michel oliveira gouveia - legale.com.br · civil pública nº 5027299-68.2017.4.04 ... iv- a...

37
MICHEL OLIVEIRA GOUVEIA Michel Gouveia Prof. Michel Gouveia Professor Michel Gouveia / Previtube michelogouveia [email protected]

Upload: dinhhanh

Post on 29-Oct-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

MICHEL OLIVEIRA GOUVEIA

Michel Gouveia

Prof. Michel Gouveia

Professor Michel Gouveia / Previtube

michelogouveia

[email protected]

SALÁRIO MATERNIDADE

SALÁRIO MATERNIDADE

Origem histórica

Antes da CF de 88, o saláriomaternidade era previsto no art. 392da CLT, o qual era pago pelaempresa, pelo período de 12semanas.

A CF de 88, trouxe o saláriomaternidade para proteçãoprevidenciária, nos termos dosartigos 7º, XVIII e 201, II.

SALÁRIO MATERNIDADE

FUNDAMENTO LEGAL

Artigo, 7º, XVIII c/c 201, II, CF/88

Artigo 18, inciso I, letra “g” e artigos71 a 73 da Lei 8.213/91.

Artigos 93 a 103 do Decreto 3048/99

CONCEITO

O salário-maternidade é devido àsegurada da Previdência Social,durante 120 (cento e vinte) dias, cominício no período entre 28 (vinte eoito) dias antes do parto e a data deocorrência deste, observadas assituações e condições previstas nalegislação no que concerne àproteção à maternidade.

Quem tem direito?

Todas as Seguradas e os Segurados, vejamos:

Art. 71-A. (Lei 8.213/91) Ao segurado ou segurada da

Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para

fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo

período de 120 (cento e vinte) dias.

§ 1o O salário-maternidade de que trata este artigo será

pago diretamente pela Previdência Social

Requisitos:

Qualidade de segurado

Carência*

*mínimo de pagamento exigido para ter direito aos benefíciosprevidenciários.

É isento de carência quando se tratar de empregada eempregada doméstica e trabalhadora avulsa.

Art. 26 (Lei 8.213/91). Independe de carência a concessão dasseguintes prestações:

VI – salário-maternidade para as seguradas empregada,trabalhadora avulsa e empregada doméstica.

Requisitos:

Segurada individual e facultativa devem contribuir com 10contribuições.

A segurada especial – trabalhado rural – tem direito ao benefício,sem contribuir, desde que comprove o exercício da atividade rural,pelo prazo de 12 meses imediatamente ao do início do benefício.

Agendamento para o requerimento do benefício?

Não se exige agendamento para os requerimentos dobenefício de salário maternidade.

Essa é a determinação da ACP Nº 5027299-

68.2017.4.04.7000/PR.

A ACP determinou que o INSS decida sobre todos os

pedidos deste benefício em 30 dias, sem agendamento

prévio.

Para atender essa determinação, o INSS, editou a PORTARIAINSS/SRSP/ Nº 307/2017, DE 15 DE SETEMBRO DE 2017,dispondo que:

Artigo 1º Definir Fluxo de atendimento para Cumprimento da Ação

Civil Pública Nº 5027299-68.2017.4.04.7000/PR no Estado de São

Paulo, para isso, foi realizada videoconferência no dia15/09/2017 das

14:30h às 16:00 h com o Superintendente, Gerentes Executivos ou

seus representantes nas 23 Gerências Executivas e

Divisões/Serviços/Seções de Atendimento e Benefícios na

Superintendência e nas GEX utilizando o Memorando-Circular

Conjunto nº14/DIRAT/ DIRBEN/ PFE/INSS de 13 de setembro de

2017 de forma a possibilitar que todas as solicitações sejam

atendidas.

PORTARIA INSS/SRSP/ Nº 307/2017, DE 15 DE SETEMBRO DE2017, dispondo que:

Artigo 2º O atendimento das solicitações do benefício do salário-

maternidade urbano e rural deverá ser feito na unidade de atendimento

do INSS por meio de demanda espontânea com prioridade (não deverá

ser realizado agendamento prévio pelos canais remotos ou nas

Agências do Seguro Social). A medida visa evitar agendamentos

indevidos e objetiva o cumprimento da ACP (Ação Civil Pública Nº

5027299-68.2017.4.04.7000/PR) que determinou ao INSS,

nacionalmente, decidir sobre a concessão ou não dos benefícios de

salário-maternidade no prazo de 30 dias, a contar do efetivo

agendamento/atendimento.

