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MILHO I MANEJO DE PRAGAS NA CULTURA DO MILHO /van Cruz j] José Magid Waquil~ Paulo Afonso Viana_l.f o milho é um cereal sensível a um complexo de pragas que podem se instalar desde o plantio até o seu armazenamento. Dentre estas pragas, citam-se o perceve- jo-castanho (Scaptocoris castanea) ea larva-arame (Conoderus spp.), que se alimentam da raiz e da semente, respecti- vamente. Outro grupo, considerado o mais importante no campo, é representa- do pela lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), la- garta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugi- perda). A lagarta-rosca secciona o colmo, podendo causar a morte da planta. A la- garta-elasmo perfura um orifício na base da planta, fazendo uma galeria ascendente que destrói o ponto de crescimento da planta, o que provoca a sua morte. A la- garta-do-cartucho alimenta-se das folhas centrais do milho, podendo matar plantas novas ou causar sérios danos em plantas maiores. Um outro grupo de pragas que, de- pendendo das condições favoráveis, pode causar problemas para a cultura inclui: o curuquerê-dos-capinzais (Mocis latipes), a broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea sac- charalis), o pulgão (Rhopalosiphum mai- dis) e a lagarta-da-espiga (Heliothis zea). Recentemente foi observada a presença de insetos adultos de cigarrinha-das-pas- tagens (Deois flavopicta) atacando e cau- sando sérios prejuízos à cultura do milho em regiões do Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais. 1/ Eng P Agr'2, Pn. O, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG. 2/ Eng P Agr'2, Ph. O, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG. 3/ Eng P Agr'2, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG. Inf. Agropec., Belo Horizonte, ~ (164) NíVEL DE CONTROLE Até recentemente o controle de pra- gas, de modo geral, era baseado na pre- sença do inseto na cultura, independente de seu nível populacional. No momento, devido ao desequilíbrio biológico provo- cado pelo uso indiscriminado de defensi- vos, pelo alto custo destes produtos e por maior conhecimento da bioecologia dos insetos, procura-se controlar a praga so- mente quando seu nível populacional causa danos maiores do que o custo de seu controle. O dimensionamento dos da- nos provocados pela maioria das pragas não é, contudo, conhecido. Especifica- mente para as principais pragas do milho, já se têm alguns dados que permitem sa- ber quando combatê-Ias. Para isto, de- ve-se conhecer o nível de controle (NC), ou densidade populacional da praga, para que sejam tomadas medidas para impedir prejuízos na produção. Para se calcular o NC das pragas, certos parâmetros, além do dimensionamento dos danos, devem ser considerados: população de plantas, estimativas da produção, estimativa do valor desta produção (VP) e o custo de tratamento (CT) da praga (inseticida + mão-de-obra). MANEJO DAS PRAGAS DO MilHO • Pragas Subterrâneas No Brasil pouco se conhece sobre o dano provocado pelas pragas subterrâneas e a importância de seus inimigos naturais. Recomenda-se o controle cultural sempre que possível, utilizando-se rotação de cultura, controle de plantas daninhas e aração após a colheita. Em casos de con- trole químico, o mais eficiente é o pre- ventivo. • lagarta-elasmo Segundo dados da literatura, o nú- mero de pesquisas sobre controle desta praga pode se enquadrado, em ordem de- crescente de importância, em métodos quúnicos, culturais e biol6gicos. As la- gartas desta praga são pouco afetadas por inimigos naturais, porque estão sempre 21

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MILHO I

MANEJO DE PRAGASNA CULTURA DO MILHO

/van Cruz j]José Magid Waquil~Paulo Afonso Viana_l.f

o milho é um cereal sensível a umcomplexo de pragas que podem se instalardesde o plantio até o seu armazenamento.Dentre estas pragas, citam-se o perceve-jo-castanho (Scaptocoris castanea) e alarva-arame (Conoderus spp.), que sealimentam da raiz e da semente, respecti-vamente. Outro grupo, considerado omais importante no campo, é representa-do pela lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), la-garta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) elagarta-do-cartucho (Spodoptera frugi-perda). A lagarta-rosca secciona o colmo,podendo causar a morte da planta. A la-garta-elasmo perfura um orifício na base

da planta, fazendo uma galeria ascendenteque destrói o ponto de crescimento daplanta, o que provoca a sua morte. A la-garta-do-cartucho alimenta-se das folhascentrais do milho, podendo matar plantasnovas ou causar sérios danos em plantasmaiores.

Um outro grupo de pragas que, de-pendendo das condições favoráveis, podecausar problemas para a cultura inclui: ocuruquerê-dos-capinzais (Mocis latipes), abroca-da-cana-de-açúcar (Diatraea sac-charalis), o pulgão (Rhopalosiphum mai-dis) e a lagarta-da-espiga (Heliothis zea).Recentemente foi observada a presençade insetos adultos de cigarrinha-das-pas-tagens (Deois flavopicta) atacando e cau-sando sérios prejuízos à cultura do milhoem regiões do Mato Grosso do Sul, Goiáse Minas Gerais.

1/ EngP Agr'2, Pn. O, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.2/ EngP Agr'2, Ph. O, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.3/ EngP Agr'2, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.

Inf. Agropec., Belo Horizonte, ~ (164)

NíVEL DE CONTROLE

Até recentemente o controle de pra-gas, de modo geral, era baseado na pre-sença do inseto na cultura, independentede seu nível populacional. No momento,devido ao desequilíbrio biológico provo-cado pelo uso indiscriminado de defensi-vos, pelo alto custo destes produtos e pormaior conhecimento da bioecologia dosinsetos, procura-se controlar a praga so-mente quando seu nível populacionalcausa danos maiores do que o custo deseu controle. O dimensionamento dos da-nos provocados pela maioria das pragasnão é, contudo, conhecido. Especifica-mente para as principais pragas do milho,já se têm alguns dados que permitem sa-ber quando combatê-Ias. Para isto, de-ve-se conhecer o nível de controle (NC),ou densidade populacional da praga, paraque sejam tomadas medidas para impedirprejuízos na produção. Para se calcular oNC das pragas, certos parâmetros, alémdo dimensionamento dos danos, devemser considerados: população de plantas,estimativas da produção, estimativa dovalor desta produção (VP) e o custo detratamento (CT) da praga (inseticida +mão-de-obra).

MANEJO DAS PRAGASDO MilHO

• Pragas Subterrâneas

No Brasil pouco se conhece sobre odano provocado pelas pragas subterrânease a importância de seus inimigos naturais.Recomenda-se o controle cultural sempreque possível, utilizando-se rotação decultura, controle de plantas daninhas earação após a colheita. Em casos de con-trole químico, o mais eficiente é o pre-ventivo.

• lagarta-elasmo

Segundo dados da literatura, o nú-mero de pesquisas sobre controle destapraga pode se enquadrado, em ordem de-crescente de importância, em métodosquúnicos, culturais e biol6gicos. As la-gartas desta praga são pouco afetadas porinimigos naturais, porque estão sempre

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MILHO I

bem protegidas, ora dentro da planta oradentro de um casulo por elas construído.

Cultivo, mínimo e manutenção dacultura livre de plantas daninhas servempara reduzir a população de elasmo nocampo. Corno a praga é adversamenteafetada por alta umidade no solo, se estacondição ocorrer durante o plantio e per-sistir por cerca de 30 dias, dificilmenteo inseto causará danos à cultura. A irriga-ção é, portanto, uma prática que ajudaa reduzir as infestações da lagarta-elas-mo.

A decisão sobre o uso de produtosquímicos deve ser baseada no nível decontrole mostrado no Quadro 1. Nestequadro, tem-se o nível de controle paradiferentes valores da produção e de custode tratamento,

Como os inseticidas aplicados logoap6s o aparecimento da praga não têmdado bom controle, recomendam-se osinseticidas sistêmicos granulados, aplica-dos no sulco de plantio ou misturados àsemente, como o carbofuran ou thiodi-carb. Neste caso a aplicação será preven-tiva, o que, na maioria dos casos, é viável,dado ao baixo valor do nível de controle(Quadro 1). Mesmo assim deve-se levarem consideração, na decisão de usar pre-ventivamente ou não o inseticida, que apraga ocorre com maior freqüência emculturas instaladas em solos arenosos e em

períodos secos ap6s as primeiras chuvas.Também ela terá maior probabilidade deocorrer quando se planta o milho logoap6s o plantio de outro hospedeiro, comoo arroz ou trigo, ou em cultivos sucessi-vos de milho.

Quando se optar pelo tratamento desementes, o método mais econômico, de-ve-se plantar a semente tão logo seja feitaa mistura com o inseticida, para evitarpossíveis problemas fitot6xicos, reduzin-do assim a germinação das sementes.

• Lagarta-rosca

A lagarta-rosca não em sido proble-mática para a cultura de milho no Brasil, anão ser em áreas de baixadas e/ou áreascom umidade de solo favorável à praga.Portanto, em regiões cujo plantio é efe-tuado em solos mais secos, como o cerra-do, por exemplo, o inseto não tem causa-do problemas.

O controle biol6gico desta praga,à semelhança do que ocorre com a lagar-ta-elasmo, não tem sido eficiente, princi-palmente pelo fato de a praga ficar es-condida sob a terra, protegida contra osinimigos naturais.

Existem poucos trabalhos sobre o ní-vel de controle desta praga no Brasil.Entretanto, dados da literatura interna-cional, principalmente americana, mos-

(i1ustodeTratamento

(BTN) 135 180 225 270 314

V1Válores cormente.BTN = 2,6956 (setembro/89)Preço por saco de 60 kg = 5,56 BTNF6rmula para cálculo: NC (%) = 100 CT

VP

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tram que o dano da lagarta-rosca dependedo estádio de crescimento da planta etambém do ínstar da lagarta. Isto porque,se o seccionamento provocado for acimado ponto de crescimento, a planta poderecuperar. Diante desse fato, foram con-feccionados os Quadros 2 e 3 que podemser aplicados no Brasil, principalmentenas regiões onde se obtêm altas produti-vidades.

Quadro 2 - Largura de CápsulaCefálica da Lagarta-rosca nosDif s Ínstares

34567

Método de Amostragem

- Selecionar cinco pontos da cultura.Inspecionar 20 plantas consecutivas,anotando-se o número de plantas ataca-das. Determinar a percentagem de plantasinfestadas em cada área amostrada e ex-trapolar para a área como um todo.

- Contar e anotar o número de fo-lhas totalmente abertas, na 19~ e 20~planta de cada área amostrada. Determi-nar o número médio.

- Coletar no mínimo dez lagartas vi-vas. Utilizando o Quadro 2, computar asmedidas de cápsula cefálica e determinaro Instar médio das espécimes coletadas.

- Entrar no Quadro 3. No ponto deinterseção entre Instar médio de lagartas(horizontal) e número de folhas inteira-mente abertas (vertical) tem-se a percen-tagem de plantas cortadas ou danificadas,acima da qual se deve decidir sobre ocontrole (Nível de Controle). Uma vezdecidido sobre o controle químico da pra-ga, deve-se ter o cuidado de dirigir o jatoda calda de inseticidas para a base daplanta, que é o local onde a praga ataca.

t1I

• Lagarta-elo-cartucho

A lagarta-do-cartucho no milho,além de ser a praga mais disseminada noBrasil, é, sem dúvida, a mais importante.

Inf. Agropec, Belo Horizonte, !i(164)

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MILHO I

Embora possa atacar a planta em todosestádios de crescimento, esta é mais sus-cetível a ataques iniciados no estádio de8-10 folhas, ou aproximadamente 40-50dias de idade, quando os danos provocamuma queda na produção em média de20%.

o controle cultural através da araçãoapós a colheita tem a fmalidade de mataras pupas do inseto diretamente por esma-gamento ou indiretamente pela exposiçãodos raios solares. Estes provocam umaelevação da temperatura na superfície dosolo, que podem atingir até 55°C. Mantera cultura no limpo, eliminando-se prová-veis hospedeiros da praga, também ajudaa diminuir a infestação na cultura princi-pal.

Diversos parasitos e predadores sãocitados como fatores reguladores im-portantes da população natural da la-garta-do-cartucho. Atualmente tem-seestudado, no Centro Nacional de Pes-quisa de Milho e Sorgo - CNPMS, daEMBRAP A, o predador de ovos e larvasrecém-nascidas, o inseto conhecido vul-gannente como tesourinha (Doru luteipes- Forficulidae, Dennaptera) e o vírusNPV, do grupo Baculovirus. Ambos têm-se mostrado promissores no controle dapraga.

A decisão sobre controlar ou não alagarta-do-cartucho deve ser baseada nonível de controle mostrado no Quadro 4.O Controle químico desta praga pode serfeito mediante o uso de inseticidas gra-nulados ou veiculados em água. Optando-

Inf, Agropec., Belo Horizonte, !.i (164)

tura de milho. Entretanto, quando ocorre,vem em grandes populações, o que causasérios prejuízos, pois ela destrói total-mente a área foliar da planta, deixandoapenas a nervura principal. O controlequímico deve ser realizado imediatamenteapós constatada a presença de lagartas nalavoura. Como o inseto ataca primeira-mente gramíneas nativas ao redor da la-voura de milho, deve-se, como medidacultural, deixar a cultura no limpo, isto é,eliminar os hospedeiros intermediários .

• Broca-da-cana-de-açúcar e Pulgão

Os danos ocasionados por estes in-setos à cultura do milho não têm sido sig-nificativos a ponto de justificar o seucontrole.

se por esta última modalidade de aplica-ção, deve-se utilizar bicos do tipo leque,8002 ou 6502 que, além de manterem aeficiência dos inseticidas, são tambémeconômicos do ponto de vista de consumode água. Em locais onde ocorre a "tesou-rinha", produtos seletivos como delta-methrin, pennetrin, methomil, triclorfonou carbaryl são os indicados.

• Curuquerê-dos-capinzais

Esta é uma praga ocasional na cul-

• Lagarta-da-espiga

Os dados da pesquisa têm demons-trado que esta praga não é problemáticapara a cultura do milho, quando este sedestina à produção de grãos. A sua im-portância é maior no caso de exploraçãode milho verde, especialmente no caso demilho doce. Neste caso, a importância doataque do inseto está relacionada mais aoaspecto visual da espiga do que propria-mente ao aspecto de perda em peso. En-tretanto, considerando-se a dificuldade de

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MILHO I

Quadro 5 -lnseticidas Registrados para o Controle das Pragas da Cultura do Milho em Condições de Campo

PrincípioFormulação 11 Dosagem Período

e por de Carência PragasAtivo Concentração l1ectare (días~'

Baccilus PM3,2 0,5kg • Curuquerê-dos-capinzais eThuringiensis lagarta-do-cartucho

Carbaryl P 5,0 24kg 14 Curuquerê-dos-capinzais

P7;5 18 kg 14 Lagarta-do-cartucho

P 50 2,3 kg 14 Lagarta-elasmo

PM60 1,9kg 14 Lagarta-da-espiga

PM80 1,5 kg 14 L~garta- roscaPMS5 1,2kg 14G5,0 20kg 14CE40 2,SQ 14SC 30 3,3Q 14SC36 2,SQ 14SC48 2,1 k 14FW48 2,2Q 14FW 50 2,2Q 14

Carbofuran 05,0 30kg - Lagarta-elasmo

'lSQ2 -Se35 ,

Chlorpiriphos CE44,8 0,5Q 21 Curuquerê-dos-capínzais

Ethyl Lagarta -do-cartucho

Deltamethrin CE2,5 0,15 Lagarta-do-cartuchoDemethon

Methyl CE 18 0,5 21 Pulgão

Díazinon 1> 2,5 20kg 14 Cagarta-do-cartucho

P 5,0 lOkg 14 Pulgão

PM40 1,2kg 14 Broca-da-cana-de-açúcar

Curuquerê-dos-capinzais,ti lagarta-do-cartucho e

lagarta-espiga

G 14 lOkg 14 Lagarta-do-cartucho elagarta-rosca

CE60 1 Q 14 Broca-da-cana~de~açúcar,'t(I,jffií ciftUquerê-dos-capinzais,

lagarta-do-cartucho,lagarta-da-espiga e pulgão

---t ,

EPN CE45 0,5 Q 14 Curuquerê-dos-capinzais

•Fenitrothion CE50 1,3Q 14 Lagarta -do-cartucho

Malathion CE50 1,5 Q 7 Lagarta-do-cartuchoCE60 1,3 Q 7 Curuquerê-dos-capinzais

e pulgão%

24 Inf. Agropec., Belo Horizonte, !i (164)

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MILHO I C . -ontínuação

Quadro 5 - Inseticidas Registrados para o Controle das Pragas da Cultura do Milho em Condições de Campo

Methomyl

PS90SC 21,S

O,40kg1,7 Q

314

Parathion!!Ethyl

Permethrin Lagarta-do-cartucho

Tetrachlorvinphos PM50 l,2kg 10 Lagarta-do-cartucho

-do-carlag ta-da-espigaCumquerê-dos-capinzais,lagarta -do-cartucho,lagarta-da-espiga elagarta- rosca

Inf, Agropec., Belo Horizonte, ~ (164) 25

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MILHO I

se fazer um tratamento quúnico em umalavoura de milho já formada e a carênciados defensivos, não se tem recomendadoo controle desta praga com inseticidas.

Para a lavoura destinada à exploração demilho verde, deve-se adotar o controlemecânico, ou seja, eliminação da ponta daespiga com um facão, por exemplo, ondegeralmente a praga está localizada porocasião da comercialiaação. Devem-seutilizar cultivares que apresentem bomempalhamento da espiga.

• Cigarrinhas-das-pastagens

Os dados de pesquisa já disponíveis,gerados pelo CNPMS, embora não per-mitam determinar exatamente o nível decontrole da praga, indicam que plantas jo-vens, ou seja, com idade de cerca de dezdias, são muito sensíveis ao ataque da ci-garrinha. Dois insetos adultos por plantaocasionam severos danos. Infestaçõescom três cigarrinhas por planta provocamsintomas de ataque dois dias após a ocor-rência. A morte da planta pode ocorrer

dois dias após a manifestação dos sinto-mas. Plantas mais desenvolvidas (acima de17 dias) já toleram bem até níveis maisaltos de infestação.

Finalmente, o Quadro 5 mostra osprodutos registrados no Ministério daAgricultura para uso contra as diferentespragas da cultura do milho.

REFERÊNCIAPARDUE UNIVERSITY. Field crop insect

and weed pest management decision -making guide. Indiana, Cooperative Ex-tension Service, 1979. n.p.

MANEJO DE"

IRRIGA~AO E FERTILIZANTES NACULTURA DO MILHO

Morethson Resende 1/Vera Maria Carvalho Alves 2/

Gonçalo Evangelista de França f/José de Anchieta Monteiro ~I

INTRODUÇÃO

O uso de irrigação pressupõe doisprincípios básicos: primeiro, o uso inten-sivo do solo; e segundo, o emprego de altatecnologia.

Assim, é importante diferenciar agri-cultura irrigada de agricultura de sequeiromais água, sendo que a primeira, devidoaos altos custos de investimento e opera-ção do sistema de irrigação, faz com que aviabilidade econômica dependa de altasprodutividades. Portanto, é necessárioque um conjunto de fatores se integrem

positivamente, como: cultivar, espaça-mento e população de plantas, adubação,manejo de irrigação, controle de insetos eplantas daninhas, dentre outros.

Embora a área irrigada no país venhaapresentando incremento significativo, abaixa produtividade e a falta de alternati-vas de culturas para uma exploração in-tensiva têm sido os principais problemaspara o produtor rural após a implantaçãode um sistema de irrigação. O milho temsido considerado como uma alternativa,principalmente para o cultivo de verão.Esta cultura pode alcançar altas produti-vidades, principalmente com o uso ade-quado de fertilizantes e um bom manejode irrigação .. Por isso, este trabalho daráenfoque especial a estes tópicos, além deconsiderações econômicas sobre milho ir-rigado.

1/ Eng9 Agr9, Ph.D, Pesq. EMBRAPA/CNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.21 Eng? Agi', M.Sc, Pesq. EMBRAPAICNPMS, Caixa Posta/151, CEP 35700 Sete Lagoas, MG.

26

MANEJO DE IRRIGAÇÃO

Considerando que a irrigação é umcomplemento tecnol6gico para obtençãode altas produtividades e de alto custo,após a implantação de um projeto de irri-gação, o produtor necessita ser orientadopara que possa obter o máximo rendi-mento do sistema em uso. Esta orientaçãotécnica em manejo de irrigação significaestabelecer lâminas de água a serem apli-cadas e determinar o momento de apli-cá-Ias. As fases mais críticas à deficiênciade água na cultura do milho são, em or-dem decrescente, o florescimento, enchi-mento de grãos e desenvolvimento vege-tativo (Eck 1986; Museck & Duser 1980;Beltrame & Oliveira 1986). Denrnead &Shaw (1960) apontam reduções na produ-ção de milho de 25%, 50% e 21% quando

Inf. Agropec., Belo Horizonte, !i (164)