Modelo de auto-regulação de Modelo de auto-regulação de

LeventhalLeventhal

Os trabalhos de Leventhal inserem-se Os trabalhos de Leventhal inserem-se nos estudos que visam descrever os nos estudos que visam descrever os processos envolvidos na motivação dos processos envolvidos na motivação dos comportamentos de saúde e doença;comportamentos de saúde e doença;

Isto é, compreender os factores Isto é, compreender os factores subjacentes à selecção, início e subjacentes à selecção, início e envolvimento em comportamentos envolvimento em comportamentos saudáveis e de risco.saudáveis e de risco.

Asserções básicas que Asserções básicas que caracterizam o ponto de caracterizam o ponto de

partida do modelopartida do modelo

As pessoas são activas na procura e As pessoas são activas na procura e no processamento de informação no processamento de informação sobre os processos de doença, sobre os processos de doença, criação significações sobre a sua criação significações sobre a sua experiência de saúde;experiência de saúde;

As representações cognitivas que as As representações cognitivas que as pessoas criam sobre a doença têm pessoas criam sobre a doença têm um papel crítico nas emoções e na um papel crítico nas emoções e na orientação do comportamento de orientação do comportamento de confronto.confronto.

Três dimensões paralelas e/ou Três dimensões paralelas e/ou

sequenciaissequenciais

(1)(1) Representação subjectiva da Representação subjectiva da potencial ameaça ao estado de saúde potencial ameaça ao estado de saúde e da expressão emocional e da expressão emocional concomitante;concomitante;

(2)(2) Desenvolvimento e excussão de Desenvolvimento e excussão de processos de confronto;processos de confronto;

(3)(3) Avaliação da consequências de Avaliação da consequências de confronto, a qual pode conduzir a uma confronto, a qual pode conduzir a uma reavaliação de todo o processo.reavaliação de todo o processo.

Seis componentes incluídos na Seis componentes incluídos na representação subjectiva de representação subjectiva de doençadoença

Identificação de sintomas concretosIdentificação de sintomas concretos Atribuição de um rótulo às alterações Atribuição de um rótulo às alterações

percebidaspercebidas Crenças ou ideias sobre as Crenças ou ideias sobre as

consequências a longo prazo do consequências a longo prazo do problema de saúde problema de saúde

Curso temporal do problema de saúdeCurso temporal do problema de saúde Atribuição sobre a causa do problemaAtribuição sobre a causa do problema Meios pelos quais se pode encontrar uma Meios pelos quais se pode encontrar uma

cura.cura.

Modelo de BishopModelo de Bishop

Como é que as pessoas Como é que as pessoas constroem os rótulos da doença?constroem os rótulos da doença?

As pessoas constroem nosologias As pessoas constroem nosologias mais ou menos independentes mais ou menos independentes das dos médicos.das dos médicos.

Essas nosologias constituem Essas nosologias constituem representações idealizadas, representações idealizadas, designadas por, designadas por, Protótipos de Protótipos de DoençaDoença;;

Estes referem-se a padrões ou Estes referem-se a padrões ou critérios de base, a partir dos quais as critérios de base, a partir dos quais as pessoas comparam e avaliam os pessoas comparam e avaliam os sintomas percebidos no sentido de os sintomas percebidos no sentido de os integrar num diagnóstico pessoal;integrar num diagnóstico pessoal;

Quando as pessoas percebem Quando as pessoas percebem sintomas físicos interpretam-nos a sintomas físicos interpretam-nos a partir de protótipos preexistentes na partir de protótipos preexistentes na sua memória;sua memória;

Isto é, os sintomas percebidos vão Isto é, os sintomas percebidos vão ser associados à doença cujos ser associados à doença cujos sintomassintomas protótipo protótipo mais se mais se assemelham aos percebidos;assemelham aos percebidos;

Esta actividade cognitiva, Esta actividade cognitiva, comparativa e categorizadora, comparativa e categorizadora, determina, pois, o entendimento determina, pois, o entendimento que a pessoa faz da sua doença e que a pessoa faz da sua doença e dos seus sintomas, e influencia a dos seus sintomas, e influencia a atitude e comportamento atitude e comportamento subsequentes;subsequentes;

Ex. Protótipo para caracterizar infecção Ex. Protótipo para caracterizar infecção na gargantana garganta

Sintomas: Garganta doridaSintomas: Garganta dorida

Dificuldades a engolirDificuldades a engolir

Se os sintomas percebidos pelas Se os sintomas percebidos pelas pessoas forem estes, então serão pessoas forem estes, então serão rapidamente classificados neste rapidamente classificados neste protótipo protótipo

