miriam marques, rosa felisberto, carla gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível...

88

Upload: phungkhue

Post on 19-May-2018

220 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar
Page 2: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 2

Índice

Introdução 4

Capitulo 1

O que é a Ergonomia? 5

Formação da palavra: Ergonomia 6

Conceito de Ergonomia 6

História da Ergonomia 10

O Estudo da Ergonomia na Higiene, Segurança e Saúde Ocupacional 15

O principal objectivo da Ergonomia 18

Capitulo 2

Ergonomia na HST – Higiene e Segurança no Trabalho 21

Análise ergonómica: 21

Iluminação 24

Som 38

Ventilação, temperatura e condicionamento do Ar 44

Vibrações, movimentos repetitivos e posturas 46

Material 58

Intervenção nos locais de Trabalho 60

Organização do Trabalho 60

Page 3: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 3

Capitulo 3

As Novas Tecnologias e a Ergonomia 78

Evolução das Novas Tecnologias 78

Tipos de Ergonomia Informática 82

Conclusão 84

Glossário de normativos legais ligados à Ergonomia na SHT 85

Referências 87

Page 4: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 4

A ciência ergonómica permite a adaptação do ambiente do trabalho ao

Homem, sem conflito entre a saúde e a produção.

A ergonomia tem como objectivo alcançar a mudança, a transformação, a

qualidade e a fiabilidade de segurança no bem-estar físico, psíquico e social, no

mundo empresarial, assim como em outras áreas. Uma vez que, a ergonomia é

uma área muito abrangente, iremos esclarecer neste projecto, nomeadamente,

a área da segurança e higiene no trabalho.

Este Trabalho pretende ser um livro prático, sobre posturas a adoptar e

princípios de prevenção em relação aos principais riscos que afectam os

trabalhadores. Ao longo deste livro, podemos ver os aspectos ergonómicos no

trabalho, bem como, as medidas de protecção e prevenção a adoptar para

diminuir as probabilidades de futuras doenças profissionais.

Tudo isto, proporcionará uma melhor produtividade, quer por parte dos

trabalhadores quer por parte das empresas, pois como podemos constatar,

certos pormenores podem ocasionar doenças profissionais e consequentemente,

ausências de trabalho.

Esperamos com este livro contribuir para uma melhor qualidade de vida

dos trabalhadores e empresas, no seu local de trabalho e no seu quotidiano,

como também esclarecer os leitores acerca deste tema.

Page 5: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 5

Capítulo 1

O que é a Ergonomia?

Page 6: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 6

Formação da Palavra: “Ergonomia”

A palavra “Ergonomia” deriva do grego “Ergon” (trabalho) e “Nomos”

(estudo das regras e normas).

O termo “Ergonomia” é relativamente recente, uma vez que foi criado e

utilizado, pela primeira vez por K. Murrell, um Engenheiro Inglês, e adaptado

oficialmente em 1949, pela criação da primeira sociedade de Ergonomia – a

Ergonomics Research Society – onde se agrupavam psicólogos, fisiologistas e

engenheiros ligados a problemas de adaptação do trabalho ao Homem.

Conceito de Ergonomia

Com base nas nossas pesquisas, nos conceitos de A. LAVILLE, WISNER,

GRANDJEAN e do Departamento de Ergonomia da Faculdade de Motricidade

Humana, concluímos que a Ergonomia é:

Uma ciência interdisciplinar que entende a psicologia, a

antropologia e a sociologia do trabalho, adaptando o seu posto

aos utensílios, máquinas, horários e ao meio ambiente dos

requisitos humanos, melhorando e facilitando as condições de

trabalho e aumentando o rendimento do esforço do

trabalhador, visando a sua saúde e o seu bem-estar.

Page 7: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 7

Referimos também, os conceitos pronunciados por duas grandes

organizações reconhecidas internacionalmente:

- Organização Mundial de Saúde: “ A Ergonomia é uma ciência que visa o

máximo rendimento, reduzindo os riscos do erro Humano ao mínimo, ao mesmo tempo

que trata de diminuir, dentro do possível, os perigos para o trabalhador. Estas funções

são realizadas com a ajuda de métodos científicos e tendo em conta, simultaneamente,

as possibilidades e as limitações Humanas devido à anatomia, fisiologia e psicologia”.

- Organização Internacional de Trabalho: “ A Ergonomia consiste na

aplicação das ciências biológicas do Homem em conjunto com as ciências de

engenharia, para alcançar a adaptação do Homem com o seu trabalho medindo-se os

seus efeitos em torno da eficiência e do bem-estar para o Homem”.

A ergonomia divide-se em quatro fases sucessivas:

Ergonomia gestual – ocupa-se do estudo dos gestos e posturas do

trabalhador durante o trabalho, procurando adaptar os postos de

trabalho, as condições ambientais e os ritmos de produção aos

trabalhadores.

Page 8: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 8

Exemplo:

(Negativo)

O trabalhador tem uma má postura, pois nem a

cadeira, nem a secretária são ergonómicas. Além

disso, a sua posição não lhe permite comunicar

gestualmente com os seus colegas e/ou clientes.

Ergonomia informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de

sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar as condições

de percepção da informação por parte do trabalhador.

Exemplo:

(Positivo)

A caixa médica deve estar bem sinalizada para permitir

a identificação e o seu acesso rápido, em caso de

emergência ou necessidade.

Page 9: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 9

Ergonomia dos Sistemas - trata das interacções do trabalhador com os

materiais em qualquer sistema produtivo, procurando definir as tarefas

entre os trabalhadores, as condições de funcionamento e cargas de

trabalho de cada um.

Exemplo:

(Positivo)

Tabela de controlo de Higiene para WC

Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Sábado Domingo

26.04.10 27.04.10 28.04.10 29.04.10 30.04.10 01.05.10 02.05.10

Maria Ana Maria Ana Inês Maria Ana

Ana Maria Maria Inês Maria Inês Inês

Maria Ana Ana Inês Maria Maria Ana

Através de tabelas de controlo de higiene, podemos identificar qual foi o

trabalhador, que em determinado dia e com que regularidade, fez um

determinado cargo de trabalho.

Ergonomia de previsão – como a designação sugere, procura prever e

estudar regras e as tarefas como cada trabalhador realizará o seu

trabalho efectivo, tendo em vista atingir zero incidentes e/ou acidentes.

Page 10: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 10

Exemplo:

(Positivo)

Criar gráficos de estatísticas para

descobrir as origens dos

acidentes de trabalho, a fim de

poder evitá-los ou reduzi-los.

História da Ergonomia

A Ergonomia teve as suas origens, como disciplina, durante a Segunda

Guerra Mundial, mas ganhou outra dinâmica depois do conflito, mais

concretamente no decorrer de 1949. Foi nessa altura, que se verificaram as

incompatibilidades entre o desenvolvimento humano e o desenvolvimento

técnico. Os equipamentos militares obrigavam dos executantes, decisões

bruscas e desempenho de actividades novas (tecnologias inovadoras) em

situações críticas.

Page 11: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 11

A guerra requereu e produziu

máquinas inovadoras e mais complexas,

mas estas não correspondiam ao que se

esperava, porque na sua criação, não

foram tomadas em consideração, as

características e as capacidades humanas.

Com a necessidade do aparecimento

de uma nova ciência que abranja esta

área, surge então, a Ergonomia.

Foi através dos meios britânicos, que esta ciência teve o seu grande

desenvolvimento, com a fundação de um grupo de estudos acerca da

capacidade produtiva dos trabalhadores nas fábricas de munições (Health of

Munitions Workers Committee).

Foi em Inglaterra, no início da década de 50, com a criação da

Ergonomics Research Society, que a Ergonomia iniciou a sua expansão no

mundo da indústria, desenvolvendo deste modo, o interesse pelos problemas

pertencentes ao trabalho humano.

O rápido crescimento e expansão da Ergonomia, para além das fronteiras

militares, decorreram entre as décadas de 1960 e 1980, pois o meio industrial

apercebeu-se da importância da Ergonomia na produção dos produtos e dos

sistemas de trabalho.

Mais tarde, a Ergonomia foi aplicada com a finalidade de optimizar o

Page 12: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 12

trabalho humano, centrando nos primeiros estudos o melhoramento das

máquinas, às quais os trabalhadores se tinham de moldar, algumas das vezes à

custa de uma longa e difícil aprendizagem.

Apesar disso, com o aumento da complexidade e dos custos das

máquinas, assim como, com a imposição do valor da vida humana, apareceu a

preocupação de criar máquinas adaptadas ao Homem e de estabelecer

condições na realização do trabalho mais adequadas às características humanas

(do ponto de vista antropométrico, biomecânico, fisiológico, psicológico, de

formação, de competência, etc.).

Nesta altura da evolução, alguns países da Europa criaram a Associação

Internacional de Ergonomia, para ligar as várias sociedades de factores

humanos e de Ergonomia que iam surgindo.

A Ergonomia continuou a desenvolver depois dos anos 80, principalmente,

devido às novas tecnologias informatizadas. Estas proporcionaram novos

desafios.

Nesta altura, em Portugal, a Ergonomia é ainda praticamente inexistente.

Apesar disso, a sociedade, devido à sua integração na União Europeia,

necessitava do cumprimento das normas comunitárias relativamente à

regulamentação do trabalho e das condições ambientais, o que provocou

alguma inquietação para o desenvolvimento da formação nesta área.

Foi no ano de 1987, que surgiu com a introdução de um curso no Instituto

Superior de Educação Física (ISEF), actualmente Faculdade de Motricidade

Humana, a Ergonomia em Portugal.

Page 13: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 13

Num ponto de vista histórico, consideram-se três pontos indispensáveis ao

desenvolvimento da Ergonomia:

1. No inicio, o estudo centrava-se na máquina, à qual o operário se

tinha de adaptar. Pretendia-se escolher e instruir o trabalhador de

acordo com as exigências e características das máquinas, em

grande parte através de uma longa e difícil aprendizagem.

2. Depois, referente aos problemas surgidos pelos erros humanos, o

estudo da Ergonomia começou a centrar-se no Homem. Pretendia-

se uma alteração das máquinas, tendo em conta os limites próprios

do Homem.

3. Actualmente, considera-se a análise do Sistema: Homem -

Máquina/ Homem - Trabalho.

