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Ano XIII | 232 | Outubro 2014 ISSN 2178-5781 Missão Nos EUA, Faeg conhece tecnologias para milho e soja A força da agropecuária nas urnas José Mário Schreiner ultrapassa os 71 mil votos na corrida à Câmara Federal Controle dos custos: maior desafio da próxima safra Produtor também terá que buscar bom preço

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Ano XIII | 232 | Outubro 2014

ISSN

217

8-57

81

Missão Nos EUA, Faeg conhece tecnologias para milho e soja

A força da agropecuária nas urnas José Mário Schreiner ultrapassa os 71 mil votos na corrida à Câmara Federal

Controle dos custos: maior desafio da próxima safra

Produtor também terá que buscar bom preço

Informações:

[email protected] [email protected]

(62) 3096-2244/2245(62) 9611-7791

Tranquilidade

não tem preço!

Gecom

/Faeg

PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG com

distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos assina-

dos são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo da Costa.

Editora: Denise N. Oliveira (331/TO)

Reportagem: Catherine Moraes, Michelle Rabelo e

Luiz Fernando Rodrigues (estagiário)

Fotografia: Larissa Melo e Fredox Carvalho

Revisão: Denise N.Oliveira

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfica Amazonas Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2123

[email protected]

DIRETORIA FAEGPresidente: Leonardo Ribeiro

Vice-presidente: Antônio Flávio Camilo de Lima.

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira, Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo, Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta

Filho, Henrique Marques de Almeida.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: Leonardo Ribeiro

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva, Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander, Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa

FAEG - SENARRua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222Site: www.sistemafaeg.com.br

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Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue: (62) 3096-2114 – (62) 3096-2226.

Laris

sa M

eloLeonardo RibeiroPresidente do Sistema FAEG

É missão da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás representar o produtor rural zelando pelos seus interesses contribuindo assim para o desen-volvimento econômico, social e ambiental da sociedade. E com essa determi-nação foi que a Faeg acreditou na candidatura no nosso presidente (licenciado) José Mário Schreiner à Câmara Federal como legítimo representante do produ-tor e trabalhador rural goiano. Os mais de 71 mil votos conquistados em 99% dos municípios de Goiás é a prova inequívoca de que estamos no caminho certo. Com determinação, compromisso e responsabilidade, o trabalho que José Mário vem fazendo à frente do Sistema FAEG tem feito diferença para as famílias do campo em nosso Estado. É necessário que se levantem homens e mulheres com visão estratégica de futuro e que a partir de projetos e programas possam contribuir para o desenvolvimento sustentável e a qualidade de vida de homem do campo.

Nessa edição você poderá conhecer um pouco desse trabalho. Participa-mos também de sabatinas aos candidatos ao governo de Goiás e apontamos as principais demandas do setor rural na expectativa de uma real reflexão e construção de um plano de governo que tenha ações para esse setor que muito contribui para o desenvolvimento de nosso Estado.

Também terá a oportunidade de ver que o cenário para a próxima safra de soja e milho é de desafio. Apesar da produtividade e clima serem favoráveis, o custo da produção está elevado e o mercado internacional assinala para uma pressão negativa dos preços. Porém temos investido no setor, exemplo da parti-cipação da Faeg em uma viagem técnica internacional aos E.U.A para conhecer as novas tecnologias e debater sobre agroquímicos.

E, por último, quero deixar aqui meu abraço. À frente da Federação nes-ses quatro meses de licença do nosso presidente, tive a oportunidade de conhecer mais profundamente as questões de nosso setor e buscar, junto de meus pares, alternativas para produzir melhor e com qualidade de vida a todos os trabalhadores do campo goiano. E continuaremos esse trabalho. Boa leitura.

Juntos somos fortes

Caso de Sucesso

PAINEL CENTRALO

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Laris

sa M

elo

A força da agropecuária nas urnas Candidato pela 1º vez, José Mário Schreiner, ultrapassa os 71 mil votos e se destaca na

corrida à Câmara Federal. Ronaldo Caiado e Kátia Abreu garantem vagas no Senado

14

Prosa Reeleita senadora pelo estado do Tocantins, Kátia Abreu fala sobre seus feitos à frente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) e da Federação da Agricultura do Tocantins (Faet) e dos planos para os próximos quatro anos

8

34Na produção de doces caseiros Marilene, que mora no município de Castelândia, enxergou uma alternativa para complementar a renda da família

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4 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

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Faeg

Silagem Interconf discute falta de qualidade do alimento dado aos animais

28

Produtor rural de Morrinhos, Marcos Antônio Oliveira, se mostra preocupado com o custo de produção que pode acarretar em uma pressão negativa de preçosFoto: Larissa Melo

Ano XIII | 232 | Outubro 2014

ISSN

217

8-57

81

Missão Nos EUA, Faeg conhece tecnologias para milho e soja

A força da agropecuária nas urnas José Mário Schreiner ultrapassa os 71 mil votos na corrida à Câmara Federal

Controle dos custos: maior desafio da próxima safra

Produtor também terá que buscar bom preço

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

Novas tecnologias para produção de soja e milho são apresentadas em viagem técnica

Faeg nos Estados Unidos 30

Divu

lgaç

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groS

cien

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18Benefício que aquece a economia Com empenho da Faeg, produtores conseguem manutenção na redução do ICMS para semente de capim

22Perspectivas inéditas de produtividade De olho em Chicago, produtores apontam controle dos custos como principal desafio para safra de grãos

Laris

sa M

elo

Outubro / 2014 CAMPO | 5www.senargo.org.br

AGENDA RURAL

28 a 30 de outubro 6 a 9 de outubro

Horário: 8h às 21h

Local: Hotel Bourbon Cataratas, Foz do Iguaçu/Paraná

Informações: (11) 3078-9001

Pork Expo e VII Congresso Internacional da Suinocultura Local: Hotel Mabu Thermas e Resort, Foz do Iguaçu/Paraná

Horário: 8h30 às 20 horas Informações: (19) 3305-2295

VII Workshp de Laticínios 2014Local: Universidade Federal de Viçosa

Horário: 8h às 18hInformações: (31) 3899–3372

Fábi

o Sa

laza

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21º Congresso Internacional do Trigo

19 a 21 de outubro

6 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

FIQUE SABENDO

Governo lança programa para evitar furto e roubo de cargas

Com o objetivo de coibir crimes de

roubo e furto de cargas no Estado de

Goiás, foi realizado na tarde do último

dia 19 de setembro, a assinatura do de-

creto do Programa de Prevenção, Fis-

calização e Repressão ao Furto e Rou-

bo de Veículos e Cargas (Pró-Cargas).

Bartolomeu Braz, vice-presidente ins-

titucional da Federação da Agricultu-

ra e Pecuária de Goiás (Faeg), repre-

sentou a entidade.

O secretário Joaquim Mesquita

afirmou que o programa pretende arti-

cular, integrar e coordenar ações entre

o setor empresarial privado e as Polícias

Rodoviárias Federal e Estadual, a Civil

e a Militar. “Nossos dados estatísticos

apontam para a ocorrência de crimes,

sobretudo em rodovias federais, como

a BR-153 e a BR-060, pois são os gran-

des eixos por onde transitam os trans-

portes de cargas que entram ou que

saem de Goiás”, explicou o secretário.

Bartolomeu Braz Pereira, analisou

a importância do programa em Goiás

pelo fato do estado ser um corredor de

produtos para outras unidades federa-

tivas. “O que nos interessa realmente

é o acompanhamento dessas cargas

para os produtores rurais porque hoje

ele necessita de material de alto valor

agregado”, finalizou.

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Laris

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elo

Criado em uma parceria da Em-

presa Brasileira de Pesquisa Agrope-

cuária (Embrapa) com a Universida-

de Estadual de Campinas (Unicamp),

o livro “O mundo rural no Brasil do

século 21” fala sobre uma ampla

radiografia do rural brasileiro hoje,

com múltiplos enfoques, informa-

ções e análises rigorosas, escritas por

alguns dos maiores especialistas do

Brasil. Seu conteúdo é dividido em

1.182 páginas sendo 37 capítulos de

autoria de 51 cientistas. Os autores

são Eliseu Alves e Zander Navarro

(ambos da Embrapa) e Antônio Már-

cio Buainain e José Maria da Silveira

(ambos da Unicamp).

O livro será vendido apenas na li-

vraria da Embrapa Informação Tecno-

lógica, em Brasília, Distrito Federal.

Transformações no mundo rural brasileiro

PESQUISA

REGISTRO

Minhocas aumentam produtividade agrícolaEstudo publicado na Scientific Reports, única publi-

cação de acesso livre do Nature Publishing Group, revela que a presença das minhocas no solo aumenta a produ-tividade agrícola. De acordo com a pesquisa, a presen-ça das minhocas aumentou a produtividade de grãos em 25% e a biomassa aérea de plantas, em especial as uti-lizadas em pastagens, em 23%. A biomassa das raízes também aumentou em 20%.

Outra conclusão tirada com a pesquisa é que as minhocas não afetaram o teor de nitrogênio das plan-tas. Isso significa que a qualidade não foi afetada.

