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| Micropigmentação - Da Arte à Ciência2

MICROPIGMENTAÇÃODa Arte à Ciência

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Taís Amadio MenegatGisele Ferreira

MICROPIGMENTAÇÃODa Arte à Ciência

1a. edição

| Micropigmentação - Da Arte à Ciência4

Copyright © Taís Amadio Menegat e Gisele Ferreira, 2019Todos os direitos desta edição são reservados às autoras

Editora MadamuRua Terenas, 66 - Conjunto 6 - Mooca, São Paulo, SP

CEP 03128-010 - Telefone: (11) [email protected]

M541p Menegat, Taís Amadio, 1980 -

Micropigmentação: da Arte à Ciência / Taís Amadio Menegat e

Gisele Ferreira - 1a ed.. - São Paulo: Editora Madamu, 2019.

286 p., 14 x 21 cm.

ISBN 978-85-52934-18-9

1. Maquiagem (Técnica). 2. Cosmetologia. 3. Beleza. I. Menegat,

Taís Amadio. II. Ferreira, Gisele. III. Título.

CDD: 646.726

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Índice

Parte I

CAPÍTULO I Anatomia e fisiologia da pele ..................................................... 13CAPÍTULO II Tipo e Fototipo de pele ............................................................... 28CAPÍTULO III Principais afecções da pele ......................................................... 32CAPÍTULO IV Introdução e história da micropigmentação ............................. 61CAPÍTULO V Biossegurança .............................................................................. 76CAPÍTULO VI Anamnese e termo de consentimento ...................................... 86

Parte II

CAPÍTULO I Visagismo ..................................................................................... 92CAPÍTULO II Design de sobrancelhas .......................................................... 104CAPÍTULO III Especialidades Coloração de sobrancelhas e cílios ................ 113CAPÍTULO IV Técnicas adicionais que podem ser feitas nas sobrancelhas 120CAPÍTULO V Preparação da pele para micropigmentação ......................... 126CAPÍTULO VI Técnicas depilatória da sobrancelha ....................................... 128

Parte III

CAPÍTULO I Colorimetria e suas aplicaçõesCAPÍTULO II Agulhas, equipamentos e anestesias ..................................... 153CAPÍTULO III Eletroterapia na micropigmentação ....................................... 159CAPÍTULO IV Cuidados e cosmetologia pré e pós micropigmentação ........ 172

Parte IV

CAPÍTULO I Conceitos de desenho de sobrancelhas ................................. 184CAPÍTULO II Técnicas de micropigmentação para sobrancelhas ............... 186

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Parte V

CAPÍTULO I Técnicas de micropigmentação para olhos e boca ................ 200CAPÍTULO II Técnicas associadas para embelezamento dos olhos ........... 211

Parte VI

CAPÍTULO I Anatomia do folículo piloso ..................................................... 220CAPÍTULO II Colorimetria aplicada à micropigmentação capilar ............... 227

Parte VII

CAPÍTULO I A mama ..................................................................................... 234CAPÍTULO II Hipocromias e cicatrizes ............................................................ 240

Parte VIII

CAPÍTULO I Introdução e história do microblading ................................... 246CAPÍTULO II Aplicação nas sobrancelhas .................................................... 253

Parte IX

CAPÍTULO I Técnicas de despigmentação .................................................. 262

Parte X

CAPÍTULO I Microtattoo ................................................................................ 278

Referências ................................................................................................... 282

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Agradecemos a Deus pelo dom de cuidar de pessoas

e levar o conhecimento a nossos alunos.

Às pessoas que mais amamos e nos apoiaram em nossa

jornada, nossas mães, esposos, familiares e amigos.

Agradecemos aos nossos colaboradores por compartilhar

conosco seus conhecimentos e por terem feito parte

de alguns capítulos deste livro.

Esperamos que você aproveite,

goste e aprenda muito com a leitura.

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Sobre as Autoras

GISELE FERREIRA é profissional de beleza há 30 anos,com especialização em micropigmentação e visagismohá 20 anos.

TAÍS AMADIO MENEGAT é fisioterapeuta há 14 anos emicropigmentadora especialista em microblading edespigmentação há 10 anos.

As autoras optaram por transformar a vida das pes-soas, compartilhando conhecimento, e capacitando pro-fissionais de qualidade. “Escolhemos ensinar de verdade para

que o aluno saiba percorrer o caminho certo, a fim de se tornarum grande profissional. Unimos nosso conhecimento para es-

crever este livro e, assim, conseguir levar ciência e elevar a profis-

são de micropigmentação”.

