mobilidade elÉctrica ctt mais luz e menos frota verde … · mais luz e menos custos para ......
TRANSCRIPT
Tiragem: 12114
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: IV
Cores: Cor
Área: 25,70 x 32,00 cm²
Corte: 1 de 3ID: 62125189 03-12-2015 | Iniciativas
NEGÓCIOS !NI( IATIVA') Gestão eficiente de energia no sector público
Ricardo Almeida
Manuel da Silva Costa dirige o departamento de Gestão da Via Pública da Câmara do Porto.
ILUMINAÇÃO PÚBLICA CÂMARA DO PORTO
Mais luz e menos custos para estacionar
A autarquia portuense está a poupar cerca de mil euros por mês desde que baixou a potência e substituiu as lâmpadas no parque da Trindade, estimando que em dois anos o investimento estará pago.
Luis Paulo integra a direcção de Sustentabilidade e Ambiente dos CTT.
MOBILIDADE ELÉCTRICA CTT
Frota verde vale 10% nos Correios
Os CTT estudaram os circuitos e viram que 93% das viaturas não fazem mais de 80 km por dia. A frota eléctrica é "aposta de negócio, ambiental e social".
parque de estaciona-mento da Trindade é um edifício municipal de dez
pisos, em que apenas dois recebem directamente luz solar e os restan-tes precisam de ter a iluminação em funcionamento durante 24 ho-ras. Face aos "consumos bastante elevados" que enfrentava mensal-mente, a Câmara Municipal do Porto decidiu substituir todas as lu-minárias por tecnologia LED.
A par disso, reduziu a potência de cada luminária de 58 para 25 watts, ou seja, acima de 50%, fazen-do com que o consumo energético anual, que andava na ordem dos 278 quilowatts, baixasse para valo-res próximos de 107 quilowatts só em termos de iluminação - fora os elevadores, a bombagem, as insta-lações sanitárias e outros equipa-
mentos. Manuel da Silva Costa explicou
que antes da intervenção neste edi-fício que tem perto de duas déca-das, muitas das luminárias já esta-vam a precisar de manutenção e, como forma de poupar, em deter-minadas zonas lo parque, em vez de duas, já só tinham uma ligada. "Agora estamos a funcionar a 100% e os utilizadores estão mais satis-feitos porque têm mais luz e segu-rança. Poupamos bastante e ainda melhoramos a qualidade [do servi-ço]", resumiu.
O director de departamento da autarquia portuense, que há pou-
LUMINÁRIAS LED Em 2014, a Câmara do Porto substituiu toda a iluminação do parque por luminárias LED.
cas semanas começou a colocar também dez mil luminárias LED na via pública, fez as contas às pou-panças. Os consumos neste parque, que no ano passado andavam na or-dem dos 2.800 euros por mês - e não estava toda a iluminação a fun-cionar -, estão neste momento a oscilar entre os 1.600 a 1.700 euros. Ou seja, o executivo liderado por Rui Moreira está este ano a poupar directamente cerca de mil euros to-dos os meses.
O projecto do parque de esta-cionamento da Trindade, localiza-do em plena Baixa da cidade Invic-ta, representou um investimento total de 60 mil euros, com uma comparticipação de 53% por parte do Programa de Promoção da Efi-ciência no Consumo (PPEC), um programa de apoio aos consumido-res de electricidade gerido pela En-tidade Reguladora dos Serviços Energéticos. Ora, incluindo o fi-nanciamento do PPEC, Silva Cos-ta calculou que "o `payback' [retor-no do investimento] vai chegarem dois anos, não mais". ■
Há vinte anos, os CTT foram a pri-meira empresa portuguesa a testar viaturas eléctricas em regime de utilização comercial corrente. Hoje tem à volta de 350 viaturas eléctri-cas na sua frota, 10% do total. "E não chegámos aqui por moda ou por ser o referencial do momento. Chegámos após experimentação exaustiva, após falhanços e suces-sos, e convictamente sempre a su-portarmo-nos em avaliações eco-nómicas. Nesta empresa, actual-mente privada, qualquer decisão de investimento tem de ser suporta-da num caso de negócio", reclamou Luís Paulo, da direcção de Susten-tabilidade e Ambiente dos CTT.
