MISSÃO INTEGRALMISSÃO INTEGRALLição 1Lição 1

O QUE É MISSÃO INTEGRAL?

Leitura da Semana:Segunda – Mt. 23 Quarta – Mt. 25 Sexta – Mt. 27 Domingo – At. 1Terça – Mt. 24 Quinta – Mt. 26 Sábado – Mt. 28

Introdução

“Afirmamos que Deus é o criador e o juiz de todos os homens. Portanto, devemos partilhar seu interesse pela justiça e pela reconciliação em toda a sociedade humana, e pela libertação dos homens de todo tipo de opressão.”

Você já ouviu essa frase em algum lugar? O que ela lhe lembra? ________________________________________________________________________________________________

Essa frase é a primeira parte do capítulo 5 do Pacto de Lausanne feito em 1974. Esse congresso mundial de evangelização ocorrido na pequena cidade suíça de Lausanne com a presença de representantes de mais de 100 países foi um marco na História da Igreja quanto à missão integral.

Isso não quer dizer que missão integral é um conceito novo. De forma alguma pois, como iremos ver ao longo dessas três semanas, a missão integral está bem fundamentada na Palavra de Deus. O diferencial é que Lausanne resgatou a responsabilidade social cristã como parte da própria missão da igreja.

Para entendermos melhor este resgate precisamos conhecer duas tendências que persistem até hoje.

Teologia da Libertação X Evangelização de Massas

A Teologia da Libertação foi um movimento, em sua maioria, católico latino-americano. Apesar dos mesmos radicalizarem ao colocar a salvação

como libertação de todas as opressões sociais, sendo por isso muito dos seus defensores taxados de comunistas, este grupo jogou na cara do mundo que não há evangelização verdadeira sem responsabilidade social, sem a busca pela justiça e reconciliação para todos os homens. E ao defenderem a inserção social, foram criadas as CEB's (Comunidades Eclesiais de Base), as quais foram trazidas para o Evangelicalismo com outras denominações (GAS, PG, Grupo Familiar, Célula).

A evangelização de massas teve como maior representante no século XX Billy Graham. O seu trabalho se baseou na premissa que o mais importante da vida cristã é que as pessoas tomem uma decisão para seguir ao Senhor Jesus. Portanto, eventos eram feitos, muitas vezes em estádios, enfatizando-se a necessidade da conversão pura e simples. E até hoje boa parte dos eventos que fazemos visam a conversão dos que não crêem.

Lausanne teve a capacidade de reunir o melhor destas duas tendências, principalmente por causa da defesa de pastores latino-americanos como Samuel Escobar, René Padilla, Orlando Costas e Valdir Steuernagel, assessorados por John Stott. Hoje precisamos resgatar o conceito de missão integral, estabelecido em Lausanne, nas duas áreas, tanto na proclamação, quanto no testemunho. Para isso, discutiremos o que envolve a Grande Comissão dada a nós pelo Senhor Jesus.

Indo, Fazei Discípulos

Ainda hoje, a Grande Comissão é o texto principal quando se fala de envio de pessoas para o campo missionário, ênfase esta dada a partir do movimento de missões mundiais de cunho protestante, iniciado no século XVIII. Contudo, a maior igreja missionária que já existiu, a igreja do primeiro século, não enfatizava este texto como mote da missão. Por quê? ________________________________________________________________________________________________

Porque a difusão do evangelho não é simplesmente a obediência a uma nova lei, e sim, a expressão de uma nova vida comunicada pelo Espírito, como bem disse Roland Allen:

Tanto que o texto da Grande Comissão é precedido pela afirmação de Jesus que toda a autoridade foi dada a Ele nos Céus e na Terra e, baseado nisso, é que podemos cumprir a missão que nos foi outorgada.

E a missão principal é fazer discípulos. E não há como fazer discípulos sem envolvimento de vidas. Eventos onde várias pessoas se convertem, não é fazer discípulos, é só o primeiro passo. E somos chamados a fazer discípulos de todas as nações como diz o texto a seguir: “Sendo o ser humano feito à imagem de Deus, toda pessoa, sem distinção de raça, religião, cor, cultura, classe social, sexo ou idade, possui uma dignidade intrínseca em razão da qual deve ser respeitada e servida, e não explorada.” Será que estamos fazendo discípulos de todas as nações ou apenas das nações “amigas”?

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Como chamados à missão, precisamos abrir os olhos para todas as realidades que nos cercam e nos inserimos de maneira a exalarmos o bom perfume de Cristo em meio a elas. Este é o verdadeiro sentido de “irmos”.

E ao irmos, pessoas vão sendo tocadas pelo Espírito de Deus e vamos inserindo as mesmas em meio à nossa comunidade, com todas as suas dificuldades inerentes, pois o Pai, o Filho e o Espírito Santo nos tornou um. Batizamo-as em nome do Pai, do Fiho e do Espírito Santo.

E não paramos no batismo, mas ensinamos a guardar tudo que o Senhor tem nos dito através de Sua Palavra. Ensino de palavra e de ação, pois a fé sem obras é morta. “A salvação que alegamos possuir deve estar nos transformando na totalidade de nossas responsabilidades pessoais e sociais”.

Missão Integral

Ao verificarmos todas as implicações do “fazer discípulos”, podemos definir a Missão Integral como a própria Grande Comissão, onde René Padilla afirma:

A obrigação de pregar o evangelho não depende da letra, mas do

Espírito de Cristo; não do que Ele ordena, mas sim do que Ele é, e o Espírito de Cristo é o Espírito de

amor, da compaixão e do anelo de Deus por aqueles que estão

afastados Dele.

Missão integral é o chamado que o Senhor ressurreto faz à Igreja para

que ela se dedique a formar homens e mulheres que

reconheçam seu Senhorio universal, se integrem ao povo de Deus e executem o mandado de

Jesus, que inclui todos os aspectos da vida humana.