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Brasil sediará 24º World Mining Congress em 2016 ENERMIN 2012: energia é fator de competitividade na mineração. Confira cobertura Casa da Mineração é reconhecimento da importância paraense para a indústria mineral Outubro de 2012 Ano VII - nº 57 Mineração indústria da WWW.FACEBOOK.COM/IBRAM.MINERACAO WWW.TWITTER.COM/IBRAM_MINERACAO IBRAM NAS REDES SOCIAIS: WWW.IBRAM.ORG.BR

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Brasil sediará 24º World Mining Congress em 2016

ENERMIN 2012: energia é fator de competitividade na mineração. Confira cobertura

Casa da Mineração é reconhecimento da importância paraense para a indústria mineral

Outubro de 2012Ano VII - nº 57Mineração

i n d ú s t r i a d a

www.facebook.com/ibram.mineracaowww.twitter.com/ibram_mineracaoIBRAM nAs Redes socIAIs: w w w. I B R A M . o R g . B R

EDITORIAL

EXPEDIENTE | Indústria da Mineração – Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração • DIRETORIA EXECUTIVA – Diretor-Presidente: José Fernando Coura / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César Mancin / Diretor de Relações Institucionais: Walter B. Alvarenga / Diretor Financeiro e Administrativo: Ary Pedreira • CONSELHO DIRETOR – Presidente: Ricardo Vescovi de Aragão / Vice-Presidente: Luiz Eulálio Moraes Terra • Produção: Profissionais do Texto – www.ptexto.com.br / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) / Textos: Flávia Agnello, Marina Severino e Paulo Stefanini • Sede: SHIS QL 12 – Conjunto 0 (zero) – Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205 – Fone: (61) 3364.7272 – Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br • IBRAM Amazônia: Travessa Rui Barbosa, 1536 – B. Nazaré – CEP: 66035-220 – Belém/PA – Fone: (91) 3230.4066/55 – Fax: (91) 3349-4106– E-mail: [email protected] • IBRAM/MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3325-0694 – E-mail: [email protected] • Envie suas sugestões de matérias para o e-mail: [email protected]. Siga nas redes sociais: Twitter:@ibram_mineracao • Facebook: www.facebok.com/ibram.mineracao

Mineração brasileira no centro do mundo

Anglo American firma parceria para construção de escola em

Conceição do Mato Dentro

A Anglo American (associada ao IBRAM) firmou parceria com a Mitra Diocesana de Guanhães, para a construção de uma escola privada em Conceição do Mato Dentro, em área próxima ao Complexo Educa-cional Ginásio São Francisco. A Mitra fornecerá o espaço para a empresa em regime de como-dato. Com proposta de ensino diferenciada, a instituição terá capacidade para um público de 600 a mil estudantes, do berçário ao ensino médio.

A instituição contará com 18 salas, três laboratórios, anfiteatro, biblioteca, salas de infor-mática e artes, quadra poliesportiva coberta, piscina semi-olímpica, entre outras instalações. As obras de terraplenagem foram iniciadas em agosto e as obras civis terão início em novem-bro de 2012. A previsão é que a entrega do empreendimento ocorra em dezembro de 2013.

Alcoa integra o Índice Dow Jones de Sustentabilidade

Pelo décimo primeiro ano consecutivo, a Alcoa (associada ao IBRAM) integra o Índice Dow Jones de Sustentabilidade (DJSI), um dos mais reconhecidos índices de sustentabi-lidade no mundo. A empresa integrou tanto o índice mundial quanto o norte-americano e foi nomeada como líder norte-americana no segmento de alumínio.

A Alcoa aumentou sua pontuação em relação ao ano anterior em todas as três di-mensões principais do Dow Jones – Econô-mica, Ambiental e Social.

A mineração é uma importante atividade econômica para o País, com inegáveis re-flexos positivos para os brasileiros. Porém, para que os melhores resultados possíveis sejam alcançados é preciso superar impor-tantes desafios, como a questão do custo e do acesso à energia.

Diante da importância estratégica que este insumo representa para a atividade mineral, o IBRAM, em parceria com a GECAMIN – Gestión de Capacitación en Minería, reali-zou um seminário internacional, onde fo-ram debatidas formas para se buscar a utilização mais efi-ciente da energia em cada um dos processos de mineração e metalurgia, bem como ações voltadas ao desenvolvimento novas fontes energéticas.

Um dos grandes benefícios do ENERMIN 2012 (www.enermin2012.com) foi a troca de ideias para a construção de uma mineração mais sustentável e amigável com o meio ambiente. A atividade minerária é essencial não só para o

desenvolvimento dos países de tradição mi-neradora, mas também como fornecedora de bens necessários para sustentar o desen-volvimento de forma global.

Neste cenário, o Brasil se torna estratégico para o mundo como um grande player no se-tor mineral com reservas de diversos minérios e um imenso potencial para novas jazidas e, portanto, mais negócios.

Esta projeção contribui para que o País te-nha sido escolhido a sediar, em 2016, a 24ª edição do World Mining Congress (WMC).

Esta será a primeira vez que o Brasil recebe o Congresso, um dos mais tradicionais e expressivos eventos do setor, que se realiza a cada três anos desde 1958, atraindo delegações de 50 países com aproximadamente 2.000 integrantes.

O WMC, ao ser realizado no Brasil, certamente abrirá novas perspectivas de desenvolvimento para a indústria da mineração, além de atrair investimentos com reflexos positivos nos indica-dores socioeconômicos, em benefício de todos os brasileiros.

Ano VII – nº 57, outubro de 2012Indústria da Mineração 2

Além disso, o setor mineral é o que mais gera empregos no estado: 113 mil novas vagas devem ser criadas até 2016, com a chegada de novos investimentos. Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) reve-lam que a mineração foi responsável pelo crescimento de 11% no número de empre-gos formais nos últimos sete meses, o que garantiu ao Pará a liderança regional na ge-ração de novos postos de trabalho.

E se engana quem pensa que há apenas crescimento econômico nos locais que abri-gam projetos minerais. A qualidade de vida das populações locais também apresenta melhoras a partir da instalação de uma nova mina. É o caso da cidade de Parauapebas, cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio é de 0,740, maior do que a média estadual, que é de 0,720.

A atividade também é importante na con-servação do meio ambiente. “Alguns dos prin-cipais exemplos de preservação da natureza são de iniciativa de empresas do setor mi-neral”, explica Tunes. “Aqui mesmo no Pará, temos uma Floresta Nacional que é mantida por uma mineradora”, diz.

Um sobrado da década de 1950, em um dos bairros centrais de Belém, é a nova sede do IBRAM Amazônia e do Sindicato das In-dústrias Minerais do Estado do Pará, Simine-ral. Inaugurada em 30 de agosto, a Casa da Mineração busca tornar a atividade mineral mais transparente e próxima do dia a dia da sociedade, mostrando aos visitantes a íntima relação entre mineração e desenvolvimento, seja ele econômico ou social.

“O desafio é fazer com que a população local adquira conhecimento sobre a ativida-de mineral e compreenda o papel funda-mental desta indústria para a preservação do meio ambiente e para a melhoria das con-dições de vida das comunidades”, afirma o Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes.

A escolha da Casa revela a importância da atividade no Pará. A mineração respon-de por 92% das exportações do Estado. Os investimentos da cadeia mineral devem al-cançar cifras de US$ 41 bilhões nos próxi-mos quatro anos, dos quais US$ 24 bilhões deverão se aplicados apenas na exploração mineral de ferro, bauxita, cobre, níquel, cas-siterita e ouro.

“Casa da Mineração” é reconhecimento da importância paraense para a indústria mineral

História da Mineração

A Casa da Mineração também abriga acervo de informações sobre a produção mi-neral no Pará e no Brasil. De acordo com o Presidente do Simineral, José Fernando Go-mes, esta é mais uma forma para as pessoas conhecerem ainda mais sobre a atividade.

EXPOSIBRAM Amazônia 2012

No mesmo dia da inauguração da Casa da Mineração, houve o lançamento oficial da EXPOSIBRAM Amazônia 2012 (www. exposibram.org.br). O evento, realizado pelo IBRAM, reúne a Exposição Internacional de Mineração da Amazônia e o 3º Congresso de Mineração da Amazônia. Em sua terceira edi-ção, já se configura como o segundo maior evento mineral do País e o principal da região.

