michel butor - as montanhas rochosas

19
MICHEL BOTOR LES /710NTL1GNES ROCHEUSES AS MONTARHAS ROCHOSAS Tradução e I ntroduçáo de Júlio Castafíon Guimarães Edição Bilingue EDITORA NOA NOA lUza d~ Santa Cztar/na 1990

Upload: yasmine-evaristo

Post on 12-Aug-2015

76 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

Page 1: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

MICHEL BOTOR

LES /710NTL1GNES ROCHEUSES

AS MONTARHAS ROCHOSAS

Tradução e I ntroduçáode

Júlio Castafíon Guimarães

Edição Bilingue

EDITORA NOA NOAlUza d~ Santa Cztar/na

1990

Page 2: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

Do original francêsLu iJlontagl1e.J Rocheu.Je.J"

.Jur qua{re photopraphie.J d'enseL Adan.r­d Edward Weston

volume I da sérieILLu.Jtrat ion.J,GaJlimard. 1964

Capa: Cleber Teixeira

Editora Noa Noa: nlixa postal 287 ~,Florianópolis, Se.

SUl\lÁRIO

Incursão

Lu !llontagne.J Roclzelue.J

As lVIontanhas Rochosas

• 9

15

Page 3: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

10

Com muita probabilidade, Butor será freqüenteomente lembrado, em primeiro lugar, como um dosautores do llouveau romano La modification (1957) serásempre citado -como exemplo de nouveau romano Mas ébem melhor romance que exemplo e sua leitura maisfascinante que o cuidado em classificá-lo. Butor nãopertence a um grupo.

Bem antes desse romance, porém, Ja escrevia poe­sia. São poemas mais tarde reunidos em Travaux d'ap­proche (1972). A ligação com o surrealismo é clara.Mas o autor se apressa em dizer: "fui ligado ao grupo,sem jamais ter feito parte dele, por ser alérgico a qual­quer alistamento" (entrevista a .Roger Borderie, emTravaux d'approche).

Romance. Poesia.

Em 1961 publica o primeiro R~pertoire. Textos crÍ­ticos a que daria continuidade, reunindo-os em outrosquatro repertórios. Textos que tratam de literatura,música, artes plásticas.

Ocupando territorialmente os três gêneros, Butornão tem por que não dizer: "No que me diz respeito,estou inteiramente consciente da diversidade de gêne­ros que se manifesta em minha produção" (entrevistareferida).

Se, de um lado, essa diversidade é visível, de outro,é ela mesma que viabiliza, para além do trânsito entregêneros, a dissolução da demarcação entre eles. Diantede vários momentos da produção. de Butor é em vãoque se indagaria pelos gêneros em que esses momentosse inseririam.

Butor tem em mente a própria "constituição" dosgêneros: "Minha atitude diante da página hranca di­fere segundo eu escreva um romance, um artigo paraum jornal ou um ensaio que deverá aparecer nestarevista e não naquela. Também não escrevo do mesmomodo um texto destinado a acompanhar, em uma ediçãode luxo, as gravuras de tal ou tal ·artista. Não é só oresultado que é diferente, é a atitude, o ângulo, a disci-

11

tina. Af:sim, .cada colaboração implica a constituiçãoe um determmado genero" (entrevista referida).

. JEstreit? vínc~lo com esse não isolamento dos gêne-1.0S tem as 1l1CUI'soesem que Butor transfoI' tlmguag t' . ma ou rasens em ma erla de seus textos.

? Dialogue avec 33 variations de Ludwig van Beetho-\e~ ~ur une. valse de Diabelli (1971), se tem lances deanalIse. musIcal, se lança como glosa paráfrase ' I'da obra b th' " rep lca

_ . .' ~e ovemana, aç~l1and~, desafiando a imagi-naçao. Cll~!Ca. A, tl'.echos .d!scurslVos, seguem-se sobre­tu~lo 1u~llcas tecmco-poetIcas para leitura/execucão/remvençao. .

