mídia e política

7/24/2019 Mídia e Política

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Mídia e Política

Infuência e relações de poder



1. O poder

• O poder deve ser analisado comoalgo que circula, que unciona emcadeia. Nunca est locali!ado aqui ouali, nunca est nas m"os de alguns,nunca # apropriado como rique!a ou$em. O poder funciona e se

exerce em rede. Os indivíduos, emsuas mal%as, e&ercem o poder esorem sua aç"o. Cada um de nós

é, no fundo, titular de um certo



• Os poderes peri#ricos e moleculares n"ooram con'scados e a$sorvidos pelo (stado)n"o s"o necessariamente criados pelo

(stado. *Poderes periféricos emoleculares: poder e&ercido por indivíduos,grupos, empresas, cientistas, comunicadores,etc...+. Os poderes se e&ercem em níveis

variados e em pontos dierentes da redesocial e neste comple&o os micropoderes e&istem integrados ou n"o ao (stado.



• preciso dar conta deste nívelmolecular de exercício do podersem partir do centro para a perieria,do macro para o micro.



1.1 Relações de poder

• Os poderes n"o est"o locali!ados emnen%um ponto especí'co daestrutura social. -uncionam comouma rede de dispositivos oumecanismos *tecnologia do corpo,ol%ar, disciplina+ que nada ou

ningu#m escapa.



• O poder n"o # algo que se det#mcomo uma coisa, como umapropriedade, que se possui ou n"o.N"o e&iste de um lado os que têm opoder e de outro aqueles que seencontram dele apartados.

igorosamente alando, o poder n"oe&iste) existem sim prticas ourelações de poder. O poder é

al!o "ue se exerce, "ue se



• O poder n"o # su$stancialmenteidenti'cado com um indivíduo que opossuiria) ele torna/se uma maquinaria de

que ningu#m # titular. 0ogicamente nestamquina ningu#m ocupa o mesmo lugar)alguns lugares s"o preponderantes epermitem produ!ir eeitos de supremacia.

1e modo que eles, podem assegurar umadominaç"o de classe, na medida em quedissociam o poder do domínio individual.



1.# O poder exercido como disputa e luta

• Onde % poder % resistência, n"o e&istepropriamente o lugar de resistência, maspontos m2veis e transit2rios que tam$#m

se distri$uem por toda a estrutura social.• 3 guerra # luta, arontamento, relaç"o de

orça, situaç"o estrat#gica. N"o # umlugar que se ocupa, nem um o$4eto quese possui. (le se e&erce, se disputa.Nessa disputa ou se gan%a ou se perde.



1.% Concepções ne!ativa e positiva do poder

• Concepç&o ne!ativa do poder:vinculado ao (stado como aparel%orepressivo que castiga para dominar.

• Concepç&o positiva do poder:direciona a vontade para a satisaç"ode dese4os e pra!eres. O capitalismo

n"o se manteria se ossee&clusivamente $aseada narepress"o.



1.' O()eto do poder: o corpo

• O poder atinge a realidade concretados indivíduos5 o corpo.

• Os procedimentos técnicos dopoder so(re o corpo s"o5 controledetal%ado e minucioso de gestos,atitudes, comportamentos, %$itos e

discursos.



• preciso parar de sempre descrever oseeitos do poder em termos negativos5 elee&clui, ele reprime, ele recalca, ele censura,

etc. O poder, em sua positividade, temcomo alvo o corpo %umano n"o para suplici/lo, mutil/lo, mas para aprimor/lo, adestr/lo.

•

O corpo s2 se torna orça de tra$al%o quandotra$al%ado pelo sistema político dedominaç"o característico do poder disciplinar.



• O()etivo econ+mico e político:aumento do eeito de seu tra$al%o,isto #, tornar os %omens orça de

tra$al%o dando/l%es uma utilidadeecon6mica m&ima) diminuiç"o desua capacidade de revolta, de

resistência, de luta, de insurreiç"ocontra as ordens do poder,neutrali!aç"o dos eeitos de

contrapoder, isto #, tornar os



#.1 *s "uatro fases dadisciplina

a- Or!aniaç&o do espaço: # umat#cnica de distri$uiç"o dos indivíduosatrav#s da inserç"o dos corpos em

um espaço individuali!ado,classi'cat2rio, com$inat2rio. Isolaem um espaço ec%ado,

esquadrin%ado, %ierarqui!ado, capa!de desempen%ar unções dierentessegundo o o$4etivo especí'co que

dele se e&ige.



• (- Controle do tempo: esta$elece uma su4eiç"o do corpo aotempo, com o o$4etivo de produ!ir o

m&imo de rapide! e o m&imo dee'ccia.

• c- /i!il0ncia: # um de seus

principais instrumentos de controle)o ol%ar que o$serva para controlar.



• d- Re!istro contínuo deconecimento: anota e transereinormações, / a partir de

o$servações so$re os indivíduos emsuas atitudes, ações, alas, etc, /para os pontos mais altos da

%ierarquia do poder. Nen%umdetal%e, acontecimento ou elementodisciplinar escapa a esse sa$er.



%. O olo do poder

• 3 disciplina # uma t#cnica depoder que implica uma vi!il0nciaperpétua e constante dos

indivíduos. N"o $asta ol%/los 8sve!es ou ver se o que '!eram #conorme 8 regra. preciso vigi/los

durante todo o tempo da atividade esu$metê/los a uma perp#tuapir9mide *%ierarquia+ de ol%ares.



• assim que no e&#rcito aparecemsistemas de graus que v"o, seminterrupç"o do general/c%ee at# o

ín'mo soldado, como tam$#m ossistemas de inspeç"o, revista,paradas, des'les, etc., que permitem

que cada indivíduo se4a o$servandopermanentemente.



'. * construç&o da verdade pelo poder

• '.1 O poder é produtor deindividualiaç&o

• O poder disciplinar n"o destr2i oindivíduo) ao contrrio, ele o a$rica.O indivíduo n"o # outro do poder,realidade e&terior, que # por ele

anulado) # um de seus maisimportantes eeitos.



• 3 aç"o so$re o corpo, oadestramento do gesto, a regulaç"odo comportamento, a normali!aç"o

do pra!er, a interpretaç"o dodiscurso *ala+, com o o$4etivo deseparar, comparar, distri$uir, avaliar,

%ierarqui!ar, tudo isso a! com queapareça o omem individualiadocomo produç&o do poder e

o()eto de sa(er das cincias



• O poder # produtor deindividualidade. O indivíduo é umaproduç&o do poder e do sa(er.

N"o % relaç"o de poder semconstituiç"o de um campo de sa$er,como tam$#m reciprocamente, todo

sa$er constitui novas relações depoder.

•



'.# 2xemplos concretos

• a+ :#culo ;<III = nasce a pris"o >isolamento celular > total ou parcial.

• $+ ?ospício = produ! o louco como doente

mental, personagem individuali!ado a partir dainstauraç"o de relações disciplinares de poder.• c+ :#culo ;I; = organi!aç"o de par2quias =

institucionali!a o e&ame de consciência e da

direç"o espiritual e a reorgani!aç"o dosacramento da con'ss"o, desde o s#culo ;<I,aparecem como importantes dispositivos deindividuali!aç"o.



'.% * verdade so(re o indivíduoproduido pelo poder

• 3 disciplina # o con4unto de t#cnicaspelas quais os sistemas de poder v"oter por alvo e resultado os indivíduos

em sua singularidade. Paraindividuali!ar a pessoa, utili!a/se doexame, que # a vigil9ncia

permanente, classi'cat2ria, quepermite distri$uir os indivíduos, 4ulg/los, medi/los, locali!/los para

utili!/los ao m&imo.



• @udo o que se reere 8 pr2pria pessoa# a %ierarquia do poder que constróia verdade so(re o indivíduo, o

qual n"o tem participaç"o naconstruç"o da verdade so$re simesmo. Aamais # consultado,

interrogado para di!er so$re simesmo.



• Bs portas ec%adas, entre quatroparedes, aqueles que detêm o poderde'nem quem # o indivíduo atrav#s

de 4ulgamentos, classi'cações,medições a 'm de individuali!/lo eassim direcionar sua convicç"o

mental a reali!ar ações, assumiratitudes e padrões mentais depensamentos para que se4a utili!ado

ao m&imo pela mquina do poder.



MC1I3 ( PO0C@ID3

1ossiê Mídia e Política *MIEF(0,

GHH+



• 3 televis"o # o meio de comunicaç"odominante e sim$oli!a a presença da mídiana sociedade contempor9nea.

