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Ano XIII | 228 | Maio 2014 ISSN 2178-5781 O bom filho à casa torna A história de quem decidiu se capacitar, voltar para casa e viver no campo Plano Safra Governo federal anuncia Plano Agrícola e Pecuário 2014/15 PIB Municípios mais representativos do Agronegócio recebem prêmio em manhã de homenagens LAY B 2517 REVISTA CAMPO MAIO CAN 2014.indd 1 08/08/2014 13:34:50

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Ano XIII | 228 | Maio 2014

ISSN

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O bom filho à casa torna

A história de quem decidiu se capacitar, voltar para casa e viver no campo

Plano SafraGoverno federal anuncia Plano Agrícola e Pecuário 2014/15

PIB Municípios mais representativos do Agronegócio recebem prêmio em manhã de homenagens

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O AMOR PELO CAMPO

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

CONSELHO EDITORIAL

Bartolomeu Braz Pereira, Claudinei Rigonatto

e Eurípedes Bassamurfo.

Editora: Catherine Moraes (0002885/GO)

Reportagem: Catherine Moraes e Michelle Rabelo

Fotografia: Larissa Melo, Mendel Cortizo

e Fredox Carvalho

Revisão: Catherine Moraes

Diagramação: Rowan Marketing

Impressão: Gráfi ca Amazonas Tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2123

[email protected]

DIRETORIA FAEG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Leonardo Ribeiro, Antônio Flávio Camilo

de Lima.

Vice-presidentes Institucionais: Bartolomeu Braz Pereira,

Wanderley Rodrigues de Siqueira.

Vice-presidentes Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da

Costa, Nelcy Palhares Ribeiro de Góis.

Suplentes: Flávio Augusto Negrão de Moraes, Flávio Faedo,

Vanderlan Moura, Ricardo Assis Peres, Adelcir Ferreira da

Silva, José Vitor Caixeta Ramo, Wagner Marchesi.

Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da Costa, Estrogildo Ferreira

dos Anjos, Eduardo de Souza Iwasse, Hélio dos Remédios dos

Santos, José Carlos de Oliveira.

Suplentes: Joaquim Vilela de Moraes, Dermison Ferreira da

Silva, Oswaldo Augusto Curado Fleury Filho, Joaquim Saeta

Filho, Henrique Marques de Almeida.

Delegados Representantes: Walter Vieira de Rezende, Alécio

Maróstica.

Suplentes: Antônio Roque da Silva Prates Filho, Vilmar

Rodrigues da Rocha.

CONSELHO ADMINISTRATIVO SENAR

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Alair Luiz dos Santos, Osvaldo

Moreira Guimarães e Tiago Freitas de Mendonça.

Suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Eleandro Borges da Silva, Bruno Heuser Higino da Costa e Tiago

de Castro Raynaud de Faria.

Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Elson Freitas e

Sandra Maria Pereira do Carmo.

Suplentes: Rômulo Divino Gonzaga de Menezes, Marco Antônio

do Nascimento Guerra e Sandra Alves Lemes.

Conselho Consultivo: Arno Bruno Weis, Alcido Elenor Wander,

Arquivaldo Bites Leão Leite, Juarez Patrício de Oliveira Júnior,

José Manoel Caixeta Haun e Glauce Mônica Vilela Souza.

Suplentes: Cacildo Alves da Silva, Michela Okada Chaves, Luzia

Carolina de Souza, Robson Maia Geraldin, Antônio Sêneca do

Nascimento e Marcelo Borges Amorim.

Superintendente: Eurípedes Bassamurfo Costa

FAEG - SENAR

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

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Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2114 – (62) 3096-2115 – (62) 3096-2226.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

No meu tempo de jovem havia faculdade em poucos lugares e para pes-soas mais pobres, o ensino superior era quase inalcançável. Hoje, além de toda a facilidade em estudar, seja pela diminuição das fronteiras ou pelas facilidades de pagamento, financiamentos ou até gratuidade, a realidade é outra. É satisfatório ver, por exemplo, o Pronatec formar, em pouco mais de dois anos, mais de 10 mil jovens e adultos apenas em Goiás. E mais que isso, bom é saber que muitos escolhem permanecer no campo.

O conhecimento não gera apenas uma renda maior, gera qualidade de vida. Isto porque, é a partir do estudo, da formação profissional que os produtores, independente da idade, enxergam as propriedades não mais como um trabalho somente, mas como uma empresa. É para esta visão de empreendedorismo que caminhamos e, com ela, alcançaremos voos mais altos.

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) já disponibiliza o curso superior em tecnologia do agronegócio e o Ensino à Distância (EAD) do Senar já qualificou mais de 54 mil pessoas em todo o país, desde 2010, quando foi criado. Os objetivos: suprir a falta de mão de obra no campo e reverter o êxodo rural.

Nesta edição da Revista Campo, Bruno, Paulo e Joaquim representam alguns de nossos inúmeros produtores que acreditaram na formação e não desistiram da vida no campo. Este é o nosso objetivo, nossa meta e a alegria de ouvir cada depoimento enche nosso coração de alegria. Aos téc-nicos, instrutores, professores, mobilizadores e a cada um que torna isso possível, os agradecimentos da Faeg e do Senar. Ouvir essas histórias nos faz acreditar que estamos no caminho certo!

O amor pelo campo

Laris

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PAINEL CENTRAL

Empreendedorismo dentro e fora da porteira

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Laris

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Laris

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Prosa

Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Goiás, Marcelo Baiocchi fala sobre a importância de o setor rural analisar as propriedades como empresas

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O bom filho à casa torna A história de quem decidiu se capacitar, voltar para casa e viver no campo. Primeiro passo foi a busca por qualificação

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O artesanato de Lagoa do Bauzinho que encanta todo o estado Sete mulheres que se uniram para complementar a renda familiar, hoje vivem uma história de amor com o artesanato

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Fred

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arva

lho

Bruno Thiago, de Acreúna, se profi ssionalizou e agora volta para o campo Foto: Larissa Melo

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo 33

Campo Aberto 38

Treinamentos e cursos do Senar 36

27Dia de Campo Luiz José Machado abre as portas de sua propriedade, em Itarumã, e mostra como o programa Balde Cheio mudou sua vida

Stands foram montados no Parque para apresentarem o trabalho feito pela Faeg e pelo Senar Goiás junto ao homem do campo

A Exposição Agropecuária da capacitação 14

Laris

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Laris

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PIBMaiores municípios do PIB goiano e os mais representativos do Agronegócio em Goiás recebem prêmio em manhã de homenagens

Plano Safra Com aumento em relação ano passado, governo federal anuncia Plano Agrícola e Pecuário 2014/15. Para Faeg, novo texto é tímido e conservador

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28

Máquinas agrícolas Medida publicada no Diário Ofi cial determina que tratores e veículos agrícolas tenham registro, licenciamento e emplacamento

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O bom fi lho à casa torna

A história de quem decidiu se capacitar, voltar para casa e viver no campo

Plano SafraGoverno federal anuncia Plano Agrícola e Pecuário 2014/15

PIB Municípios mais representativos do Agronegócio recebem prêmio em manhã de homenagens

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AGENDA RURAL

Data: 24/05 Hora: 8h

Local: Fazenda Nossa Senhora Aparecida - Portelândia

Informações: (62) 3096-2200

Palestras:• Recria de Novilhas

• Índices Zootécnicos, Econômicos e Financeiros da Unidade Demonstrativa• Fortalecimento da Atividade Leiteira em Goiás

16/05 31/05Exposição Agropecuária de Goiânia

Data: 16 a 31/05Local: Parque de Exposição Agropecuária Dr. Pedro Ludovico - Rua 250 s/n - Setor Nova Vila - Goiânia

Informações: 3269-6800

Campo Saúde em Caldas Novas Hora: 8h

Local: Rua B/8 Q. 18 S/N - Parque das Brisas, Caldas Novas

Informações: (62) 3096-2200

5º DIA DE CAMPOGOIÁS MAIS LEITE

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FIQUE SABENDO

Faeg doa 19 mil doses de vacina contra febre aftosa

REGISTRO

A Federação da Agricultura e Pecu-ária de Goiás (Faeg) realizou a doação de 19 mil doses da vacina contra a febre aftosa no dia 30 de abril. O material foi entregue durante o lançamento da 1ª Etapa Anual da Campanha de Vacina-ção dos rebanhos bovino e bubalino. A doação foi feita à Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) e será repassada às comunidades ca-rentes, entidades e instituições de as-sistência social e de pesquisa.

Para o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, a doação é neces-sária para que produtores de todo o Estado tenham tranquilidade e um rebanho protegido. “Há duas se-manas conseguimos garantir mais R$100 milhões do orçamento geral da União para o setor agropecuária e isso prova que a cada dia, com muito trabalho e dedicação, conquistamos um espaço maior no cenário econô-mico”, destacou José Mário.

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ARMAZÉM

A segunda edição do livro Ges-tão Ambiental na Agropecuária, publicada pela Embrapa, discute como o produtor rural pode pro-duzir de maneira economicamente viável e ambientalmente correta. Na publicação, especialistas falar sobre o gerenciamento ambiental, que pode ser realizado por meio de conhecimentos, práticas e tecnolo-gias. Em busca de oferecer uma referência brasileira relacionada à gestão ambiental na agropecuária, o livro foi desenvolvido em parceria entre a Embrapa Pecuária Sudeste, a Embrapa Uva e Vinho e a Empra-ba Informação Tecnológica. Exem-plares podem ser adquiridos pela página www.embrapa.br/livraria ou pelo telefone (61) 3448-4236.

