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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA EXECUTIVA SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS Processo Administrativo nº: 08005.000782/2013-71 Objeto: Contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de técnico em secretariado, secretariado executivo, secretariado executivo bilíngüe, recepcionista e contínuo para o Ministério da Justiça MJ. Pregão Eletrônico nº: 09/2014 Recorrente: DINÂMICA ADMINISTRAÇÃO SERVIÇOS E OBRAS LTDA Recorrida: ÁGIL SERVICOS ESPECIAIS LTDA DECISÃO I - RELATÓRIO 1. Versam os presentes autos sobre processo licitatório na modalidade pregão eletrônico, tipo menor preço por grupo, visando à contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de técnico em secretariado, secretariado executivo, secretariado executivo bilíngüe, recepcionista e contínuo para o Ministério da Justiça MJ. 2. O objeto da contratação encontra-se disposto abaixo: GRUPO 1 Item Descrição Quantidade de postos 1 Técnico em Secretariado 136 2 Secretário-Executivo 102 3 Secretário-Executivo Bilíngue 22 GRUPO 2 Item Descrição Quantidade de postos 4 Recepcionista 104 5 Contínuo 105 3. A sessão pública foi aberta em 29/05/2014 às 09h00min, tendo sido analisadas as propostas culminando na abertura da fase de lances para o G01 e em sequência o G02, conforme Ata da Sessão Pública. Na sequência, ordenadas pelo sistema as propostas foram apresentados os lances pelas empresas classificadas, encerrando-se essa etapa em 26/05/2014 às 09h38min:46. 4. Encerrada a fase de lances, a empresa classificada em primeiro lugar na fase de lances foi à empresa, GTX SERVICE PRESTACAO DE SERVICOS LTDA ME, CNPJ: 06.048.884/0001-30, sendo desclassificada por apresentar proposta inexequível, bem como a empresa BRILHANTE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS LTDA- EPP para o grupo 01. Assim, consequentemente convocamos a terceira colocada à empresa GVP CONSULTÓRIA E PRODUÇÃO DE EVENTOS LTDA-ME, CNPJ: 04.356.735/0001-03, sendo convocada para apresentação da proposta comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital.

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Page 1: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA EXECUTIVA … · SOLUÇÕES E SERVIÇOS LTDA-ME, CNPJ: 09.146.381/0001-96, sendo convocada para apresentação da proposta comercial e demais documentos,

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

SECRETARIA EXECUTIVA

SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO

COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA

COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

Processo Administrativo nº: 08005.000782/2013-71

Objeto: Contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de técnico em

secretariado, secretariado executivo, secretariado executivo bilíngüe, recepcionista e contínuo

para o Ministério da Justiça – MJ.

Pregão Eletrônico nº: 09/2014

Recorrente: DINÂMICA ADMINISTRAÇÃO SERVIÇOS E OBRAS LTDA

Recorrida: ÁGIL SERVICOS ESPECIAIS LTDA

DECISÃO

I - RELATÓRIO

1. Versam os presentes autos sobre processo licitatório na modalidade pregão eletrônico,

tipo menor preço por grupo, visando à contratação de empresa especializada para a prestação

de serviços de técnico em secretariado, secretariado executivo, secretariado executivo

bilíngüe, recepcionista e contínuo para o Ministério da Justiça – MJ.

2. O objeto da contratação encontra-se disposto abaixo:

GRUPO 1

Item Descrição Quantidade de postos

1 Técnico em Secretariado 136

2 Secretário-Executivo 102

3 Secretário-Executivo Bilíngue 22

GRUPO 2

Item Descrição Quantidade de postos

4 Recepcionista 104

5 Contínuo 105

3. A sessão pública foi aberta em 29/05/2014 às 09h00min, tendo sido analisadas as

propostas culminando na abertura da fase de lances para o G01 e em sequência o G02,

conforme Ata da Sessão Pública. Na sequência, ordenadas pelo sistema as propostas foram

apresentados os lances pelas empresas classificadas, encerrando-se essa etapa em 26/05/2014

às 09h38min:46.

4. Encerrada a fase de lances, a empresa classificada em primeiro lugar na fase de lances

foi à empresa, GTX SERVICE PRESTACAO DE SERVICOS LTDA – ME, CNPJ:

06.048.884/0001-30, sendo desclassificada por apresentar proposta inexequível, bem como a

empresa BRILHANTE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS LTDA- EPP para o grupo 01.

Assim, consequentemente convocamos a terceira colocada à empresa GVP CONSULTÓRIA

E PRODUÇÃO DE EVENTOS LTDA-ME, CNPJ: 04.356.735/0001-03, sendo convocada

para apresentação da proposta comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do

Edital.

Page 2: MINISTÉRIO DA JUSTIÇA SECRETARIA EXECUTIVA … · SOLUÇÕES E SERVIÇOS LTDA-ME, CNPJ: 09.146.381/0001-96, sendo convocada para apresentação da proposta comercial e demais documentos,

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

SECRETARIA EXECUTIVA

SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO

COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA

COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

4. A proposta comercial e atestados de capacidade técnica apresentados pela convocada

foram encaminhados à área demandante para análise e manifestação quanto à conformidade

dos mesmos. Quanto à proposta apresentada, a área técnica solicitou a realização de

diligências nota técnica 40/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados

pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 2230/2243.

5. Seguidamente, a área demandante apresentou Nota Técnica n° 42/2014 –

DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 2245/2246 por meio do qual entende que a proposta

comercial ATENDE, no entanto, atestados apresentados pela terceira colocada foi de pronto,

recusado pela área técnica, haja vista que os quantitativos para Técnico em Secretariado e

Secretário - Executivo NÃO ATENDEM a capacidade técnica e seus quantitativos exigidos

no Instrumento Convocatório, fls. 2245/2246, pelo que foi procedida a aceitação da proposta e

inabilitação da mesma.

6. Imediatamente, convocamos a quarta colocada à empresa PLANALTO SERVICE

LTDA, CNPJ: 02.843.359/0001-56, sendo convocada para apresentação da proposta

comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital. A proposta comercial e

atestados de capacidade técnica apresentados pela convocada foram encaminhados à área

demandante para análise e manifestação quanto à conformidade dos mesmos. Quanto à

proposta apresentada, a área técnica solicitou a realização de diligências nota técnica 43/2014-

DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos

considerados pertinentes, fls. 2484/2293. Seguidamente, a área demandante solicitou a

realização de nova diligência nota técnica 45/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta,

foram apresentados pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 2497/2513.

7. Ato contínuo, a área técnica solicitou a realização de nona diligência nota técnica

46/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela recorrida documentos

considerados pertinentes, fls. 2522/2523. Após diversas diligências, a área demandante

apresentou Nota Técnica n° 47/2014 – DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 2524/2526 por

meio da qual entende que a proposta comercial NÃO ATENDE, às disposições exigidas no

Instrumento Convocatório, pelo que foi procedida a desclassificação da proposta da mesma.

8. Prontamente, convocamos a quinta colocada à empresa WBR7 RECRUTAMENTO

DE PESSOAL LTDA, CNPJ: 01.598.150/0001-01, sendo convocada para apresentação da

proposta comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital. A proposta

comercial e atestados de capacidade técnica apresentados pela convocada foram

encaminhados à área demandante para análise e manifestação quanto à conformidade dos

mesmos. Quanto à proposta apresentada, a área técnica solicitou a realização de diligências

notas técnicas nsº 48/2014, 49/2014 e 50/2014 - DISEG junto à licitante. Em resposta, foram

apresentados pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 2538/2546.

9. Seguidamente, a área demandante solicitou a realização de nova diligência nota técnica

51/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos

considerados pertinentes, fls. 2550/2556. Logo, a área demandante solicitou a realização de

nova diligência junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos

considerados pertinentes, fls. 2560/2599. Após diversas diligências, a área demandante

apresentou Nota Técnica n° 52/2014 – DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 2600/2603 por

meio da qual entende que a proposta comercial ATENDE, às disposições exigidas no

Instrumento Convocatório, no entanto, a qualificação econômica financeira e a Qualificação

técnica NÃO ATENDEM pelo que foi procedida a aceitação da proposta e inabilitação da

mesma.

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SECRETARIA EXECUTIVA

SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO

COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA

COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

10. Imediatamente, convocamos a sexta colocada à empresa DINÂMICA

ADMINISTRAÇÃO, SERVIÇOS E OBRAS LTDA, CNPJ: 00.332.833/0008-26, sendo

convocada para apresentação da proposta comercial e demais documentos, nos termos do item

19.1 do Edital. A proposta comercial e atestados de capacidade técnica apresentados pela

convocada foram encaminhados à área demandante para análise e manifestação quanto à

conformidade dos mesmos. Quanto à proposta apresentada, a área técnica solicitou a

realização de diligências nota técnica 56/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram

apresentados pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 2881/2906.

Seguidamente, a área demandante solicitou a realização de nova diligência nota técnica

59/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos

considerados pertinentes, fls. 2912/2948.

11. Ato contínuo, a área técnica solicitou a realização de nona diligência nota técnica

61/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela recorrida documentos

considerados pertinentes, fls. 2968/3073. Após diversas diligências, a área demandante

apresentou Nota Técnica n° 64/2014 – DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 3345/3360 por

meio da qual entende que a proposta comercial ATENDE, às disposições exigidas no

Instrumento Convocatório, no entanto, a Qualificação técnica NÃO ATENDE pelo que foi

procedida a aceitação da proposta e inabilitação da mesma.

12. Seguidamente, convocamos a sétima colocada à empresa CAPITAL INFORMÁTICA

SOLUÇÕES E SERVIÇOS LTDA-ME, CNPJ: 09.146.381/0001-96, sendo convocada para

apresentação da proposta comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital.

A Licitante através do email: [email protected], solicitou a DESCLASSIFICAÇÃO do PE

09/2014 por constarem que não atenderiam aos critérios exigidos no Edital.

13. Prontamente, convocamos a oitava colocada à empresa ÁGIL SERVIÇOS ESPECIAIS

LTDA, CNPJ: 72.620.735/0001-29, sendo convocada para apresentação da proposta

comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital. A proposta comercial e

atestados de capacidade técnica apresentados pela convocada foram encaminhados à área

demandante para análise e manifestação quanto à conformidade dos mesmos. Quanto à

proposta apresentada, a área técnica solicitou a realização de diligências nota técnica nº

68/2014 - DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos

considerados pertinentes, fls. 3516/3532. Seguidamente, a área demandante solicitou a

realização de nova diligência nota técnica 70/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta,

foram apresentados pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 3539/4525.

14. Após diversas diligências, a área demandante apresentou Nota Técnica n° 71/2014 –

DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 4526/4539 por meio da qual entende que a proposta

comercial ATENDE, às disposições exigidas no Instrumento Convocatório, bem como a

Qualificação técnica ATENDE às disposições exigidas no Instrumento Convocatório pelo que

foi procedida a aceitação da proposta e habilitação da RECORRIDA, conforme ordem de

classificação abaixo descrita:

Grupos

CLASSIFICAÇÃO Empresa CNPJ SITUAÇÃO

01

GTX SERVICE PRESTACAO DE

SERVICOS LTDA - ME 06.048.884/0001-30 RECUSADO

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COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

01

02 BRILHANTE ADMINISTRACAO

E SERVICOS LTDA - EPP 12.441.717/0001-58 RECUSADO

03

GVP CONSULTORIA E

PRODUCAO DE EVENTOS LTDA

- ME

04.356.735/0001-03 INABILITADO

04 PLANALTO SERVICE LTDA 02.843.359/0001-56 RECUSADO

05 WBR7 RECRUTAMENTO DE

PESSOAL LTDA 01.598.150/0001-01 INABILITADO

06 DINAMICA ADMINISTRACAO,

SERVICOS E OBRAS LTDA 00.332.833/0008-26 INABILITADO

07

CAPITAL INFORMATICA

SOLUCOES E SERVICOS LTDA -

ME

09.146.381/0001-96 SOLICITOU

DESCLASSIFICAÇÃO

08 AGIL SERVICOS ESPECIAIS

LTDA 72.620.735/0001-29

ACEITO E

HABILITADO

15. Efetuada à habilitação da empresa vencedora ÁGIL SERVIÇOS ESPECIAIS LTDA,

CNPJ: 72.620.735/0001-29, foi aberto prazo para registro de intenção de recurso tendo a

empresa DINAMICA ADMINISTRACAO, SERVICOS E OBRAS LTDA se manifestado nos

seguintes termos:

“Manifestamos intenção de recurso contra nossa inabilitação,

fundamentada em suposta infringência aos itens do Edital e da

legislação pertinente. Isto porque os atestados apresentados pela

concorrente se adequam perfeitamente aos exigidos pelo Edital. Afora,

a inabilitação da empresa não se coaduna com os ditames legais,

infringindo ainda o princípio da vinculação ao edital, tendo em vista

que atendeu completamente as exigências editalícias, em relação à

qualificação técnica”.

16. Realizado juízo de admissibilidade, foi aceita a intenção de recurso e aberto prazo para

razões e contrarrazões, sendo ambas apresentadas tempestivamente.

17. É o breve relato. Decido.

II – Requisitos de conhecimento do recurso

18. O Recurso Administrativo, de forma geral e subsidiária é regulado pela Lei nº

9.784/1999, a qual dispõe como requisitos para o conhecimento e análise do recurso:

Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

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COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA

COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade

competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.

Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-

se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os

preceitos desta Lei.