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CAPÍTULO I Anatomia e fisiologia da pele

CAPÍTULO II Tipo e Fototipo de pele

CAPÍTULO III Principais afecções da pele

CAPÍTULO IV Introdução e história da micropigmentação

CAPÍTULO V Biossegurança

CAPÍTULO VI Anamnese e termo de consentimento

PARTE I

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CAPÍTULO I

Anatomia efisiologia da pele

Osistema tegumentar é composto pela pele e ane- xos (glândulas, unhas, cabelos, pelos e recepto- res sensoriais) e tem importantes funções, sen-

do a principal agir como barreira, protegendo o corpo dainvasão de microrganismos e evitando o ressecamento eperda de água para o meio externo.

A pele é o órgão de maior superfície e peso no nossocorpo. Em um adulto normal a sua extensão é de 1 a 2metros quadrados, e o peso total em torno de 15 quilos.

De acordo com a regra de Wallace, a cabeça repre-senta 9% da área total, as duas mãos 18%, a superfícieanterior e a posterior do tronco 36%, os genitais 1% e osdois membros inferiores 36%.

A espessura da pele é variável em relação à consti-tuição individual e às diversas regiões: vai de 0,5mm naspálpebras a 4mm, aproximadamente, nas regiõespalmares e na nuca.

A pele é composta por camadas: a mais externa, aepiderme; a camada subjacente de tecido conjuntivo é aderme; seguida por um tecido subcutâneo, também co-nhecido como tecido conjuntivo frouxo.

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Epiderme

O tecido epitelial é formado por células justapos-tas, ou seja, que estão intimamente unidas umas às ou-tras através de junções intercelulares ou proteínas inte-grais da membrana. A principal função do tecido epitelialé revestir a superfície externa do corpo, as cavidadescorporais internas e os órgãos.

As células superficiais são achatadas como se fossemescamas e possuem queratina. A epiderme não possui va-sos nem nervos; tem espessura variada, sendo mais grossanas regiões de atrito (como solas dos pés e palmas das mãos)e mais fina sobre as pálpebras e próximo dos genitais.

Os epitélios são constituídos por uma ou mais ca-madas de células com diferentes formas, com pouco ouquase nenhum fluído intersticial e vasos entre elas.

EPIDERME

DERME

HIPODERME

Epiderme

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Podem ser distinguidas quatro camadas no epitélioestratificado pavimentoso queratinizado da epiderme:

1. ESTRATO GERMINATIVO: também chamado de es-trato basal, é a camada mais interna da epiderme e con-tém as células-tronco responsáveis por realizar ativida-de mitótica, ou seja, realizar a divisão celular. Portanto,nesse processo, as células partem da camada basal e vãosendo deslocadas para a periferia até a camada córnea,num período de 21 a 28 dias. Neste estrato estão tambémos melanócitos, responsáveis pela produção de melanina,e dos quais mais a frente falaremos.

2. ESTRATO ESPINHOSO: as células deste estrato pos-suem de 4 a 10 fileiras de células cuboides ou ligeira-mente achatadas, com núcleo central e pequenas expan-sões no citoplasma (aspecto espinhoso). Tais células de-sempenham importante função na manutenção da coe-são das células de epiderme. É o estrato mais espesso daepiderme.

ESTRATO CÓRNEO

ESTRATO LÚCIDO

ESTRATO GRANULOSO

ESTRATO ESPINHOSO

ESTRATO GERMINATIVO

Anatomia e fisiologia da pele |

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ESTRATOGERMINATIVO

ESTRATOESPINHOSO

ESTRATOGRANULOSO

ESTRATOLÚCIDO

ESTRATOCÓRNEO

3. ESTRATO GRANULOSO: é composto por células quecontém grânulos de proteínas, chamada de querato-hialina. Estas células produzem grânulos de queratina egrânulos de substância fosfolipídica, associada àglicosaminoglicanas que, ao serem expulsos das células,formam uma barreira entre as células e impedem a pas-sagem de compostos e água. Esta barreira proteica con-fere grande resistência às células. Na camada granulosa

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os queratinócitos encontram-se menos hidratados, acha-tados e com maior produção de queratina.

4. ESTRATO LÚCIDO: Esta camada possui células trans-parentes e achatadas. É constituída por uma fina cama-da de células achatadas, cujos núcleos celulares apre-sentam sinais de degeneração, com poucas organelascitoplasmáticas. Nem todas as regiões do corpo possu-em esta camada, que aparece mais frequentemente nasregiões palmo plantares.