Para chegar a esse resultado, os pesquisadores reu-niram artigos sobre o assunto publicados em revistas indexadas: no total foram 58 – o mais antigo é de 1910. Todos os ensaios mediram o efeito das minho-cas na produtividade agrícola e a biomassa vegetal. Em seguida, foi realizada uma meta-análise dos da-dos, técnica estatística usada para avaliar e buscar padrões em grandes volumes de dados.

O efeito positivo das minhocas foi maior quando estavam presentes no solo maiores quantidades de re-síduos das culturas.

Shutt

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Outubro / 2014 CAMPO | 7www.senargo.org.br

Kátia Abreué produtora rural, senadora

da República e presidente da

Confederação da Agricultura

e Pecuária do Brasil (CNA)

PROSA RURAL

Orla

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Brito

Representante do setor rural, com muito orgulho Catherine Moraes | [email protected]

Michelle Rabelo | [email protected]

8 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Revista Campo: Primeira mu-

lher a assumir a Confederação Na-

cional da Agricultura e Pecuária do

Brasil, a senadora conquistou o res-

peito do setor. Como foi o caminho

até assumir a CNA?

Kátia Abreu: Foi um longo cami-

nho que costumo chamar de missão,

e que começou assumindo o desafio

de ser a primeira mulher a presidir o

Sindicato Rural de Gurupi, terceira

maior cidade do Tocantins. Com uma

experiência na área, um maior enten-

dimento das dificuldades do setor

e com o apoio do seguimento no

Estado, fui eleita, em 1995, presi-

dente da Federação da Agricultura e

Pecuária do Tocantins, também sen-

do a primeira mulher a ocupar este

posto no Brasil.

Com um trabalho realizado no To-

cantins, e fazendo parte da Bancada

Ruralista no Senado Federal, fui eleita

para a vice-presidência da Confede-

ração da Agricultura e Pecuária do

Brasil (CNA), a mais importante e

representativa do setor produtivo

rural do país. Em 2008 fui eleita

presidente da CNA, entidade que di-

rijo até os dias atuais.

Temos o orgulho de representar-

mos um setor que responde por 24%

do Produto Interno Bruto (PIB), em-

prega 37% da força de trabalho e gera

36% das nossas exportações.

Revista Campo: Na política a

senhora já foi deputada, senadora e

agora tentou um novo mandato. O que

Kátia Abreu ainda deseja alcançar?

Kátia Abreu: Desde que iniciei

a vida pública, tenho pautado minha

atuação política com base no respeito

às leis, às instituições democráticas e,

principalmente, ao cidadão. É com o

pensamento voltado àqueles que tra-

balham e produzem as riquezas deste

país e com as famílias do nosso To-

cantins, que busco exercer o manda-

to de senadora da República, ao qual

fui reconduzida, generosamente, pelo

povo do meu Estado, em respeito ao

nosso trabalho desenvolvido ao longo

de minha vida pública.

Revista Campo: Há alguns anos,

o setor agropecuário ganha espaço

e representatividade política, prova

disso é a frente parlamentar. Como

a senhora avalia a importância des-

se novo comportamento do setor

produtivo?

Kátia Abreu: O agronegócio

brasileiro é uma prova da nossa ca-

Representante do setor rural, com muito orgulho

Kátia Abreu, 52 anos, acaba de ser re-eleita senadora da República e mes-mo depois de 16 anos de vida polí-

tica não muda o tom enfático ao falar sobre as necessidades de quem vive da agricultura e da pecuária no Brasil. Em entrevista conce-dida a equipe da Revista Campo a também presidente da CNA defende que o setor agro-pecuário tem ajudado a equilibrar a balança comercial brasileira e a estabilizar os preços internacionais dos alimentos.

Kátia também é produtora rural e vem de uma história de superação. Ela perdeu o ma-rido ainda jovem, criou os dois filhos sozinha

e mostrou a força da mulher em um meio fortemente masculino. Antes de chegar à Câ-mara Federal, Kátia também foi presidente do Sindicado Rural (SR) de Gurupi e da Fe-deração da Agricultura e Pecuária do Tocan-tins (Faet). Nas eleições de 2014 ela alcançou 41,64% dos votos, o equivalente a 282 mil e continua representando o Tocantins e o setor agropecuário no Senado ao lado de Vicentino Alves (SD) e Ataídes Oliveira (PROS). Ago-ra ela pretende continuar a busca pelo seu grande objetivo: mudar a imagem do setor agropecuário, buscando aproximar a CNA e os produtores, da sociedade.

Precisamos

permanecer

construindo

uma pauta onde

algumas situações

que emperram

o sistema

democrático de

direito sejam

sanadas

Outubro / 2014 CAMPO | 9www.senargo.org.br

pacidade de crescimento. É motivo

de orgulho e uma inspiração para

todos neste país. Se quisermos, po-

demos seguir crescendo em todas

as áreas e em todos os setores. E,

de nossa parte, estaremos sempre

dispostos a cooperar e prontos para

um diálogo responsável e construti-

vo com as Instituições.

Em recente encontro com presi-

denciáveis realizado pela CNA, des-

tacamos os desafios que o agrone-

gócio precisou superar até ter a sua

importância estratégica reconhecida

e ressaltamos o avanço da agricultura

brasileira, que hoje alcança elevados

índices de produtividade, permite a

constante redução dos preços agríco-

las e foi a responsável por 44% das

vendas externas do Brasil no primeiro

semestre deste ano.

O setor agropecuário tem ajuda-

do a equilibrar a balança comercial

brasileira e a estabilizar os preços

internacionais dos alimentos, diante

de uma demanda mundial crescente.

Outro diferencial é a preservação do

meio ambiente por meio de ganhos de

produtividade. No entanto, para que

o agronegócio permaneça em cresci-

mento, é necessário resolver alguns

problemas, cuja solução depende de

escolhas políticas. É necessário impe-

dir que os excessos ideológicos inter-

firam na proteção do direito da pro-

priedade, assim como é fundamental

acabar com os conflitos derivados das

questões ambientais.

Revista Campo: Quais são as

suas metas para próxima gestão no

senado? O que precisa urgentemen-

te ser discutido?

Kátia Abreu: Precisamos per-

manecer construindo uma pauta onde

algumas situações que emperram o

sistema democrático de direito sejam

sanadas, a exemplo das reformas Tri-

butária e Política. Em específico para

o Tocantins, nosso grande desafio é

sua industrialização e tornar o Estado

um grande centro de logística do país,

através da integração entre os modais

Ferrovia Norte-Sul, Hidrovia Tocantins e

a duplicação da BR–153.

Para isso, já conseguimos, junto à

presidente Dilma, recursos para estas

obras e incluir no Programa de Acele-

ração do Crescimento (PAC) as obras

da Ferrovia Norte-Sul e a instalação de

um terminal de cargas no Aeroporto de

Palmas, bem como a implantação de

seis pátios multimodais.

Sobre a Hidrovia Tocantins, esta é

uma obra que já está se transforman-

do em realidade. Já conseguimos os

recursos para o seu início, que quando

concluída vai reduzir a poluição, os aci-

dentes e baratear o frete, deixando nos-

sos produtos mais competitivos. Dentro

desse projeto, o Ecoporto Praia Norte

vai permitir a instalação de indústrias

no Bico do Papagaio, desenvolvendo

toda a região”. A Hidrovia Tocantins vai

ter um percurso de 1,5 mil quilômetros

e abranger 15 municípios do Estado.

Meu compromisso é fazer do To-

cantins o centro logístico do Brasil. O

caminho mais curto entre quem produz

e quem compra. Isso vai gerar milhares

de emprego e renda.

O agronegócio

brasileiro é uma

prova da nossa

capacidade de

crescimento.

É motivo de

orgulho e uma

inspiração para

todos neste país

Temos o

orgulho de

representarmos

um setor que

responde por

24% do Produto

Interno Bruto

(PIB)

Para que o

agronegócio

permaneça em

crescimento,

é necessário

resolver alguns

problemas, cuja

solução depende

de escolhas

políticas

10 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

MERCADO E PRODUTO

O Produto Interno Bruto

Brasileiro (PIB) teve

queda de 0,6% no

segundo trimestre de 2014 em

relação aos primeiros três me-

ses do ano, fazendo com que o

país entrasse na chamada “re-

cessão técnica” (causado pela

configuração negativa do PIB

por dois trimestres consecuti-

vos). No primeiro trimestre de

2014, o PIB revisado do Brasil

caiu para 0,2%.

O resultado negativo tem

a ver, especialmente, com o

desempenho do setor indus-

trial brasileiro. No segundo

trimestre, o PIB foi de R$ 1,27

trilhão, segundo o Institu-

to Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE). O PIB da

indústria caiu 1,5% e o de

serviços, 0,5%, no período.

O melhor desempenho neste

trimestre foi registrado pelo

setor agropecuário, que cres-

ceu 0,2% em relação aos últi-

mos três meses.

Quando comparamos os

dados ocorre que no segun-

do trimestre de 2013 a queda

atinge 0,9%, com agropecu-

ária estável e indústria com

recuo de 3,4% e serviços com

alta de 0,2%.

O único subsetor da indús-

tria que teve resultado positi-

vo no período foi o de extra-

tivismo mineral, com avanço

de 3,2%. Entre as quedas nas

outras áreas, destacam-se a

da indústria de transforma-

ção (-2,4%), a de construção

civil (-2,9%) e a de eletricida-

de e gás, água esgoto e lim-

peza urbana (-1%).