19. Por sua vez, a Lei nº 10.520/2002 em seu artigo 4º, inciso XVIII prevê prazo de 03

(três) dias para apresentação das razões do recurso e, sequencialmente, para contrarrazões.

20. O Edital acrescenta como requisito a apresentação das razões em campo próprio do

sistema, nos termos do subitem 20.3.

21. Analisando o recurso em apreço, verifica-se que foi apresentado no prazo legal

estipulado, em formulário próprio do sistema; o recorrente é parte legítima, devidamente

representada; e o processo administrativo ainda encontra-se em trâmite.

22. No que se refere ao órgão competente o recurso foi devidamente interposto, nos termos

dos artigos 11, inciso VII e 8º, inciso VII do Decreto nº 5.450/2005 e artigo 109, §4º da Lei nº

8666/1993, que determinam que a autoridade competente seja o Pregoeiro o qual deverá

receber o recurso, examinar e decidir e, caso mantida a decisão recorrida, encaminhar o

recurso à autoridade superior competente.

23. A recorrente insurge-se contra ato administrativo que entende equivocado face ao não

cumprimento de itens do Edital e, por conseguinte, da legislação pertinente aos processos

licitatórios.

24. Encontram-se, pelo exposto, presentes os requisitos para o conhecimento da peça.

III – Exame das razões recursais

III.1– Considerações iniciais

25. Inicialmente, informamos que tanto as documentações encaminhadas pelas licitantes

quanto as decisões tomadas por esta Coordenação encontram-se disponíveis no sistema

Comprasnet e/ou no sítio do Ministério da Justiça, visando dar a devida publicidade e

transparência a todos os atos inerentes ao certame licitatório.

26. Nesse sentido, destacamos que os princípios da Publicidade e da Transparência no

desempenho da atividade administrativa dão a devida legitimidade ao procedimento,

demonstrando, de forma explícita, o atendimento ao interesse público, garantindo com isso a

lisura do pleito e o atendimento aos demais princípios administrativos.

III.2 – Razões do recurso

28. Não atendimento dos critérios de QUALIFICAÇÃO TÉCNICA exigidos no Edital,

conforme Nota Técnica nº 64/2014.

29. Em resumo, a recorrente aduz:

“(...)

A Nota técnica afirma que a Recorrente merecia ser inabilitada por

ausência de atestados de capacidade técnica relacionados à atividade

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de Técnico em Secretariado. Para tal função a empresa deveria

comprovar a execução de serviços pretéritos com pelo menos 68

(sessenta e oito) técnicos. Segundo a decisão administrativa a

empresa não se desincumbiu deste ônus.

A decisão esclarece que a Recorrente deveria juntar atestados de 68

(sessenta e oito) atividades compatíveis com Técnico em Secretariado.

Da análise da documentação apresentada pela Recorrente, decide que

apenas 22 (vinte e duas) atividades foram comprovadas, restando

cerca de 46(quarenta e seis) sem comprovação técnica.

No entanto, esta conclusão não pode prevalecer. Os atestados

juntados na proposta da Recorrente são suficientes para comprovar

sua aptidão técnica em todas as atividades exigidas pelo edital,

notadamente no que se refere à função de técnico em secretariado.

O Edital no item 3.2 define as justificativas para a contratação do

Serviço de Técnico em Secretariado, cita que a contratação seria

necessária para dar apoio administrativo ao Ministério da Justiça. O

instrumento convocatório menciona expressamente:

“3.2 – A contratação objetiva dar suporte, de forma qualificada e

continuada, no intuito de manter funcionando de forma permanente a

atividade de apoio administrativo do MJ, de modo que esses

prestadores de serviços são essenciais para o bom andamento das

atividades realizadas no seu âmbito.”

Para comprovar a aptidão técnica neste item a Recorrente juntou o

atestado de capacidade técnica do Tribunal de Justiça do Ceará -

TJCE, que contava com 46 (quarenta e seis) Técnicos em

Secretariado/Administração e da Agência Nacional do Petróleo - ANP

que contava com 22 (vinte e dois) Técnicos em Secretariado e/ou

função equivalente. O número é suficiente para comprovar a aptidão

técnica da Recorrente. Dos documentos apenas o atestado da ANP foi

aceito pelo pregoeiro.

Contudo, a função de Técnico de Administração foi executada no

TJCE, as atribuições desta categoria foram definidas no EDITAL DO

PREGÃO ELETRÔNICO Nº17/2008, verbis:

“03 - CARGO: TECNICO DE ADMINISTRAÇÃO. ATRIBUIÇÕES:

EXECUTAR ATIVIDADES RELACIONADAS COM AS FUNÇÕES

JUDICIÁRIAS, DE

ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS E

PATRIMONIAIS, ORÇAMENTÁRIOS E FINANCEIROS, CONTROLE

INTERNO, BEM COMO AS DE DESENVOLVIMENTO

ORGANIZACIONAL E SUPORTE TÉCNICO E ADMINISTRATIVO

ÀS UNIDADES ORGANIZACIONAIS DO PODER JUDICIÁRIO;

CONHECIMENTO EM INFORMÁTICA (WORD E EXCEL)

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COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA

COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

QUALIFICAÇÕES: NÍVEL MÉDIO

CARGA HORÁRIA: 44 HORAS SEMANAIS

SALÁRIO: R$ 990,00”

Observe-se que se trata de atividade de apoio administrativo, tal como

exige o Edital do Ministério da Justiça. Na realidade, a função de

técnico em administração é mais complexa que a de técnico em

secretariado.

No atestado do TJCE a atividade de apoio administrativo é o objeto

da contratação. O atestado, portanto, é suficiente para comprovar a

capacidade técnica da Requerente.

O comparativo pode ser mais específico, nas atribuições descritas no

Edital do Ministério da Justiça a função de Técnico em Secretariado

traz as seguintes atribuições:

8.1.1– Classificação CBO: 3515-05

Descrição Sumária: Transformam a linguagem oral em escrita,

registrando falas em sinais, decodificando-os em texto; revisam textos

e documentos; organizam as atividades gerais da área e assessoram o

seu desenvolvimento; coordenam a execução de tarefas; redigem

textos e comunicam-se, oralmente e por escrito.

Observe-se que são apenas atribuições genéricas, de nível de

conhecimento técnico, o que as duas funções atendem plenamente. Em

verdade, comparando-se as atividades, é evidente a compatibilidade,

sendo a atividade exercida no TJCE tecnicamente mais complexa.

Ressalta-se que o atestado deve comprovar o exercício de uma

atividade/serviço, sendo desnecessária a identidade de escrita, fator

extremamente subjetivo. Os atestados não devem comprovar a mesma

atividade, mas sim funções compatíveis ou similares, tendo em vista

que a empresa a ser contratada será incumbida da administração da

mão-de-obra.

Exigir a identidade de termos seria um excesso de formalismo.

Acredita-se que esse rigorismo não se faz necessário, os atestados

trazem expressamente os serviços prestados (“apoio administrativo”),

os quais são equivalentes ao objeto da presente licitação.

Portanto, não admitir o atestado configuraria uma medida totalmente

ilegal. A avaliação da documentação dos licitantes deve ser feita

sempre com bom senso, evitando-se os RIGORISMOS, atendendo ao

princípio da finalidade, razoabilidade e proporcionalidade.

A lição do ilustre administrativista HELY LOPES MEIRELLES, em

sua obra, alerta para que seja evitada a rigidez excessiva na fase de

habilitação, verbis:

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COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA

COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

"A orientação correta nas licitações é a dispensa de rigorismos inúteis

e a não exigência de formalidades e documentos desnecessários à

qualificação dos interessados em licitar." (Licitação e Contratos

Administrativos - Ed. Rev. dos Tribunais, 9a. ed. pág. 121)

Acompanhando a doutrina, o Tribunal de Contas da União, em

decisão TC/6.029/95-7(4), já manifestou que, verbis:

"...Na fase de habilitação a Comissão de Licitação não deve confundir

o procedimento formal inerente ao processo licitatório com o

formalismo, que se caracteriza por exigências inúteis e

desnecessárias, e cujo desatendimento, por sua irrelevância, não

venha a causar prejuízo à Administração".

De fato, a lei licitatória buscou a preservação do que realmente se

procura atingir em uma licitação, impondo várias limitações de molde

a evitar que exigências formais e desnecessárias acerca da

qualificação técnica acabassem por representar instrumentos de

indevida restrição à liberdade de participação em licitação e desvio

da igualdade entre os licitantes, vindo a dispor em seu artigo 30,

verbis:

"Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á

a: (...) II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade

pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com

o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento

e do pessoal técnico, adequados e disponíveis para a realização do

objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos

membros da equipe que se responsabilizará pelos trabalhos;".

Os documentos para atestar a qualificação técnica desta licitante,

estão coerentes com o edital e com o que estipula o texto da lei,

comprovando já ter executado atividade pertinente e compatível com

os serviços a serem contratados por este órgão. Posicionamento

contrário implicará na violação do disposto no art. 37, inc. XXI da

CF, artigo 30, inciso II e §§ 3º e 5º e art. 3°, § 1°, incisos I e II, da Lei

n° 8.666/93.

Evidenciado que a inabilitação da Recorrente se deu por excesso de

rigor, não há dúvidas que a decisão deverá ser reformada, pois do

contrário, estar-se-ia a afrontar os princípios basilares do direito

administrativo.

DA EXIGÊNCIA DE COMPATIBILIDADE TÉCNICA

Não obstante os fundamentos acima, a decisão do pregoeiro não

merece subsistir, a assertiva no sentido de que a escolha da proposta

levará em consideração a empresa que “tenha prestado serviços

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COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA

COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

similares, não se confundindo cm contratar empresa que possua

condições de gerenciar recurso humano na prestação de serviços”

não foi respeitada ou interpretada corretamente pelo Pregoeiro.

Como bem assevera a decisão administrativa, a comprovação de

capacidade técnica deve ser realizada de acordo com atestação de

atividades similares. Ou seja, a única requisição coerente do

Pregoeiro seria exigir dos licitantes a apresentação de experiência na

gerência de pessoal em atividades similares, obviamente, com nível

técnico. Conforme fundamentação acima não há dúvidas quanto à

similaridade entre as atividades atestadas e as licitadas, tendo em

vista que as atribuições são as mesmas e de nível técnico.

Na realidade, a atividade de Técnico de Administração, presente no

atestado do TJCE, necessita de curso técnico mais completo do que o

curso exigido para a atividade de secretariado. O Técnico de

Administração apresenta expertise mais acurada, os conhecimentos

adquiridos em curso técnico o habilitam para executar tanto esta

como aquela função.

A empresa Recorrente demonstra que já geriu pessoal com nível

técnico em atividade de administração. O profissional que apresenta

curso técnico de administração, por óbvio, pode exercer, e tem

conhecimento para tanto, a atividade licitada. Evidentemente, a

empresa capaz de gerir uma função de nível técnico mais complexa,

poderá gerir a menos complexa também de nível técnico.

A decisão administrativa, mesmo diante deste fato, não reconheceu os

atestados anexados pela empresa Dinâmica. O decisum informa que o

atestado do TJCE não compreende a função de Técnico de

Secretariado, pois a atividade atestada não teria o curso técnico

exigido pelo Edital.

Ora, exigir atestados com a peculiaridade do curso técnico de

secretariado caracteriza a requisição de atestados com a mesma

função licitada, ou seja, excluindo-se da comprovação técnica

atividades consideradas pertinentes e compatíveis.

Esta medida é evidentemente ilegal, capaz de afrontar o disposto no

art. 37, inc. XXI da CF, artigo 30, inciso II e §§ 3º e 5º e art. 3°, § 1°,

incisos I e II, da Lei n° 8.666/93, da mesma forma do que foi

abordado no tópico anterior.

Por outro lado, há ainda uma peculiaridade percebida na locação de

mão de obra, neste mercado a intenção real é verificar se o licitante

realmente tem expertise na gestão de mão de obra, ou seja, se será

capaz de recrutar e gerir o número de funcionários que o objeto

licitado necessita, cumprindo todos os compromissos trabalhistas,

previdenciários e fiscais. Por esta razão, entende-se que a análise dos

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atestados deveria levar em consideração a função técnica similar e

não idêntica a licitada.

Com este conceito, não quer dizer que a empresa ao apresentar

atestados com atividades simétricas à licitada, não tem o dever de

contratar pessoal com a qualificação técnica descrita no edital. A

empresa, na realidade, se compromete em prestar os serviços com

pessoas capacitadas e com o curso técnico específico exigido pelo

Edital.

Ressalta-se que, por normatização autônoma, a empresa tem o dever

de contratar as mesmas pessoas que atualmente prestam serviços nas

dependências do órgão. A Convenção Coletiva da Categoria traz a

Cláusula do Incentivo a Continuidade, na qual é defeso o direito dos

trabalhadores a continuarem nos seus postos de trabalho, verbis:

CLÁUSULA SEPTAGÉSIMA TERCEIRA -INCENTIVO À

CONTINUIDADE

Considerando as peculiaridades da terceirização de serviços no

segmento de asseio, conservação e serviços terceirizados,

fundamentado na decisão proferida pela Seção Especializada em

Dissídios Coletivos do TST (Processo n° ROAA-16000-

75.2004.5.23.00) e visando à manutenção e continuidade do emprego,

fica pactuado que as empresas que sucederem outras na prestação do

mesmo serviço, em razão de nova licitação pública, ou novo contrato

administrativo ou particular e/ou contrato emergencial, ficarão

obrigadas a contratar os empregados da anterior sem

descontinuidade quanto ao pagamento dos salários e a prestação dos

serviços, limitado ao quantitativo de empregados do novo contrato,

sendo que as empresas que perderem o contrato comunicarão o fato

ao sindicato laboral, até 20 (vinte) dias antes do final do mesmo, e

ficarão também obrigadas a dispensar os empregados sem justa

causa, mediante as seguintes condições (...)

