aberto, desvios

solicitados, resultados de seleções, enfim, todas as informações em torno do fornecedor que

possam ser monitoradas. Espera-se que, com esta base de dados, o dia-a-dia dos funcionários

do departamento passe a ser mais fácil, evitando que informações sejam perdidas e

assegurando a manutenção da qualidade dos componentes. Espera-se, também, que o

Supervisor e Diretor possuam as informações em suas próprias mesas sem a necessidade de

demandá-las a outros e disponíveis a qualquer momento.

PALAVRAS-CHAVE: qualidade, fornecedor, automotivo, informação, interação, dados,

decisão, gerencial, monitoramento.

viii

Abstract

This monograph has as focus an information system from a multinational company of

automotive business. The department analyzed is the Supplier Quality which has interface

with Quality and Purchasing departments. This department is responsible for the Quality

Assurance of items received and new developments, so that it interacts with many

departments as Logistics, Manufacturing, Finance, Engineering and Projects. With thus huge

interaction is extremely important to have an efficient information system which should

provide a quick return to the needs from other departments and turn able an overview from

the department to Supervisor and Manager in order to take management decisions. A database

will be proposed in order to centralize the information from suppliers with the objective of

keeping a complete history from them, including information related to non-quality costs,

audit results, quality incidents (concluded and ongoing), pending requests, PPAP items

opened, deviation requests, sorting results, it means, all information that could be monitored.

It is expected that with this database the employees day-by-day turn itself easier, avoiding

losing information and assuring the maintenance of the quality of components. It is also

expected that Supervisor and Manager have access to information from their workstation

without being necessary request it to others and available all the time.

KEY WORDS: quality, supplier, automotive, information, interaction, data, decision,

management, monitoring.

1 INTRODUÇÃO

A maioria dos processos e atividades em uma empresa demanda e gera diferentes tipos de

informações (inputs e outputs). Com o ritmo acelerado das organizações e a necessidade de

uma reação rápida e certeira, a gestão destas informações exerce papel crucial na manutenção

ou no aumento da competitividade garantindo a permanência da organização neste mercado

tão competitivo.

1.2 Contextualização

Este trabalho será desenvolvido em uma empresa do setor automotivo situada em

Campinas/SP chamada Valeo Ltda. A divisão em questão é a de produção de Alternadores e

Motores de Partida, conforme Fig. 1. A aplicação inicial será na área de Qualidade

Fornecedores, que possui vínculo com os departamentos de Qualidade e Compras.

Figura 1 – Produtos Divisão Sistemas Elétricos

Fonte: Guia Auto Elétrica: guiaautoeletrica.com.br

A Valeo é um grupo francês com origem em 1923, o qual inicialmente produzia

componentes para sistemas de embreagem. Durante a 2ª Guerra Mundial, a companhia

conquistou quase a totalidade das patentes para sistemas de embreagem [80 Years of History –

Site Valeo]. Entre 1950 e 1980 a companhia passou a integrar novas atividades em seu

portfólio, iniciando pelos sistemas térmicos, passando para os sistemas elétricos e eletrônicos.

A partir de 1980 o foco da organização foi a globalização, quando em 1987 uma estratégia de

expansão global passou a ser adotada. Neste momento mais uma atividade foi agregada, a de

sistemas de segurança. Desde 2000 o foco da Valeo é melhorar seus resultados financeiros

com a introdução de novas tecnologias no mercado. A companhia, atualmente, está presente

2

em 27 países com número aproximado de funcionários de 52200; conta 120 plantas

produtivas, 21 centros de pesquisa, 40 centros de desenvolvimento e 10 centros de

distribuição. Atualmente, 6 divisões operam no Brasil: Sistemas Elétricos, de Limpadores, de

Transmissões, Térmicos, de Iluminação e de Segurança. A divisão de Sistemas Elétricos

opera desde o ano 2000.

A base da cultura operacional da Valeo são os 5 Eixos (Envolvimento de Pessoal,

Sistema de Produção Valeo, Inovação Constante, Integração com Fornecedores e Qualidade

Total), e o eixo da Integração com Fornecedores é fundamental para se atingir a Satisfação

Total dos Clientes, bem como os demais.

A área de Qualidade/Fornecedores possui a seguinte estrutura: 1 Supervisor, 2

Engenheiros de Qualidade/Fornecedor (sendo 1 responsável por novos projetos e outro pelos

componentes de Alternador), 2 Analistas de Qualidade/Fornecedor (sendo 1 responsável pelo

desenvolvimento de novos fornecedores para itens correntes e outro pelos componentes de

Motor de Partida), 3 Técnicos de Incidente (trabalham em esquema de turnos atendendo às

linhas de produção) e 1 Estagiário de Qualidade Fornecedor (que suporta os demais

funcionários). O departamento responde funcional e hierarquicamente ao Diretor de

Qualidade.

A divisão de Sistemas Elétricos possui, atualmente, 77 fornecedores em seu painel e

recebe, em média, 35 milhões de componentes por mês. Figura como líder em seu segmento,

apresentando expressivos resultados de vendas.

1.2 Caracterização da situação problema

Com este grande número de fornecedores, componentes recebidos e atividades do dia-a-

dia, é difícil efetuar-se um gerenciamento de forma a respeitar os requisitos do Grupo Valeo.