O setor de serviços teve recuo

puxado pela queda do comér-

cio, que chegou a 2,2%, e pelo

resultado negativo do segmen-

to de outros serviços (-0,8%).

Serviços de informação tiveram

o melhor desempenho, com

alta de 1,1%, e também contri-

buíram positivamente o de ati-

vidades imobiliárias e aluguel,

que subiu 0,6%.

Apesar das quedas do PIB,

outros fatores relacionados a

uma recessão propriamente

dita, como o nível de desem-

prego e a renda do trabalha-

dor, ainda continuam em si-

tuação positiva.

Como se nota pelos dados

divulgados, mais uma vez o

PIB do Setor Agropecuário se-

gurou uma queda ainda maior

do PIB brasileiro que, mesmo

com todos os problemas de

ordem climática e de precifi-

cação dos produtos, conse-

guiu crescer frente aos outros

setores da economia.

O Produto Interno Bruto

(PIB) da Agropecuária poderá

ainda apresentar crescimento

maior no segundo semestre

apesar da queda de preços

dos produtos agropecuários.

Resultado esse que deverá ser

ocasionado pelo aumento da

produção e da produtividade.

Apesar de tímido, deve-

mos considerar positivo o

crescimento de 0,2% no se-

gundo trimestre na compara-

ção com o primeiro. Porque

não fosse esse pequeno cres-

cimento a queda do PIB bra-

sileiro seria ainda maior. Não

fossem os grandes obstácu-

los que ainda travam o setor,

esse crescimento poderia ser

ainda maior.

Nesse sentido, é impor-

tante que os nossos próxi-

mos governantes deem uma

maior atenção para políticas

que realmente atendam as

reais necessidades do setor

agropecuário, até porque

seja estruturalmente (au-

mento dos investimentos) e

conjunturalmente (controle

da inflação) o setor rural é

o que mais tem contribuí-

do para o desenvolvimento

do país, seja nas épocas de

bonança como também nos

períodos de crise.

Agropecuária: sustentando o PIB brasileiroEdson Alves | [email protected]

Alexandro Alves | [email protected]

Alexandro

Alves dos Santos

é engenheiro agrônomo e

assessor técnico da Faeg

Laris

sa M

elo

Edson Alves Novaes

é economista e gerente

técnico e econômico

da Faeg

Carlo

s Cos

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Outubro / 2014 CAMPO | 11www.senargo.org.br

AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

URUAÇU

ALEXÂNIA CAIAPÔNIA

Foi realizado entre os dias 21 e 23 de agosto o treinamento de Processamento de Peixes, na fazenda Bom Jardim, em Uruaçu. O treinamento contou com a participação de 14 pessoas e foi mobilizado por Canor Alves. Além disso, teve a presença da instrutora Sílvia Vieira e da coordenadora Samantha Andrade. “O evento foi importante porque cumpriu uma das missões do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural -, que é a qualificação para o mercado”, explicou Samantha.

No dia 29 de agosto foi realizado o encerramento do treinamento do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), na Granja Caraíbas (grupo Delta), no município de Abadiânia, com o fechamento dos módulos de Reprodução, Maternidade e Qualificação de Gerentes. O treinamento foi realizado pelo Sindicato Rural de Alexânia, com a participação da instrutora Rachel Leão e a presença do supervisor Dirceu Borges. Durante duas semanas, foram capacitadas 75 pessoas.

No dia 13 de setembro, o programa Campo Saúde do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás esteve em Caiapônia oferecendo atendimentos em pediatria, oftalmologia, ginecologia, cardiologia, teste de glicemia e aferição da pressão arterial, corte de cabelo, entre outros. O Sindicato Rural, a Prefeitura Municipal e a Fundação Banco de Olhos de Goiás atuaram como parceiros do evento. Para o presidente do Sindicato Rural, Ailton José Vilela, é necessário que as instituições se juntem para promover eventos dessa natureza.

Processamento de peixes

Encerramento do treinamento do PNDS

Cidade recebe Campo Saúde

LUZIÂNIA

O Sindicato Rural de Luziânia, em parceria com o Serviço de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás, realizou entre os dias 8 e 10 de setembro o Treinamento em Operação e Manutenção de Motosserras. O evento contou com a participação de 11 pessoas e atendeu à solicitação do gerente da Companhia Energética de Goiás (Celg), Adriano Cesar de Oliveira. “Achamos importante este treinamento porque os participantes atuam em áreas rurais e irá nos ajudar na divulgação dos Cursos do Senar Goiás”, disse o mobilizador, José Penha Filho.

Treinamento em operação de motosserras

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12 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Campo em Ordem

Contribuição Sindical Rural

MOZARLÂNDIA E NOVA CRIXÁS

RIO VERDE

GOIANÉSIA

Com o intuito de alertar os produtores rurais sobre legislação trabalhista e mercado pecuário, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) realizou duas edições do programa Campo em Ordem nos municípios de Mozarlândia e Nova Crixás entre os dias 10 e 11 de setembro, respectivamente. A principal pauta debatida foi a NR-31, que dispõe sobre Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e o Sindicato Rural de Rio Verde iniciaram no dia 16 de setembro um mutirão de conciliação para regularizar débitos relacionados à Contribuição Sindical Rural. O trabalho está sendo realizado em duas etapas: de 16 a 18 de setembro e de 07 a 09 de outubro, conforme carta enviada previamente aos inadimplentes.

Os produtores rurais do município de Rio Verde que estão inadimplentes devem procurar o Sindicato Rural nas respectivas datas e horários estabelecidos pela Confederação, a fim de regularizarem os débitos com descontos nas multas. A regularização dos débitos se faz necessária para evitar cobranças judiciais futuras.

Com mais de 500 pessoas atendidas por oftalmologistas, o programa Campo Saúde passou pela cidade de Goianésia no dia 30 de agosto e contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg), do Sindicato Rural e da prefeitura do município. O programa ainda ofereceu atendimentos na área de dermatologia, ginecologista, pediatria, ortopedia e exame Preventivo ao Câncer de Próstata (PSA). Além disso, quem compareceu pôde cortar e escovar o cabelo, aferir a pressão arterial, medir a taxa de glicemia e calcular o Índice de Massa Corpórea (IMC).

Fred

ox C

arva

lho

PALMINÓPOLIS

Pela segunda vez – a primeira foi em 2011 - o Campo Saúde esteve no município de Palminópolis. O programa do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás contou com o apoio da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), da Prefeitura e da Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminópolis (Comap). Quem esteve presente no dia 9 de agosto contou com atendimento em diversas áreas como ginecologia, cardiologia, pediatria, dermatologia, oftalmologia e preventivo ao câncer de próstata (PSA). Além disso, quem compareceu ao evento pôde ter a pressão aferida e a taxa de glicemia medida.

Fred

ox C

arva

lho

Mau

rício

Vel

loso

Campo Saúde leva atendimentos à população

Programa realiza atendimentos

Outubro / 2014 CAMPO | 13www.senargo.org.br

ELEIÇÕES 2014M

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tizo

Com mais de 71 mil votos, José Mário Schreiner se destaca na corrida à Câmara Federal

Michelle Rabelo | [email protected]

Catherine Moraes | [email protected]

A força da agropecuária nas urnas

José Mário Schreiner, presidente licenciado da Faeg recebeu voto em 244 dos 246 municípios goianos

www.sistemafaeg.com.br14 | CAMPO Outubro / 2014

Pobreza no campo, falta de

segurança, roubos de gado,

educação precária e decisões

que travam por falta de representa-

tividade política. Por muito tempo,

problemas como estes, que são ape-

nas a ponta do iceberg, fizeram do

produtor rural coadjuvante da his-

tória escolhendo para representá-lo

quem pouco entendia da vida rural.

Aos poucos, a mudança foi ocorren-

do e as cadeiras políticas começaram

a ser ocupadas por quem também

administrava uma propriedade e co-

nhecia de perto, a lida do campo.

De coadjuvantes, os produtores

começaram a perceber a importância

de protagonizar a história e mudar o

discurso de vítima, que já não tem

espaço na atualidade. Neste ano,

mais uma vez, grandes representan-

tes do setor foram eleitos, com um

quê de ineditismo: candidato pela 1º

vez, o presidente licenciado da Fede-

ração de Agricultura e Pecuária de

Goiás (Faeg), José Mário Schreiner,

angariou mais de 71 mil votos, fica

como 3º suplente na Câmara Federal

e diz que sua luta na política partidá-

ria em defesa do homem do campo

apenas começou.

Schreiner recebeu votos em 244

dos 246 municípios goianos, sendo

o candidato que melhor percorreu

Goiás. Ele é enfático ao dizer que

suas metas para o agronegócio con-

tinuam firmes. Entre elas, financia-

mento do BNDES a juro zero; recur-

sos para pavimentação de estradas

vicinais; isenção de tributos em in-

sumos, inclusive combustível; ver-

ba para assistência e extensão; me-

lhorar a Emater e fim da burocracia

para empreender.

No Centro-Oeste, a primeira terra

Neto e filho de alemães, Schreiner nas-

ceu na roça, perto do distrito de Santa

Cruz do Timbó, no município de Porto

União, em Santa Catarina, na divisa

com o Paraná. Filho de Erich Ludwig

e Maria Angélica, ele foi criado jun-

tamente com os seis irmãos. A escola

ficava a 2,5 km de casa, ainda na zona

rural e no retorno, a obrigação era aju-

dar os pais na lida do campo.