Diante da evidente contratação dos empregados que atualmente

prestam o serviço de Técnico em Secretariado, resta demonstrado que

exigir atestados de capacidade técnica com curso técnico específico é

totalmente inócuo. A empresa que tem capacidade para gerir

atividade de nível técnico em função similar, por óbvio, poderá

executar o contrato sem representar qualquer risco em face do

contratante.

Ademais, no caso em epígrafe, no qual a licitante apresenta atestados

na execução de serviços mais complexos. As atividades atestadas pelo

TJCE necessitam de curso técnico que qualifica o funcionário para

exercer a função licitada. O atestado de Técnico em Administração é

suficiente para comprovar a capacidade técnica da empresa tanto da

forma interpretada pelo pregoeiro, como pelo aspecto legal da

atestação por atividades similares e pertinentes.

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O entendimento do TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO é no sentido

de que a prestação pretérita de serviços com as mesmas

características é suficiente para comprovar a aptidão técnica da

empresa interessada no certame, litteris:

11.1. Nesse ponto, parece residir a principal discussão a ser

enfrentada - que espécie de aptidão deve ser requerida para a

execução de contratos de serviços de natureza continuada, em que

esteja caracterizada cessão de mão de obra.

11.2. As empresas que prestam serviços terceirizados, em regra, não

são especialistas no serviço propriamente, mas na administração da

mão de obra. É uma realidade de mercado à qual a Administração

precisa se adaptar e adequar seus contratos. É cada vez mais raro

firmar contratos com empresas especializadas somente em limpeza, ou

em condução de veículos, ou em recepção. As contratadas prestam

vários tipos de serviço, às vezes em um mesmo contrato, de forma que

adquirem habilidade na gestão dos funcionários que prestam os

serviços, e não na técnica de execução destes.

11.3. Conquanto seja muito provável que as próprias demandas da

Administração tenham moldado esse comportamento das empresas,

debater o tema ou a aderência do modelo à concepção ideal da

terceirização de serviços não se mostra proveitoso.

11.4. O que importa é perceber que a habilidade das contratadas na

gestão da mão de obra, nesses casos, é realmente muito mais

relevante para a Administração do que a aptidão técnica para a

execução dos serviços, inclusive porque estes apresentam

normalmente pouca complexidade. Ou seja, nesses contratos, dada a

natureza dos serviços, interessa à Administração certificar-se de que a

contratada é capaz de recrutar e manter pessoal capacitado e honrar

os compromissos trabalhistas, previdenciários e fiscais. É situação

muito diversa de um contrato que envolva complexidade técnica, como

uma obra, ou de um contrato de fornecimento de bens, em que a

capacidade pode ser medida tomando-se como referência a dimensão

do objeto - que serve muito bem o parâmetro de 50% usualmente

adotado.

11.5. Destaque-se que a constatação de que a habilidade requerida

para a prestação de serviços terceirizados mediante cessão de mão de

obra é diferenciada, advém da experiência da Administração na

condução desses contratos. Tem-se observado que a maior causa de

fracasso na execução dos ajustes é a incapacidade das empresas de

manter a prestação dos serviços ao longo do tempo sem falhar no

cumprimento de suas obrigações trabalhistas e previdenciárias junto

aos empregados. Logo, pode-se concluir que a habilidade de gestão

de pessoal, nesses casos, relaciona-se mais à saúde financeira das

empresas e à capacidade de gerenciar recursos financeiros e custos.

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11.6. Por tudo isso, o conteúdo dos atestados de capacidade técnica

exigidos nas licitações não tem atendido aos pressupostos da Lei

8.666/93 - aptidão para executar os serviços contratados e cumprir

com os demais encargos exigidos pela legislação e pelo contrato.

11.7. Com o propósito de atender aos princípios do julgamento

objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório, entende-se que

deve ser requerido, para demonstrar a capacidade técnica para gerir

pessoal, um mínimo de 20 (vinte) postos, pouco importando as

dimensões dos serviços. Essa exigência presta-se a assegurar que a

contratada possui a aptidão mínima para gerenciar contratos de

natureza continuada, com cessão de mão de obra, perante a

administração pública, até o limite de quarenta postos. Após esse

limite, passaria a ser exigido 50% do total de postos de trabalho

objeto da licitação.

11.8. Note-se que fazer exigências com base na dimensão do objeto,

que, aliás, podem permanecer em 50%, por si só não traria o proveito

esperado à Administração, pois não se prestaria a demonstrar a

necessária capacidade da empresa em gerenciar pessoal. Este

raciocínio só é utilizado em contratos pequenos. Em contratos de

grande vulto, é perfeitamente possível e razoável se exigir 50% da

quantidade de postos e 50% do objeto. (Acórdão nº 1.214/2013 –

Plenário – TCU. Min. Relator Aroldo Cedraz. Publicado em

22.MAI.2013).

Observe-se que a recomendação é clara. A realidade do mercado não

admite exigências específicas de cada posto de trabalho

individualizadamente. As empresas que participam da licitação são

especializadas na locação de mão de obra e prestam vários tipos de

serviço, adquirindo habilidade na gestão dos funcionários que

prestam os serviços, e não na técnica de cada função ou

especialização. Por esta razão que a própria disposição

infraconstitucional determina que os atestados sejam pertinentes e

compatíveis.

III.3 – Contrarrazões do recurso

30. A recorrida, em suas contrarrazões contrapõe o seguinte:

“(....)

A recorrente interpôs recurso administrativo, diante de sua

inabilitação no certame licitatório devido a não comprovação de

capacidade técnica estabelecida no item 18.4.4.1.3 do edital, que

exige a comprovação de que a empresa licitante tenha prestado

serviço compatível em no mínimo 50% do efetivo a ser contratado.

Em sua tese recursal argumenta que os atestados de capacidade

técnica juntados na proposta comprovam sua aptidão técnica. Não

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sendo a ausência de “identidade de termos”capaz de inabilitar

proposta.

Sintetizada a irresignação da Recorrente, passa a demonstrar que a

importância garantida à comprovação da capacidade técnica do

licitante é razoável e pertinente para dar segurança à Administração

Pública.

Essa exigência justifica-se na medida em que a documentação técnica,

como também o edital e seus anexos, fazem parte integrante do

contrato administrativo como se transcritos estivessem, devendo o

particular manter esses requisitos até o final do contrato

administrativo.

Por isso, a comprovação técnica por meio de apresentação de

atestados de capacidade técnica que comprovem a experiência e

qualificação dos profissionais geridos por ela conforme exigido pelo

edital, na forma e no prazo estabelecidos, se traduz no

comprometimento pela licitante de que é capaz de executar os serviços

conforme os parâmetros técnicos exigidos, dando segurança à

Administração Pública e vinculando-a ao contrato administrativo,

sendo uma exigência totalmente motivada e relevante.

No caso concreto, quando a Recorrente não demonstra a capacidade

técnica das equipes geridas na forma exigida pelo edital, acaba por

descumprir regra essencial para segurança da administração e

atendimento ao interesse público.

Com efeito, razão não assiste à Recorrente, pois a Nota Técnica nº

64/2014 é cristalina e apresenta de forma inequívoca a motivação

pela qual o atestado não atendeu as exigências do Edital nº 009/2014.

Veja-se:

d.4. Atestados diligenciados/análise:

- Tribunal de Justiça – CE: Supervisor Administrativo – 15, Oficiais

de Administração – 05 – NÃO ATENDE, haja vista que os postos

apresentados não possuem as características similares quanto às

atividades;

- Tribunal de Justiça – CE: Técnicos em Administração – 46 e

Analistas Administrativos – 44, NÃO ATENDE, haja vista que os

postos apresentados não possuem as características similares quanto

às atividades; e em que pese comprovar a escolaridade de Ensino

Médio, não restou comprovado diplomação em Curso Técnico; e

- Secretaria de Educação – CE: Auxiliares de serviços gerais – 91,

Serviços burocráticos – 64 e Operadores de Microcomputador – 07 –

NÃO ATENDE, haja vista que os postos apresentados não possuem as

características similares quanto às atividades; e em que pese

comprovar a escolaridade de Ensino Médio, não restou comprovado

diplomação em Curso Técnico.(grifos acrescidos)

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A qual se referia à exigência contida nos itens editalícios, que versam

sobre a capacidade da Recorrente em gerir e fornecer profissionais

com determinado nível de qualificação, aqui exemplificado pelo

“Técnico em Secretariado”:

15.1.1.6 – Requisitos básicos do profissional responsável pela

execução dos serviços, de acordo com a convenção coletiva de

trabalho da categoria.

a) Curso Técnico de Secretariado concluído, ou autorização sindical

justificada;

Pelas transcrições acima dispostas, evidencia-se que a Recorrente

reiteradamente deixou de cumprir as exigências que lhe foram

impostas enquanto participante do certame. Neste ponto em

específico, vislumbra-se o não atendimento aos parâmetros

requisitados pela Administração Pública quando não demonstrou ser

capaz de fornecer ou mesmo de gerir técnicos com a qualificação

exigida no Edital.

Assim como não se trata de excesso de formalismo, ou mesmo

incoerência entre termos – como quer fazer entender a Recorrente.

Conforme amplamente demonstrado pelos itens d.5, d.6 e d.7 da

referida nota técnica, a diplomação em ensino técnico possui natureza

diferente daquela de mero ensino médio.

O ensino técnico, regulado por disposição legal específica, conforme

preceituam os artigos 39 à 41 da Lei n. 9.394/96, e o Decreto

5.154/2004, direciona a qualificação do estudante para determinada

área de trabalho, em complemento à educação básica (nível médio).

Assim, não pode se afirmar que a função designada para profissional

de nível técnico (treinado e capacitado para tanto) será exercida com

as mesmas habilidades e competências por um profissional que possuí

apenas o ensino médio. Já que esse último é voltado estritamente à

continuidade acadêmica generalista, enquanto o técnico é

complementado por fim e habilitação especifica.

Tem-se ainda que o caráter técnico de designada função não pode ser

substituído por profissional com curso técnico dispare, o qual é

paralelo em nível de qualificação, mas incapaz de adentrar às

especialidades daquele originalmente exigido.

Portanto, em razão da especificidade inerente ao profissional

requisitado, não há como alegar que as exigências dispostas são

inúteis. E tendo a Recorrente fundamentado sua capacidade em corpo

de trabalhadores que não supre a exigência editalícia, não há outra

opção à Administração Pública senão declarar a inabilitação da

proposta.

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O que fez em atendimento à norma do edital, que seguramente foi

concebida com o propósito de permitir à Administração avaliar

concreta e cabalmente a capacidade técnica dos interessados, nos

exatos termos do que dispõe a primeira parte do inciso II do art. 30 da

Lei 8.666/93: “comprovação de aptidão para desempenho de

atividade pertinente e compatível em características, quantidades e

prazos com o objeto da licitação”.

Dessa forma, não restam dúvidas de que a inabilitação da Recorrente

deveu-se pelo fato de que os atestados apresentados não guardam

compatibilidade com o objeto da licitação, pois as exigências

editalícias são claras quanto aos requisitos básicos do profissional

técnico em secretariado (curso técnico de secretariado concluído).Tal

exigência não foi comprovada nos atestados de capacidade técnica

apresentados pela Recorrente.

Neste ponto é imperioso destacar que a recorrente não questionou os

termos do edital e não impugnou a atual exigência, sendo assim,

aceitou a disposição editalícia e somente veio a questioná-la quando

se viu excluído do certame pelo seu descumprimento.

Tal requisito não se mostra desarrazoado. Na verdade, é plenamente

justificável tal exigência, pois não viola o artigo 30, II, da Lei

8.666/93.

E mais, o § 3º do art. 30, da Lei nº 8.666/93 não excepciona, mas

complementa o inc. II do caput do art. 30, conforme evidencia a

própria redação de ambos, nos quais aparece a mesma expressão –

"comprovação de aptidão" – que os correlaciona, resulta daí que a

exigência de "comprovação de aptidão para desempenho de atividade

pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com

o objeto da licitação" se aplica a todo e qualquer atestado ou certidão

de desempenho, seja baseado na igualdade ou equivalência, seja

baseado na similitude ou analogia das obras ou serviços.

Essa conclusão geral é inegável. A exigência por comprovação de

especificadas características, quantidades e prazos somente poderá

ser atendida por atestados ou certidões que sejam também

especificamente detalhados. Esse detalhamento é indispensável sob

pena de não se atender à Lei. Aliás, agiu bem o legislador nesse

ponto, pois a generalidade é incompatível com a comprovação.

Afirmações genéricas e abstratas nada provam. Toda prova é

específica e concreta, contém e demonstra particularidades suficientes

para identificar e comprovar o fato a que se destina provar.

Logo, as certidões ou os atestados de aptidão ou de desempenho, com

base seja na similitude, seja na equivalência, devem no seu conteúdo

referir-se a contratos "in concreto", devidamente identificados pelos

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elementos que os individualizam: – as partes e o objeto, as principais

obrigações e condições contratadas, até o preço e o prazo, o que for

necessário para permitir que se possa inferir, em cada caso atestado,

se as características, as quantidades e os prazos das obras ou serviços

já realizados comprovam, efetivamente, a sua pertinência e

compatibilidade com o objeto da licitação e, por esse modo concreto,

específico e efetivo, garantir o interesse público que está em jogo na

licitação, ao lado dos interesses privados nem sempre com ele

condizentes.