Um único fornecedor pode ter contato com até 4 representantes Valeo (1 – nova

tecnologia / 1 – novo fornecedor para um item corrente / 1 – responsável por alternador / 1 –

responsável por motor de partida), e com os 3 técnicos de incidente. Desta forma, a Gestão da

Informação proveniente de todos os processos internos é essencial. A Fig. 2 retrata esta

situação.

3

Figura 2 – Esquema de Fluxo de Informações do Departamento

Fonte: O autor

O Grupo Valeo é conhecido por estabelecer inúmeras sistemáticas para execução e

gerenciamento das atividades, esta regra é aplicada à área de Qualidade Fornecedores, porém

com carência de sistemas de controle (os que existem não são interligados, dificultando a

visualização da situação global do fornecedor).

Os principais pontos de dificuldade são:

Antigas pendências levantadas pelos Técnicos de Incidente ou pelos

Engenheiros/Analistas acabam perdendo-se em meio às novas pendências;

Desencontro de informações entre os técnicos;

Falta de visibilidade da evolução dos indicadores do fornecedor (performance);

Ausência de ponto de controle para exigências Valeo.

Com base nestes pontos não é possível gerenciar todos os fornecedores de forma

adequada, muitas vezes algumas ações “caem no esquecimento” e o fornecedor não é

cobrado.

4

1.3 Objetivos

O objetivo deste trabalho é:

A proposição de criação de um sistema (base de dados) para gerenciamento de

fornecedores que deverá ser utilizado por todos os colaboradores da área de Qualidade

Fornecedores de forma comum, atuando como centralizador das informações. A proposta visa

definir controles de forma a obter:

o Aumento na eficiência de fechamento de Alertas de Qualidade.

o Visualização anual dos indicadores dos fornecedores, incluindo gráficos

de acompanhamento.

o Visualização do status dos requisitos Valeo para fornecedores (Auditoria

de Processo, Estudos de Capabilidade, CQIs e CAEs).

o Visualização da evolução das seleções (quantidade selecionada X lote X

número de peças reprovadas).

o Gestão dos custos de Qualidade para fornecedores (sucata de peças).

o Acompanhamento das atividades pós-abertura de incidentes

(implementação de embarque controlado, envio de peça boa e ruim,

retirada de status Qualidade Assegurada).

o Acompanhamento dos PPAPs pendentes.

o Gestão das ações pendentes designadas aos fornecedores.

Com a criação desta base de dados, seguindo a proposta apresentada, espera-se criar

pontos de controle para todos os itens acima citados, e integrá-los de forma que a informação

possa ser fácil e rapidamente trabalhada e transformada em conhecimento. Espera-se,

também, que com esta proposta o nível gerencial da empresa tenha informações precisas para

a tomada de decisão no processo decisório, além de manter um histórico seguro das

informações.

1.4 Justificativas

Este trabalho justifica-se pelo baixo custo de implantação (horas com o desenvolvimento

da proposta do sistema) face ao ganho esperado. Com esta proposta de sistema espera-se

encerrar mais Alertas de Qualidade dando vazão ao passivo encontrado atualmente, calcular e

5

visualizar rapidamente os indicadores dos fornecedores auxiliando a gestão dos piores

fornecedores e a definição de estratégias para os mesmos, ter uma visão global das pendências

dos fornecedores com relação aos requisitos Valeo, proporcionar visibilidade dos resultados

de seleção e acesso a esta informação pelo Diretor de Qualidade em sua mesa, melhorar o

acompanhamento do custo da não qualidade, garantir que as operações padrão pós-abertura de

incidente sejam respeitadas e, por fim, dar visibilidade aos itens que estão com PPAP

pendente.

Partindo-se de uma visão macro esta proposta proporcionará um acompanhamento global

dos fornecedores, auxiliando fortemente a gestão dos mesmos e removendo as

particularidades de gestão de cada representante Valeo, assegurando o atendimento aos

requisitos da empresa.

6

2 METODOLOGIA

A metodologia definida para este trabalho é focada majoritariamente na revisão

bibliográfica, composta por livros, revistas e artigos disponíveis na Internet. A revisão

bibliográfica atuará como fornecedor de uma visão sistêmica de conceitos já existentes,

proporcionando um ponto de partida para a estruturação da base de dados proposta.

7

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Segundo Balloni (2006), no mundo globalizado a utilização dos Sistemas de Informação

e das Tecnologias de Informação são extremamente importantes para satisfazer as

necessidades impostas pelo mercado, para ele o conhecimento do negócio da companhia e a

existência de um fluxo rápido de informação são essenciais para a tomada de decisão. Ele

determina que o Sistema de Informação é a junção dos seguintes fatores: Tecnologia da

Informação, Pessoas e Procedimentos, que devem auxiliar na coleta, transformação e

disseminação da informação como forma de apoio para a tomada de decisão, coordenação,

controle, análise e visualização na organização e também como forma de gerir o

conhecimento.