E três tipos de evolução da Ergonomia:

1. Evolução Técnica

2. Evolução da Organização do Trabalho

3. Evolução do pessoal

Page 14: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 14

Características da evolução técnica:

Maior eficiência das máquinas;

Produção de miniaturas de certos produtos;

Informatização mais divulgada;

Automatização

Características da evolução da organização do trabalho:

Novas modalidades de divisão de tarefas.

Características da evolução pessoal:

Prolongamento da escolaridade;

Formação técnica e profissional.

Page 15: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 15

Tudo isto levou, naturalmente a:

Diferentes expectativas no âmbito laboral;

Uma inadequação dos modelos de gestão tradicionais.

Deste modo, estas modificações na natureza do trabalho provocaram um

elevado número de problemas de forma progressiva, com implicações para o

indivíduo, no contexto profissional, social e produtivo.

Todas estas consequências reflectem-se, normalmente, no estado de

saúde (doenças profissionais) dos trabalhadores.

O estudo da Ergonomia na Higiene

Segurança e Saúde Ocupacional

A Ergonomia é constituída pela parte teórica

e pela parte prática. Esta última ocorre no campo

e consiste na análise e na intervenção dos locais

de trabalho. A intervenção é resultante do estudo teórico, complementado pela

análise ergonómica.

O estudo ergonómico actua sobre todos os domínios, quer seja, a nível

físico, cognitivo, organizacional ou outros, resultante dos locais e ambientes

profissionais, assim como dos materiais. A antropometria desempenha um

Page 16: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 16

papel relevante no estudo da Ergonomia. A antropometria trata das medidas

físicas do corpo Humano. A origem da palavra remonta à antiguidade, pois os

egípcios e os gregos já observavam a relação das diversas partes do corpo. A

antropometria tem as suas origens na antropologia física, que como registo e

ciência às viagens do Marco Polo (1273-1295), relevou um grande número de

raças humanas, com diferentes tamanhos. A revolução industrial focou as suas

actividades no mercado de massas, isto, devido à necessidade de aplicar as

medidas do homem ao desenvolvimento de produtos. Sempre que possível e

justificável, deve-se realizar as medidas antropométricas da população para

qual está sendo projectado um produto ou equipamento, pois os equipamentos

fora das características dos trabalhadores podem levar a situações de stress e

provocar acidentes graves.

“A realização pessoal e profissional encontra na qualidade de vida do

trabalho, particularmente a que é favorecida pelas condições de segurança,

higiene e saúde, uma matriz fundamental para o seu desenvolvimento.”

(1º Parágrafo do Decreto-Lei nº 441/91)

Podemos concluir, que sem a implementação de uma prática ergonómica,

dificilmente será alcançada esta qualidade de vida de trabalho.

A ergonomia tem contribuído significativamente para melhorar as

condições do trabalho humano. Isso implica o compromisso pessoal e o prazer

em trabalhar, condição fundamental para a qualidade de produtos e serviços

numa empresa.

Page 17: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 17

A ergonomia deve ser aprofundada em diversas situações, visando o

tempo e o espaço, observando os factores que podem alterar a actividade do

homem e evidenciar os problemas gerais e as suas possíveis soluções.

O conceito de saúde no trabalho tem

apresentado uma considerável evolução, desde a

revolução industrial, evidenciando a relação entre

o trabalho e a saúde (doenças profissionais).

Assim, o conceito de saúde não se restringe ao

domínio da vigilância médica (exames médicos

individuais da avaliação da saúde), devendo ter

em conta o controlo dos elementos físicos e

mentais que possam afectar a saúde (convenção

nº 1555/81 OIT).

As definições de saúde valorizam o homem, não como um elemento

isolado, mas como, um ser social que vive em sociedade, influenciando-a e

fazendo parte dela ao mesmo tempo que recebe as suas influências e a ela se

adapta. Actualmente, a saúde é entendida como uma situação de equilíbrio

entre o nível físico, psíquico e sócio ambiental, referindo a importância da

ergonomia para a redução do agravamento das condições de trabalho, em que

o mesmo decorre e que acarretam consequências para a saúde individual e

para a organização.

“ Assim como existe uma forma saudável de definir e viver a doença,

existe um desafio constante para manter e representar o estado de saúde”

( Marilnyn Frank – Strowborg, pág.: 37)

Page 18: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 18

O Principal Objectivo da Ergonomia

O principal objectivo da Ergonomia é aperfeiçoar a adequação entre o

Homem, a máquina e o ambiente físico profissional, considerando em primeiro

lugar o Homem, seguido do sistema produtivo, tornando-o sempre que possível

mais competitivo e

funcional. Tudo isto, através

de um equilíbrio entre as

exigências das tarefas e das

máquinas e as

características anatómicas,

fisiológicas, cognitivas e

percepto-motoras, permitindo assim, adaptar os objectos, matérias e

instrumentos de trabalho a essas características, tornando as tarefas de

trabalho mais fáceis, confortáveis e seguras. Sendo a Ergonomia, assim,

sinónimo de eficiência.

Existem três factores fundamentais em que este objectivo da Ergonomia, por

um lado se baseia e por outro possibilita:

Facilidade

Conforto

Segurança

Page 19: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 19

Facilidade

Com a ajuda de estudos ergonómicos consegue-se uma acção sobre os

produtos ou matérias no sentido de os adaptar, possibilitando desempenhar as

mesmas tarefas de um modo mais fácil (exemplo: o material adaptado a um

canhoto).

Conforto

Os estudos da Ergonomia permitem que, os objectos, as matérias, os

processos ou até os sistemas sejam adaptados a nós, às nossas características

anatómicas, fisiológicas, cognitivas e percepto-motoras, fornecendo momentos

de conforto aos trabalhadores.

O desconforto pode impor constrangimentos à actividade de trabalho e

gerar situações de mal-estar, assim como também, de riscos, tornando a nossa

prestação de trabalho um sofrimento.

Segurança

Ao desenvolver materiais e objectos ou procurar produtos ou processos

produtivos que se adaptem ao Homem e às suas características, estamos a

reduzir factores de risco, constrangimento ou nocividade.

Page 20: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 20

Se os locais de trabalho não a tiverem, o resultado final das actividades

nunca poderá ser considerado um resultado seguro.

Neste contexto, procura-se evitar, não só a ocorrência de acidentes, mas

também, proporcionar ao trabalhador, uma boa qualidade de vida, em termos

físicos, psicológicos e sociais.

Page 21: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 21

Capítulo 2

Ergonomia na SHT – Segurança e Higiene no Trabalho

Na prática ergonómica, a Ergonomia ambiental ou Ergonomia do ambiente

tem um papel fundamental e é a vertente, que se dedica à análise e à

intervenção do ambiente físico, das tarefas executadas pelo trabalhador e que

pode contribuir, positivamente ou negativamente, no desempenho das pessoas

que dele usufruem, para obtenção de resultados das suas tarefas e actividades.

A Ergonomia do ambiente dedica-se a questões de adaptação e

Page 22: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 22

consonância com o espaço das tarefas e actividade nele desenvolvidas. Para o

alcance deste objectivo, esta utiliza elementos de antropometria, da psicologia

ambiental, da ergonomia cognitiva e da análise ergonómica do trabalho. Alguns

conceitos de conforto térmico, acústico, luminoso e cromático, também

compõem o leque de preocupações contempladas na concepção da ergonomia

adequada.

O estudo no campo (análise) é um momento especial para detectar dados

relevantes sobre as necessidades físicas, cognitivas e psíquicas das pessoas no

local de trabalho e das exigências das actividades desenvolvidas.

Na análise deve ser observado no momento:

Estar o mais atento possível ao modo de apropriação do espaço;

Perguntar sempre para quem, por quem e quem beneficia, usa ou

troca;

Procurar perceber as simultaneidades de uso, trocas, ocupações,

objectos e pessoas;

Procurar e perceber os ritmos de tempo, os seus modos de

utilização e os seus conflitos;

Inquirir sobre as possibilidades de comunicação e trocas entre

pessoas e imprevistos;

Page 23: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 23

Captar o que constitui o mesmo lugar e aquilo que dá lugar a outro.

Captar as suas relações, conflitos, associações;

Intervenções possíveis a serem praticadas;

Deve-se sempre auto-questionar todas as condições ambientais do local

de trabalho, analisando deste modo, todos os factores com a finalidade de se

adaptarem aos normativos legais e ao bem-estar físico e mental dos

trabalhadores, aumentando assim a produtividade. Eis algumas condições

ambientais a analisar:

Iluminação

Som

Cores

Ventilação, temperatura e acondicionamento do ar

Vibrações, movimentos repetitivos e posturas

Material de trabalho

Page 24: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 24

Análise Ergonómica

Iluminação

A iluminação é a condição principal no desenvolvimento das tarefas,

influenciando no seu conforto e na sua eficiência, devendo ser mantido um nível

ideal em redor de 500 lux, sendo a iluminação ideal, a natural difusa (indirecta,

de preferência filtrada por aparato) para evitar reflexões e encandeamentos.

Isto acontece, quando o fundo é mais brilhante que o objecto para o qual se

olha. Pode ser directo (por fonte luminosa) ou indirecto (por reflexo de

superfície).

Os seus efeitos são:

Incomodo directo ao trabalho;

Fadiga visual;

Sentimento subjectivo de desconforto.

Page 25: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 25

Medidas directas a tomar no campo para eliminar o encadeamento:

Deslocamento das fontes luminosas para fora do campo visual;

Aumento da iluminação de zonas próximas.

Medidas indirectas a tomar no campo para eliminar o encadeamento:

Modificação da fonte luminosa;

Disfarce das superfícies reflectoras, substituindo as superfícies

polidas e lisas das mesas e objectos por superfícies rugosas e

difusoras, que disseminam a luz.

A iluminação insuficiente leva a:

Diminuição de produção

Prejuízo na qualidade do trabalho

Aumento das falhas

Aumento da frequência de acidentes

Page 26: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 26

A iluminação exagerada leva a:

Reflexos perturbadores

Sombras pronunciadas

Contrastes exagerados

A colocação das luminárias, de preferência parabólicas de luz mista (uma

branca e outra amarela), deve ser paralela ao usuário e perpendicular ao

teclado, ficando longe da linha visual do usuário.

A iluminação artificial

As luminárias devem conter, desde que sejam fluorescentes, sempre mais

Page 27: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 27

de um tubo para evitar fenómenos estroboscópicos. Em algumas situações, a

iluminação acessória será necessária, sendo dirigida para a tarefa e nunca para

a tela.