Esse sentido de concretude e especificação garantia e segurança, não

se contrapõe às palavras do Conselheiro do Tribunal de Contas do

Estado de São Paulo, ANTONIO ROQUE CITADINI:

O administrador há de encontrar, para cada caso concreto, uma

maneira objetiva de aferir a capacidade técnico-operacional dos

interessados, de forma a garantir a possibilidade de participação

daqueles que tenham real capacidade potencial para desenvolver

obras e serviços com a segurança que o interesse público requer,

mesmo que ainda não tenham, principalmente no que se refere aos

quantitativos.

Nesse mesmo sentido caminha a doutrina de MARÇAL JUSTEN

FILHO, Professor Titular da Universidade Federal do Paraná, o qual

alude à expressão qualificação técnica real, para designar a

qualificação que deve ser investigada:

Alude-se, nessa linha, à qualificação técnica real. Significa que a

qualificação técnica a ser investigada é não apenas aquela teórica,

mas também a efetiva, concreta, prática. É a titularidade de condições

práticas e reais de execução do contrato. Em vez de exame apenas

teórico do exercício da atividade, as exigências se voltam para a

efetiva condição prática de desempenhar satisfatoriamente o objeto

licitado.

Merece destacar ainda que os atestados de capacidade técnica devem

atender as disposições editalícias, pois a Administração não pode

descumprir as normas e condições do Edital, ao qual se encontra

estritamente vinculada, conforme dispõe o art. 41 da Lei nº 8.666/93.

Os atestados de capacidade técnica apresentados pela Recorrente não

se permite concluir que a mesma prestou serviços ou é capaz de

cumprir os serviços conforme exigido no Edital.

Para Marçal Justen Filho, o Edital é o fundamento de validade dos

atos praticados no curso da licitação. Os atos administrativos

praticados em desconformidade com o edital são considerados

inválidos, vejamos:

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O instrumento convocatório cristaliza a competência discricionária

da Administração, que se vincula a seus termos. Conjugando a regra

do art. 41 com aquela do art. 4º, pode-se afirmar a estrita vinculação

da Administração ao edital, seja quanto a regras de fundo quanto

àquelas de procedimento. Sob um certo ângulo, o edital é o

fundamento de validade dos atos praticados no curso da licitação, na

acepção de que a desconformidade entre o edital e os atos

administrativos praticados no curso da licitação se resolve pela

invalidade destes últimos. (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à

Lei de licitações e contratos administrativos. 14 ed. Dialética, São

Paulo: 2010. p. 567.)

A Administração não pode ignorar as regras do Edital, conforme se

extrai do entendimento do Superior Tribunal de Justiça:

Consoante dispõe o art. 41 da Lei 8.666/93, a Administração

encontra-se estritamente vinculada ao edital de licitação, não

podendo descumprir as normas e condições dele constantes. É o

instrumento convocatório que dá validade aos atos administrativos

praticados no curso da licitação, de modo que o descumprimento às

suas regras deverá ser reprimido. Não pode a Administração ignorar

tais regras sob o argumento de que seriam viciadas ou inadequadas.

Caso assim entenda, deverá refazer o edital, com o reinício do

procedimento licitatório, jamais ignorá-las. (MS nº 13.005/DF, 1ª S.,

rela. Min. Denise Arruda, j. em 10.10.2007, DJe de 17.11.2008).

Nesse sentido o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul denegou a

segurança a uma empresa licitante sob o fundamento de que o

atestado de capacidade técnica deixou de atender as condições

editalícias:

E M E N T A – MANDADO DE SEGURANÇA – LICITAÇÃO –

INABILITAÇÃO DE EMPRESA LICITANTE – AUSÊNCIA DE

DEMONSTRAÇÃO DE CAPACIDADE TÉCNICA CONFORME

DISPOSIÇÕES EDITALÍCIAS – INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE

DO ATO DE DESCLASSIFICAÇÃO E DE OFENSA A DIREITO

LÍQUIDO E CERTO – SEGURANÇA DENEGADA. (TJ-MS -

Mandado de Segurança: MS 29812 MS 2008.029812-8)

Como se sabe, a Administração tem o dever de verificar a aptidão do

concorrente para garantir o cumprimento das obrigações objeto do

contrato, sendo analisados, principalmente, os seguintes aspectos:

regularidade jurídica e fiscal do licitante, qualificação técnica e

qualificação econômico-financeira.

A Empresa Recorrente, para atender ao edital, apresentou inúmeros

atestados visando comprovar a capacidade técnica para a prestação

dos serviços objeto da licitação. Todavia, tais documentos não foram

considerados suficientes para garantir a capacidade técnica exigida

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no Edital nº 009/2014, conforme exposto na Nota Técnica nº 64/2014.

É notório que o conjunto probatório dos autos demonstra que foram

utilizados critérios objetivos para aferição da capacidade técnica das

empresas licitantes, previstos de forma clara e objetiva no edital, não

tendo a Recorrente demonstrado, através dos atestados juntados no

processo licitatório, o preenchimento integral dos critérios editalícios,

portanto não há que se falar em ilegalidade no ato de sua inabilitação

do certame.

No azo, torna-se imprescindível dar ênfase aos postulados da

vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo, os

quais constituem “garantias formais dos particulares em relação à

Administração Pública, fazendo com que o certame do início ao fim se

deite sob critérios claros e impessoais” (NIEBUHR, Joel de Menezes,

Pregão presencial e eletrônico, 6ª Ed. rev. e amp. Belo Horizonte:

Fórum, 2011, p. 289).

Vale ressaltar que o objeto da presente licitação trata-se de serviço

continuado com disponibilidade de mão de obra, que possui

características específicas, ou seja, Pregão nº 009/2014, estipula os

requisitos básicos do profissional Técnico em Secretariado, Secretária

Executiva e Secretária Executiva Bilíngüe, como também sua

classificação junto à Código Brasileiro de Ocupações (CBO) em

respeito ao art. 7º, § 3º, da Instrução Normativa do MPOG nº 02/2008

e suas alterações.

Além de não ter comprovado que executou contrato com os

quantitativos mínimos em 50% do que foi exigido no edital, a

Dinâmica também não obteve êxito ao comprovar que está realizando

serviços há pelo menos três anos nesta atividade, conforme fora

exigido no item 12.2 do termo de referência:

12.2 – Apresentação de atestado comprovando que a licitante tenha

executado serviços de terceirização compatíveis em quantidade com o

objeto licitado por período não inferior a 03 (três) anos, conforme

Acórdão nº 1214/2013 do TCU.

A exigência de experiência mínima de três anos foi instituída pelo

Acórdão 1214/2013 TCU, bem como pela IN MPOG 06/13 que

alterou a IN 02/08:

§ 5º - Na contratação de serviços continuados, a Administração

Pública poderá exigir do licitante:

I - comprovação de que tenha executado serviços de terceirização

compatíveis em quantidade com o objeto licitado por período não

inferior a 3 (três) anos; e

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Portanto, os atestados de capacidade técnica apresentados pela

Recorrente não guardam compatibilidade com as regras do Edital nº

009/2014 do Ministério da Justiça.

III.4 – Breves ponderações acerca do procedimento licitatório

31. Antes de adentrar na análise das razões de recurso propriamente ditas, convém

evidenciar determinados apontamentos essenciais ao caso em comento.

32. O Ministério da Justiça, executor das apropriadas e modernas práticas disseminadas no

âmbito das licitações do setor público, sempre adotou e vem adotando na confecção de suas

disposições editalícias além das legislações afetas à matéria, os entendimentos dos órgãos de

controle, visando obter êxito nas contratações pretendidas. Nesse contexto, são levadas a cabo

às recomendações emitidas pela Consultoria Jurídica desta Pasta, pela Controladoria Geral da

União e pelo Tribunal de Contas da União, dentre outros.

33. Especialmente em relação à aplicação da jurisprudência da Corte de Contas,

fiscalizadora e controladora dos gastos públicos da União, transcrevemos o teor da Súmula

222:

“As decisões do Tribunal de Contas da União, relativas à aplicação

de normas gerais de licitação, sobre as quais cabe privativamente a

União legislar, devem ser acatadas pelos administradores dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Municípios.” (grifo nosso).

34. Seguindo essa linha e, na busca pela contratação mais vantajosa e pela melhora

substancial na qualidade da prestação de serviços para a Administração, este Ministério,

quando da elaboração da minuta de edital para a contratação em tela, agregou ao seu conteúdo

as recomendações e orientações contidas no Acordão nº 1214/2013 – TCU - Plenário,

orientações essas, também seguidas pela Douta Consultoria Jurídica da Casa, conforme

Parecer nº 097/2014/CGLEG/CONJUR/MJ, fls. 671/771.

35. Adotando o mesmo posicionamento, segue trecho do Parecer nº

73/2013/DECOR/CGU/AGU proferido no bojo do Processo Administrativo nº

00405.002695/2013-34 pelo Departamento de Coordenação e Orientação de Órgãos Jurídicos

da CGU/AGU:

À conta de todo o exposto, arremato sintetizando logo abaixo as

principais conclusões atingidas neste opinativo:

(...)

e) buscando elidir a condenação da União, suas autarquias e

fundações públicas, as unidades consultivas da AGU deverão:

e.1) orientar seus assessores de forma clara e expressa a observar

rigorosamente a IN SLTI/MP nº 2/2008 e as determinações oriundas

do eg. TCU constantes do Acórdão nº 1214/2013 – TCU – Plenário,

seja na elaboração do edital para a contratação da empresa

fornecedora de mão-de-obra terceirizada e do contrato a ser firmado

com a vencedora do certame (...). (grifo nosso).

36. Ainda nesse cenário, pertinente trazer à baila a transcrição de parte das justificativas

que embasaram a elaboração do citado Acórdão:

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“Constatou-se que, nos últimos anos, passaram a ocorrer com maior

frequência problemas na execução desse tipo de contrato, com

interrupções na prestação dos serviços, ausência de pagamento aos

funcionários de salários e outras verbas trabalhistas, trazendo

prejuízos à administração e aos trabalhadores” (grifo nosso);

“Dentre vários pontos, tratou-se do risco de contratação de empresas

sem a devida capacidade econômico-financeira para honrar os

compromissos pertinentes à prestação de serviços terceirizados,

relacionando o fato à questão dos índices que deveriam ser

apresentados por tais empresas no momento da licitação” (grifo

nosso);

“Apesar de a terceirização de serviços continuados ter trazido

significativos ganhos na gestão pública, com redução de custos e

aumento da eficiência na realização desses serviços, verificou-se que

nos últimos anos esses ganhos começaram a ter expressiva redução

em razão de problemas atinentes ao cumprimento irregular dos

contratos. Tais problemas têm reflexos diretos para a Administração,

devido às interrupções na prestação dos serviços, e para os

trabalhadores, os quais são prejudicados por não receberem seus

salários e demais verbas trabalhistas. Além disso, a Administração

também pode ser prejudicada de forma indireta, já que essas

irregularidades podem impactar as finanças públicas em

decorrência da responsabilização subsidiária pelas verbas

trabalhistas não pagas pelas contratadas, conforme enunciado 331 do

TST.” (grifo nosso).

37. Oportuno ressaltar que a produção dos estudos que resultou no Acordão nº 1214/2013

foi realizada com a participação de representantes de diversos órgãos governamentais (MP,

AGU, TCU, MPS, MF, TC-SP, MPF), com expertises e conhecimentos específicos que se

complementaram em prol de um objetivo comum.

38. Observa-se, portanto, com a devida clareza que se tratam de orientações de suma

relevância para toda a Administração Pública na medida em que visam propiciar

melhorias importantes nos procedimentos referentes à licitação, à gestão e à execução

dos contratos de natureza contínua, buscando diminuir sobremaneira os prejuízos

causados para a administração e para os trabalhadores, além de potenciais danos

financeiros ao erário.

39. Acrescenta-se, ainda, que o fato de a Instrução Normativa nº 06/2013 que alterou a

Instrução Normativa nº 02/2008, entrar em vigor apenas no prazo de 60 (sessenta) dias,

contados da sua publicação, não impede que esta Pasta utilize-se da jurisprudência do

Tribunal de Contas, pelos fatos já discorridos anteriormente e, considerando, especialmente o

teor da Súmula nº 222.

40. Superada essa etapa, avultamos o princípio da vinculação ao instrumento

convocatório, senão vejamos:

41. O princípio da vinculação instrumento convocatório está consagrado pelo art. 41,

caput, da Lei 8.666/93, que dispõe in verbis: “A Administração não pode descumprir as

normas e condições do edital ao qual se acha estritamente vinculada”.

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42. O edital, neste caso, torna-se lei entre as partes. E em sendo lei, o Edital com os

seus termos atrelam tanto à Administração, que estará estritamente subordinada aos

seus próprios atos, quanto às licitantes, sabedoras do inteiro teor do certame.

43. Assim, os licitantes e o Poder Público estão adstritos tanto ao Edital quanto ao

procedimento, à documentação, às propostas, ao julgamento e ao contrato. É o que prevê o

artigo 43, V, da Lei de Licitações, que exige que o julgamento e a classificação das propostas

se façam de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital. É pacífica na doutrina

e na jurisprudência a lição que o edital faz lei entre as partes.