Foi seguindo os passos de um tio

que ele chegou ao Centro-Oeste e,

vendendo fertilizante, calcário e se-

mentes em Mineiros, que José Má-

rio comprou seu primeiro pedaço de

chão. “Com muito trabalho e um es-

forço de economia enorme, dois anos

mais tarde, comprei os meus primei-

ros 150 hectares de terra. Comecei a

plantar soja e foi aí que começou o

milagre da multiplicação”, acrescenta.

Representante classista

A vida classista começou quando,

aos 17 anos, se tornou membro de uma

cooperativa escolar. Logo depois, foi

membro da Associação dos Produtores

de Soja de Mineiros (Assojam) e ajudou

também a fundar a Associação dos Pro-

dutores de Grãos de Mineiros (APGM).

Daí não parou mais, foi vice-presidente

da Cooperativa Mista Agropecuária do

Vale do Araguaia (Comiva) e, por con-

vite do então governador Marconi Pe-

rillo, secretário de estado de agricultura,

pecuária e abastecimento - cargo que

ocupou entre os anos de 2002 e 2005.

Mais tarde, ele assumiu a presidência da

Agência Goiânia de Assistência Técnica

e Extensão Rural (AgenciaRural), hoje

Emater, e vice-presidência da Faeg.

Os passos ainda iriam mais longe

e foi assim que Schreiner assumiu a

Comissão Nacional de Cereais, Fi-

bras e Oleaginosas da Confederação

da Agricultura e Pecuária do Brasil

(CNA); chegou à presidência da Faeg

e do Serviço Nacional de Aprendi-

zagem Rural (Senar Goiás) em 2008

e, enfim, assumiu a vice-presidência

financeira da Confederação da Agri-

cultura e Pecuária do Brasil (CNA),

maior entidade de representação dos

produtores rurais no país. “Me tornei

o primeiro goiano a integrar a dire-

toria executiva da CNA”, se orgulha.

Em visita a cidades goianas, José Mário recorda história de vida e vitórias alcançadas

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Outubro / 2014 CAMPO | 15www.senargo.org.br

José Mário explica que a candidatura a deputado federal não foi uma vontade particular, mas uma necessidade demandada pelo setor

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ortiz

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A decisão de se candidatar e as propostas para o Brasil A candidatura a deputado federal não foi uma vontade particu-

lar, mas uma necessidade demandada pelo setor. É assim que José

Mário define o início da nova caminhada que foi árdua. Inovou

programas como Campo Saúde que extrapolam o campo e levam

saúde e cidadania às cidades mais carentes, são exemplo disso.

Para oferecer educação profissional aos jovens, o pre-

sidente promoveu a capacitação de mais de 10 mil estu-

dantes por meio do Pronatec do Senar, entre 2012 e 2013.

E pensando na responsabilidade socioambiental envolveu

mais de 20 mil professores e 600 mil estudantes no Progra-

ma Agrinho, desde 2011. Além disso, teve grande represen-

tação política à frente da Faeg auxiliando, por exemplo, na

aprovação do primeiro Código Florestal Nacional e Estadu-

al, garantindo segurança jurídica aos produtores.

16 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Kátia Abreu52 anos, sendo 16 de vida política

Primeira mulher a assumir a presidência da Con-

federação da Agricultura e Pecuária do Brasil

(CNA), Kátia Abreu, que também é produtora ru-

ral, vem de uma história de superação. Perdeu o

marido aos 25 anos e criou sozinha os três filhos.

Depois da viuvez, se dedicou à fazenda da família

e se apaixonou pela agropecuária. Foi presidente

do Sindicado Rural (SR) de Gurupi e da Federação

da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet). Daí

para vida política partidária foi um pulo.

Em 1998, Kátia disputou pela primeira vez uma

cadeira na Câmara dos Deputados, ficando como

primeira suplente. Foi eleita deputada federal em

2000 e chegou ao Senado em 2006. Nas eleições

de 2014, ela alcançou 41,64% dos votos, o equi-

valente a 282 mil. Com a reeleição, Kátia continua

representando o Tocantins e o setor agropecuário

no Senado ao lado de Vicentino Alves (SD) e Ata-

ídes Oliveira (PROS).

Ronaldo Ramos Caiado65 anos, sendo 23 de vida política

Nascido em Anápolis, Caiado conquistou seu pri-

meiro cargo político em 1991, quando foi eleito de-

putado federal por Goiás, voltando a se candidatar

em 1999 e sendo reeleito em 2003, 2007 e 2011,

respectivamente. Criador da Frente Parlamentar da

Agropecuária (FPA), Caiado foi líder da bancada de

deputados do DEM e exerceu a função de líder da

Oposição no Parlamento, que engloba todos os de-

putados e senadores oposicionistas.

Caiado alcançou 47,57% dos votos válidos, o que

representa a preferência de 1,2 milhão de eleitores.

Nas urnas, o democrata superou o secretário de es-

tado da Casa Civil Vilmar Rocha (PSD), que marcou

37,52% (1 milhão), e a ex-vereadora de Goiânia Ma-

rina Sant’anna (PT), que teve 11,7% (298 mil).

Agora, ele representará Goiás no Senado ao lado de

Lúcia Vânia (PSDB) e Wilder Moraes (DEM). Caiado

ocupará o lugar de Cyro Miranda (PSDB), eleito em

2007, como suplente de Marconi Perillo em 2007.

Com carreira política somando 23 anos, Caiado ocupa, pela primeira vez, uma cadeira no Senado

Kátia Abreu foi a primeira mulher a assumir a presidência da CNA

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Faeg

Força que vem do campo também no SenadoNomes fortes e bem conhecidos no setor agropecuário, Ro-

naldo Caiado (DEM-GO) e Kátia Abreu (PMDB-TO) também

entraram na corrida eleitoral para representar quem vive no

campo ou, mesmo já tendo escolhido a cidade como casa,

tira dele o sustento da família. Ambos disputaram cadeiras

no Senado Federal, cada um pleiteando a única vaga de seu

respectivo estado, e conseguiram compor o time que prome-

te muito empenho para quem trabalha e produz.

Outubro / 2014 CAMPO | 17www.senargo.org.br

Redução de ICMS chega a 60%

Michelle Rabelo | [email protected]

Produtores e Faeg comemoram benefício fiscal para semente de capim

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IMPOSTO E IMPACTO

www.sistemafaeg.com.br18 | CAMPO Outubro / 2014

O medo de ver a matemática não fechar no final do mês levou produtores de semente de ca-

pim a buscarem meios de fortalecer o pedido de socorro diante do cance-lamento do benefício fiscal que incide sobre a redução da base de cálculo do ICMS para o setor.

Desde então eles tem um bom mo-tivo para comemorar: a Federação da Agricultura e Pecuária (Faeg) e o Sin-dicato Rural de (SR) Quirinópolis con-seguiram manter o benefício fiscal, cuja redução, que é de 60% sobre a base de cálculo, havia sido cancelada por um despacho da Delegacia Fiscal de Jataí.

São mais de 200 produtores que plantam capim em cerca de 47 mil hec-tares nos quatro cantos de Goiás, mas o destaque é para Quirinópolis, que está entre os maiores produtores do Brasil e que distribui semente de alta qualidade e de forma muito competitiva. No mu-nicípio estão 30 produtores plantando em 6 mil hectares e empregando cerca de 350 pessoas.

O chefe do Departamento Técnico da Faeg, Edson Novaes, explica que diante da urgência em reverter a situação, a entidade se organizou para uma reunião na Secretaria da Fazenda (Sefaz), du-rante a qual o próprio órgão suspendeu o despacho – por meio de um memo-rando - da Delegacia Fiscal, mantendo o benefício para a safra 2014.

Com participação ativa na conquis-ta do benefício, o presidente do SR de Quirinópolis, Cacildo Alves, alerta que a vitória ainda não é definitiva. “O be-nefício foi estendido só até março de 2015. Precisamos continuar unidos já que é inviável produzirmos sem ele. Para se ter uma ideia, para produzirmos 50 mil kg de capim sem o benefício, gastamos cerca de R$ 25 mil a mais”. Ele destaca o papel fundamental da Faeg na ponte feita com Sefaz e dos Sindicatos Rurais no que diz respeito à representatividade do produtor.

CenárioEdson Novaes explica que Goiás é hoje um grande produtor de semente de ca-pim e grande parte do que é produzido em solo goiano é exportada. “A manu-tenção do benefício é economicamente importante para Goiás e a decisão da Se-faz, de estender o benefício até março de 2015, é uma vitória para o setor”, pontua.

Entre variedades como a Mombaça, Massai, Zuri, Braquiária, Brizantha, De-cumbes e Ruziziensis, a estimativa de fechamento de produção para a safra 2013 e 2014 é de 4.562 mil toneladas, com faturamento anual estimado R$ 38.038.000,00. No conteúdo do me-morando, a Sefaz menciona que apenas uma parte da safra 2014 de semente de capim foi comercializada com a apli-

cação do benefício, e que para a outra parte que ainda não foi vendida, a apli-cação do novo entendimento resultaria no aumento da carga tributária aplicada àquelas já comercializadas.