De 1964.é o primeiro dos quatro volumes intitula-dos IllustratlOlls Textos que "ilustram" ob '.. ras VISUalS,O~l,com? aparece na quarta capa do volume: "Ilustra-çoes de Imagens ~usentes que eram ilustrações de textosausentes que senam eles próprios suas ilustrações."

N esse jogo de leituras em reflexo, desenham-sesete textos, sete composições "sobre alguns quadros de~le~.sandro !Y.Iag~~s~,O", "sobre cinco águas-fortes deEnll~ue ~a:~~r~u, sobre fotografias de Jean-PierreCh.al bonmel , sobre nove g'uaches de Ale' d· C Id " " b xan e1 a -Eer ~ . 80 1':: ql~.at;~·ofotogntfia8 de Ansel Adams c

d"V'~tld ~ e~ton, sobre dez ou mais exatamente quin­ze a~uas-fOl ~es de Gregory Masurovsky", "sobre foto­grafIas de Gllles Ehl'mann"

O !iVl~Onão. l:eproduz :'ls obras visuais. Os textos,por ~ua. vez, utIlIzam vanados recursos tipográficos,lJ~COlpOl ando em sua estrutura a diagramação das pá­gmas. Blocos de prosa que se diria poética alternamcom blocos fragmentários que se diriam poemas. Linhase blocos lee:n:se alternada e simultaneamente _ oespaço ?a pagma ~onstrói-se como se inscrevem sons~a partI.tura. Rec~'Ian:-se textualmente possíveis lei tu­:J: as das Imagens VIsuaIS.

" "As Montanhas Rochosas" é o texto de I1lustrationssobre ~u,:~ro fotografias de Ansel Aclams e Edward

Weston . E um dos percursos do texto butoriano pelos

Page 4: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

12

EUA. Como Mobile (1962). Irrupções de um novo mun­do in progress, em que extensões selvagens perseveramao lado das marcas pós-industriais.

Extensões variadas que, além de Butor, AnselAdams, Edward Weston, atraem a visão de inúmerosfabricantes de textos, fabricantes de imagens da mo­del'l1idade.

Como Wim Wenders, silencioso e em grandes pla­nos, em Paris, Texas.

Como Gertrude Stein, de avião e sintaxe própria,em Autobiografia de todo mundo: "e tudo foi muitoagradável mas mais foi olhar para baixo e descobrir aAmérica de verdade. As linhas retas e as seções qua­dradas de terra, e as linhas das montanhas na Pensil­vânia linhas muito retas, isso tornou claro eu ter estadocom o cubismo e com tudo mais que se seguiu a ele".

As linguagens descobrem, tomam e povoam o lugargeográfico. Os pioneiros (do olhar) relêem a paisagemna própria produção cultural.

Por aí se folheiam as páginas das "Montanhas Ro­chosas" butorianas.

Na linha do alto das páginas, viaja o pioneiro doantigo oeste. Na linha da base da página, viaja o mo­torista de hoje. Nas linhas centrais, voa o avião. Nosblocos que se interpenetram, se expandem e explodempara além dos limites da página (os elementos da pai­sagem/página crescem à medida que deles nos aproxi­ma nosso mergulho), a paisagem se 'deixa capturar porum olho que a transforma em formas, cores, tipografia,som e, no limite, só pó, silêncio, talvez poema.

A paisagem/a aventura é o texto. E vice-versa. Aodispor do leitor: "A obra se desdobra. Todo leitor nãosó constitui a partir dos sinais propostos uma represen­tação, mas empreende a reescritura daquilo 'que lê"("La critique et l'invention", em Répertoire lU).