Iluminação acessória

O olho é, basicamente, um receptor de imagens, o nosso scanner.

A visão é a captação da energia electromagnética do espectro visível (400

a 700 nm) pelas células foto-receptoras da retina.

A energia electromagnética captada é a transformação da energia

luminosa pelas células retinianas, que após este processo, é descodificada e

transferida para o banco de dados, o cérebro, o nosso disco rígido, onde são

codificadas e armazenadas sob a forma de imagens.

A visão tem como funções os principais sentidos da forma, cor e luz.

No tempo compreendido entre o nascimento e os 5 anos de idade existem

várias fases a serem ultrapassadas, com as suas particularidades e os seus

prazos próprios, como: Acuidade Visual, Visão Binocular, Estéreo-acuidade ou

Visão de Profundidade, Reflexo de Convergência e Acomodação Visual.

A partir deste prazo limite de 5 anos, a maturação visual está completa e

a tendência é mantê-la, quando em torno dos 40 anos começa o seu declínio

(tabelas 1 e 2).

Page 28: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 28

Desenvolvimento da acuidade visual

Idade Percentual

6 meses 3 %

9 meses 15 %

1 ano 25 %

2 anos 50 %

3 anos 66 %

4 anos 80 %

5 anos 100 %

Page 29: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 29

Desenvolvimento da visão binocular:

4 meses de idade

Desenvolvimento da estéreo-acuidade:

6 meses de idade

Desenvolvimento do reflexo de convergência:

1 ano de idade

Desenvolvimento da acomodação visual:

6 meses a 3 anos de idade

O aparelho visual é composto pelo olho e pelas suas estruturas intrínsecas

e extrínsecas, nervo óptico, quiasma óptico, suas derivações e o cérebro.

O olho e suas estruturas

Page 30: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 30

Via óptica e representação do campo visual

Para que a imagem seja percebida e armazenada no cérebro tem que

atravessar várias estruturas, passando pelos diversos graus que, cada meio de

transparência possui, como o da córnea, do humor aquoso, do cristalino e do

humor vítreo.

A imagem é então, projectada na retina, onde sofrerá o processo de

descodificação da cor, forma, luz e contraste.

Para que esta imagem chegue nítida, clara e focada, a retina, terá que ter

a sua quantidade de luz ajustada por um diafragma, a íris, que é controlado

pela musculatura intrínseca ocular, composta pelos músculos do esfíncter e o

dilatador da pupila; como também terá sua focalização regulada pelo músculo

ciliar, que é responsável pelas olhadelas ao perto / longe e o pelo poder de

refracção, que proporciona ao cristalino, modificando o seu formato. Chama-se

de acomodação visual a este mecanismo. Não se deve mobilizar mais de 2/3 da

acomodação visual, principalmente em esforços prolongados do músculo ciliar,

Page 31: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 31

para não provocarmos sintomas de desconforto visual, cefaleia, tonturas e

cansaço visual. O movimento de cada olho é feito pela musculatura extrínseca

ocular, composta por 3 pares de músculos: reto medial e reto lateral

(responsáveis pelos movimentos primários horizontais), reto superior e reto

inferior (responsáveis pelos movimentos primários verticais) e oblíquo superior

e oblíquo inferior (responsáveis pelos movimentos primários torsionais).

Musculatura extrínseca ocular

Os movimentos oculares, voluntários e os reflexos, são produzidos com a

conjugação de outros sistemas complexos, como o do equilíbrio

(responsabilidade vestibular - do ouvido).

Para o acto de fixação e da mudança de olhar para diversas distâncias, há

a necessidade de um ajustamento dos graus de convergência e de divergência

(ou paralelismo de eixos visuais), onde são utilizados os mecanismos de

acomodação visual e o ajustamento do tamanho da pupila.

Quanto mais próximo o objecto, maior a convergência e menor a

Page 32: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 32

divergência. Quanto mais longe, menor a convergência e maior a divergência.

Pela actividade constante das musculaturas extrínseca e intrínseca

oculares, os reajustes frequentes da visão para os diferentes planos de

interesse visual, serão tão mais fisiológicos quanto mais mantivermos as

distâncias dos objectos de interesse em planos próximos. Isso reduzirá a

amplitude dos movimentos oculares, tornando a tarefa mais confortável.

Sendo o cérebro, o nosso banco de imagens, quaisquer danos no mesmo,

poderão levar a uma "cegueira de imagens", sem que com isso tenhamos os

nossos olhos obrigatoriamente afectados.

Percepção de formas e Contrastes

A retina é uma membrana fina e complexa, formada por 12 camadas de

células com funções próprias, sendo a sua função, captar os estímulos

luminosos transformando-os em estímulos electromagnéticos.

Duas camadas de células, em especial, são importantes:

A camada de cones e bastonetes, responsável pela nitidez, detalhe

e contornos, dependendo da quantidade de luz e da camada de

células pigmentares, responsáveis pela percepção cromática e pela

adaptação da visão à luz e à escuridão.

Page 33: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 33

Camadas da Retina

Dentro das estruturas extrínsecas do aparelho visual, as pálpebras e o

sistema lacrimal têm uma grande importância na nossa visão. A córnea, a lente

mais externa do olho, tem que ser mantida limpa, protegida e nutrida, para

que a sua transparência e, consequente, o seu poder de refulgência possibilite

a visão normal.

Temos a pálpebra, como a sua protectora, auxiliar de

nutrição do seu movimento constante (na frequência média é

de 10 vezes por minuto).

O aparelho lacrimal é o responsável pela produção,

manutenção e drenagem das lágrimas e outras substâncias,

que têm a função de nutrição pelos seus componentes químicos

e físicos, lubrificação, limpeza e protecção, enfim, manutenção

da córnea em condições ideais.

Como sabemos, cada olho capta uma imagem, que é transmitida ao

Pálpebra Superior

Page 34: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 34

cérebro, sendo antes captada de modo próprio por cada olho, com as suas

desigualdades e peculiaridades. Essas imagens, quando sobrepostas e

revertidas (porque são percebidas invertidas em cada olho), darão a sensação

de profundidade e tridimensionalidade. O campo visual é a percepção de todos

os espaços, capazes de transmitir estímulos à retina. O campo visual monocular

é de 135 graus na vertical (60 graus superior / 75 graus inferior) e 90 graus na

horizontal, sendo portanto, o campo visual binocular de 135 graus na vertical e

180 graus na horizontal.

Campo visual

Pela distribuição diversa, de foto-receptores na camada de cones e

bastonetes da retina, nem todos os objectos são percebidos no campo visual

com o mesmo grau de nitidez e cor.

Os objectos percebidos com a máxima nitidez de cores, são os que estão

focados pela fóvea, região de maior concentração de cones, enquanto os de

menor nitidez serão focados por aqueles de maior concentração de bastonetes.

São limites anatómicos do nosso campo visual, os ossos da órbita,

Page 35: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 35

supercílios, malares e o nariz.

Ametropias ou defeitos visuais são os vícios de refracção (miopia /

hipermetropia / astigmatismo).

Dependendo de seu montante em graus de dioptria, poderão vir a causar

maior ou menor desconforto visual e físico (cefaleia, tontura, náuseas, ardência

ocular, dores na nuca, etc.), quando não corrigidos adequadamente e

dependendo do tempo, do volume e do interesse que um trabalho visual exige.

Ametropias

Quando um olho está com o poder de refracção e a sua dimensão antero-

posterior se encontra numa relação fisiológica, trabalhará em repouso, com

pouco esforço de acomodação e convergência, terá a emetropia (normal).

Quando o diâmetro antero-posterior é maior do que deve ser, para que a

Page 36: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 36

convergência dos raios luminosos se projectem sobre a retina, sendo os raios

projectados anteriormente, temos a miopia.

A situação inversa é a hipermetropia, que é a imagem projectada

posteriormente à retina.

Míope é aquele que se aproxima do objecto de interesse e o hipermetrope

o que se afasta, portanto, os seus mecanismos de reajuste (acomodação /

convergência) não são suficientes para a correcção necessária, e se o são,

dependendo do tempo e/ou do volume de trabalho visual, gerarão os

desconfortos mencionados.

Resultante da deformação das curvaturas corneanas e/ou cristalineanas

temos o astigmatismo, causando diferentes planos de convergência dos raios

luminosos para a retina, com distorções de imagens, projectando-as parte

anterior e parte posteriormente à retina.

O esforço adicional de acomodação e/ou convergência levará a posturas

viciosas de cabeça, que acarretam maior esforço no músculo ciliar, bem como

nos músculos cervicais e faciais, e fomenta cefaleia, dores na nuca, tonturas,

náuseas, sonolência, etc.

Com o aumento da idade, como já vimos antes, vai havendo uma

deterioração da visão pelo desgaste anatómico das estruturas oculares, o que

origina a redução da capacidade de acomodação, sendo a presbiopia o

fenómeno ocasionado por tudo isso.

A insuficiência de convergência, causada por anormalidades no equilíbrio

da musculatura extrínseca do olho, dificultando a convergência normal para os

Page 37: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 37

objectos de interesse próximos, gerará danos na interacção das imagens de

cada olho, exigindo esforço adicional para esta musculatura com consequentes

sintomas de fadiga, acarretando a Astenopia.

O uso prolongado da visão, com vícios de refracção não corrigidos, leva

as pessoas a terem sensações de turvação, dificuldade de fixação de detalhes,

perda de linhas na leitura, cefaleia constante, ardência nos olhos, sonolência,

náuseas, dores irradiadas para a nuca e pescoço, pontos móveis no campo de

visão, que podem ser negros ou cintilantes e até tremores nas pálpebras.

Na correcção dos problemas visuais são utilizadas lentes de vários tipos:

divergente para miopia, convergente para

hipermetropia e cilíndrica para astigmatismo.

Haverá uma variação no tamanho da imagem,

que será proporcional ao montante de graus a

serem corrigidos, ou seja, quando maior o

grau, tanto maior a variação do tamanho da

imagem.

As lentes de contacto proporcionam a imagem do tamanho mais próximo

da realidade, pela diminuição da distância vértice (do olho para a lente

corretora).