•

J1ela provêm, direta ou indiretamente, pormeio de noticirios ou programas deentretenimento, quase todas as inormaçõesde que dispomos para situarmo/nos no

mundo. Por meio dela, gan%amos acesso auma e&periência vicria que multiplica muitasve!es as nossas pr2prias vivências.K *p. L+



Dultura internacional popular*O@I, +

• 1ela provêm, direta ou indiretamente,

por meio de noticirios ou programas deentretenimento, quase todas asinormações de que dispomos parasituarmo/nos no mundo. Por meio dela,

gan%amos acesso a uma e&periênciavicria que multiplica muitas ve!es asnossas pr2prias vivências.



• 3 amiliaridade com esses $ens materiaise sim$2licos de penetraç"o mundial a!com que nos sintamos Jem casaK nos

mais dierentes pontos do planeta, deuma orma impensvel em #pocasanteriores5 Doca/Dola, MiceQ e<olsRagen acompan%am nos nos (stados

Fnidos, no Srasil ou no Aap"o. (m$oraesse processo n"o se resuma 8 mídia, temnela uma erramenta essencial.



• MeQroRit! *TU+ mostrou como osmeios de comunicaç"o, so$retudo atelevis"o, romperam $arreiras entre

espaços sociais antes relativamenteestanques > %omens, mul%eres,adultos, adolescentes e crianças

assistem aos mesmos conteVdos e 4se pode di!er que s"o para esse ouaquele pV$lico especi'camente.



• 3ssim, di! o autor, a mídia alteroutoda a Jgeogra'a situacionalK davida social.

• Na prtica política, o impacto dosmeios de comunicaç"o # gigantesco

cu4os eeitos podemos o$servar emquatro dimensões, segundo Miguel*GHH+5



• . a mídia tornou/se o principalinstrumento de contato entre a elitepolítica e os cidad"os comuns. 3s

consequências desse ato s"oimportantes5 ele signi'ca que oacesso 8 mídia su$stitui esquemas

políticos tradicionais e, notadamente,redu! o pesondos partidos políticos.



• G. Por eeito dessa predomin9ncia comoinstrumento de contato, o discurso político transormou/se, adaptando/se 8s

ormas preeridas pelos meios decomunicaç"o de massa. comum olamento de que os Jpolíticos de todas osmati!es têm revelado uma tendência a

descaracteri!ar seu pr2prio discurso eincorporar o estilo miditicoK *:3@I apudMIEF(0, GHHL+.



• Na #poca de predomínio datelevis"o, em especial, avulta o pesoda imagem dos políticos e, o que

talve! ten%a consequências aindamais importantes, o discurso torna/se cada ve! mais ragmentrio,

$loqueando qualqueraproundamento dos conteVdos*MIEF(0, GHHH, p. LG/LT+.



• W. 3 mídia # o principal responsvelpela produção da agenda pública,um momento crucial do 4ogo político.

3 pauta de questões relevantes,postas para a deli$eraç"o pV$lica, #em grande parte condicionada pela

visi$ilidade de cada quest"o nosmeios de comunicaç"o.



• 3 mídia possui a capacidade de ormularas preocupações pV$licas. O impacto dade'niç"o de agenda pelos meios de

comunicaç"o # perceptível n"o apenasno cidad"o comum, que tende aentender como mais importantes asquestões destacadas pelos meios decomunicaç"o, mas tam$#m nocomportamento de líderes políticos e



• de uncionrios pV$licos, nocomportamento de líderes políticos ede uncionrios pV$licos, que se

veem na o$rigaç"o de dar umaresposta 8quelas questões.



• . Mais do que no passado, os candidatosa posições de destaque político têm queadotar uma preocupaç"o central com a

gestão da visi +. Os pontos centraiss"o outros.• ?, em primeiro lugar, a $usca do ato

político *aquele que # assim recon%ecido

pela mídia+, como orma de orientar onoticirio e, dessa orma, infuenciar aagenda pV$lica,



• o que implica a a$sorç"o de crit#rios deJnoticia$ilidadeK por parte dos atorespolíticos. 3l#m disso, a visi$ilidade na

mídia #, cada ve! mais, componente daproduç"o do capital político.• 3 notoriedade miditica # condiç"o

necessria• para o acesso 8s posições mais

importantes• do campo político.



(-(XNDI3:

• -OFD3F0@, Mic%el. 3icrofísica doPoder. Y ed., io de Aaneiro5 Eraal,L.

• MIEF(0, 0uis -elipe. 1ossiê Mídia ePolítica. Revista 4ociolo!iaPolítica. n. GG, p. L > , 4un. GHH.

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