Por aí, é claro, passa a leitura que se chama tradu­ção (redesenhando aqui e ali o texto, como para com o

13"

vent~ q~le rebenta como um lamento" recuperar asasson,~nclas do "vent qui reprend comme un hurle­ment ; como para reduzir, se a líng'ua pnl'ITIl'te "" ", c. ! . a pous.Slere , para alem de "poeira" a " ,,, 'final . c, po , quase pOl1to

; ~omo para permitir a interferência-110mel1ado" d r 1• " c gemlIas c Ias CiIas , do poetamenos de August .dCampos). o e

Júlio Castaíi.on Guimarães

Page 5: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

Les l\lol1tagncs Rocheuses

s/lr q/latre pllotograpiliesd'A I1Sel A dallls et Edward Westol1

As Montanhas Rochosas

sobre quatro fotografiasde Alisei Adw/ls e Edll'l/rd Westo/l

Page 6: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

Légendes:

1. La (ltaí.ll~ du Téloll.r.

2. La 1"o,rém/{c VaLi C!!, I'II/l'cr.

3. Lf: mOl1umerzt l1al/ol1al de Ia VaLiée df: Ia 31orf.

-1. Chao,r rOc/ICII.I·, ali jOlld /e III(/rz! lFIt/!lIcy.

1. A cadeia dos Tetolls.

2. O Yosemite ValJey, no ll1verno.

3. O monumento nacional do Vale da .Morte.

4. Caos rochoso, ao fundo o monte VVhitncy.

Page 7: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

18

QUAND LES PIONNIERS ALLANT VERS L'OUEST ET L'OR,

le bruit,le grondementrépercutépar les paroistailléescomme à coupsd'énormescouteaux,

I

I

I

19

QUANDO OS PIONEIROS A CAMINHO DO OESTE E DOOURO,

o ruído,o estrondorepercutidopelas paredestalhadascomo a golpesde enormesfacas,

Page 8: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

20

APRf"S DES SEMAINES ET DES SEMAINES DANS LI:"') PLA~- .- NES ET LA PRAllUE,

LE BRUIT,

21

APÚS SEMANAS E SEMANAS NAS PLANICIES E NA PRADA­RIA,

o Rumo,

le souffle,

Ia forge

LE GR.oNDEMENT o sopro,o ESTRONDO

a forja

du vent,

l'énorme

râle

de la gucule

blanche

et bleue,

toutesles paillettesde Ia neigetombantd'aiguilleen aiguilIe,

Je froissementde ces rameaux,mains

gantées de fer,

RÉFERCUTÉ

PAR LES P AROIS

TAILLÉES

COM:IvIEA COUPS

D'ÉNORMES

COUTEAUX.

do vento,

o enorme

estertor

da goela

branca

e azul,

todas

as palhetasda nevecaindoagulhaa agulha,

o atritodesses ramos,mãos

enluvadas de f€rro,

REPERC'UTIDO

PELAS PAREDES

TALHADAS

COMO A GOLPES

DE ENORMES

FACAS,

Page 9: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

22

APERCEVAIENT LA GRANDE MURAILLE DE ROCS, DE PICSET DE FORf:TS,

LE BRUIT,

23

PERCEBIAM A GRANDE MURALHA DE ROCHAS, DE PICOSE DE FLORESTAS ,

o RUlDO,

LE SOUFFLE,toutes

todaso SOPRO,

LA FORGEles paillettes

de Ia Ileige

tombant

d' aiguille

en aiguille,

le froissement

de ces rameaux,

mains

gantées de fel'

le grincementdes branches

qui se tord-ent,se déchirentet tombent,décIenchantun geyserde plumes,

LE GRONDEMENT

DU VENT,

L'ÉNORME

IWPERCUTÉ

RALE

DE LA GUEULE

PAR LES PAROIS ...

BLANCHE

ET BLEUE

as pallwtas

da neve

caindo

agulha

a agulha,

o atrito

desses ramos,

mãos

cnll/vadas de ferro,

o ringidodos galhosque se torcem,se dilacerame caem,desencadeandoum gêiserde plumas,

A FORJA

o ESTRONDO

DO VENTO,

O ENORME

REPERCUTIDO

ESTERTOR

DA GOELA

PELAS PAREDES ...

BRANCA

E AZUL,

QUAND L'AUrOMOBILISTE AUJOURD'HUI APR~S DESHEURES, DES HEURES,

QUANDO HOJE O MOTORISTA APóS HORAS E HORAS,

Page 10: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

24

ILS SAVAIENT QU'AU-DELA COMMENÇAlENT LES DÉSERTS,

LE BRUlT,

LE SOUFFLE,le grincel71ent

LE FROISSEMENTdes brCll1ches

qui se tordent,DE CES RAMEAUX,

se déchircntLA FORGE

et tOl71bent,MAINS

déclenchantLE GRONDEMENT ...