Haverá necessidade do uso de óculos, de distâncias pré-determinadas,

para a correcção de ametropias, com o uso do terminal de vídeo,

principalmente para pessoas portadoras de presbiopia, ou seja, acima de 40

Tamanho de imagem

Page 38: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 38

anos de idade (lentes bi ou multifocais).

Na regulação do contraste nos terminais de vídeo é importante, se levar

em conta que é necessário haver um contraste para a percepção dos símbolos,

em brilho ou em cor, o que aumenta a nitidez dos limites do símbolo em relação

ao fundo, sem que este contraste esgote os níveis de tolerância individual.

Caso esta precaução não seja tomada, podemo-nos ver diante de um

fenómeno de pós-imagem que é, fundamentalmente, a combinação de cores e

padrões.

Quando se esgota a capacidade fisiológica de percepção de uma cor, após

longo período de fixação, é realçada sua cor complementar. Por exemplo: em

terminais de vídeo verdes formam-se efeitos vermelhos em fundo branco, em

âmbar temos efeitos azuis em fundo branco.

Som

O ruído age sobre o organismo humano de várias

maneiras, prejudicando não só o funcionamento do aparelho

auditivo como comprometendo a actividade física, fisiológica e

mental do indivíduo a ele exposto.

Todos conhecemos, por experiência própria, as sensações

determinadas pela proximidade de fonte sonora de elevada intensidade, seja

sob a forma de tensão dolorosa da cabeça, de contracção dos músculos faciais,

seja como distúrbios auditivos ou visuais, sensação de constrição toráxica,

palpitações e mal-estar.

Page 39: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 39

Os ouvidos ficam zunindo, aparece a cefaleia, o atordoamento e,

sobretudo, a sensação de fadiga semelhante à que ocorre após intenso esforço.

O ruído tem como conceito ser "um fenómeno físico vibratório de um

meio elástico, audível, com características indefinidas de vibração de pressão e

frequências desarmoniosamente misturadas entre si ".

A perda auditiva ocupacional ou profissional, induzida pelo ruído é uma

doença progressiva, directamente relacionada com a exposição ao ruído, que

tem carácter permanente, pois resulta na degeneração do órgão de corti e de

outras lesões dos elementos nervosos, cocleares e retrococleares, do aparelho

auditivo.

Page 40: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 40

Os efeitos mais conhecidos e mais estudados do ruído intenso, nos ouvidos,

são:

Perda Auditiva:

Trauma acústico - é a perda auditiva de instalação súbita,

provocada por ruído repentino e de grande intensidade, como

uma explosão por exemplo.

Perda auditiva temporária - ocorre após exposição a ruído

intenso, por um curto período de tempo.

Perda auditiva permanente - é ocasionada à exposição

repetida, dia após dia, ao ruído excessivo, que pode levar ao

cabo de anos, a uma perda auditiva irreversível.

Zumbidos - são uma queixa constante nos indivíduos com lesões auditivas

induzidas pelo ruído, que podem prejudicar o sono, sendo que não têm um

tratamento específico, mas que podem desaparecer espontaneamente.

Recrutamento - é a sensação com os sons de alta intensidade. No

recrutamento, a percepção de "altura" do som cresce de modo anormalmente

rápido, à medida que a intensidade do som aumenta.

Page 41: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 41

Deterioração da discriminação da fala - é a redução da capacidade de

distinguir detalhes dos sons da fala em condições ambientais favoráveis. O

disfarce e a reverberação ambientais afectam o mecanismo de compensação,

reduzindo a inteligibilidade dos sons.

Otalgia ou "dor de ouvido" pode ser provocada por sons excessivamente

intensos, acima do limiar de desconforto, podendo provocar até distúrbios

neurovegetativos, eventualmente, ruptura do tímpano.

Tudo demonstra que o fenómeno do ruído actua no homem como um

verdadeiro stress e provoca uma reacção ergotrópica. Sob a acção de um ruído

repentino, os olhos cerram, a respiração pára e a pressão arterial aumenta,

além de outras reacções características. Uma vez que, o ruído pode modificar

os processos fisiológicos, torna-se necessário citar os efeitos extra-otológicos e

saber se existe realmente uma adaptação funcional ao ruído.

Efeitos gerais, no organismo, provocados pelo ruído excessivo:

O Comportamento do Sistema Neurovegetativo tem a instabilidade, que

como consequência gera dispepsia (arrotos), úlcera gastro-duodenal, distúrbios

digestivos (má digestão), aerofagia (gases), obstipação (prisão de ventre),

hiperreflexia, inquietação e angústia.

Page 42: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 42

O Comportamento do Sistema Cardiovascular ocasiona um vaso de

contracção periférica.

O Comportamento do Sistema Endócrino leva a uma hiperactividade

glandular, da tiróide, supra-renal e hipófise.

O Comportamento do Sistema Nervoso Central leva à fadiga dos centros

cerebrais, perturbando o seu funcionamento, impedindo o sono e o

relaxamento.

O Comportamento da Área Psicológica conduz à irritabilidade e à

instabilidade, provocando um agravamento nas pessoas deprimidas e obsessão

nas angustiadas. Nos histéricos e epilépticos pode provocar crises. Pode-se

também encontrar fenómenos de excitação e inibição, assim como,

atordoamento, enfraquecimento da fala e obnubilação sensorial.

O ruído dificulta o intercâmbio verbal e diminui a capacidade de

comunicação por meio da palavra. Para que uma frase seja entendida, é

necessário que se ouça e se compreenda, pelo menos 90 % dos fonemas que a

compõem. Quando o ruído ambiente aumenta, a pessoa que fala vê-se obrigada

a alterar a voz ou a aproximar-se dos ouvintes.

Page 43: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 43

Limites de tolerância por tempo de exposição para

barulhos contínuos e intermitentes

Nível de

barulho

Máxima exposição diária

permitida

85 dB 08 hs.

86 dB 07 hs.

87 dB 06 hs.

88 dB 05 hs.

90 dB 04 hs.

92 dB 03 hs.

95 dB 02 hs.

100 dB 01 hs.

102 dB 45 min.

104 dB 35 min.

105 dB 30 min.

106 dB 25 min.

108 dB 20 min.

Page 44: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 44

110 dB 15 min.

112 dB 10 min.

114 dB 08 min.

115 dB 07 min.

Tudo quanto foi exposto, revela-nos seguramente os efeitos patológicos

do ruído sobre a actividade física, fisiológica e psicológica das pessoas, tanto na

vida comum das cidades, como no exercício de actividades profissionais.

Ventilação, temperatura e condicionamento do Ar

Aconselham-se temperaturas entre 18 e 27 graus centígrados, porque o

ambiente excessivamente quente, leva ao cansaço e à sonolência.

Page 45: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 45

O Cansaço induz a:

Diminuição da actividade física

Redução da formação de calor no organismo

A Sonolência induz a:

Redução da prontidão da resposta

Aumento da tendência de falha

Diminuição da sensibilidade

Diminuição de coordenação

Diminuição de atenção

No calor excessivo, é necessário o aumento da circulação periférica no

organismo humano, para melhorar a dissipação do calor interno, levando com

isso, ao trabalho forçado de todo o sistema cardiovascular, porque deve ser

transportado cada vez mais calor pelo sangue para a pele, às custas da

irrigação dos músculos e dos órgãos internos, como por exemplo, os da

digestão.

A evaporação do suor é de importância decisiva para a manutenção de

uma economia calórica equilibrada, pois junto com o suor, o organismo perde

também sal, alterando com isto a composição salina dos tecidos, enquanto a

quantidade de sal no sangue fica constante.

Page 46: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 46

O ambiente excessivamente frio (abaixo de 15 graus centígrados) leva a:

Diminuição da concentração

Redução da capacidade de pensar e de julgar

Afectação da destreza e da força

Redução da capacidade motora

Realização dos movimentos de forma mais lenta

O organismo actuará a favor de um balanço térmico, produzindo mais

calor pelo metabolismo.

A unidade relativa do ar deve flutuar entre 30% e 70%, evitando portanto

as descargas de electricidade estática, o ressecamento da pele e das mucosas.

A manutenção da ventilação constante do

ambiente deve ser feita, para evitar a saturação de

gases, que induzam ao desconforto físico e mental.

Vibrações, movimentos

repetitivos e posturas (regras

gerais da ergonomia dos

movimentos)

Deve-se adoptar posturas correctas, como sentar-se de modo direito,

preservando as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral e distribuindo a

pressão sobre os discos inter-vertebrais, pois evita doenças profissionais.

Page 47: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 47

Eis mais algumas posturas a adoptar:

Os braços formando ângulo de 90 graus com antebraços, aliviando o

trabalho dos ombros, estando os punhos na linha do antebraço, não

flectindo além de 25 graus, nem desviando lateralmente.

Apoio na região lombar e

coxas nos assentos, ficando

mantidas as articulações do

quadril, do joelho e do pé,

aproximadamente, a 90

graus; com os joelhos

ligeiramente acima da

articulação do quadril, para

não desestabilizar a coluna vertebral, e apoio para os pés.

O posicionamento do terminal de vídeo deve estar em 90 graus com o

plano da mesa, sendo a sua distância para os olhos de 35 cm a 50 cm,

dependendo do tamanho dos caracteres e da tela.

A altura do terminal de vídeo será de 10 graus abaixo da linha do

horizonte visual do usuário (+/- 15 cm de diferença), considera-se também um

Page 48: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 48

ângulo visual de 30 graus adicional, de modo a que a linha visual caia na

metade superior do terminal de vídeo.

O posicionamento do terminal de vídeo deve ser feito de modo a que a

tela fique perpendicular às janelas ou aberturas, sendo as mesmas protegidas

por cortinas que tornam a iluminação natural difusa.

Quanto ao teclado, deverá ser mantido directamente à frente do usuário,

evitando desvios laterais que podem levar a problemas de punho; em altura

que permitam que a mão repouse sobre o apoio palmar com leve flexão dorsal.

Manter suportes ou clipes para documentos ou tarefas a serem

desenvolvidas, no mesmo plano da tela, colocados lateralmente, para evitar

esforços visuais e trabalhos da musculatura do pescoço desnecessários.

As vibrações e os movimentos repetitivos podem provocar lesões - LER

(lesões por estímulos repetidos) ou mais recentemente o DORT (doenças

osteomusculares relacionadas com trabalho), tais como: "doenças que atacam

tendões, músculos, ligamentos, tecidos e nervos de origem ocupacional, que

resultam em dor, fadiga e queda de performance no trabalho e muitas das

vezes, agravam-se por factores psíquicos.