PREVIDÊNCIA SOCIAL. QUALIDADE DE

SEGURADO

Alterações promovidas pela Lei 13.457/17

Antes da Lei 13.457/17, bastava que os segurados contribuíssem com

1/3 da carência exigidas para concessão dos benefícios que fizessem jus

para recuperar a qualidade de segurado.

Exemplo: para a concessão do salário maternidade para segurada

individual e facultativa, é necessário que a segurado tenha vertido 10

contribuições.

Se a segurada perdesse a qualidade de segurada, deveria contribuir com

mais 3 contribuições para que readquirisse a qualidade de segurada.

Com essa Lei o segurada deverá pagar 50% da carência, ou seja, + 5

contribuições.

PRÁTICA

Segurada, 02 (dois) meses depois de ser demitida descobriu que

estava grávida. 09 (nove meses) depois, da luz a uma linda menina

chamada Cindy. A segurada, após o nascimento da filha, foi ao INSS

requerer o benefício de salário maternidade o qual foi negado, sob o

argumento de que ao estar desempregada, deveria contribuir como

facultativa pelo período de 10 (dez) meses.

Na qualidade de advogado, apresente a solução para este caso.

PERÍODO DE GRAÇA

PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO-MATERNIDADE. PERÍODO DE GRAÇA. VÍNCULOEMPREGATÍCIO ANOTADO NA CTPS. MANUTENÇÃO DA CONDIÇÃO DESEGURADA. BENEFÍCIO DEVIDO.1. O salário-maternidade é devido à segurada da Previdência Social, durantecento e vinte dias, com início no período entre vinte e oito dias antes do parto e adata de ocorrência deste, observadas as situações e condições previstas nalegislação concernente à proteção à maternidade.2. O benefício é devido à segurada durante o período de graça, nos termos do art.15 da Lei nº 8.213/91, sendo que para a segurada empregada, trabalhadoraavulsa e empregada doméstica, o benefício do salário-maternidade independe decarência.3. O registro constante na CTPS goza de presunção de veracidade juris tantum,devendo a prova em contrário ser inequívoca.(...)5. Reexame necessário não conhecido. Apelação do INSS parcialmente provida.(TRF 3ª Região, DÉCIMA TURMA, ApReeNec - APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA -2265845 - 0028733-34.2017.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL LUCIAURSAIA, julgado em 31/10/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA:14/11/2017 )

PREVIDÊNCIA SOCIAL. QUALIDADE DE

SEGURADO

A qualidade deve estar presente antes da gravidez ou no momento do

nascimento do filho?

PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO MATERNIDADE. QUALIDADE DE SEGURADA COMPROVADA.

RESPONSABILIDADE DO INSS PELO PAGAMENTO. BENEFICIO DEVIDO. JUROS DE MORA E CORREÇÃO

MONETÁRIA.

I- O salário-maternidade é benefício previdenciário devido à segurada gestante durante 120 dias, com início no

período entre 28 dias antes do parto e a data de sua ocorrência ou, ainda, ao segurado ou segurada da Previdência

Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período

de 120 (cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de 2013).

II - No caso de falecimento da segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do salário-maternidade, o benefício

será pago, por todo o período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao cônjuge ou companheiro sobrevivente que

tenha a qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do filho ou de seu abandono, observadas as normas

aplicáveis ao salário-maternidade. O benefício será pago durante o período entre a data do óbito e o último dia do

término do salário-maternidade originário e será calculado sobre: (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013).

III - A concessão do benefício independe de carência, nos termos do artigo 26, inciso VI, da Lei nº 8.213/91.

IV- A responsabilidade pelo recolhimento das contribuições é do empregador, com fundamento no §2º do artigo 28 da

Lei nº 8.212/91.

V- O salário-maternidade é devido a todas as seguradas da Previdência Social, gestantes ou adotantes, sejam elas

empregadas, avulsas, domésticas, contribuintes especial, facultativa ou individual, ou mesmo desempregada.

VI - Especificamente em relação à segurada desempregada, a matéria foi regulamentada no parágrafo único do artigo

97 do Decreto nº 6.122/07, que dispõe que "durante o período de graça a que se refere o art. 13, a segurada

desempregada fará jus ao recebimento do salário-maternidade nos casos de demissão antes da gravidez, ou, durante

a gestação, nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, situações em que o benefício será pago

diretamente pela previdência social".