SABIAM QUE ADIANTE COMEÇAVAM OS DESERTOS ,

O RUIDO,

O SOPRO,o ringido

o ATRITOdos galhos

que se torcem

DESSES RAMOS,se dilaceram

A FORJAe caem,

MAOSdesencadeando

25

ENLUVADAS DE FERRO,dc plumas

DO VENTO,

1111geyserGANTÉES DE FER,

de plumes,DU VENT,

lcs jetsdes chutesdéployantleurs draperies

~e giclures,

um géiser

os jatosdas quedasdesdobrandoseus cortinadosde pulverizações,

O ESTRONDO ...

et le bruit du vent

qui reprend L'ENORME ...comme un hurlement.

DES JOURS DE ROUTE DROITE DANS l' lNTERMINABLEFERME DU MIDDLE-WEST,

e o ruído do vento

que de novo rebenta O ENORME ...como um lamento.

DIAS DIAS DIAS DE ESTRADA RETA NA INTERMINÁVELFAZENDA DO MEIO-OESTE.

Page 11: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

26

L'IMMENSltt MENAÇANTE, LE PAYS DE L'ÉTONNEMENT,

27

A IMENSIDÃO AMEAÇADORA, A REGIÃO DO ESPANTO,

lei Aqui

plus

nem

11ll

um

bruit,

ruído,

nau,

não,

plus

nem

un

um

seul

son,

som,

l'air

oar

immobile,

imóvel,

lei

EST SALUÉ PAR LE MONDE SAUVAGE, A L'INTÉRIEURDUQUEL IL LUI FAUDRA

! .

Aqui

É SAUDADO PELO MUNDO SELVAGEM, NO INTERIOR DOQUAL PRECISARA

Page 12: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

28

ET QU'IL FAUDRAIT Y RÉSISTER, Y SUBSISTER PENDANTDES SEMAINES

lei

Seul

Ie

mouvement

tres

lent

QUAND L'A VION QUITTE LE QUADRILLAGE VERT DONT

LA RÉGULARITÉ S'ACCENTUAIT DE L'INDIANA A L'ILLI­NOIS, DE L'IOWA AU NEBRASKA,

29

E QUE SERIA PRECISO RESISTIR, SUBSISTIR DURANTESEMANAS

Aqui

o

movimento

muito

lento

QUANDO O A VIÃO DEIXA O QUADRICULADO VERDE CUJA

REGULARIDADE SE ACENTUA VA DE INDIANA A ILLINOISDE IOWA AO NEBRASKA' ,

d'heure de hora

eu

em

heure

hora

des

das

ombres.

sombras.

lei

Aqui

SE FAUFILER MINUSCULE ET SEUL, AVEC PRÉCAUTIONS,INSINUAR-SE MINÚSCULO E SÓ, COM PRECAUÇÕES,

Page 13: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

30

ET SEMAINES AVANT D'ATTEINDRE L'AUTRE GRANDECHAINE,

Votre

respiration

devient

un te!

tumulte

que vous

avez

envie

de Ia

retenir,

mais

vous -poussez un cri

qui s'éteint.

lei

C'EST COMME UNE GIGANTESQUE RESPIRATION QUI LESAISIT,

31

E SEMANAS ANTES DE ALCANÇAR A OUTRA GRANDECADEIA

Sua

respiração

se toma

um tal

tumulto

que você

tem

vontade

de a

reter,

mas

você solta um grito

que se extingue.

Aqui

COMO SE UMA GIGANTESCA RESPIRAÇÃO O CAPTURASSE ,

Page 14: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

32

ET DESCENDRE ENFIN VERS LE PACIF10UE.

33

E DESCER ENFIM PARA O PACIFICO.