Edson Novaes explica que com o be-nefício gera-se competitividade e faz-se com que Goiás seja um grande arreca-dador de ICMS. “Mais de 90% desta produção é destinada para outros esta-dos e não podemos deixar de levar isso em consideração”.

Entenda o casoToda a movimentação da Faeg e do SR foi motivada pelo impacto que o can-celamento do benefício poderia causar nos produtores goianos de capim. Eles são responsáveis por grande parte do capim produzido no Brasil que abaste-ce o mercado consumidor formado por empresas embaladoras situadas nos es-tados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Norte, Bahia e Minas Gerais.

Depois da reunião com a Faeg, a Se-faz entendeu que o parecer da Dele-gacia Fiscal de Jataí implicaria em um aumento da carga tributária e, neste sentido, a sua imediata aplicação con-flitava com o disposto no Código de Direitos, Garantias e Obrigações do Contribuinte do Estado de Goiás.

São mais de 200 produtores que plantam capim em cerca de 47 mil hectares goianos

Cacildo destaca o papel fundamental da Faeg na ponte feita com Sefaz

Edson Novaes explica que Goiás é hoje um grande produtor de semente de capim

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Outubro / 2014 CAMPO | 19www.senargo.org.br

Por quatro anos ainda mais produtivos Marconi e Iris apresentam propostas para o setor agropecuário

Michelle Rabelo | [email protected]

CORRIDA À CASA VERDE – 2º TURNO

Produtor quer viver em um estado cada vez mais agropecuarista

Laris

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Cumprindo uma de suas funções – a lista é composta ainda por representar o homem do campo, fortale-cer a classe e tornar o ambiente produtivo rural mais

desenvolvido, competente e competitivo -, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), fez questão de expor para os governadoriáveis as principais demandas do setor agropecuário em Goiás.

Depois da votação no dia 5 de outubro, cinco candida-tos saíram da disputa pela Casa Verde, deixando o páreo livre para Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB). Agora as perguntas giram em torno dos caminhos que

cada candidato pretende trilhar nos quesitos agricultura e pecuária caso sejam eleitos.

Enquanto Perillo (PSDB) foi o mais votado no 1º turno, com 45,86% dos votos válidos, Iris conquistou 28,40% das escolhas. Marconi já foi eleito governador por outras duas vezes, em 1998 e em 2002 e o peemedebista tenta ser eleito para o governo pela terceira vez.

O que esperamos do próximo governadorNo mês de setembro, a Faeg elaborou um documento apon-tando os principais desafios e as necessidades do setor. Mar-coni e Iris receberam a lista de demandas, divididas em sete temas que representaram as principais expectativas dos produtores rurais de Goiás: responsabilidade social (edu-cação, capacitação profissional, saúde e pobreza rural), infraestrutura e logística, pesquisa assistência técnica e extensão rural, meio ambiente e recursos hídricos, política agrícola, segurança alimentar e segurança rural.

Em âmbito geral, a Faeg defende a necessidade de alavancar alguns setores da agropecuária, assim como a necessidade de investimento em logística, pesquisa e assistência técnica. “Sa-bemos que alguns segmentos já tiveram grandes saltos em tec-nologia, por exemplo, mas sabemos também que ainda temos muito a crescer. Infelizmente grande parte dos nossos produ-tores ainda ganha pouco e nós queremos ajuda para dar este salto a quem mais precisa”, explica o presidente da Entidade, Leonardo Ribeiro.

www.sistemafaeg.com.br20 | CAMPO Outubro / 2014

Candidato à reeleição, o governador Marconi Perillo (PSDB) Mar-coni apresenta propostas muito focadas no trabalho de inovação. O tucano fala sobre uma visão sistêmica do estado e sobre a aten-ção redobrada que pretende dar ao setor agropecuário. “Agora, a intenção é investir entre 180 e 200 milhões em pesquisas. Vamos continuar apoiando as pesquisas através dos recursos repassados à Fapeg - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás”.

Pontos previstos no Plano de Governo: • Interagir com o Governo Federal para que a Celg federalizada

tenha garantia de recursos para linhas de transmissão e distribui-ção necessárias no estado;

• Construir novos pontos de pesagem nas estradas evitando des-gaste precoce (em parceria com governo federal);

• Apoiar ações que estimulem o uso do modal ferroviário com a consolidação da Ferrovia Norte-Sul, trecho Porto de Itaqui (MA) a Anápolis (GO);

• Expandir o apoio às famílias rurais com programas como Lavou-ra Comunitária e Horta Comunitária;

• Expandir a produção agrícola em sistema de irrigação privados por meio de políticas públicas.

Iris, que se diz político por vocação, cita a criação do Fomentar e a pavimentação das estradas que ligam o campo à cidade. “As minhas ações agigantaram Goiás, que passou a produzir em grande escala leite, arroz e milho. Jornalistas e professores não conheciam a palavra mutirão antes da minha gestão”.

Pontos previstos no Plano de Governo: • Aumentar em 20% o PIB do estado e em 30% a capacidade de

transmissão e distribuição de energia elétrica; • Implantar centrais de abastecimento regionais em parcerias

com os municípios para melhorar o escoamento da produção agropecuária;

• Recriar a Patrulha Mecanizada Regionalizada para dar assistência às prefeituras e aos pequenos e médios produtores rurais;

• Criar um projeto específico de requalificação e formação profissional dos trabalhadores rurais que perdem o empre-go devido à mecanização e implantar projetos de capaci-tação e qualificação de mão-de-obra, em parceria com o Sistema “S”.

Laris

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“Vou investir em segurança e pesquisa”, Marconi Perillo do PSDB

“Vivo na carne os problemas do produtor”, Iris Rezende do PMDB

Outubro / 2014 CAMPO | 21www.senargo.org.br

PRÓXIMA SAFRA

Controle dos custos é principal desafio para safra de grãos que possui perspectivas inéditas de produtividade

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para Revista Campo

De olho em ChicagoLa

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Produtor Rural de Mineiros, Marcos Antônio afirma que custo de produção é maior desafio

www.sistemafaeg.com.br22 | CAMPO Outubro / 2014

O maior desafio deste ano é

controlar os custos e buscar

um bom preço para cobrir

os gastos e ter um pouco de renda”,

resume o produtor rural de Mineiros,

Marcos Antônio Oliveira. A preocu-

pação do produtor vai ao encontro do

desafio imposto nesta safra à maioria

dos profissionais. Isso porque, embo-

ra a perspectiva de produtividade e o

clima sejam favoráveis, o custo de pro-

dução está mais elevado e o mercado

internacional aponta para uma pressão

negativa de preços.

Marcos Antônio conta que vai manter

a mesma área cultivada da safra verão

este ano se comparada a do ano pas-

sado. São 860 hectares destinados ao

plantio de soja e apenas 80 para o mi-

lho. Embora a expectativa de produtivi-

dade da soja permaneça a mesma, em

torno de 57 sacas por hectare, ele expli-

ca que ao contrário do ano passado não

comercializou nada da produção. “Ano

passado tinha fixado alguns lotes a R$

51 e os últimos em dezembro, a R$ 60.

Este ano não fixei nada”, diz.

Ele afirma que o preço da saca co-

tada abaixo de R$ 50, desestimulam

as vendas. Essa linha descendente

dos preços já começa a preocupar. Na

prática, as vendas antecipadas servem

para garantir pelo menos os custos de

produção. “Prefiro esperar o pico da

colheita e tentar pegar preços acima

de R$ 50”, diz.

Para incrementar o cenário, ressal-

ta que os custos de produção ficaram

em torno de 7% mais caros. Com a

possibilidade de chuvas um pouco

acima do ideal, prevê a necessidade

de uma aplicação a mais de fungicida

para o controle da ferrugem asiática.

Além disso, adquiriu sementes de soja

resistentes a lagarta para 130 hectares

da propriedade.

Segundo o analista de mercado

da AG Rural Commodities Agríco-

las, Fernando Muraro, nesta safra, o

produtor teve pouco tempo para co-

mercializar, em função da expectativa

de produção norte-americana. “Há

quatro ou cinco anos que a produ-

ção norte-americana não suplantava a

demanda. O produtor brasileiro ficou

um pouco acomodado”, diz.

Ao observar o atual cenário, acredita

que haverá no máximo duas oportuni-

dades de bons negócios até fevereiro.

“O produtor deve ficar bastante aten-

to. Ainda temos algumas indefinições

como clima mais complicado para a

safra do Sul do País, Argentina e Para-

guai”, afirma. Para ele, o mercado deve

absorver a safra norte-americana e ain-

da gerar oportunidades de negócios.

Diminuição do milho

Na avaliação do vice-presidente da

Federação da Agricultura e Pecuária

do Estado de Goiás (Faeg) e presiden-

te da Aprosoja em Goiás, Bartolomeu

Braz, a perspectiva é de que haja uma

diminuição da área plantada de milho,

migrando para a soja. Mas não por si-

nalização de bom mercado para a ole-

aginosa, e sim por ser uma cultura de

maior liquidez.

Ele ressalta que o clima está favorá-

vel e que os produtores do Sudoeste do

Estado já devem começar o plantio na

virada do mês, ao finalizar o período de

vazio sanitário. “Isso dá uma vantagem

para o produtor estruturado fazer um

plantio rápido e eficiente”, diz.

