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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
SECRETARIA EXECUTIVA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA
COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS
Processo Administrativo nº: 08005.000782/2013-71
Objeto: Contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de técnico em
secretariado, secretariado executivo, secretariado executivo bilíngüe, recepcionista e contínuo
para o Ministério da Justiça – MJ.
Pregão Eletrônico nº: 09/2014
Recorrente: DINÂMICA ADMINISTRAÇÃO SERVIÇOS E OBRAS LTDA
Recorrida: ÁGIL SERVICOS ESPECIAIS LTDA
DECISÃO
I - RELATÓRIO
1. Versam os presentes autos sobre processo licitatório na modalidade pregão eletrônico,
tipo menor preço por grupo, visando à contratação de empresa especializada para a prestação
de serviços de técnico em secretariado, secretariado executivo, secretariado executivo
bilíngüe, recepcionista e contínuo para o Ministério da Justiça – MJ.
2. O objeto da contratação encontra-se disposto abaixo:
GRUPO 1
Item Descrição Quantidade de postos
1 Técnico em Secretariado 136
2 Secretário-Executivo 102
3 Secretário-Executivo Bilíngue 22
GRUPO 2
Item Descrição Quantidade de postos
4 Recepcionista 104
5 Contínuo 105
3. A sessão pública foi aberta em 29/05/2014 às 09h00min, tendo sido analisadas as
propostas culminando na abertura da fase de lances para o G01 e em sequência o G02,
conforme Ata da Sessão Pública. Na sequência, ordenadas pelo sistema as propostas foram
apresentados os lances pelas empresas classificadas, encerrando-se essa etapa em 26/05/2014
às 09h38min:46.
4. Encerrada a fase de lances, a empresa classificada em primeiro lugar na fase de lances
foi à empresa, GTX SERVICE PRESTACAO DE SERVICOS LTDA – ME, CNPJ:
06.048.884/0001-30, sendo desclassificada por apresentar proposta inexequível, bem como a
empresa BRILHANTE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS LTDA- EPP para o grupo 01.
Assim, consequentemente convocamos a terceira colocada à empresa GVP CONSULTÓRIA
E PRODUÇÃO DE EVENTOS LTDA-ME, CNPJ: 04.356.735/0001-03, sendo convocada
para apresentação da proposta comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do
Edital.
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4. A proposta comercial e atestados de capacidade técnica apresentados pela convocada
foram encaminhados à área demandante para análise e manifestação quanto à conformidade
dos mesmos. Quanto à proposta apresentada, a área técnica solicitou a realização de
diligências nota técnica 40/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados
pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 2230/2243.
5. Seguidamente, a área demandante apresentou Nota Técnica n° 42/2014 –
DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 2245/2246 por meio do qual entende que a proposta
comercial ATENDE, no entanto, atestados apresentados pela terceira colocada foi de pronto,
recusado pela área técnica, haja vista que os quantitativos para Técnico em Secretariado e
Secretário - Executivo NÃO ATENDEM a capacidade técnica e seus quantitativos exigidos
no Instrumento Convocatório, fls. 2245/2246, pelo que foi procedida a aceitação da proposta e
inabilitação da mesma.
6. Imediatamente, convocamos a quarta colocada à empresa PLANALTO SERVICE
LTDA, CNPJ: 02.843.359/0001-56, sendo convocada para apresentação da proposta
comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital. A proposta comercial e
atestados de capacidade técnica apresentados pela convocada foram encaminhados à área
demandante para análise e manifestação quanto à conformidade dos mesmos. Quanto à
proposta apresentada, a área técnica solicitou a realização de diligências nota técnica 43/2014-
DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos
considerados pertinentes, fls. 2484/2293. Seguidamente, a área demandante solicitou a
realização de nova diligência nota técnica 45/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta,
foram apresentados pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 2497/2513.
7. Ato contínuo, a área técnica solicitou a realização de nona diligência nota técnica
46/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela recorrida documentos
considerados pertinentes, fls. 2522/2523. Após diversas diligências, a área demandante
apresentou Nota Técnica n° 47/2014 – DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 2524/2526 por
meio da qual entende que a proposta comercial NÃO ATENDE, às disposições exigidas no
Instrumento Convocatório, pelo que foi procedida a desclassificação da proposta da mesma.
8. Prontamente, convocamos a quinta colocada à empresa WBR7 RECRUTAMENTO
DE PESSOAL LTDA, CNPJ: 01.598.150/0001-01, sendo convocada para apresentação da
proposta comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital. A proposta
comercial e atestados de capacidade técnica apresentados pela convocada foram
encaminhados à área demandante para análise e manifestação quanto à conformidade dos
mesmos. Quanto à proposta apresentada, a área técnica solicitou a realização de diligências
notas técnicas nsº 48/2014, 49/2014 e 50/2014 - DISEG junto à licitante. Em resposta, foram
apresentados pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 2538/2546.
9. Seguidamente, a área demandante solicitou a realização de nova diligência nota técnica
51/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos
considerados pertinentes, fls. 2550/2556. Logo, a área demandante solicitou a realização de
nova diligência junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos
considerados pertinentes, fls. 2560/2599. Após diversas diligências, a área demandante
apresentou Nota Técnica n° 52/2014 – DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 2600/2603 por
meio da qual entende que a proposta comercial ATENDE, às disposições exigidas no
Instrumento Convocatório, no entanto, a qualificação econômica financeira e a Qualificação
técnica NÃO ATENDEM pelo que foi procedida a aceitação da proposta e inabilitação da
mesma.
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10. Imediatamente, convocamos a sexta colocada à empresa DINÂMICA
ADMINISTRAÇÃO, SERVIÇOS E OBRAS LTDA, CNPJ: 00.332.833/0008-26, sendo
convocada para apresentação da proposta comercial e demais documentos, nos termos do item
19.1 do Edital. A proposta comercial e atestados de capacidade técnica apresentados pela
convocada foram encaminhados à área demandante para análise e manifestação quanto à
conformidade dos mesmos. Quanto à proposta apresentada, a área técnica solicitou a
realização de diligências nota técnica 56/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram
apresentados pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 2881/2906.
Seguidamente, a área demandante solicitou a realização de nova diligência nota técnica
59/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos
considerados pertinentes, fls. 2912/2948.
11. Ato contínuo, a área técnica solicitou a realização de nona diligência nota técnica
61/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela recorrida documentos
considerados pertinentes, fls. 2968/3073. Após diversas diligências, a área demandante
apresentou Nota Técnica n° 64/2014 – DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 3345/3360 por
meio da qual entende que a proposta comercial ATENDE, às disposições exigidas no
Instrumento Convocatório, no entanto, a Qualificação técnica NÃO ATENDE pelo que foi
procedida a aceitação da proposta e inabilitação da mesma.
12. Seguidamente, convocamos a sétima colocada à empresa CAPITAL INFORMÁTICA
SOLUÇÕES E SERVIÇOS LTDA-ME, CNPJ: 09.146.381/0001-96, sendo convocada para
apresentação da proposta comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital.
A Licitante através do email: [email protected], solicitou a DESCLASSIFICAÇÃO do PE
09/2014 por constarem que não atenderiam aos critérios exigidos no Edital.
13. Prontamente, convocamos a oitava colocada à empresa ÁGIL SERVIÇOS ESPECIAIS
LTDA, CNPJ: 72.620.735/0001-29, sendo convocada para apresentação da proposta
comercial e demais documentos, nos termos do item 19.1 do Edital. A proposta comercial e
atestados de capacidade técnica apresentados pela convocada foram encaminhados à área
demandante para análise e manifestação quanto à conformidade dos mesmos. Quanto à
proposta apresentada, a área técnica solicitou a realização de diligências nota técnica nº
68/2014 - DISEG junto à licitante. Em resposta, foram apresentados pela empresa documentos
considerados pertinentes, fls. 3516/3532. Seguidamente, a área demandante solicitou a
realização de nova diligência nota técnica 70/2014-DISEG junto à licitante. Em resposta,
foram apresentados pela empresa documentos considerados pertinentes, fls. 3539/4525.
14. Após diversas diligências, a área demandante apresentou Nota Técnica n° 71/2014 –
DISEG/COSEG CGL/SPOA/MJ, fls. 4526/4539 por meio da qual entende que a proposta
comercial ATENDE, às disposições exigidas no Instrumento Convocatório, bem como a
Qualificação técnica ATENDE às disposições exigidas no Instrumento Convocatório pelo que
foi procedida a aceitação da proposta e habilitação da RECORRIDA, conforme ordem de
classificação abaixo descrita:
Grupos
CLASSIFICAÇÃO Empresa CNPJ SITUAÇÃO
01
GTX SERVICE PRESTACAO DE
SERVICOS LTDA - ME 06.048.884/0001-30 RECUSADO
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01
02 BRILHANTE ADMINISTRACAO
E SERVICOS LTDA - EPP 12.441.717/0001-58 RECUSADO
03
GVP CONSULTORIA E
PRODUCAO DE EVENTOS LTDA
- ME
04.356.735/0001-03 INABILITADO
04 PLANALTO SERVICE LTDA 02.843.359/0001-56 RECUSADO
05 WBR7 RECRUTAMENTO DE
PESSOAL LTDA 01.598.150/0001-01 INABILITADO
06 DINAMICA ADMINISTRACAO,
SERVICOS E OBRAS LTDA 00.332.833/0008-26 INABILITADO
07
CAPITAL INFORMATICA
SOLUCOES E SERVICOS LTDA -
ME
09.146.381/0001-96 SOLICITOU
DESCLASSIFICAÇÃO
08 AGIL SERVICOS ESPECIAIS
LTDA 72.620.735/0001-29
ACEITO E
HABILITADO
15. Efetuada à habilitação da empresa vencedora ÁGIL SERVIÇOS ESPECIAIS LTDA,
CNPJ: 72.620.735/0001-29, foi aberto prazo para registro de intenção de recurso tendo a
empresa DINAMICA ADMINISTRACAO, SERVICOS E OBRAS LTDA se manifestado nos
seguintes termos:
“Manifestamos intenção de recurso contra nossa inabilitação,
fundamentada em suposta infringência aos itens do Edital e da
legislação pertinente. Isto porque os atestados apresentados pela
concorrente se adequam perfeitamente aos exigidos pelo Edital. Afora,
a inabilitação da empresa não se coaduna com os ditames legais,
infringindo ainda o princípio da vinculação ao edital, tendo em vista
que atendeu completamente as exigências editalícias, em relação à
qualificação técnica”.
16. Realizado juízo de admissibilidade, foi aceita a intenção de recurso e aberto prazo para
razões e contrarrazões, sendo ambas apresentadas tempestivamente.
17. É o breve relato. Decido.
II – Requisitos de conhecimento do recurso
18. O Recurso Administrativo, de forma geral e subsidiária é regulado pela Lei nº
9.784/1999, a qual dispõe como requisitos para o conhecimento e análise do recurso:
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
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III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a autoridade
competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-
se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os
preceitos desta Lei.
19. Por sua vez, a Lei nº 10.520/2002 em seu artigo 4º, inciso XVIII prevê prazo de 03
(três) dias para apresentação das razões do recurso e, sequencialmente, para contrarrazões.
20. O Edital acrescenta como requisito a apresentação das razões em campo próprio do
sistema, nos termos do subitem 20.3.
21. Analisando o recurso em apreço, verifica-se que foi apresentado no prazo legal
estipulado, em formulário próprio do sistema; o recorrente é parte legítima, devidamente
representada; e o processo administrativo ainda encontra-se em trâmite.
22. No que se refere ao órgão competente o recurso foi devidamente interposto, nos termos
dos artigos 11, inciso VII e 8º, inciso VII do Decreto nº 5.450/2005 e artigo 109, §4º da Lei nº
8666/1993, que determinam que a autoridade competente seja o Pregoeiro o qual deverá
receber o recurso, examinar e decidir e, caso mantida a decisão recorrida, encaminhar o
recurso à autoridade superior competente.
23. A recorrente insurge-se contra ato administrativo que entende equivocado face ao não
cumprimento de itens do Edital e, por conseguinte, da legislação pertinente aos processos
licitatórios.
24. Encontram-se, pelo exposto, presentes os requisitos para o conhecimento da peça.
III – Exame das razões recursais
III.1– Considerações iniciais
25. Inicialmente, informamos que tanto as documentações encaminhadas pelas licitantes
quanto as decisões tomadas por esta Coordenação encontram-se disponíveis no sistema
Comprasnet e/ou no sítio do Ministério da Justiça, visando dar a devida publicidade e
transparência a todos os atos inerentes ao certame licitatório.
26. Nesse sentido, destacamos que os princípios da Publicidade e da Transparência no
desempenho da atividade administrativa dão a devida legitimidade ao procedimento,
demonstrando, de forma explícita, o atendimento ao interesse público, garantindo com isso a
lisura do pleito e o atendimento aos demais princípios administrativos.
III.2 – Razões do recurso
28. Não atendimento dos critérios de QUALIFICAÇÃO TÉCNICA exigidos no Edital,
conforme Nota Técnica nº 64/2014.
29. Em resumo, a recorrente aduz:
“(...)
A Nota técnica afirma que a Recorrente merecia ser inabilitada por
ausência de atestados de capacidade técnica relacionados à atividade
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de Técnico em Secretariado. Para tal função a empresa deveria
comprovar a execução de serviços pretéritos com pelo menos 68
(sessenta e oito) técnicos. Segundo a decisão administrativa a
empresa não se desincumbiu deste ônus.