44. A mestra Maria Sylvia Zanella Di Pietro nos ensina sobre o tema:

“Quando a Administração estabelece, no edital, ou na carta-convite,

as condições para participar da licitação e as cláusulas essenciais do

futuro contrato, os interessados apresentarão suas propostas com

base nesses elementos; ora se for aceita proposta ou celebrado

contrato com desrespeito às condições previamente estabelecidas,

burlados estarão os princípios da licitação, em especial do da

igualdade entre os licitantes, pois aquele que prendeu os termos do

edital poderá ser prejudicado pela melhor proposta apresentada por

outro licitante que os desrespeitou. Também estariam descumpridos

os princípios da publicidade, da livre competição e do julgamento

objetivo com base em critérios fixados no edital.”

45. Na percepção de Diógenes Gasparini, "submete tanto a Administração Pública

licitante como os interessados na licitação, os proponentes, à rigorosa observância dos

termos e condições do edital".

III.5 - Análise da aceitação da Recorrida

46. Na fase de aceitação das propostas, por ocasião da análise da documentação de

qualificação técnica, foram solicitadas pela área demandante a realização de diligências junto

à recorrida para fins de complementação das informações constantes no atestado de

capacidade técnica apresentado, de modo a tornar ainda mais clara e robusta a análise

empreendida quanto à compatibilidade e totalidade dos serviços atestados e o objeto da

presente licitação. Na ocasião, em resposta às diligências empreendidas, foram enviados os

documentos, a seguir: planilha de formação de preços (fls. 3516/3532) e contratos de

prestações de serviços (fls. 3539/3540).

49. A partir das documentações encaminhadas, a área demandante empreendeu análise

detida, entendendo que o atestado de capacidade técnica em referência atendia em sua

integralidade as exigências editalícias relativas à qualificação técnica, nos termos constantes

na Nota Técnica n°71/2014-DISEG/COSEG, fls. fls. 4526/4539.

50. Assim sendo, consoante estabelecido no Instrumento Convocatório subitem 18.4.4 e no

regramento legal da Instrução Normativa nº 06/2013, do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão, no art. 19, § 7º também disciplina sobre a questão nos seguintes termos:

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Com efeito, o item 18.4.4 estabelece que, in verbis:

18.4.4. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

18.4.4.1 – Para fins de comprovação da capacidade técnica, a

licitante deverá comprovar aptidão para o desempenho de atividades

pertinentes e compatíveis com o objeto deste Termo de Referência, por

meio da apresentação de Atestado(s) de Capacidade Técnica,

fornecido por pessoa jurídica de direito público ou privado,

comprovando que a empresa licitante desempenhou ou desempenha

serviços de apoio administrativo compatíveis com o objeto deste

pregão.

18.4.4.1.1 – O atestado deverá conter a identificação do órgão da

Administração Pública ou empresa emitente, a identificação do

contrato extinto ou vigente de prestação de serviços e a discriminação

dos serviços executados e quantitativos de pessoal empregada;

18.4.4.1.2 – os atestados deverão estar em plena validade quando de

sua apresentação.

18.4.4.1.3 - Com a finalidade de tornar objetivo o julgamento da

documentação de qualificação técnica, considera-se compatível o

atestado que expressamente certifique que a licitante já prestou PELO

MENOS 50% (CINQUENTA POR CENTO) DO OBJETO DESTE

TERMO DE REFERÊNCIA, PARA CADA GRUPO LICITADO. Tal

percentual definido, em relação aos quantitativos demandados nesse

Termo, proporcionará segurança para a Administração Pública na

contratação de fornecedor que já tenha realizado execução similar

junto a outras instituições;

18.4.4.2.5 - Detalhamento dos quantitativos e percentuais:

GRUPO 1 e GRUPO 02- Descrição Quantidade de Postos 50%

(cinquenta por cento)

GRUPO

1

Item Descrição Quantidade

de postos

50%

(cinquenta por cento)

1 Técnico em Secretariado 136 68

2 Secretário-Executivo 102 51

3 Secretário-Executivo Bilíngue 22 11

GRUPO

2 4 Recepcionista 104 52

5 Contínuo 105 53

TOTAL 469 235

47. De posse da documentação encaminhada pela recorrente, a área demandante procedeu

à devida análise. Segue parte do conteúdo do Despacho nº

71/2014DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ:

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a) HABILITAÇÃO JURÍDICA_ proposta ATENDE;

b). REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA_ proposta ATENDE;

c). QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA_ proposta ATENDE; e

d). QUALIFICAÇÃO TÉCNICA / TÉCNICA OPERACIONAL_ proposta ATENDE:

d.1. ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO:

QTDE

POSTOS 50%

QTDE DE ATESTADOS

APRESENTADOS E ACEITOS JULGAMENTO

136 68

TOTAL DE 146

Atende

Sendo:

MIN PESCA 30

MDIC 26

MIN

AGRICULTURA 90

d.2. ITEM 02 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO:

QTDE

POSTOS 50%

QTDE DE ATESTADOS

APRESENTADOS E ACEITOS JULGAMENTO

102 51

TOTAL DE 136

Atende

Sendo:

MIN PESCA 12

MDIC 87

MIN

AGRICULTURA 37

d.3. ITEM 03 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO BILÍNGUE:

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QTDE

POSTOS 50%

QTDE DE ATESTADOS

APRESENTADOS E ACEITOS JULGAMENTO

22 11

TOTAL DE 20

Atende

Sendo:

MIN PESCA 12

MDIC 5

MIN

AGRICULTURA 3

48. Desta forma, do julgamento da proposta apresentada pela licitante depreende-se

que: ATENDE a todos os requisitos de habilitação – Habilitação da proposta.

Portanto, a empresa recorrida, foi aceita por atender aos dispositivos

legais na apresentação de sua Planilha de Custos e Formação de

Preços, bem como foi habilitada, por atender aos requisitos de

habilitação.

Nesse sentido, insta destacar que o Tribunal de Contas da União já se

manifestou reiteradamente no sentido de que é razoável exigir como

prova de capacidade técnica a comprovação de um percentual mínimo

de 50% do quantitativo objeto da licitação, vejamos:

“18.3.3 Limitem as exigências de capacidade técnico-operacional aos

mínimos necessários que garantam a qualificação técnica das

empresas para a execução de cada contrato do empreendimento,

devendo abster-se de estabelecer exigências excessivas, que possam

restringir indevidamente a competitividade dos certames, a exemplo

da comprovação de experiência em percentual superior a 50%

(cinqüenta por cento) dos quantitativos a executar (conforme

jurisprudência do TCU, à exemplo dos Acórdãos 1.284/2003-

Plenário; 2.088/2004-Plenário; 2656/2007-Plenário; 608/2008-

Plenário), cumprindo o que prescreve o art. 37 da Constituição

Federal e o art. 3º da Lei 8.666/93;” (Acórdão 2.215/2008 – Plenário)

“ Nesse sentido é a jurisprudência desta corte de contas, podendo ser

citados como exemplo os acórdãos 1.284/2003, 2.088/2004,

2.656/2007 e 2.215/2008, todos de Plenário, havendo neste último

determinação que limita "as exigências de capacidade técnico-

operacional aos mínimos necessários que garantam a qualificação

técnica das empresas para a execução de cada contrato do

empreendimento, devendo [a unidade jurisdicionada] abster-se de

estabelecer exigências excessivas, que possam restringir

indevidamente a competitividade dos certames, a exemplo da

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comprovação de experiência em percentual superior a 50%

(cinquenta por cento) dos quantitativos a executar". (Acórdão

1390/2010 – Plenário)

A Instrução Normativa nº 06/2013, do Ministério do Planejamento,

Orçamento e Gestão, no art. 19, § 7º também disciplina sobre a

questão, in verbis:

§ 7º Na contratação de serviços continuados com mais de 40

(quarenta) postos, o licitante deverá comprovar que tenha executado

contrato(s) com um mínimo de 50% (cinqüenta por cento) do

número de postos de trabalho a serem contratados.

Portanto, exigir que a licitante apresente atestado de capacidade

técnica que comprove o cumprimento de, pelo menos, 50% do

quantitativo descrito no instrumento convocatório é medida que não

esbarra nos parâmetros razoabilidade e ainda se mostra bastante

assertiva frente à busca pela proposta mais vantajosa para a

Administração.

Assim dispõe a Lei 7.377/1985, que regulamenta as atividades de

secretariado:

Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado:

I - SECRETÁRIO-EXECUTIVO:

a) o profissional diplomado no Brasil por CURSO SUPERIOR DE

SECRETARIADO, legalmente reconhecido, ou diplomado no exterior

por Curso Superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado na

forma da lei;

b) portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de

início da vigência desta lei, houver comprovado, através de

declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos

trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º desta lei;

II - TÉCNICO EM SECRETARIADO:

A) O PROFISSIONAL PORTADOR DE CERTIFICADO DE

CONCLUSÃO DE CURSO DE SECRETARIADO, EM NÍVEL DE 2º

GRAU;

b) o portador de certificado de conclusão do 2º grau que, na data da

vigência desta lei, houver comprovado, através de declarações de

empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis

meses, das atribuições mencionadas no art. 5º desta lei.

O próprio edital é claro ao exigir que os profissionais que vierem a

desempenhar suas funções no âmbito do Ministério da Justiça devem

atender a mencionada legislação, senão vejamos:

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8.1 – TÉCNICO EM SECRETARIADO

8.1.1.6 – Requisitos básicos do profissional responsável pela execução

dos serviços, de acordo com a convenção coletiva de trabalho da

categoria.

A) CURSO TÉCNICO DE SECRETARIADO CONCLUÍDO, OU

AUTORIZAÇÃO SINDICAL JUSTIFICADA;

c) apresentação de CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO CURSO

DE SECRETARIADO, EM NÍVEL DE 2º GRAU, ou do certificado de

conclusão do 2º grau que, na data da vigência da Lei n° 9.261/96,

houver comprovado através de declarações de empregadores, o

exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das

atribuições mencionadas no art. 5º da mencionada lei;

8.2 – SECRETÁRIO – EXECUTIVO

8.2.1.6 – Requisitos básicos do profissional responsável pela execução

dos serviços, de acordo com a convenção coletiva de trabalho da

categoria.

A) CURSO SUPERIOR DE SECRETARIADO-EXECUTIVO

CONCLUÍDO, ou autorização sindical justificada;

d) é exigido prova de que é diplomado no Brasil por CURSO

SUPERIOR DE SECRETARIADO, legalmente reconhecido, ou

diplomado no exterior por Curso Superior de Secretariado, cujo

diploma seja revalidado na forma da lei, ou de que é portador de

qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência

da Lei n° 9.261/96, houver comprovado, através de declarações de

empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis

meses, das atribuições mencionadas no art. 4º da mencionada lei;

8.3 – SECRETÁRIO - EXECUTIVO BILINGUE

8.3.1.7 – Requisitos básicos do profissional responsável pela execução

dos serviços, de acordo com a convenção coletiva de trabalho da

categoria.

a) CURSO SUPERIOR DE SECRETARIADO-EXECUTIVO

BILÍNGÜE CONCLUÍDO, ou autorização sindical justificada;

e) é exigido prova de que é diplomado no Brasil por CURSO

SUPERIOR DE SECRETÁRIO-EXECUTIVO BILÍNGÜE, legalmente

reconhecido, ou diplomado no exterior por Curso Superior de

Secretariado, cujo diploma seja revalidado na forma da lei, ou de que

é portador de qualquer diploma de nível superior que na data de

início da vigência da Lei n.° 9.261/96, houver comprovado, através de

declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos

trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º da

mencionada lei;

Dessa forma, todos os atestados das licitantes devem comprovar

serviços com as características similares quanto às atividades, além

de comprovar as diplomações, conforme exigências editalícias.

Portanto, somente os postos apresentados em total conformidade

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poderão ser utilizados para fins de verificação do quantitativo

mínimo.

49. Dentre os princípios que regem os procedimentos licitatórios destaca-se a vinculação

ao instrumento convocatório segundo o qual, durante todo o curso de uma licitação, deverá a

Administração ater-se às regras estabelecidas no edital delas não podendo afastar-se. Em

sendo lei interna entre as partes, as regras constantes no edital regulam a atuação não apenas

da administração pública como também dos administrados servindo como instrumento de

garantia e de segurança para ambos.

50. A respeito dessa matéria o Tribunal Regional Federal, 1ª Região, manifestou-se

diversas vezes a respeito do tema, tendo decidido:

“Pelo princípio da vinculação ao instrumento convocatório, à

Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao

qual se acha estritamente vinculada´ (Lei nº 8.666/93, art. 3º, 41 e 43, I). O

edital é a lei da licitação. A despeito do procedimento ter suas regras

traçadas pela própria Administração, não pode esta se furtar ao seu

cumprimento, estando legalmente vinculada à plena observância do

regramento”. (destaquei)

51. O mesmo TRF1, noutra decisão (AC 200232000009391), registrou:

Conjugando a regra do art. 41 com aquela do art. 4º [Lei nº 8.666/93],

pode-se afirmar a estrita vinculação da Administração ao edital, seja

quanto a regras de fundo quanto àquelas de procedimento. (...) O

descumprimento a qualquer regra do edital deverá ser reprimido,

inclusive através dos instrumentos de controle interno da

Administração Pública. Nem mesmo o vício do edital justifica a

pretensão de ignorar a disciplina por ele veiculada. Se a

Administração reputar viciadas ou inadequadas as regras contidas no

edital, não lhe é facultado pura e simplesmente ignorá-las ou alterá-

las (...)"(Justen Filho, Marçal; Comentários à lei de licitações e

contratos administrativos; 8ª ed., São Paulo, Dialética, comentários

ao art. 41, pgs. 417/420). A conduta da Administração na condução

do pleito foi de estrita observância e vinculação ao edital, sendo o

direito prejudicado pertencente a terceiro que não observou as

prescrições editalícias, sendo descabida a pretensão de beneficiar-se

de sua desídia.”

