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INSS 2178-5781 9912263550 INSS 2178-5781 Ano XIII | 200 | Fevereiro 2012 Eles não são atendidos por programas sociais e nem alcançam os lucros dos grandes produtores. Essa nova classe C representa mais de 60 milhões da produção bruta brasileira A nova classe média rural Goiás desponta na preferência europeia por carne bovina Exportação Exportação Em período de safra, emprego no campo aumenta até 40% Há vagas Há vagas Coelhos são boa alternativa para quem busca lucro rápido Cunicultura Cunicultura

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Ano XIII | 200 | Fevereiro 2012

Eles não são atendidos por programas sociais e nem alcançam os lucros dos grandes produtores. Essa nova classe C representa mais de 60 milhões da produção bruta brasileira

A nova classe média rural

Goiás desponta na preferência europeia por carne bovina

ExportaçãoExportação

Em período de safra, emprego no campo aumenta até 40%

Há vagasHá vagas

Coelhos são boa alternativa para quem busca lucro rápido

CuniculturaCunicultura

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira;

Claudinei Rigonatto; Eurípedes Bassamurfo da Costa

Editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

Reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e

Leydiane Alves

Fotografi a: Jana Tomazelli Techio,

Larissa Melo

Revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfi ca Talento Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

DIRETORIA FAEG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Vice-Presidentes Institucionais: Bartolomeu

Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes

Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-

hares Ribeiro. Suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,

Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,

Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo

Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa,

Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva Prates

Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. Suplentes: Arno

Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Margareth

Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo

Vicente. Delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu

Cortez. Suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,

Walter Vieira de Rezende.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. Suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafi m, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo: Bairon

Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson Alcântara,

José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos Fernandes.

Suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

Superintendente: Marcelo Martins

FAEG - SENAR

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

Site: www.sistemafaeg.com.br

E-mail: [email protected]

Fone: (62) 3545-2600- Fax: (62) 3545-2601

Site: www.senargo.org.br

E-mail: [email protected]

Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

e-mail: [email protected].

Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

O setor rural amargava uma lacuna na classi-ficação da renda líquida do produtor. Teori-camente, os produtores eram enquadrados

como agricultores familiares ou produtores comer-ciais. Essa realidade, até então, deturpada, começa a ser revista devido a um levantamento longo e deta-lhado encomendado pela CNA à FGV com base no último senso agropecuário. Essa nova escala de par-ticipação na economia, produção, empregabilidade, custos e crescimento dividiu as classes econômicas da zona rural assim como são classificadas na zona urbana.

Esse perfil será muito importante para traçar-mos metas e estimularmos a adequação e a criação de novas políticas públicas que contribuirão para o desenvolvimento dessas classes, cada uma com sua devida necessidade. O estudo norteia um caminho de soluções adequadas para as necessidades dessas classes, bem como políticas focadas nos diferentes perfis sociais para podermos avançar a cada dia e melhorarmos a vida do produtor rural, em todas as camadas sociais.

Perfi l social do produtor

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PAINEL CENTRAL

Prosa Rural

Carne goiana: a queridinha da Europa

O especialista em análise de mercado

e fundador a AgRural Commodities

Agrícolas, Fernando Muraro, acredita que

a previsão de mercado de commodities

para 2012 seja tão boa quanto foi em

2011 para os produtores rurais. Para ele,

a preocupação é com a safra de 2013.

Com 441 propriedades rurais cadastradas para exportar carnes para a União

Europeia, Goiás se desponta como o Estado com maior número de unidades

aptas a vender para Europa.

16

08

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Cartão Produtor 12

Delícias do Campo

Campo Aberto

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Riqueza que vem do melProdutor turbinou os lucros da produção de mel

e derivados com orientações repassadas em

treinamento do Senar em Goiás.

34Campo Responde 32

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Emprego no campo

Safra aumenta em até 40% os empregos na zona rural. Média de remuneração supera o valor do Salário Mínimo.

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Safra negociada

Mais da metade dos produtores goianos travaram preços em contratos antecipados.

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A família de

produtores de

Vicentinópolis é

o retrato da nova

classe média rural.

Foto produzida

por Larissa Melo e

tratada por Carlos

Nascimento.

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Coelho: lucro rápido e garantidoCarne nobre, macia e saborosa se destaca em um mercado ainda pouco explorado.

Pesquisa classifi ca os perfi s econômicos da população no campo e revela uma classe média à margem das políticas públicas, que precisa trabalhar fora da propriedade para complementar a renda.

Retrato da família rural

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Ano XIII | 200 | Fevereiro 2012

Eles não são atendidos por programas sociais e nem alcançam os lucros dos grandes produtores. Essa nova classe C representa mais de 60 milhões da produção bruta brasileira

A nova classe média rural

Goiás desponta na preferência europeia por carne bovina

ExportaçãoExportação

Em período de safra, emprego no campo aumenta até 40%

Há vagasHá vagas

Coelhos são boa alternativa para quem busca lucro rápido

CuniculturaCunicultura

Fevereiro/2012 CAMPO | 5www.senargo.org.br

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AGENDA RURAL

14/03 21/03 23/03

26/03 28/03 30/03

Mesa redonda “Os 10 mais do PIB”Local: na sede da Faeg em Goiânia (GO)

Informações: (62) 3096-2200

3° Goiás Leite Seminários Regionais de Pecuária de LeiteLocal: Lago Municipal Dirceu Vaz da Rosa,

em Palminópolis (GO)

3° Goiás Leite Seminários Regionais de Pecuária de Leite

Local: Sede da AABB, Rua 07 s/n Vila Progresso, em Itaberaí (GO)

Informações: (62) 3375-2457

3° Goiás Leite Seminários Regionais de Pecuária de Leite

Local: Tatersal Filó Garcia, no Parque de Exposições Nélio de Moraes Vilela, em Jataí (GO)

3° Goiás Leite Seminários Regionais de Pecuária de LeiteLocal: Loja Maçônica Vale das Orquídeas

Piracanjuba (GO)Informações: (64) 9261-4486

3° Goiás Leite Seminários Regionais de Pecuária de Leite

Local: Centro Pro Menor Irmão Sol, em Corumbaíba (GO)

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19 de março3º Goiás Leite

Seminários regionais de Pecuária de Leite.Local: Sede do Sindicato Rural de Jussara (GO)

Informações: (62) 3373-2246

Março 2012

6 | CAMPO Fevereiro/2012 www.sistemafaeg.com.br

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FIQUE SABENDO

Reeducação de detentosARMAZÉM REGISTRO

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Representantes do Sistema Faeg/Senar, da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (Agsep) e outras entidades assinaram, no dia 13 de fevereiro, a participação do Sistema em um convênio que prevê a reutilização da Fazenda Esperança (FE), uma área agropastoril, localizada dentro do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, com aproximadamente 50 alqueires, no processo de reeducação dos detentos.

Segundo o presidente da Agsep, Edemundo Dias, o trabalho vai diminuir o custo do preso com alimentação e aumentar a sua autoestima, além de reduzir a pena a ser cumprida. “Para cada três dias trabalhados, o detento terá um dia reduzido em sua pena.” Ele acrescenta que a ação também é válida para os empresários que poderão desenvolver algum tipo de empreendimento na FE, utilizando a mão de obra do reeducando.

PESQUISA

A Fundação Pró-Sementes divulgou, em janeiro, três novas cultivares de trigo desenvolvidas pela OR Melhoramento de Sementes. As variedades denominadas Berilo, Ametista e Topázio, já estão disponíveis para produtores de sementes interessados em multiplicar os materiais para a próxima safra. Com boa produtividade e comportamento quanto às principais doenças da cultura, as variedades atendem a nova classificação industrial para o trigo, sendo este um fator muito observado

para a comercialização da produção. A partir de 2013 as variedades estarão disponíveis para a produção comercial. Para mais informações, basta entrar em contato com a Fundação Pró-Sementes pelo número: (54) 3314-8983.

Novas variedades de trigo

Alimentação de monogástricos

A Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf) lançou, recentemente, o livro Alimentação de Animais Monogástricos: mandioca e outros alimentos não convencionais. A obra apresenta aos pesquisadores, técnicos e produtores uma nova perspectiva nas possibilidades do uso da fonte de alimentos energéticos e proteicos destinados aos animais monogástricos.

O livro reúne informações científicas e parâmetros técnicos disponibilizados em importantes periódicos científicos internacionais sobre o uso de outras fontes de alimento capazes de garantir uma diversificação estratégica no abastecimento para os sistemas produtores de carne, ovos, leite e outros alimentos de origem animal. A publicação custa R$ 50 e pode ser adquirida diretamente na sede da Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais (Fepaf), em Botucatu, ou pelo e-mail: [email protected]

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Para mais informações, basta entrar em contato com a Fundação Pró-Sementes pelo número: (54) 3314-8983.

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PROSA RURAL

Leydiane Alves | [email protected]

Produtores de olho na safra 2013

C om a previsão de que o ano de 2012 seja tão bom quanto o de 2011 para os produtores rurais, o Engenheiro Agrônomo, Fernando Muraro, afirma

que a preocupação, no momento, é com a safra de 2013. Ele explica que, caso a crise europeia se agrave, os produtores vão sentir um aumento no custo da produção. Especialista em análise de mercado, Muraro tem pós-graduação em economia agrícola na Universidade de Pádua, na Itália, e especialização em análise técnica e fundamental de mercado de commodities agrícolas, nos EUA. Em 1996, fundou a AgRural Commodities Agrícolas, empresa que presta assessoria de informação e comercialização para produtores de soja e milho das regiões Centro-Oeste e Sul e para empresas do setor de insumos e máquinas.