Conforme citado em seu livro Balloni (2006) afirma que os Sistemas de Informação

desempenham três papéis vitais na organização: suporte aos processos de negócios e

operações, suporte na tomada de decisões de seus funcionários e gerentes e, por fim, suporte

às estratégias em busca de vantagem competitiva. Afirma, ainda, que a qualidade da

Tecnologia da Informação não representa o sucesso de um projeto se aplicada de forma

isolada, deve-se conhecer o processo com potencial aplicação do Sistema de Informação de

modo a avaliar a real necessidade do projeto, pois nada vale investimento em softwares e

hardwares de última geração se o Sistema de Informação não for melhorado de forma a

aumentar a eficiência do processo em questão.

Um ponto importante abordado por Balloni (2006) refere-se à afirmação de que o sucesso

das empresas depende cada vez mais de fazer o melhor com o conhecimento coletivo, isto

nada mais é que a Gestão do Conhecimento. O conhecimento é a aplicação da experiência

humana para utilização das informações, que são dados trabalhados, na tomada de decisão. Os

Sistemas de Gestão do Conhecimento têm como objetivo o gerenciamento do aprendizado

organizacional e o know how empresarial como forma de melhorar o desempenho

organizacional da empresa. As principais funções da Gestão do Conhecimento são: criação do

conhecimento, captação e codificação do conhecimento, compartilhamento do conhecimento

criado ou codificado e distribuição do conhecimento. Para ele a possibilidade de acesso

imediato às últimas informações pode viabilizar uma vantagem competitiva importante, sendo

8

então justificada a necessidade de recursos da Tecnologia da Informação que exerce este

papel.

A empresa deve motivar e recompensar o compartilhamento da informação passando

inclusive pelo compartilhamento informal, que se refere às informações trabalhadas entre os

colaboradores da empresa. Isto deve fazer parte da cultura da empresa e caracteriza-se como a

Gestão dos Relacionamentos Humanos que está intimamente ligada à Gestão do

Conhecimento através do uso da experiência humana como criação do conhecimento.

Balloni (2006) afirma que para o alcance do sucesso no mercado global, dada a alta

competitividade, a empresa deve conhecer os custos da cadeia econômica inteira trabalhando

em conjunto para administração dos custos e maximização do rendimento, sendo novamente

necessária a Gestão do Conhecimento. É importante conhecer os custos internos, dos

fornecedores e dos distribuidores possibilitando a alocação de recursos onde há o menor custo

possível e com melhor rendimento.

Para Sistema de Informação Balloni (2006) fornece a seguinte definição: “Um Sistema de

Informação pode ser tecnicamente definido como um conjunto de componentes inter-

relacionados que coletam dados como entrada, armazenam e transformam esses dados em

informação e disseminam a informação como saída para apoiar a tomada de decisão gerencial,

e também para apoiar a coordenação, controle, análise e visualização na organização”.

Sistema de Informação são compostos por máquinas, dispositivos e tecnologia física, porém

exigem grande investimento social, organizacional e intelectual para que trabalhem de forma

adequada.

Para Rezende (2003) a gestão de dados é essencial no que tange o funcionamento dos

Sistemas de Informação nas empresas, pois sem a obtenção e o processamento de dados as

mesmas não exerceriam suas atividades com efetividade. Afirma, ainda, que para a gestão de

dados ser completa os conceitos de administração de dados e de banco de dados devem estar

difundidos na empresa, com isto as bases de dados se tornariam integradas e relacionais.

Segundo Rezende (2003) a hierarquia dos dados organiza os mesmo, desde a menor parte

(bit) até a sua estrutura mais completa que são as bases de dados. Estes dados, que são de

grande importância para a empresa, devem ser guardados de forma que possam ser

9

recuperados em caso de danificação dos sistemas. Para tanto, cópias (backup) comumente são

feitas agregando um número suficiente de volumes diários, semanais, mensais e anuais e

devem permitir que os dados sejam fácil e efetivamente recuperados.

Com relação ao controle e níveis de acesso à informação Rezende (2003) afirma que

como controle de acesso são elaboradas senhas (passwords) específicas para cada usuário e

que estas devem ser alteradas com certa periodicidade. São utilizadas para limitar o acesso ao

sistema, porém não limitam o nível de acesso às informações contidas nos sistemas, para isto

utiliza-se o controle de nível de acesso, que determina onde e como cada usuário pode acessar

determinadas informações. Sua distribuição deve seguir os níveis de informação, que são:

estratégico, gerencial e operacional.

Rezende (2003) afirma que o maior desafio gerencial dos anos 90 é a utilização da

tecnologia da informação para projetar e gerir empresas efetivas e competitivas. Este desafio

se torna ainda maior quando a empresa em questão é de grande porte. Com o salto tecnológico

ocorrido nos últimos anos as empresas começam a ver a informação como principal recurso

estratégico. A informação deve habilitar a empresa a alcançar seus objetivos utilizando de

forma eficiente os recursos disponíveis (pessoas, materiais, equipamentos, tecnologia,

dinheiro e informação). Com relação ao valor da informação Rezende (2003) pontua que nem

todas as informações têm a mesma importância para uma decisão, e que se não comunicada às

pessoas interessadas de forma adequada pode ser a melhor informação, porém perderá seu

valor. A informação pode ser infinitamente reutilizável, pois não se deteriora e não se

deprecia, tendo seu valor determinado pelo usuário.