VII - Nos termos do art. 15, inciso II, cumulado com o § 2º da lei nº 8.213/91, manteve a qualidade de segurada

até março de 2015.

VIII - Na data do nascimento do filho da autora em 29.12.2014 (fls. 22), a autora ostentava a qualidade de segurada da

Previdência Social.

(TRF 3ª Região, OITAVA TURMA, APELREEX - APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA - 2255053 - 0001419-

58.2014.4.03.6139, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL DAVID DANTAS, julgado em 18/09/2017, e-DJF3 Judicial 1

DATA:02/10/2017 )

Quando a segurada falecer no parto ou no gozo do

benefício, o salário maternidade será devido ao cônjuge?

Art. 71-B. (Lei 8.213/91) No caso de falecimento da

segurada ou segurado que fizer jus ao recebimento do

salário-maternidade, o benefício será pago, por todo o

período ou pelo tempo restante a que teria direito, ao

cônjuge ou companheiro sobrevivente que tenha a

qualidade de segurado, exceto no caso do falecimento do

filho ou de seu abandono, observadas as normas aplicáveis

ao salário-maternidade.

Valor do Benefício: (art. 71-b)

§ 2o O benefício de que trata o caput será pago diretamente pela Previdência

Social durante o período entre a data do óbito e o último dia do término do

salário-maternidade originário e será calculado sobre:

I - a remuneração integral, para o empregado e trabalhador avulso;

II - o último salário-de-contribuição, para o empregado doméstico;

III - 1/12 (um doze avos) da soma dos 12 (doze) últimos salários de contribuição,

apurados em um período não superior a 15 (quinze) meses, para o contribuinte

individual, facultativo e desempregado;

IV - o valor do salário mínimo, para o segurado especial.

Valor e pagamento do Benefício:

Art. 72. O salário-maternidade para a segurada empregada ou trabalhadora avulsa

consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração integral.

§ 1o Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva empregada

gestante, efetivando-se a compensação, observado o disposto no art. 248 da

Constituição Federal, quando do recolhimento das contribuições incidentes sobre a

folha de salários e demais rendimentos pagos ou creditados, a qualquer título, à

pessoa física que lhe preste serviço. (Incluído pela Lei nº 10.710, de 5.8.2003)

§ 2o A empresa deverá conservar durante 10 (dez) anos os comprovantes dos

pagamentos e os atestados correspondentes para exame pela fiscalização da

Previdência Social. (Incluído pela Lei nº 10.710, de 5.8.2003)

§ 3o O salário-maternidade devido à trabalhadora avulsa e à empregada do

microempreendedor individual de que trata o art. 18-A da Lei Complementar nº 123,

de 14 de dezembro de 2006, será pago diretamente pela Previdência Social.

Interessante:

O salário maternidade não poderá ser cumulado com benefíciospor incapacidade, auxílio-doença e/ou aposentadoria por invalidez.

(decreto 3.048/99)

Art. 102. O salário-maternidade não pode ser acumulado com

benefício por incapacidade.

Parágrafo único. Quando ocorrer incapacidade em concomitância

com o período de pagamento do salário-maternidade, o benefício

por incapacidade, conforme o caso, deverá ser suspenso

enquanto perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de

início adiada para o primeiro dia seguinte ao término do período de

cento e vinte dias.

Interessante: Adoção e Guarda com finalidade de adoção

Art. 71-A. Ao segurado ou segurada da Previdência Socialque adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção decriança é devido salário-maternidade pelo período de 120(cento e vinte) dias. (Redação dada pela Lei nº 12.873, de2013)

Antes desta Lei, o benefício era pago de forma escalonada,veja-se:

Antiga redação do artigo 71-A da Lei 8.213/91: (...) se acriança tiver até 01 ano, o benefício seria pago por 120 dias;caso a criança tinha de 1 a 4 anos, o benefício era mantidopor 60 dias e de 30 dias, para crianças de 4 a 8 anos.

No caso de adoção e guarda judicial com fins de adoção, obenefício será pago pelo INSS, §1º do art. 71-A da Lei8.213/91.

Interessante:

Para todos os segurados, exceto e empregado, o benefício será pago

pelo INSS.