Na frota eléctrica, os automó-veis são uma minoria. A maior par-te das viaturas são bicicletas, "scoo-ters", tróleis, triciclos e quadrici-dos e até tem um camião eléctrico em testes. Toda a frota é operacio-nal, para o chamado "last mille", e tem uma distribuição muito dis-persa a nível nacional: em média, há uma viatura destas em cada cen-tro de distribuição. Nas suas insta-
lações já tem potências contrata-das em torno dos 20 a 30 quilowatts hora, em alguns casos tiveram de renegociar as potências, mas o res-ponsável assegurou que "não hou-ve um grande investimento".
"Há uma particularidade curio-sa: não temos necessidade de pon-tos de carregamento rápido porque as viaturas circulam de dia e são carregadas à noite. Tipicamente, o carregamento em oito horas que se faz durante a noite para nós é sufi-ciente. E com tarifas mais vantajo-sas", descreveu Luís Paulo, alertan-do que é essencial olhar de forma descomprometida para este tema.
FROTA ELÉCTRICA Uma em cada dez viaturas são eléctricas, num total de 308, com destaque para bicicleta.
ANTÓNIO LARGUESA [email protected]
Tiragem: 12114
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: V
Cores: Cor
Área: 25,70 x 32,00 cm²
Corte: 2 de 3ID: 62125189 03-12-2015 | Iniciativas
Ricardo Almeida
Fernando Santos, da EDP Imobiliária, relatou os desafios da instalação dos painéis na nova sede da empresa.
SOLAR AUTO-CONSUMO EDP IMOBILIÁRIA
EDP "esconde" painéis no Cais do Sodré
A nova sede da empresa obrigou a construir 353 fotovoltaicos de dimensões específicas para colocar entre as lâminas da cobertura. Por ser um edifício de escritórios, o "payback" será mais lento.
Ricardo Almeida
Não imaginar que as viaturas eléctricas dão resposta a tudo nem embarcar na ideia de que as autonomias de 150 quilómetros não dão para ir a lado nenhum.
O método dos CTT foi seg-mentar a frota, ver os regimes de utilização de cada tipologia de frota e tentar compaginar isso com um dado de partida, que é a autonomia das viaturas. E con-cluiu que, para "uma parcela si-gnificativa" da sua frota global de 3.300 viaturas, as autonomias dos veículos eléctricos davam a res-posta adequada: 93% das viaturas diariamente não fazem mais de 80 quilómetros.
"Não vamos ter 93% da frota eléctrica, mas podemos ter 20% ou 25%. Vamos continuar a in-vestir na electrificação da frota, por razões de negócio mas tam-bém de impacto ambiental e so-cial. É algo que vamos continuar a seguir com atenção. (...) Defini-tivamente é uma aposta de futu-ro, mas faremos isto de forma ponderada", rematou o gestor.le
Localizada na avenida 24 de Julho, junto ao Cais do Sodré, em Lisboa, a nova sede da EDP foi um grande desafio arquitectónico para o ate-liê de Manuel Aires Mateus, mas também para quem fez o dimen-sionamento e o cálculo dos 353 painéis fotovoltaicos que foram instalados no edificio. "Pretendia-se que não fossem visíveis e tive-ram de ser painéis de dimensões específicas, colocados entre as lâ-minas da cobertura. Era também uma das imposições camarárias, que do miradouro de Santa Cata-rina não fosse muito impactante", descreveu Fernando Santos.
De todas estas condicionantes resultou um parque "relativamen-te pequeno", de 85 quilowatts de potência, em que os painéis não são tão eficientes quanto pode-riam ser porque têm apenas 5% de inclinação, ou seja, são pratica-mente horizontais.