5. ESTRATO CÓRNEO: esta camada tem este nome porter células semelhantes a escamas, que são constituídasde queratina e chamadas de queratinócitos. O Estratocórneo possui cerca de 30 estratos de células achatadas emortas. A queratina é uma proteína fibrilar que forneceelasticidade e proteção a pele, e é encontrada em todascamadas da epiderme. Os queratinócitos constituem 95%da epiderme. No estrato córneo, os queratinócitos endu-recem e se tornam corneócitos, as células protetoras.

Toda a superfície cutânea está provida de termi-nações nervosas capazes de captar estímulos térmi-cos, mecânicos ou dolorosos. Essas terminações ner-vosas ou receptores cutâneos são especializados na re-cepção de estímulos específicos. Na epiderme não exis-tem vasos sanguíneos. Assim, os nutrientes e oxigê-nio chegam à epiderme por difusão a partir de vasossanguíneos da derme.

Nas regiões da pele providas de pelo,há terminações nervosas específicas nosfolículos capilares e outras chamadas termi-nais ou receptores de Ruffini. As primeiras,

Anatomia e fisiologia da pele |

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formadas por axônios que envolvem o folículo piloso, cap-tam as forças mecânicas aplicadas contra o pelo. Os ter-minais de Ruffini, com sua forma ramificada, são recep-tores térmicos de calor.

Na pele desprovida de pelo e na que está cobertapor ele, encontram-se ainda três tipos de receptores co-muns:

CORPÚSCULOS DE PACCINI: Captam especial-mente estímulos vibráteis e táteis. São for-mados por uma fibra nervosa cuja porçãoterminal, amielínica, é envolta por várias

camadas que correspondem a diversas células de sus-tentação. A camada terminal é capaz de captar a aplica-ção de pressão, que é transmitida para as outras cama-das e enviada aos centros nervosos correspondentes.

DISCOS DE MERKEL: São responsáveis pelasensibilidade tátil e de pressão. Uma fibraaferente costuma estar ramificada com vá-rios discos terminais destas ramificações

nervosas. Se fixam às células epidérmicas por um pro-longamento de seu protoplasma. Assim, os movimentosde pressão e tração sobre a epiderme desencadeiam oestímulo.

TERMINAÇÕES NERVOSAS LIVRES: Sensíveis aosestímulos mecânicos, térmicos e especial-mente aos dolorosos. São formadas por umaxônio ramificado envolto por células de

Schwann, sendo que os dois são envolvidos por umamembrana basal.

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CORPÚSCULOS DE MEISSNER: São da sensibili-dade tátil, estão nas saliências da pele sempelos (como nas partes mais altas das im-pressões digitais). São formados por um

axônio mielínico, cujas ramificações terminais se entre-laçam com células acessórias.

BULBOS TERMINAIS DE KRAUSE: São receptorestérmicos de frio, formados por uma fibra ner-vosa cuja terminação possui forma de clava(arma de guerra medieval). Situam-se nas

regiões limítrofes da pele com as membranas mucosas.São encontrados ao redor dos lábios e dos genitais.

A epiderme é mais espessa ao nível da palma e daplanta e mais delgada nas pálpebras, prepúcio, peque-nos lábios vaginais e escroto. Nas camadas inferiores daepiderme estão os melanócitos, células que produzemmelanina, pigmento que determina a coloração da pele.A melanina dá a cor do amarelo ao negro para a pele, eestá presente nos indivíduos na mesma quantidade. Oque diferencia a tonalidade da pele é o pigmento

TERMINAÇÕESNERVOSAS LIVRES

CORPÚSCULODE MEISSNER

DISCOSDE MERKEL

BULBODE KRAUSE

CORPÚSCULO DEPACCINI

TERMINAÇÕES DOFOLÍCULO PILOSO

CORPÚSCULO DERUFFINI

Anatomia e fisiologia da pele |

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caroteno. A melanina é o principal pigmento epidérmico,controlado pelo hormônio melanócito estimulante (MSH)da adenohipófise (lobo anterior).

As glândulas anexas - sudoríparas e sebáceas - en-contram-se mergulhadas na derme, embora tenham ori-gem epidérmica. O suor (composto de água, sais e umpouco de ureia) é drenado pelo ducto das glândulassudoríparas, enquanto a secreção sebácea sai pelos po-ros de onde emergem os pelos.

A transpiração ou sudorese tem por função refres-car o corpo quando há elevação da temperatura ambientalou quando a temperatura interna do corpo sobe, devido,por exemplo, ao aumento da atividade física.

O MELANÓCITO

É uma célula dendrítica que produz melanina, subs-tância pigmentar que envolve a célula protegendo seu nú-cleo dos raios solares. A melanina é um dos responsáveispela coloração da pele. É uma célula neuro-cutânea quesurge a partir da crista neural no período embrionário.

Quando se tornam células completamente desen-volvidas, distribuem-se em diversos locais: olhos

GRÂNULOSMELANINA

MELANOSSOMOS

APARELHODE GOLGI

MITOCÔNDRIASRETÍCULO

ENDOPLASMÁTICO

NÚCLEO

DENDRITOS

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(epitélio pigmentar retiniano, íris e coroide), ouvidos(estrias vasculares), sistema nervoso central(leptomeninges), matriz dos pelos, mucosas e pele.

O melanócito apresenta o corpo celular globulosocom várias prolongações citoplasmáticas que se intro-duzem entre os queratinócitos.

O citoplasma é composto por organelas habituaisde uma célula e outras específicas, como por exemplo, osmelanossomas. O melanócito não possui desmossomas.

O melanócito da pele localiza-se na camada basalatingindo até a 3ª camada no estrato espinhoso.

Apresentam dendritos os quais se prolongam paradentro dos queratinócitos para depositar melanossomas.A melanina é derivada da tirosina nos melanossomos.

Mudanças agudas de coloração na pele são devidasa mudanças de orientação e posição dos melanossomos.

Mudanças crônicas de coloração (bronzeamento)são devidas ao aumento numérico da distribuição dosmelanossomos.

MELANÓCITO

Anatomia e fisiologia da pele |

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Com a idade o número de melanócitos ativos dimi-nui de 10% a 20% a cada 10 anos, nos folículos pilosos dacabeça.

Existem vários tipos de melanina e esta é produzi-da em quantidades diferentes em cada segmento corpo-ral. Por isso é que podemos facilmente observar as vari-edades de tonalidade da cor da pele em qualquer indiví-duo, independente de qual seja sua cor, por exemplo,branca ou negra.

Distúrbios podem afetar os melanócitos determi-nando algumas doenças, tais como:

•vitiligo;•melasma ou cloasma;•hipercromias;•nevos melanocíticos e•melanomas.

SÍNTESE DAS MELANINAS OU MELANOGÊNESE

A cor da pele é originada de substâncias denomina-das pigmentos melânicos.

Estes pigmentos melânicos servem para protegera epiderme e as camadas profundas da pele de agressãoexterna, em particular dos raios ultravioletas.

Quanto mais espessos os melanócitos, mais eles pro-duzirão os pigmentos fotoprotetores. Estes pigmentosprotetores, ou melanina, são numerosos, mas são geral-mente divididos em 2 grupos: as feomelaninas vermelhasou amarelas e as eumelaninas que são marrons ou negras.

As eumelaninas protegem melhor dos raiosultravioletas do sol. Quanto mais a epiderme éescurecida, mais a pele está protegida.

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É a fabricação do pigmento (melanina) que pro-porciona a cor da pele, dos cabelos, e etc.

Ocorre dentro do melanócito, através de várias re-ações químicas entre um aminoácido, a tirosina e umaenzima a tirosinase.

A produção da melanina pode ser analisada em trêsfases:

EUMELANINA

COR CASTANHO-ENEGRECIDA

PROTEGE CONTRA RUV

MENOR PREDISPOSIÇÃOA LESÕES

MAIOR CONCENTRAÇÃOEM PELE NEGRA

FEOMELANINA

COR VERMELHO-AMARELADA

NÃO PROTEGE CONTRA RUV

MAIOR PREDISPOSIÇÃOA LESÕES

MAIOR CONCENTRAÇÃOEM PELE CLARA

1A. FASE

2A. FASE

3A. FASE

Síntese daenzimatirosinase

Formação dosmelonossomas

Síntese damelanina

Tirosinase é sintetizada nosribossomos do retículoendoplasmático

O aparelho de Golgi produz vesículasque armazenam a tirosinase e atirosina (aminoácido), ocorrendoreações enzimáticas. As vesículassofrem alterações morfológicas erecebem o nome de melanossomas

Ocorre a síntese completa da melanina. Omelanossoma perde a atividade tirosinática,recebendo o nome de grão demelanina.