Gestão Ambiental na Agropecuária

PESQUISAPesquisa mapeia o genoma citrus

Pesquisadores do Brasil, Estados Unidos, França, Itália e Espanha se uniram, desde 2009, num trabalho que este ano resultou no sequen-ciamento do genoma citros. Os es-tudos foram empreendidos para proporcionar o desenvolvimento de estratégias para o melhoramento das espécies frutíferas com vistas a desenvolver resistência a doen-ças, como o huanglongbing (HLB). A doença bacteriana infecciosa tem atingido pomares em São Paulo e na Flórida, consideradas as regiões produtoras de citros mais importan-te do mundo, e comprometido as atividades do setor.

O Brasil integrou a pesquisa por meio de trabalhos de estudiosos da Embrapa e do Instituto de Campinas (IAC). Foram analisadas e compara-das a sequência de genoma de dez diferentes tipos de citros, tais como laranjas doces e azedas, tangerinas e toranjas. A partir de agora, pesquisa-dores poderão utilizar ferramentas e um extenso banco de dados de in-formações genéricas e genô-micas para desenvolver tra-balhos de melhoramento com maior segurança.

Espera-se ainda que a pesquisa pro-porcione o desenvol-

vimento de materiais mais resisten-tes a mudanças ambientais, pragas e doenças. Além disso, o estudo instiga o desenvolvimento de novas etapas de pesquisa, onde devem ser realizadas análises que devem ex-plicar a diferença de genomas entre espécies diferentes, tais como laran-

ja doce e tangerinas.

ARMAZÉM

Gestão Ambiental na

ARMAZÉMARMAZÉM

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PROSA RURALDi

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ação

Seb

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Marcelo Baiocchi é advogado, empresário, Presidente do Conselho Deliberativo Estadual do Sebrae em Goiás e Primeiro Vice-Presidente da Fecomercio Goiás

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Catherine Moraes | [email protected]

Presidente do

Conselho

Deliberativo do

Sebrae Goiás e Primeiro

Vice-Presidente da

Fecomercio , Marcelo

Baiocchi é o nosso

entrevistado da Prosa Rural

de maio. Nesta edição, e

ele fala sobre a importância

de o setor rural analisar

as propriedades como

empresas e exercer, de fato,

o empreendedorismo. Em

forte parceria com a Faeg

e com o Senar Goiás, ele

ressalta a importância de

atuarmos juntamente com

o Sebrae e lista os gargalos

do setor produtivo.

Revista Campo: O Sebrae é hoje

o principal parceiro da Faeg e do

Senar Goiás. Entre os projetos, Ne-

gócio Certo Rural (NCR), Programa

Empreendedor Rural (PER). Qual a

importância dos produtores analisa-

rem hoje o campo como uma em-

presa de fato?

Marcelo Baiocchi: Oportuna-

mente, agradeço pelo espaço e

reforço a parceria sempre profícua

do Sebrae Goiás com a Faeg e o

Senar, pela sua representatividade

no segmento rural e parabenizo

pela condução dinâmica e arrojada

das duas instituições, que vem se

modernizando a olhos vistos, para

atender de pronto e acompanhar

o homem do campo em sua lida

diária. O Sebrae (Serviço Brasilei-

ro de Apoio às Micro e Pequenas

Empresas) é uma entidade privada

e de interesse público, que apoia a

abertura e expansão dos pequenos

negócios no campo e na cidade e

transforma a vida de milhões de

pessoas por meio do empreende-

dorismo. Entendemos que, atu-

almente, o empreendedorismo é

um estilo de vida. Cada empre-

endedor tem a sua dinâmica de

gestão empresarial, mas o Sebrae

sempre mostra caminhos e cená-

rios em que eles podem se tornar

cada dia mais competitivos. Dentro

deste cenário é que as ações con-

juntas entre Sebrae/Sistema Faeg/

Senar, que são nossos principais

parceiros, encontram ressonância

e chegam ao homem do campo. O

Sebrae tem atuado fortemente no

agronegócio e no desenvolvimento

rural. Entendemos que não somen-

te os produtores rurais, mas todo

negócio estabelecido precisa se

profissionalizar e ser administrado

como uma empresa de fato e de di-

reito. O agronegócio tem se torna-

do cada vez mais eficaz e eficiente,

apresentando resultados extre-

mamente significativos na nossa

economia. Desta feita, analisamos

que somente aqueles produtores

rurais que aprimorar a sua gestão

dentro e fora da porteira é que vão

conquistar espaços importantes no

mercado consumidor interno e no

Gestão dentro e fora da porteira

A Copa 2014

que acontece

com as obras

inacabadas

será a imagem

de um país

que administra

mal os seus

recursos

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mercado internacional e, por tabela,

vão crescer a olhos vistos. O empre-

endimento rural, há tempos deixou

de ser visto como um espaço ape-

nas de lazer. A este foi oportuniza-

do tronar-se um espaço empresarial,

por meio da inovação, da tecnologia,

do estudo e pesquisa e da capacita-

ção dos proprietários, de seus agre-

gados, parceiros e colaboradores.

Revista Campo: Qual a proporção

das micro e pequenas empresas hoje

para a economia do Estado?

Marcelo Baiocchi: A força econômi-

ca das micro e pequenas empresas em

Goiás e no Brasil é demonstrada pe-

los números e estatísticas fornecidos

pelos órgãos governamentais e pelo

próprio Sebrae. O segmento de micro

e pequena empresa é responsável por

25% do Produto Interno Bruto (PIB),

gera 14 milhões de empregos (60% do

emprego formal no país), responden-

do, ainda, por 99,9% das empresas

que são criadas a cada ano. As micro

e pequenas empresas sempre deram

uma grande contribuição para ajudar

a resolver aspectos fundamentais da

socioeconomia, como o combate à

pobreza pela geração de trabalho, em-

prego e melhor distribuição da renda;

a redução da informalidade; a inte-

riorização do desenvolvimento pela

promoção de iniciativas locais e dos

arranjos produtivos; e o incremento

da atividade produtiva nacional. Por

outro lado, temos os números do rela-

tório do Banco Mundial, “Perspectivas

Econômicas Mundiais”, divulgado dia

10 de junho14, que mostram a redução

na previsão de crescimento do Brasil.

O PIB brasileiro deve ter uma alta de

1,5%, sendo que a estimativa divul-

gada em janeiro passado, era avançar

2,4%. Nossa economia deve ter uma

das menores taxas de expansão entre

os países emergentes. Os principais

fatores que provocam este cenário

brasileiro, segundo o Banco Mundial,

são as falhas na infraestrutura, a baixa

confiança dos empresários, a deman-

da interna fraca e o crédito cada vez

mais difícil.

Revista Campo: O que o senhor

acredita serem hoje os maiores gar-

galos dos empreendedores?

Marcelo Baiocchi: São vários os

obstáculos, mas destaco aqui a buro-

cracia estatal. Nosso país não pensa

no empreendedorismo, mas na forma

“insana” de controle, pois são muitos

carimbos, autenticações e reconheci-

mentos desnecessários que só servem

para onerar qualquer empreendimen-

to. A sobreposição de função de di-

versos órgãos públicos em todas as

esferas (federal, estadual e munici-

pal) atrasa a instalação de qualquer

empresa, bem como o seu crescimen-

to. Além do que, o estrangulamento

na infraestrutura do país, como já

foi apresentado pelo mais recente

estudo do Banco Mundial. Geração

de energia, preservação do meio am-

biente, investimentos nas malhas viá-

rias, ferroviárias e fluviais, bem como

nos portos e aeroportos são pontos

estratégicos a serem resolvidos. A

Copa 2014 que acontece com as obras

inacabadas será a imagem de um país

que administra mal os seus recursos.

Revista Campo: Em agosto, o Se-

brae realizará mais uma edição da

Feira do Empreendedorismo da qual

também somos parceiros. Quais são

as novidades deste ano?

Marcelo Baiocchi: A 10ª edição da

Feira do Empreendedor acontecerá de

31 de julho a três de agosto 2014, em

10,4 mil metros quadrados no Centro

de Convenções de Goiânia com o pro-

pósito maior de fomentar o empreen-

dedorismo em Goiás. São esperados

10 mil pessoas para receber as quatro

mil orientações técnicas, 220 capaci-

tações e cinco rodadas de negócios

que o Sebrae e parceiros vão realiza

no evento. Na parte de atendimento,

os destaques são para os espaços do

Sistema “S”, Vapt Vupt Empresarial,

acesso a crédito e serviços financei-

ros e para o micro empreendedor in-

dividual. Além disso, os jovens em-

preendedores rurais vão realizar um

mega encontro para fomentar a su-

cessão e a cultura empreendedora no

campo. Além das palestras magnas

com os especialistas e renomados

profissionais: Walter Longo, Marcelo

Rosenbaum, Max Gehringer, Marcos

Fava Naves e Caco Barcellos.

Nosso país

não pensa no

empreendedorismo.

São muitos

carimbos,

autenticações e

reconhecimentos

desnecessários

O empreendimento

rural, há tempos

deixou de ser visto

como um espaço

apenas de lazer

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MERCADO E PRODUTO

O setor sucroenergético brasileiro enfrenta a sua pior crise e o fantasma

de 2008 volta a assombrar os in-vestidores, só que desta vez com mais intensidade. Apesar da safra recorde em 2013/14, o setor não tem o que comemorar. Falta de competitividade e de políticas pú-blicas consistentes e sustentáveis, problemas climáticos, elevação de custos e endividamento são al-guns dos problemas que culmina-ram em uma crise sem preceden-tes na história do setor no Brasil.