52. Por fim, para além dos tribunais judiciários, trazer à baila a posição do TCU sobre a

matéria aqui discutida. Há centenas de acórdãos que tratam da vinculação ao edital, com

orientação alinhada àquela apresentada neste parecer e que podem ser sintetizadas na

recomendação apresentada pelo tribunal no Acórdão 483/2005:

“Observe com rigor os princípios básicos que norteiam a realização

dos procedimentos licitatórios, especialmente o da vinculação ao

instrumento convocatório e o do julgamento objetivo, previstos nos

artigos 3º, 41, 44 e 45 da Lei nº 8.666/1993”.

53. Em suma, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório obriga a

Administração e o licitante a observarem as regras e condições previamente

estabelecidas no edital.

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54. No caso em apreço, no que pertine às cláusulas de qualificação técnica, vislumbra-se a

inexistência de disposições que obstem a aceitação da proposta da recorrida, bem como dos

atestados de capacidade técnica apresentados.

55. Assim sendo, consubstanciado nos princípios da vinculação ao instrumento

convocatório e da legalidade, aos quais todo processo licitatório encontra-se intimamente

adstritos.

56. Noutra via, a despeito das condições previamente estabelecidas no edital, conforme

exposto acima, com esteio no art. 43, §3° da Lei de Licitações que possibilita a realização de

diligências em qualquer fase da licitação, de modo a esclarecer e robustecer ainda mais a

instrução processual, a licitação foi diligenciada por diversas vezes para fins de aferição da

existência de adequações necessárias.

III.5 - Análise do pedido

57. Feitos esses breves comentários, passaremos a análise das alegações impetradas pela

recorrente.

58. Primeiramente, depreende-se que a empresa recorrente deveria ter pleno conhecimento

das regras estabelecidas no Edital e seus anexos, posto à declaração inserida no sistema

Comprasnet, atestando ciência e concordância com as condições do edital e afirmando que

cumpria plenamente os requisitos de habilitação definidos.

59. Ora, se a empresa recorrente tinha o devido conhecimento das condições previstas no

edital, deveria saber que a ele estava vinculado pelo já mencionado princípio da vinculação ao

instrumento convocatório, obrigando-se, portanto, a cumprir todos os regramentos ali

exigidos.

60. Ademais, causa estranheza, sobressalto e alarmante o fato de a empresa recorrente ter

suscitado suas alegações somente na fase recursal do procedimento licitatório, quando na

verdade deveria tê-lo feito no momento oportuno, diga-se via impugnação às exigências

editalícias.

61. Quando da convocação para apresentação da documentação exigida nos itens 11 e 18

do Edital referente aos grupos 01, nos quais a recorrente era a sexta classificada, foram

registradas no sistema Comprasnet em:

Proposta via sistema: 17/06/2014– 10h38min. Arquivo:

http://comprasnet.gov.br/livre/pregao/download_anexo.asp?ipaCod=1985499

62. Feito esse registro, passemos aos fatos.

63. Reza o disposto no item 11 e 18 do Edital:

11.00 – Deverá, ainda, apresentar os seguintes documentos: (grifo nosso)

(...)

11.04 - No preço proposto deverão estar inclusas todas as despesas com

salários, encargos sociais, trabalhistas, seguros, impostos, taxas e

contribuições, transporte, alimentação, despesas administrativas, plano

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de saúde, uniformes, lucros e demais insumos necessários a sua

composição;

11.18 - As propostas deverão conter indicação dos sindicatos, acordos

coletivos, convenções coletivas, sentenças normativas ou leis que regem

cada categoria profissional que executará os serviços e a respectiva data

base e vigência, com base no Código Brasileiro de Ocupações –CBO,

segundo disposto no inc. III do art. 21 da Instrução Normativa

MPOG/SLTI nº 02, de 30/04/2008 e alterações;

18.2 - Para fins de habilitação o licitante deverá cumprir determinação

contida nos artigos 27, 28, 29, 30, 31 e 32 da Lei nº 8.666/1993.

64. Em relação ao item 18 do Edital – DA HABILITAÇÃO, redigimos o disposto nos

subitens.

18.4.1 – HABILITAÇÃO JURÍDICA

18.4.1.1 – Registro Comercial, no caso de empresa individual;

18.4.1.2 – Ato constitutivo, Estatuto ou Contrato Social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e,

no caso de sociedade por ações, acompanhados de documentos que

comprovem a eleição de seus administradores, e suas respectivas

alterações;

18.4.1.3 – Comprovante de inscrição do ato constitutivo, no caso de

sociedades civis, acompanhado de prova da composição da diretoria

em exercício;

18.4.1.4 – Decreto de autorização, em se tratando de empresa ou

sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou

autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente,

quando a atividade assim o exigir.

18.4.2 – REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA

18.4.2.1 – Prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas

Jurídicas – CNPJ;

18.4.2.2 – Prova de inscrição no Cadastro de Contribuintes

Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal se houver, relativo à

sede do licitante, pertinentes ao seu ramo de atividade e compatível

com o objeto desta licitação;

18.4.2.3 – Prova de regularidade com o Fundo de Garantia por

Tempo de Serviço – FGTS (CRF);

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18.4.2.4 – Prova de regularidade com o Instituto Nacional do Seguro

Social – INSS;

18.4.2.5 – Prova de regularidade com a Fazenda Pública, mediante a

apresentação exclusiva dos seguintes documentos:

18.4.2.5.1 – Certidão Conjunta Negativa de Débitos relativos a

Tributos Federais e à Dívida Ativa da União, expedida pela

Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional conjuntamente com a

Secretaria da Receita Federal;

18.4.2.5.2 – Certidão Negativa de Débitos com a Fazenda distrital

(DF) ou estadual, expedida pela Secretaria da Fazenda; e

18.4.2.5.3 – Certidão Negativa de Débitos com a Fazenda

municipal, expedida pela Secretaria da Fazenda.

18.4.2.6 – Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, nos termos

do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo

Decreto-Lei n° 5.452 de 1° de maio de 1943, expedida pelo Tribunal

Superior do Trabalho.

18.4.3 – QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA

18.4.3.1 – Os licitantes deverão apresentar a seguinte documentação

para fins de qualificação econômico-financeira:

18.4.3.1 – Os licitantes deverão apresentar a seguinte documentação

para fins de qualificação econômico-financeira:

18.4.3.1.1 – Balanço Patrimonial e demonstrações contábeis do

último exercício social, que comprovem a boa situação financeira da

empresa, vedada a substituição por balancetes ou balanços

provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando

encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da

proposta;

18.4.3.1.2 – Declaração de contratos firmados com a iniciativa

privada e a Administração Pública, vigentes na data da sessão pública

de abertura do certame, conforme modelo constante no Anexo I – E

do Termo de Referência, em atendimento ao Acórdão nº

1214/2013 – TCU;

18.4.3.1.3 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

relativa ao último exercício social, apresentada na forma da lei;

18.4.3.1.4 – Certidão negativa de feitos de falência, recuperação

judicial ou recuperação extrajudicial, expedida pelo distribuidor da

sede do licitante.

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18.4.3.2 – Os documentos exigidos para fins de qualificação

econômico-financeira deverão comprovar o seguinte:

18.4.3.2.1 – A boa situação financeira a que se refere o item 18.4.3.1.1

estará comprovada na hipótese de o licitante dispor de Índices de

Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente

(LC) superiores a 1 (um inteiro) calculado de acordo com as

fórmulas seguintes:

LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

SG = Ativo Total .

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

LC = Ativo Circulante .

Passivo Circulante

18.4.3.2.2 – Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro

(Ativo Circulante – Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66%

(dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento) do valor

estimado para a contratação;

18.4.3.2.3 – Patrimônio Líquido igual ou superior a 10% (dez por

cento) do valor estimado para a contratação;

18.4.3.2.4 – Patrimônio Líquido superior a 1/12 (um doze avos) do

valor total dos contratos firmados com a Administração Pública e a

iniciativa privada.

18.4.3.3 – Caso o valor total constante na declaração de que trata a

subcondição 18.4.3.1.2 apresente divergência percentual superior a

10% (dez por cento), para mais ou para menos, em relação à receita

bruta discriminada na Demonstração de Resultado do Exercício

(DRE), a Administração diligenciará o licitante para apresentar as

devidas justificativas.

18.4.3.4 – É vedada a substituição do Balanço Patrimonial e da

Demonstração do Resultado do Exercício por balancetes ou balanços

provisórios.

18.4.3.4.1 – Caso o exercício financeiro anterior ao da licitação esteja

encerrado há mais de 3 (três) meses da data da sessão pública de

abertura do certame, o Balanço Patrimonial e a DRE poderão ser

atualizados por índices oficiais.

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18.4.3.5. Apresentação de certidão negativa de feitos sobre falência,

recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, expedida pelo

distribuidor da sede da licitante.

18.4.4. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA

18.4.4.1 – Para fins de comprovação da capacidade técnica, a licitante

deverá comprovar aptidão para o desempenho de atividades

pertinentes e compatíveis com o objeto deste Termo de Referência, por

meio da apresentação de Atestado(s) de Capacidade Técnica,

fornecido por pessoa jurídica de direito público ou privado,

comprovando que a empresa licitante desempenhou ou desempenha

serviços de apoio administrativo compatíveis com o objeto deste

pregão.

18.4.4.1.1 – O atestado deverá conter a identificação do órgão da

Administração Pública ou empresa emitente, a identificação do

contrato extinto ou vigente de prestação de serviços e a discriminação

dos serviços executados e quantitativos de pessoal empregada;

18.4.4.1.2 – os atestados deverão estar em plena validade quando de

sua apresentação.

18.4.4.1.3 - Com a finalidade de tornar objetivo o julgamento da

documentação de qualificação técnica, considera-se compatível o

atestado que expressamente certifique que a licitante já prestou pelo

menos 50% (cinquenta por cento) do objeto deste Termo de

Referência, para cada grupo licitado. Tal percentual definido, em

relação aos quantitativos demandados nesse Termo, proporcionará

segurança para a Administração Pública na contratação de fornecedor

que já tenha realizado execução similar junto a outras instituições;

18.4.4.2.5 - Detalhamento dos quantitativos e percentuais:

GRUPO

1

Item Descrição Quantidade

de postos

50%

(cinquenta por cento)

1 Técnico em Secretariado 136 68

2 Secretário-Executivo 102 51

3 Secretário-Executivo Bilíngue 22 11

GRUPO

2 4 Recepcionista 104 52

5 Contínuo 105 53

TOTAL 469 235

18.4.4.3 – A empresa deverá apresentar declaração, conforme modelo

constante do Anexo I-C do Termo de Referência - DECLARAÇÃO

DE INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO FAMILIAR, em que assuma o

compromisso sob as penas da lei, que não utilizará, na execução do

contrato, pessoal que seja cônjuge, companheiro ou parente em linha

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reta ou colateral, por consangüinidade ou afinidade, até o terceiro grau,

de agente público que exerce cargo em comissão ou função de

confiança no âmbito do Ministério da Justiça.

18.4.5. QUALIFICAÇÃO TÉCNICO-OPERACIONAL

18.4.5.1 - Para fins de comprovação da capacidade técnico-

operacional, a licitante deverá apresentar no mínimo, Atestado de

Capacidade Técnica fornecido por pessoa jurídica de direito público

ou privado, declarando ter a empresa licitante realizado ou estar

realizando os serviços, compatíveis em características, quantidades e

prazos com o objeto deste Termo de Referência.

18.4.5.2 - Com a finalidade de tornar objetivo o julgamento da

documentação de qualificação técnica, considera-se compatível o

atestado que expressamente certifique que a licitante já prestou pelo

menos 50% (cinquenta por cento) do objeto do Termo de

Referência, para cada grupo licitado. Tal percentual definido, em

relação aos quantitativos demandados nesse Termo, proporcionará

segurança para a Administração Pública na contratação de fornecedor

que já tenha realizado execução similar junto a outras instituições.

18.4.5.3 - O licitante poderá apresentar tantos atestados de aptidão

técnica quantos julgar necessários para comprovar que já forneceu

objeto semelhante ao da licitação, destacando-se a necessidade

desse(s) atestado(s) demonstrar(em) que o interessado forneceu

anteriormente, pelo menos, o quantitativo solicitado no subitem

anterior.

18.4.5.4 - Serão consideradas inabilitadas as propostas das empresas

que deixarem de apresentar a documentação solicitada ou a

apresentarem com vícios em partes essenciais e não atenderem a

quaisquer dos requisitos exigidos para habilitação.

65. De posse da documentação encaminhada pela recorrente, a área demandante procedeu

à devida análise. Segue parte do conteúdo das Notas Técnicas em caráter de DILIGÊNCIA da

DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ (fls. 2873/3359):

Nota Técnica nº 56/2014 - DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ

(...)”

ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO,

a. Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade

- Incidência do Submódulo 4.1 sobre afastamento maternidade: o

percentual não foi aplicado corretamente (35,84%); ajustar;

b. Submódulo 4.4: Provisão para rescisão

- Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado: ajustar o

percentual (0,18%) de acordo com a CCT;

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- Multa do FGTS do aviso prévio indenizado: ajustar o percentual

(0,31%);

c. Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro

- A licitante apresentou percentual para PIS e COFINS divergentes do

prescrito na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de

2012, sendo (0,65%) e (3,0%) respectivamente para os serviços

contratados nesta licitação; a licitante apresentou memória de cálculo

que origina os percentuais apresentados (1,13%) e (5,20%); apresentar

as justificativas/amparos legais para a não utilização desses

percentuais.

ITEM 02 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO

a. Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade

- Incidência do Submódulo 4.1 sobre afastamento maternidade: o

percentual não foi aplicado corretamente (35,84%); ajustar;

b. Submódulo 4.4: Provisão para rescisão

- Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado: ajustar o

percentual (0,18%) de acordo com a CCT;

- Multa do FGTS do aviso prévio indenizado: ajustar o percentual

(0,31%);

c. Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro

- A licitante apresentou percentual para PIS e COFINS divergentes do

prescrito na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de

2012, sendo (0,65%) e (3,0%) respectivamente para os serviços

contratados nesta licitação; a licitante apresentou memória de cálculo

que origina os percentuais apresentados (1,13%) e (5,20%); apresentar

as justificativas/amparos legais para a não utilização desses

percentuais.

ITEM 03 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO BILÍNGUE

a. Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade

- Incidência do Submódulo 4.1 sobre afastamento maternidade: o

percentual não foi aplicado corretamente (35,84%); ajustar;

b. Submódulo 4.4: Provisão para rescisão

- Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado: ajustar o

percentual (0,18%) de acordo com a CCT;

- Multa do FGTS do aviso prévio indenizado: ajustar o percentual

(0,31%);

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COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

c. Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro

- A licitante apresentou percentual para PIS e COFINS divergentes do

prescrito na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de

2012, sendo (0,65%) e (3,0%) respectivamente para os serviços

contratados nesta licitação; a licitante apresentou memória de cálculo

que origina os percentuais apresentados (1,13%) e (5,20%); apresentar

as justificativas/amparos legais para a não utilização desses

percentuais.

Nota Técnica nº 59/2014 - DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ

(...)”

ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO,

a. Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro

- A licitante apresentou percentual para PIS e COFINS divergentes do

prescrito na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de

2012, sendo (0,65%) e (3,0%) respectivamente para os serviços

contratados nesta licitação; a licitante apresentou memória de cálculo

que origina os percentuais apresentados (1,13%) e (5,20%);

De posse nas respostas apresentadas houve a solicitação de apoio

técnico da área contábil da Coordenação Geral de Logística, a qual

manifesta por email institucional que:

“Conforme Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro

de 2012 da Receita Federal do Brasil, os órgãos públicos da

administração federal são obrigados a reter os impostos na fonte

(inciso I, art. 2º IN 1234/2012), conforme a tabela do Anexo I da

referida instrução. Cumpre informar que independente da

memória de cálculo que origina os percentuais apresentados pela

licitante a Administração Pública é obrigada a seguir a tabela

abaixo, exceto se o licitante for optante pelo Simples Nacional,

caso em que será isenta de recolhimento de impostos federais.

Art. 2 º Ficam obrigados a efetuar as retenções na fonte do

Imposto sobre a Renda (IR), da Contribuição Social sobre o

Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Financiamento da

Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep

sobre os pagamentos que efetuarem às pessoas jurídicas, pelo

fornecimento de bens ou prestação de serviços em geral, inclusive

obras, os seguintes órgãos e entidades da administração pública

federal: I - os órgãos da administração pública federal direta;”

(GOEFIN/CGL)

Nota Técnica nº 61/2014 - DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ

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(...)”

A Planilha apresentada pela licitante atende a IN 02/2008 e alterações,

sendo que no Submódulo 4.2 o Adicional de Férias não consta, sendo

encontrado no Submódulo 4.5 junto a Férias e Terço constitucional de

férias. Tal disposição não impacta nos valores finais da planilha em

que pese divergir da disposição equivocada do Anexo I-A ao Edital,

fls. 135-140, haja vista que os percentuais foram adequadamente

utilizados conforme memória de cálculo anexa a este expediente.

Como reforço ao entendimento quanto aos percentuais cotados para

PIS e COFINS buscou-se junto à licitante a justificativa para sua

apresentação, a qual manifestou que por tributar o Imposto de Renda

de Pessoa Jurídica – IRPJ com base no lucro real estaria seria

contribuinte do PIS e COFINS não-cumulativos, conforme versam a

Lei nº 10.637/02, Lei nº 10.833/03 e IN SRF nº 247/2002.

Apresentou ainda que na apresentação de seus percentuais foram

descontados os créditos calculados em cada operação, conforme

apresentado em memória de cálculo para PIS e COFINS.

Compreende-se que a licitante atende aos dispositivos legais na

apresentação de sua Planilha de Custos e Formação de Preços,

entretanto, haja vista o critério de tributação ser diferenciado, sugere-

se apreciação da área técnica contábil para validação formal do

entendimento por ter restado manifestação divergente pela área à

qual foi solicitado o suporte.

No ínterim, após dilação da área contábil, a licitante deve apresentar a

memória de cálculo utilizada na aplicação da planilha demonstrando

como chegou aos valores encontrados para PIS (R$ 42,24) e COFINS

(R$ 194,20) – como exemplo do ITEM 01 (qual o coeficiente utilizado

e sobre qual composição: subtotal de mão-de-obra + lucro + custos

indiretos). Explicitar para corroboração dos valores com a memória de

cálculo utilizada na apreciação por esta área.

Em relação às condições de habilitação, foram verificados os

Atestados de capacidade técnica, cabendo as seguintes manifestações:

Atestados: a licitante deve apresentar os Contratos e Editais que

firmaram os serviços prestados a fim de que possam ser verificadas a

escolaridade exigidas para os postos, as atividades desempenhadas e a

classificação da CBO:

- Tribunal de Justiça-CE: Supervisor Administrativo - 15, Oficiais de

Administração - 05, Técnicos em Administração – 46 e Analistas

Administrativos – 44; e

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- Secretaria de Educação-CE: Auxiliares de serviços gerais – 91,

Serviços burocráticos - 64 e Operadores de Microcomputador – 07.

b. A licitante apresentou o Balanço Patrimonial e DRE de 2012.

Justificar a não apresentação do Balanço referente ao Exercício de

2013.

Nota Técnica nº 64/2014 - DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ

Após estudos realizados para o saneamento da questão à luz do

entendimento da Corte de Contas da União, chegou-se ao

entendimento que o regime de tributação da licitante deve ser o que

retrata sua condição junto à Secretaria da Receita Federal, ou seja,

quando da apresentação das Planilhas de Custo e Formação de Preços

os percentuais de PIS e COFINS devem ser apresentados de acordo

com seu enquadramento legal.

Dos estudos observou-se que os Acórdãos a seguir corroboram a

necessidade de apresentação pela licitante dos seus reais percentuais

de tributos, como se percebe:

“Abstenha-se de fixar em editais de licitação as alíquotas do

Pis/Finsocial, Cofins e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica,

tendo em vista que as bases de cálculo e alíquotas podem ser

alteradas de acordo com o regime de incidência e tipo de

tributação. Atente para que os percentuais de Contribuição

Social sobre o Lucro Líquido, CPMF e ISS devem ser fixados

em montantes compatíveis com a legislação tributária em vigor

na época do lançamento do edital.

Não exija dos licitantes a apresentação de certidão negativa de

débito salarial e certidão negativa de infrações trabalhistas,

pois tais documentos não estão listados entre aqueles que

podem constar na habilitação de licitações, conforme arts. 27

a 33 da Lei nº 8.666/1993.

Acórdão 697/2006 Plenário

Aqui, abro parênteses para destacar um ponto que julgo

relevante, não obstante não ter sido abordado como ressalva

ao certame em análise. Com relação aos tributos aludidos em

específico nestes autos, quais sejam, o PIS e a COFINS,

lembro que, ante as disposições inseridas nas Leis nºs

10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, eles passaram a

ter regime de incidência não-cumulativa, com previsão de

descontos de créditos apurados com base em custos, despesas

e encargos da pessoa jurídica. Isso significa que a alíquota

efetiva a ser devida pelas empresas ao fisco pode ser bem

inferior à alíquota nominal prevista, no caso, 1,65% para o

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COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

PIS e 7,60% para a COFINS, dependendo da sua estrutura

operacional e do objeto contratado. Ressalte-se que tais

parâmetros envolvem as empresas que apuram o Imposto de

Renda de Pessoa Jurídica com base no Lucro Real.

...

Nesse sentido, a inclusão de alíquotas aparentemente

diferentes das previstas em lei para o PIS e para a COFINS,

para o caso de empresas tributadas pelo Lucro Real, pode não

significar a inobservância de lei, e sim, pelo contrário, o exato

cumprimento dos seus ditames, na medida em que a empresa,

em cumprimento às disposições legais que prevêem descontos

a incidir sobre o valor do imposto apurado, resolve inserir na

sua planilha de custo as alíquotas efetivas a serem por ela

pagas.

Assim, lembro que a administração pública deve ficar sempre

atenta a essas peculiaridades tributárias, pois poderá, em

determinados casos, pagar por custos não efetivos das

contratadas, devendo exigir que as alíquotas tributárias

dispostas correspondam, o mais próximo possível, ao quantum

devido.

A exigência, indiscriminada, em todas as licitações da

administração pública, de apresentação de percentuais

nominais nas planilhas de custos relativamente a esses tributos

pode resultar em contratações com preços superiores ao que

seria pertinente.

Acórdão 1619/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator)

Não fixe as alíquotas do Programa de Integração Social - PIS,

Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -

Cofins, Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ e

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, tendo em

vista que as bases de cálculo e alíquotas podem ser alteradas

de acordo com o regime de incidência e tipo de tributação.

Acórdão 597/2007 Plenário

Não menos importante, a área contábil desse Órgão ratificou o

posicionamento inicial desta área mediante a Nota Técnica nº

01/2014-CCONT/DIPROG/SPOA/SE/MJ, 27 de junho de 2014,

conforme cópia anexa a este.

Por ter a licitante trazido à baila a justificativa, a qual manifestou que

por tributar o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ com base

no lucro real estaria seria contribuinte do PIS e COFINS não-

cumulativos, conforme versam a Lei nº 10.637/02, Lei nº 10.833/03 e

IN SRF nº 247/2002, o que se depreende cabível no caso, sendo de

parecer favorável à aceitação da proposta. (Memória de cálculo

conforme Anexo 01 contendo 10 folhas).

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COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS

Por fim, aceitos os percentuais apresentados a licitante para o PIS e a

COFINS, nos seguintes termos: PIS=1,13% - Apuração do

Coeficiente: COFINS(5,20%)

+ PIS(1,13%) + ISS(5%)/100-1 = Coeficiente(0,8867)

{Subtotal Anexo-III B (3.197,12) + Custos Indiretos (66,44) + Lucro

(50,26) = (3.313,83) / Coeficiente(0,8867) x Alíquota(1,13%) = Valor

Mensal(R$ 42,23)} (por exemplo para o Item 01; aplicado

corretamente para os demais tributos e demais itens consoante a

orientação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão -

MPOG: “O valor referente a tributos é obtido aplicando-se o

percentual sobre o valor do faturamento.” - Anexo III-A da IN

02/2008-SLTI/MPOG e alterações. Vide orientações complementares

“http://comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/caderno/2014-04-16-

caderno-de-logistica-servicos-de-transporte-2014-em-

atualizacao.pdf” fls. 163-164. Tal procedimento foi utilizado para a

aplicação de todos os tributos apresentados na planilha – PIS,

COFINS, ISS.

66. Da decisão da DISEG/COSEG:

De acordo com a documentação apresentada em relação às condições de habilitação da

licitante RECORRENTE, foram verificadas as condições:

a. HABILITAÇÃO JURÍDICA_ proposta ATENDE;

b. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA_ proposta ATENDE;

c. QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA_ A licitante apresentou o

Balanço Patrimonial e DRE de 2012, estando de acordo com o seu enquadramento tributário.

Proposta ATENDE; (Memória de cálculo conforme Anexo 01 contendo 10 folhas)

d. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA_ Atestados: a licitante NÃO ATENDEU as

condições exigidas para o Item 01 TÉCNICO EM SECRETARIADO (Memória de cálculo

conforme Anexo 01 contendo 10 folhas):

d.1. ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO:

QTDE

POSTOS

50% QTDE DE ATESTADOS

APRESENTADOS

JULGAMENT

O

TOTAL DE 22

136 68 Sendo: Não atende

ANP 6

ANP* 16

*. Utilizado o atestado apresentado para Secretária Executiva – 16 – ANP - por compreender

que a similaridade está configurada pelas atribuições e pelo nível de escolaridade com

formação profissionalizante.