Page 49: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 49

As lesões derivam de:

Uso repetido de grupos musculares

Uso forçado de grupos musculares

Posturas inadequadas

Compressão mecânica

As lesões manifestam-se principalmente, nos membros superiores, ombros e

pescoço.

Entre as diversas lesões encontradas, podemos citar:

Lesões de tendão (tendinites, tenossinovites, epicondilites);

Musculares (síndrome tensional do pescoço, distonia facial,

miosites);

Articulares (artrite, bursite, capsulite adesivo);

Vascular (síndrome de Raynaud, anorexamento dos dedos da mão);

Neuropatias compressivas (síndrome do desfiladeiro torácico e

outras).

Page 50: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 50

Eis alguns dos factores de risco, relacionados à actividade exercida pelo

trabalhador e inerentes ao próprio indivíduo:

Relativos ao sexo, as mulheres tem duas vezes mais risco que os

homens, devido a terem ligamentos e tendões menos resistentes

que os homens. As mulheres são mais propensas à doença,

sobretudo as que estão em gestação e na menopausa.

Invariabilidade da tarefa, postura estática, tensão no trabalho,

exigência de manter ou aumentar a produtividade, insatisfação com

a actividade, considerações relativas à carreira, risco e carga de

trabalho e ao ambiente social.

Os aspectos psicológicos têm importância, isto porque as pessoas

tensas, deprimidas e ansiosas, têm maior propensão à doença.

Quanto mais factores estiverem presentes, maior probabilidade de

desenvolver DORT.

A mão desempenha funções importantíssimas e é um maravilhoso

instrumento que, combinado com o punho, realiza tarefas das mais variadas e

complexas na vida do Homem.

A mão é composta de 27 pequenos ossos (unidos entre si) e por

complexas articulações e sistemas de ligamentos, que permitem os mais

Page 51: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 51

variados movimentos na execução de tarefas.

A mão é envolvida por um grande número de músculos, que ao se

contraírem, transferem a sua força para os ossos por meio de estruturas

chamadas tendões.

Os músculos da mão que transferem a sua força aos ossos estão no

antebraço, muitos tendões atravessam o punho em direcção aos seus pontos de

inserção.

Partes desses tendões estão envolvidos por bainhas protectoras e

lubrificadoras, permitindo a livre movimentação deslizante.

Dorso da mão

Palma da mão

Mesmo com toda a protecção da mão, os esforços e os movimentos

repetidos, provocam atrito excessivo e irritações dos tendões, das suas bainhas

ou bursas dando origem respectivamente a tendinites, sinovites e bursites.

Se a irritação se estende para o tendão e para a sua bainha

conjuntamente, recebe o nome de tenossinovite. As tenossinovites podem ser

classificadas quanto a causas determinantes em infecciosas, traumáticas,

Page 52: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 52

metabólicas, degenerativas, etc. E quanto à duração, classificam-se em agudas,

sub-agudas e crónicas.

Todos os tendões do corpo podem, também, ser afectados pelas causas

supracitadas.

De modo geral, o que mais ocorre é a tenossinovite, que afecta o punho

devido aos movimentos constantes e repetitivos da mão ou punho, em ângulos

impróprios e por tempos prolongados.

Entre os exemplos de tarefas mais comuns, que podem causar a

Tenossinovite, estão os actos de tricotar, dactilografar, empacotar, etc.

O quadro clínico dos portadores da tenossinovite é o aparecimento de dor

na região dorsal da extremidade que liga o antebraço ao punho (distal),

aumentada por movimentos e aliviada pelo repouso. Pode acontecer também,

um edema e rubor localizados e uma sensação de fina crepitação nos

movimentos dos tendões, como também, pode aparecer uma dificuldade em

movimentar os dedos.

A afecção é geralmente de carácter benigno, diminuindo com a

imobilização do punho, uso de medicamentos anti-inflamatórios e precocidade

do diagnóstico e do tratamento adequado.

A tenossinovite é considerada uma doença de formação profissional, pois

acontece na fase de aprendizagem do profissional, até alcançar a performance

exigida para o desempenho da função. A sua prevenção faz-se possibilitando ao

aprendiz uma introdução gradual e progressiva na tarefa, permitindo tempo

para que as estruturas anatómicas se ajustem às suas demandas e

Page 53: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 53

acompanhado de um instrutor, para lhe dar orientações sobre as posturas

correctas de trabalho e as técnicas para alcançar o desempenho ideal da

função, requerida pelo cargo.

Os usuários de computadores devem ter conhecimento das correctas

posições do teclado em relação aos antebraços.

Bauk (1986, p. 33) enfatiza:

"Quando o punho é flexionado, os tendões são pressionados contra o ligamento

transverso do corpo ou contra seus ossos, aumentando o atrito e o risco de irritação

Por esse motivo, ao teclar, deve-se observar que as mãos estejam alinhadas em

relação aos antebraços, e que os punhos não estejam flectidos nem desviados

lateralmente.

A execução de movimentos repetitivos como os de digitar, com um ângulo do

punho superior a 25° pode acarretar riscos de outro tipo de afecção: a Síndrome do

Túnel Carpal.

Os tendões flexores dos dedos juntamente, com vasos sanguíneos e nervos,

atravessam uma espécie de túnel na parte inferior do punho, chamado túnel carpal.

Durante a flexão ou extensão do punho, esses tendões são sustentados em

posição por uma espécie de manguito fibroso. Por isso quando estirados exercem uma

força compressiva sobre as estruturas anatómicas adjacentes.

Dessa forma o nervo mediano pode ser comprimido dentro do túnel carpico

contra o plano ósseo, na hiperextensão, contra o ligamento transverso do carpo, na

hiperflexão.

A compressão do nervo mediano pode desencadear a síndrome, que se

caracteriza por sensações de queimaduras, prurido, agulhadas ou formigueiro do

Page 54: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 54

punho ou do polegar e nos três dedos vizinhos. Em casos graves, pode ocorrer atrofia

do polegar e fraqueza muscular generalizada da mão."

O diagnóstico precoce facilita sempre o tratamento clínico. Em casos

avançados, sempre se impõe o tratamento cirúrgico para descompressão do

nervo e alívio dos sintomas.

Prevenção não é moda, mas sim segurança.

A prevenção é a única saída para a doença. Algumas medidas de

prevenção:

Os exames de pré-admissão;

O evitamento de horas extras;

O evitamento de um segundo emprego, em actividades que exigem

um esforço com os braços e as mãos;

A pausa programada;

A optimização dos postos de trabalho, da organização do trabalho e

da prática de exercícios para evitar a tenossinovite.

É importante e fundamental a identificação de actividades de risco na

linha de montagem pelos profissionais de segurança no trabalho. Muitas vezes,

apenas esta medida já resolve o problema. Fundamental é instituir os exercícios

nas zonas de risco.

Page 55: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 55

Regras Gerais da Ergonomia dos Movimentos

O desempenho do trabalho é máximo quando as duas mãos,

começam e terminam ao mesmo tempo.

Os movimentos dos braços devem ser feitos simultaneamente e em

direcções opostas, descrevendo trajectórias simétricas ao eixo do

corpo.

Os movimentos das mãos devem ser tão simples quanto possível.

Devem ser limitados ao menor número de movimentos básicos,

para proporcionar os movimentos mais rápidos.

Os movimentos devem ser executados nas áreas normais de

trabalho, no plano horizontal e no espaço vertical (quando a

natureza do trabalho o exigir, pode ser utilizada a área máxima,

adoptando as medidas recomendadas, para compensar a fadiga).

Os movimentos contínuos e curvos das mãos são mais rápidos do

que os movimentos em segmentos rectos ou com mudanças

bruscas de direcção.

Page 56: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 56

O ritmo e a automatização concorrem para a sucessão natural dos

movimentos.

É vantajoso dispor os materiais e as ferramentas numa ordem

conveniente, num lugar certo, de modo que reduza ou elimine os

movimentos de procurar, encontrar e escolher.

O posto de trabalho deve ser preparado, com ferramentas e

máquinas e abastecido, convenientemente, antes do início do

trabalho.

A acção da gravidade deve ser aproveitada para retirar o material

elaborado e para abastecer o posto no lugar destinado à utilização

do material.

Os movimentos do arremesso (empurrar e deslizar) são mais

rápidos, mais fáceis, precisos e menos fatigantes do que os

movimentos de transportar sob-control.

O trabalho feito com as mãos deve ser evitado sempre que possível.

É mais vantajoso o emprego de alavancas para o accionamento com

os pés (pedais).

Page 57: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 57

As ferramentas e os dispositivos de comando ou de controlo devem

estar pré-posicionados ao alcance das mãos e da vista do operador

e de preferência à sua frente, para facilitar o seu uso nas operações.

Os cabos de ferramentas e os comandos das máquinas devem ter

forma e dimensões convenientes ao cómodo contacto com as mãos

e ao esforço a transmitir.

O posto de trabalho e o assento devem ter alturas que permitam ao

operador trabalhar, à vontade e alternadamente, nas posições de pé

e sentado.

O posto de trabalho deve ser provido das condições físicas mais

adequadas à natureza do esforço solicitado e ao grau de atenção. O

recinto onde o trabalho se realiza, deve satisfazer as condições do

meio físico, quanto à ventilação, iluminação, limite dos ruídos, etc.,

observando as normas de segurança e higiene do trabalho, para

preservar a saúde e o bem-estar do pessoal.

Page 58: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 58

Material

Por exemplo, no trabalho com terminal de vídeo que implica quase

sempre longas jornadas de fadiga, a cadeira deve ter características que

possam facilitar as mudanças posturais confortavelmente. O assento e o

encosto devem ser estofados e revestidos de material lavável e impermeável,

com densidade e consistência de suportar até 2 cm de pressão, pelo peso do

usuário, sem ser mole ou

duro. O assento e o

encosto devem ser

reajustáveis para a altura

e para o suporte lombar,

para manutenção da

anatomia da coluna

vertebral, assim como, os

braços para suporte e

apoio, sem contudo

interferir nos movimentos

e na aproximação com a

mesa. O assento deverá

ter as extremidades arredondadas, para não interferir na circulação dos

membros inferiores, e os pés da cadeira devem ser o mais estáveis possíveis,

com 5 pés e rodízios para a sua movimentação.