No que diz respeito à produ-ção e mercado, a safra 2014/15 dá sinais que seguirá dentro do prognóstico de perdas agravan-do ainda mais a situação. Os gestores desse setor, tão impor-tante para a economia brasileira, terão que se desdobrar ante a necessidade de equilíbrio finan-ceiro, especialmente nesse mo-mento tão delicado de crise, e a falta de perspectiva de uma rea-ção positiva nesse ano eleitoral.

Os desafios são enormes e nesse momento representam uma questão de sobrevivência. Entre eles está a tarefa de fazer com que a agroindústria cana-vieira volte a ser competitiva e para isso, é necessário aumen-tar a produtividade e reduzir os custos, o que na verdade não tem sido fácil mediante ao cres-cente custo dos insumos, mão--de-obra cada vez mais valoriza-

da e falta de especialistas. Além disso, existem as legislações que devem ser cumpridas e os pre-ços baixos dos produtos, espe-cialmente do etanol que não dá margem para competitividade.

Vemos claramente um des-controle entre a produção e os custos. Apesar da falta de respal-do do governo, pecamos em al-guns pontos como, por exemplo, os investimentos maciços que houve nas unidades industriais enquanto a parte agrícola ficou em segundo plano. Isso foi um erro crasso, já que etanol, açú-car e energia são produzidos no campo através da cana-de-açúcar e a indústria apenas a processa.

O ano de 2014 já é considera-do por muitos executivos do setor como perdido. O desafio agora é buscar medidas emergenciais de sobrevivência e somente em 2015 é que o setor poderá articular um diálogo concreto e definitivo com o governo federal, buscan-do a construção de uma política satisfatória para o setor, e não medidas apenas paliativas. No-toriamente o governo tem prio-rizado mais a política do petró-leo e do controle da inflação em detrimento ao etanol e isso tem causado prejuízos imensuráveis tanto ao setor como ao próprio governo que a cada ano precisa importar mais gasolina.

Acreditamos no grande po-tencial do setor sucroenergético

brasileiro. O etanol, tão discu-tido em vários fóruns mundiais nos últimos anos, tendo o Brasil como grande precursor desse tão importante combustível susten-tável, se vê agora à beira da falên-cia como na época do Proálcool. São 60 países que já adotaram a mistura de combustíveis limpos aos fósseis. Estamos perdendo oportunidades já que somos os maiores produtores mundiais de etanol e açúcar de cana.

Outro contrassenso é política energética adotada ultimamente. Estamos acompanhando o colap-so do setor elétrico nacional com gastos que ultrapassam os R$ 63 bilhões no subsidio as termelétri-cas. Enquanto isso, no período mais seco e onde os reservatórios estão mais baixos nas hidrelétri-cas, acumulam-se montanhas de bagaço de cana nas usinas por conta da safra e que poderiam ser transformadas em energia e ajudar no abastecimento.

Não se pode deixar um setor tão importante como esse, que gera renda, emprego, divisas para os Estados produtores e diversificação nas propriedades rurais, sucumbir em função dos fatos citados. Não são somente as usinas sofrem com esses con-trassensos e desserviços gover-namentais, mas toda a cadeia produtiva da cana-de-açúcar, in-cluindo produtores, industriais, empregados e consumidores.

Setor Sucroenergético brasileiro à beira do colapso?Alexandro Alves | [email protected]

Alexandro Alves dos Santos é assessor

técnico para a área de cana-de-

açúcar e bioenergia da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg)

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICAL

ITAUÇU

NAZÁRIO

MUTUNÓPOLIS

O Sindicato Rural de Itauçu realizou a entrega de 291 certificados a trabalhadores e produtores rurais que participaram de 31 cursos e treinamentos do Senar Goiás. O evento contou ainda com a participação de produtores filiados e de familiares dos concluintes. Antelmo Teixeira, gerente sindical da Faeg, e Antônio Carlos de Souza Lima, supervisor regional do Senar, também participaram da entrega. Entre as capacitações realizadas em Itauçu estiveram Doma Racional e Panificação Rural.

O Sindicato Rural de Nazário realizou a 20ª Corrida de Cavalos de Nazário, com apoio da Prefeitura Municipal. A festa contou com a participação da comunidade local e entregou R$ 15 mil em prêmios para os 18 premiados. O evento foi a primeira realização do Sindicato após sua reativação. Durante o evento, foram distribuídos exemplares da Revista da Campo e do livro Empreender é a Saída, de autoria do presidente da Faeg, José Mário Schreiner, que foi representado pelo gerente sindical da Federação, Antelmo Teixeira.

Cerca de 300 pessoas participaram do 1º Encontro Técnico de Produtores de Mutunópolis realizado pelo Sindicato Rural do município. Durante o evento, foram realizadas palestras técnicas sobre inseminação artificial de tempo de eixo, manejo de ordenha, prevenção de mastite e cooperativismo. Além disso, o gerente sindical da Faeg, Antelmo Teixeira, falou sobre o sistema sindical e o Cartão CNA Card. Na ocasião, o presidente do sindicato, Luiz César Castro, apresentou o projeto da nova sede do sindicato e convidou produtores a se filiarem.

Entrega de certificados

Corrida de cavalos

Encontro Técnico

QUIRINÓPOLIS

No dia 24 de abril, o presidente reeleito do Sindicato Rural de Quirinópolis, Cacildo Alves da Silva tomou posse para mais um mandato de três anos. A cerimônia de posse foi realizada no Tatersal do Sindicato e contou com a presença do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), do prefeito de Quirinópolis, Odair Resende, e do deputado federal Heuler Cruvinel, entre outras autoridades. A chapa vencedora das eleições é composta ainda por Jair de Sousa Soares Filho, 1º vice-presidente, e por José Caetano Sobrinho, 2º vice-presidente.

Novo mandato

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SANTA HELENA

SÃO LUIZ DE MONTES BELOS

ITARUMÃ

SÃO JOÃO DA PARAÚNA

O Sindicato Rural de Santa Helena de Goiás realizou cavalgada que integrou a programação da Exposição Agropecuária do município. Ao todo, a competição premiou com R$ 10 mil os conjuntos mais completos, que se apresentaram em desfile pela cidade. Para o presidente do sindicato, Arcino Braz, o evento foi importante para promover a valorização da cultura local da agropecuária.

O Sindicato Rural de São Luiz de Montes Belos promoveu o curso de Panificação Rural para mulheres do município. Entre técnicas de higiene, alimentação e comercialização, a turma aprendeu como transformar uma atividade prazerosa em renda para as famílias do campo.

O Sindicato Rural de Itarumã realizou o repasse metodológico para professores capacitados pelo Programa Agrinho 2014. Mais de 70 educadores participaram do evento, que contou com palestra da professora bicampeã do Agrinho, Maria do Desterro. Na ocasião, a professora falou dos desafios que culminaram na sua premiação de dois carros zero quilômetros pela primeira colocação na categoria experiência pedagógica, nos anos de 2011 e 2013. O evento contou com a presença do supervisor regional do Senar Goiás, Renildo Marques Teixeira, do presidente do Sindicato Elson Freitas, do secretário municopal de Educação, Alcemi Freitas, e do presidente da Câmara de Vereadores do município, Aldivaine Gonçalves.

O produtor de leite Éber Brandão recebeu a visita de produtores rurais de Palminópolis para apresentar os resultados de sua Unidade Demonstrativa do Programa Balde Cheio. Durante o dia 15 de abril, o produtor pode apresentar aos visitantes como assistência técnica e gerenciamento da produção podem aumentar os ganhos do produtor de leite. A visita foi realizada pelo Sindicato Rural de São João da Paraúna em parceria com a Cooperativa Mista Agroindustrial de Palminopolis (Coomap).

Cavalgada integra exposição

Panificação

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EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA

Floraci das Dores apresenta com orgulho o tapete de fuxico que fez com as próprias mãos

Caixas, tapetes e flores dão vida ao espaço

A instrutora Elza Maria ministra cursos de artesanatos

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Parceria mostra ao público o que é feito pelo homem do campo

A Pecuária do rodeio, da

música e da capacitação

Michelle Rabelo | [email protected]

Nem só de música, rodeio e lei-lões vive a Exposição Agrope-cuária de Goiás. Quem compa-

receu a 69ª edição da festa, realizada na capital entre 16 de maio a 1º de ju-nho, também teve a oportunidade de conhecer um pouco mais do trabalho desenvolvido pela Federação de Agri-cultura e Pecuária (Faeg) junto à popu-lação do campo. Além disso, durante todos os dias, os visitantes puderam acompanhar passo a passo da fabricação de ca-chaça, melado, pães e bolos, farinha, artesanatos em cou-ro, tecidos e fibras naturais.

Montado dentro do Museu Agro-pecuário e ocupando uma parte da Alameda Cultural, os stands do Ser-viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás atraíram quem passava pelo local, seja pelas cores e detalhes dos artesanatos, pela grandiosidade do tacho no qual o caldo da cana--de-açúcar se transforma em mela-do, pelo cheiro dos quitutes ou pelas lação do campo. Além disso, durante

todos os dias, os visitantes puderam acompanhar passo a passo da fabricação de ca-chaça, melado, pães e bolos, farinha, artesanatos em cou-ro, tecidos e fibras naturais.

do, pelo cheiro dos quitutes ou pelas

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costuras delicadas no couro rústico. Toda a estrutura resultou de uma par-ceria entre a Faeg, o Senar Goiás e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Não é a primeira vez que o traba-lho de capacitação de quem mora na zona rural é exposto para quem não está acostumado a sujar os pés de ter-ra. Para o técnico do Senar Goiás, Mar-celo Penha, a divulgação é importante e dá o merecido destaque às entidades que se preocupam com o futuro de quem vive no campo. Ao lado de Mar-celo, a instrutora Elza Maria Moreira balança a cabeça com força, como se aprovasse cada palavra do técnico.