O preço da soja é o principal fator ne-

gativo dessa safra. Bartolomeu afirma

que os Estados Unidos começam uma

colheita que tende a ser histórica, com

a produção de 106 milhões de tone-

ladas de soja e 360 milhões de tone-

ladas de milho. “Embora a demanda

continue aquecida, o mercado sofre

uma forte oferta e o produtor deve

ficar atento para buscar a melhor co-

mercialização”, diz.

Com os preços na casa de R$ 45,

apenas 7% da soja da safra verão já foi

comercializada, bem abaixo do mes-

mo período do ano passado - 25%.

Com expectativa de uma safra cheia,

Analista da AG Rural, Fernando Muraro fala do pouco tempo disponível para comercialização

Laris

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Outubro / 2014 CAMPO | 23www.senargo.org.br

Área da soja deve aumentar 3%Pedro Arantes calcula que a área

para o plantio da soja deve aumen-

tar em até 3% oriundos da migra-

ção de áreas do milho verão. Com

isso, a produção goiana deve cair

de 3.146 toneladas para 3.240 to-

neladas. A debandada ocorre em

função da alta estocagem do mi-

lho no País. Mesmo após a realiza-

ção de quatro leilões federais, ain-

da estão armazenados 2,5 milhões

de toneladas.

Pedro diz que o preço da soja tam-

bém não está convidativo, mas a vanta-

gem é que tem maior liquidez de mer-

cado. Em contrapartida, com a baixa

comercialização da safra este ano, há

uma suposta estocagem alta. “Existe

um estoque de comercialização e isso

pode comprometer ainda mais os pre-

ços na boca da safra”, ressalta.

Cuidado necessário com pragasPedro garante que o produtor está mais

consciente e que o descumprimento do

vazio sanitário não é mais uma preocu-

pação para a safra verão. Mas informa

que se confirmarem as previsões climá-

ticas, com quantidade de chuvas um

pouco acima do ideal, pode haver maior

incidência de helicoverpa, ferrugem asi-

ática e nematóides, por exemplo. “Mas

o produtor está preparado”, diz.

Bartolomeu lembra que a incidência

da ferrugem asiática é de difícil contro-

le e vem causando queda na produti-

vidade. A Federação juntamente com

a Agrodefesa vem estudando mudar

as normativas para que o produtor não

plante soja durante a segunda safra. “É

uma recomendação que fazemos”, diz.

Para ele, os produtos utilizados para

combater pragas e doenças vêm per-

dendo resistência.

o receio é que esse cenário sustente

os preços baixos. “É um momento de

cautela, buscar boa produtividade e

acompanhar a comercialização”, diz.

O analista de mercado do Senar, Pe-

dro Arantes, afirma que o produtor

que comprou insumos antecipada-

mente e conseguiu vender parte da

safra saiu na frente. Mas admite que

essa não é a situação da maioria.

O agrônomo e produtor de soja,

Leonardo de Moura, afirma que

existe uma angústia generalizada

sobre os preços do mercado. “Ain-

da não travei nada de soja este ano e

a maioria dos produtores da região

também não”, diz. Ele afirma que

neste mesmo período do ano pas-

sado, já havia vendido cerca de 30%

da produção. Somado a esse proble-

ma, adquiriu insumos aproximada-

mente 10% mais caros.

Com expectativa de colher entre 55 e

58 sacas de soja em cada um dos 1,5 mil

hectares (a mesma área do ano passado),

aconselha aproveitar os picos de mercado

para vender a produção paulatinamente.

Por outro lado, não teme condições cli-

máticas adversas e acredita que as pragas

e doenças não estão sob controle.

Bartolomeu acredita em diminuição da área plantada do milho Fr

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Consultor técnico Pedro Arantes fala sobre compra antecipada de insumos

24 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

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Leonardo fala sobre angústia generalizada de preços do mercado

Outubro / 2014 CAMPO | 25www.senargo.org.br

Gargalo dos armazéns Pedro Arantes não visualiza resolução definitiva para o

problema de escoamento da produção para os próximos

anos. Em função da expectativa maior da safra de soja

unida à comercialização do milho safrinha estocado

nos armazéns, o gargalo deste ano pode ser pior que o

de 2013. De quebra, ainda há uma incógnita de quando

poderão ser utilizadas as hidrovias em função do baixo

nível da água ocasionado pela estiagem deste ano. “E a

ferrovia Norte-Sul, imagino que tenhamos que esperar

mais uns dois anos para ela funcionar a contento”, diz.

Produção

SOJA

Safra 2013/14

Área: 3,1 milhões de hectares

Produção: 8,9 milhões de toneladas

Safra 2014/15 – Expectativas

Áreas: 3,208 milhões de hectares

(aumento de 3,5% em relação a 2013/14)

Produção: 10,1 milhões de toneladas.

(aumento de 11,8% em relação a 2013/14)

MILHO 1ª Safra (Safra de Verão)

Safra 2013/14

Área: 288 mil hectares

Produção: 2,1 milhões de toneladas

Safra 2014/15 – Expectativas

Áreas: 228 mil hectares

(queda de 21% em relação a 2013/14)

Produção: 1,74 milhão de tonelada.

(queda de 17,15% em relação a 2013/14)

26 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Alguns nomes, ao longo dos anos,

foram homenageados na Assembleia Le-

gislativa do Estado de Goiás (Alego) por

conta de sua história de vida, méritos e

serviços prestados à sociedade goiana.

Na manhã do último dia 19 foi a vez de

Eurípedes Bassamurfo da Costa receber

os aplausos vindos de familiares, amigos

e admiradores. Ele, juntamente com ou-

tros nomes, recebeu a Medalha do Mé-

rito Legislativo Pedro Ludovico Teixeira.

Além de apaixonado por Goiás e

produtor que leva o campo para onde

vai, ele é superintendente do Serviço

Nacional de Aprendizagem Rural (Se-

nar) Goiás e 1º vice-presidente adminis-

trativo da Federação da Agricultura e

Pecuária (Faeg). “Em alguns momentos

eu penso que precisamos até pedir des-

culpas para o Eurípedes por não termos

feito essa homenagem antes, devido a

sua prestação de serviço à Goiás den-

tro e fora da Faeg e do Senar Goiás”,

brincou o deputado estadual Wagner

Siqueira (PMDB), autor da iniciativa.

Eurípedes disse que a medalha au-

menta ainda mais a responsabilidade de

contribuir com o progresso de Goiás.

“Receber essa homenagem foi muito im-

portante para mim, mas tenho que desta-

car todos os dirigentes dos Sindicatos Ru-

rais, nossos mobilizadores e, em especial,

nossos colaboradores da Faeg e do Senar.

Sem eles não consigo fazer nada”.

O evento foi realizado no Plenário

Getulino Artiaga da Alego e Wagner

Siqueira fez questão de elogiar Bas-

samurfo. “Eurípedes sempre foi vol-

tado para o bem coletivo, para o de-

senvolvimento do nosso estado, para

as boas práticas e para ética. Essa

homenagem é muito merecida e to-

talmente justificável”, disse Siqueira.

Segundo ele, a medalha Pedro Ludo-

vico Teixeira é a maior honraria do

Estado de Goiás. “Nós somos 6 mi-

lhões de goianos e menos de 1 mil já

foi agraciada com essa homenagem,

ou seja, para cada 600 mil pessoas,

uma é escolhida”, pontuou.

Laris

sa M

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MEDALHA DO MÉRITO LEGISLATIVO

Participação diz respeito aos serviços prestados ao homem do campo

Michelle Rabelo | [email protected]

Superintendente do Senar é homenageado

Superintendente do Senar Goiás mostra medalha e placa recebida durante solenidade

Outubro / 2014 CAMPO | 27

Falta de qualidade pode sobrecarregar o fígado do animal

Michelle Rabelo | [email protected]

Interconf discute produção de silagem de qualidade

Você é aquilo que come! Engana-

-se quem acha que o ensina-

mento popular vale somente

para o criador do gado. O animal tam-

bém é o que come. É o que afirmou o di-

retor técnico na Lallemand, Edson Poppi,

durante o encerramento da Conferência

Internacional de Confinadores (Interconf)

2014. Ele ministrou palestra sobre plane-

jamento para produção de silagem e fez

questão de falar sobre sua preocupação

com a qualidade do volumoso dado ao

animal desde que o bagaço da cana-de-

-açúcar vem sendo usado como alimento,

muitas vezes, de forma inadequada.

Juntamente com outros palestran-

tes, Poppi falou aos produtores durante

o Dia de Campo, realizado na fazenda

São Lucas, em Santa Helena de Goiás.

Ele defendeu a ideia de que o pecuaris-

ta precisa, mais do que nunca, entender

que na atividade não há mais espaço para

amadores. Edson falou sobre a produ-

ção, o armazenamento e a forma como

a silagem é disponibilizada para o animal.

Todas as etapas acompanhadas por uma

gestão específica do negócio e pelo uso

de tecnologias que fazem toda a diferen-

ça no momento da venda do gado. “Um

volumoso sem qualidade sobrecarrega o

fígado do animal, o que causa um impac-

to econômico considerável ao produtor”.