Page 59: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 59

A mesa deve ter dimensões apropriadas ao tipo de tarefa a ser

desenvolvida e espaço suficiente para a movimentação do usuário, fazendo com

que adopte uma postura correcta. Deve ser ainda, regulável para manter os

terminais de vídeo e teclados, nas altura e posições a serem indicados, deve ser

de material anti-reflexivo, para evitar incidências desagradáveis de reflexos

luminosos nos olhos dos usuários. Com inclinação de 20 graus para melhorar a

firmeza do corpo do operador, bem como, para melhorar a circulação venosa de

retorno e ajudar na postura angular das articulações de membros inferiores.

O Teclado deve ter a inclinação regulável,

dissociado do visor e possibilitando o apoio das

mãos e dos braços do utilizador na mesa. A sua

superfície deve ser baça, evitando reflexos e as

teclas devem possuir símbolos suficientemente

contrastados e legíveis a partir da posição normal

de trabalho e dispostos de forma a facilitar a sua

utilização.

Page 60: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 60

Intervenção nos locais de Trabalho

A intervenção nos locais de trabalho

consiste, na alteração e na actualização,

quer a nível ambiental, organizacional,

humano e tecnológico. Podemos concluir,

que a intervenção nos locais de trabalho é

a aplicação dos resultados do estudo e da

análise ergonómica.

Organização do Trabalho

O comando no trabalho tem a finalidade de atingir objectivos e metas,

com as condições que a organização oferece para a execução do mesmo, a qual

chamamos tarefa.

A tarefa é o tipo, a quantidade e a qualidade da produção por unidade de

tempo, bem como, os meios necessários para realizá-la. Esta é assim,

constituída pelas organizações (as condutas, os métodos de trabalho, as

instruções), tudo o que o trabalhador tem que fazer e como deve fazê-lo, bem

como, o conjunto de objectivos a serem atingidos, as especificações do

resultado a obter (normas de qualidade e manutenção), os meios fornecidos

Page 61: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 61

para a execução da tarefa (condições da matéria prima, máquinas e

equipamentos, formação e experiencia exigidas do trabalhador e composição da

equipa de trabalho) e as condições necessárias para a execução do trabalho

(ambientes físicos e humanos, tempo e ritmo e cadeia de produção).

Numa organização poderemos dizer que, para o trabalhador a tarefa é

aquela que lhe diz o que tem de fazer, com os meios que lhe são fornecidos, já

a actividade é a acção como essa tarefa é executada, fruto da integração da

tarefa. É como na realidade o trabalho acontece, como se realiza o objectivo

proposto, com os meios disponíveis e nas condições dadas, da parte do

trabalhador ou do grupo de trabalhadores.

Há relativamente poucos anos, a satisfação no trabalho era sinónimo de

segurança e estabilidade financeira, mas actualmente, com o fenómeno da crise

e da globalização, desenvolveram-se novos cenários, onde se exige um novo

perfil organizacional, com novos paradigmas, onde o colaborador sente a

necessidade de desenvolver os seus talentos, habilidades, competências e o

desejo de crescer profissionalmente, de maneira a obter uma maior qualidade

de vida.

As organizações estão a adoptar medidas para proporcionar um maior

bem-estar aos seus colaboradores, procurando também um compromisso com

éticas profissionais e valorização da qualidade humana. Estes novos paradigmas

envolvem também a satisfação no trabalho, através de melhores salários, de

desenvolvimento profissional, de promoção, mas principalmente, de uma maior

qualidade de vida.

Page 62: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 62

Os colaboradores sentem-se satisfeitos quando se identificam com os

valores da organização, sentem que o seu trabalho é importante. Para que as

organizações possam proporcionar satisfação no ambiente organizacional, pode-

se utilizar a técnica de gestão de conflitos.

O conflito é uma situação em que dois ou mais interlocutores têm

objectivos diferentes, geralmente opostos e mutuamente exclusivos, que

desenvolvam atitudes e comportamentos de hostilidade.

A essência do conflito parece estar no não acordo, na contradição ou na

incompatibilidade, independentemente do conflito presente. O conflito pode ser

considerado positivo, caso possa evoluir para a mudança, a inovação, a

competição (não patológica), a motivação, a produtividade e a qualidade o que

é fundamental como

instrumento de gestão,

para combater a

imobilidade e a ausência

de novas ideias, porém

também pode ter uma

conduta negativa se

resultar em tensão,

ansiedade, stress, clima

hostil e más relações

interpessoais.

Page 63: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 63

O porquê do Conflito?

Numa organização, a sua própria estrutura constitui a fonte potencial de

conflito, porque:

Numa organização, trabalham pessoas que estão integradas em

hierarquias diferentes, consoante a sua prestação;

A distância dos níveis hierárquicos criam uma barreira à

comunicação, consequentemente, partilham menos informação uns

com os outros, que por sua vez prejudica o desempenho da

organização;

A visão, objectivos e interesses de níveis hierárquicos superiores

podem não ser comuns a níveis hierárquicos inferiores, gerando

assim conflitos;

Numa organização existem pessoas, homens e mulheres, que nem

sempre consideram a organização como um simples local de

trabalho. As pessoas transportam para a vida profissional os seus

problemas pessoais;

Uma organização possui uma estrutura com determinadas normas

formais e informais que, implícita ou explicitamente, pretende impor

aos seus colaboradores;

Page 64: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 64

As pessoas que trabalham nas organizações, têm vindo a manifestar

alguma tendência para a autonomia, a aumentar o seu espírito

crítico e a revelar uma maior aspiração profissional. Criando assim

situações de insatisfação com a sua posição, dentro do quadro da

empresa.

Os conflitos organizacionais são inevitáveis. As diferentes partes que

constituem a organização têm interesses, necessidades, sensibilidades e pontos

de vista diferentes que podem gerar conflitos.

Numa organização, é a estrutura da mesma, que é uma fonte potencial de

conflitos, devido ao facto, de nas organizações trabalharem várias pessoas, com

desempenhos diferentes e, portanto, organizadas em níveis diferentes o que

concorre para dificuldades acrescidas na partilha de informação e, por

conseguinte na comunicação.

Como os interesses e objectivos destas pessoas são necessariamente

diferentes, a potencialidade do conflito está sempre presente. Ressalve-se a

questão do poder assumir um papel relevante nos conflitos organizacionais,

uma vez que este é distribuído de forma desigual e que as pessoas são

sensíveis à forma como são tratadas.

Além dos tipos de conflitos enumerados, podemos acrescentar, ainda os

falsos conflitos ou mal entendidos na comunicação, os expressos (quando existe

a consciência da sua existência, por parte do grupo e dos latentes, verificáveis

através de sintomas noutras áreas de comportamento).

Page 65: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 65

Causas dos Conflitos organizacionais:

Falta de comunicação;

Valores, interesses e objectivos diferentes;

Regras, normas e procedimentos impostos;

Procura de autonomia e participação;

Exercício hierárquico.

Page 66: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 66

Efeitos Negativos

Efeitos Positivos

Destrói a moral dos grupos e das

organizações;

Induz cada adversário a fazer

atribuições opostas ao outro;

Provoca diminuição nos níveis de

satisfação;

Permite clarificar;

Permite clarificar os assuntos,

desenvolvendo a compreensão dos

argumentos da contraparte;

Pode provocar problemas de

saúde devido ao aumento dos

níveis de tensão e stress;

Origina a destruição do grupo;

Provoca desgaste do

empenhamento das pessoas na

implementação das decisões;

Atrasa as decisões;

Os líderes transmitem estilos de

liderança participativa para estilos

directivos, visando manter firmeza

sobre o ambiente de trabalho;

Reduz o empenhamento

organizacional;

É um antídoto contra o pensamento

global;

Permite reconhecer problemas

ignorados;

Permite que as diferentes ideias,

propostas e argumentos sejam

testadas;

Conduz a novas abordagens ao

problema a solucionar, resolvendo

desacordos e conflitos de longa data;

Permite a partilha de pontos de vista

e a compreensão dos valores e

objectivos da contraparte.

Page 67: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 67

Podemos constatar ainda, outros efeitos negativos:

Arruína a carreira de algumas pessoas;

Origina a alteração na comunicação organizacional;

Gera um clima paranóico;

Desvia as energias das tarefas mais importantes;

Aumenta os níveis de ausência no local de trabalho acerca dos

outros;

Origina comportamentos vingativos e irresponsáveis;

Empobrece a coordenação do trabalho;

Obstrui a cooperação;

Cria desconfianças e estereótipos negativos.

As estratégias para tratar um conflito podem tratar-se em três categorias:

1) Evitá-lo: as pessoas evitam os conflitos e tudo o que é

potencialmente conflituoso na esperança que a situação de conflito

desapareça.

Page 68: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 68

Há várias maneiras de evitar o conflito:

Suprimi-lo, abandonando as situações de conflito, deixando o seu

emprego, deixando-se dormir, fugindo de casa;

Refugiar-se no trabalho, como meio para fugir a uma situação

embaraçosa;

Acomodar-se, evitando os conflitos, afirmando que tudo está bem;

Mudar de assunto, sempre que o conflito é focado;

Não levar nada a sério e utilizar a farsa, distraindo os outros,

quando algo indica que se aproxima a situação de conflito.

2) Desactivá-lo: as estratégias de desactivação utilizam-se quando a

pessoa implicada no conflito decide parar ou suspender o conflito

para que as coisas acalmem. Esta estratégia é como uma táctica de

ventilação. É uma forma de ganhar tempo. Na estratégia de

desactivação, as pessoas tentam encontrar alguns acordos nos

pontos menores do conflito, evitando os problemas de fundo,

muitas vezes para obter mais informações e ter uma oportunidade

de ver as situações numa outra perspectiva;

Page 69: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 69

3) Enfrentar o conflito: as estratégias que permitem enfrentar o

conflito podem ser agrupadas em três categorias de acordo com o

resultado obtido:

Ganhar – perder: esta estratégia tem como fundamento uma

relação, em que uma das

partes, sendo mais forte que

a outra, exerce a sua

autoridade para remover o

conflito.

Esta técnica utiliza

abusivamente a autoridade.

“Eu sou o patrão” é uma

argumentação muito comum

neste tipo de estratégia.