MELANINA

Os raios ultravioletas (UVA e sobretudo UVB) al-cançam os melanócitos situados dentro da camada basalda epiderme e provocam alterações celulares que serãoos ativadores da produção de melanina. Estas alteraçõessão imediatamente reparadas.

Anatomia e fisiologia da pele |

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DISTRIBUIÇÃO DA MELANINA NA EPIDERME

Os “grãos” de melanina são distribuídos aosqueratinócitos vizinhos por meio de suas prolongaçõescitoplasmáticas.

A cor da pele resulta da combinação entre aeumelanina e a feomelanina.

Responsável pela cor escura. Está presente emtodos os fototipos de pele

Absorve e dispersa a luz ultravioleta atenuandosua penetração na pele e reduzindo os efeitosnocivos do sol

Indivíduos com maior pigmentação tendem a sequeimar menos e bronzeiam mais do queindivíduos mais claros

Responsável pela cor clara, também presente emtodos os fototipos de pele

Tem um grande potencial para gerar radicaislivres em resposta à exposição solar

São capazes de causar danos ao DNA, dessaforma, podem contribuir para os efeitosfototóxicos dos raios ultravioleta

EUMELANINA FEOMELANINA

MELANINA

Derme

Entre a epiderme e a derme há uma área de transi-ção, denominada membrana basal, que as une firme-mente. Os hemossideromas localizados inferiormentenos queratinócitos e melanócitos permitem que a mem-brana se fixe à epiderme, enquanto sua face inferior sefixa à derme através das fibrilas de ancoragem da dermepapilar.

A derme é a segunda camada da pele, mais profun-da e espessa. Trata-se de uma camada vascularizada,constituída principalmente por tecido conjuntivo, comoo colágeno e as fibras elásticas. Tais substâncias presen-tes na composição da derme tornam a pele resistente e

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elástica. Além disso, as fibras elásticas e o colágeno sãoorganizados em padrões definidos no interior da derme,de maneira a produzir linhas de tensão na pele, garan-tindo seu tônus.

Derme

A derme se subdivide em duas camadas: uma maissuperficial, chamada de camada papilar, e uma mais pro-funda, denominada camada reticular. A primeira ocupacerca de um quinto da derme, e apresenta projeções,conhecidas como papilas, que vão em direção à epiderme.A camada reticular, por sua vez, possui grande quanti-dade de fibras, que se dispõem de forma mais densa.Isto confere a capacidade de distensão à pele.

Diferente da epiderme, a derme é vascularizada.Esta rede vascular supre a camada viva da epiderme - a

DERME PAPILAR

DERME RETICULAR

Anatomia e fisiologia da pele |

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camada basal que está em constante processo de mitose-, e estruturas como os folículos pilosos e glândulas. Naderme também está presente a inervação da pele, com-posta por nervos e terminações nervosas que conferem àpele sensibilidade à pressão, temperatura, prurido, dore tato. O sistema nervoso autônomo é responsável pelainervação motora da derme, age nos músculos eretoresdo pelo e contraem as células do músculo liso dos vasos.

A derme também atua na manutenção e regulaçãoda temperatura corporal e pressão arterial. Através dainervação da pele, ocorre a vasoconstricção, que impede acirculação do sangue nas arteríolas próximas à superfície,de forma a dificultar a perda de calor; ou a vasodilatação,que permite a livre circulação sanguínea na derme. Aindacom a finalidade de regular a temperatura, estruturasdenominadas glomos, estão presentes nas pontas dos de-dos, região central da face e orelhas. Estas estruturas sãoanastomoses entre vênulas e arteríolas, que se contraempara regular o fluxo periférico do sangue.

ESTRUTURAS ANEXAS

São estruturas derivadas do ectoderma, como pe-los, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas, que se fi-xam na derme, através de uma invaginação na epiderme.

Hipoderme

A hipoderme é uma tela subcutânea, que une aderme aos tecidos e órgãos subjacentes. Apesar de suaestreita relação funcional com a pele, não é consideradaparte constituinte da pele/sistema tegumentar. Compos-ta por células adiposas, age como isolante térmico, e re-

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HIPODERME

GLÂNDULA SUDORÍPARA

PELO

GLÂNDULA SEBÁCEA

FOLÍCULO PILOSO

VASOS SANGUÍNEOSE LINFÁTICOS

serva calórica. Em determinadas regiões do corpo, pro-tege contra traumas, atuando como amortecedor. A quan-tidade de tecido adiposo na camada da hipoderme podevariar, dependendo da região do corpo, da idade e sexo.

Anatomia e fisiologia da pele |

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CAPÍTULO II

Tipo efototipo de pele

Dois fatores determinam a cor da pele: a quan-tidade de pigmento produzido (maisfeomelanina ou mais eumelanina) e as caracte-

rísticas da melanina, que determinam os povos (raças).

Seja qual for a cor da pele, o número de melanócitospor unidade de superfície é o mesmo em qualquerfototipo cutâneo.

Dois tipos de pigmentação melânica são a base paraa cor normal da pele: A cor da pele constitutiva é a corgeneticamente determinada da pele saudável, não sub-metida aos raios ultravioletas.

A cor da pele facultativa é a cor de pele mais intensa,resultante de exposição solar ou de doenças pigmentantes,

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e reflete a capacidade geneticamente determinada debronzeamento em resposta à exposição solar.

Dessa forma, o grau de “bronzeamento” é geneti-camente determinado e é a base para divisão da pelenormal, em padrões de respostas adaptativas, chama-das fototipos.

CLASSIFICAÇÃO DO FOTOTIPO CUTÂNEO

A mais famosa classificação dos fototipos cutâneosé a escala Fitzpatrick, criada em 1976 pelo médico norte-americano Thomas B. Fitzpatrick.

Ele classificou a pele em fototipos de um a seis, va-riando do tipo I (pele branca) ao tipo VI (pele negra).Fitzpatrick e Mosher (1983) classificam a cor natural dapele como constitutiva (controlada por fatores genéticosque fornecem características específicas aos mela-nossomas através dos genes de pigmentação) ou facul-

Tipo e fototipo da pele |

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tativa (dependendo da exposição ao sol, influênciashormonais e grau de envelhecimento). A cor da pele va-ria segundo a raça e, no indivíduo, conforme a região docorpo, sendo influenciável pelas condições do meio. En-tretanto, esse sistema nunca pretendeu definir aetnicidade. Ele foi desenvolvido para definir a respostade tipos diferentes de pele à luz UV, através de queima-dura ou de bronzeamento.

FOTOTIPO I: Pele muito sensível ao sol, queimacom facilidade ficando muito vermelha e nunca bron-zeia. Cabelos ruivos e pele branca.

FOTOTIPO II: Pele sensível ao sol, queima com fa-cilidade (fica vermelha) e bronzeia pouco. Cabelos loirose pele branca.

FOTOTIPO III: Pele com sensibilidade normal aosol, a pele bronzeia gradualmente, mas às vezes fica ver-melha. Cabelos castanho claro e pele clara média.

FOTOTIPO IV: Pele com sensibilidade normal, quei-ma pouco e bronzeia com facilidade. Cabelos castanhomédio e pele bronzeada.

FOTOTIPO V: Pele pouco sensível, queima rara-mente, bronzeia bastante. Cabelos castanho escuro epele parda.

FOTOTIPO VI: A pele não é sensível, nunca quei-ma, pele muito pigmentada. Cabelo preto e pele negra.

CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE PELE

A avaliação do tipo de pele é muito importante paraescolher qual a técnica de micropigmentação que deveser usada.

A pele classifica-se em seca, oleosa, normal e mista.

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PELE EUDÉRMICA OU NORMAL: os óstios sãopouco visíveis, sua textura é lisa e suave, eos processos de queratinização,descamação, perda hídrica e as glândulassebáceas e sudoríparas estão em equilíbrio.Perfeita para micropigmentação.

PELE OLEOSA OU LIPÍDICA: está associada àsglândulas sebáceas e sudoríparas, que nes-te caso estão hipertrofiadas. Trata-se deuma pele seborreica, brilhosa com óstiosaumentados e existe uma tendência à for-mação de comedões. Ruim paramicropigmentar, pois não fará boa fixaçãode pigmento.

PELE SECA OU ALÍPICA: é uma pele que apre-senta uma diminuição de água e sebo,muito relacionada ao clima. A pele desi-dratada apresenta uma textura ressecadacom leve descamação. Ruim paramicropigmentar, pois não fará boa fixaçãode pigmento.

PELE MISTA: está caracterizada pela associ-ação de áreas seborreicas acometidas nazona T da face, como nariz, queixo e testa eáreas secas ou normais no resto da face.Ruim para micropigmentar, pois não équalquer técnica que faz fixação.