Seul

le

o

crissement

rangido

de

da

votre

sua

scmelle

sola

POUR FRANCHlR DANS L'ÉTAT DE COLORADO LES MONTSOUTREMER

SOMMÉS DE NACRE, ET BAIGNER DANS LA SURPRENANTECOULEUR DU SOL

UN VENT VENU DU FOND DES AGES, LUI, AMÉRICAIN,

PARA ATRAVESSAR NO ESTADO DO COLORADO OS MON­

CU TES ULTRAMARMEADOS DE NÁCAR, E BANHAR-SE NA SURPREENDEN~TE COR DO SOLO,

UM VENTO ORIUNDO DO FUNDO DAS IDADES ELEAMERICANO:

Page 15: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

34

Seul

le

11l.0Uvcl11cnt

Seul

lc

erissement

35

o

mover

S6

o

ranger

Ruines

de rocs

:poussicre,

nous sommesperdus parmiles graÍlls d'unegigantesquepoussicrc ·dure

Ruínasde rochas

poeira,

estamosperdidos entreos grãos de umagigantescapoeira dura

CITOYEN D'UNE NATION SI RAPlDEMENT VIEILLlE, CIDADÃO DE UMA NAÇÃO TÃO RAPIDAMENTE ENVE­LHEClDA,

Page 16: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

36

comme celIe d'une

meule qui s'use,chacun de cesgrains I11cuIépar ]e temps, levent, Ia

poussiere, par

QUI CHANGE CONSTAMMENT AU-DESSODS DE LVI,

LE JEUNE VOY AGEUR EST PRIS D'UN VERTIGE TOUTAUTRE:

une goutted'eau perdue quis'estinfiltrée, qui,Ja nuit,gelect fait éclaterune écaille

SE RETROUVE NEUF, AU SEUIL DU PLUS INQUIÉTANT DESPARADlS.

37

como a de umamó que se gasta,cada um dessesgrãos moídopelo tempo, pelovento, pelapoeira, por

QUE MUDA CONSTANTEMENTE POR DEBAIXO DELE,

O JOVEM VIAJANTE :É TOMADO DE VERTIGEM BEM DI­FERENTE:

uma gotad"água perdida quese

infiltrou, que,à noite,gelae faz desabrocharuma escama,

SE RECONHECE NOVO, NO LIMIAR DO MAIS INQUIETANTEDOS PARAíSOS.

Page 17: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

38

tandis

quelcs nuagcsqui enlacent lcssommets,

changeant de forme,font changer les formesdcs taches du clairde lune, font

changer, le jour,l'épaisseurdes ombres,

l'importancedes físsures,

voilent ou dévoilcntles blessures des

pierres, sous Ia meulede Ia lumiere quitransforme tout ell

et le bruit du ventqui reprendCOIl1I11C /l1l h/lrlement ...

ao passoqueas nuvensque enlaçam oscumes,

ao mudarem de forma,mudam as formasdas manchas doluar,

mudam, de dia,a espessuradas sombras,

a dimensãodas fissuras,

velam ou desvelamas feridas das

pedras, sob a móda luz quetransforma tudo em

e o ruído do ventoq/lc de /101'0 rebcl/taCOIIIO 1/11I lamento ...

39

Page 18: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

40

41

Aquilei

nem

pllls

um

Ull

ruído,

brllit.

EN QUELQUES INSTANTS, LVI SEMBLE-T-IL,

LE MONDE DÉPLOlE A SES YEUX PLUS DE SECRETS

QUE PENDANT DES ANNÉES D'ÉTUDES AUTREFOlS.

poussiere.

EM ALGUNS INSTANTES, PARECE-LHE ,

O MUNDO ESTENDE A SEUS OLHOS MAIS SEGREDOS

QUE OUTRORA DURANTE ANOS DE ESTUDOS.

pó.

Page 19: Michel Butor - As Montanhas Rochosas

Este livro foi impresso na oficina da Editora Noa Noa.

A tiragem é de 350 exemplares impressos sobre papelVergê Classic, 85 gramas. Terminou~se a impressãono Outono de 1990. Impresso na Ilha de Santa Catarlna.