No caso do empregado, a empresa se sub-roga na obrigação do

pagamento do benefício, descontando das contribuições previdenciárias

devidas para a previdência social.

Art. 72 (Lei 8.213/91). O salário-maternidade para a segurada empregada

ou trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua

remuneração integral.

§ 1o Cabe à empresa pagar o salário-maternidade devido à respectiva

empregada gestante, efetivando-se a compensação, observado o

disposto no art. 248 da Constituição Federal, quando do recolhimento das

contribuições incidentes sobre a folha de salários e demais rendimentos

pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste

serviço.

Interessante:

Segurada especial:

Art. 39 (Lei 8.213/91). Para os segurados especiais,

referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, fica

garantida a concessão:

Parágrafo único. Para a segurada especial fica

garantida a concessão do salário-maternidade no

valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o

exercício de atividade rural, ainda que de forma

descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente

anteriores ao do início do benefício.

Segurada especial:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO DE SALÁRIO-MATERNIDADE. PRESENÇA DOS

REQUISITOS LEGAIS. CONSECTÁRIOS.

I. O salário-maternidade está previsto no art. 7º, XVIII, da Constituição Federal de 1988, nos arts.

71 a 73 da Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991 e nos arts. 93 a 103 do Decreto n.º 3.048, de 6

de maio de 1999, consistindo no valor pago pelo INSS à segurada gestante durante seu

afastamento, mediante comprovação médica, durante 120 (cento e vinte) dias, com início no

período entre 28 (vinte e oito) dias antes do parto e a data de ocorrência deste, observadas as

condições previstas na legislação no que concerne à proteção à maternidade, nos termos do art.

71, caput, da Lei nº 8.213/91.

II. Presentes os requisitos legais, qualidade de segurada e início de prova material do

exercício de atividade rural nos doze meses anteriores ao início do benefício, corroborado

pela prova oral, o pedido deve ser julgado procedente.

III. Quanto à correção monetária, esta deve ser aplicada nos termos da Lei n. 6.899/81 e da

legislação superveniente, bem como do Manual de Orientação de Procedimentos para os cálculos

na Justiça Federal, observado o disposto na Lei n. 11.960/2009, consoante Repercussão Geral no

RE n. 870.947, em 16/4/2015, Rel. Min. Luiz Fux.

IV. Os honorários advocatícios deverão ser fixados na liquidação do julgado, nos termos do inciso

II, do § 4º, c.c. §11, do artigo 85, do CPC/2015.

V. Apelação do INSS parcialmente provida.

(TRF 3ª Região, NONA TURMA, AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2252396 - 0021757-

11.2017.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADOR FEDERAL GILBERTO JORDAN, julgado em

18/09/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA:02/10/2017 )

Boia fria:

PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO-MATERNIDADE. PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. TRABALHADORA RURAL. ENQUADRAMENTODA BÓIA-FRIA/DIARISTA COMO SEGURADA EMPREGADA. INICIO DE PROVA MATERIAL. REAFIRMAÇÃO PELA PROVATESTEMUNHAL.(...)- Apesar da ausência de enquadramento previdenciário expresso em lei para o trabalhador rural diarista/bóia-fria, ascaracterísticas da atividade exercida por esses trabalhadores, com subordinação e salário, comprovam que devem serenquadrados como empregados, entendimento sufragado pela jurisprudência. O INSS, na IN 78/2002 e seguintes,reconheceu o enquadramento do bóia-fria/diarista como segurado empregado.- O trabalhador rural não pode ser responsabilizado pela falta de recolhimento das respectivas contribuiçõesprevidenciárias, obrigação que é dos empregadores rurais em relação àqueles que lhes prestam serviços, pois cabe ao INSSfiscalizar para impedir esse procedimento ilegal.- No caso da segurada empregada, a concessão do benefício independe de carência, nos termos da legislação vigente àdata do nascimento.- Tratando-se de segurada empregada, não há carência.- O art. 71 da Lei 8.213/91, com a redação vigente na data do nascimento de seu filho, determina que a autora devecomprovar que efetivamente trabalhava como diarista/bóia-fria, por meio de início de prova material, que deve sercorroborado por prova testemunhal.(...)- Comprovada a condição de rurícola da autora, conforme certidão de nascimento da filha.- A documentação apresentada configura-se como início de prova material, pois traz a profissão da autora como rurícola,não se tratando de hipótese de extensão da atividade do marido.(...)- As testemunhas ouvidas confirmaram o exercício da atividade rural pela autora.(...)- Apelação provida.(TRF 3ª Região, NONA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2159778 - 0018026-41.2016.4.03.9999, Rel. DESEMBARGADORAFEDERAL MARISA SANTOS, julgado em 27/06/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA:11/07/2016 )