Escolha do volumoso precisa vir antecedida de planejamento

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CUIDADO COM O ANIMAL

28 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

A palavra é planejamento

Assim que os animais chegam ao con-

finamento São Lucas, passam por uma

fase, que dura três dias - de recuperação

com água limpa e dieta de volumoso. Em

seguida, eles seguem para o período de

adaptação – que dura 21 dias – durante

o qual ele começa a se adaptar ao am-

biente do confinamento. É nessa fase

que a equipe faz um plano de análise la-

boratorial de ingredientes para a dieta e

padroniza a forma como o animal será

alimentado. Poppi explicou que a escolha

do volumoso precisa vir antecedida de

planejamento. “O produtor precisa levar

em consideração a vocação da proprieda-

de, a produtividade do volumoso, a adap-

tação dele ao clima e ao solo e o histórico

da área, entre outros pontos”, pontua.

Depois da escolha feita é hora de plan-

tar o volumoso. Edson também destaca a

influência do corte na qualidade da sila-

gem. “Em um volumoso de 2 cm, encon-

tramos 8.300 esporos de bactérias butíri-

cas. Já em um corte de 10 cm de altura, o

número cai para 4 mil esporos”, destaca,

alertando também para a importância

de vistoriar as máquinas de tempos em

tempos para verificar o corte e a com-

pactação do grão.

O diretor técnico na Lallemand finalizou

sua participação falando sobre as micoto-

xinas: substâncias tóxicas produzidas por

fungos que podem ser encontradas na

maior parte dos alimentos destinados ao

consumo animal. Edson explica que mi-

cotoxinas podem ser produzidas em qual-

quer etapa de produção de alimento, des-

de o campo, até o fornecimento no cocho.

“A adoção de boas práticas de produção

agrícola e, neste caso, boas práticas na en-

silagem, são mais que necessárias”.

Laris

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elo

MATÉRIA SECA (%) PROTEÍNA BRUTA (%) NUTRIENTES DIGESTÍVEIS TOTAIS (%)

MILHO 33 8 70

SORGO 30 7 60

MILHETO 28 10 58

CANA 30 2 62

Poppi falou sobre a produção, o armazenamento e a forma como a silagem é disponibilizada para o animal

Escolha do volumoso precisa vir antecedida de planejamento

Outubro / 2014 CAMPO | 29www.senargo.org.br

ESTADOS UNIDOS

Com o objetivo de conhecer novas tecnologias e deba-ter sobre agroquímicos, foi

realizado entre os dias 17 e 23 de agosto uma viagem técnica aos Es-tados Unidos com a participação das principais lideranças das ins-tituições representativas do setor agrícola brasileiro. Além disso, os

participantes foram apresentados à tecnologia Enlist, visitaram a matriz da Dow Agrosciences em Indianápo-lis e participaram de debates sobre biotecnologia em Washington D.C.

As discussões durante a visita fo-ram centradas no processo de apro-vação da biotecnologia nos Estados Unidos, as negociações para a apro-

vação sincronizada em outros países e a visão das instituições agrícolas sobre o tema. A Federação da Agri-cultura e Pecuária de Goiás (Faeg) foi representada pelo vice-presidente institucional e presidente da Asso-ciação dos produtores de soja, milho e sorgo de Goiás (Aprosoja Goiás), Bartolomeu Braz Pereira.

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Lideranças representativas do setor agrícola durante visita técnica aos Estados Unidos

Novas tecnologias são apresentadas em viagem técnica Bartolomeu Braz visitou Indianápolis e Washington D.C. para conhecer tecnologias para produção de soja e milho

Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]

30 | CAMPO Outubro / 2014

Bartolomeu Braz visitou Indianápolis e Washington D.C. para conhecer tecnologias para produção de soja e milho

Luiz Fernando Rodrigues | [email protected]

Segundo o vice-presidente institu-cional da Faeg, outro motivo que impul-sionou a viagem foi para acompanhar o andamento e comprovar a expectativa de produtores e entidades dos Estados Unidos sobre a próxima grande safra norte-americana, o que gera preocupa-ções sobre o mercado. “Chegando essa safra, os preços no segundo semestre aqui no Brasil tendem a cair e poderá ficar um pouco mais apertado, trazen-do, assim, preocupação aos produto-res”, explica Bartolomeu.

Visitas à Indianápolis e Washington D.C.Durante os seis dias de viagem, os representantes visitaram duas cida-des norte-americanas. A primeira foi Indianópolis, onde foram apre-sentadas tecnologias para a soja e o milho, além de apresentações so-bre biotecnologia e o setor de se-mentes. Ainda em Indianápolis, os representantes foram para algumas fazendas para visitar a produção norte-americana.

Na segunda parte, foi visitada a ca-pital Washington D.C., onde foi deba-tida a regularização da biotecnologia nos Estados Unidos e os impactos na agricultura e meio ambiente junto com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a Environ-mental Protection Agency (EPA) e a Food and Drug Administration (FDA).

Para Bartolomeu, um dos pontos mais importantes da visita técnica foi a participação de representantes do setor do agronegócio brasileiro das princi-pais regiões do país. “O setor produtivo brasileiro estava presente com represen-tantes do Centro-Oeste, Sul e parte da região oeste da Bahia”, comenta. “Está-vamos buscando, através dessas unida-des, resolver essas situações burocráti-cas que temos enfrentado e com a união do agronegócio em busca de apoio e de agilidade desse processo de liberação de novas tecnologias” completa.

Importância para os produtoresO médico especialista em Toxico-logia e Farmacologia Clínica e pro-

fessor de toxicologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Flávio Zambrone, ressaltou a im-portância da liberação das tecno-logias para aumentar a seguran-ça e o acesso aos produtos mais avançados. “As tecnologias demo-ram de 4 a 5 anos a mais para ser aprovado no Brasil em relação aos Estados Unidos. Enquanto isso, o produtor tem acesso aos produ-tos antigos que não transmitem tanta segurança e eficiência”, ex-plica o doutor.

Além disso, Flávio pontuou que as novas tecnologias são efi-cientes para a redução de riscos à saúde dos produtores e elogiou a apresentação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos sobre a forma como é avaliada os transgênicos. “O processo de libe-ração norte-americana é mais rá-pido e não é tanto burocrática. A demora com a liberação das tecno-logias no Brasil nos atrasa em rela-ção aos outros países”, completou.

Representantes conheceram as tecnologias diretamente no campo

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Outubro / 2014 CAMPO | 31

TecnologiasO sistema Enlist, apresentado du-rante a viagem técnica, oferece uma opção de combinação de herbicidas que fazem progredir o controle de plantas daninhas. O sistema foi de-senvolvido pela Dow AgroSciences como uma solução biotecnológica e agroquímica para a produção de soja

e milho e que estão dependendo da aprovação de órgãos reguladores para ser utilizado no Brasil.

Segundo Mário von Zuben, di-retor de relações institucionais da Dow, a viagem técnica possibilitou um reconhecimento quanto à neces-sidade da entrada de novas tecnolo-gias que garantam a competitivida-

de para o setor. “A viagem técnica permitiu que apresentássemos às lideranças o processo de pesquisa, além da rotina de pesquisadores e os investimentos que são realizados pela companhia para o desenvolvi-mento de tecnologias em prol do se-tor”, explicou Mário.Com informações da Dow AgroScience.

Durante a viagem, foram visitadas as cidades de Indianápolis e Washington D.C.

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32 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

DELÍCIAS DO CAMPO

INGREDIENTES:

1 kg de filé de tilápia1 limão300 g de mozarela fatiada

• Molho1 copo de 250 ml de requeijão cremoso1 leite de coco de 200 ml1 caixa de molho de tomate de 340 g1 dente de alho1 cebola de cabeçaPimenta a gosto1 colher de sopa de sal2 colheres de sopa de molho shoyo

Filé de tilápia ao forno

• Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200

• Enviada pela instrutora de Piscicultura e Processamento de Peixes e Zootecnista, Sílvia Vieira.

Servir acompanhado com arroz e batata palha

PREPARO:

1º passo Bata no liquidificador todos os ingredientes do molho.

2º passoColoque o limão nos filés e, logo em seguida, enxague com água em abundância e deixe escorrer.

3º passoColoque em uma forma o molho juntamente com os filés, cobrindo o restante com o molho.

4º passoLeve ao forno quente por 30 minutos, coloque a mozarela até derreter.

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CASO DE SUCESSO

Marilene oferece seus doces, produto que produz desde 1998

Laris

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Com aperfeiçoamentos e dedicação, Marilene encontrou meios para ganhar dinheiro em CastelândiaLuiz Fernando Lemes | [email protected]

Produção de doces caseiros: alternativa para uma renda extra

34 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

Doces de leite, mamão, abacaxi, ameixa... Com essa variedade, Marilene Pereira de Araújo, 54,

encontrou meios de ganhar dinheiro ex-tra, fazendo e vendendo doces na cidade de Castelândia, localizada à 260 km de Goiânia. Morando na pequena cidade com pouco mais de 4 mil habitantes, a doceira já conquistou uma clientela fiel. E tudo começou de maneira muito simples, quando Marilene encontrou um anúncio na rua divulgando o curso de doces cris-talizados, no longínquo ano de 1998.