A decisão esclarece que a Recorrente deveria juntar atestados de 68
(sessenta e oito) atividades compatíveis com Técnico em Secretariado.
Da análise da documentação apresentada pela Recorrente, decide que
apenas 22 (vinte e duas) atividades foram comprovadas, restando
cerca de 46(quarenta e seis) sem comprovação técnica.
No entanto, esta conclusão não pode prevalecer. Os atestados
juntados na proposta da Recorrente são suficientes para comprovar
sua aptidão técnica em todas as atividades exigidas pelo edital,
notadamente no que se refere à função de técnico em secretariado.
O Edital no item 3.2 define as justificativas para a contratação do
Serviço de Técnico em Secretariado, cita que a contratação seria
necessária para dar apoio administrativo ao Ministério da Justiça. O
instrumento convocatório menciona expressamente:
“3.2 – A contratação objetiva dar suporte, de forma qualificada e
continuada, no intuito de manter funcionando de forma permanente a
atividade de apoio administrativo do MJ, de modo que esses
prestadores de serviços são essenciais para o bom andamento das
atividades realizadas no seu âmbito.”
Para comprovar a aptidão técnica neste item a Recorrente juntou o
atestado de capacidade técnica do Tribunal de Justiça do Ceará -
TJCE, que contava com 46 (quarenta e seis) Técnicos em
Secretariado/Administração e da Agência Nacional do Petróleo - ANP
que contava com 22 (vinte e dois) Técnicos em Secretariado e/ou
função equivalente. O número é suficiente para comprovar a aptidão
técnica da Recorrente. Dos documentos apenas o atestado da ANP foi
aceito pelo pregoeiro.
Contudo, a função de Técnico de Administração foi executada no
TJCE, as atribuições desta categoria foram definidas no EDITAL DO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº17/2008, verbis:
“03 - CARGO: TECNICO DE ADMINISTRAÇÃO. ATRIBUIÇÕES:
EXECUTAR ATIVIDADES RELACIONADAS COM AS FUNÇÕES
JUDICIÁRIAS, DE
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS, MATERIAIS E
PATRIMONIAIS, ORÇAMENTÁRIOS E FINANCEIROS, CONTROLE
INTERNO, BEM COMO AS DE DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL E SUPORTE TÉCNICO E ADMINISTRATIVO
ÀS UNIDADES ORGANIZACIONAIS DO PODER JUDICIÁRIO;
CONHECIMENTO EM INFORMÁTICA (WORD E EXCEL)
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QUALIFICAÇÕES: NÍVEL MÉDIO
CARGA HORÁRIA: 44 HORAS SEMANAIS
SALÁRIO: R$ 990,00”
Observe-se que se trata de atividade de apoio administrativo, tal como
exige o Edital do Ministério da Justiça. Na realidade, a função de
técnico em administração é mais complexa que a de técnico em
secretariado.
No atestado do TJCE a atividade de apoio administrativo é o objeto
da contratação. O atestado, portanto, é suficiente para comprovar a
capacidade técnica da Requerente.
O comparativo pode ser mais específico, nas atribuições descritas no
Edital do Ministério da Justiça a função de Técnico em Secretariado
traz as seguintes atribuições:
8.1.1– Classificação CBO: 3515-05
Descrição Sumária: Transformam a linguagem oral em escrita,
registrando falas em sinais, decodificando-os em texto; revisam textos
e documentos; organizam as atividades gerais da área e assessoram o
seu desenvolvimento; coordenam a execução de tarefas; redigem
textos e comunicam-se, oralmente e por escrito.
Observe-se que são apenas atribuições genéricas, de nível de
conhecimento técnico, o que as duas funções atendem plenamente. Em
verdade, comparando-se as atividades, é evidente a compatibilidade,
sendo a atividade exercida no TJCE tecnicamente mais complexa.
Ressalta-se que o atestado deve comprovar o exercício de uma
atividade/serviço, sendo desnecessária a identidade de escrita, fator
extremamente subjetivo. Os atestados não devem comprovar a mesma
atividade, mas sim funções compatíveis ou similares, tendo em vista
que a empresa a ser contratada será incumbida da administração da
mão-de-obra.
Exigir a identidade de termos seria um excesso de formalismo.
Acredita-se que esse rigorismo não se faz necessário, os atestados
trazem expressamente os serviços prestados (“apoio administrativo”),
os quais são equivalentes ao objeto da presente licitação.
Portanto, não admitir o atestado configuraria uma medida totalmente
ilegal. A avaliação da documentação dos licitantes deve ser feita
sempre com bom senso, evitando-se os RIGORISMOS, atendendo ao
princípio da finalidade, razoabilidade e proporcionalidade.
A lição do ilustre administrativista HELY LOPES MEIRELLES, em
sua obra, alerta para que seja evitada a rigidez excessiva na fase de
habilitação, verbis:
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"A orientação correta nas licitações é a dispensa de rigorismos inúteis
e a não exigência de formalidades e documentos desnecessários à
qualificação dos interessados em licitar." (Licitação e Contratos
Administrativos - Ed. Rev. dos Tribunais, 9a. ed. pág. 121)
Acompanhando a doutrina, o Tribunal de Contas da União, em
decisão TC/6.029/95-7(4), já manifestou que, verbis:
"...Na fase de habilitação a Comissão de Licitação não deve confundir
o procedimento formal inerente ao processo licitatório com o
formalismo, que se caracteriza por exigências inúteis e
desnecessárias, e cujo desatendimento, por sua irrelevância, não
venha a causar prejuízo à Administração".
De fato, a lei licitatória buscou a preservação do que realmente se
procura atingir em uma licitação, impondo várias limitações de molde
a evitar que exigências formais e desnecessárias acerca da
qualificação técnica acabassem por representar instrumentos de
indevida restrição à liberdade de participação em licitação e desvio
da igualdade entre os licitantes, vindo a dispor em seu artigo 30,
verbis:
"Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á
a: (...) II - comprovação de aptidão para desempenho de atividade
pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com
o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento
e do pessoal técnico, adequados e disponíveis para a realização do
objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos
membros da equipe que se responsabilizará pelos trabalhos;".
Os documentos para atestar a qualificação técnica desta licitante,
estão coerentes com o edital e com o que estipula o texto da lei,
comprovando já ter executado atividade pertinente e compatível com
os serviços a serem contratados por este órgão. Posicionamento
contrário implicará na violação do disposto no art. 37, inc. XXI da
CF, artigo 30, inciso II e §§ 3º e 5º e art. 3°, § 1°, incisos I e II, da Lei
n° 8.666/93.
Evidenciado que a inabilitação da Recorrente se deu por excesso de
rigor, não há dúvidas que a decisão deverá ser reformada, pois do
contrário, estar-se-ia a afrontar os princípios basilares do direito
administrativo.
DA EXIGÊNCIA DE COMPATIBILIDADE TÉCNICA
Não obstante os fundamentos acima, a decisão do pregoeiro não
merece subsistir, a assertiva no sentido de que a escolha da proposta
levará em consideração a empresa que “tenha prestado serviços
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similares, não se confundindo cm contratar empresa que possua
condições de gerenciar recurso humano na prestação de serviços”
não foi respeitada ou interpretada corretamente pelo Pregoeiro.
Como bem assevera a decisão administrativa, a comprovação de
capacidade técnica deve ser realizada de acordo com atestação de
atividades similares. Ou seja, a única requisição coerente do
Pregoeiro seria exigir dos licitantes a apresentação de experiência na
gerência de pessoal em atividades similares, obviamente, com nível
técnico. Conforme fundamentação acima não há dúvidas quanto à
similaridade entre as atividades atestadas e as licitadas, tendo em
vista que as atribuições são as mesmas e de nível técnico.
Na realidade, a atividade de Técnico de Administração, presente no
atestado do TJCE, necessita de curso técnico mais completo do que o
curso exigido para a atividade de secretariado. O Técnico de
Administração apresenta expertise mais acurada, os conhecimentos
adquiridos em curso técnico o habilitam para executar tanto esta
como aquela função.
A empresa Recorrente demonstra que já geriu pessoal com nível
técnico em atividade de administração. O profissional que apresenta
curso técnico de administração, por óbvio, pode exercer, e tem
conhecimento para tanto, a atividade licitada. Evidentemente, a
empresa capaz de gerir uma função de nível técnico mais complexa,
poderá gerir a menos complexa também de nível técnico.
A decisão administrativa, mesmo diante deste fato, não reconheceu os
atestados anexados pela empresa Dinâmica. O decisum informa que o
atestado do TJCE não compreende a função de Técnico de
Secretariado, pois a atividade atestada não teria o curso técnico
exigido pelo Edital.
Ora, exigir atestados com a peculiaridade do curso técnico de
secretariado caracteriza a requisição de atestados com a mesma
função licitada, ou seja, excluindo-se da comprovação técnica
atividades consideradas pertinentes e compatíveis.
Esta medida é evidentemente ilegal, capaz de afrontar o disposto no
art. 37, inc. XXI da CF, artigo 30, inciso II e §§ 3º e 5º e art. 3°, § 1°,
incisos I e II, da Lei n° 8.666/93, da mesma forma do que foi
abordado no tópico anterior.
Por outro lado, há ainda uma peculiaridade percebida na locação de
mão de obra, neste mercado a intenção real é verificar se o licitante
realmente tem expertise na gestão de mão de obra, ou seja, se será
capaz de recrutar e gerir o número de funcionários que o objeto
licitado necessita, cumprindo todos os compromissos trabalhistas,
previdenciários e fiscais. Por esta razão, entende-se que a análise dos
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atestados deveria levar em consideração a função técnica similar e
não idêntica a licitada.
Com este conceito, não quer dizer que a empresa ao apresentar
atestados com atividades simétricas à licitada, não tem o dever de
contratar pessoal com a qualificação técnica descrita no edital. A
empresa, na realidade, se compromete em prestar os serviços com
pessoas capacitadas e com o curso técnico específico exigido pelo
Edital.
Ressalta-se que, por normatização autônoma, a empresa tem o dever
de contratar as mesmas pessoas que atualmente prestam serviços nas
dependências do órgão. A Convenção Coletiva da Categoria traz a
Cláusula do Incentivo a Continuidade, na qual é defeso o direito dos
trabalhadores a continuarem nos seus postos de trabalho, verbis:
CLÁUSULA SEPTAGÉSIMA TERCEIRA -INCENTIVO À
CONTINUIDADE
Considerando as peculiaridades da terceirização de serviços no
segmento de asseio, conservação e serviços terceirizados,
fundamentado na decisão proferida pela Seção Especializada em
Dissídios Coletivos do TST (Processo n° ROAA-16000-
75.2004.5.23.00) e visando à manutenção e continuidade do emprego,
fica pactuado que as empresas que sucederem outras na prestação do
mesmo serviço, em razão de nova licitação pública, ou novo contrato
administrativo ou particular e/ou contrato emergencial, ficarão
obrigadas a contratar os empregados da anterior sem
descontinuidade quanto ao pagamento dos salários e a prestação dos
serviços, limitado ao quantitativo de empregados do novo contrato,
sendo que as empresas que perderem o contrato comunicarão o fato
ao sindicato laboral, até 20 (vinte) dias antes do final do mesmo, e
ficarão também obrigadas a dispensar os empregados sem justa
causa, mediante as seguintes condições (...)
Diante da evidente contratação dos empregados que atualmente
prestam o serviço de Técnico em Secretariado, resta demonstrado que
exigir atestados de capacidade técnica com curso técnico específico é
totalmente inócuo. A empresa que tem capacidade para gerir
atividade de nível técnico em função similar, por óbvio, poderá
executar o contrato sem representar qualquer risco em face do
contratante.
Ademais, no caso em epígrafe, no qual a licitante apresenta atestados
na execução de serviços mais complexos. As atividades atestadas pelo
TJCE necessitam de curso técnico que qualifica o funcionário para
exercer a função licitada. O atestado de Técnico em Administração é
suficiente para comprovar a capacidade técnica da empresa tanto da
forma interpretada pelo pregoeiro, como pelo aspecto legal da
atestação por atividades similares e pertinentes.
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O entendimento do TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO é no sentido
de que a prestação pretérita de serviços com as mesmas
características é suficiente para comprovar a aptidão técnica da
empresa interessada no certame, litteris:
11.1. Nesse ponto, parece residir a principal discussão a ser
enfrentada - que espécie de aptidão deve ser requerida para a
execução de contratos de serviços de natureza continuada, em que
esteja caracterizada cessão de mão de obra.
11.2. As empresas que prestam serviços terceirizados, em regra, não
são especialistas no serviço propriamente, mas na administração da
mão de obra. É uma realidade de mercado à qual a Administração
precisa se adaptar e adequar seus contratos. É cada vez mais raro
firmar contratos com empresas especializadas somente em limpeza, ou
em condução de veículos, ou em recepção. As contratadas prestam
vários tipos de serviço, às vezes em um mesmo contrato, de forma que
adquirem habilidade na gestão dos funcionários que prestam os
serviços, e não na técnica de execução destes.
11.3. Conquanto seja muito provável que as próprias demandas da
Administração tenham moldado esse comportamento das empresas,
debater o tema ou a aderência do modelo à concepção ideal da
terceirização de serviços não se mostra proveitoso.