FERNANDO MURAROFundador da AgRural e especialista em análise de mercado agrícola

8 | CAMPO Fevereiro/2012 www.sistemafaeg.com.br

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Revista Campo: Como as questões macroeconômicas têm influenciado nos preços das commodities agrícolas?Fernando Muraro: Essa é a grande questão do ano, porque existe uma correlação inversa e fundamental entre commodities e dólar. No ano passado, os preços do milho atingiram os maiores patamares do ano, justamente quando o dólar registrava seu menor valor. No último trimestre, a moeda voltou a reagir e os preços das commodities cederam significativamente. Essa é a lição de 2011 para 2012. Agora, a expectativa é que se a crise da Europa se aprofundar, o dólar volte a se fortalecer. Caso isso ocorra, as commodities poderão sofrer grandes perdas.

Revista Campo: Como o senhor vê os efeitos da crise europeia na rentabilidade dos produtores rurais de Goiás?Fernando Muraro: A safra que foi plantada o ano passado e colhida em 2012 não é problema, pois ela já está pronta e grande parte comercializada. A preocupação é com a safra 2012/2013, porque se a crise europeia se agravar podemos ter uma mudança na estrutura de formação de preço. Isso significa que a valorização da moeda americana, impactando em menores preços em dólares das commodities, resultaria em custo de produção mais elevado.

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O Brasil deve assumir na próxima década um papel de liderança não só na produção como nas exportações, especialmente, de soja e milho.

Revista Campo: : Os fundamentos de oferta e demanda mundial no mercado de grãos deverão continuar favoráveis aos preços dos produtos agrícolas?Fernando Muraro: Sim, especialmente para o milho. Nós tivemos uma quebra em mais de 10 milhões de toneladas, esse ano, na safra do milho na América do Sul.

Revista Campo: A China continuará a apresentar crescimento constante na demanda por grãos?Fernando Muraro: Depois da macroeconomia, a questão fundamental é a China. Em 2011, depois de quase oito anos, o País diminuiu a sua importação, dando sinais que sua demanda não cresce em ritmos tão elevados.

Revista Campo: Qual será o papel do Brasil dentro do mercado de commodities agrícolas?Fernando Muraro: O Brasil deve assumir na próxima década um papel de liderança não só na produção como nas exportações, especialmente, de soja e milho.

Revista Campo: Quais os principais entraves brasileiros na expansão de sua participação no comércio de commodities agrícolas?Fernando Muraro: O principal entrave continua sendo o logístico. O custo da tonelada transportada do estado de Goiás para os principais portos brasileiros não para de subir, revelando ineficiência da nossa infraestrutura. O Brasil não pode ser o celeiro do mundo sem cesto.

Revista Campo: : O país já é um dos principais exportadores de soja do mundo. Na sua visão, o Brasil deverá se consolidar como um dos principais exportadores de milho também? Por que?Fernando Muraro: Sim, porque a tendência é que a China, que é a maior importadora de soja do mundo, passe a ser também grande importadora de milho mundialmente.

Revista Campo: O que o produtor pode esperar da safra 2011/12?Fernando Muraro : Goiás deve esperar um ano tão bom quanto 2011. Mas temos que estar atentos, porque o ciclo de alta das commodities pode estar acabando.

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MERCADO E PRODUTO

O meio rural tem vivido um processo in-tenso de t ransformação nas últ imas décadas, resultado de um esforço coletivo baseado em técnicas de inovação para o campo. Prova disso, são os constantes e cada vez mais ne-cessários investimentos em modernização da gestão agr ícola, proveniente da t ransição do status de simples proprietários rurais para a denominação de micro ou pequena empresa rural, baseada em estratégias competit ivas.

Essa t ransição, no entanto, vem acompa-nhada de um histórico de mudanças que co-meçam no comportamento do produtor rural. Além de aper feiçoar sua forma de t rabalhar, ele necessita de uma nova frente de geren-ciamento com per f il de metas e resultados. Neste cenário, redução de custos, aumento da produtividade, melhoria nas vendas e identi-f icação de novas oportunidades de negócios passam a ser ferramentas de gestão compe-tit iva e de fortalecimento desse setor agroin-dustrial – hoje representado inclusive pela agricultura familiar.

Parte desse desenvolvimento tem sido conquistado segundo redes de cooperação. O associativismo aí representa, hoje, uma al-ternativa sustentável para o micro e pequeno produtor se organizar, ao mesmo tempo em que agrega valor aos produtos primários, por vezes preteridos na conta f inal do processo de benef iciamento de um produto.

Além disso, as entidades de classe têm

buscado junto aos governos federal e esta-dual, em parceria com municípios, formas de promover essa revolução agroindustrial, quer seja por meio do desenvolvimento de inst ru-mentos de Polít ica Agr ícola mais ef icientes, pela disponibilização de linhas de crédito como Plano Safra e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pro-naf) ou por projetos de fortalecimento das ca-deias produtivas.

Dentro desse panorama, o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Senar) de Goiás e a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) desenvolvem o Programa Empre-endedor Rural (PER-GO) que, com o apoio do Sebrae Goiás, procuram estimular a compe-tência pessoal dos empreendedores do agro-negócio.

Fundamentado em três fases, o PER-GO leva ao meio rural a gestão do conhecimen-to em empreendedorismo, com a elaboração de um projeto de investimento de capital; a implantação do projeto e desenvolvimento de grupos; e o capital social com a f idelização de lideranças no meio rural. Atualmente, o pro-jeto está em andamento, no entanto, espera--se que a t ransformação aplicada diretamente ao produtor seja estendida como ferramenta t ransformadora de ações sociais, polít icas e econômicas, de modo a fundamentar ainda mais o desenvolvimento do agronegócio e a diminuição do êxodo rural.

Revolução no campo com MPE do agronegócio

José Mário Schreiner

é presidente da

Federação da

Agricultura e Pecuária

de Goiás (FAEG)

e vice-presidente

de fi nanças da

Confederação da

Agricultura e Pecuária

do Brasil (CNA).

José Mário Schreiner | [email protected]

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Fevereiro/2012 CAMPO | 11www.senargo.org.br

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12 | CAMPO Fevereiro/2012 www.sistemafaeg.com.br

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ORIZONA

Cerca de 350 pessoas participaram da solenidade de posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Orizona para o próximo triênio. O evento foi realizado no dia 9 de dezembro de 2011. Na ocasião foi oferecido um jantar para funcionários, associados e familiares. Para a nova diretoria foram eleito Domingos Sávio de Oliveira, como presidente, Geovando Vieira Pereira, secretário e o tesoureiro Paulo César Dias de Almeida. Joaquim Sant’ana Pinto de Oliveira, Daniel Olimpio Álvares e Marcelo Fernandes Rexende compõem para o conselho fiscal. (Colaborou: Adriane Pereira Tiago)

Nova diretoria

ANÁPOLIS

Cerca de 150 pessoas participaram, no dia 8 de fevereiro, da solenidade de posse da nova gestão administrativa do Sindicato Rural de Anápolis, realizada no Salão de eventos do Sindicato. O vice-presidente da Faeg, José Manoel Caixeta, o superintendente do Senar, Marcelo Martins e o secretário da Agricultura, Antônio Flávio Camilo de Lima, também marcaram presença. Na ocasião foi apresentado ao público um vídeo falando sobre as conquistas e realizações da entidade nos últimos três anos e o projeto de construção do novo Parque de Exposições. José Caixeta foi reeleito como presidente, o vice-presidente passa a ser Francisco de Assis Xavier Nunes, o secretário é José Augusto e o tesoureiro Emival Silveira Duarte.

Leilão

AÇÃO SINDICAL

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COMITIVA

O Sistema Faeg/Senar recebeu no dia 15 de fevereiro, a visita das colaboradoras Diana Torres Maia e Juliana Modergan Ferreira, do Sistema Famato/Senar. O objetivo do encontro foi conhecer o Programa Empreendedor Sindical, a aplicação do Indíce de Desenvolvimento Sindical (IDS), os treinamentos, orientações e visitas técnicas nos sindicatos. Junto com o gerente sindical da Faeg, Antelmo Teixeira Alves, a comitiva foi até o município de Orizona, conhecer onde o projeto está sendo implementado. Segundo Antelmo, a intenção do programa é dar suporte à modernização e melhoria da representatividade e atuar nas organizações sindicais rurais com sustentabilidade.

Empreendedor Sindical é tema de visita

TERRENO

Além da posse, o Sindicato Rural de Orizona tem mais motivos para comemorar. Foi aprovada pela Câmara Municipal da cidade a doação de um terreno pela prefeitura ao Sindicato. No local será construído o Parque de Exposições. (Colaborou: Adriane Pereira Tiago)

Parque de Exposições

Diferente do que foi publicado na edição de janeiro, número 199, da Revista Campo, a posse da nova diretoria do Sindicato Rural de Itapaci foi realizada no Hotel San Domingues e não no salão de eventos do Sindicato.

ERRAMOS

Fevereiro/2012 CAMPO | 13www.senargo.org.br

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RIO VERDE

PORANGATU

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do meio ambiente, o Sindicato Rural de Rio Verde, realiza no mês de março, dia 24, a Terceira Cavalgada Ecológica. O evento vai percorrer um total de 28 quilômetros. A expectativa é a participação de 200 pessoas. As inscrições são feitas na sede do Sindicato. Mais informações: (64) 3612-0252, falar com Fernanda.