Elza mora na cidade de Vianópolis e ministra cursos de artesanatos com fi-bra de bananeira, mandalas, almofadas e palha de milho. A instrutora defende a capacitação para quem não está na ci-dade e precisa ajudar na renda familiar ou simplesmente aprender um ofício. “É muito emocionante ver os alunos atentos e depois fazendo coisas lindas, aumentando suas rendas e ocupando o tempo vago. O artesanato já tirou muita

Antônio Geraldo de Souza conta como a cana-de-açúcar se transforma em melado e cachaça

Esther Souza mostra a torta de amendoim que fez para os visitantes da feira

Rogério Rodrigues ensina os alunos a confeccionares selas

“É muito emocionante ver os alunos atentos e depois fazendo coisas lindas, aumentando suas rendas e ocupando o tempo vago. O artesanato já tirou muita

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gente da depressão. Gente que estava se matando em casa e descobriu na linha e na agulha uma válvula de escape”.

Alameda CulturalCom visitação diária de cerca de 500

pessoas, Elza caminha orgulhosa entre os artesanatos expostos na Alameda Cultural. Muitos ela ajudou a fazer, en-sinando aos alunos a arte de transfor-mar, por exemplo, fibras de bananeira em uma bolsa. No local foram expostos para venda artesanatos de alunos dos cursos do Senar Goiás ministrados nos municípios de Vianópolis e Bela Vista.

Elza explica que toda a renda é des-tinada às associações e grupos forma-dos por gente que passou por alguma capacitação do Senar Goiás e que fez do aprendizado uma fonte de renda. Jocé-lio Gonçalves é um exemplo. O artesão, que também faz bicos como eletricista, complementa a renda da família venden-do objetos feitos de bambu. Ele não fez nenhum curso de artesanato no Senar Goiás, mas foi lá que aprendeu a criar planilhas de Excel e controlar suas horas trabalhadas, gasto e ganhos. A esposa de Jocélio, Jerusa Bento, fez um curso de Cestaria e com flores e detalhes colo-ridos dá mais vida as peças do marido.

De mãe para filhaAo lado de Jocélio, entre tapetes de

fuxico e retalhos, Floraci das Dores, exibe seu trabalho como se fossem

filhos. Ela conta que aprendeu em vários cursos do Senar Goiás a deixar a casa das clientes mais aconchegante com seus tapetes e colchas que misturam cores, texturas e formatos. A artesã

tem uma fábrica de roupas ínti-mas e também usa nas peças de-talhes em fuxico e bordado.

Floraci faz questão de mostrar os artesanatos expostos ao lado dos

seus. Eles são da filha que também passou por vários cursos do Senar Goiás e complementa a renda entre tecidos, cumbucas e criatividade. “As coisas da minha filha são muito mais bonitas que as minhas. Ela cria o que vai costurar, bordar e misturar”. Esse mistura da qual Floraci fala são o resultado visual das peças de pa-tchwork, técnica que une tecidos com uma infinidade de formatos variados.

Mas nem tudo são flores. Segun-do a instrutora Elza, o perfil dos alu-nos dos cursos de artesanato é com-posto por mulheres, entre 18 e 60 anos, mas só 10% dão continuidade aos trabalhos, fazendo dele sua fonte de renda. “A continuidade depende muito do material. Se for difícil de conseguir, como a palha de bananei-ra, a grande parte desiste”, conta.

Além de encher os olhos com os ar-tesanatos, os visitantes da Ala-meda Cultural receberam, gra-tuitamente, o livro escrito pelo presidente da Faeg, José Mário Schreiner. Na publicação, o ru-ralista conta sua trajetória de vida.

Museu AgropecuárioAo lado da Alameda Cultural, uma

volta ao passado. No Museu Agrope-cuário foram montados três stands do Senar Goiás com demonstrações de fabricação de cachaça, melado, açúcar mascavo, rapadura e artesana-to em couro. Além disso, eram feitos durante todo o dia processamento de arroz, mandioca e panificação rural.

Para o instrutor de confecção de selas, trançado em couro e curtimen-to, Rogério Rodrigues, a ação é im-portante para mostrar aos visitantes todo o processo de fabricação das peças. “Quem passou por aqui pôde acompanhar todo o processo, desde o couro em pedaços até a sela pronta para usar”. O espaço também serviu para tirar dúvidas.

Um pouco adiante de onde Rogé-rio manuseia o couro, o instrutor An-tônio Geraldo de Souza faz questão de contar pausadamente todo o caminho pelo qual o caldo da cana-de-açúcar passa até se transformar no que chega até a mesa das famílias: açúcar mas-cavo, melado, cachaça e rapadura. Ele conta dando enfoque para a maneira como esse preparo era feito há tempos atrás. Saudoso, Antônio apresenta a cana moída, os tachos e sua história.

Por fim e comandando a parte mais disputada do museu, as instru-toras Esther Souza e Cínthya foram as responsáveis pelos pães, bolos e quitutes que eram vendidos logo após saírem do forno. Elas ministram o curso de Cozinha Rural e Panificação e contam, enquanto o cheiro se es-palha por todo o espaço, que o ouro da casa é o bolo de amendoim. “Todo mundo come e adora. O enroladinho de queijo é o segundo mais pedido, seguido pelo mané pelado e pelo bolo de arroz”.

Detalhe colorido feito pela esposa do artesão Jocélio Gonçalves

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FALTA DE INVESTIMENTO

Aumento em relação a 2013/14 foi de 14,7% e ficou aquém do esperado

Catherine Moraes | [email protected]

Plano Safra 2014/15: tímido e conservador

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Com aumento de 14,7% em rela-ção ao Plano Agrícola e Pecuá-rio de 2013/14, foi anunciado no

último dia 19 de maio, o Plano 2014/15. Avaliado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) como tími-do e conservador, o plano ficou aquém do desejado pela Confederação Nacio-nal da Agricultura e Pecuária (CNA), da qual o presidente da Faeg, José Mário Schreiner é vice-presidente de Finanças.

A proposta da Confederação era da liberação de R$ 180 bilhões de reais, mas o valor chegou apenas a R$ 156 milhões. Entre as principais preocupa-ções estão ainda: a alta taxa de juros e a continuidade de um seguro rural que não é eficaz. O aumento da Selic puxou as outras taxas e o acréscimo acabou ocorrendo com variáveis entre 0,5% a 1%, contrário da solicitação da CNA.

No caso do seguro rural, foram mantidos recursos de R$ 700 milhões, volume suficiente para alcançar 10 mi-lhões de hectares e 80 mil produtores. O problema é que cobre apenas entre 10% e 12% da área.

O plano começa em 1º de julho des-te ano e vai até 30 de junho de 2015. Entre os principais eixos: apoio estraté-gico aos médios produtores, à inovação tecnológica, ao fortalecimento do setor de florestas comerciais e à pecuária de corte. No total, R$ 112 bilhões serão dis-ponibilizados são para financiamentos de custeio e comercialização e R$ 44,1 bilhões para os programas de investi-mento. O PAP foi lançado pela presi-

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denta Dilma Rousseff e pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abasteci-mento, Neri Geller, em Brasília (DF).

“O que tivemos foi um aumento 14,7% em relação ao ano passado, to-talizando 156 bilhões. Nós esperávamos um aumento maior, inclusive de finan-ciamento para o produtor e tivemos um plano bastante tímido. Apesar de tudo isso, o produtor está usando recursos próprios e acreditamos que a área plan-tada deve aumentar em Goiás”, comple-ta o presidente José Mário. O presidente destaca ainda a importância de a verba chegar ao produtor em tempo hábil.

Limite de crédito“O limite de financiamento para a

comercialização de sementes passa a ser de R$ 25 milhões por beneficiário, tendo como referência o preço de mer-cado”, disse Geller, acrescentando que foram contratados entre julho do ano passado e abril de 2014 mais de R$ 127 bilhões pelo PAP atual.

Pelo Programa de Apoio ao Médio

Produtor Rural (Pronamp), estão pro-gramados R$ 16,7 bilhões para as mo-dalidades de custeio, comercialização e investimento. O valor é 26,5% superior aos R$ 13,2 bilhões previstos na safra 2013/14. Os limites de empréstimo para custeio passaram de R$ 600 mil para R$ 660 mil, enquanto os de investimento subiram de R$ 350 mil para R$ 400 mil.

Política de florestasO governo federal pretende ainda

instituir a Política Nacional de Flores-tas Plantadas no âmbito do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento (Mapa). Entre as ações pre-vistas para estimular o setor, estão investimentos em pesquisa, assistên-cia técnica e extensão rural, além de crédito específico para fomentar a prá-tica – como já ocorre atualmente pelo Programa Agricultura de Baixa Emis-são de Carbono (ABC), que financia em até 15 anos (sendo seis anos de carência) a implantação e manutenção de florestas comerciais.