11.4. O que importa é perceber que a habilidade das contratadas na
gestão da mão de obra, nesses casos, é realmente muito mais
relevante para a Administração do que a aptidão técnica para a
execução dos serviços, inclusive porque estes apresentam
normalmente pouca complexidade. Ou seja, nesses contratos, dada a
natureza dos serviços, interessa à Administração certificar-se de que a
contratada é capaz de recrutar e manter pessoal capacitado e honrar
os compromissos trabalhistas, previdenciários e fiscais. É situação
muito diversa de um contrato que envolva complexidade técnica, como
uma obra, ou de um contrato de fornecimento de bens, em que a
capacidade pode ser medida tomando-se como referência a dimensão
do objeto - que serve muito bem o parâmetro de 50% usualmente
adotado.
11.5. Destaque-se que a constatação de que a habilidade requerida
para a prestação de serviços terceirizados mediante cessão de mão de
obra é diferenciada, advém da experiência da Administração na
condução desses contratos. Tem-se observado que a maior causa de
fracasso na execução dos ajustes é a incapacidade das empresas de
manter a prestação dos serviços ao longo do tempo sem falhar no
cumprimento de suas obrigações trabalhistas e previdenciárias junto
aos empregados. Logo, pode-se concluir que a habilidade de gestão
de pessoal, nesses casos, relaciona-se mais à saúde financeira das
empresas e à capacidade de gerenciar recursos financeiros e custos.
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11.6. Por tudo isso, o conteúdo dos atestados de capacidade técnica
exigidos nas licitações não tem atendido aos pressupostos da Lei
8.666/93 - aptidão para executar os serviços contratados e cumprir
com os demais encargos exigidos pela legislação e pelo contrato.
11.7. Com o propósito de atender aos princípios do julgamento
objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório, entende-se que
deve ser requerido, para demonstrar a capacidade técnica para gerir
pessoal, um mínimo de 20 (vinte) postos, pouco importando as
dimensões dos serviços. Essa exigência presta-se a assegurar que a
contratada possui a aptidão mínima para gerenciar contratos de
natureza continuada, com cessão de mão de obra, perante a
administração pública, até o limite de quarenta postos. Após esse
limite, passaria a ser exigido 50% do total de postos de trabalho
objeto da licitação.
11.8. Note-se que fazer exigências com base na dimensão do objeto,
que, aliás, podem permanecer em 50%, por si só não traria o proveito
esperado à Administração, pois não se prestaria a demonstrar a
necessária capacidade da empresa em gerenciar pessoal. Este
raciocínio só é utilizado em contratos pequenos. Em contratos de
grande vulto, é perfeitamente possível e razoável se exigir 50% da
quantidade de postos e 50% do objeto. (Acórdão nº 1.214/2013 –
Plenário – TCU. Min. Relator Aroldo Cedraz. Publicado em
22.MAI.2013).
Observe-se que a recomendação é clara. A realidade do mercado não
admite exigências específicas de cada posto de trabalho
individualizadamente. As empresas que participam da licitação são
especializadas na locação de mão de obra e prestam vários tipos de
serviço, adquirindo habilidade na gestão dos funcionários que
prestam os serviços, e não na técnica de cada função ou
especialização. Por esta razão que a própria disposição
infraconstitucional determina que os atestados sejam pertinentes e
compatíveis.
III.3 – Contrarrazões do recurso
30. A recorrida, em suas contrarrazões contrapõe o seguinte:
“(....)
A recorrente interpôs recurso administrativo, diante de sua
inabilitação no certame licitatório devido a não comprovação de
capacidade técnica estabelecida no item 18.4.4.1.3 do edital, que
exige a comprovação de que a empresa licitante tenha prestado
serviço compatível em no mínimo 50% do efetivo a ser contratado.
Em sua tese recursal argumenta que os atestados de capacidade
técnica juntados na proposta comprovam sua aptidão técnica. Não
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sendo a ausência de “identidade de termos”capaz de inabilitar
proposta.
Sintetizada a irresignação da Recorrente, passa a demonstrar que a
importância garantida à comprovação da capacidade técnica do
licitante é razoável e pertinente para dar segurança à Administração
Pública.
Essa exigência justifica-se na medida em que a documentação técnica,
como também o edital e seus anexos, fazem parte integrante do
contrato administrativo como se transcritos estivessem, devendo o
particular manter esses requisitos até o final do contrato
administrativo.
Por isso, a comprovação técnica por meio de apresentação de
atestados de capacidade técnica que comprovem a experiência e
qualificação dos profissionais geridos por ela conforme exigido pelo
edital, na forma e no prazo estabelecidos, se traduz no
comprometimento pela licitante de que é capaz de executar os serviços
conforme os parâmetros técnicos exigidos, dando segurança à
Administração Pública e vinculando-a ao contrato administrativo,
sendo uma exigência totalmente motivada e relevante.
No caso concreto, quando a Recorrente não demonstra a capacidade
técnica das equipes geridas na forma exigida pelo edital, acaba por
descumprir regra essencial para segurança da administração e
atendimento ao interesse público.
Com efeito, razão não assiste à Recorrente, pois a Nota Técnica nº
64/2014 é cristalina e apresenta de forma inequívoca a motivação
pela qual o atestado não atendeu as exigências do Edital nº 009/2014.
Veja-se:
d.4. Atestados diligenciados/análise:
- Tribunal de Justiça – CE: Supervisor Administrativo – 15, Oficiais
de Administração – 05 – NÃO ATENDE, haja vista que os postos
apresentados não possuem as características similares quanto às
atividades;
- Tribunal de Justiça – CE: Técnicos em Administração – 46 e
Analistas Administrativos – 44, NÃO ATENDE, haja vista que os
postos apresentados não possuem as características similares quanto
às atividades; e em que pese comprovar a escolaridade de Ensino
Médio, não restou comprovado diplomação em Curso Técnico; e
- Secretaria de Educação – CE: Auxiliares de serviços gerais – 91,
Serviços burocráticos – 64 e Operadores de Microcomputador – 07 –
NÃO ATENDE, haja vista que os postos apresentados não possuem as
características similares quanto às atividades; e em que pese
comprovar a escolaridade de Ensino Médio, não restou comprovado
diplomação em Curso Técnico.(grifos acrescidos)
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A qual se referia à exigência contida nos itens editalícios, que versam
sobre a capacidade da Recorrente em gerir e fornecer profissionais
com determinado nível de qualificação, aqui exemplificado pelo
“Técnico em Secretariado”:
15.1.1.6 – Requisitos básicos do profissional responsável pela
execução dos serviços, de acordo com a convenção coletiva de
trabalho da categoria.
a) Curso Técnico de Secretariado concluído, ou autorização sindical
justificada;
Pelas transcrições acima dispostas, evidencia-se que a Recorrente
reiteradamente deixou de cumprir as exigências que lhe foram
impostas enquanto participante do certame. Neste ponto em
específico, vislumbra-se o não atendimento aos parâmetros
requisitados pela Administração Pública quando não demonstrou ser
capaz de fornecer ou mesmo de gerir técnicos com a qualificação
exigida no Edital.
Assim como não se trata de excesso de formalismo, ou mesmo
incoerência entre termos – como quer fazer entender a Recorrente.
Conforme amplamente demonstrado pelos itens d.5, d.6 e d.7 da
referida nota técnica, a diplomação em ensino técnico possui natureza
diferente daquela de mero ensino médio.
O ensino técnico, regulado por disposição legal específica, conforme
preceituam os artigos 39 à 41 da Lei n. 9.394/96, e o Decreto
5.154/2004, direciona a qualificação do estudante para determinada
área de trabalho, em complemento à educação básica (nível médio).
Assim, não pode se afirmar que a função designada para profissional
de nível técnico (treinado e capacitado para tanto) será exercida com
as mesmas habilidades e competências por um profissional que possuí
apenas o ensino médio. Já que esse último é voltado estritamente à
continuidade acadêmica generalista, enquanto o técnico é
complementado por fim e habilitação especifica.
Tem-se ainda que o caráter técnico de designada função não pode ser
substituído por profissional com curso técnico dispare, o qual é
paralelo em nível de qualificação, mas incapaz de adentrar às
especialidades daquele originalmente exigido.
Portanto, em razão da especificidade inerente ao profissional
requisitado, não há como alegar que as exigências dispostas são
inúteis. E tendo a Recorrente fundamentado sua capacidade em corpo
de trabalhadores que não supre a exigência editalícia, não há outra
opção à Administração Pública senão declarar a inabilitação da
proposta.
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O que fez em atendimento à norma do edital, que seguramente foi
concebida com o propósito de permitir à Administração avaliar
concreta e cabalmente a capacidade técnica dos interessados, nos
exatos termos do que dispõe a primeira parte do inciso II do art. 30 da
Lei 8.666/93: “comprovação de aptidão para desempenho de
atividade pertinente e compatível em características, quantidades e
prazos com o objeto da licitação”.
Dessa forma, não restam dúvidas de que a inabilitação da Recorrente
deveu-se pelo fato de que os atestados apresentados não guardam
compatibilidade com o objeto da licitação, pois as exigências
editalícias são claras quanto aos requisitos básicos do profissional
técnico em secretariado (curso técnico de secretariado concluído).Tal
exigência não foi comprovada nos atestados de capacidade técnica
apresentados pela Recorrente.
Neste ponto é imperioso destacar que a recorrente não questionou os
termos do edital e não impugnou a atual exigência, sendo assim,
aceitou a disposição editalícia e somente veio a questioná-la quando
se viu excluído do certame pelo seu descumprimento.
Tal requisito não se mostra desarrazoado. Na verdade, é plenamente
justificável tal exigência, pois não viola o artigo 30, II, da Lei
8.666/93.
E mais, o § 3º do art. 30, da Lei nº 8.666/93 não excepciona, mas
complementa o inc. II do caput do art. 30, conforme evidencia a
própria redação de ambos, nos quais aparece a mesma expressão –
"comprovação de aptidão" – que os correlaciona, resulta daí que a
exigência de "comprovação de aptidão para desempenho de atividade
pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com
o objeto da licitação" se aplica a todo e qualquer atestado ou certidão
de desempenho, seja baseado na igualdade ou equivalência, seja
baseado na similitude ou analogia das obras ou serviços.
Essa conclusão geral é inegável. A exigência por comprovação de
especificadas características, quantidades e prazos somente poderá
ser atendida por atestados ou certidões que sejam também
especificamente detalhados. Esse detalhamento é indispensável sob
pena de não se atender à Lei. Aliás, agiu bem o legislador nesse
ponto, pois a generalidade é incompatível com a comprovação.
Afirmações genéricas e abstratas nada provam. Toda prova é
específica e concreta, contém e demonstra particularidades suficientes
para identificar e comprovar o fato a que se destina provar.
Logo, as certidões ou os atestados de aptidão ou de desempenho, com
base seja na similitude, seja na equivalência, devem no seu conteúdo
referir-se a contratos "in concreto", devidamente identificados pelos
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elementos que os individualizam: – as partes e o objeto, as principais
obrigações e condições contratadas, até o preço e o prazo, o que for
necessário para permitir que se possa inferir, em cada caso atestado,
se as características, as quantidades e os prazos das obras ou serviços
já realizados comprovam, efetivamente, a sua pertinência e
compatibilidade com o objeto da licitação e, por esse modo concreto,
específico e efetivo, garantir o interesse público que está em jogo na
licitação, ao lado dos interesses privados nem sempre com ele
condizentes.
Esse sentido de concretude e especificação garantia e segurança, não
se contrapõe às palavras do Conselheiro do Tribunal de Contas do
Estado de São Paulo, ANTONIO ROQUE CITADINI:
O administrador há de encontrar, para cada caso concreto, uma
maneira objetiva de aferir a capacidade técnico-operacional dos
interessados, de forma a garantir a possibilidade de participação
daqueles que tenham real capacidade potencial para desenvolver
obras e serviços com a segurança que o interesse público requer,
mesmo que ainda não tenham, principalmente no que se refere aos
quantitativos.
Nesse mesmo sentido caminha a doutrina de MARÇAL JUSTEN
FILHO, Professor Titular da Universidade Federal do Paraná, o qual
alude à expressão qualificação técnica real, para designar a
qualificação que deve ser investigada:
Alude-se, nessa linha, à qualificação técnica real. Significa que a
qualificação técnica a ser investigada é não apenas aquela teórica,
mas também a efetiva, concreta, prática. É a titularidade de condições
práticas e reais de execução do contrato. Em vez de exame apenas
teórico do exercício da atividade, as exigências se voltam para a
efetiva condição prática de desempenhar satisfatoriamente o objeto
licitado.
Merece destacar ainda que os atestados de capacidade técnica devem
atender as disposições editalícias, pois a Administração não pode
descumprir as normas e condições do Edital, ao qual se encontra
estritamente vinculada, conforme dispõe o art. 41 da Lei nº 8.666/93.
Os atestados de capacidade técnica apresentados pela Recorrente não
se permite concluir que a mesma prestou serviços ou é capaz de
cumprir os serviços conforme exigido no Edital.
Para Marçal Justen Filho, o Edital é o fundamento de validade dos
atos praticados no curso da licitação. Os atos administrativos
praticados em desconformidade com o edital são considerados
inválidos, vejamos:
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O instrumento convocatório cristaliza a competência discricionária
da Administração, que se vincula a seus termos. Conjugando a regra
do art. 41 com aquela do art. 4º, pode-se afirmar a estrita vinculação
da Administração ao edital, seja quanto a regras de fundo quanto
àquelas de procedimento. Sob um certo ângulo, o edital é o
fundamento de validade dos atos praticados no curso da licitação, na
acepção de que a desconformidade entre o edital e os atos
administrativos praticados no curso da licitação se resolve pela
invalidade destes últimos. (JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à
Lei de licitações e contratos administrativos. 14 ed. Dialética, São
Paulo: 2010. p. 567.)
A Administração não pode ignorar as regras do Edital, conforme se
extrai do entendimento do Superior Tribunal de Justiça:
Consoante dispõe o art. 41 da Lei 8.666/93, a Administração
encontra-se estritamente vinculada ao edital de licitação, não
podendo descumprir as normas e condições dele constantes. É o
instrumento convocatório que dá validade aos atos administrativos
praticados no curso da licitação, de modo que o descumprimento às
suas regras deverá ser reprimido. Não pode a Administração ignorar
tais regras sob o argumento de que seriam viciadas ou inadequadas.
Caso assim entenda, deverá refazer o edital, com o reinício do
procedimento licitatório, jamais ignorá-las. (MS nº 13.005/DF, 1ª S.,
rela. Min. Denise Arruda, j. em 10.10.2007, DJe de 17.11.2008).
Nesse sentido o Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul denegou a
segurança a uma empresa licitante sob o fundamento de que o
atestado de capacidade técnica deixou de atender as condições
editalícias:
E M E N T A – MANDADO DE SEGURANÇA – LICITAÇÃO –
INABILITAÇÃO DE EMPRESA LICITANTE – AUSÊNCIA DE
DEMONSTRAÇÃO DE CAPACIDADE TÉCNICA CONFORME
DISPOSIÇÕES EDITALÍCIAS – INEXISTÊNCIA DE ILEGALIDADE
DO ATO DE DESCLASSIFICAÇÃO E DE OFENSA A DIREITO
LÍQUIDO E CERTO – SEGURANÇA DENEGADA. (TJ-MS -
Mandado de Segurança: MS 29812 MS 2008.029812-8)
Como se sabe, a Administração tem o dever de verificar a aptidão do
concorrente para garantir o cumprimento das obrigações objeto do
contrato, sendo analisados, principalmente, os seguintes aspectos:
regularidade jurídica e fiscal do licitante, qualificação técnica e
qualificação econômico-financeira.
A Empresa Recorrente, para atender ao edital, apresentou inúmeros
atestados visando comprovar a capacidade técnica para a prestação
dos serviços objeto da licitação. Todavia, tais documentos não foram
considerados suficientes para garantir a capacidade técnica exigida
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no Edital nº 009/2014, conforme exposto na Nota Técnica nº 64/2014.
É notório que o conjunto probatório dos autos demonstra que foram
utilizados critérios objetivos para aferição da capacidade técnica das
empresas licitantes, previstos de forma clara e objetiva no edital, não
tendo a Recorrente demonstrado, através dos atestados juntados no
processo licitatório, o preenchimento integral dos critérios editalícios,
portanto não há que se falar em ilegalidade no ato de sua inabilitação
do certame.
No azo, torna-se imprescindível dar ênfase aos postulados da
vinculação ao instrumento convocatório e julgamento objetivo, os
quais constituem “garantias formais dos particulares em relação à
Administração Pública, fazendo com que o certame do início ao fim se
deite sob critérios claros e impessoais” (NIEBUHR, Joel de Menezes,
Pregão presencial e eletrônico, 6ª Ed. rev. e amp. Belo Horizonte:
Fórum, 2011, p. 289).
Vale ressaltar que o objeto da presente licitação trata-se de serviço
continuado com disponibilidade de mão de obra, que possui
características específicas, ou seja, Pregão nº 009/2014, estipula os
requisitos básicos do profissional Técnico em Secretariado, Secretária
Executiva e Secretária Executiva Bilíngüe, como também sua
classificação junto à Código Brasileiro de Ocupações (CBO) em
respeito ao art. 7º, § 3º, da Instrução Normativa do MPOG nº 02/2008
e suas alterações.
Além de não ter comprovado que executou contrato com os
quantitativos mínimos em 50% do que foi exigido no edital, a
Dinâmica também não obteve êxito ao comprovar que está realizando
serviços há pelo menos três anos nesta atividade, conforme fora
exigido no item 12.2 do termo de referência:
12.2 – Apresentação de atestado comprovando que a licitante tenha
executado serviços de terceirização compatíveis em quantidade com o
objeto licitado por período não inferior a 03 (três) anos, conforme
Acórdão nº 1214/2013 do TCU.
A exigência de experiência mínima de três anos foi instituída pelo
Acórdão 1214/2013 TCU, bem como pela IN MPOG 06/13 que
alterou a IN 02/08:
§ 5º - Na contratação de serviços continuados, a Administração
Pública poderá exigir do licitante:
I - comprovação de que tenha executado serviços de terceirização
compatíveis em quantidade com o objeto licitado por período não
inferior a 3 (três) anos; e
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Portanto, os atestados de capacidade técnica apresentados pela
Recorrente não guardam compatibilidade com as regras do Edital nº
009/2014 do Ministério da Justiça.
III.4 – Breves ponderações acerca do procedimento licitatório
31. Antes de adentrar na análise das razões de recurso propriamente ditas, convém
evidenciar determinados apontamentos essenciais ao caso em comento.
32. O Ministério da Justiça, executor das apropriadas e modernas práticas disseminadas no
âmbito das licitações do setor público, sempre adotou e vem adotando na confecção de suas
disposições editalícias além das legislações afetas à matéria, os entendimentos dos órgãos de
controle, visando obter êxito nas contratações pretendidas. Nesse contexto, são levadas a cabo
às recomendações emitidas pela Consultoria Jurídica desta Pasta, pela Controladoria Geral da
União e pelo Tribunal de Contas da União, dentre outros.
33. Especialmente em relação à aplicação da jurisprudência da Corte de Contas,
fiscalizadora e controladora dos gastos públicos da União, transcrevemos o teor da Súmula
222:
“As decisões do Tribunal de Contas da União, relativas à aplicação
de normas gerais de licitação, sobre as quais cabe privativamente a
União legislar, devem ser acatadas pelos administradores dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.” (grifo nosso).
34. Seguindo essa linha e, na busca pela contratação mais vantajosa e pela melhora
substancial na qualidade da prestação de serviços para a Administração, este Ministério,
quando da elaboração da minuta de edital para a contratação em tela, agregou ao seu conteúdo
as recomendações e orientações contidas no Acordão nº 1214/2013 – TCU - Plenário,
orientações essas, também seguidas pela Douta Consultoria Jurídica da Casa, conforme
Parecer nº 097/2014/CGLEG/CONJUR/MJ, fls. 671/771.
35. Adotando o mesmo posicionamento, segue trecho do Parecer nº
73/2013/DECOR/CGU/AGU proferido no bojo do Processo Administrativo nº
00405.002695/2013-34 pelo Departamento de Coordenação e Orientação de Órgãos Jurídicos
da CGU/AGU:
À conta de todo o exposto, arremato sintetizando logo abaixo as
principais conclusões atingidas neste opinativo:
(...)
e) buscando elidir a condenação da União, suas autarquias e
fundações públicas, as unidades consultivas da AGU deverão:
e.1) orientar seus assessores de forma clara e expressa a observar
rigorosamente a IN SLTI/MP nº 2/2008 e as determinações oriundas
do eg. TCU constantes do Acórdão nº 1214/2013 – TCU – Plenário,
seja na elaboração do edital para a contratação da empresa
fornecedora de mão-de-obra terceirizada e do contrato a ser firmado
com a vencedora do certame (...). (grifo nosso).
36. Ainda nesse cenário, pertinente trazer à baila a transcrição de parte das justificativas
que embasaram a elaboração do citado Acórdão:
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“Constatou-se que, nos últimos anos, passaram a ocorrer com maior
frequência problemas na execução desse tipo de contrato, com
interrupções na prestação dos serviços, ausência de pagamento aos
funcionários de salários e outras verbas trabalhistas, trazendo
prejuízos à administração e aos trabalhadores” (grifo nosso);
“Dentre vários pontos, tratou-se do risco de contratação de empresas
sem a devida capacidade econômico-financeira para honrar os
compromissos pertinentes à prestação de serviços terceirizados,
relacionando o fato à questão dos índices que deveriam ser
apresentados por tais empresas no momento da licitação” (grifo
nosso);
“Apesar de a terceirização de serviços continuados ter trazido
significativos ganhos na gestão pública, com redução de custos e
aumento da eficiência na realização desses serviços, verificou-se que
nos últimos anos esses ganhos começaram a ter expressiva redução
em razão de problemas atinentes ao cumprimento irregular dos
contratos. Tais problemas têm reflexos diretos para a Administração,
devido às interrupções na prestação dos serviços, e para os
trabalhadores, os quais são prejudicados por não receberem seus
salários e demais verbas trabalhistas. Além disso, a Administração
também pode ser prejudicada de forma indireta, já que essas
irregularidades podem impactar as finanças públicas em
decorrência da responsabilização subsidiária pelas verbas
trabalhistas não pagas pelas contratadas, conforme enunciado 331 do
TST.” (grifo nosso).
37. Oportuno ressaltar que a produção dos estudos que resultou no Acordão nº 1214/2013
foi realizada com a participação de representantes de diversos órgãos governamentais (MP,
AGU, TCU, MPS, MF, TC-SP, MPF), com expertises e conhecimentos específicos que se
complementaram em prol de um objetivo comum.
38. Observa-se, portanto, com a devida clareza que se tratam de orientações de suma
relevância para toda a Administração Pública na medida em que visam propiciar
melhorias importantes nos procedimentos referentes à licitação, à gestão e à execução
dos contratos de natureza contínua, buscando diminuir sobremaneira os prejuízos
causados para a administração e para os trabalhadores, além de potenciais danos
financeiros ao erário.
39. Acrescenta-se, ainda, que o fato de a Instrução Normativa nº 06/2013 que alterou a
Instrução Normativa nº 02/2008, entrar em vigor apenas no prazo de 60 (sessenta) dias,
contados da sua publicação, não impede que esta Pasta utilize-se da jurisprudência do
Tribunal de Contas, pelos fatos já discorridos anteriormente e, considerando, especialmente o
teor da Súmula nº 222.
40. Superada essa etapa, avultamos o princípio da vinculação ao instrumento
convocatório, senão vejamos:
41. O princípio da vinculação instrumento convocatório está consagrado pelo art. 41,
caput, da Lei 8.666/93, que dispõe in verbis: “A Administração não pode descumprir as
normas e condições do edital ao qual se acha estritamente vinculada”.
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42. O edital, neste caso, torna-se lei entre as partes. E em sendo lei, o Edital com os
seus termos atrelam tanto à Administração, que estará estritamente subordinada aos
seus próprios atos, quanto às licitantes, sabedoras do inteiro teor do certame.
43. Assim, os licitantes e o Poder Público estão adstritos tanto ao Edital quanto ao
procedimento, à documentação, às propostas, ao julgamento e ao contrato. É o que prevê o
artigo 43, V, da Lei de Licitações, que exige que o julgamento e a classificação das propostas
se façam de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital. É pacífica na doutrina
e na jurisprudência a lição que o edital faz lei entre as partes.
44. A mestra Maria Sylvia Zanella Di Pietro nos ensina sobre o tema:
“Quando a Administração estabelece, no edital, ou na carta-convite,
as condições para participar da licitação e as cláusulas essenciais do
futuro contrato, os interessados apresentarão suas propostas com
base nesses elementos; ora se for aceita proposta ou celebrado
contrato com desrespeito às condições previamente estabelecidas,
burlados estarão os princípios da licitação, em especial do da
igualdade entre os licitantes, pois aquele que prendeu os termos do
edital poderá ser prejudicado pela melhor proposta apresentada por
outro licitante que os desrespeitou. Também estariam descumpridos
os princípios da publicidade, da livre competição e do julgamento
objetivo com base em critérios fixados no edital.”
45. Na percepção de Diógenes Gasparini, "submete tanto a Administração Pública
licitante como os interessados na licitação, os proponentes, à rigorosa observância dos
termos e condições do edital".
III.5 - Análise da aceitação da Recorrida
46. Na fase de aceitação das propostas, por ocasião da análise da documentação de
qualificação técnica, foram solicitadas pela área demandante a realização de diligências junto
à recorrida para fins de complementação das informações constantes no atestado de
capacidade técnica apresentado, de modo a tornar ainda mais clara e robusta a análise
empreendida quanto à compatibilidade e totalidade dos serviços atestados e o objeto da
presente licitação. Na ocasião, em resposta às diligências empreendidas, foram enviados os
documentos, a seguir: planilha de formação de preços (fls. 3516/3532) e contratos de
prestações de serviços (fls. 3539/3540).
49. A partir das documentações encaminhadas, a área demandante empreendeu análise
detida, entendendo que o atestado de capacidade técnica em referência atendia em sua
integralidade as exigências editalícias relativas à qualificação técnica, nos termos constantes
na Nota Técnica n°71/2014-DISEG/COSEG, fls. fls. 4526/4539.