Marcado para se realizar entre 5 e 8 de novembro, a EXPOSIBRAM Amazônia irá atrair as principais empresas mineradoras e fornecedores de maquinário e serviços do se-tor. A poucos dias do evento, quase 90% dos quatro mil metros quadrados da feira já foram comercializados. “Temos como meta colocar a Amazônia no cenário internacional da mi-neração com o Congresso deste ano. Tam-bém pretendemos que os eventos ajudem a atrair investidores e empresas da cadeia da mineração para a região”, afirma o Diretor--Presidente do IBRAM, José Fernando Coura.

saiba mais em < www.exposibram.org.br >

Ibram Amazônia e Simineral compartilham sede em Belém (PA)

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Inauguração da Casa da Mineração em Belém (PA)

Indústria da Mineração Ano VII – nº 57, outubro de 2012 3

PROGRAMA ESPECIAL DE SEGURANÇA E SAÚDE

OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO

MINERAÇÃO premiará melhores práticas em SST

O Programa MI-NERAÇÃO aca-ba de anunciar a primeira edição do prêmio “Me-lhores Práticas

em Saúde e Segurança do Trabalho 2012”. A iniciativa tem como objetivo reconhecer as melhores práticas adotadas pelas empresas e seus esforços na melhoria das condições de segurança no ambiente de trabalho dos brasileiros, além de divulgar para a socieda-de ações bem sucedidas na área de Saúde e Segurança Ocupacional.

Está prevista a premiação das empresas e de seus profissionais. Além do troféu “Melhores Práticas em Saúde e Segurança do Trabalho 2012” nas categorias Ouro e Prata, as mi-neradoras serão beneficiadas também pela divulgação institucional que o programa ofe-recerá. As vencedoras poderão indicar até dois profissionais de sua equipe para partici-par gratuitamente do 15º Congresso Brasilei-ro de Mineração / Workshop MINERAÇÃO, que acontecerá durante a EXPOSIBRAM 2013, em setembro.

O Programa MINERAÇÃO realizou, em agos-to, a primeira edição do fórum virtual Com-partilhando Boas Práticas, que tem como objetivo ampliar as discussões sobre SSO e contribuir para o desenvolvimento das ações de todos os associados do Programa. Com o tema “As melhores práticas adotadas em acidentes que gostaríamos de compartilhar”, foi adotado um modelo de reunião via web, com duração de 1h30, no qual cada empre-sa pôde apresentar sua experiência com um acidente de trabalho e a forma como a situa-ção foi administrada internamente.

A primeira reunião contou com a partici-pação de importantes empresas associadas. Para a Coordenadora do MINERAÇÃO, Cláudia Pellegrinelli, o trabalho apresenta resultados positivos e a adesão dos associa-dos demonstra o alto grau de confiabilidade no Programa.

Para a apresentação, foi montado um for-mato padrão, com o relato do caso, a boa prática adotada, o aprendizado da empresa com o caso e fotos esclarecedoras. “Após a reunião, o material apresentado é armaze-nado em nosso banco de dados, na área restrita do site, com a devida autorização das empresas participantes. As informações servirão de consulta para os demais associa-dos, formando, assim, uma grande rede de pesquisa”, explica Pellegrinelli.

Os interessados em compartilhar suas ex-periências nas próximas reuniões deverão enviar a descrição do caso/acidente, as me-didas adotadas pela empresa visando a não recorrência do fato e as boas práticas apren-didas com o caso. Participe! Suas atitudes podem contribuir, e muito, para o desen-volvimento sustentável da mineração e para garantir a saúde de nossos trabalhadores.

mais informações pelo email < [email protected] >

MINERAÇÃO INAUGURA FóRUM DE DEBATES

SOBRE SSO

Podem concorreras associadas ao Programa MINERAÇÃO que tenham boas práticas de atenção ao trabalhador. Os vencedores serão anunciados no dia 31 de outubro de 2012, no site oficial do Programa (www.programa-mineracao.org.br). A premiação acontecerá no dia 8 de novembro de 2012, durante a EXPOSIBRAM Amazônia 2012, entre os dias 5 e 8 de novembro, em Belém (PA).

Os participantes concorrerão em quatro ca-tegorias: Ações Preventivas em SSO, Higiene Ocupacional, Política de SSO para Terceiri-zados e Saúde Ocupacional. Será levado em conta critérios como resultados obtidos a partir da implantação das ações, criativi-dade, inovação, envolvimento de outros setores e dos funcionários nas ações, inte-gração dos sistemas com a política da em-presa e abrangência da atividade. Os dados serão analisados pelos jurados escolhidos pelo IBRAM / Programa MINERAÇÃO, entre profissionais de reconhecido conhecimento técnico e profissional.

acesse o edital completo da premiação em: < www.programamineracao.org.br >

CONSULTA PÚBLICA

Está aberto para consulta pública o texto bási-co de revisão da Norma Regulamentadora nº 15, que versa sobre atividades e operações in-salubres. A votação teve início em 28 de agos-to de 2012 e se estenderá até 28 de outubro.

Um dos principais pontos do novo texto se refere ao controle de riscos no ambiente de trabalho, de forma a não gerar danos para a saúde dos trabalhadores. Após o término da consulta, será constituído um Grupo de Trabalho Tripartite que terá o objetivo de analisar as sugestões recebidas e elaborar a proposta de regulamentação para posterior atualização da norma.

< mais informações: www.mte.gov.br >

ALTERAÇÃO – NR33

Foi alterada, em 29 de agosto de 2012, a Norma Regulamentadora n.º 33, que trata a respeito de Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. A norma, original-mente aprovada pela Portaria MTE n.º 202, de 22 de dezembro de 2006, passa a vigorar com as seguintes mudanças:

• 33.3.5.3 – Todos os trabalhadores auto-rizados, vigias e supervisores de Entrada devem receber capacitação periódica a cada doze meses, com carga horária mí-nima de oito horas.

• 33.3.5.4 – A capacitação inicial dos tra-balhadores autorizados e vigias deve ter carga horária mínima de dezesseis horas, ser realizada dentro do horário de traba-lho, com conteúdo programático de:a) definições;b) reconhecimento, avaliação e controle

de riscos;c) funcionamento de equipamentos

utilizados;d) procedimentos e utilização da Per-

missão de Entrada e Trabalho; ee) noções de resgate e primeiros socorros.

• 33.3.5.6 – Todos os supervisores de En-trada devem receber capacitação especí-fica, com carga horária mínima de qua-renta horas para a capacitação inicial.

A portaria passou a vigorar no último mês de agosto, após publicação no Diário Oficial da União (DOU).

O MINERAÇÃO promove no mês de outubro, o “I Seminário de Higiene Ocupacional – MINERAÇÃO”. O objetivo é levar aos associados as mais recentes atualizações sobre o tema, auxiliando-os a aumentar seus conhecimentos nesta área. Mais informações pelo e-mail [email protected].

O Programa MINERAÇÃO é um importante fórum de discussões e troca de conheci-mentos para os profissionais de Saúde e Segurança Ocupacional na mineração. Sua participação é fundamental para o sucesso desta iniciativa.

Saiba mais

Higiene Ocupacional é um conjunto de ciências e tecnologias que buscam a pre-venção e o controle da exposição ocupacional aos riscos ambientais. Sua ação é de caráter multidisciplinar e seu objetivo básico envolve a identificação, o estudo, as avaliações e o gerenciamento dos riscos químicos, físicos e biológicos presentes nos locais de trabalho.

I SEMINáRIO DE HIGIENE OCUPACIONAL – MINERAÇÃO

O MINERAÇÃO esteve presente em mais uma edição do Congresso Pan-Americano de Higiene Ocupacional, realizado em São Paulo, com o tema “A Higiene Ocupacional construindo cultura em saúde ocupacional nos países latino-americanos”. O Progra-ma foi representado pela Coordenadora Cláudia Pellegrinelli, que proferiu a palestra “Atualidades do Programa MINERAÇÃO”. Ela abordou as mais recentes ações do Pro-grama, que é referência quando o assunto é saúde e segurança na mineração brasileira.

A programação do Congresso contou com discussões sobre a Saúde Ocupacional nas Américas, formação e capacitação de profis-sionais e iniciativas de sucesso na área, com a participação de destacados especialistas, nacionais e estrangeiros, que compartilha-ram suas experiências na área de preven-ção e controle dos riscos ambientais. Para a Coordenadora, a presença foi fundamental para fortalecer ainda mais o assunto.