PecuáriaQuanto aos incentivos à pecuária,

agora os criadores poderão financiar a aquisição de animais para engorda em regime de confinamento; a reten-ção de matrizes (com até três anos para pagamento) e a aquisição de ma-trizes e reprodutores (limite de R$ 1 milhão por beneficiário com até cinco anos para pagamento, sendo dois de carência), com o intuito de aumentar a oferta de carne.

Já para incentivar a inovação tec-nológica no campo, serão aperfeiço-adas as condições de financiamento à avicultura, suinocultura, agricultu-ra de precisão, hortigranjeiros (culti-vos protegidos por tela de proteção contra granizo, estufas, etc) e pecu-ária de leite por meio do Programa Inovagro. Por esta modalidade, fo-ram programados R$ 1,7 bilhão em recursos (alta de 70%), sendo R$ 1 milhão por produtor para ser pago em até 10 anos, sendo três anos de carência.

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CAPACITAÇÃO

Moradores da zona rural se capacitam e decidem permanecer no campo. Com embasamento técnico, voos almejados são maiores

Karina Ribeiro | [email protected]

Especial para a Revista Campo

De volta para casa

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Bruno Thiago, de 28 anos, planejava deixar o campo antes de se profissionalizar pelo Pronatec

O pecuarista, Bruno Thiago dos Santos, de 28 anos, es-tava a um passo de conven-

cer a família a arrendar toda a área de uma propriedade rural localizada em Acreúna para uma usina de cana--de-açúcar. Desgostoso com os ru-mos dos negócios, a perspectiva era mudar para a cidade e, conforme ele, ‘procurar um serviço qualquer’.

A guinada na vida do trabalhador rural ocorreu recentemente, após ini-ciar, em fevereiro, um curso oferecido pelo Senar/Pronatec de bovinocultu-ra de corte. Para Bruno, os ensina-mentos absorvidos durante o curso são os responsáveis pela decisão de permanecer trabalhando na proprie-dade, já que a nova forma de mane-jar os negócios trás perspectivas de crescimento. “Para mim foi como se tivesse ido a um psicólogo. Minha ca-beça abriu, estou empolgado de novo com a fazenda e com muita vontade de ver o negócio crescer”, resume. Ele conta que, depois do curso, está mais comunicativo e consegue ouvir e tro-car informações com amigos. “Estou conversando mais, ouvindo mais e isso vem melhorando meu convívio com as pessoas e com minha famí-lia”, explica.

Adotado aos 12 anos de idade por Sebastiana Vital Silva, Bruno con-ta com a ajuda de sua mãe na terra desde então, embora já dedicasse aos trabalhos rurais desde os oito anos de idade. “É isso que sei fazer”, afir-ma. Ele explica que, apesar de todo o esforço de ambos, não vinha colhen-do bons resultados.

Com isso, do total de 230 hecta-res de terra, arrenda, desde 2007, 158 hectares para o plantio de cana-de--açúcar. O restante, explica, é desti-nado ao gado de corte, leite e uma pequena criação de frango caipira. “Mas as coisas estavam devagar”, diz. Conforme ele, tudo sinalizava para que o restante da terra também fosse arrendada. “Aqui na região, a cana tomou conta, sobraram poucos

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pecuaristas. Nem arrendar mais está sendo tão vantajoso”, diz.

Ele conta que foi convidado por amigos a participar do curso. “Fui mesmo só pelos meus amigos”, diz. Mas tudo mudou já no primeiro dia de curso. Bruno percebeu que o ma-nejo da pastagem e da lida com o gado vinham sendo feitas de maneira equivocada em sua propriedade. Con-ta que não fazia descarte de vacas, não tratava do pasto, não selecionava animais, entre outras funções. “Esta-va fazendo tudo errado”, resume.

Conhecimento colocado em práticaEle conta que, aos poucos, está

colocando em prática o que foi apre-endido ao longo do curso de Bovino-cultura de Corte. Os novos conheci-mentos refletem na disposição para o trabalho. Ele explica que acorda cedo e realiza todas as tarefas planejadas para o dia. “Antes tinha mania de deixar muita coisa para fazer depois, agora não tem mais isso”, afirma.

Depois do curso, vislumbrando crescimento e diversificação da ren-

da, a ideia agora é resgatar as terras após o fim do contrato de arrenda-mento com as usinas de cana-de-açú-car. “Meu sonho é encher essas terras de gado de novo”, afirma.

A decisão de voltar para o campoFoi com um empurrão da namo-

rada, a professora Ercília Marques Arantes, que o pecuarista Joaquim Antônio Junqueira Ribeiro, de 47 anos, voltou a ter empolgação para tocar a propriedade familiar de 120 hectares de área, localizada em Acre-úna, Região Sudoeste do Estado.

Desanimado com a falta de pers-pectiva, Joaquim já havia vendido metade das cabeças de gado e pensa-va em trabalhar somente com bezer-ros. Foi nesse estágio de tomada de decisão, que a namorada o inscreveu no curso de Bovinocultura de Corte do Senar/Pronatec. “Falei para ela que eu iria somente no primeiro dia de curso, só para agradá-la. Mas eu adorei”, relembra.

O primeiro dia de aula já foi su-ficiente para Antônio perceber que

o problema não estava em sua terra, tampouco somente no gado, mas sim na forma como ambos vinham sen-do manejados. “Percebi que estava muito atrasado na forma de trabalhar e na forma de enxergar o mercado”, conta.

Ele conta que costumava colocar o gado no pasto e complementava a alimentação com sal. Para ele, tratar a pastagem era observado como cus-to e não investimento. Ao longo do curso, foi percebendo a necessidade de separar o gado, condicionar o am-biente para a vaca parir e uma boa alimentação.

Colocando em prática os ensina-mentos desde o primeiro dia de aula, os resultados já são visíveis em sua propriedade. Ele conta que já descar-tou vacas, comprou bezerros e está re-montando seu plantel. “O lucro é mais alto e o custo mais baixo”, ensina.

Menos gasto e mais lucroEle calcula que, se não tivesse fei-

to o curso, estaria com um plantel de cerca de 80 animais nesta época do

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Desanimado com a propriedade, pecuarista Joaquim Antônio fez curso do Pronate após empurrão da namorada

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ano. Agora, conta com 210 cabeças. Para se ter ideia, antigamente com-prava bezerro de um ano de idade e gastava mais um ano e meio para engordá-lo. A nova perspectiva é di-minuir este período pela metade.

“Já estou inseminando vacas. É uma margem de investimento alto no início, mas que é diluído ao longo do tempo. Agora tudo é planejado”, diz. Joaquim está longe de querer pa-rar por aí. Articulado, não deixou de apontar a vontade e a necessidade de realizar novos cursos, entre eles de gado de leite. “Estou deslumbrado, são tantas coisas que existem e que podemos ter acesso que eu não sabia. Agora será tudo diferente”, diz.

Em comum, alunos do curso de Bovinocultura de Corte afirmam que o curso desperta a curiosidade para a resolução dos problemas do dia a dia. “O instrutor deixa a gente se expor e falar tudo o que está ocorrendo de er-rado na fazenda. Não deixa ninguém sair de lá com dúvidas”, diz Joaquim. “Hoje o instrutor Elson é meu amigo.

Ligo para ele e conversamos sobre as coisas da propriedade”, arremata Bruno.

Acreditando na vocaçãoNascido e criado em fazenda, Pau-

lo Henrique Azevedo Machado, de 19 anos, dirigia trator, tirava leite e li-dava com outras funções da proprie-dade rural. Vocacionado para operar trator, cursou, em 2012, o curso de Máquinas e Implementos Agrícolas pelo Senar.

Daí para frente a contratação foi um pulo. Trabalhou na própria fazenda e, por três meses como operador de tra-tor em uma usina de cana-de-açúcar em Rubiataba. “Lá perceberam que eu ti-nha jeito para mecânica”, diz. Foi quan-do foi incentivado a começar a traba-lhar como mecânico de colheitadeira.

Nesta função foi transferido para Uruaçu, onde trabalha para outra unidade da usina de cana-de-açúcar e ganha cerca de R$ 2 mil, além disso, ainda auxilia na propriedade familiar com a mesma função.

O entusiasmo dos produtores vai ao encontro do sucesso dos cursos oferecidos pelo Pronatec em Goiás. Iniciado no Estado em 2012 com 12 cursos, o programa teve 335 turmas formadas, somando 5.025 diplo-mas. “A estreia já foi bem acima do esperado. Nosso maior desafio era fazer com que o aluno permaneces-se dentro da sala de aula, já que a média da carga horária de cada cur-so é de 200 horas, bem acima de outros cursos realizados anterior-mente”, diz a gestora do departa-mento de projetos de inovação do Senar Goiás, Rosilene Jaber.

Manter o aluno dentro de sala de aula não é mais o maior desafio do projeto. Após finalizar o primeiro curso, muitos alunos buscam novos temas e pulverizam a ideia para os companheiros mais próximos.

Essa roda-vida resulta em um crescimento que impressiona. No primeiro semestre deste ano, serão formadas 333 turmas – somente duas turmas a menos que em todo o ano de 2012 - dos 24 cursos do Pronatec disponíveis para os traba-lhadores goianos. Ou seja, dois anos após o início das atividades dobrou

Em dois anos, Pronatec do Senar

Goiás formou 10 mil alunos

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Paulo Henrique divide a profi ssionalização conquistada entre o emprego em uma usina e a propriedade familiar

Rosilene Jaber, coordenadora do Pronatec do Senar Goiás ressalta números alcançados

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o número de cursos oferecidos.“Em alguns municípios solucio-

namos o desafio de encontrarmos parceiros para as aulas práticas – como frigoríficos e fazendas”, afir-ma Rosilene, e acrescenta “temos cursos em assentamentos distan-tes, estamos indo até o aluno”.

Revertendo o êxodo ruralPara ela, aos poucos, o Senar/

Pronatec está solucionando dois problemas de larga escala na zona

rural – falta de mão de obra no campo e êxodo rural. Ela explica que, desatualizados com as novas formas de manejo no campo e com pouca renda, muitos trabalhadores rurais e até proprietários de peque-nas terras eram seduzidos pela tro-ca da vida no campo pela cidade.

“Muitos vinham para a cidade e ficavam perdidos, porque tinham uma ideia diferente da realidade dos centros urbanos” ressalta. Por outro lado, diz, há uma reclamação

generalizada de apagão de mão de obra qualificada no campo. “Esta-mos percebendo a necessidade de nossos alunos e regionalizando a demanda de acordo com a necessi-dade de cada local”, finaliza.

Entre os cursos mais procurados estão: bovinocultura de leite, bo-vinocultura de corte, inseminação artificial, operador de máquinas, produtor de olerícolas, domador de cavalos, piscicultura e artesão de pinturas e tecidos.

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Ensino à Distância chega à zona ruralPara garantir conhecimento conti-

nuado sem nem mesmo precisar sair da fazenda, o homem do campo tem outra ferramenta de aprendizado em mãos: o Ensino a Distância (Senar) EAD Senar Goiás. Essa metodolo-gia permite realização de cursos por meio da internet.

Criada em 2010, o Ensino a Dis-tância (EAD) Senar já contabiliza 54.156 matrículas em todo o País. Em Goiás, somente em 2013, foram rea-lizadas 2.279 matrículas, distribuídas em 414 turmas nos cursos de Inclusão Digital, Empreendedorismo e Gestão de Negócios, Escola do Pensamento Agropecuário e Capacitações Tecno-lógicas (somente silvicultura e pisci-cultura). Esses dados são do Senar Central.

Para a assessora técnica do Senar Central, Larissa Arêa, embora o Senar tenha capacidade de atingir pequenos municípios, principalmente por meio de seus parceiros, é potencializada com a educação à distância. ”Hoje o homem do campo tem acesso mais fácil às novas tecnologias e isso facili-ta o ingresso dele nos cursos à distân-

cia, que contribui para sua formação e profissionalização. Dessa forma, ele consegue conciliar o trabalho e estudos devido as flexibilidades de horários de estudo que a educação à distância permite”, afirma Larissa.

Ela explica que estão disponíveis 11 cursos em três programas, mas que será oferecido, em breve, dentro do Programa de Capacitação Tecnoló-gica, novos cursos ligados às cadeias produtivas da piscicultura, silvicultu-ra, ovinocultura de corte, heveicultu-ra, bovinocultura de leite e de corte, floricultura e suinocultura. “Todos es-ses cursos serão disponíveis por meio de vídeo aulas (teoria e prática) e vão

possibilitar aos profissionais do setor agropecuário se atualizarem no assun-to à sua experiência”, ressalta.

Ele lembra também que está pre-visto também um curso voltado para Assistência Técnica e Extensão Rural, a atualização do curso de Inclusão Digital e um novo curso de Educação Postural – que tem como objetivo au-xiliar os produtores e trabalhadores rurais no desempenho de suas fun-ções com conforto, saúde e segurança.

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ASSISTÊNCIA TÉCNICA

Luiz José integra programa Balde Cheio desde 2013

Michelle Rabelo | [email protected]

Dia de Campo abre ao público propriedade em Itarumã

Devidamente vacinado contra VPDT, como costumam brin-car os produtores de leite que

saem em busca de assistência técnica para otimizar e até profissionalizar a produção, Luiz José Machado abre as portas de sua propriedade no próximo dia 16 de agosto, para outros produ-tores, técnicos e instrutores do Servi-ço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás. É que desde janeiro de 2013 a chácara Nova Esperança, situa-da o município de Itarumã – detentor do 8º maior rebanho de Goiás -, é uma Unidade Demonstrativa do programa Balde Cheio.

A sigla, motivo de boas risadas na roda de quem vive do leite, significa Vizinhos, Parentes e Técnicos Desin-

formados (VPDT) e faz referência às palavras de desânimo e orientações precipitadas que podem fazer qualquer produtor chutar o balde. “A primeira coisa que a gente precisa fazer é não dar ouvidos para os outros. Se temos um técnico na propriedade, temos que confiar”, diz , com firmeza, Luiz José.

A expectativa é que cerca de 800 pessoas se desloquem até o local para conhecer de perto os 4.78 hectares de terra nos quais Luiz vive com espo-sa, filhos e, é claro, suas preciosida-des, entre elas Manchete e Elisa, duas vacas responsáveis pelo aumenta da receita da chácara. O produtor utiliza 2,5 hectares para criar os animais, o que representa a prática da teoria do Balde Cheio: aumentar lucros dimi-

nuindo custos. Luiz conseguiu saltar de uma produção 190 litros/dia com 14 vacas em lactação para 450 litros/dia com 19 animais em lactação.

ProgramaçãoCompõem a programação do Dia

de Campo – Goiás Mais Leite, além da livre visitação à propriedade, palestras e a apresentação dos números da fa-zenda. Atualmente o programa Balde Cheio, cujo objetivo é capacitar técni-cos e produtores para melhorar a qua-lidade do leite e a gestão da proprie-dade, tem 53 grupos em andamento, sendo 700 produtores assistidos por 53 técnicos. Para participar, o produtor deve procurar o Sindicato Rural do seu município ou o Senar Goiás.

Luiz José e a esposa na chácara da família. O sorriso do produtor reflete a boa fase da propriedade.

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PIB

Premiação foi realizada na sede da Faeg

Catherine Moraes | [email protected]

em novo formato, PIB Goiás 2014 homenageia o Agronegócio

Produtor Ricardo possui área segurada, mas afirma que perda chega a 25% da área

Em cerimônia realizada, no mês de abril, na Federação da Agri-cultura e Pecuária de Goiás

(Faeg), os 10 maiores municípios do PIB goiano foram premiados. Ao lado do tradicional evento, a novidade de premiar também os 10 mais represen-tativos do Agronegócio. Na ocasião, houve ainda uma mesa redonda deba-tendo temas de relevância para o setor como: seguro rural, Plano Safra e a crise do setor sucroalcooleiro.

O evento, realizado pelo Jornal O Popular, com correalização da Faeg, contou com a presença ilustre do ex--ministro da Agricultura e atual co-ordenador do centro de agronegócios da FGV-GVAGRO, Roberto Rodrigues,

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Os 10 maiores municípios do PIB goiano e os 10 mais representativos do Agronegócio recebem premiação

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vamente: Goiânia (1º), Anápolis (2º), Aparecida de Goiânia (3º), Rio Verde (4º), Catalão (5º), Senador Canedo (6º), Itumbiara (7º), Jataí (8º), Luziânia (9º) e São Simão (10º). No quesito agropecuá-ria, a ordem de premiados foi: Rio Ver-de (1º), Jataí (2º) Cristalina (3º), Chapa-dão do Céu (4º), Mineiros (5º), Ipameri (6º), Quirinópolis (7º), Morrinhos (8º), Montividiu (9º) e Catalão (10º).

Representando o prefeito de Rio Verde, o secretário de Infraestrutu-ra, Luiz Carlos Sabino afirmou que o município deve muito ao agronegócio. “Rio Verde tem como meta apoiar os setores que alavancam esta economia. A tecnologia é um dos pontos fortes que mercê destaque e ainda mais in-vestimento”, completou.

O segundo colocado nos 10 mais da agropecuária foi Jataí. O represen-tante do prefeito foi o próprio pre-sidente do Sindicato Rural, Ricardo Peres. “Nosso município ficou em 8º lugar geral e 2º em agropecuária. Para nós é motivo de orgulho e satisfa-ção”, completou.

O terceiro lugar do Agro foi per-tencente ao município de Cristalina e, para o prefeito Luiz Carlos Attiê o prêmio merece ser dividido com os produtores. “Em Cristalina temos 50 mil hectares irrigados e os produtores possuem, como aliados, qualidade de solo e clima diferenciado”, concluiu.

Representatividade do Agro em 2013Em 2013, o setor agropecuário foi

um dos principais responsáveis por ala-vancar o Produto Interno Bruto (PIB), colocando Goiás na 9ª posição entre as maiores economias do país. Com colheita recorde de 186,1 milhões de toneladas de grãos e fibras na safra 2012/2013, o setor agropecuário propor-cionou ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro um crescimento de 1,5% na comparação o entre segundo trimestre de 2013 e o primeiro trimestre. No mes-mo período, o PIB do setor agropecuá-rio cresceu mais que os demais setores juntos e registrou alta de 3,9%. O bom desempenho foi garantido pelas cultu-ras de soja, milho e feijão.

que proferiu palestra com o tema: “O Agronegócio e seu impacto no PIB municipal e estadual”.

A abertura foi realizada pelo pre-sidente da Faeg, José Mário Schreiner que ressaltou a necessidade de inves-timento em capacitação como meio de alavancar a economia do país e destacou programas do Senar Goiás que possibilitam isso, como o Balde Cheio. José Mário aproveitou ainda a oportunidade para enumerar os garga-los que impedem o crescimento, ainda maior, da economia de Goiás.