50. Assim sendo, consoante estabelecido no Instrumento Convocatório subitem 18.4.4 e no
regramento legal da Instrução Normativa nº 06/2013, do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, no art. 19, § 7º também disciplina sobre a questão nos seguintes termos:
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
SECRETARIA EXECUTIVA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA
COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS
Com efeito, o item 18.4.4 estabelece que, in verbis:
18.4.4. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
18.4.4.1 – Para fins de comprovação da capacidade técnica, a
licitante deverá comprovar aptidão para o desempenho de atividades
pertinentes e compatíveis com o objeto deste Termo de Referência, por
meio da apresentação de Atestado(s) de Capacidade Técnica,
fornecido por pessoa jurídica de direito público ou privado,
comprovando que a empresa licitante desempenhou ou desempenha
serviços de apoio administrativo compatíveis com o objeto deste
pregão.
18.4.4.1.1 – O atestado deverá conter a identificação do órgão da
Administração Pública ou empresa emitente, a identificação do
contrato extinto ou vigente de prestação de serviços e a discriminação
dos serviços executados e quantitativos de pessoal empregada;
18.4.4.1.2 – os atestados deverão estar em plena validade quando de
sua apresentação.
18.4.4.1.3 - Com a finalidade de tornar objetivo o julgamento da
documentação de qualificação técnica, considera-se compatível o
atestado que expressamente certifique que a licitante já prestou PELO
MENOS 50% (CINQUENTA POR CENTO) DO OBJETO DESTE
TERMO DE REFERÊNCIA, PARA CADA GRUPO LICITADO. Tal
percentual definido, em relação aos quantitativos demandados nesse
Termo, proporcionará segurança para a Administração Pública na
contratação de fornecedor que já tenha realizado execução similar
junto a outras instituições;
18.4.4.2.5 - Detalhamento dos quantitativos e percentuais:
GRUPO 1 e GRUPO 02- Descrição Quantidade de Postos 50%
(cinquenta por cento)
GRUPO
1
Item Descrição Quantidade
de postos
50%
(cinquenta por cento)
1 Técnico em Secretariado 136 68
2 Secretário-Executivo 102 51
3 Secretário-Executivo Bilíngue 22 11
GRUPO
2 4 Recepcionista 104 52
5 Contínuo 105 53
TOTAL 469 235
47. De posse da documentação encaminhada pela recorrente, a área demandante procedeu
à devida análise. Segue parte do conteúdo do Despacho nº
71/2014DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ:
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SECRETARIA EXECUTIVA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA
COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS
a) HABILITAÇÃO JURÍDICA_ proposta ATENDE;
b). REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA_ proposta ATENDE;
c). QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA_ proposta ATENDE; e
d). QUALIFICAÇÃO TÉCNICA / TÉCNICA OPERACIONAL_ proposta ATENDE:
d.1. ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO:
QTDE
POSTOS 50%
QTDE DE ATESTADOS
APRESENTADOS E ACEITOS JULGAMENTO
136 68
TOTAL DE 146
Atende
Sendo:
MIN PESCA 30
MDIC 26
MIN
AGRICULTURA 90
d.2. ITEM 02 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO:
QTDE
POSTOS 50%
QTDE DE ATESTADOS
APRESENTADOS E ACEITOS JULGAMENTO
102 51
TOTAL DE 136
Atende
Sendo:
MIN PESCA 12
MDIC 87
MIN
AGRICULTURA 37
d.3. ITEM 03 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO BILÍNGUE:
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SECRETARIA EXECUTIVA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA
COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS
QTDE
POSTOS 50%
QTDE DE ATESTADOS
APRESENTADOS E ACEITOS JULGAMENTO
22 11
TOTAL DE 20
Atende
Sendo:
MIN PESCA 12
MDIC 5
MIN
AGRICULTURA 3
48. Desta forma, do julgamento da proposta apresentada pela licitante depreende-se
que: ATENDE a todos os requisitos de habilitação – Habilitação da proposta.
Portanto, a empresa recorrida, foi aceita por atender aos dispositivos
legais na apresentação de sua Planilha de Custos e Formação de
Preços, bem como foi habilitada, por atender aos requisitos de
habilitação.
Nesse sentido, insta destacar que o Tribunal de Contas da União já se
manifestou reiteradamente no sentido de que é razoável exigir como
prova de capacidade técnica a comprovação de um percentual mínimo
de 50% do quantitativo objeto da licitação, vejamos:
“18.3.3 Limitem as exigências de capacidade técnico-operacional aos
mínimos necessários que garantam a qualificação técnica das
empresas para a execução de cada contrato do empreendimento,
devendo abster-se de estabelecer exigências excessivas, que possam
restringir indevidamente a competitividade dos certames, a exemplo
da comprovação de experiência em percentual superior a 50%
(cinqüenta por cento) dos quantitativos a executar (conforme
jurisprudência do TCU, à exemplo dos Acórdãos 1.284/2003-
Plenário; 2.088/2004-Plenário; 2656/2007-Plenário; 608/2008-
Plenário), cumprindo o que prescreve o art. 37 da Constituição
Federal e o art. 3º da Lei 8.666/93;” (Acórdão 2.215/2008 – Plenário)
“ Nesse sentido é a jurisprudência desta corte de contas, podendo ser
citados como exemplo os acórdãos 1.284/2003, 2.088/2004,
2.656/2007 e 2.215/2008, todos de Plenário, havendo neste último
determinação que limita "as exigências de capacidade técnico-
operacional aos mínimos necessários que garantam a qualificação
técnica das empresas para a execução de cada contrato do
empreendimento, devendo [a unidade jurisdicionada] abster-se de
estabelecer exigências excessivas, que possam restringir
indevidamente a competitividade dos certames, a exemplo da
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comprovação de experiência em percentual superior a 50%
(cinquenta por cento) dos quantitativos a executar". (Acórdão
1390/2010 – Plenário)
A Instrução Normativa nº 06/2013, do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, no art. 19, § 7º também disciplina sobre a
questão, in verbis:
§ 7º Na contratação de serviços continuados com mais de 40
(quarenta) postos, o licitante deverá comprovar que tenha executado
contrato(s) com um mínimo de 50% (cinqüenta por cento) do
número de postos de trabalho a serem contratados.
Portanto, exigir que a licitante apresente atestado de capacidade
técnica que comprove o cumprimento de, pelo menos, 50% do
quantitativo descrito no instrumento convocatório é medida que não
esbarra nos parâmetros razoabilidade e ainda se mostra bastante
assertiva frente à busca pela proposta mais vantajosa para a
Administração.
Assim dispõe a Lei 7.377/1985, que regulamenta as atividades de
secretariado:
Art. 2º - Para os efeitos desta lei, é considerado:
I - SECRETÁRIO-EXECUTIVO:
a) o profissional diplomado no Brasil por CURSO SUPERIOR DE
SECRETARIADO, legalmente reconhecido, ou diplomado no exterior
por Curso Superior de Secretariado, cujo diploma seja revalidado na
forma da lei;
b) portador de qualquer diploma de nível superior que, na data de
início da vigência desta lei, houver comprovado, através de
declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos
trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º desta lei;
II - TÉCNICO EM SECRETARIADO:
A) O PROFISSIONAL PORTADOR DE CERTIFICADO DE
CONCLUSÃO DE CURSO DE SECRETARIADO, EM NÍVEL DE 2º
GRAU;
b) o portador de certificado de conclusão do 2º grau que, na data da
vigência desta lei, houver comprovado, através de declarações de
empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis
meses, das atribuições mencionadas no art. 5º desta lei.
O próprio edital é claro ao exigir que os profissionais que vierem a
desempenhar suas funções no âmbito do Ministério da Justiça devem
atender a mencionada legislação, senão vejamos:
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8.1 – TÉCNICO EM SECRETARIADO
8.1.1.6 – Requisitos básicos do profissional responsável pela execução
dos serviços, de acordo com a convenção coletiva de trabalho da
categoria.
A) CURSO TÉCNICO DE SECRETARIADO CONCLUÍDO, OU
AUTORIZAÇÃO SINDICAL JUSTIFICADA;
c) apresentação de CERTIFICADO DE CONCLUSÃO DO CURSO
DE SECRETARIADO, EM NÍVEL DE 2º GRAU, ou do certificado de
conclusão do 2º grau que, na data da vigência da Lei n° 9.261/96,
houver comprovado através de declarações de empregadores, o
exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis meses, das
atribuições mencionadas no art. 5º da mencionada lei;
8.2 – SECRETÁRIO – EXECUTIVO
8.2.1.6 – Requisitos básicos do profissional responsável pela execução
dos serviços, de acordo com a convenção coletiva de trabalho da
categoria.
A) CURSO SUPERIOR DE SECRETARIADO-EXECUTIVO
CONCLUÍDO, ou autorização sindical justificada;
d) é exigido prova de que é diplomado no Brasil por CURSO
SUPERIOR DE SECRETARIADO, legalmente reconhecido, ou
diplomado no exterior por Curso Superior de Secretariado, cujo
diploma seja revalidado na forma da lei, ou de que é portador de
qualquer diploma de nível superior que, na data de início da vigência
da Lei n° 9.261/96, houver comprovado, através de declarações de
empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos trinta e seis
meses, das atribuições mencionadas no art. 4º da mencionada lei;
8.3 – SECRETÁRIO - EXECUTIVO BILINGUE
8.3.1.7 – Requisitos básicos do profissional responsável pela execução
dos serviços, de acordo com a convenção coletiva de trabalho da
categoria.
a) CURSO SUPERIOR DE SECRETARIADO-EXECUTIVO
BILÍNGÜE CONCLUÍDO, ou autorização sindical justificada;
e) é exigido prova de que é diplomado no Brasil por CURSO
SUPERIOR DE SECRETÁRIO-EXECUTIVO BILÍNGÜE, legalmente
reconhecido, ou diplomado no exterior por Curso Superior de
Secretariado, cujo diploma seja revalidado na forma da lei, ou de que
é portador de qualquer diploma de nível superior que na data de
início da vigência da Lei n.° 9.261/96, houver comprovado, através de
declarações de empregadores, o exercício efetivo, durante pelo menos
trinta e seis meses, das atribuições mencionadas no art. 4º da
mencionada lei;
Dessa forma, todos os atestados das licitantes devem comprovar
serviços com as características similares quanto às atividades, além
de comprovar as diplomações, conforme exigências editalícias.
Portanto, somente os postos apresentados em total conformidade
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poderão ser utilizados para fins de verificação do quantitativo
mínimo.
49. Dentre os princípios que regem os procedimentos licitatórios destaca-se a vinculação
ao instrumento convocatório segundo o qual, durante todo o curso de uma licitação, deverá a
Administração ater-se às regras estabelecidas no edital delas não podendo afastar-se. Em
sendo lei interna entre as partes, as regras constantes no edital regulam a atuação não apenas
da administração pública como também dos administrados servindo como instrumento de
garantia e de segurança para ambos.
50. A respeito dessa matéria o Tribunal Regional Federal, 1ª Região, manifestou-se
diversas vezes a respeito do tema, tendo decidido:
“Pelo princípio da vinculação ao instrumento convocatório, à
Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao
qual se acha estritamente vinculada´ (Lei nº 8.666/93, art. 3º, 41 e 43, I). O
edital é a lei da licitação. A despeito do procedimento ter suas regras
traçadas pela própria Administração, não pode esta se furtar ao seu
cumprimento, estando legalmente vinculada à plena observância do
regramento”. (destaquei)
51. O mesmo TRF1, noutra decisão (AC 200232000009391), registrou:
Conjugando a regra do art. 41 com aquela do art. 4º [Lei nº 8.666/93],
pode-se afirmar a estrita vinculação da Administração ao edital, seja
quanto a regras de fundo quanto àquelas de procedimento. (...) O
descumprimento a qualquer regra do edital deverá ser reprimido,
inclusive através dos instrumentos de controle interno da
Administração Pública. Nem mesmo o vício do edital justifica a
pretensão de ignorar a disciplina por ele veiculada. Se a
Administração reputar viciadas ou inadequadas as regras contidas no
edital, não lhe é facultado pura e simplesmente ignorá-las ou alterá-
las (...)"(Justen Filho, Marçal; Comentários à lei de licitações e
contratos administrativos; 8ª ed., São Paulo, Dialética, comentários
ao art. 41, pgs. 417/420). A conduta da Administração na condução
do pleito foi de estrita observância e vinculação ao edital, sendo o
direito prejudicado pertencente a terceiro que não observou as
prescrições editalícias, sendo descabida a pretensão de beneficiar-se
de sua desídia.”
52. Por fim, para além dos tribunais judiciários, trazer à baila a posição do TCU sobre a
matéria aqui discutida. Há centenas de acórdãos que tratam da vinculação ao edital, com
orientação alinhada àquela apresentada neste parecer e que podem ser sintetizadas na
recomendação apresentada pelo tribunal no Acórdão 483/2005:
“Observe com rigor os princípios básicos que norteiam a realização
dos procedimentos licitatórios, especialmente o da vinculação ao
instrumento convocatório e o do julgamento objetivo, previstos nos
artigos 3º, 41, 44 e 45 da Lei nº 8.666/1993”.
53. Em suma, o princípio da vinculação ao instrumento convocatório obriga a
Administração e o licitante a observarem as regras e condições previamente
estabelecidas no edital.
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54. No caso em apreço, no que pertine às cláusulas de qualificação técnica, vislumbra-se a
inexistência de disposições que obstem a aceitação da proposta da recorrida, bem como dos
atestados de capacidade técnica apresentados.