Cláudia Pellegrinelli destacou também a po-sição de liderança do Brasil em relação às

MINERAÇÃO participa de congresso latino-americano

de Higiene Ocupacional

ATUALIDADES

práticas de SST. “A participação neste encon-tro permitiu reconhecer que o País é uma das melhores referências em Higiene Ocu-pacional em toda a América Latina”, obser-vou. No Brasil, empresas com mais de 50 funcionários são obrigadas, por lei, a adotar Serviços de Saúde e Segurança Ocupacio-nal. Como comparação, registra-se que, na Venezuela, o número mínimo para a im-plantação de ações do tipo é de 250 em-pregados, segundo a Presidente Asociación de Higienistas Ocupacionales (AVHO) da Venezuela, Maria de La Paz Esteves.

O IV Congresso Pan-Americano de Higiene Ocupacional foi realizado pela Associação Brasileira de Higienistas Ocupacionais, em parceria com a Associação de Higienistas da Republica Argentina (AHRA), Asociaci-ón Mexicana de Higiene Industrial (AMHI), a Asociación Chilena de Higiene Industrial y Salud Ocupacional (ACHISO), a Asociaci-ónVenezolana de Higienistas Ocupacionales (AVHO) e a Asociación Colombiana de Hi-giene Ocupacional (ACHO).

A segurança dos trabalhadores é valor na Yamana. A mineradora, que no Brasil pos-sui operações em Goiás e na Bahia e, em breve, também no Mato Grosso, alcançou, entre 2006 e 2011, uma redução de 60% na taxa de acidentes com tempo perdido. Ao final do último ano, a empresa registrou uma taxa de freqüência de 0,28 para 200.000 homens/horas trabalhadas para toda a com-panhia, incluindo próprios e terceiros.

A fórmula do sucesso, de acordo com a Vice--Presidente de Saúde, Segurança, Meio Am-biente e Comunidades (SSMAC), Ana Lucia Martins, foi a aposta no Sistema Yamana de Gestão (SYG). Com políticas, padrões, metas de longo prazo, programas e ferramentas de segurança, o programa foca tanto no com-portamento do trabalhador como nos equi-pamentos, além de um acompanhamento sistemático do desdobramento dessas ini-ciativas e metas nas unidades na busca da melhoria continua da gestão.

“No Brasil, as operações de segurança têm apresentado números muito relevantes”, ga-rante Ana Lucia Martins. A Vice-Presidente lembra, ainda, que as minas El Peñon e Mi-nera Florida localizadas no Chile, e Merce-des, no México, são também modelos no quesito Segurança.

As ações da mineradora para garantir a in-tegridade física dos seus colaboradores ti-veram início em 2006, com a implantação do SYG, um sistema de gestão voltado para Segurança, Saude Ocupacional e Meio Ambiente. O programa auxiliou a empre-sa a disseminar os padrões corporativos adotados pela Yamana entre os funcioná-rios e também terceirizados. “As unidades passaram a ter uma referência sobre a ma-neira como a companhia gostaria que elas se comportassem em relação à Segurança e Meio Ambiente”, afirma.

Sistema Yamana de Gestão é efetivo na redução de acidentes

Programas e ações são responsáveis pela conscientização dos funcionários e pela incorporação de práticas seguras no dia a dia

Em 2007, as iniciativas de gestão foram ex-pandidas também para a Comunidade, o que aumentou – positivamente – a respon-sabilidade do departamento. “Além desses padrões corporativos, providenciamos algu-mas ferramentas eficazes na criação de uma cultura de Segurança. Dentre elas, posso ci-tar a Abordagem de Segurança, um trabalho focado no comportamento do indivíduo e exercido pela liderança”.

A Yamana conta ainda com o P.E.A.C.E., que significa Pensar, Estudar, Analisar, Cor-rigir e Executar a tarefa com segurança. Trata-se de uma análise preliminar de ris-co da atividade que cada empregado deve realizar antes de iniciar a tarefa. O objeti-vo final dessa ferramenta é a execução do trabalho com segurança. “Os cinco pontos de atenção auxiliam o trabalhador a pen-sar nas situações de risco e nas medidas de controle”, garante.

Outra ferramenta de destaque, as audito-rias corporativas cruzadas também têm pa-pel fundamental na disseminação, entre os funcionários, do conhecimento do Sistema Yamana de Gestão. “Esta ação ajudou a li-derança a reconhecer o sistema de gestão da empresa, aumentou o comprometimento com a segurança e permite verificar o nível de aderência das políticas internas e padrões corporativos estabelecidos”.

Ainda em 2007 outra ação foi desenvolvida em prol da segurança. O Comitê de SSMAC foi implantado nas unidades e posterior-mente, em 2009, no escritório corporativo de operações.

Para garantir que todas estas práticas e con-ceitos de segurança sejam incorporados ao cotidiano dos funcionários, a Yamana pro-move ainda um curso de integração aos pro-fissionais recém-contratados. “Na empresa, obedecemos à legislação brasileira, que pre-vê o mínimo de 24 horas pela NR-22. Na se-quência, ministramos cursos específicos, que variam conforme a área de atuação. O novo funcionário é acompanhado, durante alguns meses, por alguém mais experiente, respon-sável por transmitir ensinamentos, cuidados e outros conceitos importantes para a empresa. Por meio de ações como esta, podemos che-gar cada vez mais próximos aos níveis ideais de saúde e segurança no ambiente profissio-nal”, garante Ana Lucia Martins.

IBRAM-CONIM: o impacto da precisão de métodos ISO de análise no faturamento de lotes comerciais

Quando se fala de avaliação de lo-tes comerciais de minérios, a pri-meira questão que surge é: como se chegar a um valor, sobre o qual o lote será faturado, que seja con-fiável e espelhe milhares de tone-ladas daquele bem mineral?

Este processo é feito com base na re-presentatividade, que tem como objetivo garantir que os poucos gramas de minério submetidos a uma análise ou ensaio de la-boratório revelem a constituição de milha-res de toneladas que compõem determina-do lote. O desafio, portanto, é estabelecer um sistema de amostragem e prepará-lo de maneira que colete, com precisão controla-da, uma série de porções de minério que, no conjunto, represente seu todo. Isso,sem introduzir erros sistemáticos e levando em consideração a variação de qualidade ine-rente àquele lote comercial.

Usando o exemplo do minério de ferro, mas extensivo a várias outras commodities minerais, os requisitos a serem atendidos para se obter uma amostra representati-va e prepará-la até se obter a porção que será efetivamente submetida à análise es-tão descritos na norma ISO 3082 – Iron ores – Sampling and sample preparation procedures. Por sua vez, a aplicação des-ta ISO requer o uso de pelo menos três outras normas, formando um conjunto de 143 páginas de requisitos. Esse conjunto

também está disponível em português, já que as normas ISO que o compõem foram adotadas como Normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Obtidas essas porções representativas, a próxima etapa é submetê-las a uma série de análises e ensaios, cujos resultados são ob-jeto de especificações contratuais. Só para cobrir as possibilidades de análises quími-cas – convencional ou instrumental, para elementos principais, contaminantes ou ele-mentos traço – o comitê da ISO de minério de ferro já elaborou em torno de 40 nor-mas internacionais, muitas delas já adotadas como normas ABNT.

Mas, de que adiantaria tanto cuidado com a obtenção das amostras, se elas fossem

submetidas a procedimentos analíticos im-precisos ou viciados?

Por isso, o desenvolvimento de um méto-do analítico até que ele seja aprovado como norma internacional, obedece a uma série de passos, que passam pela condução de testes interlaboratoriais internacionais, que têm alguns objetivos bem definidos.

Tanta preocupação com a precisão de um simples método analítico tem uma resposta financeira. Estima-se que, por exemplo, para uma exportação anual da ordem de US$ 30 bilhões, um erro de 1% na determinação do teor de ferro teria um impacto de US$ 44,8 milhões no faturamento das empresas e um erro de 0,5% na determinação do teor de umi-dade, um impacto de US$ 155,43 milhões.

Indústria da Mineração Ano VII – nº 57, outubro de 2012 7

Indústria da Mineração: Qual é a im-portância do trabalho desenvolvido pelo Comitê?

Márcio Castilho: Descobrimos, no comitê brasileiro, que a estatística é um conheci-mento-chave. Com base nela se aceitam ou rejeitam novos métodos. Por isso sou participante do comitê brasileiro, que trata desses assuntos e se reúne no IBRAM. Nossa missão, em todos os trabalhos, é gerar e tra-tar dados de acordo com a melhor técnica estatística disponível, a fim de assegurar os interesses brasileiros.

O Comitê de Minério de Ferro da ISO pos-sui três subcomitês: Amostragem, Análise Química – do qual participo – e Ensaios Físicos e Metalúrgicos. Minha participação teve início, em parte, em função da impor-tância da análise química para a venda dos minérios. Ao lado da medida de tonelagem embarcada, este é um fato de extrema im-portância para que se possam estabelecer os valores a serem pagos, de acordo com os contratos.

Uma pequena mineradora pode vender um milhão de toneladas ao ano. Isso quer dizer que um pequeno erro na análise química pode representar muito dinheiro. Este, sem dúvida, é o principal motivador para que as empresas estabeleçam métodos transparentes de avalia-ção do minério. A justiça nas negociações é a principal ideia por trás dos encontros da ISO. O Comitê surgiu para responder a questões ligadas à interface comercial e que estejam re-lacionadas ao valor real do minério, conhecido com base em uma correta amostragem.

Quantas normas existem para que se possa avaliar corretamente uma amostra de minério?

Apenas na Análise Química existem mais de 40 normas. No caso específico do mi-nério de ferro, há interesse em conhecer os contaminantes que fazem parte daquela amostra e existem diversas opções para de-terminá-los. Um exemplo: o silício (expresso normalmente na forma de sílica) é um im-portante contaminante na constituição do

minério de ferro e existem diversas manei-ras de determinar sua presença, de métodos tradicionais de química a métodos alternati-vos, como o fotométrico e o de raios-X. São quatro opções diferentes de análise e todas elas estão previstas em normas publicadas. Isso interessa à indústria, e a ISO não pode obrigar fornecedores e compradores a usa-rem determinada metodologia.

O papel da ISO é facilitar a comunicação entre as partes interessadas. Isso é feito por meio da produção de normas e métodos que atendam as necessidades dos players, sem que haja perda de qualidade neste processo. Se vier-mos de um país que possui predominância de equipamentos de absorção atômica, não tere-mos interesse em adquirir equipamentos de fluorescência de raios-X, por exemplo. Neste caso, podemos solicitar a criação de uma nor-ma dentro dos parâmetros que utilizamos. Se houver um número suficiente de participan-tes do Comitê com interesse nesta técnica, a norma é criada. É um trabalho voluntário que surge por solicitação da indústria, seja do for-necedor ou do comprador.

ENTREvISTAMárcio Veloso de castilho – Consultor do IBrAM

O IBRAM-CONIM, ciente desta realidade, propicia as condições, em harmonia com a ABNT, para que os interesses brasileiros sejam cuidados e defendidos. Entre outras ações, é garantido que todo o tratamento estatístico decorrente dos testes interlaboratoriais do Comitê da ISO de Minério de Ferro é conduzido por um brasileiro, o Consultor do IBRAM Márcio Veloso de Castilho. Formado em Engenharia Química e mestre em Estatística, Castilho integra o ISO/TC 102 há 24 anos. Nesta entrevista, é possível saber mais sobre o trabalho desempenhado frente ao Comitê.

ISO minimiza disputas comerciais e favorece relação de confiança

na negociação de minérios

Ano VII – nº 57, outubro de 2012Indústria da Mineração 8

Qual é a composição ideal do minério?

O conceito de minério ideal não existe e, portanto, não há normas ISO para a especifi-cação de minérios de ferro. Esta é uma ques-tão científica. A composição ideal para uma usina pode não ser para outra. Um compra-dor do Japão pode ter demandas diferen-tes de um da China, por exemplo, já que suas indústrias são diferentes, assim como a finalidade de uso dos minérios adquiri-dos. A composição ideal está representada formalmente nos contratos e é importante lembrar que a ISO não se propõe a atestar esta condição. O papel dela é ajudar que as partes interessadas entendam quais são as características do produto comercializado e se aquela negociação atende às necessida-des de ambas.

Então, como isto é feito? Coletando uma amostra correta e fazendo as determina-ções com a melhor qualidade possível, de maneira que nem o comprador nem o vendedor se sintam desconfiados.

A ISO entra nessa interface com procedi-mentos e métodos normalizados que mini-mizam as disputas comerciais e, portanto, é estabelecida uma relação de confiança na negociação. Estas duas partes, que estão em lados opostos, se entendem através da ciên-cia e da tecnologia, que são imparciais. Por isso, fazem parte do Comitê tanto os grandes consumidores como os grandes fornecedores de minérios de ferro. Fazer parte do desen-volvimento dessas normas é interesse deles.

Qual é a média de tempo de cada es-tudo realizado pelo Comitê?

É muito variável. Por exemplo, para a deter-minação da precisão do sistema de amostra-gem, de acordo com a norma ISO 3085, é necessário coletar amostras de, no mínimo, 10 embarques. Para uma empresa pequena, isso pode levar um ano. Para uma empresa grande, pode ser um mês. Mas como este estudo é fei-to por um grupo, o prazo para que se chegue ao resultado é o mais estendido, pois depen-demos de informações enviadas por vários pa-íses para que o trabalho seja internacional. Por outro lado, quando o assunto é de interesse de apenas um país, não é necessário elaborar uma norma ISO e sim uma norma nacional, no caso do Brasil, uma norma ABNT.

O Comitê se encontra de dois em dois anos. Nestas reuniões, são apresenta-das as percepções dos países em re-lação aos assuntos colocados em vo-tação. Na hora de realizar os testes, onde isso acontece?

Em vários países. Para que se entenda que o que estamos estabelecendo é um proce-dimento que pode ser usado em qualquer país que participa dessa indústria, é preci-so realizar os testes em vários Estados. O mínimo exigido pela ISO, até pouco tem-po, eram cinco nações e, no caso de testes

A próxima reunião do TC 102 será rea-lizada no Brasil. O que está sendo fei-to pelo Comitê neste momento e o que deve ser finalizado até 2014?

O Brasil vem trabalhando hoje, como eu disse, em quase todos os projetos atual-mente em andamento. A modernização e o desenvolvimento tecnológico favorecem o surgimento de novos métodos de aná-lise. Muitos processos, antes dependentes da ação humana, são feitos hoje eletro-nicamente, como a determinação de fer-ro. Um método químico muito difundido e tradicional é a via úmida. Em breve, a leitura final será substituída pelo método potencio métrico e melhorará ainda mais os resultados, que já são muito bons. Na publicação da norma de referência, o grau de concordância entre laboratórios foi de 0,3% do teor de ferro. Espera-se que com o método potencio métrico, que está sen-do analisado e testado, estes números se tornem ainda melhores. Se isso acontecer, a indústria vai agradecer.

Outros métodos de análise utilizados não são tão modernos, mas são aceitos comer-cialmente. Um exemplo é um método via úmida proposto pela China. Esses métodos estão sendo estudados com mais cuidado agora, porque as pessoas são mais exigen-tes com os métodos de análise. Como a proposta foi apresentada pela China, um grande player na indústria de minério de ferro, os demais países se interessaram em participar dos estudos propostos por eles, para acompanhar e para ajudar, tanto na parte teórica quanto na parte prática.

Temos também um trabalho de grande impacto na determinação de umidade higroscópica do minério. Alguns minérios absorvem muita umidade, outros menos, isso depende de sua estrutura e de suas características. Este é um trabalho que vem acontecendo há muitos anos e con-tinua sendo estudado dentro do Comitê. Sua importância está relacionada à forma como o minério é comercializado: ele é pago em base seca. Por isso é preciso sa-ber qual é seu percentual de água, para que se possa saber quanto de seu peso corresponde a ferro e quanto é composto de outros constituintes. Esse tipo de sutile-za afeta a parte comercial.

atualMente, o Brasil doMina quase todos

os coMitês, conta coM o traBalho

de excelentes profissionais e

coM a participação das eMpresas, que

são peças fundaMentais para o desenVolViMento

dos estudos.

interlaboratoriais, como no Subcomitê de Química, eram oito laboratórios, no míni-mo, em cinco países, para que se considere aquele como um procedimento de valida-de internacional.

Que a imagem da comunidade in-ternacional em relação ao Brasil atualmente?

Muito boa. Em 1988, quando integrei o Comitê, não era assim. O Brasil já possuía alguns técnicos muito bem preparados, mas eram poucos. E não tínhamos essa agressi-vidade positiva que temos hoje. Atualmen-te, o Brasil domina quase todos os comitês, conta com o trabalho de excelentes profis-sionais e com a participação das empresas, que são peças fundamentais para o desen-volvimento dos estudos.

Indústria da Mineração Ano VII – nº 57, outubro de 2012 9

O acesso a energia a custos compatí-veis com a atividade econômica é um dos grandes desafios do planeta. Além disso, especialistas apontam para um aumento na demanda energética mundial. Diante deste cenário e da importância do insumo para a atividade mineral, o Instituto Brasileiro de Mineração - IBRAM realizou, em parceria com a Gecamin – Conferencias para La Mi-nería do Chile e a JKtech SMI Technology Transfer, o 2º Seminário Internacional de Gestão da Energia na Indústria da Minera-ção – ENERMIN 2012.

Durante a cerimônia de abertura do evento, em Salvador (BA), o novo Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira da Costa Junior, afirmou que a questão energética não inviabilizará o crescimento da mineração no País.

“A energia é insumo fundamental em todos os processos produtivos. É uma va-riável que repercute diretamente na com-petitividade dos produtos brasileiros. A segurança energética no País foi alcançada

com sucesso. As necessidades do merca-do regulado estão 100% contratadas até 2016. Trabalhamos com índice de risco de déficit em patamares mais baixos da histó-ria, em torno de 2,5%”, garantiu o repre-sentante do Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Para o Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes, esse é um passo extremamente importante. Se-gundo o Diretor, nos últimos anos, o cus-to elevado da energia no Brasil tem sido

Fornecimento de energia não inviabilizará desenvolvimento do setor mineral,

garante Secretário do MME

Da esquerda para Direita: Presidente Executivo do Consejo Minero, Joaquín Villarino; Diretor de Assunts Minerário do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tunes; Secretário de Planejamento do governo baiano e ex-Presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli; Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira da Costa Junior; Gerente de Operações da empresa australiana JKTech e Vicepresidente do ENERMIN, David Way; e Coordenador Técnico do ENERMIN 2012, Jacques Wiertz.

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Ano VII – nº 57, outubro de 2012Indústria da Mineração 10

um dos fatores que dificultam o desen-volvimento. “Esse anúncio significa uma capacidade de maior investimento, princi-palmente se o aliarmos aos programas de melhorias na infraestrutura de estradas e ferrovias, já lançados pelo Governo Fede-ral, e também nos portos, este último em vias de ser divulgado”, ponderou.

Outro importante desafio é o acesso a energias renováveis. Nos próximos 25 anos, a predominância das fontes energéticas ainda serão os combustíveis fósseis. “É importante buscar alternativas e os minerais são indis-pensáveis e permitem o desenvolvimento das energias alternativas”, ressaltou Tunes.

O Coordenador Técnico do ENERMIN 2012, Jacques Wiertz, reforçou a impor-tância da mineração na busca dessas al-ternativas energéticas. “A indústria mineral tem um papel importante de promover a integração dessas novas fontes, que são em muitos casos interessantes, competitivas e com boas perspectivas de representar uma parte crescente na matriz”. No entanto, ele lembrou que essas fontes renováveis requerem maturação e têm que ser vistas como complementares.

Por sua vez, o Presidente Executivo do Consejo Minero, Joaquín Villarino, acredita que a inovação técnica é apenas uma parte da resolução desses desafios. “Temos que alcançar equilíbrio com um pacto social, também. A sociedade preci-sa entender que energia e mineração são fundamentais para satisfazer suas próprias necessidades”, afirmou.

traBalhaMos coM índice de risco de déficit

eM pataMares Mais Baixos da história, eM torno de 2,5%

Carlos nogueira da Costa Junior – secretário de Geologia, Mineração e transformação Mineral

Mineração na Bahia

Na Bahia, onde foi realizado o encon-tro, o Governo Estadual espera grandes vo-lumes de investimentos para desenvolver a atividade mineral com disponibilidade energética. Segundo o Secretário de Plane-jamento do governo baiano e ex-Presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a Bahia espera aplicações privadas superiores a R$ 35 bilhões nos setores de energia e de mi-neração nos próximos cinco anos.

“Os dois setores representam metade das intenções de investimentos privados, dividi-dos em contratos, convênios, protocolos e memorandos com o Governo Estadual. Se es-ses projetos em extração de minério de ferro, manganês e bauxita, além de outros minerais, se efetivarem, teremos um grande crescimen-to, um boom minerário na Bahia”, afirmou.

De acordo com Gabrielli, apenas a mi-neração já movimenta R$ 2 bilhões no es-tado, grande parte em virtude da extração de minério de ferro.

“A Bahia tem crescido mais do que o Brasil. O PIB aumentou 3,6% no último se-mestre. Esse dinamismo vem da distribui-ção de renda e da diversificação da ativi-dade econômica em direção ao interior do estado. Essa nova configuração de cresci-mento baseado fortemente no mercado in-terno e no consumo logo encontra limites, e o limite que estamos encontrando é o da infraestrutura, da nossa logística, estradas e da nossa energia”, acrescentou.

Carlos Nogueira da Costa Junior, Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME.

Profissionais do setor mineral, elétrico e da academia debatem sobre importância da energia para mineração

Indústria da Mineração Ano VII – nº 57, outubro de 2012 11

Os minérios e também os biocombustí-veis são essenciais para que o Brasil desen-volva novas fontes de energia limpa. Esta é a opinião do pesquisador do Instituto Nacio-nal de Ciência e Tecnologia (INT), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Júlio César Pinguelli.

“Iniciativas de sustentabilidade energé-tica passarão necessariamente pela mine-ração. O crescimento desse setor é funda-mental para uma revolução do modo de consumo e produção do nosso século, com matriz mais limpa. Os bens minerais são base para a geração de tecnologias como ba-

terias, placas fotovoltaicas, carros elétricos e turbinas hidráulicas”, afirmou o pesquisador durante o ENERMIN 2012.

De acordo Pinguelli, que apresentou pai-nel sobre as alternativas energéticas à quei-ma de petróleo, os biocombustíveis também têm papel de destaque nessa mudança. “A discussão de uma agenda ambiental, em voga desde a entrada do século 21, influencia todo o setor industrial. Consequentemente, deve ser trabalhado também pelo segmento de mineração, que apresenta dependência de combustíveis, por exemplo, para o trans-porte de minerais”, exemplificou.

Minérios e biocombustíveis são caminho para novas fontes de energia limpa,

segundo pesquisador do INT

vale registra economia expressiva em Carajás

Anderson Gomes, da consultoria Nalco, reforçou a importância da substituição do uso do petróleo por outras fontes energé-ticas. Para ele, a redução de consumo de combustíveis fósseis é importante para a sustentabilidade ambiental e também para otimizar o processo industrial. Em um estu-do no sistema de aspersão utilizado na mina de Carajás (PA), da Vale S.A., para controle da poeira gerada em virtude da passagem de caminhões pelo local, detectou-se que era possível diminuir o uso de diesel.

“No percurso para as minas, era necessário que caminhões-pipa jogassem água nas estra-das a cada meia hora para diminuir o levanta-mento de poeira. Passamos a usar uma água condicionada, com propriedades de retenção maior e com maior penetração”, explicou.

O novo método diminuiu a frequência de levantamento de poeira média, que aconte-cia a cada 22 minutos, para 217 minutos. “As-sim, reduzimos a necessidade de passar com o caminhão pipa a cada meia hora e o consu-mo de combustível, na projeção anual, teve uma diminuição de 77%. Calculamos que o retorno sobre o investimento gira em torno de R$ 800 mil”, concluiu Anderson Gomes.

Mudanças como essa também estão acontecendo na Petrobras. O engenheiro de processamento da empresa,Gustavo Nunes, apresentou no ENERMIN 2012 um novo sis-tema que garante mais eficiência energética na transformação do xisto. A partir de ajustes no reator, que utiliza correntes de ar frias e quentes para o craqueamento térmico do querogênio, e de mudanças na cultura ope-racional, foi possível diminuir a perda ener-gética em todo o processo.

“Quando se trabalha com o objetivo de produzir energia, como é o caso da extra-ção de gás e óleo do xisto, todo trabalho em redução ou eliminação de consumo de energia se torna prioridade e traz grande re-torno. Antes, tínhamos uma recuperação da energia térmica do reator de 18%. Com a maximização do aproveitamento, sem per-der condições de reação, conseguimos re-cuperar 25% desse calor. Esse é um aspecto muito importante para diminuição de seve-ridades sobre o equipamento e aumento de tempo de campanha”, detalhou.

Ano VII – nº 57, outubro de 2012Indústria da Mineração 12

Como pontapé inicial para o projeto de produção do combus-tível B20, composição de 20% de biodiesel com 80% de diesel, a Vale S.A. já iniciou os procedimentos para a plantação de 60 mil hectares de palma em Acará, no Pará.O projeto foi detalhado du-rante o ENERMIN 2012, em pelo Gerente-Geral de Assuntos de Bioenergia da empresa, Cesar Augusto Modesto de Abreu.

Com o novo combustível, que será usado a partir de 2014 em todas as áreas da Vale, espera-se a redução das emissões de dióxido de carbono em 17%. “O plantio será feito em área degradada. Além de não haver derrubada de árvores, o projeto contribui ainda com sequestro de carbono”, complementou.

O uso do B20, segundo Cesar Abreu, diminui ainda as emissões de monóxido de carbono (12%), halocarbonetos

(20%) e óxido de enxofre (20%). “A Vale é uma das maiores usuárias de diesel no Brasil, com participação em 3% no con-sumo nacional. Esse projeto visa garantir sustentabilidade às nossas operações”, declarou.

Especialista em engenharia ambiental o Professor da Uni-versidade do Chile e Coordenador Técnico do evento, Jacques Wiertz, reforçou a importância da sustentabilidade permear todo o processo minerário, desde a abertura da mina à integra-ção com as populações que vivem ao seu redor. Segundo ele, é preciso estudar os impactos e as demandas energética com cuidado. “O resultado de tudo isso, além dos benefícios diretos à comunidade, é o aumento da reputação da empresa. Como qualquer instituição inserida no mercado, ela é baseada em va-lores éticos, desempenho ambiental e responsabilidade social.

A matriz energética mundial tem como principal característica depender de insu-mos fósseis, que respondem por cerca de 80% de toda a energia consumida a cada ano, conforme dados da Agência Internacio-nal de Energia. Mas esta realidade tende a se transformar. A volatilidade do mercado e os sucessivos aumentos de preço do petróleo e do gás natural levam a crer que “o tempo de combustível fóssil barato já acabou”, como defendeu o Professor da Universidade Laval (Canadá) Kostas Fytas durante a realização do ENERMIN 2102.

Segundo Fytas, o desenvolvimento tec-nológico está barateando a implantação das fontes de energia renováveis. Este cenário reflete em uma maior procura das minera-doras por essas alternativas energéticas.

O Gerente de Desenvolvimento da Mainstream Renewable Energy, Cristopher-Matthews, reforçou esta afirmação durante o evento. Segundo ele, o custo do forneci-mento de energia não se resume ao preço,

Investimento em fontes alternativas diminui gasto com energia

mas deve levar em conta o risco a longo prazo. Assim, os combustíveis fósseis ten-dem a sofrer com a volatilidade do mercado internacional. Já com o uso das fontes reno-váveis, este risco está retirado da equação. Matthews afirmou que o custo médio da energia renovável é de US$ 80 MWh (Mega-watt-hora), valor fixo por cerca de 20 anos.

As vantagens mercadológicas da queda nos valores das fontes alternativas podem ser observadas com o aumento dos inves-timentos. Os recursos aplicados em energia renovável no mundo bateram recorde de US$ 257 bilhões no ano passado. Tanto paí-ses desenvolvidos como em desenvolvimen-to estão mais empenhados em promover a energia sustentável, de acordo com o relató-rio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Já o relatório “Investimentos Futuros – plano sustentável no setor elétrico para sal-var o clima”, produzido pelo Greenpeace e pelo Conselho Europeu de Energia Renovável

(EREC), mostra que eletricidade gerada por fontes renováveis custará dez vezes menos do que a da matriz atual em cerca de 20 anos.

Com a escolha de 2012 como o Ano In-ternacional da Energia Sustentável, a Orga-nizações das Nações Unidas (ONU) assumiu três metas a serem atingidas até 2030: asse-gurar o acesso universal a serviços energéti-cos modernos; dobrar a taxa de crescimento da eficiência energética; e dobrar a partici-pação de fontes renováveis no total da ener-gia consumida mundialmente.

Vale quer reduzir 17% das emissões de dióxido de carbono com novo projeto de biodiesel

Gerente de Desenvolvimento da Mainstream Renewable Energy, Cristopher-Matthews, defende

mais investimentos em energia renovável.

Indústria da Mineração Ano VII – nº 57, outubro de 2012 13

O objetivo de vários países em efetiva-mente reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) não passa necessariamente pela redução da atividade das indústrias e das de-mais empresas. O segredo está na gestão efi-ciente. É o que defendeu o Diretor do Con-selho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, na sigla em inglês), John Drexhage, durante o ENERMIN 2012.

Segundo ele, quando se fala em controle ou diminuição das emissões de gases de efeito estufa logo se pensa em uma diminuição da atividade, o que interfere de forma negativa no desenvolvimento. “No entanto, esta é uma ótima oportunidade para melhorar a gestão e a eficiência energética, algo estratégico para as empresas e para as nações”, pondera Drexha-ge, que participou do painel “Eficiência Ener-gética e Sustentabilidade da Mineração”.

Especialistas em mineração e em energia, reunidos no evento, dizem que o desafio das mudanças climáticas pode ser assim resumi-do: a humanidade tem dez ou vinte anos, no máximo, para substituir a fonte primária da energia consumida pela economia mundial.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para o Câmbio Climático (UNFCCC, na sigla em inglês), 80% da responsabilida-de pela mudança climática cabe ao setor energético.Isso porque, atualmente,quatro quintos da energia que sustenta a produção econômica total do planeta provém da quei-ma de combustíveis fósseis.

A este desafio se soma o aumento do consumo energético mundial. Segundo o Di-retor de Assuntos Minerários do Instituto Bra-sileiro de Mineração, Marcelo Ribeiro Tunes, das sete bilhões de pessoas no mundo 1,7 bilhão não têm acesso à energia. Sem men-cionar o crescimento que os países emergen-tes apresentam, o que aumenta a pressão nas emissões de gases de efeito estufa.

A mineração é essencial para uma mu-dança na matriz energética mundial e, con-sequentemente, no combate às mudanças climáticas. Por ser uma indústria de base, muitos bens minerais são insumos para o desenvolvimento das energias alternativas. Mas, a própria indústria deve estar atenta à sua emissão de GEEs.

Controle de gases de efeito estufa não implica na redução da atividade industrial,

diz organismo internacional

A encruzilhada chilena

Em alguns países, o desafio de buscar uma matriz energética renovável se torna mais difícil devido às suas características naturais, como é o caso do Chile. É o que revela o Gerente Sênior de Energia e Água e Recursos Hídricos da mineradora Codelco, Andrés Alonso.

Segundo ele, o Chile apresenta escassez de energia natural, o que torna o uso do car-vão uma boa possibilidade de atender a de-manda energética. “Cerca de 75% da ener-gia chilena é importada. Então não podemos abdicar de nenhuma possibilidade de redu-zir essa dependência. Diante deste cenário, precisamos aumentar o consumo de carvão e consequentemente nossas emissões. Mas vamos tomar as medidas necessárias para que o efeito causado no meio ambiente seja o menor possível”, afirma.

Além de procurar tecnologias que captu-rem o carbono emitido, o Chile determinou como meta atingir 10 % de energia renová-vel na matriz energética do país até 2024.

O ICMM é um fórum sediado em Londres, Inglaterra, que reúne 22 das maiores empresas de mineração do mundo e entidades como o Instituto Brasileiro de Mineração – IBRAM. Seu objetivo é aprimorar a atuação as companhias do setor. O ICMM atua em várias questões, como a mudança climática, a saúde e a segurança de comunidades, o impacto da mineração na biodiversidade, os direitos dos povos indígenas e, também, os reflexos na indústria e as conseqüências futuras do surgimento de novos agentes globais. A proposta é estimular as mineradoras a apre-ender como é possível compartilhar práticas positivas. saiba mais sobre o icmm em: < www.icmm.com/portuguese >

Ano VII – nº 57, outubro de 2012Indústria da Mineração 14

Investir em autoprodução é um impor-tante fator para ampliar a competitividade da mineração. É o que defende o Vice-Pre-sidente da Associação Brasileira dos Investi-dores em Autoprodução de Energia (ABIA-PE), Cristiano Abijaode Amaral. O dirigente participou do último painel do ENERMIN 2012. Segundo Amaral, a energia é um in-sumo fundamental para o setor e o cres-cimento da atividade mineral vai elevar a demanda energética. “A geração própria permite à empresa uma maior garantia de suprimento, eficiência e, principalmente, queda dos custos”, ponderou.

Vilã da composição de custo da mi-neração, a energia é uma das principais preocupações das empresas do segmento. Somente nos últimos cinco anos, o peso energético no custo dos produtos vendi-dos (CPV) da Vale, por exemplo, foi de R$ 26,65 bilhões – sendo R$ 9,52 bilhões em eletricidade. O insumo é, em média, de 3% a 5% do preço final do minério entregue pela a empresa. No setor de alumínio, a dependência é ainda maior. O consumo de energia representa aproximadamente 35% do custo da produção do produto primário.