Para Rezende (2003) o responsável pela tomada de decisões deve possuir informações

apropriadas que propiciem a análise do ciclo de controle, decisão e execução, considerando a

chance de erro. É preciso diferenciar as informações gerenciais das operacionais. As

operacionais têm como função a manutenção das atividades presentes no clico operacional, já

as gerenciais são utilizadas para auxiliar o processo de tomada de decisões, que devem ser

adequadas a cada nível de gerência que necessita de informações diferenciadas. Para a tomada

de decisão é imprescindível que as informações tenham qualidade, ou seja, devem ser

comparativas, confiáveis, geradas em tempo hábil e no nível de detalhe adequado.

Rezende (2003) vai além, para ele a decisão é a escolhe entre alternativas, considerando

critérios pré-definidos. Quanto maior o valor e a qualidade da informação, maior a

10

probabilidade de sucesso na tomada de decisão. Neste caso o valor da informação está

relacionado ao seu impacto na toma de decisões. No que se refere à estrutura organizacional, é

citado que as empresas estão reduzindo o número de níveis organizacionais para facilitar a

comunicação, o fluxo de informação e os atos decisórios.

Os indivíduos reagem de diferentes formas quando pressionados pelas novas tecnologias,

afirma Rezende (2003). Os avanços tecnológicos podem provocar um descompasso entre

trabalho e habilidades. Segundo ele, as pessoas naturalmente tendem a defender-se quando

não conseguem associar, combinar e/ou apresentar novas idéias face ao desconhecido. Como

conseqüência atitudes pessimistas, conformistas ou de acomodação podem ser observadas.

Com relação ao desenvolvimento de sistemas de informação, Rezende (2003) determina

que o mesmo pode ser dividido em cinco fases, são elas:

- Estudo preliminar: visão global e genérica, com definição inicial dos requisitos

funcionais desejados, objetivos, abrangências, integrações, limitações, impactos e áreas

envolvidas, bem como a nominação da equipe envolvida.

- Análise do sistema atual: visão global do sistema atual, observando suas vantagens e

desvantagens, via levantamento de dados.

- Projeto lógico: definição dos requisitos funcionais reais, desenho e detalhamento da

lógica ideal do projeto. Definição de “quê” o sistema fará. Visão detalhada da solução.

- Projeto físico: Execução do projeto. Definição de “como” o projeto fará. Visão

sistêmica do ponto físico e da segurança dos resultados.

- Projeto de implantação: disponibilização, execução do planejamento, treinamento e

capacitação do usuário, efetiva implantação final e acompanhamento pós-implantação. Total

entrega do projeto.

Os requisitos funcionais do sistema devem estar claros, e o “quê” ele fará bem explícito.

Para tanto, técnicas de levantamento de dados e análise de requisitos devem ser utilizadas

visando o atendimento das necessidades dos usuários.

Como conclusão de um projeto Rezende (2003) determina que a avaliação da sua

implantação deve ser feita. Para ele o sistema deve ser avaliado pela sua qualidade técnica e

pelo seu ajuste ao contexto organizacional. As mudanças geradas na organização devem ter

seu sucesso medido, bem como efetividade e qualidade das decisões suportadas pelo sistema,

11

utilização do mesmo, satisfação do usuário, mudanças no comportamento e nas atitudes dos

usuários e desempenho organizacional.

Conforme citado em seu livro, Oliveira (2002) afirma que o processo de administração

nas empresas utiliza a informação como apoio ao processo decisório. A base para isto são os

sistemas informativos que transmitem e recepcionam informações, os canais de transmissão, o

conteúdo das informações e a periodicidade das comunicações. Para ele os sistemas de

informações são geradores de informações para as decisões empresariais.

Para Oliveira (2002) os benefícios dos sistemas de informação contribuem para as

funções de planejamento, organização, direção e controle na gestão das empresas. Afirma que

os sistemas de informações gerenciais atuam de forma direta na consolidação do tripé básico

de sustentação da empresa, que são: qualidade, produtividade e participação. Oliveira (2002)

ainda afirma que as necessidades e a importância das informações podem crescer de forma

diferente do crescimento da empresa. Segundo ele, para que tenhamos esta evolução é preciso

que as informações sejam confiáveis, relevantes e disponíveis em tempo, propiciando

condições de que decisões corretas sejam tomadas.

Com relação ao valor da informação, Oliveira (2002) acredita que o valor efetivo da

informação é dado pela análise de dois aspectos: o impacto desta informação na decisão dos

executivos e a utilidade da informação no que tange a escala de tempo. No que diz respeito o

nível de influência dos sistemas de informações gerenciais, os mesmos são divididos em três:

o nível estratégico, que integra as informações externas às internas, o nível tático, que tem

uma visão de uma área específica da empresa, e o nível operacional, que trata da formalização

das informações dentro da empresa.

De acordo com Stair (1999) a informação para ser valiosa deve possuir algumas

características, são elas: precisa, completa, econômica, flexível, confiável, relevante, simples,

pontual, verificável, acessível e segura. Cada uma dessas características pode variar na sua

intensidade, porém devem estar presentes para garantir o valor da informação. Afirma que o

sistema deve ser limitado que nada mais é do que a definição do sistema e que distinguirá o

mesmo do restante.