55. Assim sendo, consubstanciado nos princípios da vinculação ao instrumento
convocatório e da legalidade, aos quais todo processo licitatório encontra-se intimamente
adstritos.
56. Noutra via, a despeito das condições previamente estabelecidas no edital, conforme
exposto acima, com esteio no art. 43, §3° da Lei de Licitações que possibilita a realização de
diligências em qualquer fase da licitação, de modo a esclarecer e robustecer ainda mais a
instrução processual, a licitação foi diligenciada por diversas vezes para fins de aferição da
existência de adequações necessárias.
III.5 - Análise do pedido
57. Feitos esses breves comentários, passaremos a análise das alegações impetradas pela
recorrente.
58. Primeiramente, depreende-se que a empresa recorrente deveria ter pleno conhecimento
das regras estabelecidas no Edital e seus anexos, posto à declaração inserida no sistema
Comprasnet, atestando ciência e concordância com as condições do edital e afirmando que
cumpria plenamente os requisitos de habilitação definidos.
59. Ora, se a empresa recorrente tinha o devido conhecimento das condições previstas no
edital, deveria saber que a ele estava vinculado pelo já mencionado princípio da vinculação ao
instrumento convocatório, obrigando-se, portanto, a cumprir todos os regramentos ali
exigidos.
60. Ademais, causa estranheza, sobressalto e alarmante o fato de a empresa recorrente ter
suscitado suas alegações somente na fase recursal do procedimento licitatório, quando na
verdade deveria tê-lo feito no momento oportuno, diga-se via impugnação às exigências
editalícias.
61. Quando da convocação para apresentação da documentação exigida nos itens 11 e 18
do Edital referente aos grupos 01, nos quais a recorrente era a sexta classificada, foram
registradas no sistema Comprasnet em:
Proposta via sistema: 17/06/2014– 10h38min. Arquivo:
http://comprasnet.gov.br/livre/pregao/download_anexo.asp?ipaCod=1985499
62. Feito esse registro, passemos aos fatos.
63. Reza o disposto no item 11 e 18 do Edital:
11.00 – Deverá, ainda, apresentar os seguintes documentos: (grifo nosso)
(...)
11.04 - No preço proposto deverão estar inclusas todas as despesas com
salários, encargos sociais, trabalhistas, seguros, impostos, taxas e
contribuições, transporte, alimentação, despesas administrativas, plano
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de saúde, uniformes, lucros e demais insumos necessários a sua
composição;
11.18 - As propostas deverão conter indicação dos sindicatos, acordos
coletivos, convenções coletivas, sentenças normativas ou leis que regem
cada categoria profissional que executará os serviços e a respectiva data
base e vigência, com base no Código Brasileiro de Ocupações –CBO,
segundo disposto no inc. III do art. 21 da Instrução Normativa
MPOG/SLTI nº 02, de 30/04/2008 e alterações;
18.2 - Para fins de habilitação o licitante deverá cumprir determinação
contida nos artigos 27, 28, 29, 30, 31 e 32 da Lei nº 8.666/1993.
64. Em relação ao item 18 do Edital – DA HABILITAÇÃO, redigimos o disposto nos
subitens.
18.4.1 – HABILITAÇÃO JURÍDICA
18.4.1.1 – Registro Comercial, no caso de empresa individual;
18.4.1.2 – Ato constitutivo, Estatuto ou Contrato Social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e,
no caso de sociedade por ações, acompanhados de documentos que
comprovem a eleição de seus administradores, e suas respectivas
alterações;
18.4.1.3 – Comprovante de inscrição do ato constitutivo, no caso de
sociedades civis, acompanhado de prova da composição da diretoria
em exercício;
18.4.1.4 – Decreto de autorização, em se tratando de empresa ou
sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou
autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente,
quando a atividade assim o exigir.
18.4.2 – REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA
18.4.2.1 – Prova de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas
Jurídicas – CNPJ;
18.4.2.2 – Prova de inscrição no Cadastro de Contribuintes
Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal se houver, relativo à
sede do licitante, pertinentes ao seu ramo de atividade e compatível
com o objeto desta licitação;
18.4.2.3 – Prova de regularidade com o Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço – FGTS (CRF);
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18.4.2.4 – Prova de regularidade com o Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS;
18.4.2.5 – Prova de regularidade com a Fazenda Pública, mediante a
apresentação exclusiva dos seguintes documentos:
18.4.2.5.1 – Certidão Conjunta Negativa de Débitos relativos a
Tributos Federais e à Dívida Ativa da União, expedida pela
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional conjuntamente com a
Secretaria da Receita Federal;
18.4.2.5.2 – Certidão Negativa de Débitos com a Fazenda distrital
(DF) ou estadual, expedida pela Secretaria da Fazenda; e
18.4.2.5.3 – Certidão Negativa de Débitos com a Fazenda
municipal, expedida pela Secretaria da Fazenda.
18.4.2.6 – Certidão Negativa de Débitos Trabalhistas, nos termos
do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei n° 5.452 de 1° de maio de 1943, expedida pelo Tribunal
Superior do Trabalho.
18.4.3 – QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA
18.4.3.1 – Os licitantes deverão apresentar a seguinte documentação
para fins de qualificação econômico-financeira:
18.4.3.1 – Os licitantes deverão apresentar a seguinte documentação
para fins de qualificação econômico-financeira:
18.4.3.1.1 – Balanço Patrimonial e demonstrações contábeis do
último exercício social, que comprovem a boa situação financeira da
empresa, vedada a substituição por balancetes ou balanços
provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando
encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da
proposta;
18.4.3.1.2 – Declaração de contratos firmados com a iniciativa
privada e a Administração Pública, vigentes na data da sessão pública
de abertura do certame, conforme modelo constante no Anexo I – E
do Termo de Referência, em atendimento ao Acórdão nº
1214/2013 – TCU;
18.4.3.1.3 – Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
relativa ao último exercício social, apresentada na forma da lei;
18.4.3.1.4 – Certidão negativa de feitos de falência, recuperação
judicial ou recuperação extrajudicial, expedida pelo distribuidor da
sede do licitante.
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18.4.3.2 – Os documentos exigidos para fins de qualificação
econômico-financeira deverão comprovar o seguinte:
18.4.3.2.1 – A boa situação financeira a que se refere o item 18.4.3.1.1
estará comprovada na hipótese de o licitante dispor de Índices de
Liquidez Geral (LG), Solvência Geral (SG) e Liquidez Corrente
(LC) superiores a 1 (um inteiro) calculado de acordo com as
fórmulas seguintes:
LG = Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
SG = Ativo Total .
Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo
LC = Ativo Circulante .
Passivo Circulante
18.4.3.2.2 – Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro
(Ativo Circulante – Passivo Circulante) de, no mínimo, 16,66%
(dezesseis inteiros e sessenta e seis centésimos por cento) do valor
estimado para a contratação;
18.4.3.2.3 – Patrimônio Líquido igual ou superior a 10% (dez por
cento) do valor estimado para a contratação;
18.4.3.2.4 – Patrimônio Líquido superior a 1/12 (um doze avos) do
valor total dos contratos firmados com a Administração Pública e a
iniciativa privada.
18.4.3.3 – Caso o valor total constante na declaração de que trata a
subcondição 18.4.3.1.2 apresente divergência percentual superior a
10% (dez por cento), para mais ou para menos, em relação à receita
bruta discriminada na Demonstração de Resultado do Exercício
(DRE), a Administração diligenciará o licitante para apresentar as
devidas justificativas.
18.4.3.4 – É vedada a substituição do Balanço Patrimonial e da
Demonstração do Resultado do Exercício por balancetes ou balanços
provisórios.
18.4.3.4.1 – Caso o exercício financeiro anterior ao da licitação esteja
encerrado há mais de 3 (três) meses da data da sessão pública de
abertura do certame, o Balanço Patrimonial e a DRE poderão ser
atualizados por índices oficiais.
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18.4.3.5. Apresentação de certidão negativa de feitos sobre falência,
recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, expedida pelo
distribuidor da sede da licitante.
18.4.4. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA
18.4.4.1 – Para fins de comprovação da capacidade técnica, a licitante
deverá comprovar aptidão para o desempenho de atividades
pertinentes e compatíveis com o objeto deste Termo de Referência, por
meio da apresentação de Atestado(s) de Capacidade Técnica,
fornecido por pessoa jurídica de direito público ou privado,
comprovando que a empresa licitante desempenhou ou desempenha
serviços de apoio administrativo compatíveis com o objeto deste
pregão.
18.4.4.1.1 – O atestado deverá conter a identificação do órgão da
Administração Pública ou empresa emitente, a identificação do
contrato extinto ou vigente de prestação de serviços e a discriminação
dos serviços executados e quantitativos de pessoal empregada;
18.4.4.1.2 – os atestados deverão estar em plena validade quando de
sua apresentação.
18.4.4.1.3 - Com a finalidade de tornar objetivo o julgamento da
documentação de qualificação técnica, considera-se compatível o
atestado que expressamente certifique que a licitante já prestou pelo
menos 50% (cinquenta por cento) do objeto deste Termo de
Referência, para cada grupo licitado. Tal percentual definido, em
relação aos quantitativos demandados nesse Termo, proporcionará
segurança para a Administração Pública na contratação de fornecedor
que já tenha realizado execução similar junto a outras instituições;
18.4.4.2.5 - Detalhamento dos quantitativos e percentuais:
GRUPO
1
Item Descrição Quantidade
de postos
50%
(cinquenta por cento)
1 Técnico em Secretariado 136 68
2 Secretário-Executivo 102 51
3 Secretário-Executivo Bilíngue 22 11
GRUPO
2 4 Recepcionista 104 52
5 Contínuo 105 53
TOTAL 469 235
18.4.4.3 – A empresa deverá apresentar declaração, conforme modelo
constante do Anexo I-C do Termo de Referência - DECLARAÇÃO
DE INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO FAMILIAR, em que assuma o
compromisso sob as penas da lei, que não utilizará, na execução do
contrato, pessoal que seja cônjuge, companheiro ou parente em linha
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reta ou colateral, por consangüinidade ou afinidade, até o terceiro grau,
de agente público que exerce cargo em comissão ou função de
confiança no âmbito do Ministério da Justiça.
18.4.5. QUALIFICAÇÃO TÉCNICO-OPERACIONAL
18.4.5.1 - Para fins de comprovação da capacidade técnico-
operacional, a licitante deverá apresentar no mínimo, Atestado de
Capacidade Técnica fornecido por pessoa jurídica de direito público
ou privado, declarando ter a empresa licitante realizado ou estar
realizando os serviços, compatíveis em características, quantidades e
prazos com o objeto deste Termo de Referência.
18.4.5.2 - Com a finalidade de tornar objetivo o julgamento da
documentação de qualificação técnica, considera-se compatível o
atestado que expressamente certifique que a licitante já prestou pelo
menos 50% (cinquenta por cento) do objeto do Termo de
Referência, para cada grupo licitado. Tal percentual definido, em
relação aos quantitativos demandados nesse Termo, proporcionará
segurança para a Administração Pública na contratação de fornecedor
que já tenha realizado execução similar junto a outras instituições.
18.4.5.3 - O licitante poderá apresentar tantos atestados de aptidão
técnica quantos julgar necessários para comprovar que já forneceu
objeto semelhante ao da licitação, destacando-se a necessidade
desse(s) atestado(s) demonstrar(em) que o interessado forneceu
anteriormente, pelo menos, o quantitativo solicitado no subitem
anterior.
18.4.5.4 - Serão consideradas inabilitadas as propostas das empresas
que deixarem de apresentar a documentação solicitada ou a
apresentarem com vícios em partes essenciais e não atenderem a
quaisquer dos requisitos exigidos para habilitação.
65. De posse da documentação encaminhada pela recorrente, a área demandante procedeu
à devida análise. Segue parte do conteúdo das Notas Técnicas em caráter de DILIGÊNCIA da
DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ (fls. 2873/3359):
Nota Técnica nº 56/2014 - DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ
(...)”
ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO,
a. Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade
- Incidência do Submódulo 4.1 sobre afastamento maternidade: o
percentual não foi aplicado corretamente (35,84%); ajustar;
b. Submódulo 4.4: Provisão para rescisão
- Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado: ajustar o
percentual (0,18%) de acordo com a CCT;
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- Multa do FGTS do aviso prévio indenizado: ajustar o percentual
(0,31%);
c. Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro
- A licitante apresentou percentual para PIS e COFINS divergentes do
prescrito na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de
2012, sendo (0,65%) e (3,0%) respectivamente para os serviços
contratados nesta licitação; a licitante apresentou memória de cálculo
que origina os percentuais apresentados (1,13%) e (5,20%); apresentar
as justificativas/amparos legais para a não utilização desses
percentuais.
ITEM 02 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO
a. Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade
- Incidência do Submódulo 4.1 sobre afastamento maternidade: o
percentual não foi aplicado corretamente (35,84%); ajustar;
b. Submódulo 4.4: Provisão para rescisão
- Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado: ajustar o
percentual (0,18%) de acordo com a CCT;
- Multa do FGTS do aviso prévio indenizado: ajustar o percentual
(0,31%);
c. Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro
- A licitante apresentou percentual para PIS e COFINS divergentes do
prescrito na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de
2012, sendo (0,65%) e (3,0%) respectivamente para os serviços
contratados nesta licitação; a licitante apresentou memória de cálculo
que origina os percentuais apresentados (1,13%) e (5,20%); apresentar
as justificativas/amparos legais para a não utilização desses
percentuais.