O responsável da EDP Imobi-liária insistiu que "o interessante foi tentar enquadrar neste projec-to [com 46 mil metros quadrados]
os painéis, que normalmente são inestéticos e causam ruído em toda a envolvente". E, sempre que não é possível "esquecer que são equipamentos que ficam mal e que os arquitectos não gostam muito de ver nas coberturas", Fernando Santos aconselha que se faça sem-pre "um estudo cuidadoso" porque "podem ser bem integrados e do exterior não serem visíveis".
A nova sede da EDP custou 57 milhões de euros e foi projectada para acolher 750 funcionários que antes estavam dispersos por vários escritórios. Entre eles o emblemá-tico edifício do Marquês de Pom-
5 KW DE POTÊNCIA Na nova sede da EDP foram colocados 353 painéis, com potência instalada de 85kW.
bal, que acabou vendido aos ame-ricanos da Global Asset Capital por 55 milhões de euros.
Com uma produção esperada de 110 megawatts hora por ano, o sistema de autoconsumo da nova sede é "bastante limitado" e ape-nas "uma pequena fatia" da políti-ca sustentável. Tal como na res-tante nova geração de edificios do grupo, no Porto ou Bilbau, está ali-nhado com a utilização de águas pluviais, regas e instalações sani-tárias, instalação de sistemas de iluminação LED e racionalização em todos os sistemas.
Ao contrário do consumo do-méstico, nos edifícios de escritó-rios os painéis são usados nas ho-ras de facturação mais caras e têm de ser estudados olhando para o retorno. "Nestes painéis, pelas ra-zões já indicadas, não é o ideal. Numa solução tradicional o `payback' é na ordem dos sete anos e estes serão aos 10,5 ou 11 anos. Mas é sempre interessante, tendo em conta que a vida destes painéis ronda os 25 anos", garantiu. ■
EFICIÊNCIA
Saiba como gerir melhor a energia
Actuar também do lado da quali-
dade, e não apenas do preço, per-
mite poupanças mais duradouras
pelo aumento da eficiência opera-
cional. António Coutinho, da EDP
Comercial, deixou algumas dicas.
ILUMINAÇÃO PÚBLICA Além da substituição das luminá-
rias por tecnologia LED, há outros
pequenos investimentos que per-
mitem ganhos de poupança signifi-cativos na área da iluminação pú-blica, como fazer o "downgrade" de potência de 150 para 100 watts; ga-
rantir que a iluminação só entra quando de facto anoiteceu; ligar as luzes meia hora mais tarde e apa-
gá-las meia hora mais cedo poupa
10% na factura; limpar as luminá-
rias para um aumento da rendibili-
dade luminosa; ou substituir os ba-
lastros ferromagnéticos - que qua-se absorvem 20% do consumo de energia - por balastros electróni-cos.
ENERGIA SOLAR EM AUTO-CONSUMO No inicio de 2015 saiu uma legisla-
ção que prevê que quando se pro-
duz mais energia solar do que aque-
la que é consumida num dado mo-
mento, ela é injectada na rede a
90% do preço grossista. Mas há re-comendações para análise desta
oportunidade: dimensionar bem a solução, minimizando a injecção da rede; escolher equipamentos com boa performance energética; vali-dar os níveis de produção previstos
para cada um dos locais; avaliar os
investimentos pela sua rentabilida-
de e não pelo preço.
MOBILIDADE ELÉCTRICA Grande parte da opção pela mobi-lidade eléctrica ainda resulta de in-
centivos fiscais no 15V, IUC, IVA e
IRC, mas conjugando com a redu-
ção de custos com combustível e a manutenção, a opção por um carro eléctrico em vez de um a diesel tra-duz-se actualmente numa poupan-
ça de quase 23%, estima Coutinho. No entanto, as entidades públicas
devem avaliar se têm uma forma de
funcionamento circular e um local
de parqueamento à noite.
Tiragem: 12114
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: I
Cores: Cor
Área: 13,35 x 1,99 cm²
Corte: 3 de 3ID: 62125189 03-12-2015 | Iniciativas
Casos de estudo Os exemplos do Porto, CTT e EDP Imobiliária