PremiadosOs 10 municípios premiados como

os 10 mais do PIB foram, respecti-

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Roberto Rodrigues falou sobre o agronegócio e seu impacto no PIB municipal e estadual

Presidente da Faeg falou sobre os gargalos que impedem o crescimento do agronegócio

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LEGISLAÇÃO

Governador de Goiás afirmou que, nestes casos, não haverá pagamento de IPVA no Estado

Catherine Moraes | [email protected]

Cristiano Palavro | [email protected]

Medida flexibiliza emplacamento de máquinas agrícolas

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Máquinas deverão ter registro, licenciamento e emplacamento

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Medida fl exibiliza emplacamento de máquinas agrícolas

Foi publicada no Diário Oficial da União do último dia 27 de maio, a medida provisória

646, que simplifica o processo de emplacamento de tratores e má-quinas agrícolas. Há duas sema-nas, a presidente Dilma Rousseff havia vetado proposta aprovada pelo Congresso, que previa o fim do emplacamento e licenciamento de veículos agrícolas.

A medida define que os tra-tores e veículos agrícolas que transitem em vias públicas, de-vem ter registro, licenciamento e emplacamento. Ficam isentos os veículos produzidos antes de 1º de agosto de 2014. A MP também define que o licenciamento deve ser realizado uma vez apenas, não sendo necessária à renovação pe-riódica, como ocorres nos veícu-los urbanos. É necessário também que os condutores que trafegam em estradas públicas, tenham a habilitação do Tipo B, e para con-dução dentro dos estabelecimen-tos rurais devem ter o curso de condutores do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

A proposta foi criticada por alguns representantes ruralistas, pois a medida ainda mantém a obrigação para veículos adquiridos após 1º de agosto. Desta data em diante, os produtores serão obriga-dos a licenciar, emplacar, registrar e inclusive fazer o pagamento de IPVA. Segundo representantes da bancada ruralista, é inconcebí-vel que estes tratores e máquinas agrícolas sejam cobrados como os veículos de passeio, pois ficam praticamente 97% de sua vida útil dentro das propriedades rurais.

Veto da DilmaNa época do veto, a justifica-

tiva da presidente Dilma Rousse-

ff era de que o projeto aprovado pelo Congresso Nacional continha um teor muito amplo. “Estou pu-blicando, uma medida provisória sobre emplacamento de tratores, e isso atinge toda agricultura brasileira, do pequeno ao grande agricultor. Com ela, vamos simpli-ficar o processo de emplacamento e licenciamento agrícola. O empla-camento será feito uma única vez para tratores ou outras máquinas para trafegar em vias públicas”, afirmou na ocasião.

Goiás livre de IPVADurante despacho na Expo-

sição Agropecuária de Goiânia (Expoago), o presidente da Fede-ração da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Scheiner entregou ao governador Marconi Perillo solicitações referentes à isenção de pagamento de taxas de licenciamento de IPVA para má-quinas agrícolas e a recuperação e construção de rodovias.

José Mário destacou que a MP é importante na medida em que confere maior segurança ao pro-dutor rural, principalmente em caso de roubos e furtos. Porém, a Faeg pretende garantir que a obri-gatoriedade não acarrete maiores gastos ao produtor. “A isenção do pagamento de taxas de IPVA é justa uma vez que as máquinas passam 97% de sua vida útil den-tro de propriedades rurais e cir-culam muito pouco por rodovias”, argumentou o presidente da Faeg.

No fechamento da revista, en-tretanto, o governador do Estado de Goiás, Marconi Perillo anun-ciou que, em Goiás, no que depen-der dele, não haverá cobrança de IPVA para máquinas agrícolas. “Já vivemos sem esta verba, continu-aremos sem cobrá-la”, concluiu.

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DELÍCIAS DO CAMPO

MODO DE PREPARO:Frite bem a carne e tempere com o sal, o alho e a cebola. Quan-do a cebola ficar transparente, acrescente os tomates, o extrato e refogue até os tomates murcha-rem. Coloque água, abaixe o fogo e deixe o molho apurar.

MODO DE PREPARO:Junte a farinha com a margarina ou manteiga e a cebola ralada leve ao fogo e mexa até obter um creme. Acrescente o leite e vá misturado com o fogo baixo para não empelotar. Deixe cozinhar por alguns minutos e tempere com sal e noz moscada ralada a gosto.

MONTAGEM DA LASANHA Massa de lasanhaMolho bolonhesaMolho brancoMussarela ralada ou fatiada

MONTAGEM Coloque o molho branco com o molho bolonhesa e espalhe no fundo da vasilha. Coloque a massa e mais molho para cobrir. Coloque o queijo (ralado ou fatiado). Cubra a mussarela com o molho, coloque outra cama-da de massa e mais molho até finalizar. Finalize com o molho branco cubra com mussarela e o manjericão e leve a lasanha para o forno para assar e sirva.

LEMBRE-SE A massa da lasanha sempre tem que ficar entre os molhos.

MOLHO À BOLONHESA:2 kg de carne de bovino moída5 dentes de alho amassados2 cebolas médias cortadas em pedaços pequenos5 tomates sem pele e sem semente cortados em pedaços pequenos1 lata média de extrato de tomate2 litros de águaÓleo e sal a gosto

MOLHO BRANCO:1 litro de leite2 colheres de sopa de marga-rina ou manteiga2 colheres de sopa cheia de farinha de trigo2 cebolas médias raladasSal e noz moscada ralada a gosto

LASANHA

Shutt erstock

• Envie sua sugestão de receita para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

• Receita elaborada pelo tecnólogo em gastronomia e instrutor do Senar, Cristiano Ferreira da Silveira.

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CASOS DE SUCESSO

Grupo de Lagoa do Bauzinho complementa renda com fibra de

bananeira

Michelle Rabelo | [email protected]

A casa das sete mulheres apaixonadas

por artesanato

Sete mulheres em uma casa, três delas são Marias e qualquer se-

melhança com a ficção é mera coincidência. No caso de Marias Guadalupe, Maria Aparecida, Maria Madalena, Girlaine Vieira, Luciene Mau-rício, Sebastiana Carrilho e Nilva Antônia, a junção foi em prol da arte. O grupo é de Lagoa do Bauzinho, distrito do município de Rio Verde, e complementa a renda fami-liar com o dinheiro vindo do artesanato. A história é mais um caso de sucesso do Ser-viço Nacional de Aprendiza-gem Rural (Senar) Goiás.

No início, o grupo tinha 13 integrantes, mas o tempo e as dificuldades diárias fizeram o número cair para sete. Elas começaram com um curso de artesanato em argila, já que ti-nham fácil acesso ao material. O curso foi ministrado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de onde veio a má notícia: o barro utilizado era de má qua-lidade e as mulheres teriam que encontrar outra matéria prima se quisessem continuar trabalhando como artesãs.

Foi aí que surgiu a ideia de trabalharem com semen-tes. Mas a história não durou muito, o que forçou o grupo a buscar um instrumento de fácil manuseio, grande dispo-nibilidade e bom aproveita-mento: a fibra de bananeira. Era o inicio de uma história de amor entre as artesãs e o ma-terial que hoje se transforma em porta-guardanapos, man-dalas, flores e papel.

Estrada do sucessoO grupo procurou o Sin-

dicato Rural (SR) de Rio Ver-de e a subprefeitura de Lagoa do Bauzinho. A ajuda veio de ambas as partes. Enquanto o SR levou os cursos do Se-nar Goiás para o distrito, a subprefeitura disponibilizou o local para a produção das peças.

As mulheres brincam que perderam a conta da quanti-dade de cursos – tipo Pro-moção Social (PS) – que fi-zeram no Senar Goiás. Entre a imensa lista estão: Artesa-nato em Fibra de Bananeira e Trançados em Fitas, Flores de Fibras Naturais, Tecela-gem de Fibra de Bananeira,

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Pintura em Tecidos, Técnicas de Pin-tura e Bordado de Fita. Além disso, passaram pelo curso de Cooperativis-mo para aprenderem a unir desenvol-vimento econômico e bem-estar so-cial. A lista inclui ainda os cursos de Produção de Doces e Biojoias.

As peças, que vão desde panos de prato até convites, são vendidas em feiras do distrito e de cidades próxi-mas. A arte decora também festas que vão desde São João até Santo An-tônio, passando por batizados, for-maturas e aniversários.

Sonhos com cheiro de realidadePara finalizar, o grupo também

participou do programa ‘Com licença vou à luta’ que trabalha com a forma-ção de mulheres proprietárias rurais em conteúdos de gestão. Neste caso, a capacitação é composta por cinco mó-dulos nos quais são abordadas discipli-nas como empreendedorismo, gestão financeira, elaboração do planejamen-to do negócio, legislação e liderança.

Uma das mais falantes do grupo, a educadora Nilva Antônia conta que seu grande sonho é colocar o que aprendeu com o programa em prática, registran-do e regularizando uma empresa de artesanatos. Já Sebastiana sonha um pouco mais alto: quer expor suas peças em São Paulo. Boa sorte, Sebastiana!