Contudo, a longo prazo, esta

técnica de resolução do conflito enfraquece a autoridade.Esta

estratégia demarca bem a existência de duas partes ou de dois

grupos de conflito, em que cada uma investe as suas energias

contra o outro; recorre-se muito aos ataques pessoais. É uma

situação negativa porque há sempre alguém que perde.

Page 70: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 70

Perder – perder: esta estratégia não satisfaz objectivamente

nenhuma das partes envolvidas no conflito, simplesmente nenhuma

delas dá a vitória à outra.

Ganhar – ganhar: esta estratégia utilizada na resolução do conflito

implica uma grande quantidade de comunicação entre as partes

envolvidas, uma vez que, considera-se o conflito como algo a

resolver, e não como uma batalha para ser ganha. Esta estratégia

permite encontrar a melhor solução para ambas as partes, criando

assim, um clima de confiança, respeito e compreensão. Esta

estratégia é mais eficaz organizacionalmente, pois implica a

negociação e um grande investimento de tempo, onde a solução

deverá beneficiar todos.

Apresentamos as fases para que a resolução de conflitos seja eficaz numa

perspectiva em que todos possam beneficiar com a mesma.

1. Identificar o problema;

2. Propor soluções alternativas;

3. Avaliar soluções alternativas;

4. Tomar uma decisão;

5. Executar a decisão;

6. Acompanhar e avaliar a solução adoptada.

Page 71: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 71

Este método baseia-se na utilização de:

Escuta activa (saber deixar falar, empatia, centrar-se no que é dito,

eliminar pré-juízos, não interromper o outro, não deixar

transparecer as emoções pessoais e reformular a mensagem para

garantir o sucesso da sua compreensão);

Empatia (respeito pela necessidade do outro);

Comunicação clara e honesta;

Confiança, firmeza;

Auto-conhecimento;

Boa gestão das emoções;

Flexibilidade de ponto de vista.

A mediação é um processo prático através do qual o

mediador ajuda as partes a controlar os factos, partilhar

os sentimentos, trocar as diferentes percepções e

trabalhar um acordo.

Para isso o mediador deve ser detentor de

características específicas:

Imparcialidade;

Bom ouvinte;

Page 72: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 72

Inspirar confiança;

Persuasão;

Auto-consciência;

Flexibilidade;

Equilíbrio;

Empatia;

Conhecimento das regras;

Técnicas úteis na abordagem de conflitos

Pergunte e não mande - A partir do momento que se faz perguntas em

vez de dar ordens, estará a convidar os outros a participar da solução de um

problema. Neste momento, as pessoas passam a ser cúmplices da solução e

terão uma atitude mais positiva sobre o assunto.

Peça com educação - Nos momentos em que é necessário dar uma ordem

directa, peça educadamente. O uso de frases como “Você poderia…”, “Preciso

de sua ajuda com o seguinte…” ou “Você estaria disposto a…” fará com que o

outro saia da defensiva e aceite melhor sua solicitação.

Mostre disposição - Se uma pessoa precisa de si, tente ajudá-la e mostre

que está a fazer tudo o que pode. Às vezes é melhor receber um “não” bem-

intencionado do que um “sim” com má vontade.

Ataque o assunto, não as pessoas - A atenção deverá ser colocada no

assunto e não na pessoa, evitando assim subjectivar o conflito.

Page 73: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 73

Escute antes de falar - A interrupção em si já é criadora de conflitos. Além

disso, se você está a ouvir o seu interlocutor, e a dar sinais corporais ou

sonoros de compreensão, ele estará mais disposto a expressar as suas

necessidades e aceitar as suas ideias, as sugestões e soluções serão mais

coerentes.

Não actue emocionalmente - Nos conflitos profissionais é comum que o

assunto seja levado para o lado pessoal e emocional. Deve-se evitar esta

situação completamente. Mesmo que o interlocutor vá por este caminho,

mantenha a sua postura serena e profissional. Isto tem dois objectivos: evitar

um ambiente hostil e prejudicial à resolução do conflito e tentar encaminhar o

outro interveniente no caminho do profissionalismo.

Como conclusão, constatamos que nenhuma organização está livre de

conflitos, pois praticamente toda a empresa sofre e beneficia com eles. Os

conflitos são responsáveis por sérias ameaças à estabilidade da organização,

mas também podem agir de maneira

construtiva, estimulando o potencial

de inovação.

A evolução do entendimento

que se tem de conflito percorre desde

a visão tradicional, em que os

conflitos devem ser evitados a todo o

Page 74: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 74

custo e são o resultado do comportamento de indivíduos indesejáveis, até à

visão moderna, onde se entende que um certo grau de conflito faz surgir ideias

inovadoras, resultado da discussão aberta de pontos de vista diferentes.

O stress trata nas mais diversas áreas da vida humana, mais

especificamente na relação homem/trabalho, enfocando o auxílio da Ergonomia

cognitiva na tentativa de minimizar as consequências ocasionadas pelo stress.

Com o ritmo acelerado de trabalho nas empresas onde, cada vez mais,

crescem as pressões por resultados e pelo alcance de metas, que exigem

longas jornadas de dedicação e privação da vida social e familiar, a saúde física

e mental dos indivíduos pode ficar comprometida, directa ou indirectamente.

Desta forma, surgem problemas como stress, depressão e ansiedade, factores

psicológicos que influenciam o desenvolvimento de outras doenças. De acordo

com a Enciclopédia Britânica, diversos tipos de problemas gastrointestinais,

afecções dermatológicas e alterações neurovegetativas, são alguns dos

transtornos orgânicos que têm origem em desequilíbrios dos processos mentais.

O stress é uma alteração psico-fisiológica do organismo, observável

através de sintomas físicos e psicológicos. O stress é um processo e não uma

reacção única e manifesta-se por sintomas como taquicardia, transpiração

excessiva, tensão muscular, boca seca e sensação de alerta.

O ser humano por natureza procura manter o equilíbrio das suas forças

internas, com todos os órgãos trabalhando em harmonia. Quando algum evento

importante, bom ou mau, acontece, mudanças fisiológicas associadas com as

Page 75: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 75

reacções do stress são processadas pelo hipotálamo. Quando o agente de stress

excita o hipotálamo, uma cadeia de reacções bioquímicas altera o

funcionamento de quase todas as partes do corpo. O sistema autónomo

mobiliza-se para lidar com o stress. O hipotálamo activa as glândulas supra-

renais que produzem adrenalina e corticóides, se a produção for excessiva ou

prolongada podem ocorrer sérios problemas de desgaste orgânico. Quando o

stress é prolongado o sistema imunológico é afectado, pois as células linfáticas

do timo, que participam desse sistema, são prejudicadas, assim como, as

células dos gânglios linfáticos. As células brancas diminuem em número e o

organismo fica sujeito a doenças infecciosas e envelhecimento precoce.

Muitas das actividades, até aquelas consideradas com um componente

mental baixo, como o trabalho da agricultura, requerem um componente

cognitivo intenso e complexo. Toda a actividade de trabalho possui pelo menos

três aspectos, que são: o físico, o cognitivo e o emocional. Estes estão

fortemente ligados e a sobrecarga de qualquer um deles,

acarreta a sobrecarga dos outros dois. Pode-se entender

esta situação, citando-se o problema da síndrome

neurótica dos telefonistas, que devido às exigências do

trabalho, passam a desenvolver cefaleias, zumbidos, e

assobios, assim como, pensamentos obsessivos com

relação ao trabalho, como a repetição de fragmentos

estereotipados de discursos, além de alterações no sono e no humor. Outro

grupo de trabalhadores submetidos a especial stress são os postos de trabalho

Page 76: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 76

destinados a receber reclamações, (balcão de informação do Modelo,

Continente etc.) não para resolver os problemas que por vezes são insolúveis,

mas para que alguém esteja lá a ouvir as reclamações e protestos. Tratar dos

problemas de saúde mental desses trabalhadores, num plano individual ou

técnico, é uma ilusão, pois essas situações são produto de um aspecto

organizacional e social da empresa/serviço.

A vida organizacional, pode trazer um certo grau de alienação, também

permite ao indivíduo, de alguma forma, realizar-se. O recalcamento funda uma

mentira que sempre tem o efeito de mascarar, sem que essa máscara não

possa ser um dia a verdadeira face redescoberta. É exactamente nisso que o

recalcamento difere da repressão.

Quando a organização

parece muito grande e

poderosa, como é o caso da

maior parte das multinacionais,

ela assume um papel tanto de

fornecedora de satisfação

quanto de sanção. Dinheiro,

trabalho, “status” e promoções, vêm da organização. Essas organizações,

geralmente, levam a cabo uma política de recursos humanos, baseada na

individualização dos problemas, de modo a impedir as reacções colectivas.

Uma das características mais notáveis dos seres vivos é a diversidade de

reacções que podem assumir dentro de uma mesma situação. Todo o indivíduo

Page 77: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 77

chega ao trabalho com o seu capital genético, remontando o conjunto da sua

história patológica antes do nascimento, as suas marcas “in útero”, e as marcas

acumuladas das agressões físicas e mentais sofridas na vida. Ele traz também o

seu modo de vida, os seus costumes pessoais e étnicos, assim como, as suas

aprendizagens. Tudo isso pesa no custo pessoal da situação de trabalho em que

é colocado. Os problemas nascem das relações conflituosas entre a história do

indivíduo e a história da sociedade. De maneira mais precisa, as dificuldades

das relações entre a pessoa e a sua necessidade de prazer e a organização que

tende à instituição de um automatismo perfeito, é o adaptar do trabalhador a

um modelo de máquina.

O trabalhador diante de sistemas complexos e perigosos, pode estar

exposto a diversos erros políticos, de concepção, ausência de controlo, falhas

na manutenção, negligência, má qualidade da direcção e principalmente,

condições de trabalho desfavoráveis, que podem levar a catástrofes, com um

custo de vidas muito alto. É fundamental levar em consideração a totalidade do

ser humano e das circunstâncias que o rodeiam, para entender os processos do

stress. A realidade exterior é constituída a partir de um universo simbólico, que

depende de cada sujeito, especificamente da forma como cada um constrói sua

concepção de mundo. O corpo tem que se adaptar a uma realidade particular

,criada pelo próprio indivíduo e pela sua cultura que passa a ser a sua

realidade. Desta maneira, não se pode rotular o stress como bom ou mau, pois

é através do stress que nos adaptamos às situações da vida, o modo como

reagimos a essas situações é que faz a diferença.