Uma das soluções para minimizar a de-pendência energética é a autoprodução. Na mineradora Samarco (associada ao IBRAM), o percentual de geração própria de energia chegou a 35%. Porém, com as expansões da empresa, essa fatia registrou queda. “Hoje estamos em um patamar que beira 19%. O índice deve ser ainda menor após a entrada do Projeto Quarta Pelotização (P4P), che-gando a 14%. Mas esse é um dado que está sempre em análise. Se houver necessidade para manter a empresa competitiva, vamos aumentar a geração própria”, afirmou o Gerente-Geral de Gestão de Energia da Sa-marco, Roberto Aragão.

Atualmente, a autoprodução da indús-tria é majoritariamente de fonte hídrica, mas o cenário nacional apresenta novas oportunidades para investimento em usi-nas eólicas, fotovoltaicas e de biomassa.

Geração própria de energia é fator de competitividade na atividade mineral

Em 2011, os investimentos em negócios de energia alternativa ultrapassaram US$ 8 bilhões no Brasil, de acordo com a consul-toria Bloomberg New Energy Finance. Entre os 2,6 mil empreendimentos de geração de energia elétrica em operação no País, somam-se 444 centrais de biomassa, 79 centrais eólicas e oito usinas fotovoltaicas conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para que o uso de fontes alternativas cresça ainda mais, a mineração é essen-cial. Os bens minerais configuram a base para o desenvolvimento de tecnologias alternativas de energia. “Existe uma inter-dependência entre as atividades de mine-ração e as de geração, armazenamento e transmissão de qualquer tipo de energia. Muitas das soluções passam obrigatoria-mente pela maior disponibilidade de mi-nerais”, afirma o Diretor-Presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), José Fernando Coura.

Painel aponta autoprodução como alternativa para diminuir custos em energia

ALTA NO CONSUMO DE ENERGIA

De acordo com o relatório “O Mundo da Energia”, produzido pela Agência In-ternacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), o consumo energético global deve aumentar em, pelo menos, um terço nos próximos 25 anos, levando a população mundial à insegurança e à instabilidade.

Diante deste cenário, a ABIAPE acredita que o crescimento do consumo brasileiro, em especial, representa oportunidades e desafios. Para a entidade, é preciso garantir a participação nos novos leilões de hidrelétricas, viabilizar a energia eólica para o mercado livre e garantir custos competitivos na instalação de pequenas centrais hidrelétricas. Também é neces-sária uma política de gás que viabilize autoproduções nesta modalidade.

Indústria da Mineração Ano VII – nº 57, outubro de 2012 15

Uma história que teve início em Itabira, Minas Gerais, e completa 70 anos em 2012. A Vale S.A. (associada ao IBRAM) chega a sete décadas de operações e continua a contribuir para o desenvolvimento do País. Os resultados alcançados neste período de atividades mostram a dimensão da minera-dora. Nessas sete décadas, foram investidos US$ 126 bilhões de dólares, dos quais US$ 83,5 bilhões nos últimos dez anos. No que se refere à produção, a Vale ultrapassou a marca de 5 bilhões de toneladas de minério de ferro no período.

Diante desta importância, a empresa foi homenageada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A cerimônia, presidida pelo Deputado Dinis Pinheiro (PSDB) e solicitada pelo Deputado Gustavo Corrêa (DEM) e pelo ex-Deputado e atual Con-selheiro do Tribunal de Contas do Estado,

Vale comemora

70 anosEmpresa é homenageada na

Assembleia Legislativa de Minas Gerais

Da esquerda para direita: Deputado Estadual de Minas Gerais, Gustavo Corrêa; Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, Dinis Pinheiro; Presidente

da Vale S.A., Murilo Ferreira; e Vice-Governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho.

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Da esquerda para direita: Presidente da Vale S.A., Murilo Ferreira, Diretor Presidente do IBRAM, José

Fernando Coura, e Presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson de Andrade

Doutor Viana, contou com a presença de representantes do poder público, do em-presariado e da sociedade.

Ao receber a placa comemorativa, o Di-retor-Presidente da Vale, Murilo Ferreira, de-dicou a homenagem a todos os empregados que atuam em mais de 30 países pelo mundo.

Durante a solenidade, o Deputado Dinis Pinheiro afirmou que a mineradora con-seguiu conciliar os desenvolvimentos eco-nômico e tecnológico com valores como responsabilidade, transparência e solidarie-dade. Isso trouxe reflexos positivos para a sociedade como ressaltou o Deputado Gus-tavo Corrêa Segundo Corrêa, cerca de 160 mil empregos diretos e indiretos foram gera-dos. O parlamentar também mencionou o investimento da empresa em sustentabilida-de e em cultura.

Já o Vice-Governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, reforçou o pioneiris-mo da companhia. Como exemplo, ele ci-tou a construção de ferrovias, a antecipação de processamento de dados no Porto de Tubarão, em Vitória (ES), e a descoberta da mina de Carajás, no Pará.

Trajetória

A mineradora começou suas atividades em 1942, em Minas Gerais, quando o então Presidente do Brasil, Getúlio Vargas, criou a Companhia Vale do Rio Doce. No ano da inauguração, a empresa produziu 40 mil toneladas de minério de ferro. Em 1949, a companhia já era responsável por 80% das exportações desse mineral no Brasil.

A privatização ocorreu em 1997, quando os ganhos da organização aumentaram. No primeiro ano como empresa privada, o au-mento do lucro sobre o resultado de 1996 foi de 46%.

Atualmente, a Vale está presente em 37 países e conta com mais de 139 mil emprega-dos, entre próprios e terceiros. A mineradora é líder mundial na produção de minério de ferro e a segunda maior produtora de níquel.

Atuação em Minas e no Pará

Com mais de 58 mil empregados em Mi-nas Gerais, a Vale mantém operações em di-versos municípios como Ouro Preto, Mariana, Catas Altas, São Gonçalo do Rio Abaixo, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Brumadinho, Nova Lima, Sarzedo, Rio Acima, Itabirito, Nova Era, João Monlevade, Rio Piracicaba e Congonha, além de Itabira. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, o estado mineiro recebeu mais de US$ 14 bilhões em inves-timentos nos últimos 10 anos. Esses recursos trazem não só bons resultados para a compa-nhia, como desenvolvimento para Minas.

No Pará a situação não é muito diferen-te. É na região Norte do País que a minera-dora opera a maior mina de ferro do mun-do, Carajás.

Também sai do Pará a maior linha férrea de passageiros do Brasil, a Estrada de Ferro Carajás (EFC), com 892 quilômetros de ex-tensão passando por 25 municípios até São Luís, no Maranhão. O trem de passageiros beneficia cerca de 1.100 pessoas diariamen-te entre os dois estados.

Ano VII – nº 57, outubro de 2012Indústria da Mineração 16

O Brasil vai sediar o World Mining Congress (WMC), o Congresso Mundial de Mineração, em 2016 na cidade do Rio de Janeiro. A vitória foi alcançada após o País superar o Cazaquistão. A candidatura brasileira venceu com folga: foram 16 votos a favor e cinco contra durante o 92º encon-tro do International Organizing Committee (IOC), responsável pelo WMC, realizado em Viena, Áustria.

Coube ao Instituto Brasileiro de Minera-ção defender a candidatura do Brasil após articulação junto ao Governo, entidades setoriais e mineradoras. O Instituto se fez representar pelo Diretor-Presidente, José Fernando Coura, e pelo Diretor de Assuntos Minerários, Marcelo Ribeiro Tunes.

A apresentação foi conduzida pelo Dire-tor Tunes, que fez uma palestra contunden-te ao mostrar qualidades tanto do IBRAM quanto do Rio de Janeiro, bem como evi-denciar a força da indústria da mineração brasileira. Os elementos apresentados se traduziram em fatores decisivos para que os integrantes do IOC decidissem pelo Brasil.

O IBRAM será o responsável pela realiza-ção do Congresso em 2016 e tem apoio de peso dos Presidentes da Confederação Na-cional da Indústria (CNI), Robson Braga, e da empresa Vale S.A. (associada ao IBRAM), Murilo Ferreira, além do Governo Federal e do Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

Brasil vence Cazaquistão e sediará o 24º World Mining Congress em 2016

A vitória brasileira na disputa pelo WMC motivou Deputados Federais, como Bernar-do Santana de Vasconcellos (PR-MG), Mar-cos Montes (PSD/MG) e Sílvio Costa (PTB/PE) a discursarem no plenário (leia os discur-sos no site www.ibram.org.br).