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d.2. ITEM 02 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO:

QTDE

POSTOS

50% QTDE DE ATESTADOS

APRESENTADOS

JULGAMENT

O

TOTAL DE 51

102 51 Sendo: Atende

PALMARES 6

H SÃO LUCAS 6

ANP 11

EMGEA 8

APEX* 7

APEX 3

PREFEITURA DE

FORTALEZA

10

*. Utilizado o atestado apresentado para Secretária Bilíngue - APEX - por compreender que a

similaridade está configurada pelas atribuições e pelo nível de escolaridade com formação

profissionalizante.

d.3. ITEM 03 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO BILÍNGUE:

QTDE

POSTOS

50% QTDE DE ATESTADOS

APRESENTADOS

JULGAMENT

O

TOTAL DE 11

22 11 Sendo: Atende

APEX 11

d.4. Atestados diligenciados/análise:

- Tribunal de Justiça-CE: Supervisor Administrativo - 15, Oficiais de

Administração – 05 - NÃO ATENDE, haja vista que os postos apresentados não possuem as

características similares quanto às atividades;

- Tribunal de Justiça-CE: Técnicos em Administração – 46 e Analistas

Administrativos – 44; - NÃO ATENDE, haja vista que os postos apresentados não

possuem as características similares quanto às atividades; e em que pese comprovar a

escolaridade de Ensino Médio, não restou comprovado diplomação em Curso Técnico; e

- Secretaria de Educação-CE: Auxiliares de serviços gerais – 91, Serviços

burocráticos - 64 e Operadores de Microcomputador – 07 – NÃO ATENDE, haja vista que os

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postos apresentados não possuem as características similares quanto às atividades; e em que

pese comprovar a escolaridade de Ensino Médio, não restou comprovado diplomação em

Curso Técnico.

d.5. Importante ressaltar neste ponto que à luz da redação editalícia a

similaridade configurada para fins de atestados, de modo objetivo devem não apenas atender

às atribuições dos postos que se pleiteia contratar, mas também pela similaridade do grau de

escolaridade – seja nível superior, seja nível médio/curso técnico profissionalizante –

conforme Subitem 15.1.1.6, alíneas a) e a.1), fl. 20; Subitem 15.2.1.6, alínea a), fl. 25;

Subitem 15.3.1.7, alínea a), fl. 30 do Edital.

d.6. Do exposto entende-se que esta licitação tem por bojo a escolha de

proposta mais vantajosa, a fim de firmar contrato com empresa que tenha prestado serviços

similares, não se confundindo com contratar empresa que possua condições de gerenciar

recurso humano na prestação de serviços; o que é claro da leitura dos Subitens acima

elencados, o que direciona a apreciação dos quantitativos dos atestados consoante o critério

utilizado de acordo com a tabela disposta no Subitem 18.4.4.2.5.

d.7. De acordo com a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - que estabelece

as diretrizes e bases da educação nacional – e regulamento contido no Decreto 5154/2004 -

regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394/1996, percebe-se notável a

especificidade ofertada pelas instituições de ensino nos cursos de educação profissional

técnicos de nível médio, proporcionando qualificação para o trabalho, a qual não e confunde

com a formação do ensino médio, corroborando o entendimento aplicado na apreciação dos

atestados a fim de se verificar a compatibilidade dos serviços prestados, como se percebe:

“Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional

técnica de nível médio, quando registrados, terão validade

nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação

superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

Parágrafo único. Os cursos de educação profissional

técnica de nível médio, nas formas articulada

concomitante e subseqüente, quando estruturados e

organizados em etapas com terminalidade,

possibilitarão a obtenção de certificados de

qualificação para o trabalho após a conclusão, com

aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma

qualificação para o trabalho. (Incluído pela Lei nº

11.741, de 2008)"

Lei nº 9.394/1996

“Art. 1o A educação profissional, prevista no art. 39 da

Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional), observadas

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as diretrizes curriculares nacionais definidas pelo

Conselho Nacional de Educação, será desenvolvida por

meio de cursos e programas de:

I - qualificação profissional, inclusive formação

inicial e continuada de trabalhadores; (Redação

dada pelo Decreto nº 8.268, de 2014)

II - educação profissional técnica de nível médio; e

III - educação profissional tecnológica de

graduação e de pós-graduação.

§ 1º Os cursos e programas da educação profissional de

que tratam os incisos I e II do caput serão organizados

por regulamentação do Ministério da Educação em

trajetórias de formação que favoreçam a continuidade

da formação. (Incluído pelo Decreto nº 8.268, de

2014) § 2º Para os fins do disposto neste Decreto,

consideram-se itinerários formativos ou trajetórias de

formação as unidades curriculares de cursos e

programas da educação profissional, em uma

determinada área, que possibilitem o aproveitamento

contínuo e articulado dos estudos. (Incluído pelo

Decreto nº 8.268, de 2014)

§ 3º Será permitida a proposição de projetos de cursos

experimentais com carga horária diferenciada para os

cursos e programas organizados na forma prevista no §

1º, conforme os parâmetros definidos em ato do Ministro

de Estado da Educação. (Incluído pelo Decreto nº

8.268, de 2014)

Art. 2º A educação profissional observará as seguintes

premissas: I - organização, por áreas profissionais,

em função da estrutura sócio-ocupacional e tecnológica;

II - articulação de esforços das áreas da educação, do

trabalho e emprego, e da ciência e tecnologia;

(Redação dada pelo Decreto nº 8.268, de 2014)

III - a centralidade do trabalho como princípio

educativo; e (Incluído pelo Decreto nº 8.268, de

2014)

IV - a indissociabilidade entre teoria e prática.

(Incluído pelo Decreto nº 8.268, de 2014)

Art. 3º Os cursos e programas de formação inicial e

continuada de trabalhadores, referidos no inciso I do

art. 1o, incluídos a capacitação, o aperfeiçoamento, a

especialização e a atualização, em todos os níveis de

escolaridade, poderão ser ofertados segundo itinerários

formativos, objetivando o desenvolvimento de aptidões

para a vida produtiva e social.

§ 1º Quando organizados na forma prevista no § 1º do

art. 1º, os cursos mencionados no caput terão carga

horária mínima de cento e sessenta horas para a

formação inicial, sem prejuízo de etapas posteriores de

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formação continuada, inclusive para os fins da Lei nº

12.513, de 26 de outubro de 2011. (Redação dada

pelo Decreto nº 8.268, de 2014)

§ 2o Os cursos mencionados no caput articular-se-ão,

preferencialmente, com os cursos de educação de jovens

e adultos, objetivando a qualificação para o trabalho e

a elevação do nível de escolaridade do trabalhador, o

qual, após a conclusão com aproveitamento dos

referidos cursos, fará jus a certificados de formação

inicial ou continuada para o trabalho.

Art. 6o Os cursos e programas de educação

profissional técnica de nível médio e os cursos de

educação profissional tecnológica de graduação, quando

estruturados e organizados em etapas com

terminalidade, incluirão saídas intermediárias, que

possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação

para o trabalho após sua conclusão com

aproveitamento.

§ 1o Para fins do disposto no caput considera-se etapa

com terminalidade a conclusão intermediária de cursos

de educação profissional técnica de nível médio ou de

cursos de educação profissional tecnológica de

graduação que caracterize uma qualificação para o

trabalho, claramente definida e com identidade

própria.” Decreto 5154/2004

67. Desta forma, do julgamento da proposta apresentada pela licitante depreende-se

que: NÃO ATENDE aos requisitos de habilitação quanto à QUALIFICAÇÃO TÉCNICA –

inabilitação da proposta.

68. Em complementação à Nota Técnica e, confrontando as alegações apresentadas pela

empresa recorrente, tecemos as seguintes ponderações:

a.1) Não foi apresentado nenhum atestado de capacidade técnica, nos moldes exigidos

no Edital. O atestado de capacidade técnica, comprovando que a empresa licitante

desempenhou ou desempenha serviços ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO:

compatíveis com o objeto deste pregão (15.1.1.1 do Edital).

O atestado apresentado – Tribunal de Justiça/CE - constava a

menção ao posto “Técnico em Administração” o que obrigou a

cautelosa diligência junto ao Edital que originou o atestado,

sendo deparado que a nomenclatura do mesmo modo divergia.

Buscou-se ainda a verificação as atividades, mas principalmente

das condições de exigências de escolaridade para os cargos, sendo

que os serviços apresentados não contemplavam a diplomação

que configuraria a similaridade prescrita no edital – qual seja a

de Curso Técnico em Secretariado.

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a.2) Importante ressaltar neste ponto que à luz da redação editalícia a similaridade

configurada para fins de atestados, de modo objetivo devem não apenas atender às atribuições

dos postos que se pleiteia contratar, mas também pela similaridade do grau de escolaridade –

seja nível superior, seja nível médio/curso técnico profissionalizante – conforme Subitem

15.1.1.6, alíneas a) e a.1), fl. 20; Subitem 15.2.1.6, alínea a), fl. 25; Subitem 15.3.1.7, alínea

a), fl. 30 do Edital.

69. De acordo com o art. 30, inciso II, e § 1º, da Lei nº 8.666/93, a comprovação de

aptidão para o desempenho de atividade pertinente e compatível em características,

quantidades e prazos, com o objeto da licitação, deve ser verificada por meio de atestados

técnicos, registrados nas entidades profissionais competentes, fornecidos por pessoas jurídicas

de direito público ou privado.

70. A qualificação técnica exigida dos licitantes consiste, segundo as palavras de Marçal

Justen Filho, no “domínio de conhecimentos e habilidades teóricas e práticas para a execução

do objeto a ser contratado”. Logo, o conteúdo dos atestados de capacidade técnica deve ser

suficiente para garantir à Administração que o contratado terá aptidão para executar o objeto

pretendido.

71. Ainda citando o nobre jurista, apelamos às palavras apresentadas nas contrarrazões da

recorrida:

Marçal Justen Filho1 bem explana esta diferenciação, confira-se:

“Utiliza-se a expressão „capacidade técnica operacional para indicar essa modalidade de

experiência, relacionada com a ideia de empresa. Não se trata de haver executado

individualmente uma certa atividade, produzida pela atuação pessoal de um único

sujeito. Indica-se a execução de um objeto que pressupôs a conjugação de diferentes fatores

econômicos e de uma pluralidade (maior ou menor) de pessoas físicas (e, mesmo, jurídicas).

[...] Portanto, não se tratou de experiência pessoal, individual, profissional. Exigiu-se do

sujeito a habilidade de agrupar pessoas, bens e recursos, imprimindo a esse conjunto a

organização necessária ao desempenho satisfatório.[...]

A qualificação técnica operacional consiste em qualidade pertinente às empresas que

participam da licitação. Envolve a comprovação de que a empresa, como unidade

jurídica e econômica, participara anteriormente do contrato cujo objeto era similar ao

previsto para a contratação almejada pela Administração Pública.

72. Pelos relatos apresentados, é fato que a empresa recorrente não comprovou a sua

capacidade técnica, haja vista que a certidão de acervo técnico de pessoa física não supre

de forma alguma o atestado exigido no item 18.4.4.1.1 do Edital. É público e notório que

seria uma irresponsabilidade tamanha acolhermos na fase de habilitação um atestado de

capacidade técnica com grau de escolaridade distinta da exigida – seja nível superior,

seja nível médio/curso técnico profissionalizante, pois, se assim agíssemos, estaríamos

ignorando as disposições da Lei de Licitações.

73. Finalizada a análise das razões de recurso, convém elencar as seguintes observações:

a) Para participação no pregão eletrônico, o licitante deverá manifestar em

campo próprio do sistema eletrônico COMPRASNET, que cumpre

plenamente os requisitos de habilitação e que sua proposta está em

conformidade com as exigências do instrumento convocatório.

b) Atendam às exigências constantes neste Edital e nos seus Anexos, inclusive

quanto à documentação requerida para sua habilitação.

1 In Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 15. Ed. p. 499.

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74. Por todo o exposto, explicitamos que este Ministério, após vivenciar nos últimos anos

situações decorrentes de contratações mal sucedidas, com episódios frequentes de problemas

na execução dos contratos, de interrupções nas prestações de serviços, de ausências de

pagamento de salários aos funcionários, acatou as recentes orientações dos órgãos de controle,

na busca pela contratação mais vantajosa, a qual vai muito além do menor preço, abarcando,

inclusive, a qualidade, a hombridade e a adequada continuidade da prestação dos serviços

contratados.

IV – Conclusão

75. Analisando as razões recursais em face das contrarrazões apresentadas pela empresa

recorrida, bem como da legislação vigente e da jurisprudência atual, verifico que a

documentação relativa à aceitação da licitante recorrente não está de acordo com as exigências

contidas no item 18.4.4.1.1do Edital. Assim, não se afiguram motivos para a

reconsideração da decisão de declarar vencedora do Pregão Eletrônico nº 09/2014 ÁGIL

SERVICOS ESPECIAIS LTDA nem para proceder a sua desclassificação/inabilitação, razão

pela qual mantenho a decisão impugnada.

76. Encaminha-se o recurso e contrarrazões à Autoridade Superior Competente.

Brasília, 23 de julho de 2014.

RODRIGO ORESTES LINS

Pregoeiro

77. Adoto como causa de decidir dos presentes recursos a análise empreendida pela Sr.

Pregoeiro.

78. Verifique-se que foi procedido nos termos da lei o juízo de admissibilidade da

pretensão recursal, restando presentes os requisitos para o conhecimento da peça recursal.

79. No mérito, foram colididas razões de fato e de direito de forma a comprovar a

regularidade dos parâmetros utilizados pela recorrida na cotação e preenchimento da planilha

de custos e formação de preços, bem como na comprovação da capacidade técnica.

80. Assim, presentes os elementos confirmadores da decisão impugnada, conheço do

recurso para negar-lhe provimento, mantendo, com base na totalidade da fundamentação da

decisão acima, o ato de declaração como vencedora do pregão eletrônico nº 09/2014 a

empresa ÁGIL SERVICOS ESPECIAIS LTDA CNPJ n ° 72.620.735/0001-29.

81. Comunique-se a recorrente. Efetuem-se as publicações de praxe.

Brasília, ____ de julho de 2014.

MARCELA SALDANHA DOS ANJOS

Coordenadora Geral de Logística