Page 78: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 78

Capítulo 3

As Novas Tecnologias e a Ergonomia

Evolução das Novas Tecnologias

No fim do século XX e do segundo

milénio, o motor da nova revolução é a

tecnologia baseada no aperfeiçoamento dos

transportes e das comunicações.

A tecnologia na sua eterna mudança nunca foi

tão rápida e desconcertante.

A evolução dos meios de transporte tem sido, ao longo dos tempos,

gradual e contínua. Esta evolução, para além de ininterrupta, tem permitido a

livre circulação de diversos artigos, não só em grandes quantidades, mas como

também a uma velocidade fantástica.

Após esta breve e sumária introdução sobre o enquadramento da

tecnologia, iremos focar a nossa abordagem nas comunicações e na sua

capacidade de ligação instantânea aos mais variados pontos do planeta.

Page 79: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 79

Ora, toda esta era de mudança no comércio, na indústria, nas

comunicações denomina-se processo ou "fenómeno da globalização".

A citada era anterior permitiu, para além da modificação dos padrões do

espaço e do tempo, também uma total modificação no campo da velocidade.

Verificamos, a título de exemplo, que o uso da internet, em substituição

dos sistemas de grande porte, tornou-se uma realidade; assim como, o uso do

computador nas mais diversas áreas de actividade profissional.

Assim, alguns dos instrumentos integrados neste processo vertiginoso de

mudanças vieram permitir uma maior

flexibilidade e integração dos ambientes

internos das corporações, não só no

relacionamento externo entre elas, mas como

também, nas interacções com outras

actividades e /ou pessoas.

Cumpre-nos referir que a ergonomia se encontra sempre presente, já que

a própria eficácia dos sistemas produtivos advinda desses ambientes

modernizados, não depende apenas da performance da tecnologia da

informática, tendo como base o computador, ou melhor, a informação, mas

também a adequação harmónica deste novo ambiente ao profissional.

Tanto o ambiente, como a tarefa e o homem precisam estar

sincronizados, porque existem características intrínsecas entre eles, que

viabilizam a maior parte dos sucessos dos serviços gerados por estas mesmas

inovações tecnológicas. Essas características são factores determinantes, como

Page 80: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 80

por exemplo, tornar os locais de trabalho mais confortáveis e seguros, com a

iluminação adequada, o sistema de ventilação e de ar - condicionado bem

dimensionados, assim como, tantas outras variáveis que podem interferir no

sucesso mencionado.

Hoje em dia só se fala em "qualidade total" nas empresas, ou até no

simples processo de vida, como a nossa vida doméstica quotidiana e conhece-

se a importância da competitividade, da saúde, da segurança e da

produtividade, que são exigências do mercado mundial.

O homem, a máquina, o ambiente, as informações e a organização são

factores importantes e relevantes nesse novo desafio, que é viver-se com

"qualidade total" sob o maior número de circunstâncias possíveis.

Deste modo, podemos dizer que a Ergonomia é, indubitavelmente, o

ponto básico para se atender às recomendações previstas e atingir a meta

proposta.

Com as evoluções diárias que conhecemos, o homem tem de estar

preparado para as mudanças, contudo o Homem não é nenhuma máquina e a

preocupação crescente pela qualidade de vida passa por uma maior qualidade

de vida no trabalho, visto ser, onde os trabalhadores passam a maior parte do

seu tempo.

Assim, a higiene e a segurança têm um papel importante e decisivo, na

medida em que, visa garantir as condições de trabalho e propor novas formas

de as melhorar continuamente.

Vivemos numa constante evolução tecnológica, numa sociedade

Page 81: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 81

informatizada, desde a forma de viver até à forma de trabalhar, não só a nível

de lazer, mas principalmente em situação de trabalho.

O homem interage com as novas tecnologias.

A era da informática exige um esforço contínuo, desde a adaptação à

nova realidade, a qual beneficia com as vantagens implementadas na

informática.

Assim, com a introdução e a evolução das novas tecnologias (NTI), a

redução do tempo de trabalho e a junção das tecnologias informatizadas em

cada unidade de produção, permitiu realizar uma análise ergonómica do actual

sistema, adaptando o posto de trabalho às “ferramentas” tecnológicas,

promovendo assim, que sejam compreendidas pelo homem, facilitando as

condições de trabalho, propondo a saúde e o bem-estar do trabalhador.

A informática é então, a ciência do tratamento racional, nomeadamente,

através de máquinas automáticas e da informação considerada como suporte de

comunicação nos domínios técnico-económico e social.

Page 82: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 82

Tipos de Ergonomia Informática

Os domínios da aplicação da Ergonomia

dividem-se em diferentes contextos no âmbito da

informática. Podemos classificar quatro áreas da

aplicação de Ergonomia informática ou

Ergonomia do trabalho informatizado, de acordo, com âmbito do estudo de cada

uma:

A Ergonomia dos materiais e dos postos de trabalho;

A Ergonomia da propagação;

A Ergonomia dos processos da informatização;

A Ergonomia do software.

A Ergonomia dos materiais e dos postos de

trabalho centra essencialmente nos equipamentos

que constituem o posto de trabalho informatizado e

nas áreas que lhe são adjacentes. É neste nível, que se

situa os estudos mais vastos e em maior número, visto

ser, de onde surgem mais queixas perceptíveis.

Page 83: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 83

A Ergonomia da programação centra-se ao nível da construção de

novos programas e de manutenção informática, ou seja, propõe a facilitação da

escrita e da leitura de programas, levando a uma utilização posterior

igualmente facilitada.

A Ergonomia dos processos de informatização de serviços, tem como

objectivo principal, não apenas informatizar, mas também distinguir o que deve

efectivamente ser informatizado, visando uma melhor eficácia das futuras

instalações, salvaguardando os aspectos positivos dos hábitos dos

trabalhadores, que estes desejam conservar.

A Ergonomia do software está centrada nos utilizadores dos sistemas

informáticos e na conformidade do software, nas necessidades das tarefas e nas

capacidades do utilizador. Os problemas são inúmeros e crescentes e colocam-

se essencialmente a dois níveis. Na visualização do ecrã, no que se refere à

formatação da imagem e à codificação e na estrutura dos campos, na escolha

do vocabulário. Basicamente, a linguagem do software estrutura o diálogo

entre o homem e o computador, visionando o funcionamento técnico do

software para libertar a manipulação do utensílio.

Page 84: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 84

No fim da leitura deste livro, os leitores deverão ter noções dos riscos

diários que enfrentam e encontrar neste trabalho, um guia prático que pode

ajudá-los a ultrapassar problemas actuais e futuros, a nível de saúde física e

psicológica.

Com este trabalho concluímos que a

Ergonomia pode contribuir cientificamente para o

estudo da realidade do trabalho, enriquecendo as

outras ciências e afirmando-se como um campo

de conhecimento autónomo. Ao analisarmos esta

ciência tivemos o prazer de verificar, as situações

gerais no que diz respeito ao posto de trabalho, pressões, carga cognitiva,

densidade de trabalho, organização do trabalho, modo operativo, ritmos,

posturas, entre outros factores relevantes.

Adquirimos ainda, muitos outros conhecimentos acerca da Ergonomia,

como também aperfeiçoamos o trabalho em equipa. Foi um trabalho bastante

positivo para o nosso futuro, tanto a nível profissional como a nível pessoal.

Page 85: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 85

Glossário de normativos legais ligados à Ergonomia na SHT

Normativos legais da lei ergonómica;

Lei nº 35/2004, de 29 de Julho

Regulamento do código do trabalho

Decreto-lei nº 441/91, de 12 de Novembro,

Decreto-lei nº 133/99, de 21 de Abril;

Regime jurídico de enquadramento da

segurança, higiene e saúde ocupacional

Decreto-lei nº 109/2000, 30 de Junho,

Portaria nº467/2002, de 23 de Abril

DEC. Leg. Reg.nº 14/2003/M de 7 de Junho,

Regime de organização e funcionamento das actividades de

segurança, higiene e saúde ocupacional

Decreto-lei nº 72/92, de 28 de Abril;

Decreto regulamentar nº 9/92 de 28 de Abril;

Protecção dos trabalhadores contra os riscos devidos à exposição ao

ruído durante o trabalho

Decreto-lei nº 82/99 de 16 de Março

Prescrições mínimas de segurança e de saúde a utilização de

equipamentos de trabalho;

Decreto-lei nº 320/2001 de 12 de Dezembro;

Page 86: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 86

Regras para a colocação no mercado e entrada em serviço das

maquinas e dos componentes de segurança;

Decreto-lei nº 214/95 de 18 de Agosto,

Portaria nº 172/2000, de 23 de Março;

Utilização e comercialização de máquinas usadas;

Decreto-lei nº 349/93, de 1 de Outubro;

Portaria 989/93 de 6 de Outubro;

Prescrições mínimas da segurança e saúde respeitantes ao trabalho

com equipamentos dotados de visor

Decreto-lei nº 330/93, de 25 de Setembro;

Prescrições mínimas da segurança e da saúde na movimentação

manual de cargas

Page 87: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 87

Referências

Forgas, J, Interpersonal Behavior, Sidney, Pergamon Press, 1985.

QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO – QVT Editora: Atlas autora: Ana Cristina

França (2004)

O Pequeno Livro do Stress, Editor: Lua de Papel, autor: David Posen

Ergonomia para iniciantes, autor: Bernard Weerdmeester

Resolvendo Conflitos - autor Alan Fowler

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ergonomia

http://www.lequotidien.re/actualites/la-reunion/101937-40e-congres-

international-ergonomie-adpe-arvise-association-reunionnaise-ameliorer-

ambiance-de-travail.html.

http://www.lequotidien.re/actualites/la-reunion/101937-40e-congres-

international-ergonomie-adpe-arvise-association-reunionnaise-ameliorer-

Page 88: Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, … informacional – estuda o arranjo possível dos dispositivos de sinalização, informação e de comando, de forma a melhorar

Miriam Marques, Rosa Felisberto, Carla Gonçalves, Graça Gonçalves e Palmira Firmino

Curso: EFA NS TSHT – Técnico de Segurança e Higiene no Trabalho

pág. 88

ambiance-de-travail.html

http://www.ruijose.com/pt/ergonomia.html

http://www.eps.ufsc.br/disserta97/more/cap5.htm

Trabalho elaborado: de 13.07.2010 a 14.10.2010