O grupo, que exibe as peças feitas a partir dos cursos do Senar Goiás, e o subprefeito de Lagoa do Bauzinho

A arte das sete mulheres que sonham em viver o artesanato La

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EM ABRIL, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

545 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 128 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

5.248 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

60 234 12 11 18 153 0 57 58 7 5 10 47 1

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área

de

pecuária

Na área de

extrativismo

Em

atividades

relativas à

prestação

de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

CURSOS E TREINAMENTOSM

ende

l Cor

tizo

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Para outras informações sobre treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar Goiás entre em contato pelo telefone

(62) 3412-2700 ou pelo site www.senargo.org.br

Da solda depende, en-tre outras coisas, a segu-rança de quem trabalha em cima de uma maquina agrí-cola cuja peça acabou de ser reparada com a ajuda do calor e da eletricidade. Diante de tamanha respon-sabilidade o mercado pede cada dia mais, por profis-sionais capacitados. Cami-nhando na mesma direção, o Serviço de Aprendiza-gem Rural (Senar) Goiás oferece qualificação – tipo Formação Profissional Ru-ral (FPR) – para quem está disposto a trabalhar com a solda elétrica.

A profissão de solda-dor exige força e delica-deza, já que a pessoa por trás do capacete e de todo o aparato de proteção

precisa ter habilidade e atenção para detalhes pe-quenos que fazem toda di-ferença no final do traba-lho. O Senar Goiás realiza o curso de Solda Elétrica em parceria com o Sindi-cato Rural (SR) em todas as regiões do Estado.

Durante o curso, que é oferecido para produtores e trabalhadores rurais com mais de 18 anos e alfabe-tizados, são abordados te-mas como a segurança no trabalho, a preservação do meio ambiente, as noções de metrologia e a prepara-ção de peças para monta-gens e solda elétrica. A tur-ma pode ser composta por 12 alunos que passam por 32 horas/aula, o que inclui muita prática.

EM ABRIL, O SENAR GOIÁS PROMOVEU

545 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL* 128 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL*

5.248 PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

60 234 12 11 18 153 0 57 58 7 5 10 47 1

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área

de

pecuária

Na área de

extrativismo

Em

atividades

relativas à

prestação

de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

comunitária

Saúde e

alimentação

Prevenção de

acidentes

Artesanato Educação para

consumo

*Cursos promovidos entre os dias 26 de fevereiro a 25 de março

Solda: união de força e

delicadezaMichelle Rabelo | [email protected]

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PROGRAMASÓLIDOS NO LEITE

0800 011 6262 | www.tortuga.com.br

Minerais orgânicos Tortuga + serviços = melhor qualidade do leite, portanto, maior lucro!

Efeito do zinco, cobre e selênio na contagem de células somáticas

Parâmetros de saúde da glândula mamária

Fontes de zinco, cobre e selênio P**

Orgânico InorgânicoNovos casos de infecção - Mastite subclínica 1 8 0,01

Vacas com mais de 200.000 células/ml 1 3 0,01

Casos clínicos 2 4 -

CCS* média (x1000)/ml 55,58 237,7 0,056

CCS* - Contagem de Células Somáticas ** Análise estatística realizada pelo teste do qui-quadrado.

Fonte: Cortinhas (2009).

Qualidade do leiteO uso de minerais orgânicos é uma ferramenta para controle da contagem de cé-lulas somáticas. A literatura cientí� ca relata efeito de minerais como o selênio na redução da contagem de células somáticas. Nesse sentido, foi realizado na USP – Pirassununga um trabalho para demonstrar os benefícios dos minerais orgânicos.

ServiçosAlém da tecnologia Tortuga, a empresa conta com corpo técnico de pro� ssio-nais altamente quali� cados e treinados, equipados com instrumentos de apoio para avaliação do teor de � bra da dieta, avaliação de matéria seca, avaliação de subprodutos e formulação de dietas a partir da composição dos alimentos. Além do monitoramento da qualidade do leite e contagem de células somáticas. Os pro� ssionais da Tortuga estão capacitados para treinamento técnico da equipe da fazenda e de prestadores de serviço.

E o resultado é o maior lucro para a sua produção.

CAMPO ABERTO

A apicultura, ramo de criação de abelhas, que produz além do conhecido mel, outros

produtos, como geléia real, pólen, apitoxina (veneno de abelha), própo-lis, e cera, tem também gigantesca importância na polinização dentro da agricultura.

Criar abelhas para produção de mel é uma atividade de grande po-tencial lucrativo, com um comércio pouco acessado, mas com grandes facilidades no país. Apesar do mes-mo ser pouco praticado dentro do Es-tado de Goiás, o que explica a 17ª po-sição no ranking de produção de mel (IBGE,2013), especialistas no ramo apontam o baixo custo inicial de im-plantação como um atrativo para pro-dutores se inserirem na atividade.

O custo de instalação de uma col-meia se encontrava em torno de R$ 350 no ano de 2013 e com retorno deste investimento na propriedade previsto para o primeiro ano de produção, visto que a mesma colmeia é capaz de pro-duzir de 10 até 30 quilos de mel por ano. Mel este colhido em Goiás, que por sua qualidade, tem preço superior à média nacional, sendo muitas vezes o dobro do valor pago à maior região produtora da matéria prima, o Rio Grande do Sul (em 2013, eram R$12, 71 em GO contra R$6,34 do RS).

Para exemplificar casos de su-cesso, pode-se citar o município de Formosa, em Goiás, que superou as expectativas para o ano de 2013 em cinco toneladas de produção, subin-

do de 25 para 30 toneladas, o que gera um pequeno aumento dentro da já reduzida taxa de 10% de partici-pação estadual.

O mel retirado em Formosa, região do entorno do Distrito Federal, con-ta com dois grandes diferenciais que interferem na cor, viscosidade e pa-ladar e elevam o valor do produto no mercado. O primeiro é a questão das bacias hidrográficas da Prata, Amazo-nas e São Francisco, que influenciam diretamente na qualidade da água in-gerida, em grande quantidade, pelas abelhas. O segundo é o tempo das chuvas, já que a umidade também in-terfere diretamente na qualidade do mel (a região conta com período de seca que vai de abril a outubro).

Vera Lúcia, professora na Univer-sidade Federal Rural do Semiárido, no Rio Grande do Norte, citou em uma entrevista que “Aproximada-mente 75% da alimentação humana depende direta ou indiretamente de plantas polinizadas ou beneficiadas pela polinização animal. Dessas, 35% dependem exclusivamente de polinizadores. Nos demais casos, insetos como as abelhas ajudam a aumentar a produtividade e a quali-dade dos frutos”.

O relato apenas fortalece ainda mais a necessidade da continuidade e crescimento da atividade da api-cultura, tanto para fins lucrativos não só em Goiás, quanto para fins agropecuários sustentáveis futuros em todo o Brasil.

Samantha Andrade

é médica veterinária

e técnica-adjunta do

Senar Goiás

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Samantha Andrade | [email protected]

Apicultura: sistema de produção sustentável e lucrativo

do de 25 para 30 toneladas, o que gera um pequeno aumento dentro da já reduzida taxa de 10% de partici-

O mel retirado em Formosa, região do entorno do Distrito Federal, con-ta com dois grandes diferenciais que interferem na cor, viscosidade e pa-ladar e elevam o valor do produto no mercado. O primeiro é a questão das bacias hidrográficas da Prata, Amazo-nas e São Francisco, que influenciam diretamente na qualidade da água in-gerida, em grande quantidade, pelas abelhas. O segundo é o tempo das chuvas, já que a umidade também in-terfere diretamente na qualidade do mel (a região conta com período de seca que vai de abril a outubro).

Vera Lúcia, professora na Univer-sidade Federal Rural do Semiárido, no Rio Grande do Norte, citou em uma entrevista que “Aproximada-mente 75% da alimentação humana depende direta ou indiretamente de plantas polinizadas ou beneficiadas pela polinização animal. Dessas, 35% dependem exclusivamente de polinizadores. Nos demais casos, insetos como as abelhas ajudam a aumentar a produtividade e a quali-

O relato apenas fortalece ainda mais a necessidade da continuidade e crescimento da atividade da api-cultura, tanto para fins lucrativos não só em Goiás, quanto para fins agropecuários sustentáveis futuros

produção sustentável Apicultura: sistema de Apicultura: sistema de

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PROGRAMASÓLIDOS NO LEITE

0800 011 6262 | www.tortuga.com.br

Minerais orgânicos Tortuga + serviços = melhor qualidade do leite, portanto, maior lucro!

Efeito do zinco, cobre e selênio na contagem de células somáticas

Parâmetros de saúde da glândula mamária

Fontes de zinco, cobre e selênio P**

Orgânico InorgânicoNovos casos de infecção - Mastite subclínica 1 8 0,01

Vacas com mais de 200.000 células/ml 1 3 0,01

Casos clínicos 2 4 -

CCS* média (x1000)/ml 55,58 237,7 0,056

CCS* - Contagem de Células Somáticas ** Análise estatística realizada pelo teste do qui-quadrado.

Fonte: Cortinhas (2009).

Qualidade do leiteO uso de minerais orgânicos é uma ferramenta para controle da contagem de cé-lulas somáticas. A literatura cientí� ca relata efeito de minerais como o selênio na redução da contagem de células somáticas. Nesse sentido, foi realizado na USP – Pirassununga um trabalho para demonstrar os benefícios dos minerais orgânicos.

ServiçosAlém da tecnologia Tortuga, a empresa conta com corpo técnico de pro� ssio-nais altamente quali� cados e treinados, equipados com instrumentos de apoio para avaliação do teor de � bra da dieta, avaliação de matéria seca, avaliação de subprodutos e formulação de dietas a partir da composição dos alimentos. Além do monitoramento da qualidade do leite e contagem de células somáticas. Os pro� ssionais da Tortuga estão capacitados para treinamento técnico da equipe da fazenda e de prestadores de serviço.

E o resultado é o maior lucro para a sua produção.

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