12

Segundo Stair (1999) os sistemas podem ser classificados em diversas categorias, são

elas: sistemas simples ou complexos, que se referem ao número de elementos e a interação

entre os mesmos, abertos ou fechados, que se referem à interação ou não com o ambiente,

estáveis ou dinâmicos, que se referem às mudanças ocorridas ao longo do tempo, adaptáveis e

não-adaptáveis, que se referem à capacidade de mudança com as respostas do ambiente, e por

fim sistemas permanentes ou temporários, que se referem ao período de existência do sistema.

Stair (1999) conceitua que os componentes de um sistema são entrada, processamento,

saída e feedback. A entrada consiste na reunião e coleta de dados brutos, o processamento

envolve a conversão e transformação de dados em saídas úteis, a saída, por sua vez, envolve a

produção de formação útil (de forma geral, documentos ou relatórios) e por fim o feedback

que é a saída utilizada para promover as mudanças nas entrada ou nas atividades de

processamento. O conhecimento da saída (objetivo) é um dos passos mais importantes para

que todo o sistema seja configurado.

Para Stair (1999) os sistemas podem ser divididos em manuais e computadorizados, no

que tange a sua operacionalização. Logicamente, os sistemas manuais operam de forma

manual, com a execução total das atividades pelo homem. Os sistemas computadorizados são

compostos por hardware, software, bancos de dados, telecomunicações, pessoas e

procedimentos.

Segundo Terra (2005) o ambiente econômico está passando por um momento de

transição, partindo de um sistema cujas vantagens eram oriundas da localização da

organização, do acesso à mão-de-obra barata, aos recursos naturais e ao capital financeiro

para um sistema cuja vantagem está relacionada à gestão pró-ativa do conhecimento como

fator essencial para a competitividade.

Ele acredita que em função da nova estratégia econômica adotada pelo Brasil, que

viabiliza a abertura do mercado para a instalação de empresas de fora do país, as empresas

nacionais precisam lançar mão de ferramentas de gestão mais eficazes para garantir sua

sobrevivência e aumento da competitividade. A gestão da informação, então, entra como

auxílio neste novo ambiente.

13

Terra (2005) afirma que a Gestão do Conhecimento é mais do que o simples investimento

em tecnologia ou gerenciamento da inovação, ela passa pelo entendimento das características

e demandas do ambiente competitivo e, essencialmente, pelo entendimento do indivíduo e do

coletivo.

O desafio não está em produzir mais e melhor, está em criar novos produtos, serviços,

processos e sistemas gerenciais. Atrelado à complexidade dos novos desafios e a velocidade

das transformações não é possível concentrar as atividades acima descritas em poucos

indivíduos ou áreas da organização.

O perfil dos trabalhadores também está mudando, eles aumentaram, de forma expressiva,

os níveis de educação e suas aspirações. São os chamados indivíduos organizacionais que têm

o trabalho como papel central de suas vidas, estes se realizam sendo criativos e aprendendo

constantemente.

As empresas com a busca constante pela sua reinvenção acabam, por conseqüência,

transferindo este conceito para os indivíduos da organização e, então, um círculo virtuoso de

geração de conhecimento é criado. O processo de criação e aprendizado individual, bem como

no processo empresarial, necessitam e terminam em reinvenção pessoal, que abrange a

mudança de modelos mentais, mapas cognitivos e de comportamentos, e também a busca de

grandes desafios e resoluções de tensões internas. A existência da motivação intrínseca é

essencial para que este processo ocorra.

Segundo Terra (2005) na prática a aplicação destes conceitos é de extrema dificuldade,

para tanto é necessário identificar e compreender as práticas, normas e processos que auxiliam

ou reprimem a captação, geração, difusão e armazenamento do conhecimento. A alta

administração atua na definição dos campos de conhecimento, os quais os funcionários devem

manter o foco. Atua, também, na proposição de metas desafiadoras que devem instigar os

funcionários, iniciando todo o processo.

A área de Recursos Humanos (RH) deve melhorar a capacidade das organizações de

atrair e manter pessoas que agreguem valor aos processos da empresa e tem a função de

estimular comportamentos ligados ao processo de aprendizagem.

14

Para ele a Gestão do Conhecimento está intimamente ligada à Tecnologia da Informação

no que tange o uso de sistemas de informação para o compartilhamento de informações ou

conhecimento. A Gestão do Conhecimento está focada nos ativos intangíveis (fator humano),

em tornar a mesma explícita e em incentivar e criar mecanismos que facilitem o

compartilhamento dos conhecimentos.

As ferramentas para compartilhamento do conhecimento podem ser divididas em 3 áreas:

repositório de materiais de referência (conhecimento explícito que pode ser facilmente

acessado e que evita duplicações de esforços), expertise maps (banco de dados com

informações sobre os conhecimentos dos indivíduos, relacionado ao conhecimento tácito) e

por fim Just-in-time knowledge (reduzem a barreira de tempo e distância para acesso ao

conhecimento).

Para Terra (2005) os maiores desafios consistem em mapear o conhecimento (individual)

existente na empresa, estimular a explicitação do conhecimento tático, utilizar os

investimentos em informática e em tecnologia de comunicação para, de fato, aumentar o

conhecimento e não simplesmente manipulá-lo, atrair e gerir os recursos humanos de forma a

estimular a criatividade e o aprendizado e, por fim, o balanceamento entre o trabalho em

equipe e o individual, mesclando também o trabalho multidisciplinar e o especializado.