O Sindicato Rural de Porangatu foi palco, no dia 20 de janeiro, da solenidade de posse da diretoria, conselho fiscal e delegados representantes eleitos para o triênio 2012/2014. O novo presidente é Carlos José Garcia, como secretário geral ficou Rodrigo Barros de Azevedo e Francisco Pereira Lima é o novo tesoureiro. No conselho fiscal entram Julio Sérgio de Melo Júnior, Carlos Moreira da Silva e Claudiney Luiz Ribeiro. Como delegados ficaram Carlos José Garcia e Antonio Anselmo de Freitas

Cavalgada em prol do meio ambiente

Nova diretoria toma posse

CROMÍNIA

Iluminados à luz de vela e lampião, o Sindicato Rural de Cromínia realizou a cerimônia de posse da nova diretoria para a gestão do triênio 2012-2015. O evento foi realizado no salão de eventos das novas instalações da sede do Sindicato. A realização teve a presença de produtores, funcionários, pessoas da comunidade e da presidente do Sindicato de Guapó, Maria das Graças. Para a nova diretoria foram eleitos João Marciano Neto como presidente, Luiz Roberto Martins Ferreira vice-presidente, como secretária Maria de Almeida Silvério e o novo tesoureiro é João Antônio de Souza. O Sistema Faeg/Senar foi representado pelo gerente sindical, Antelmo Teixeira Alves. (Colaborou: Mábia Regina)

Posse no Sindicato

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FAEG JOVEM

O Sistema Faeg/Senar, em uma parceria com o Sindicato Rural de Rio Verde, a Associação dos Jovens Empreendedores e Empresários de Goiás (AJE) e o Sebrae Goiás, realizou no último dia 28 de fevereiro, em Rio Verde, o primeiro encontro municipal do Programa Faeg Jovem de 2012. O evento contou com a participação de aproximadamente 40 pessoas entre jovens empresários, estudantes, produtores rurais, lideranças municipais entre outros. (Colaborou: Alexandro Alves)

Rio Verde sedia o primeiro encontro Faeg Jovem do ano

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Pessoa Física até 22 de maio

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Goiás esta à frente das exportações de carne bovina para União Europeia. O Estado tem

mais de 440 propriedades habilitadas Leydiane Alves | [email protected]

Carne goiana lidera preferência europeia

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgou no mês de

fevereiro a lista das fazendas autori-zadas a exportar gado bovino para abate e carne in natura para a União Europeia (UE). Goiás lidera o número de propriedades. Das 1.949 mil unida-des, o Estado tem 441 propriedades cadastradas. Os principais municí-pios responsáveis pela exportação são Nova Crixás, representada por 41 uni-dades, São Miguel do Araguaia com 17, Corumbaíba e Mozarlândia com 15, e as cidades de Montes Claros de Goiás e Mundo Novo, ambas com 14.

COMERCIALIZACÃO

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A grande novidade é que, a partir desse ano, as autoridades brasileiras farão a gestão da lista dessas unida-des habilitadas a exportar o alimento. O assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Paulo Sérgio Mustefaga, ex-plica que essa conquista só foi pos-sível após muitas negociações, pois o Brasil era o único País do mundo que tinha que cumprir com as exi-gências da Decisão da Comissão nº 61/08. “Em 2008, a União Europeia passou a exigir que as propriedades habilitadas para exportações de carne bovina fossem auditadas pelas autori-dades sanitárias brasileiras e fossem aprovadas pela autoridade europeia. Só podiam exportar as propriedades aprovadas pela UE e que constassem na Lista Traces, publicada no site da UE, conforme dispunha a decisão 61”, explica.

Agora a lista de unidades aprova-das passa a ser divulgada no site do Ministério, que será atualizada a cada 15 dias. Os relatórios de auditoria tam-bém não precisarão mais ser transmi-tidos para análise da Comissão Euro-peia. Somente as propriedades que cumprem as exigências da Instrução Normativa nº 17, que regulamenta o sistema brasileiro de rastreamento, podem ingressar no cadastro. “Essa medida é muito importante para as exportações de carne bovina do Bra-

sil, pois o País reassume a sua autono-mia sobre as fazendas exportadoras, podendo expandir o número de fazen-das desde que estejam de acordo com as normas de rastreabilidade, vigen-tes no País.”

Segundo Paulo Sérgio, a União Europeia é um mercado muito im-portante para o Brasil. Atualmente, o bloco é o terceiro maior comprador da carne brasileira, atrás da Rússia e do Irã, mas já chegou a ser o principal mercado de exportação de carne bo-vina do Brasil. “A UE é um mercado de grande potencial para o Brasil, não só pelos grandes volumes que com-pra, mas também por pagar um preço muito superior aos de outros merca-dos”, avalia o assessor.

Só em 2011 foram exportadas para o bloco US$ 478 milhões de carne bo-vina in natura, com um total de 48 mil toneladas. No ano de 2010 foram US$ 345 milhões e 44 mil toneladas. En-tre os dois anos, houve um aumento de 38% no valor e 9,2% na quanti-dade. Já na importação de carne in-dustrializada, a UE lidera o ranking. No ano passado foram exportadas 53 mil toneladas do produto, somando um montante de US$ 307 milhões. Já em 2010 foram enviadas para o bloco econômico 70,7 mil toneladas. Goiás foi responsável, só em 2011, por 8 mil toneladas de carne exportada, com um valor de US$ 86 milhões.

ExigênciasDe acordo com a coordenadora do

Sistema de Identificação e Certifica-ção de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) da Agência Goiana de Defesa Agro-pecuária (Agrodefesa), Silvânia An-drade Reis, quando Goiás recomeçou a exportar carne para a UE, o Estado tinha apenas duas fazendas autoriza-das. “No fim de 2007, a UE embar-gou a exportação porque não estava satisfeita com o sistema de rastreabi-lidade. Então, foi feito em todo o País uma força tarefa, principalmente em Goiás, por meio do Mapa, onde foi realizada uma auditoria prévia de to-das as fazendas do Estado.”

Em pouco mais de três anos, de duas propriedades, Goiás passou a ter 400, chegando a 504, em agosto do ano passado. “Em 2011 foi o ápi-ce de propriedades aptas a exportar carne bovina. Conseguimos passar Minas Gerais que, até então, era o Estado que mais exportava. E desde essa conquista, não perdemos mais a liderança na exportação”, explica Silvânia. Depois de Goiás, aparecem o Mato Grosso, com 431 fazendas, e Minas Gerais, com 428, entre oito Estados produtores de carne bovina que aparecem na listagem do Mapa.

Silvânia conta que, para Goiás conseguir chegar ao primeiro lugar, a Agrodefesa tem trabalhado de for-ma diferenciada e intensiva. “Nós fi-

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Fonte: Agrodefesa

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zemos um trabalho muito constante de atendimento. Preparamos nossos auditores de forma exaustiva e demos vazão ao trabalho. O que não acon-teceu em outros Estados.” Ela expli-ca que quando teve a determinação do Ministério, Goiás acatou todas as normas. “Foram criadas normas que todos os produtores devem atender. Nós fazemos uma checagem docu-mental e outra do rebanho.”

O produtor rural César Leite de Sant’Anna, exporta carne para União Europeia desde o fim de 2007. Ele conta que quando deu início, a atividade era muito bu-rocrática. Era necessário que os

protocolos fossem encaminhados ao Mapa, onde eles processavam a vistoria por meio de uma empre-sa certificadora, que decidiria se a propriedade poderia fazer parte da lista de exportadores. “Hoje estão mais ágeis. Basta contratar uma certificadora que vai realizar a so-licitação à Agrodefesa.”

César explica que o processo de visita da certificadora consiste ainda em orientar os produtores rurais no que é preciso para fa-zer parte da lista de exportação. “Nesta etapa a certificadora é fun-damental, pois é ela que procede a aquisição dos brincos específicos já referenciados ao proprietário, fornece a ele as normas de co-locação do objeto, realiza com o proprietário e funcionários treina-mento e explicações sob normas essenciais solicitadas pelo Sis-bov”, diz.

O produtor tem duas fazendas credenciadas, uma na cidade de Hidrolândia e outra em Jaraguá. De acordo com ele, das duas pro-priedades, são exportadas três mil cabeças de gado por ano para União Europeia. César salienta que hoje não é correto referir o cresci-mento somente ao mercado euro-

peu, pois alguns países asiáticos já lideram as importações. Ele conta, ainda, que o rebanho brasileiro é mais de 180 milhões de cabeças. Desse total, são abatidas mais de 36 milhões e apenas 10% são confinadas. Já nos EUA ocorre o contrario, em 2011 o país ultrapas-sou o Brasil em volume exporta-do. “Foram 1.287 milhões expor-tados pelos EUA e 1.097 milhões pelo Brasil. Isso não ocorria desde 2004, apesar de termos algumas boas expectativas, a crise euro-peia poderá desencadear efeitos negativos em nossa área.”

Ele acrescenta ainda que o de-senvolvimento da pecuária passa por um período de alterações, re-flexões e decisões. “O que o pe-cuarista tem que ter como alvo é a eficiência de sua propriedade. Pois, o custo da terra e as oscila-ções do preço dos insumos podem inviabilizar o negócio e acarretar sérios prejuízos.” Mas ele acredita que os pecuaristas brasileiros são os melhores do mundo. “Se tivés-semos metade dos subsídios fran-ceses e americanos, certamente nosso povo comeria mais carne e com melhor qualidade por um me-nor valor”, defende.