Neste caso todos os sintomas Neste caso todos os sintomas percepcionados foram incluídos e estão percepcionados foram incluídos e estão consonantes com o protótipo consonantes com o protótipo preexistente;preexistente;

Trata-se de um Trata-se de um alto protótipo;alto protótipo; Mas se paralelamente a estes dois

sintomas, a pessoa sentir outros (ex. dor no peito/ardor nos olhos), o que não faz parte do protótipo preexistente ;

Temos dois sintomas que estão Temos dois sintomas que estão incluídos no protótipo e dois que incluídos no protótipo e dois que nãonão

Trata-se neste caso de um Trata-se neste caso de um baixobaixo protótipoprotótipo

Numa situação de alto protótipo as pessoas mostram maior confiança na sua identificação da doença

As pessoas relembram um maior As pessoas relembram um maior nº de sintomas quando todos os nº de sintomas quando todos os sintomas percebidos forem sintomas percebidos forem encaixados num determinado encaixados num determinado protótipo, do que quando existem protótipo, do que quando existem alguns sintomas, de entre todos, alguns sintomas, de entre todos, que não se encaixaram no que não se encaixaram no protótipoprotótipo

Neste último caso as pessoas Neste último caso as pessoas tendem a lembrar-se de uma tendem a lembrar-se de uma maior percentagem de sintomas maior percentagem de sintomas consistentes com o protótipo, do consistentes com o protótipo, do que de sintomas que não se que de sintomas que não se relacionam com o protótiporelacionam com o protótipo

Assim, a verbalização e descrição dos Assim, a verbalização e descrição dos sintomas pode ser mais ou menos sintomas pode ser mais ou menos enviesada pela pessoa, dando mais enviesada pela pessoa, dando mais atenção e importância a uns do que a atenção e importância a uns do que a outros. Podem mesmo ignorar alguns outros. Podem mesmo ignorar alguns sintomas;sintomas;

Esta situação tem implicações evidentes Esta situação tem implicações evidentes no processo de entrevista clínica. A no processo de entrevista clínica. A pessoa pode não verbalizar sintomas pessoa pode não verbalizar sintomas importantes, simplesmente porque ao não importantes, simplesmente porque ao não encaixarem no protótipo foram ignorados.encaixarem no protótipo foram ignorados.

Bishop também estudou a forma como Bishop também estudou a forma como as representações de diferentes as representações de diferentes doenças se relacionam uma com as doenças se relacionam uma com as outras, isto é, a forma como as pessoas outras, isto é, a forma como as pessoas percebem as relações entre as doenças;percebem as relações entre as doenças;

As suas investigações sugerem que As suas investigações sugerem que esse relacionamento é feito de acordo esse relacionamento é feito de acordo com dois critérios básicos:com dois critérios básicos:

Relação entre as doenças:Relação entre as doenças:

Grau de contágio;Grau de contágio;Perigo para a vida;Perigo para a vida;

Da sua combinação surgem Da sua combinação surgem quatro categorias de quatro categorias de caracterização prototípica:caracterização prototípica:

1.1. Doenças contagiantes e com Doenças contagiantes e com perigo de vidaperigo de vida

2.2. Doença contagiantes e sem Doença contagiantes e sem perigo de vidaperigo de vida

3.3. Doenças não contagiantes e Doenças não contagiantes e com perigo de vidacom perigo de vida

4.4. Doenças não contagiantes e Doenças não contagiantes e sem perigo de vida.sem perigo de vida.

A existência e a utilização destas A existência e a utilização destas categorias pelas pessoas para organizar categorias pelas pessoas para organizar a informação sobre as doenças, tem a informação sobre as doenças, tem implicações importantes na forma como implicações importantes na forma como vai reagir à doença. Com efeito, ao vai reagir à doença. Com efeito, ao encaixar certas doenças que conhece encaixar certas doenças que conhece mal, numa determinada categoria de mal, numa determinada categoria de doença, a pessoa está a criar uma doença, a pessoa está a criar uma espécie de “valores por defeito”.espécie de “valores por defeito”.

A inclusão de determinada A inclusão de determinada doença num determinado doença num determinado protótipo também poderá ajudar protótipo também poderá ajudar a explicar a razão porque muitas a explicar a razão porque muitas pessoas adiam a procura de ajuda pessoas adiam a procura de ajuda ou tratamento.ou tratamento.