Boia Fria

PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO-MATERNIDADE. PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. TRABALHADORA RURAL.ENQUADRAMENTO DA BÓIA-FRIA/DIARISTA COMO SEGURADA EMPREGADA. INICIO DE PROVA MATERIAL.REAFIRMAÇÃO PELA PROVA TESTEMUNHAL.(...)- O trabalhador rural não pode ser responsabilizado pela falta de recolhimento das respectivas contribuiçõesprevidenciárias, obrigação que é dos empregadores rurais em relação àqueles que lhes prestam serviços, pois cabeao INSS fiscalizar para impedir esse procedimento ilegal.- No caso da segurada empregada, a concessão do benefício independe de carência, nos termos da legislaçãovigente à data do nascimento.- Tratando-se de segurada empregada, não há carência.- O art. 71 da Lei 8.213/91, com a redação vigente na data do nascimento de seu filho, determina que a autoradeve comprovar que efetivamente trabalhava como diarista/bóia-fria, por meio de início de prova material, quedeve ser corroborado por prova testemunhal.- Nos termos de iterativa jurisprudência, a condição de rurícola do pai da criança se estende à mãe, para fins deconcessão do benefício.(...)- A documentação apresentada (CTPS) configura-se como início de prova material, pois traz a profissão do pai dacriança como rurícola em novembro/2012, como safrista.(...)- Apelação improvida.(TRF 3ª Região, NONA TURMA, AC - APELAÇÃO CÍVEL - 2122087 - 0000364-64.2016.4.03.9999, Rel.DESEMBARGADORA FEDERAL MARISA SANTOS, julgado em 30/05/2016, e-DJF3 Judicial 1 DATA:13/06/2016 )

PRÁTICA

Segurada, ao ser demitida, descobriu que estava grávida, retornou

ao ex-empregador e comunicou o fato da gravidez, o qual fez pouco

caso da situação, deixando de proceder com sua reintegração.

Ao dar a luz, a segurada requereu que o INSS lhe concedesse o

benefício previdenciário, o qual indeferiu, sob o argumento de que a

segurada não poderia ter sido demitida no período de gravidez, uma

vez que tem direito a garantia de empregado, nos termos do artigo

10 do ADCT. Ademais, neste caso, a obrigação é do empregador

pagar o referido benefício.

Na qualidade de advogado, apresente a solução para este caso.

Segurada demitida e a empresa não pagou as verbas trabalhistas

PROCESSO CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO-MATERNIDADE. SEGURADA DESEMPREGADA.CABIMENTO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. PAGAMENTO PELO INSS. REQUISITOSPREENCHIDOS. BENEFÍCIO DEVIDO.1. O artigo 72, §1º, da Lei 8213/91, determina que ainda que o empregador pague o saláriomaternidade, ele terá direito a compensação, portanto, ao final, a responsabilidade pelopagamento do salário-maternidade é do INSS.2. O período de estabilidade provisória, previsto no art. 10, do ADCT, da Constituição Federal,engloba o período de gravidez acrescido daquele em que a mãe fica em casa gozando dalicença maternidade (120 dias), garantida financeiramente pelo salário maternidade, objetoesse do presente feito.3. Tendo o ex-empregador adimplido a obrigação que seria do INSS, cabe a aquele fazer acompensação desse pagamento em sua folha de salários. Observando-se que não se concedeo benefício pelo mesmo fato, por duas vezes, caso contrário, configurar-se-ia enriquecimentoilícito.4. Esta, contudo, não é a hipótese dos autos, eis que não se verifica no TRCT pagamento a títulode indenização equivalente aos direitos do período da estabilidade da trabalhadora gestante,de sorte que o pedido de salário-maternidade, nestes autos, resta procedente.5. Reexame necessário e apelação do INSS desprovidos.(TRF 3ª Região, DÉCIMA TURMA, ApReeNec - APELAÇÃO/REMESSA NECESSÁRIA - 369781 -0008048-41.2015.4.03.6130, Rel. DESEMBARGADORA FEDERAL LUCIA URSAIA, julgado em14/11/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA:24/11/2017 )