César Leite vende carne para UE desde o fi m de 2007 e afi rma que o processo está mais rápido e ágil.

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Produtor comemora agilidade nas exportações

Segundo Silvânia, a parte docu-mental obedece rigorosamente à IN 17, onde anexos checados nessa au-ditoria devem estar inteiramente de acordo com a Instrução. A coordena-dora do Sisbov explica que o trabalho leva tempo, por ser cheio de detalhes. “Nós precisamos saber o dia que cada animal entra na propriedade, a idade e de onde veio. Depois de ter as informações, é feita uma comparação

entre os dados do Sisbov e da Recei-ta Sanitária da Agrodefesa”, conta. Ela acrescenta ainda que as informa-ções da propriedade têm que estar de acordo com o que está registrado no Banco Nacional de Dados.

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O s Seminários Regionais de Co-mercialização e Mercado Agrí-cola 2012, realizados nos me-

ses de janeiro e fevereiro, desse ano, reuniram em todas as rodadas mais de

1,1 mil participantes. O evento foi rea-lizado em sete municípios de Goiás, e teve um público médio de 160 pessoas por cidade. Com o tema Perspectivas para a Comercialização Agrícola da Sa-

fra 2011/2012, os consultores de mer-cado Pedro Dejneka e Fernando Mura-ro, debateram alguns assuntos ligados aos cenários econômicos, logística do país, especulação financeira e outras situações que impactam nos preços das commodities.

Para Pedro Dejneka, 2012 será um ano de atenção. Ele explicou que a crise na Europa é preocupante, pois o Brasil não está resguardado de seus efeitos. “Os europeus são consumido-res de produtos agrícolas brasileiros, se a crise se agravar ainda mais por lá, perderemos escala em consumo e isso afetará diretamente os preços de nossas commodities. O Brasil não está isolado”, alertou durante uma das palestras. Ainda sob o rescaldo da di-vulgação do último relatório do Depar-tamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que indicava um mer-

Seminários orientaram produtores sobre o comportamento do mercado agrícola

Leydiane Alves | [email protected]

Produtoresantecipam

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Para Dejneka: “se a crise europeia se fi rmar pode afetar as commodities brasileiras”

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cado de grãos baixista no país norte--americano, Dejneka garantiu que, para o Brasil, ainda não há tendência de queda.

Porém, orientou que é preciso que o produtor fique atento às evoluções do mercado, que muda rapidamente ao gosto dos acontecimentos econô-micos mundiais. “Tente travar o preço de seu produto. Se o mercado está bom, analise se seus custos já foram cobertos e qual seu desempenho fi-nanceiro para saber em qual margem de operação trabalhar. Mas trave pre-ço antes que a grande oferta da colhei-ta chegue ao mercado”, recomendou o consultor. Ele também chamou a atenção dos produtores para a impor-tância da China no mercado mundial de commodities. Destacou que o país asiático já possui grandes investimen-tos em energia e agricultura no Brasil e que está atento ao desempenho agro-pecuário nacional.

Terceirizar a comercialização da produção também foi fator defendido por Dejneka. “O produtor produz bem, mas isso não significa que vá comer-cializar devidamente sua produção. Ele precisa pedir ajuda e auxílio nesta parte. E terceirizar é um investimento no seu negocio”, explica o consultor. A afirmação deve-se ao fato de a área da comercialização demandar muita dedicação do produtor rural.

Comercialização fragmentada

Já para o consultor, Fernando Muraro, o ideal para o produtor é fragmentar a comercialização da safra em partes para ter me-nos chance de errar na hora de vender a produção. Para ele, é a oportunidade de os produ-tores fugirem da tradicional pressão da colheita, entre mar-ço e abril. “Não é indicado co-mercializar nesses meses, pois demonstram uma tendência de diminuição nessa época do ano”, destaca. Ainda de acor-do com ele, a safra deste ano está bem antecipada quanto à tomada de decisão. “Em Goiás, cerca de 50% da safra de grãos já foi comercializada”, diz.

Ele lembrou também que a estiagem em algumas regiões do país reforçada pelo fenôme-no La Niña, já comprometeu o potencial produtivo de grãos de parte do Mato Grosso do Sul. O que colocará a produção goiana em maior destaque. Ele af irma que os negócios, visando a sa-fra de soja do Brasil, indicam que a nova temporada poderá

apresentar um recorde de área plantada, com preços altos e produtores capitalizados pela colheita passada. O analista ponderou que a previsão de au-mento do plantio está relacio-nada às condições de mercado. Segundo ele, os Estados Uni-dos estão com estoques aper-tados e não podem contar com um aumento na safra. Uma sa-fra menor vai estimular o plan-tio de soja na América do Sul.

O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schrei-ner, falou das caracter íst icas da produção goiana de grãos neste ano em todas as roda-das do seminário e destacou também a importância de uma maior participação de produto-res rurais na polít ica regional. José Mário falou das demandas polít icas para o setor agr ícola em 2012. Cobrou ainda uma polít ica agr ícola que garanta renda ao produtor rural e sua família, ao invés da atual for-ma que se baseia somente no crédito

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Fernando Muraro acredita que é melhor o produtor fragmentar a comercialização da safra

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Pauta 2012José Mário falou ainda sobre

a produção sucroalcooleira no Estado, do posicionamento da Faeg pela diversif icação agr ícola do produtor rural e pela maior participação de produtores rurais na produção da cana-de-açúcar e não somente como arrendatário.

Outra novidade foi o anúncio de realização do seminário O que esperamos do próximo prefeito? ainda no primeiro semestre des-te ano. O projeto começou ainda em 2010, durante as eleições para presidente da república e gover-

nador, deputado e senadores. Sabatinas semelhantes foram re-alizadas em 2010 antes da eleição estadual com propostas reunidas em um documento entregue aos candidatos ao governo do Estado daquele ano. Isso reforçou o nú-mero de deputados federais e es-taduais que hoje apoiam o setor rural. “Precisamos repetir esse projeto com os produtores rurais e Sindicatos Rurais visando me-lhorar a vida da família rural do interior do Estado e o desenvolvi-mento dos municípios goianos”, disse José Mário.

Durante o Seminário de Co-mercialização realizado em Cris-talina, Entorno do Distrito Fe-deral, foi assinado um contrato de prestação de serviços entre a Secretaria de Agricultura, Pecuá-ria e Irrigação de Goiás (Seagro) e uma empresa privada para a elaboração de estudos de viabili-dade técnica e econômica para a implantação de 80 barragens nos mananciais e ribeirões localiza-dos na região.(Colaboraram: Francila Calica, Rhudy Crysthian e Cleiber Di Ribeiro)

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Estudo revela uma nova classe social no campo, até então desconhecida e longe das políticas públicas para o setor Waléria

Carlos | [email protected]

Especial para a Revista Campo

A nova classe média rural

Com o objetivo de entender melhor o perfil social dos produtores rurais brasileiros,

a Confederação da Agricultura e Pe-cuária do Brasil (CNA), encomendou à Fundação Getúlio Vargas (FGV) um estudo sobre os perfis das classes de renda rural no Brasil. O estudo rea-lizado pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, utilizou os resultados do Censo Agropecuá-rio de 2006, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para mensurar as informa-ções e traçar o perfil das classes de renda agropecuária e assim contri-buir para o desenvolvimento de no-vas políticas públicas para o setor.

O estudo foi coordenado pelo professor Mauro de Rezende Lopes e contou com os pesquisadores Ignez Vidigal Lopes, Daniela de Paula Ro-cha e Rafael de Castro Bonfim. Os re-sultados desse trabalho foram apre-sentados em Brasília, no seminário de comemoração dos 60 anos da CNA e dos 20 anos do Serviço Nacional de

Aprendizagem Rural (Senar). De acordo com Daniela Rocha,

uma das pesquisadoras, o estudo foi motivado após os resultados da pes-quisa, Quem produz o quê no campo, quando e onde?, apresentar lacunas na classificação da renda líquida do produtor nacional. “Chegamos a um número um pouco assustador de mais de um milhão de produtores que tinha até quatro módulos rurais.” De acordo com Daniela, teoricamen-te, eles poderiam ser enquadrados como agricultores familiares segun-do as normas, mas foram excluídos do Programa Nacional de Fortaleci-mento da Agricultura Familiar (Pro-naf), por empregar mais de três tra-balhadores permanentes, ou ainda, tiveram renda acima do estipulado pela normativa. “São produtores pe-quenos, mas que não se enquadram, nem na agricultura familiar, nem na agricultura comercial. Ficamos muito preocupados com esse grupo”.

A pesquisadora conta que ao final do estudo os resultados aparecem

moldando a realidade da agropecuá-ria brasileira, até então deturpada. Foi possível traçar o perfil dos grupos de produtores existentes, estabelecer as escalas de participação na eco-nomia, produção, empregabilidade, custos e crescimento. “Tecnologia, políticas públicas e novas demandas têm impulsionado a diversificação do setor agropecuário. O fato é que agropecuária brasileira, assim como a classe urbana, é dividida em classes. No caso do campo classes A/B, C e D/E”, diz.

Daniela ressalta que é importante frisar, que são essas informações que vão traçar metas e estimular a ade-quação e a criação de novas políticas públicas que contribuirão para o de-senvolvimento dessas classes. “Sem-pre existiu o produtor familiar e co-mercial, mas há ainda o produtor que não se enquadra em nenhuma dessas categorias, mas tem características dos dois. Essa classe precisa ter as-sistência ou correm o risco de passa para o nível D/E.”

PERFIL SOCIAL

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O RETRATO DAS CLASSES RURAIS NO BRASIL

Valor Bruto da Produção (VBP)

5,2 Milhões de estabelecimentos divididos em três classes:

7,60%

7,60%

78,80%

78,80%

13,60%

13,60%

Classe A/BClasse CClasse D/E

Classe D/E

3,6 milhões de áreas rurais de até 6 hectares

30% da renda são provenientes da

produção

A pecuária representa 12%

e a lavoura com 6%

Renda média de R$ 1.455 mil

mês

52% da receita é oriunda de outras

rendas como aposentadoria

fonte de crédito essencial são as empresas integradoras

Classe C

mão de obra é famíliar, até dois

empregados permanentes e

cinco temporários

40% produz leite, 17% bovinos e 13% grãos

Renda de até R$ 4.083 mil

mês

60 milhões da produção

bruta

15,4% s áreas rurais de até 21

hectares

18% da classe C localiza-se na região

Centro-Oeste

Classe A/B

300 mil propriedades

R$ 130 milhões de faturamento, cinco vezes a produção

da classe C

Produz 80% dos grãos e 85% da

fruticultura do País

É responsável por 83% da lavoura e

70% da pecuária

Líder em contratações

Renda acima de R$ 4.083 mil

mês

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A pesquisadora afirma que a classe D/E representa 70,4% do to-tal de estabelecimentos produto-res, ou seja, dos quase 5,2 milhões de estabelecimentos, mais de 3,6 milhões são formados por áreas de até seis hectares. Essa classe representa apenas 7,6% do valor bruto da produção (VBP), sendo assim, duas vezes menos se com-parado a classe C. “O que man-têm esses produtores no ambiente rural são os programas governa-mentais e as aposentadorias, que representam 52% da receita. Os outros 30% são provenientes da produção e o restante são salários por fora”, explica Daniela.

Ela avalia que a classe D/E concentra-se na região nordeste. A principal atividade é a pecuária, que representa 12% e a lavoura com 6%, destacando-se o feijão e o fumo. Sua maior despesa é com medicamentos, e o trabalho tem por base o grupo familiar. A fonte de crédito essencial são as empre-sas integradoras. Daniela aponta que o mais surpreendente da pes-quisa é que a geração de renda da metade dos estabelecimentos da classe D/E gerou média de fatu-ramento anual de R$ 1.455,00 de valor bruto da produção. “O cres-cimento é extremamente baixo.”

A classe A/B por sua vez só é minoria em número de proprieda-des, pouco mais de 300 mil, repre-sentando 5,8% do total de estabe-lecimentos. Mas com faturamento bruto de quase R$ 130 milhões, cinco vezes a produção da classe C. “Essa classe vive da sua produ-ção, somente 6% são provenientes

O perfi l

das classes

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No meio dessas duas classes há um grupo que este estudo mostrou. Segundo a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia, o que exis-tia antes era o grupo de empresários e o familiar. Mas agora, sabe-se que existe aqueles que não são grandes produtores e também não são aten-didos pelo Pronaf. “Foi justamente por essas questões que surgiu a ne-cessidade de se estudar melhor esse grupo, utilizando os mesmo critérios adotados para definir a classe média urbana. Sendo assim, conclui-se que existe a classe media rural, ou classe C”, conta Daniela.

No estudo, a classe média rural representa 15% dos estabelecimen-tos produtores. Com áreas de apro-ximadamente 21 hectares, represen-ta mais de 60 milhões da produção bruta. Sendo que 73% desse valor é líquido. Dezoito por cento da classe C localiza-se na região Centro-Oes-te. O leite é sua principal atividade, 40% do total da produção, 17% de bovinos e 13% de grãos. Por isso, sua maior despesa com insumos são as rações. A mão de obra é famíliar, com até dois empregados permanentes e cinco temporários.

A pesquisadora diz que a principal fonte de crédito das classes A/B e C são os comerciantes de matérias-pri-mas. “Observa-se que a classe média rural é uma miscigenação das classes. Até mesmo porque fica entre elas mar-cando o momento de transição tanto para o crescimento como para o de-crescimento.” O economista e analista de mercado da Faeg, Pedro Arantes, acredita que há um equilíbrio muito grande entre produção agrícola e pe-cuária na classe C rural. A diferença é de menos de 10% de um para o outro.

Daniela disse que a reação foi unâ-nime, o público em geral, representan-tes do governo, todos ficaram preocu-pados e surpresos com esse grupo que está esquecido na política. Segundo Arantes, a Faeg tem acompanhado as manifestações da presidente Dilma, que se mostrou bastante preocupada com a situação, principalmente com a produção de alimentos e declarou que o setor não pode ser esquecido.

O estudo implica soluções adequa-das para as classes A/B e C. Políticas focadas nas diferentes classes, com menor viés em produtos, como tem sido historicamente. Recomenda ain-da que a classe D/E deve-se beneficiar das políticas destinadas aos grupos de pobreza extrema. Além de levantar dúvidas se a política agrícola adotada pode contribuir para o contingente mais pobre dessa classe. Recomenda--se que as empresas integradoras se-jam canais para levar as políticas pú-blicas para a classe C.

Surge uma nova classe

de outras rendas como aposen-tadoria, pensão, salários fora ou programas governamentais”, con-ta Daniela.

A pesquisadora destaca que essa classe contribui com 83% da lavoura e 70% da pecuária pro-duzida no país, em propriedades com o mínimo de 60 hectares. A classe é responsável também pela produção de 80% dos grãos e 85% da fruticultura. Os principais pro-dutos são algodão, cana-de-açú-car, laranja, soja, trigo, arroz. Nas criações, aves, suínos, bovinos. “Em consequência, as principais despesas com insumos são com adubo e os agroquímicos. Como a tecnologia promove a mudança de classes, quanto maior a tecnologia maior a renda líquida das classes.”

Daniela revela que a classe A/B também é líder em contratações, além da mão de obra familiar, possui uma média de oito em-pregados permanentes e emprega aproximadamente 13 trabalhado-res temporários. Suas fontes de crédito são, principalmente, os co-merciantes de matéria-prima.

A produtora rural Silvia Cordeiro e o marido Antônio Carlos mudaram de atividade e galgaram da classe D/E para a classe C sem a ajuda de políticas públicas

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O produtor Sidneis da Silva, não tem funcionários. Ele, a esposa, Michelly Rabelo, e o filho, Marco Antônio Rabelo da Silva, tomam conta de toda a produção de leite, da propriedade de 11 alqueires, lo-calizada no município de Vicentinó-polis. “Além da área não ser muito grande, eu não vejo vantagem em ter uma pessoa a mais com um lucro tão baixo”, conta ele.

A renda da família gira em tor-no de R$ 3 mil líquido. “Esse valor poderia ser maior, se o gasto com insumos não fosse tão grande”. Ele destaca que esse é o grande entrave na atividade, o preço da ração. “O va-lor do leite não aumenta de forma pro-porcional como a ração. Há três anos o litro do leite era de R$ 0,73 e o quilo da ração R$ 19. Hoje, o leite aumentou R$ 0,03 e a ração elevou R$ 11. É um valor absurdo, que compromete o desenvol-vimento da atividade”, denuncia.

Para Sidneis, o que facilita é o con-vênio existente com uma firma de ce-real, onde o valor da ração sai R$ 9 mais barata. “Eu consigo comprar o alimento do gado hoje por R$ 22, com frete, o total sobe para R$ 25, o que para mim já é vantagem”. O produtor gasta em média R$ 3 mil com a manu-tenção do gado. “Nossa renda bruta é de R$ 6 mil”

Para ele, o poder público apoia so-mente o grande produtor, o pequeno sempre sai lesado. “A empresa que eu revendo o leite é um exemplo disso. Nós que produzimos cerca de 300 li-tros diariamente, recebemos apenas R$ 0,79, enquanto o grande recebe um montante de R$ 0,90 por litro. O que facilitou para mim, foram os treina-

A família classe C

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Sidneis da Silva e sua família cuidam sozinhos de toda a produção de leite, de 11 alqueires em Vicentinópolis

mentos do Senar, que me deram ou-tra visão do negócio e me ajudaram a gastar menos na propriedade”, conta.

Samuel Diniz é um desses pecua-ristas, ofício passado de pai para fi-lho, ele trabalha há cinco anos com a criação de gado leiteiro, também em Vicentinópolis. O produtor emprega um funcionário e consegue ter renda entre R$ 1,6 mil e R$ 1,8 mil mensais. Com planos de melhorar o rebanho, pretende começar, no próximo ano, um trabalho de inseminação, além de dar início à plantação de milho ou soja. O pecuarista revela que o grande entrave é o custo com a ração. “Falta recursos, não temos nenhuma ajuda do governo. O pequeno não tem jeito de crescer, fica parado”.

A produtora rural Silvia Cordeiro, há cerca de um ano, sentiu-se obri-gada a mudar a atividade no campo. Ela e o marido Antônio Carlos Luiz da Silva, trabalhavam com gado leiteiro, mas a atividade não estava dando o retorno necessário.

Ela conta que sem auxílio do go-verno, passou a plantar hortaliças no

quintal de casa. “Aos poucos fomos percebendo que o retorno das folha-gens estava vindo muito mais rápido do que com o leite.” A família que ti-rava R$ 600 por mês, passou a lucrar R$ 2 mil. “Foi um diferencial enorme na nossa vida. Abandonamos o gado leiteiro e passamos a trabalhar so-mente com as hortaliças”, diz.

Mesmo com a renda praticamente triplicada, Silvia conta que não optou por ter funcionários na chácara. Ela e o marido são responsáveis pela plan-tação, colheita e venda das folhagens. “Já não temos auxílio. Se formos gas-tar com mão de obra, teríamos que tirar da nossa própria casa”, avalia.

Já Elieser Rodrigues de Lima é criador de gado de leite na Ilha do Bananal, na divisa dos Estados de Goiás e Tocantins. A profissão é di-vida com a esposa. Sua renda men-sal é de aproximadamente R$ 2,5 mil mensais.

Sem nenhum incentivo do go-verno, o pecuarista tenta progredir, embora a ração do gado seja muito onerosa.

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O período da safra aumenta em até 40% o número de empregos

avulsos no meio ruralLeydiane Alves | [email protected]

Oportunidades no campo

EMPREGOS

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Goiânia 2.565 propriedades

Rio Verde 2.467 propriedades

Jataí 1.682 propriedades

Mineiros 1.237 propriedades

Itumbiara 1.104 propriedades

Quirinópolis 1.082 propriedades

Catalão 972 propriedades

Morrinhos 981 propriedades

Piracanjuba 928 propriedades

Cristalina 854 propriedades

MAIORES MUNICÍPIOS GOIANOS EM NÚMERO

DE ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS

Fonte: Relação Anual de Informações Sociais de 2005 a 2008

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A oportunidade de arrumar um emprego temporário no meio rural, principalmente na região

sudoeste de Goiás, aumenta significati-vamente nessa época do ano. O perío-do da safra da soja e da cana-de-açúcar, que vai de janeiro a abril, exige do mer-cado mão de obra extra, principalmente para os trabalhadores que sabem operar máquinas agrícolas. Nas duas principais cooperativas da região sudoeste, o nú-mero de pessoas contratadas aumenta cerca de 40%. De acordo com o presi-dente da Comissão da Técnica para área de cereais, fibras e oleaginosas da Faeg, Flávio Faedo, o aumento se dá, especial-mente, por se tratar de um pólo agroin-dustrial.

Segundo o presidente da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), Antônio Chavaglia, a empresa, que fica em Rio Verde, tem 1,8 mil funcionários contra-tados e o número é insuficiente para a demanda nesse início de ano. Antônio explica que cerca de 600 funcionários foram contratados. “No ano passado fo-ram 500, esse ano o número já subiu. E esse aumento se dá pela necessidade de mão de obra tanto na zona rural como nas empresas de grãos. Pessoas até de outros estados vêm para a região à pro-cura de trabalho”, revela.

A Cooperativa Mista Agropecuária do Vale do Araguaia (Comiva), localizada em Mineiros, também tem a necessida-de de aumentar sua mão de obra nes-sa época do ano. “Nós dominamos a modalidade de prestadores de serviços temporários”, explica a supervisora do departamento de recursos humanos da Comiva, Tatiane Morais. Segundo ela, as pessoas são selecionadas através do Sin-dicato dos Trabalhadores Rurais, que re-aliza as contratações avulsas.

De acordo com a supervisora, na empresa, ao todo existem 246 funcio-nários. De janeiro a abril esse número

vai para 300, totalizando um aumento de mais de 20%. Para Tatiane, as con-tratações são necessárias para atender a demanda de serviços neste período de safra, pois o produtor associado conta com a Cooperativa para o recebimento e armazenamento de seus grãos com qualidade e agilidade. “Por isso, faze-mos um trabalho planejado juntamente com os gestores de cada área para que tenhamos êxito nas contratações e com antecedência para atender os nossos clientes. Buscamos profissionais com qualificação e perfil para cada cargo so-licitado. Acreditamos que assim, conse-guimos atender nossos associados com mais qualidade, confiança e agilidade”, destaca.

ContrataçõesO jovem Reginaldo do Campo, 25, es-

tava desempregado há três meses. Ele sentia a necessidade de um trabalho e decidiu distribuir currículos nas princi-pais empresas de Rio Verde. Para a sorte de Reginaldo, uma dessas instituições estava contratando funcionários para trabalhos temporários. Ele fechou con-trato com a empresa para prestar servi-ço de 45 dias como auxiliar de operador de máquina. “Dependendo da minha agilidade, esse contrato pode aumentar para mais 45 dias”, conta.

Ele relata que os empregos oferecidos nessa época da safra estimulam os tra-balhadores que muitas vezes não arru-mam emprego pela falta de oportunida-de. “Acredito que cabe ao funcionário dar o seu melhor para esse contrato se tornar permanente. A minha expectati-va aqui é essa, me tornar funcionário efetivo da empresa”, revela.

A auxiliar de escritório, Beatriz Rodrigues, 25, também faz par-te das contratações avulsas. De acordo com ela, o contrato com a empresa é de três meses de trabalho, com a oportu-

nidade de se tornar permanente. “Mi-nha vontade é de ficar na empresa, es-tou gostando muito da rotina. Mas em todo caso, se eu não for efetivada, pelo menos, vou ter mais experiência na área administrativa, que sem dúvidas é um diferencial enorme na hora de arrumar outro emprego”, conta ela.

DadosSegundo um trabalho realizado pelo

curso de Economia da Universidade Fe-deral de Goiás (UFG), baseado nos da-dos da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), entre os anos de 2005 e 2008, a região de planejamento com a maior quantidade de estabelecimentos é a do Sudoeste goiano, onde estão lo-calizados os municípios de Rio Verde, Jataí e Mineiros. Essas cidades são as maiores em número de estabelecimen-tos agropecuários na atividade de agri-cultura, pecuária e de serviços relacio-nados.

O estudo da UFG aponta também que a renda média goiana, em reais, era, em 2008, de R$1.106,26 e R$ 795,22 na agropecuária. Os dados re-velam ainda que a maior parte dos em-pregados na atividade são homens. Em 2008, 85,79% dos empregados eram do sexo masculino e 14,21% mulhe-res. No mesmo ano, 0,53% dos fun-cionários possuía até 17 anos de ida-de; 14,73% possuíam de 18 a 24 anos; 16,81% de 25 a 29 anos; 32,33% de 30 a 39 anos; 22,10% de 40 a 49 anos; 12,88% de 50 a 64 anos e 0,62% com 65 anos ou mais.

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CUNICULTURA

Mercado ainda pouco explorado abre uma janela de oportunidades

de lucros rápidosLeydiane Alves | [email protected]

Mais lucrativos

que boi

Rica em proteína, com excelente valor biológico, sabor leve (se-melhante à carne de frango),

baixo teor de gordura e de colesterol são algumas das características da carne de coelho. Mesmo com tantas qualidades o alimento não faz parte do dia a dia dos brasileiros.

Prova disso é o consumo por ha-bitante. Enquanto o consumo de aves chega a cerca de 40 quilos por habi-tante ao ano, seguidas da carne suína, 15,5 quilos, a quantidade de carne de coelho consumida é de aproximada-mente 100 gramas por habitante a cada ano.

A criação de coelhos ou cunicul-tura, e mostra uma boa atividade

para quem quer velocidade no retor-no financeiro. Com apenas 30 ma-trizes e cinco reprodutores, é pos-sível ter uma rentabilidade de 60%. A criação de coelhos pode ser um negócio lucrativo, tanto para a ven-da de animais de estimação quanto para a venda da carne. Uma coelha pode dar mais de 60 filhotes por ano.

Cada coelho rende 1,5 quilos de carne, sendo assim, o criador pode obter cerca de 70 quilos de carne. A carne pode ser vendida com o pre-ço de R$ 17 o quilo. Desta forma, uma coelha pode render cerca de R$ 1.200 por ano, mais rentável que a carne bovina.

E mesmo com tamanha facilida-de de lucros, a expansão do merca-do é considerada fraca. A afirma-tiva é do presidente da Associação de Criadores de Brasília (ACB) e Entorno, o cunicultor, Teobaldo Tadeu Galvão. “Dados colhidos re-centemente apontam para uma de-manda reprimida no Centro-Oeste. São cerca de 40 toneladas por mês”, afirma. Galvão é cunicultor há seis anos, mas apenas há doze meses tem focado sua criação para o abate. Ele conta que em sua chácara, loca-lizada em Novo Gama (GO), a 177 quilômetros de Goiânia, é produzi-da mensalmente uma média de 150 coelhos. “A nossa perspectiva é de

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nos próximos três anos elevar esse número para 1.200.”

Galvão explica que, o aumento da produção se dá pela facilidade de uma coelha gerar filhotes. De acordo com ele, as fêmeas alcan-çam a maturidade aos seis meses e produzem até os três anos de ida-de. “Elas podem ter até oito gesta-ções em um único mês. Sendo que em cada prenhez pode gerar de 10 a 12 láparos”. O número do rebanho de Galvão equivale a 45 matrizes e cinco reprodutores, em um galpão de 50 metros quadrados. Ele afir-ma que atualmente trabalha apenas

com a venda da carne, que são co-mercializadas para supermercados, restaurantes, casa de carnes e até para escolas estaduais. “Eu aprovei-to só a carne. Mas tem cunicultores que usam tudo, a pele, o pelo, as vísceras, o cérebro, o sangue, a uri-na e o esterco”, explica.

ExpansãoO cunicultor Cláudio Duarte,

está no ramo há quase 40 anos, ele faz parte da Coelho e Cia, uma asso-ciação criada para divulgar em todo o País as vantagens da cunicultura. Ele afirma que a entidade tem se

organizado com outras associações, cooperativas e federações, espalha-das por todo o território nacional. “Há cinco anos estamos tentando reunir todos os atores e levando as discussões para um local comum”, conta.

De acordo com ele, nesses espa-ços, são reunidos cunicultores pro-fissionais que atuam na área, bem como alunos, professores, pesqui-sadores, industriais, donos de aba-tedouros do Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Dis-trito Federal. “Em 2011 realizamos

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De acordo com Galvão as fêmeas alcançam a maturidade seis meses e produz em até os três anos de idade.

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o segundo Encontro Nacional de Cunicultores e aí vieram pessoas também do Nordeste, Pernambuco e Rio Grande do Norte.” Cláudio diz que em 2012, a expectativa é au-mentar a participação em quantida-de e representatividade, contando com cunicultores também do norte do país.

Nos estudos apresentados pelos cunicultores no Encontro foi possí-vel perceber em qual região a cuni-cultura se mantém mais forte. “O maior volume de venda é São Paulo, não porque consome, mas porque é o centro comercial do Brasil. O con-sumo fica bem dividido, o Sudeste e a região Sul são os maiores con-sumidores.”

Ele explica que no Centro-oeste, o Distrito Federal é o mais avançado nesta atividade. “Goiás tem cuni-cultores espalhados por Formosa, Planaltina, Goiânia e recentemente descobriram um criador em Bela Vista de Goiás. Não são muitos, mas a expansão já é notada.”

Recentemente, o cunicultor rece-beu solicitações de pessoas de Goi-ânia e Silvânia interessados em ini-ciar uma criação. “Já me coloquei à disposição para ajudá-los e, inclu-sive, recebi em minha propriedade três pessoas de Goiás que vieram ver meu plantel e aprender como se cria coelhos para o abate”, revela.

Cláudio conta que, atualmente, procura mostrar para a população que a cadeia produtiva do coelho tem que ser respeitada por todos. “Há quem produza a ração, quem fabrica as gaiolas e acessórios, ou-tros produzem matrizes e reprodu-tores, outros engordam os animais, abatem e comercializam. É todo um processo que trabalha em prol da cunicultura”, acrescenta.

O cunicultor conta que existem abatedouros por todo o Brasil, mas o maior deles está em Salto de Pi-rapora, interior paulista. “Claro que existem em outros estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espí-

rito Santo, Santa Catariana, Paraná e até na região do Nordeste.” Já no rebanho a região que se destaca é a Sul, com 55% em todo o País. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que em segundo está o Nordeste com 5%, seguido do Norte de Centro--Oeste, ambos com 1%.

Para aumentar o consumo da car-ne no Brasil, Cláudio explica que é preciso incentivar a oferta. “Temos que organizar uma rede nacional de produção, coordenada conjunta-mente com os abatedouros. Basta colocar uma receita de coelho em qualquer programa de culinária e no dia seguinte não teremos carne suficiente para atender a demanda.”

Mas ele reitera que o grande proble-ma encontrado pelos profissionais não é a falta de consumidores, mas a quase inexistência de uma rede de produção.

Nos últimos três anos, o estado que mais produziu a carne de coelho foi o Rio Grande do Sul, chegando a 46% da produção no Brasil. O Pa-raná foi o segundo maior produtor, com uma demanda de 19%. Já Santa Catarina ocupa a terceira colocação com 18%, seguido de São Paulo com 17%. Os demais estados nem apare-cem no estudo. “Temos que incenti-var essa produção. Até mesmo para as pessoas conhecerem mais sobre as vantagens de consumir a carne de coelho”, conclui Cláudio.

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Segundo Cláudio, o consumo da carne fi ca dividido entre as regióes Sul e Sudeste

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VANTAGENS DA CUNICULTURA

Elevada prolificidade e produtividade - Uma coelha poderá produzir cerca de 60 filhotes por ano. A partir de uma fêmea, poderão ser obti-dos aproximadamente 70 kg .

Alta qualidade nutricional - A carne do coelho apresenta cerca de 21% de proteína, 8% de gorduras e apenas 50 mg/100g de colesterol o que a destaca como excelente alimento, principalmen-te para idosos.

Baixa necessidade de área útil - O coelho é um animal que exige pouco espaço. Em uma gaiola de 60 x 60 cm é possível alojar um animal em reprodução e quatro animais em crescimen-to.

Trabalho leve - O trabalho da granja pode ser realizado por mulheres, idosos e crianças, se adaptando bem a sistemas de agricultura fami-

liar, onde a família é responsável por toda a mão de obra.

Geração de esterco de alta qualidade - O es-terco produzido na criação de coelhos é de al-tíssima qualidade para as plantas e considerado, por horticultores, como um excelente adubo or-gânico.

Possibilidade do aproveitamento de subpro-dutos do abate - Da carcaça do coelho, pode-se aproveitar praticamente tudo como o sangue, a pele, o cérebro, as vísceras, etc.

Baixa necessidade de água - Diferentemen-te das atividades de suinocultura, avicultura e bovinocultura intensiva, não há grande consu-mosde água mesmo para higienização das ins-talações.

Desenvolvida nos Es-tados Unidos é das mais populares no Brazil e no

mundo, sobretudo a varie-dade branca. Há também a vermelha e a preta. É de porte médio, precoce, com grande aptidão para a pro-dução de carne e também pele, podendo pesar até

5,5 quilos.

Raça americana para carne e pele surgiu de cruzamentos nos quais

entraram a Nova Zelândia e a Chinchila. Chega a

4,5 quilos e tem pelagem branca, exceto no focinho, pés, orelhas e rabo, que

são escuros

porte médio, precoce, comgrande aptidão para a pro-d ã d t bé

branca, exceto no focinho, pés, orelhas e rabo, que

são escurosdução de carne e tambémpele, podendo pesar até

5,5 quilos.

são escuros

Desenvolvida na Fran-ça, foi obtida a partir de cruzamentos de outras raças gigantes com a an-gorá, razão pela qual tem pelos mais compridos do que a maioria dos coelhos. Tem bom rendimento de carcaça e pesa até 7 quilos.

RAÇAS BOAS DE CORTE

Nova Zelândia Califórnia Gigante de Bouscat

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Fonte: Associação Científica Brasileira de Cunicultura

Fonte: Coelho & Cia

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CAMPO RESPONDE

Envie suas dúvidas para [email protected]. Não se esqueça de colocar nome completo, a região onde mora e a cultura que produz. Envie-nos também fotos do assunto que pretende obter resposta.

Gostaria de saber quando vão ser abertas as inscrições para o PER 2012. Quando começa o curso, os horários, local e onde faço inscrição?Carlos Gabriel

O Programa Empreendedor Rural (PER-GO) é demandado através dos Sindicatos Rurais. Mais de 130 municípios goianos possuem Sindicatos. Caso seu município não tenha Sindicato, você deve entrar em contato com o coordenador de ações e projetos do Senar, em Goiás, Fernando Veiga, que lhe enviará uma ficha de inscrição do programa e lhe informará sobre a abertura de turma em seu município. Os contatos são: [email protected] ou telefone celular: (62) 9968-1156.

Tenho interesse em plantar parreiras em Jaraguá, Norte goiano. Onde encontro mudas de varieda-des sem sementes? Também gostaria de receber prospectos da lavoura.Roberto Moraes

A cultura da uva tem se desenvolvido em Goiás e já temos atraído pesquisadores para o Estado. Você pode conseguir mais informações sobre a condução da lavoura, mudas e variedades, com a Vinícola Goiás, no município de Itaberaí; os pioneiros na cultura no Estado e parceiros de várias instituições. O e-mail: [email protected]

CONSULTOR: FERNANDO VEIGA, Coordenador de ações e projetos do Senar, em Goiás.

CONSULTOR: ALEXANDRO ALVES, assessor técnico da Faeg para a área de fruticultura.

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DELÍCIAS DO CAMPO

Receita elaborada por Ângelo Armando de Paula, instrutor e educador de cozinha rural e de panifi cação rural do Senar, em Goiás.

Pastel fritoRECHEIO02 cebolas grandes picadas06 dentes de alho picados1/2 kg de carne moídasal e pimenta do reino a gosto

PREPARO: Em uma panela aqueça o óleo e refogue o alho e a cebola. Acrescente a carne moída e o sal com a pimenta a gosto e deixe fri-tar. Reserve.

MASSA01 kg de farinha de trigo1/2 copo americano de óleo05 colheres de sopa de pinga (qualquer uma)01 ovo inteiro02 colheres de sopa de salÁgua até dar o ponto

PREPARO: Em uma vasilha ponha a farinha de trigo, o óleo, a pinga e o ovo. Faça uma farofa. Vá colocando a água e o sal aos poucos até a massa desgrudar das mãos. Deixe descansar por uma hora. Leve a massa ao cilindro, com farinha para não grudar e vá abrindo até ficar fininha. Em seguida, depois que o recheio estiver frio, coloque no centro da massa e feche. Corte com a ajuda de um cortador de pastéis. Frite os pasteis em uma panela funda e larga e com uma escumadeira. Vá virando os pasteis de um lado para o outro até dourar.

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Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

O recheio pode ser a gosto, mas deve

ser seco e não molhado.

DICA

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Criador de abelhas aumentou a renda em 30% após participar de treinamentos do Senar e, hoje,

comercializa dois mil quilos de mel por ano

Lucro doce

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Edson Jorge da Silva, 46, é pro-fessor em Vicentinópolis, e há cinco anos trabalha com

apicultura. Ele não esconde o amor pela atividade e gosta de contar como as abelhas mudaram sua vida. “Elas representam para mim melho-ra na saúde, aumento na qualidade de vida e preservação do meio am-biente. “A ideia de trabalhar com os insetos surgiu mais por necessida-de do que por vontade”. O apicul-tor conta que existiam enxames que estavam comprometendo a saúde do

gado leiteiro, na propr ieda-de de seu sogro. “Não

sabíamos o que fazer. Eu não que-ria queimar os insetos, porque sa-bia que atingiria de alguma forma o meio ambiente”.

Ele decidiu então se dedicar à apicultura, mas a falta de conheci-mento quase o matou. “Eu decidi mudar as abelhas de lugar e começar com a criação. Mas como não tinha experiência acabei sendo atacado pelo enxame que quase me matou.” Decidido a continuar com a apicul-tura e fazer a atividade dar certo, ele procurou ajuda no Sindicato Rural do município e solicitou um curso de apicultura, ministrado pelo Serviço de Aprendizagem Rural (Senar), em Goiás. “Lembro que quando procurei

ajuda no Sindicato não tinha muitas pessoas na região que se interessa-vam pelo curso. Foi preciso que eu saísse pelas propriedades mais pró-ximas, convidando as pessoas para fazer o treinamento”, conta.

Depois de alguns meses, ele conseguiu reunir uma turma de dez apicultores, que fizeram o curso, gratuitamente, pelo Senar. Para Ed-son, a oportunidade de participar do aprendizado foi um divisor de águas na atividade. “O curso é tudo na vida de um produtor rural. Eu acredito que sem o devido conheci-mento, a atividade não tem sucesso. E com certeza eu teria desistido da apicultura no primeiro ano”, revela.

CASO DE SUCESSO

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O comprometimento de Edson foi um diferencial no crescimento. Ele destaca que se dedicou com à ativi-dade, e pouco depois de dois meses após o curso já contabilizava lucro. Atualmente ele é o maior distribuidor de mel do município, abastecendo os principais comércios da região e resi-dências. A atividade se tornou uma importante renda extra para famí-lia. “O meu lucro aumentou cerca de 30%, o que eu considero um grande avanço.” Ele vende dois mil quilos de mel anualmente.

TerapiaPara Jorge, o dinheiro nem foi o

grande diferencial. Ele gosta de des-tacar que as abelhas mudaram sua saúde. Ele é adepto da apiterapia, a utilização de produtos derivados das abelhas para tratamento terapêutico. Nestes casos, são utilizados o mel, o pólen, a geleia real e as apitoxinas das picadas das abelhas. “Desde criança eu tenho uma deficiência no pé, onde

eu sinto muita dor quando faço algum esforço. O tratamento com as apito-xinas praticamente me curou. Outro problema que eu enfrentava era uma inflamação no ombro, que também foi solucionada com a terapia.”

A família de Edson também re-cebe as vantagens dos derivados da abelha. Ele conta que o sogro sempre teve problema de respiração, e após o uso do própolis, sua saúde melho-rou. “Considero que a descoberta da atividade foi um acontecimento im-portante para minha vida.” Ele acres-centa ainda que as abelhas mudaram o visual da fazenda e região. “Com a polinização das flores, diversas plantas frutíferas nasceram por aqui”, revela.

Ao todo, Edson ministra 25 caixas de enxames, com cerca de 50 mil abe-lhas em cada. O apicultor ressalta que além de aprender

corretamente a produzir o mel, ele soube também fazer a cera e o própolis. “O curso do Senar durou apenas quatro dias. Mas foi tempo suficien-te para desenvolver corretamente a atividade. Eu sou inteiramente grato pela a oportunidade”, destaca.

Edson ficou tão satisfeito com o trabalho do Sindicato Rural e do Senar que decidiu se tornar um mo-bilizador. “Acredito no trabalho do Senar e acho que é extremamente re-levante levar a toda população a ne-cessidade e importância dos cursos e treinamentos. Como para mim foi

uma mudança extremamente posi-tiva, penso que pode ser assim para outras pessoas também”, acrescenta.

O criador de abelhas em Vicentinópolis, Edson Jorge, conta que a atividade mudou sua vida e a renda da família

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CURSOS E TREINAMENTOS

EM JANEIRO, O SENAR PROMOVEU

116 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL

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Na área de

agricultura

Em ativida-

de de apoio

agrossilvipas-

toril

46

Na área de

silvicultura

6

Na área de

agroindústria

3

Na área de

aquicultura

4

Na área de

pecuária

32

Em atividades

relativas à

prestação de

serviços

13

Cristiano Ferreira da Silveira | [email protected]*

Produção de ovos para incubação

36 | CAMPO Fevereiro/2012 www.sistemafaeg.com.br

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31 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

12

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

2

Saúde e

Alimentação

1

Prevenção

de acidentes

5

Artesanato

11

PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

1791

Na produção de ovos para incubação, buscam-se prá-t icas para concentrar a pos-

tura nos ninhos, o correto manejo da composteira, o recebimento de frangas para o início da produção, o manejo diário da produção dos ovos, manejo dos machos e da água são alguns dos tópicos oferecidos pelo curso de Produção de Ovos para a Incubação, do Senar, em Goiás. Tanto o manejo dos ninhos na pré-postura como a utilização de um número adequado de coletas diárias, contribuem na obtenção de ovos limpos e com menor grau de contaminação. Além disso, o peso do ovo e a qualidade da casca são fatores importantes na produção do ovo fért il. Para part icipar desse t reinamento, o interessado deve ter idade mínima de 18 anos. O trei-namento tem duração de 40 horas com 16 vagas em cada turma.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br

Rhudy Crysthian

[email protected]

Gus

tavo

Mila

nez

Fevereiro/2012 CAMPO | 37www.senargo.org.br

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CAMPO ABERTO

A humanidade vive numa era onde o bem-estar animal tem sido muito

discutido e valorizado. E o bem -estar humano, como é discutido? A Escola Nacional de Saúde Pública afirma que as dores nas costas afetam três em cada dez brasileiros. Em 2010, o Ministério da Previdência divulgou que 77 mil trabalhadores foram afastados de seus empregos, no campo e na cidade, devido a problemas posturais.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Sistema CNA/SENAR), criaram o Programa Trabalho Decente: Educação Postural no Campo, direcionado aos produtores e trabalhadores rurais. Ele segue normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e tem por objetivo capacitar os instrutores para a educação de produtores e trabalhadores rurais com informações básicas sobre a melhor postura corporal, durante a realização das atividades diárias no campo.

Com esta iniciativa, o programa estimula os moradores da zuna rural a contribuírem mais

com a atividade agropecuária, na medida em que fornece informações detalhadas sobre as posturas corporais corretas para o exercício das atividades que os produtores e trabalhadores desenvolvem cotidianamente. Fornecer informações sobre como desenvolver postura correta é um passo importante para evitar doenças ocupacionais e patologias da coluna que são campeãs em incidência no mundo trabalhista em todas as suas áreas de atuação.

A prevenção de acidentes e lesões do trabalho – além da primazia à qualidade de vida às pessoas do campo – permeiam as ações do programa, desenvolvido como tema transversal em todos os cursos e treinamentos do Senar, em Goiás. A postura correta é aquela que permite liberdade e variação de movimento. Contrariamente, postura ruim é aquela que provoca um movimento ruim, com maior dispêndio de energia, esforço, dor, e, consequentemente, lesão.

Informação para educar e reeducar. Fazendo da informação a base para educação, espera-se como resultado mais saúde e qualidade de vida na zona rural. Sendo a informação utilizada para

reeducar o movimento corporal, é necessário informar ao trabalhador a razão da adoção desses novos hábitos, pois ninguém se protege do que desconhece. Informação é uma ferramenta poderosa!

Conscientizar é algo ativo e constante. Portanto, levar informação aos produtores e trabalhadores rurais quanto ao conforto, saúde e segurança na realização de suas atividades diárias no campo é imprescindível para a construção de novos hábitos. Entre esses novos hábitos podemos destacar a postura correta durante a realização das tarefas e alongamentos antes e após determinados trabalhos como capina, plantio, colheita manual, poda, utilização de máquinas agrícolas, pulverização costal manual, ordenha manual, trabalho com equinos, entre outros.

Lançado em Goiás em janeiro deste ano, o programa trabalha reeducação postural como tema transversal em todos os eventos do Sistema FAEG/SENAR. Ele contribui para a gradativa melhoria da saúde e da qualidade da vida do homem e a mulher rural, meta do Programa Trabalho Decente: Educação Postural no Campo.

Qualidade de vida para um trabalho efi ciente no campo

Maria de Fátima

Araújo de Farias

Coordenadora

de ação social do

Senar, em Goiás.

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Maria de Fátima Araújo de Farias [email protected]

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