Terra (2005), interessantemente, pontua sobre a visão sistêmica que se faz necessária para

a Gestão do Conhecimento. Isso significa que existem vários inputs e perspectivas situadas

pelos diferentes indivíduos e o desafio é combinar as diferentes habilidades, conhecimentos e

tecnologias de campos distintos do conhecimento. O capital humano é novamente frisado por

Terra (2005) que o reconhece como a mola propulsora para a geração de conhecimentos e de

valor nas empresas.

Para ele a Gestão do Conhecimento é algo universal e que tem sentido para qualquer tipo

de indústria. De forma análoga, também pode e deve ser aplicado e difundido em todos os

departamentos, não única e exclusivamente nos que têm contato com cliente.

Segundo ele não existe uma fórmula para o desenvolvimento da Gestão do

Conhecimento, porém segundo estudos de caso relatam grandes esforços em conscientização

e comunicação atrelados à ativa participação pessoal da alta administração. Mas isto não

15

basta, mudanças de processos, estruturas, sistemas de informação e de incentivo pessoal e

coletivo devem ser realizados e merecem total apoio.

Outra visão sobre os sistemas de informação é colocada por Garvin (1992), segundo ele

no modelo japonês para a Qualidade a ênfase nas informações era suportada por um grande

sistema de geração, coleta e registro de dados. É afirmado que os dados de falhas possuíam

maior detalhamento e que os técnicos arquivavam registros de todas as falhas. Afirma ainda,

que os gerentes japoneses tinham informações muito mais precisas sobre qualidade que os

gerentes norte-americanos, fator de diferenciação.

Segundo Garvin (1992) não era raro os japoneses identificarem as diversas maneiras que

um determinado produto falhou num determinado modelo de aplicação, e com detalhado nível

de informações. Em compensação, os Estados Unidos possuíam dados altamente agregados e

restringidos a um determinado período, além de poucas informações específicas. Com relação

ao tempo Garvin (1992) afirma que as análises estatísticas levavam de um mês a um ano para

que fossem trazidas do campo até a fábrica, já no Japão estas mesmas análises levavam de

uma semana a um mês. Grande parte desta diferença está ligada à utilização de bases de

dados, porém é necessário que faça parte da cultura industrial.

No que se refere a utilização dos dados, Garvin (1992) afirma que os dados eram

trabalhados mais efetivamente nas indústrias japonesas do que pelas americanas, fato

dedicado à interação entre os departamentos. Enquanto as indústrias americanas julgavam que

o ganho com a interação entre seus departamentos era próximo a nulo, as japonesas,

contrariamente, obtinham resultados bastante positivos.

Com relação à priorização de recursos, Garvin (1992) ressalta um fator importante, os

japoneses classificavam as informações recebidas entre informações de rotina e informações

emergenciais, com isto esforços especiais podiam ser despendidos em assunto que exigiam

maior atenção, a fim de evitar maiores problemas no futuro.

Segundo Chopra (2003) a informação na cadeia de suprimento por vezes é ignorada por

não ser palpável, entretanto a mesma afeta profundamente todas as etapas da cadeia de

suprimento, isto porque ela serve como conexão entre as diferentes atividades da cadeia,

16

fazendo com que ações sejam coordenadas e colocadas em prática visando a maximização da

lucratividade da cadeia. Além de atuar diretamente nas atividades diárias.

Para ele a informação é um fator-chave na cadeia de suprimento, e sua importância

cresceu à medida que as empresas precisaram tornar-se mais eficientes e responsivas. Seu

crescimento vertiginoso justifica sua importância dentro das organizações. Chopra (2003)

afirma que é importante saber escolher qual informação é mais valiosa para a redução de

custos e melhoria das respostas dentro da cadeia de suprimento. Um cliente que tem

investimento maior na empresa, conseqüentemente demandará maior atenção e detalhamento

da informação.

17

4 DESENVOLVIMENTO

4.1 Proposta

Conforme citado no capítulo “Metodologia” algumas entrevistas foram realizadas, em

caráter informal, com os funcionários do departamento visando compreender suas

necessidades operacionais, em seguida o mesmo foi realizado junto aos supervisores. Por

mais que as entrevistas tenham sido realizadas em caráter informal, foi elaborado um

questionário padrão, abaixo na Fig. 3, onde o questionamento básico era apresentado e

durante as entrevistas o entrevistador o colocava adequando-o ao entrevistado, ou seja, a

adaptação do questionamento ao entrevistado foi essencial para obtenção das informações

seguintes.

Figura 3 – Questionário Padrão para Levantamento das Necessidades

Fonte: O autor

18

Segue abaixo as necessidades levantadas para cada tópico dos objetivos, cabe ressaltar

que as necessidades não foram necessariamente citadas por todos, ao menos uma citação

ocorreu:

4.2 Aumento na eficiência de fechamento de Alertas de Qualidade

Nome do Fornecedor;

Número do Alerta;

Número da Peça;

Descrição da Falha;

Status (Em Andamento, Encerrado, Cancelado);

Embarque Controlado Nível 1 Implementado – CSL1 (Sim/Não);

Embarque Controlado Nível 2 Implementado – CSL2 (Sim/Não/NA);

Peça Boa e Ruim Enviadas (Sim/Não);

Retirada Status Qualidade Assegurada - AQP (Sim/Não).

A necessidade gerencial está na visualização dos Alertas abertos e pendentes, bem como

se as atividades de rotina foram executadas ou não, além da visualização do fechamento das

fases do Alerta, desta forma o gestor poderá direcionar os recursos para aumentar a eficiência

de fechamento de Alertas. Como auxílio cores serão utilizadas na identificação de tarefas

concluídas e pendentes. O Apêndice 1 representa uma proposta de saída deste tópico.

19

4.3 Visualização anual dos indicadores dos fornecedores, incluindo gráficos de

acompanhamento

Nome do Fornecedor;

Mês de Referência;

Incidentes de Qualidade C1;

Incidentes de Qualidade C1 Reoc;

Incidentes de Qualidade C3m;

Incidentes de Qualidade Acum.;

Incidentes de Logística L1;

Incidentes de Logística L1 Reoc;

Incidentes de Logística L3m;

Incidentes de Logística Acum.;

PPM 3M;

DPM;

Custo;

% Itens AQP.

A necessidade gerencial está na visualização do desempenho dos fornecedores. Neste

caso os parâmetros de avaliação são padronizados pelo Grupo Valeo, não sendo possível

alterá-los. Gráficos serão gerados para que seja possível analisar a tendência de cada

fornecedor e, então, definir ações para melhoria. O Apêndice 2 representa uma proposta de

saída deste tópico.

4.4 Visualização do status de atendimento dos requisitos Valeo para fornecedores

Nome do Fornecedor;

Auditoria de Processo (Realização/Data/Resultado/Validade);

Estudos de Capabilidade Enviados (Sim/Não);

Self-Assessment CQI Enviado (Sim/Não/NA);

CAE Implementado (Sim/Não/NA);

Certificação ISO (Certificada/Norma/Validade).

20

A necessidade gerencial está na visualização dos requisitos Valeo que são atendidos ou

não pelos fornecedores, de forma a programar os recursos para realização de visitas para

regularização ou para abertura de desvios. O Apêndice 3 representa uma proposta de saída

deste tópico.

4.5 Visualização da evolução das seleções de componentes de lotes suspeitos

Nome do Fornecedor;

Alerta;

Descrição da Falha;

Data e Turno;

Número do Lote (ASN);

Quantidade Selecionada;

Quantidade Peças Boas;

Quantidade Peças Ruins;

PPM.

A necessidade gerencial está na visualização da evolução das seleções com o objetivo de

evidenciar se as ações de contenção / correção implementadas no fornecedor foram eficazes

ou não, servindo como base para o fechamento de um Alerta ou para implementação de

Embarque Controlado Nível 2, por exemplo. Outra necessidade refere-se ao conhecimento do

número de peças selecionadas por turno, de forma a compreender se algum turno está

selecionando ou reprovando mais peças que os outros e demandar o por quê desta diferença,

que poder ser, inclusive, diferença de padrões de seleção (falha grave). Gráficos serão

elaborados para demonstrar esta evolução. O Apêndice 4 representa uma proposta de saída

deste tópico.

21

4.6 Gestão dos custos de Não-Qualidade para fornecedores (sucata de peças)

Nome do Fornecedor;

Alerta;

Descrição da Falha;

Moeda;

Valor;

Descrição do Custo;

Nota de Débito;

Data da Nota de Débito;

Valor Recuperado do Fornecedor;

Pendente.

A necessidade gerencial está na gestão dos custos, neste caso estas informações serão o

input para o setor de Compras elaborar a Nota de Débito e para o acompanhamento do

pagamento das mesmas, visualizando o valor recuperado versus o valor cobrado. O Apêndice

5 representa uma proposta de saída deste tópico.

22

4.7 Acompanhamento dos PPAPs

Nome do Fornecedor;

Número da Peça;

Descrição da Peça;

AQP Responsável;

Requisito 1 - Registro de Projeto (Sim/Não/NA);

Requisito 2 - Documentos de Engenharia (Sim/Não/NA);

Requisito 3 - Aprovação de Engenharia do Cliente (Sim/Não/NA);

Requisito 4 - FMEA de Projeto (Sim/Não/NA);

Requisito 5 - Diagramas de Fluxo de Processo (Sim/Não/NA);

Requisito 6 - FMEA Processo (Sim/Não/NA);

Requisito 7 - Plano de Controle (Sim/Não/NA);

Requisito 8 - Estudos MSA (Sim/Não/NA);

Requisito 9 - Resultados Dimensionais (Sim/Não/NA);

Requisito 10 - Registros de Resultados de Ensaio Material (Sim/Não/NA);

Requisito 11 - Estudos Iniciais de Processo (Capabilidade) (Sim/Não/NA);

Requisito 12 - Documentação de Laboratório Qualificado (Sim/Não/NA);

Requisito 13 - Relatório de Aprovação de Aparência (RAA) (Sim/Não/NA);

Requisito 14 - Amostra do Produto (Sim/Não/NA);

Requisito 15 - Amostra Padrão (Sim/Não/NA);

Requisito 16 - Auxílios de Verificação (Sim/Não/NA);

Requisito 17 - Registros de Conformidade com Req. Específicos (Sim/Não/NA);

Requisito 18 - Certificados de Submissão de Peça (PSW) (Sim/Não/NA);

Desvio para Aprovação (Sim + Número/Não);

PPAP encerrado (Sim/Não).

A necessidade gerencial está na visualização dos status dos PPAPs dos fornecedores,

quantos estão aprovados, quantos estão pendentes e, nestes casos, quais são as pendências.

Um relatório poderá ser emitido com os PPAPs de cada fornecedor e, então, o gestor poderá

direcionar os recursos para visitas e análises de PPAPs pendentes, bem como solicitar o

auxílio ao departamento de Compras para contato com os fornecedores. O Apêndice 6

representa uma proposta de saída deste tópico.

23

4.8 Gestão das ações pendentes designadas aos fornecedores

Nome do Fornecedor;

Ação;

Responsável Fornecedor;

Data Decisão;

Data Devida;

Data Reprogramada;

Data Conclusão.

A necessidade gerencial está no acompanhamento das ações pendentes nos fornecedores.

Os inputs para este tópico serão originados de diversos responsáveis (Engenheiros, Analistas e

Técnicos de Incidente) e é importante acompanhá-los. Com este controle as ações pendentes

não serão perdidas e serão cobradas. O Apêndice 7 representa uma proposta de saída deste

tópico.

24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista todo o estudo realizado, é possível concluir que existem diversos pontos de

melhoria no sistema atual, fato observado através da exposição das necessidades individuais e

coletivas, e que a proposta elaborada auxiliaria os funcionários no que tange as rotinas diárias,

semanais e mensais.

O esquema abaixo, Fig. 4, retrata a interação da base de dados proposta com os

funcionários e demais departamentos. É importantíssimo ressaltar a função da mesma para

criação do conhecimento, algo tão estimado pelas companhias que buscam sua manutenção e

prosperidade nos dias atuais.

Figura 4 – Esquema de Interação da Base de Dados Proposta

Fonte: O autor

Também com base na observação do esquema acima, pode-se ressaltar a centralização e

distribuição única das informações, tornando as mesmas mais precisas e de rápido acesso.

Temos, então, que além da geração do conhecimento, a base de dados atuará profundamente

na gestão da informação, fator atrelado à competitividade nos dias atuais.

É apresentado, abaixo na Tab. 1, um resumo dos ganhos obtidos com a proposta versus a

condição anterior.

25

Tabela 1 – Resumo representando os ganhos obtidos

Fonte: O autor

É possível observar o substancial ganho obtido com a proposta, e com base nisto, pode-se

afirmar que a monografia atingiu seus objetivos.

5.1 Propostas de Extensão

Com o resultado positivo da monografia, aponta-se como proposta natural a execução e

materialização da base de dados, que seria disponibilizada para a empresa “rodar” um teste

piloto e então realizar os ajustes necessários para sua implementação final.

Pode-se, também, considerar uma extensão desta monografia a realização de análise

similar em outros departamentos da empresa, como os departamentos de Compras e Projetos

que também possuem grande interação e fluxo de informações com outros departamentos da

própria empresa.

Cabe lembrar que nenhum sistema é perfeito, a busca constante por melhorias deve ser

parte da cultura empresarial e deve atuar na retroalimentação da base de dados para a

conquista da melhoria contínua.

26

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- BALLONI, Antonio José (org.). Por que GESITI? Por que gestão em sistemas e

tecnologias de informação?. Campinas: Editora Komedi, 2006.

Capítulo 1: Por que gestão em sistemas e tecnologias de informação?

- CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da cadeia de suprimentos:

estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall, 2003.

Diversos capítulos.

- GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de

Janeiro: Qualitymark, 1992.

Parte I: O Conceito da Qualidade;

Parte III: O Gerenciamento da Qualidade Japonesa.

- OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Sistemas de informações gerenciais:

estratégias, táticas operacionais. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

Capítulo 1: Conceitos Básicos e Aplicações;

Capítulo 2: Metodologia de Desenvolvimento e Implementação do SIG.

- REZENDE, Denis Alcides. Tecnologia da informação aplicada a sistemas de

informação empresariais: o papel estratégico da informação e dos sistemas de informação nas

empresas. 3. ed., rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2003.

Parte I: Empresa e Sistema.

- STAIR, Ralph M.; REYNOLDS, George W. Princípios de Sistemas de Informação. 4.

ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

Capítulo 5: Organizando Dados e Informações.

- TERRA, Jr. José Cláudio C. Gestão do Conhecimento: O grande desafio empresarial!

Acessado em 08 de Maio de 2010, em:

http://www.pucrs.br/uni/poa/feng/civil/professores/giugliani/Gestao_Biblioteca_Terra_Forum

.pdf

27

Apêndice 1 – Proposta de Saída para Acompanhamento dos Alertas

de Qualidade

28

Apêndice 2 – Proposta de Saída para Avaliação dos Indicadores dos

Fornecedores

29

Apêndice 3 – Proposta de Saída para Acompanhamento do Status

dos Requisitos Específicos

30

Apêndice 4 – Proposta de Saída para Acompanhamento da Seleção

de Lotes Suspeitos

31

Apêndice 5 – Proposta de Saída para Acompanhamento dos Custos

de Não-Qualidade

32

Apêndice 6 – Proposta de Saída para Acompanhamento dos PPAPs

33

Apêndice 7 – Proposta de Saída para Acompanhamento das Ações

Pendentes