ITEM 03 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO BILÍNGUE
a. Submódulo 4.3: Afastamento Maternidade
- Incidência do Submódulo 4.1 sobre afastamento maternidade: o
percentual não foi aplicado corretamente (35,84%); ajustar;
b. Submódulo 4.4: Provisão para rescisão
- Incidência do FGTS sobre aviso prévio indenizado: ajustar o
percentual (0,18%) de acordo com a CCT;
- Multa do FGTS do aviso prévio indenizado: ajustar o percentual
(0,31%);
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c. Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro
- A licitante apresentou percentual para PIS e COFINS divergentes do
prescrito na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de
2012, sendo (0,65%) e (3,0%) respectivamente para os serviços
contratados nesta licitação; a licitante apresentou memória de cálculo
que origina os percentuais apresentados (1,13%) e (5,20%); apresentar
as justificativas/amparos legais para a não utilização desses
percentuais.
Nota Técnica nº 59/2014 - DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ
(...)”
ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO,
a. Módulo 5: Custos indiretos, tributos e lucro
- A licitante apresentou percentual para PIS e COFINS divergentes do
prescrito na Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de
2012, sendo (0,65%) e (3,0%) respectivamente para os serviços
contratados nesta licitação; a licitante apresentou memória de cálculo
que origina os percentuais apresentados (1,13%) e (5,20%);
De posse nas respostas apresentadas houve a solicitação de apoio
técnico da área contábil da Coordenação Geral de Logística, a qual
manifesta por email institucional que:
“Conforme Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro
de 2012 da Receita Federal do Brasil, os órgãos públicos da
administração federal são obrigados a reter os impostos na fonte
(inciso I, art. 2º IN 1234/2012), conforme a tabela do Anexo I da
referida instrução. Cumpre informar que independente da
memória de cálculo que origina os percentuais apresentados pela
licitante a Administração Pública é obrigada a seguir a tabela
abaixo, exceto se o licitante for optante pelo Simples Nacional,
caso em que será isenta de recolhimento de impostos federais.
Art. 2 º Ficam obrigados a efetuar as retenções na fonte do
Imposto sobre a Renda (IR), da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o Financiamento da
Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep
sobre os pagamentos que efetuarem às pessoas jurídicas, pelo
fornecimento de bens ou prestação de serviços em geral, inclusive
obras, os seguintes órgãos e entidades da administração pública
federal: I - os órgãos da administração pública federal direta;”
(GOEFIN/CGL)
Nota Técnica nº 61/2014 - DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ
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(...)”
A Planilha apresentada pela licitante atende a IN 02/2008 e alterações,
sendo que no Submódulo 4.2 o Adicional de Férias não consta, sendo
encontrado no Submódulo 4.5 junto a Férias e Terço constitucional de
férias. Tal disposição não impacta nos valores finais da planilha em
que pese divergir da disposição equivocada do Anexo I-A ao Edital,
fls. 135-140, haja vista que os percentuais foram adequadamente
utilizados conforme memória de cálculo anexa a este expediente.
Como reforço ao entendimento quanto aos percentuais cotados para
PIS e COFINS buscou-se junto à licitante a justificativa para sua
apresentação, a qual manifestou que por tributar o Imposto de Renda
de Pessoa Jurídica – IRPJ com base no lucro real estaria seria
contribuinte do PIS e COFINS não-cumulativos, conforme versam a
Lei nº 10.637/02, Lei nº 10.833/03 e IN SRF nº 247/2002.
Apresentou ainda que na apresentação de seus percentuais foram
descontados os créditos calculados em cada operação, conforme
apresentado em memória de cálculo para PIS e COFINS.
Compreende-se que a licitante atende aos dispositivos legais na
apresentação de sua Planilha de Custos e Formação de Preços,
entretanto, haja vista o critério de tributação ser diferenciado, sugere-
se apreciação da área técnica contábil para validação formal do
entendimento por ter restado manifestação divergente pela área à
qual foi solicitado o suporte.
No ínterim, após dilação da área contábil, a licitante deve apresentar a
memória de cálculo utilizada na aplicação da planilha demonstrando
como chegou aos valores encontrados para PIS (R$ 42,24) e COFINS
(R$ 194,20) – como exemplo do ITEM 01 (qual o coeficiente utilizado
e sobre qual composição: subtotal de mão-de-obra + lucro + custos
indiretos). Explicitar para corroboração dos valores com a memória de
cálculo utilizada na apreciação por esta área.
Em relação às condições de habilitação, foram verificados os
Atestados de capacidade técnica, cabendo as seguintes manifestações:
Atestados: a licitante deve apresentar os Contratos e Editais que
firmaram os serviços prestados a fim de que possam ser verificadas a
escolaridade exigidas para os postos, as atividades desempenhadas e a
classificação da CBO:
- Tribunal de Justiça-CE: Supervisor Administrativo - 15, Oficiais de
Administração - 05, Técnicos em Administração – 46 e Analistas
Administrativos – 44; e
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- Secretaria de Educação-CE: Auxiliares de serviços gerais – 91,
Serviços burocráticos - 64 e Operadores de Microcomputador – 07.
b. A licitante apresentou o Balanço Patrimonial e DRE de 2012.
Justificar a não apresentação do Balanço referente ao Exercício de
2013.
Nota Técnica nº 64/2014 - DISEG/COSEG/CGL/SPOA/SE/MJ
Após estudos realizados para o saneamento da questão à luz do
entendimento da Corte de Contas da União, chegou-se ao
entendimento que o regime de tributação da licitante deve ser o que
retrata sua condição junto à Secretaria da Receita Federal, ou seja,
quando da apresentação das Planilhas de Custo e Formação de Preços
os percentuais de PIS e COFINS devem ser apresentados de acordo
com seu enquadramento legal.
Dos estudos observou-se que os Acórdãos a seguir corroboram a
necessidade de apresentação pela licitante dos seus reais percentuais
de tributos, como se percebe:
“Abstenha-se de fixar em editais de licitação as alíquotas do
Pis/Finsocial, Cofins e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica,
tendo em vista que as bases de cálculo e alíquotas podem ser
alteradas de acordo com o regime de incidência e tipo de
tributação. Atente para que os percentuais de Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido, CPMF e ISS devem ser fixados
em montantes compatíveis com a legislação tributária em vigor
na época do lançamento do edital.
Não exija dos licitantes a apresentação de certidão negativa de
débito salarial e certidão negativa de infrações trabalhistas,
pois tais documentos não estão listados entre aqueles que
podem constar na habilitação de licitações, conforme arts. 27
a 33 da Lei nº 8.666/1993.
Acórdão 697/2006 Plenário
Aqui, abro parênteses para destacar um ponto que julgo
relevante, não obstante não ter sido abordado como ressalva
ao certame em análise. Com relação aos tributos aludidos em
específico nestes autos, quais sejam, o PIS e a COFINS,
lembro que, ante as disposições inseridas nas Leis nºs
10.637/2002 e 10.833/2003, respectivamente, eles passaram a
ter regime de incidência não-cumulativa, com previsão de
descontos de créditos apurados com base em custos, despesas
e encargos da pessoa jurídica. Isso significa que a alíquota
efetiva a ser devida pelas empresas ao fisco pode ser bem
inferior à alíquota nominal prevista, no caso, 1,65% para o
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PIS e 7,60% para a COFINS, dependendo da sua estrutura
operacional e do objeto contratado. Ressalte-se que tais
parâmetros envolvem as empresas que apuram o Imposto de
Renda de Pessoa Jurídica com base no Lucro Real.
...
Nesse sentido, a inclusão de alíquotas aparentemente
diferentes das previstas em lei para o PIS e para a COFINS,
para o caso de empresas tributadas pelo Lucro Real, pode não
significar a inobservância de lei, e sim, pelo contrário, o exato
cumprimento dos seus ditames, na medida em que a empresa,
em cumprimento às disposições legais que prevêem descontos
a incidir sobre o valor do imposto apurado, resolve inserir na
sua planilha de custo as alíquotas efetivas a serem por ela
pagas.
Assim, lembro que a administração pública deve ficar sempre
atenta a essas peculiaridades tributárias, pois poderá, em
determinados casos, pagar por custos não efetivos das
contratadas, devendo exigir que as alíquotas tributárias
dispostas correspondam, o mais próximo possível, ao quantum
devido.
A exigência, indiscriminada, em todas as licitações da
administração pública, de apresentação de percentuais
nominais nas planilhas de custos relativamente a esses tributos
pode resultar em contratações com preços superiores ao que
seria pertinente.
Acórdão 1619/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator)
Não fixe as alíquotas do Programa de Integração Social - PIS,
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social -
Cofins, Imposto de Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ e
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, tendo em
vista que as bases de cálculo e alíquotas podem ser alteradas
de acordo com o regime de incidência e tipo de tributação.
Acórdão 597/2007 Plenário
Não menos importante, a área contábil desse Órgão ratificou o
posicionamento inicial desta área mediante a Nota Técnica nº
01/2014-CCONT/DIPROG/SPOA/SE/MJ, 27 de junho de 2014,
conforme cópia anexa a este.
Por ter a licitante trazido à baila a justificativa, a qual manifestou que
por tributar o Imposto de Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ com base
no lucro real estaria seria contribuinte do PIS e COFINS não-
cumulativos, conforme versam a Lei nº 10.637/02, Lei nº 10.833/03 e
IN SRF nº 247/2002, o que se depreende cabível no caso, sendo de
parecer favorável à aceitação da proposta. (Memória de cálculo
conforme Anexo 01 contendo 10 folhas).
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Por fim, aceitos os percentuais apresentados a licitante para o PIS e a
COFINS, nos seguintes termos: PIS=1,13% - Apuração do
Coeficiente: COFINS(5,20%)
+ PIS(1,13%) + ISS(5%)/100-1 = Coeficiente(0,8867)
{Subtotal Anexo-III B (3.197,12) + Custos Indiretos (66,44) + Lucro
(50,26) = (3.313,83) / Coeficiente(0,8867) x Alíquota(1,13%) = Valor
Mensal(R$ 42,23)} (por exemplo para o Item 01; aplicado
corretamente para os demais tributos e demais itens consoante a
orientação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão -
MPOG: “O valor referente a tributos é obtido aplicando-se o
percentual sobre o valor do faturamento.” - Anexo III-A da IN
02/2008-SLTI/MPOG e alterações. Vide orientações complementares
“http://comprasgovernamentais.gov.br/arquivos/caderno/2014-04-16-
caderno-de-logistica-servicos-de-transporte-2014-em-
atualizacao.pdf” fls. 163-164. Tal procedimento foi utilizado para a
aplicação de todos os tributos apresentados na planilha – PIS,
COFINS, ISS.
66. Da decisão da DISEG/COSEG:
De acordo com a documentação apresentada em relação às condições de habilitação da
licitante RECORRENTE, foram verificadas as condições:
a. HABILITAÇÃO JURÍDICA_ proposta ATENDE;
b. REGULARIDADE FISCAL E TRABALHISTA_ proposta ATENDE;
c. QUALIFICAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA_ A licitante apresentou o
Balanço Patrimonial e DRE de 2012, estando de acordo com o seu enquadramento tributário.
Proposta ATENDE; (Memória de cálculo conforme Anexo 01 contendo 10 folhas)
d. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA_ Atestados: a licitante NÃO ATENDEU as
condições exigidas para o Item 01 TÉCNICO EM SECRETARIADO (Memória de cálculo
conforme Anexo 01 contendo 10 folhas):
d.1. ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO:
QTDE
POSTOS
50% QTDE DE ATESTADOS
APRESENTADOS
JULGAMENT
O
TOTAL DE 22
136 68 Sendo: Não atende
ANP 6
ANP* 16
*. Utilizado o atestado apresentado para Secretária Executiva – 16 – ANP - por compreender
que a similaridade está configurada pelas atribuições e pelo nível de escolaridade com
formação profissionalizante.
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d.2. ITEM 02 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO:
QTDE
POSTOS
50% QTDE DE ATESTADOS
APRESENTADOS
JULGAMENT
O
TOTAL DE 51
102 51 Sendo: Atende
PALMARES 6
H SÃO LUCAS 6
ANP 11
EMGEA 8
APEX* 7
APEX 3
PREFEITURA DE
FORTALEZA
10
*. Utilizado o atestado apresentado para Secretária Bilíngue - APEX - por compreender que a
similaridade está configurada pelas atribuições e pelo nível de escolaridade com formação
profissionalizante.
d.3. ITEM 03 – SECRETÁRIO-EXECUTIVO BILÍNGUE:
QTDE
POSTOS
50% QTDE DE ATESTADOS
APRESENTADOS
JULGAMENT
O
TOTAL DE 11
22 11 Sendo: Atende
APEX 11
d.4. Atestados diligenciados/análise:
- Tribunal de Justiça-CE: Supervisor Administrativo - 15, Oficiais de
Administração – 05 - NÃO ATENDE, haja vista que os postos apresentados não possuem as
características similares quanto às atividades;
- Tribunal de Justiça-CE: Técnicos em Administração – 46 e Analistas
Administrativos – 44; - NÃO ATENDE, haja vista que os postos apresentados não
possuem as características similares quanto às atividades; e em que pese comprovar a
escolaridade de Ensino Médio, não restou comprovado diplomação em Curso Técnico; e
- Secretaria de Educação-CE: Auxiliares de serviços gerais – 91, Serviços
burocráticos - 64 e Operadores de Microcomputador – 07 – NÃO ATENDE, haja vista que os
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postos apresentados não possuem as características similares quanto às atividades; e em que
pese comprovar a escolaridade de Ensino Médio, não restou comprovado diplomação em
Curso Técnico.
d.5. Importante ressaltar neste ponto que à luz da redação editalícia a
similaridade configurada para fins de atestados, de modo objetivo devem não apenas atender
às atribuições dos postos que se pleiteia contratar, mas também pela similaridade do grau de
escolaridade – seja nível superior, seja nível médio/curso técnico profissionalizante –
conforme Subitem 15.1.1.6, alíneas a) e a.1), fl. 20; Subitem 15.2.1.6, alínea a), fl. 25;
Subitem 15.3.1.7, alínea a), fl. 30 do Edital.
d.6. Do exposto entende-se que esta licitação tem por bojo a escolha de
proposta mais vantajosa, a fim de firmar contrato com empresa que tenha prestado serviços
similares, não se confundindo com contratar empresa que possua condições de gerenciar
recurso humano na prestação de serviços; o que é claro da leitura dos Subitens acima
elencados, o que direciona a apreciação dos quantitativos dos atestados consoante o critério
utilizado de acordo com a tabela disposta no Subitem 18.4.4.2.5.
d.7. De acordo com a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional – e regulamento contido no Decreto 5154/2004 -
regulamenta o § 2º do art. 36 e os arts. 39 a 41 da Lei nº 9.394/1996, percebe-se notável a
especificidade ofertada pelas instituições de ensino nos cursos de educação profissional
técnicos de nível médio, proporcionando qualificação para o trabalho, a qual não e confunde
com a formação do ensino médio, corroborando o entendimento aplicado na apreciação dos
atestados a fim de se verificar a compatibilidade dos serviços prestados, como se percebe:
“Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional
técnica de nível médio, quando registrados, terão validade
nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação
superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional
técnica de nível médio, nas formas articulada
concomitante e subseqüente, quando estruturados e
organizados em etapas com terminalidade,
possibilitarão a obtenção de certificados de
qualificação para o trabalho após a conclusão, com
aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma
qualificação para o trabalho. (Incluído pela Lei nº
11.741, de 2008)"
Lei nº 9.394/1996
“Art. 1o A educação profissional, prevista no art. 39 da
Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional), observadas
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as diretrizes curriculares nacionais definidas pelo
Conselho Nacional de Educação, será desenvolvida por
meio de cursos e programas de:
I - qualificação profissional, inclusive formação
inicial e continuada de trabalhadores; (Redação
dada pelo Decreto nº 8.268, de 2014)
II - educação profissional técnica de nível médio; e
III - educação profissional tecnológica de
graduação e de pós-graduação.
§ 1º Os cursos e programas da educação profissional de
que tratam os incisos I e II do caput serão organizados
por regulamentação do Ministério da Educação em
trajetórias de formação que favoreçam a continuidade
da formação. (Incluído pelo Decreto nº 8.268, de
2014) § 2º Para os fins do disposto neste Decreto,
consideram-se itinerários formativos ou trajetórias de
formação as unidades curriculares de cursos e
programas da educação profissional, em uma
determinada área, que possibilitem o aproveitamento
contínuo e articulado dos estudos. (Incluído pelo
Decreto nº 8.268, de 2014)
§ 3º Será permitida a proposição de projetos de cursos
experimentais com carga horária diferenciada para os
cursos e programas organizados na forma prevista no §
1º, conforme os parâmetros definidos em ato do Ministro
de Estado da Educação. (Incluído pelo Decreto nº
8.268, de 2014)
Art. 2º A educação profissional observará as seguintes
premissas: I - organização, por áreas profissionais,
em função da estrutura sócio-ocupacional e tecnológica;
II - articulação de esforços das áreas da educação, do
trabalho e emprego, e da ciência e tecnologia;
(Redação dada pelo Decreto nº 8.268, de 2014)
III - a centralidade do trabalho como princípio
educativo; e (Incluído pelo Decreto nº 8.268, de
2014)
IV - a indissociabilidade entre teoria e prática.
(Incluído pelo Decreto nº 8.268, de 2014)
Art. 3º Os cursos e programas de formação inicial e
continuada de trabalhadores, referidos no inciso I do
art. 1o, incluídos a capacitação, o aperfeiçoamento, a
especialização e a atualização, em todos os níveis de
escolaridade, poderão ser ofertados segundo itinerários
formativos, objetivando o desenvolvimento de aptidões
para a vida produtiva e social.
§ 1º Quando organizados na forma prevista no § 1º do
art. 1º, os cursos mencionados no caput terão carga
horária mínima de cento e sessenta horas para a
formação inicial, sem prejuízo de etapas posteriores de
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formação continuada, inclusive para os fins da Lei nº
12.513, de 26 de outubro de 2011. (Redação dada
pelo Decreto nº 8.268, de 2014)
§ 2o Os cursos mencionados no caput articular-se-ão,
preferencialmente, com os cursos de educação de jovens
e adultos, objetivando a qualificação para o trabalho e
a elevação do nível de escolaridade do trabalhador, o
qual, após a conclusão com aproveitamento dos
referidos cursos, fará jus a certificados de formação
inicial ou continuada para o trabalho.
…
Art. 6o Os cursos e programas de educação
profissional técnica de nível médio e os cursos de
educação profissional tecnológica de graduação, quando
estruturados e organizados em etapas com
terminalidade, incluirão saídas intermediárias, que
possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação
para o trabalho após sua conclusão com
aproveitamento.
§ 1o Para fins do disposto no caput considera-se etapa
com terminalidade a conclusão intermediária de cursos
de educação profissional técnica de nível médio ou de
cursos de educação profissional tecnológica de
graduação que caracterize uma qualificação para o
trabalho, claramente definida e com identidade
própria.” Decreto 5154/2004
67. Desta forma, do julgamento da proposta apresentada pela licitante depreende-se
que: NÃO ATENDE aos requisitos de habilitação quanto à QUALIFICAÇÃO TÉCNICA –
inabilitação da proposta.
68. Em complementação à Nota Técnica e, confrontando as alegações apresentadas pela
empresa recorrente, tecemos as seguintes ponderações:
a.1) Não foi apresentado nenhum atestado de capacidade técnica, nos moldes exigidos
no Edital. O atestado de capacidade técnica, comprovando que a empresa licitante
desempenhou ou desempenha serviços ITEM 01 – TÉCNICO EM SECRETARIADO:
compatíveis com o objeto deste pregão (15.1.1.1 do Edital).
O atestado apresentado – Tribunal de Justiça/CE - constava a
menção ao posto “Técnico em Administração” o que obrigou a
cautelosa diligência junto ao Edital que originou o atestado,
sendo deparado que a nomenclatura do mesmo modo divergia.
Buscou-se ainda a verificação as atividades, mas principalmente
das condições de exigências de escolaridade para os cargos, sendo
que os serviços apresentados não contemplavam a diplomação
que configuraria a similaridade prescrita no edital – qual seja a
de Curso Técnico em Secretariado.
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a.2) Importante ressaltar neste ponto que à luz da redação editalícia a similaridade
configurada para fins de atestados, de modo objetivo devem não apenas atender às atribuições
dos postos que se pleiteia contratar, mas também pela similaridade do grau de escolaridade –
seja nível superior, seja nível médio/curso técnico profissionalizante – conforme Subitem
15.1.1.6, alíneas a) e a.1), fl. 20; Subitem 15.2.1.6, alínea a), fl. 25; Subitem 15.3.1.7, alínea
a), fl. 30 do Edital.
69. De acordo com o art. 30, inciso II, e § 1º, da Lei nº 8.666/93, a comprovação de
aptidão para o desempenho de atividade pertinente e compatível em características,
quantidades e prazos, com o objeto da licitação, deve ser verificada por meio de atestados
técnicos, registrados nas entidades profissionais competentes, fornecidos por pessoas jurídicas
de direito público ou privado.
70. A qualificação técnica exigida dos licitantes consiste, segundo as palavras de Marçal
Justen Filho, no “domínio de conhecimentos e habilidades teóricas e práticas para a execução
do objeto a ser contratado”. Logo, o conteúdo dos atestados de capacidade técnica deve ser
suficiente para garantir à Administração que o contratado terá aptidão para executar o objeto
pretendido.
71. Ainda citando o nobre jurista, apelamos às palavras apresentadas nas contrarrazões da
recorrida:
Marçal Justen Filho1 bem explana esta diferenciação, confira-se:
“Utiliza-se a expressão „capacidade técnica operacional para indicar essa modalidade de
experiência, relacionada com a ideia de empresa. Não se trata de haver executado
individualmente uma certa atividade, produzida pela atuação pessoal de um único
sujeito. Indica-se a execução de um objeto que pressupôs a conjugação de diferentes fatores
econômicos e de uma pluralidade (maior ou menor) de pessoas físicas (e, mesmo, jurídicas).
[...] Portanto, não se tratou de experiência pessoal, individual, profissional. Exigiu-se do
sujeito a habilidade de agrupar pessoas, bens e recursos, imprimindo a esse conjunto a
organização necessária ao desempenho satisfatório.[...]
A qualificação técnica operacional consiste em qualidade pertinente às empresas que
participam da licitação. Envolve a comprovação de que a empresa, como unidade
jurídica e econômica, participara anteriormente do contrato cujo objeto era similar ao
previsto para a contratação almejada pela Administração Pública.
72. Pelos relatos apresentados, é fato que a empresa recorrente não comprovou a sua
capacidade técnica, haja vista que a certidão de acervo técnico de pessoa física não supre
de forma alguma o atestado exigido no item 18.4.4.1.1 do Edital. É público e notório que
seria uma irresponsabilidade tamanha acolhermos na fase de habilitação um atestado de
capacidade técnica com grau de escolaridade distinta da exigida – seja nível superior,
seja nível médio/curso técnico profissionalizante, pois, se assim agíssemos, estaríamos
ignorando as disposições da Lei de Licitações.
73. Finalizada a análise das razões de recurso, convém elencar as seguintes observações:
a) Para participação no pregão eletrônico, o licitante deverá manifestar em
campo próprio do sistema eletrônico COMPRASNET, que cumpre
plenamente os requisitos de habilitação e que sua proposta está em
conformidade com as exigências do instrumento convocatório.
b) Atendam às exigências constantes neste Edital e nos seus Anexos, inclusive
quanto à documentação requerida para sua habilitação.
1 In Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 15. Ed. p. 499.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
SECRETARIA EXECUTIVA
SUBSECRETARIA DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E ADMINISTRAÇÃO
COORDENAÇÃO GERAL DE LOGÍSTICA
COORDENAÇÃO DE PROCEDIMENTOS LICITATÓRIOS
74. Por todo o exposto, explicitamos que este Ministério, após vivenciar nos últimos anos
situações decorrentes de contratações mal sucedidas, com episódios frequentes de problemas
na execução dos contratos, de interrupções nas prestações de serviços, de ausências de
pagamento de salários aos funcionários, acatou as recentes orientações dos órgãos de controle,
na busca pela contratação mais vantajosa, a qual vai muito além do menor preço, abarcando,
inclusive, a qualidade, a hombridade e a adequada continuidade da prestação dos serviços
contratados.
IV – Conclusão
75. Analisando as razões recursais em face das contrarrazões apresentadas pela empresa
recorrida, bem como da legislação vigente e da jurisprudência atual, verifico que a
documentação relativa à aceitação da licitante recorrente não está de acordo com as exigências
contidas no item 18.4.4.1.1do Edital. Assim, não se afiguram motivos para a
reconsideração da decisão de declarar vencedora do Pregão Eletrônico nº 09/2014 ÁGIL
SERVICOS ESPECIAIS LTDA nem para proceder a sua desclassificação/inabilitação, razão
pela qual mantenho a decisão impugnada.
76. Encaminha-se o recurso e contrarrazões à Autoridade Superior Competente.
Brasília, 23 de julho de 2014.
RODRIGO ORESTES LINS
Pregoeiro
77. Adoto como causa de decidir dos presentes recursos a análise empreendida pela Sr.
Pregoeiro.
78. Verifique-se que foi procedido nos termos da lei o juízo de admissibilidade da
pretensão recursal, restando presentes os requisitos para o conhecimento da peça recursal.
79. No mérito, foram colididas razões de fato e de direito de forma a comprovar a
regularidade dos parâmetros utilizados pela recorrida na cotação e preenchimento da planilha
de custos e formação de preços, bem como na comprovação da capacidade técnica.
80. Assim, presentes os elementos confirmadores da decisão impugnada, conheço do
recurso para negar-lhe provimento, mantendo, com base na totalidade da fundamentação da
decisão acima, o ato de declaração como vencedora do pregão eletrônico nº 09/2014 a
empresa ÁGIL SERVICOS ESPECIAIS LTDA CNPJ n ° 72.620.735/0001-29.
81. Comunique-se a recorrente. Efetuem-se as publicações de praxe.
Brasília, ____ de julho de 2014.
MARCELA SALDANHA DOS ANJOS
Coordenadora Geral de Logística