“Eu acho que foi no Colégio José Men-des que fiz uma semana de curso, ainda no mês de fevereiro. Porém, só foi em junho que comecei a trabalhar com os doces”, relembra a doceira. Antes, tra-balhava vendendo alface, rúcula e outros produtos, mas resolveu fazer apenas os doces, já que passou a trabalhar sozinha na horta. “Eu gasto apenas três horas para fazer os doces de leite, ponho no pote e vendo sob encomenda. Comecei a fazer doces de laranja, mas desisti porque gastava nove dias para terminar. Quanto à horta, resolvi alugar”, falou entre risos.

Analisando a forma de produção dos doces e o valor do leite, Marilene acre-dita que os preços de seus produtos são baratos, mas afirma que o impor-tante é manter um “capital de giro”. “Eu compro leite à R$ 2,00/litro e ven-do os doces por R$ 8,00/pote. Faço um valor bem em conta e o que importa, para mim, é ter um dinheirinho extra”, explica. Além disso, Marilene ressalta que o fato de não ficar parada é outro ponto fundamental. “A gente trabalha e isso faz muito bem, mesmo que seja mais aos finais de semana”, completa.

Aperfeiçoamento Marilene fez o curso de doces crista-lizados em 1998 e resolveu se aper-feiçoar em 2010 com o curso de De-rivados do Leite do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goi-ás através do Sindicato Rural de San-ta Helena. A partir daí, começou a fazer e vender os produtos sozinha, produzindo os doces, geralmente, aos finais de semana. A doceira con-ta com entusiasmo que recebe en-comendas e vende de maneira ime-diata, não deixando as guloseimas ficarem dias e dias estocados. “Meus doces são todos naturais, produ-zo para vender rapidamente porque meus produtos não têm nenhum tipo de conservante”, comentou.

Durante os dois cursos, a doceira teve acesso aos conhecimentos re-ferentes à produção dos doces, tais como higiene pessoal, do ambiente e do local de trabalho, além dos méto-dos de produção dos doces cristaliza-dos e de derivados do leite e noções de acondicionamento e conservação.

Os cursos foram tão importantes para Marilene que hoje ela nem consegue contabilizar a quantidade que produz mensalmente. “Eu não sei muito bem falar dos números, até porque faço mais por encomenda e varia muito por mês”, comenta. “Eu sei que faço o seguinte: a pessoa vem aqui em casa e pede uma quantidade de doce. Se já tenho pronto, entrego na hora. Caso contrário, pergun-to se posso fazer para o dia seguinte ou se ela pode esperar por algumas horinhas”, explica com orgulho da pontualidade da produção e por fazer tudo sozinha.

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Os interessados em cursos e treinamentos do Senar, em Goiás, no município de Castelân-dia devem entrar em contato com o Sindicato Rural de Santa Helena de Goiás pelo telefone (64) 3641-3389.

Outubro / 2014 CAMPO | 35www.senargo.org.br

EM SETEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

371 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 87 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

4.627 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

38 154 04 02 08 12 122 31 40 06 02 06 33 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

na área de

aquicultura

na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

MADEIRASLa

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Mel

o

Cuidado que garante a qualidade do produto final

Cuidado que garante a qualidade do produto finalLuiz Fernando Rodrigues | [email protected]

EM SETEMBRO, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

371 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 87 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

4.627 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

38 154 04 02 08 12 122 31 40 06 02 06 33 0

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

extrativismo

Em

agroindústria

na área de

aquicultura

na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação

de serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar

Goiás entre em contato pelo telefone (62) 3412-2700 ou pelo site

www.senargo.org.br

Seja para fazer cercas, esti-cadores, postes ou na cons-trução civil, a madeira é in-

dispensável na propriedade rural. Entretanto, necessita de tratamento e manejo adequado desde o plan-tio até a extração. Pensando nisso e na qualificação profissional dos produtores rurais, o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás oferece o curso de Plantio e Tratamento de Madeira para traba-lhadores e produtores com mais de 18 anos. O curso tem como objeti-vo proporcionar aos interessados noções de preparação do terreno e combate às pragas das madeiras.

Com 16 vagas, cada evento tem carga horária de 24 horas e os inte-ressados aprenderão sobre os mé-todos de preservação da madeira, planejamento do plantio e manu-tenção do florestamento, técnicas de implantação florestal e semea-dura. Para isso, o produtor e o tra-balhador rural devem ter condições físicas e mentais para exercer a ocu-

pação, ter idade mínima de 18 anos e ser alfabetizado.

A consultora técnica do Senar Goiás para a área de Meio Ambien-te, Jordana Sara, afirma que o setor está passando por mudanças e que o produtor deve produzir visando o produto final. “O plantio deve ser realizado com vistas para o que se pretende alcançar. Se for eucalipto para lenha é um tipo, se for para móveis e construção civil, já é ou-tra espécie. O produtor tem que ter em mente a comercialização futura e ter o planejamento pronto”, res-salta Jordana.

O curso ainda oferece aos pro-dutores ensinamentos sobre as técnicas para combate às formigas e cupins, preparação do terreno, plantio e manutenção do flores-tamento e cronograma das ativi-dades florestais. Os t reinamentos são cert if icados e, para isso, o alu-no deve ter, no mínimo, 80% de frequência e apresentar uma mé-dia satisfatória.

*Cursos promovidos entre os dias 26 de agosto a 25 de setembro

Previdência Social e os benefícios aos trabalhadores do campo

CAMPO ABERTO

O Brasil é um país essencialmente agrícola.

Tal fato vem se firmando a cada ano pelos

recordes absolutos de produção e expor-

tação dos produtos do país. Apesar disso, somente

a partir da Constituição Federal de 1988 os traba-

lhadores rurais passaram a ter os mesmos direitos

que os trabalhadores urbanos. O Artigo 6º da Cons-

tituição Federal dispõe que a Previdência Social é

Direito Social do cidadão. Nesse sentido, o artigo 7º

assegura aos trabalhadores urbanos e rurais o direi-

to à aposentadoria.

No Censo Agropecuário de 2006, o IBGE iden-

tificou 4.367.902 estabelecimentos da agricultura

familiar, o que representa 84,4% dos estabeleci-

mentos brasileiros que cultivam a terra, a maioria

em pequenas propriedades. (IBGE. CENSO AGRO-

PECUARIO 2006.). Ressalta-se que esses agri-

cultores, que produzem em regime de economia

familiar, são considerados trabalhadores rurais e

tratados pela legislação como Segurado Especial. O

art. 195 da Constituição dispõe que: “§ 8º O pro-

dutor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais

e o pescador artesanal, bem como os respectivos

cônjuges, que exerçam suas atividades em regime

de economia familiar, sem empregados permanen-

tes, contribuirão para a seguridade social mediante

a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da

comercialização da produção e farão jus aos bene-

fícios nos termos da lei.”.

Assim, constata-se que, para os trabalhadores em

questão, a forma de contribuição para a Previdên-

cia Social é diversa, já que para os que vivem no

campo não existe a regularidade de disponibilidade

financeira, mês a mês, uma vez que esses enfrentam

períodos diversos e instáveis, como safra, seca, proi-

bição de pesca etc. Assim, a contribuição da catego-

ria será efetivada quando da comercialização de seu

produto e quando não houver produto a ser comer-

cializado, não haverá necessidade de contribuição.

Todavia, para receber a aposentadoria rural os

trabalhadores rurais devem preencher alguns re-

quisitos, quais sejam: ter idade mínima de 55 anos

(para as mulheres), e 60 anos (para os homens),

além de ter, no mínimo, 15 anos de exercício de

atividade rural comprovada.

Então, como comprovar a prática da atividade ru-

ral? O INSS disponibiliza uma lista de documentos

no site da Previdência (www.previdencia.gov.br).

Exemplifica-se: a) contrato de arrendamento, de

parceria ou de comodato rural; b) comprovante de

cadastro no INCRA; c) bloco de notas de produtor

rural ou notas fiscais de venda por produtor rural.

Contudo, os agricultores familiares e trabalhado-

res rurais de todo o país têm encontrado dificul-

dade para reunir os documentos que comprovem

essa atividade no campo. Por isso, em 2013, 28%

dos pedidos de benefício foram negados pelo INSS.

Considerando o fato, o Poder Judiciário vem ana-

lisando cada caso concreto para fins de concessão

do benefício, e tem admitido, como início de prova

material, a apresentação de documento público em

que conste a profissão de lavrador, por exemplo:

certidão de casamento, reservista, registro de ma-

tricula em escola do meio rural, entre outros.

Portanto, a Previdência tem se mostrado uma

política que opera em benefício dos trabalha-

dores rurais e que tem um papel muito relevante

em termos de distribuição de renda, no fortale-

cimento das estruturas sociais e produtivas da

agricultura familiar, evitando o êxodo rural e

assegurando a sucessão familiar através da pro-

dução de alimentos no Brasil.

Aliny Cristina

Teixeira Mendonça

é advogada e técnica

administrativa do

Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural

(Senar) Goiás.

Laris

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Aliny Cristina Teixeira Mendonça | [email protected]

38 | CAMPO Outubro / 2014 www.sistemafaeg.com.br

LAY 2604 FAEG REVISTA CAMPO JULHO CAN 08 2014_am.indd 21 18/08/2014 14:32:14LAY 2637 FAEG REVISTA CAMPO AGOSTO CAN 08 2014-am .indd 39 09/09/2014 21:16:07