“Tenho absoluta certeza que o IBRAM or-ganizará uma das melhores edições do World Mining Congress e que este importante evento marcará uma nova etapa no desenvolvimento da indústria da mineração brasileira”, garante Fernando Coura. O dirigente ressaltou a pre-sença do Embaixador do Brasil em Viena, Sr. Evandro Didonet e sua equipe, que acompa-nharam a Diretoria do IBRAM na cerimônia de apresentação da candidatura ao IOC.

Sobre o World Mining Congress

O World Mining Congress é realizado ge-ralmente a cada três anos. A seleção das cida-des-sede é de responsabilidade de um comi-tê organizador internacional (IOC), formado por representantes de 50 países. Em uma de suas maiores edições, em Las Vegas, nos Esta-

dos Unidos, o evento se uniu ao Minexpo e bateu sua marca de participantes, com mais de 36.600 mil delegados de 100 países.

Atualmente, o evento está em sua 23ª edição, a ser realizada em Montreal, no Ca-nadá, de 11 a 15 de agosto de 2013. O tema escolhido pelos organizadores canadenses é “Mapeando o Futuro: Avanços em Mine-ração e Engenharia”, que será desdobrado em palestras sobre mineração subterrânea e a céu aberto, sustentabilidade, integração com as comunidades, energia, ventilação, processamento mineral, entre outros.

Delegação Brasileira no 92º Encontro do International Organizing Committee

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92º Encontro do International Organizing Committee

Diretor de Assuntos Minerários, Marcelo Ribeiro Tunes, apresenta Brasil no encontro do IOC

Indústria da Mineração Ano VII – nº 57, outubro de 2012 17

ARTIgO

Geólogo desenvolve Índice de Sustentabilidade da Mineração

Maurício Boratto Viana

Geólogo e Bacharel em direito pela uFMG, ex-Conselheiro do CoPAM/MG, Consultor legislativo da Câmara dos deputados, Mestre e doutor pelo Centro de desenvolvimento sustentável (Cds) da unB.

O termo sustentabilidade faz parte de to-dos os discursos, mas será que estamos re-almente assumindo atitudes sustentáveis na vida e na empresa?

Para responder a essa pergunta, o geólo-go Maurício Boratto Viana desenvolveu uma ferramenta para avaliar a sustentabilidade do setor mineral, o Índice de Sustentabilidade da Mineração (ISM), a partir da proposição, ponderação e agregação de indicadores nas dimensões econômica, social e ambiental.

Boratto apresentou esse instrumento em sua tese de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável pela UnB, já disponível em http://www.cds.unb.br/publicacoes/MauricioBorat-to.pdf. O ISM será apresentado no 3º Con-gresso de Mineração da Amazônia.Maurício

Boratto Viana - Geólogo e Bacharel em Direi-to pela UFMG, ex-Conselheiro do COPAM/MG, Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados, Mestre e Doutor pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS) da UnB.

Segundo ele, o ISM é uma metodologia a ser aplicada especificamente em unida-des operacionais minerárias. Diferentemen-te dos índices desenvolvidos pela Global ReportingInitiative(GRI), dentre outras inicia-tivas que avaliam a empresa como um todo, o ISM busca verificar a sustentabilidade dos empreendimentos minerários, incluindo as comunidades de entorno e o município de inserção da mineração e levando em consi-deração as especificidades brasileiras.

“As mineradoras, enquanto atores impor-tantes do município, devem ir além de suas atividades rotineiras, pois o fato de apenas cumprirem com suas obrigações legais não garante que a comunidade não sofrerá impac-tos. Por isso, essa ferramenta busca equacionar as ações empresariais em contraponto com o que a população sente”, pondera Boratto.

Segundo o geólogo, dada a natureza exau-rível dos bens minerais, a mineração precisa promover a equidade tanto interna quanto

externamente, para que possa ser conside-rada sustentável. Na geração atual, a ativi-dade mineral deve minimizar seus impactos ambientais e compensar os não mitigáveis, ajudando a promover, simultaneamente, o bem-estar socioeconômico das comunidades envolvidas em termos de emprego, renda, saúde, educação etc. Já para as gerações fu-turas, a mineração deve ensejar o uso susten-tável das receitas que produz, estimulando novas opções econômicas para a região após a exaustão das jazidas.

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“Meu objetivo foi provar que aspectos tão subjetivos e qualitativos de minerações com características completamente diferentes possam ser aferidos com legitimidade me-diante o uso de uma mesma escala de indi-cadores, possibilitando análises comparativas desses empreendimentos, sejam quais forem os bens minerais extraídos. E o uso dessa fer-ramenta pela mineradora, pela sociedade ou pelo governo permite mapear os aspectos da sustentabilidade em que a unidade operacio-nal vai bem e aqueles em que ela ainda pre-cisa melhorar. Com isso, a população afetada pode vislumbrar seu futuro com um pouco mais de serenidade”, ressalta.

Elaboração do ISM

Para chegar ao Índice de Sustentabilida-de da Mineração, Boratto fez consultas (com emprego do método Delphi) a cerca de tre-zentos especialistas de diversos grupos de in-teresse, tais como técnicos de mineradoras, consultores, entidades empresariais, de tra-balhadores e ambientalistas, governo, acade-mia e instituições de pesquisa, obtendo 165 respostas acerca da relevância de dezenas de possíveis indicadores da sustentabilidade da mineração. Ao final, delimitou sua pesquisa com 70 indicadores,sendo 20 econômicos, 20 sociais e 30 ambientais.

A partir daí,iniciou-se o trabalho de cam-po, com visitas a dez médias e grandes minas situadas em Minas Gerais, para aferição da escala de cada indicador. Ao mesmo tempo em que esses levantamentos foram realiza-dos, e até para a obtenção de informações essenciais à construção de alguns indicado-res, Boratto aplicou questionários aos mora-dores das comunidades de entorno das minas visitadas, de modo a obter a percepção delas quanto à mineração vizinha.

Os levantamentos de campo estenderam--se de setembro de 2010 a maio de 2011. Com as informações coletadas e tabuladas, a agregação dos indicadores em cada dimen-são permitiu o cálculo dos índices econô-mico, social e ambiental e, ao final, do ISM de cada unidade operacional pesquisada, incluindo a comunidade de entorno e o mu-nicípio de localização da mineradora.

Percepção das comunidades

Um dos objetivos de Boratto foi analisar a percepção da mineração pelas comunida-des de entorno. “É importante avaliar como a sociedade enxerga a atividade minerária, pois o simples cumprimento das normas e padrões técnicos não garante que incômo-dos não sejam gerados nas comunidades

de entorno”, reforça. A partir da pesquisa, o geólogo também verificou que muitas empresas, mesmo quando social e ambien-talmente responsáveis, acabam não infor-mando à comunidade sobre suas operações, deixando de promover sua integração com a sociedade.

As pessoas que vivem perto de ativida-des minerárias sentem seus efeitos direta e indiretamente, e a relação que se estabele-ce não necessariamente precisa ser onerosa, podendo ser uma relação de apoio mútuo. Os efeitos da mineração têm bastante peso localmente, levando, assim, à necessidade de uma tríplice licença para operar: o títu-lo minerário, a licença ambiental (ambos, legalmente previstos) e a “licença social”, ainda não prevista em lei, mas que corres-ponde ao aval da sociedade para a abertura da mina e a continuidade das atividades ao longo dos anos.

“As grandes mineradoras precisam divul-gar mais suas atividades em meio à popula-ção que a rodeia.Isso deve ocorrer, porque a cadeia de aproveitamento mineral é muito longa, desde a exploração da jazida, a lavra e a transformação do minério nos produtos finais. Assim, muitas pessoas não sabem que praticamente tudo o que nos cerca é prove-niente de minérios”, afirma o geólogo.

Tabela de Preços

Categorias até 02/11/12 No local

Associados R$ 540,00 R$ 660,00

Não associados R$ 640,00 R$ 790,00

Membros de Universidades(1) R$ 310,00 R$ 370,00

Profissionais Seniores (2) R$ 370,00 R$ 460,00

Estudantes (3) R$ 200,00 R$ 240,00

Inscrição para 1 dia R$ 240,00 R$ 300,00

Estão abertas as inscrições para o 3º Congresso de Mineração da Amazônia. Os congressistas inscritos podem optar por pelo acesso integral ao evento ou escolher os dias em que preferem participar. Os valores variam de acordo com a categoria (associados, não associados, membros de universidades, profissionais seniores e estudantes).

Participe do Congresso

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