Segurada demitida

PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE SALÁRIO MATERNIDADE.ILEGITIMIDADE PASSIVA. NÃO CONHECIDA. VERBAS ACESSÓRIAS. HONORÁRIOSADVOCATÍCIOS.I - O pagamento do benefício previdenciário de salário-maternidade cabe ao ente autárquico,mesmo na hipótese de dispensa sem justa causa, pois ainda que fosse o empregador queefetuasse o pagamento haveria compensação dos valores pagos a esse título quando dorecolhimento das contribuições previdenciárias.II -A correção monetária e os juros de mora deverão ser calculados de acordo com a lei deregência, observando-se as teses firmadas pelo E.STF no julgamento do RE 870.947, realizadoem 20.09.2017. Quanto aos juros de mora será observado o índice de remuneração dacaderneta de poupança a partir de 30.06.2009.III - Tendo em vista o trabalho adicional do patrono da parte autora em grau recursal, nostermos do artigo 85, § 11, do CPC, fixo os honorários advocatícios em 15% (quinze por cento)sobre o valor das parcelas vencidas até a data da presente decisão, eis que de acordo com oentendimento da 10ª Turma desta E. Corte.IV - Apelação do INSS improvida.(TRF 3ª Região, DÉCIMA TURMA, Ap - APELAÇÃO CÍVEL - 2252562 - 0021879-24.2017.4.03.9999, Rel. JUÍZA CONVOCADA SYLVIA DE CASTRO, julgado em 10/10/2017, e-DJF3 Judicial 1 DATA:20/10/2017 )

Segurada C.I. e MEI:

Hoje o maior problema para concessão deste benefício é a segurada quecontribuinte individual e como MEI.

A grande maioria de indeferimento decorre da contribuição previdenciária, umavez que a MEI recolhe suas contribuições mediante guia única.

Essas seguradas exercem atividades por conta própria.

Para a C.I., segundo o INSS, deve comprovar que deixou de exercer atividade.

Segurada C.I. e MEI:

Com relação a M.E.I, não se faz necessário a comprovação da interrupção dotrabalho.

A par disso, o INSS editou o Memorando Circular 13, porém, as agências doINSS não observam as informações deste memorando.

Assunto: Comprovação da interrupção da atividade laboral remunerada

para os Contribuintes Individuais - CI: CI que exerce atividade por conta

própria e Microempreendedor Individual – MEI, nos casos em que houver

contribuição previdenciária concomitante ao requerimento de salário-

maternidade.

Segurada C.I. e MEI:

2. Esclarecemos que cabe ao CI comprovar a interrupção

da atividade pela qual vinha contribuindo, sob pena de ser

considerado em débito no período sem contribuição,

conforme disciplina o § 1º do art. 59 do RPS.

3. A comprovação da interrupção da atividade para o CI que

exerce atividade por conta própria, será realizada mediante

declaração, ainda que extemporânea, de acordo com § 2º do

art. 59 do RPS.

Segurada C.I. e MEI:

Esclarecemos que cabe ao CI comprovar a interrupção da

atividade pela qual vinha contribuindo, sob pena de ser

considerado em débito no período sem contribuição,

conforme disciplina o § 1º do art. 59 do RPS.

A comprovação da interrupção da atividade para o CI que

exerce atividade por conta própria, será realizada

mediante declaração, ainda que extemporânea, de acordo

com § 2º do art. 59 do RPS.

Segurada C.I. e MEI:

O MEI possui procedimento especial de registro, legalização e

manutenção dos requisitos, normatizado pelo Comitê Gestor do

Simples Nacional – CGSN e gerido pela Secretaria da Receita

Federal do Brasil - SRFB, por meio do Portal do Empreendedor,

e os documentos exigidos para sua formalização, tais como

Declaração Anual do Simples Nacional – DASN-SIMEI e

Relatório Mensal de Receitas Brutas, não atestam a interrupção

da atividade laboral remunerada, uma vez que a informação do

primeiro é anual e a apresentação do segundo à SRFB não é

obrigatória.

Assim, para o MEI não cabe a apresentação de distrato social,

alteração contratual ou documento equivalente emitido por

junta comercial, secretaria federal, estadual, distrital ou

municipal ou por outros órgãos oficiais.

BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA