meu bairro centro - setembro

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SUPLEMENTO EXCLUSIVO DO JORNAL A CIDADE CENTRO CENTRO MEU BAIRRO A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016 A FÁBRICA DE SONS DE ALESSANDRO LUTHIER ALESSANDRO BAGGIO FABRICA INTRUMENTOS MUSICAIS MINHA RECEITA MEU LUGAR MINHA BRONCA E ESSA MOELA FEITA PELA ELIANE E O MÁRCIO? UM CAFEZINHO ÚNICO NO CENTRO VOCÊ TEM CORAGEM DE IR À PRAÇA XV À NOITE? no MATHEUS URENHA / A CIDADE

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Page 1: Meu Bairro Centro - Setembro

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MEUBAIRROA CIDADE

SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

A FÁBRICADE SONS DEALESSANDROLUTHIER ALESSANDROBAGGIO FABRICAINTRUMENTOS MUSICAIS

MINHARECEITA

MEULUGAR

MINHABRONCA

E ESSA MOELA FEITAPELA ELIANE E O MÁRCIO?

UM CAFEZINHOÚNICO NO CENTRO

VOCÊ TEM CORAGEM DEIR À PRAÇA XV À NOITE?

noMATHEUS URENHA / A CIDADE

Page 2: Meu Bairro Centro - Setembro

2 A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

Um Centro que foiretirado de Ribeirão

Falar sobre o Centro é falar sobre a história desta cidade, dos seussímbolos, daquilo que lhe dá a alma, identidade. Nesta edição do ACIdade no Seu Bairro, falamos de um Centro que não existe mais, dasconstruções que foram derrubadas, na maior parte das vezes em nome doprogresso. Esse “Centro invisível” é o reflexo de uma época em que edifí-cios como o Teatro Carlos Gomes, o Palacete Innechi e outros eram poucomais do que um entrave ao desenvolvimento. O atual Theatro Pedro II eo seu vizinho, o Centro Cultural Palace, escaparam por pouco desse fime deixaram a lição: sem símbolos, sem conhecer a sua própria história,seremos apenas uma cidade, nunca uma comunidade. Boa leitura!

NOSSA OPINIÃO

tá bomDESCANSO E CIVILIDADEA tão falada obra do Calçadão

trouxe aos ribeirão-pretanos ban-cos e áreas para descanso, tambémespalhou lixeiras de coleta seletiva,agora depende de cada um separar

o próprio lixo.

tá ruim

SEM COBERTURAA obra para construção dos novos

terminais na rua Américo Brasiliensedeslocou dois antigos pontos de ônibuspara outros locais. Um deles sem cober-tura ou bancos. A situação é provisória,

mas ainda incomoda a população.

tá indoNOVA ESTRUTURA

A passos lentos, a construção dos ter-minais da Estação Praça das Bandeiraspromete oferecer conforto e seguran-ça para usuários. Viagens e embarquemais rápidos também estão no pacote

prometido pela Transerp.

FOTOSWEBERSIAN/ACIDADE

EDIÇÃOJosé Manuel Lourenço

REPORTAGEMJessica Ribeiro (Colaboração)

EDITOR DE ARTEDaniel Torrieri

EDIÇÃO DE FOTOGRAFIAMariana Martins

TRATAMENTO DE IMAGENSFrancielly Flamarini

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃOAntonio Carlos Coutinho Nogueira

José Bonifácio Coutinho Nogueira FilhoAndré Coutinho Nogueira

José Bonifácio Coutinho Nogueira NetoMarcos Frateschi

Fernando Corrêa da Silva

GERENTE DE PUBLICIDADEMarco Vallim

[email protected]

DEPARTAMENTO [email protected]

TELEFONE (16) 3977-2172

REDAÇÃORua Javari, 3099, Ipiranga

Fone (16) 3977-2175CEP 14060-640 - Ribeirão Preto (SP)

JORNAL DO GRUPO

A CIDADE DESDE 1905 MEUBAIRROA CIDADE no

DIRETOR DE JORNAISE MÍDIAS DIGITAIS

Josué Suzuki

EDITOR-CHEFEThiago Roque

CENTRONESTA EDIÇÃO

ZONA LESTEPRÓXIMA EDIÇÃO

Page 3: Meu Bairro Centro - Setembro

3A CIDADESÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

O Centro ‘invisível’de Ribeirão PretoRegião central da cidade enterrou símbolosque foram referência de uma época

O Centro de Ribeirão Preto é umlugar especial: foi ali que surgiu a cidade,que criou os seus primeiros símbolos que,com os anos, foram enterrados para darlugar ao que se chamou de modernidade.

O Centro nos mostra a história visível,nas paredes de edifícios como o TheatroPedro II, Palácio do Rio Branco ou nospalacetes abandonados, como o Albino deCamargo ou Camilo de Mattos.

Mas, ao lado desse Centro real, existeoutro, invisível, soterrado e destruído,cuja existência fez parte da história dacidade. O maior exemplo é o Teatro CarlosGomes, construído no final do século 19,que chegou a ser um dos melhores doBrasil e que, decadente, foi derrubado nadécada de 1940. Mas há mais. Conheçaum pouco dessas referências invisíveis deRibeirão, nas próximas páginas.

meuorgulho

fHISTÓRIA FOTOGRAFIA DA PRAÇA XV DE RIBEIRÃO, PROVAVELMENTE DO INÍCIO DO SÉCULO 20,COM O ANTIGO CORETO AO FUNDO; ATUALMENTE, NO LOCAL, EXISTE O MONUMENTO AO SOLDADOCONSTITUCIONALISTA DE 1932, EM FRENTE AO THEATRO PEDRO II

REPRODUÇÃO ARQUIVO PÚBLICO E HISTÓRICO DE RIBEIRÃO PRETO

[email protected] / www.riberfestas.com.br

Av. Antonio e Helena Zerrenner, 555 - Ribeirão Preto - SPTelefone: 3633 1868 - 3633 3629

ARTIGOS PARA FESTASEMBALAGENS E DESCARTÁVEIS

Linha completa para festas:Doces, Chocolates, Artigos para cestas

MELHOR PREÇO DA REGIÃOATENDIMENTO PERSONALIZADO

FÁCIL ESTACIONAMENTO

CURSOS

VARIADOS

ATACADO

E VAREJO

Page 4: Meu Bairro Centro - Setembro

4 A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

Os restos da históriano lugar ondenasceu a cidadede Ribeirão PretoTeatro Carlos Gomes, cemitério, Palacete Innechisão alguns dos símbolos que foram destruídos

A história de Ribeirão Preto coneça aser contada a partir da região central. Porlá, prédios, fachadas, palmeiras e até osparalelepípedos têm muito a dizer sobreos primórdios do município, começadoonde hoje é a Praça XV de Novembro.

“Ribeirão surge a partir da capeli-nha, da igreja e de um território doadoem nome de São Sebastião para manteressa capela”, conta a historiadora TâniaRegistro.

A cidade cresceu no entorno da cape-linha, desenvolveu o seu poder econômicoe político nos arredores da força religiosa.Tânia explica que todo ‘início’ de cidadecontava com três instituições essenciais:igreja, fórum e cadeia. “E todas as casasda elite econômica, casas comercias,bancos, tudo o que era de importânciaeconômica, era colocado no centro”.

O marco zero do município foicolocado ali, onde posteriormente foiconstruída a fonte luminosa. “O centronasce nobre e cresce privilegiado, todoinvestimento em embelezamento vai paralá, calçamento, arborização”.

Na década de 1920 a paisagem dacidade começa a mudar, chácaras no en-torno da cidade começam a ser loteadase os famosos casarões construídos. Erao momento áureo, em que a cidade eracomparada com Paris. “Os casarões foramse instalando e essa elite começou a tra-zer artefatos de cultura, vinham da capitale passaram a trazer suas influências”,explica o arquiteto Claudio Bauso.

Nesse momento a cidade tambémentra no radar dos grandes espetáculose passa a ser referência em cultura. Entre1930 e 1947 Ribeirão Preto teve doisteatros de ópera, um cortejando o outro.

“Na década de 1930 Ribeirão játinha construído muitas coisas, que aca-baram destruídas para dar lugar ao queera moderno para a época”, relata Bauso.Um desses locais foi o antigo casarão deQuinzinho Junqueira, derrubado para darlugar ao Edifício Diederichsen.

Em 1947 veio a demolição do CarlosGomes. “Deveria ter havido uma restau-ração, mas naquela época não havia essamentalidade”, explica Mauro RobertoTeixeira de Mello, funcionário do ArquivoPúblico e Histórico de Ribeirão Preto.

Além deles, deixam saudade tambémo palacete Innechi (1929), na esquinadas ruas Duque de Caxias com Barão doAmazonas e o antigo cemitério, na praçaXV de Novembro, em frente ao TheatroPedro II.

Hoje, ao andar pelas ruas da regiãocentral ainda é possível identificardetalhes dos edifícios que retratam asdiversas formas de uso, comportamentoe o modo de viver de determinada época.“No Centro da cidade você consegue tertoda leitura da nossa história, tanto deprédios, quanto de visual, até a década de1980 quando você tem a verticalização.Consegue acompanhar historicamentea decadência, e agora a revitalização”,explica Tânia.

f MEMÓRIASNA FOTO MAIOR, O TEATROCARLOS GOMES, FUNDADO

NO FINAL DO SÉCULO19 E QUE CHEGOU A SERCONSIDERADO UM DOS

PRINCIPAIS DO BRASIL. AOLADO, NA FOTO DA ESQUERDA,

A ANTIGA IGREJA MATRIZ,LOCALIZADA NA PRAÇA XV DENOVEMBRO; FINALMENTE, AO

LADO, O PALACETE INNECHI,CONSTRUÍDO EM 1929,

EM FRENTE AO PRÉDIO DASOCIEDADE RECREATIVA DE

RIBEIRÃO PRETO. HOJE, NOSLOCAIS, EXISTE UMA AGÊNCIA

BANCÁRIA E O MUSEU DE ARTEDE RIBEIRÃO PRETO (MARP)

meuorgulho

Page 5: Meu Bairro Centro - Setembro

5A CIDADESÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

Na internet, é possível encontraralgumas referências interessantessobre a história de Ribeirão Preto.No site da prefeitura, por exemplo, épossível acessar os livros “QuarteirãoPaulista – um conjunto harmônico deedifícios monumentais”, de RenataAlves Sunega e também “A históriacontada através da arquitetura deuma rua”, de Eder Donizeti da Silva.Ambos contam sobre a história daregião central da cidade e estãodisponíveis em PDF para download.

Para baixar , acesse www.ribeiraopreto.sp.gov.br > Cultura >Projetos e Programas > História deRibeirão.

DOCUMENTÁRIOOutro local interessante para

buscar informações sobre a cidadeé o portal Museu Cidade Digital, noInstituto Paulista de Cidades Criativase Identidades Culturais (IPCCIC). Ali, épossível encontrar um documentáriocontando sobre a história do Centro.

O filme pode ser visualizadoonline no seguinte endereço: www.museucidadedigital.com ou www.youtube.com/watch?v=oKPtO8wlK_8(link direto)

Cada casarão no Centro contauma história e revela uma RibeirãoPreto silenciada pelo tempo. “Elessão testemunhas de um período, quetraz o perfil de uma sociedade, daeconomia, relações sociais, de arte,cultura, o perfil trabalhista, o modelode habitação”, explica o arquitetoClaudio Bauso.

A primeira lei que protege opatrimônio histórico em Ribeirão foicriada somente em 1967, mas mesmoa legislação não impediu que muitoda história fosse apagada. “Em 1972houve a destruição da antiga ferrovia,em 1978 do palacete PaschoalInnecchi e perdemos vários edifícios”,lamenta. “Como a cidade não havialegislação regulamentada, essesedifícios foram para o chão da noitepara o dia”. O primeiro tombamentosó foi ocorrer efetivamente 2004.

A construção dos casarões epalacetes da época foi marcadapelo luxo, influência da França que,na época, era a maior compradorado café produzido na região. “Noscasarões da década de 20 que aindaresistem em Ribeirão Preto, vocêencontra muita riqueza, mármore,afrescos, madeira de lei”, explica.

Casarões sãocidade silenciadano tempo

Saiba ondeencontrar maisinformações

CIDADE REENCONTRA A CULTURAA cidade vive hoje um momento cultural importante, de reencontro com

a própria cultura e redescoberta dos bens históricos do município. “As pessoasestão se apossando do espaço público, e você começa a ter ações de politicaspúblicas e vai trazendo de volta a vida ao Centro”. Segundo Tânia a popularizaçãode espaços como o Memorial da Classe Operária – UGT e eventos como a Feirado Livro transformam a forma do munícipe se relacionar com a história do localonde vive. “É obrigação do poder público fazer essa interferência, mas as pessoastambém precisam comprar essa ideia e abraçar a cultura”.

FOTOS REPRODUÇÃO ARQUIVO PÚBLICO E HISTÓRICO DE RIBEIRÃO PRETO.

Av Presidente Vargas, 1442/1446(16) 3443-4172 | 3446-8683

Segunda a sexta das 06:00 as 22:00Sábado 06:00 as 20:00

Domigos e feriados 06:00 as 21:00

Page 6: Meu Bairro Centro - Setembro

6 A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

UMCAFEZINHO

MUITOfVALDÍVIO JOSÉ DOS SANTOS, UM DOS DONOS DA ÚNICA, TRADICIONAL CAFETERIA DO CENTRO

DE RIBEIRÃO PRETO

MAIS DO QUEUMMM CAFÉE MMMUITAS

HISTTTÓRIAS

“A Única foi fundada em 1937. Na época não era só umacafeteria, mas também uma confeitaria, muito frequentadapelos grandes nomes da cidade. Sempre foi muito tradicionalem Ribeirão Preto, faz parte da história da cidade.

Não sou o primeiro dono. Cheguei até a Única com aminha sócia, Estela, em 1989. Eu vim de Araguari, no EspíritoSanto, para Ribeirão em 1966 e comecei a trabalhar comogarçom.Trabalhei em alguns estabelecimentos até que fuicontratado no restaurante da Estela. Sim, ela era a dona e eufuncionário dela.

Em 1989, a cafeteria foi colocada à venda. Foi quandosentamos, conversamos e decidimos virar sócios no negócio. Eraum ramo diferente para nós, mas estava na mesma área de ali-mentação, então resolvemos arriscar. Na época compramos doNivaldo Menegario e do Paulo Amilton, que eram os proprietá-rios. Não sei dizer exatamente o porquê da venda, mas acreditoque eles decidiram encerrar a sociedade e, para não vender onegócio por partes, acabaram vendendo para nós.

Para mim e para a Estela foi um investimento e tanto, mes-mo porque a nossa parceria dá muito certo. E, como princípio,nos empenhamos em manter tudo como sempre foi, em respei-to aos frequentadores do local.Afinal, herdamos a clientela etodas as boas histórias vividas ao lado do nosso cafezinho.

Desde o início da sociedade, nunca brigamos. Eu e a Estelasomos muito amigos, ela é praticamente uma irmã para mim.

Nossa cafeteria sempre foi ponto de muitos negócios eencontro de homens importantes, para nós é uma honra. Umdeles é o governador Geraldo Alckmin que, sempre que está emRibeirão Preto, vem até aqui tomar do nosso café, aquele bemtradicional, feito no coador.

Tudo por aqui ainda é o mesmo, o mesmo cardápio e omesmo carinho em cada atendimento.As pessoas voltam por-que já conhecem, sabem que é só chegar por aqui que sempretem o cafezinho, o pão de queijo, o bolinho, a nossa coalhadaque, modéstia a parte, é muito boa. E quando eu digo que podevir por aqui sempre, falo sério, nós ficamos abertos todos osdias a partir das seis da manhã, só no domingo fechamos aomeio dia.

Do fundador da Única, o senhor Oscar Zoega, nós herda-mos muitos amigos e clientes fiéis. Hoje, nosso público vai alémdos frequentadores assíduos. Descobrimos que muita gentevem conhecer e muitos jovens passaram a se interessar pelanossa história.A Única é meu lugar, assim como Ribeirão jávirou minha cidade do coração.”

VALÍDIO JOSÉ DOS SANTOS68 anos, comerciante

Há 27 anos, eleserve o ‘café decoador’ favoritode Ribeirão PretoValídio é um dos proprietários dacafeteria Única, fundada em 1937

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Page 7: Meu Bairro Centro - Setembro

7A CIDADESÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

DEALESSANDRO

FÁBRICAAfMOLORE OFFIC TECTAE DES MARIA APARECIDA DOS SANTOS DOLOREPED UT ENDI CORE ET ENT.

DE SONSTIRAAANDO

MÚÚÚSICADA

MADDDEIRA

Por definição luthier é aquele que fabrica ou repara instru-mentos de corda, como violinos, violoncelos, violas e contrabai-xos. Mas para Alessandro Augusto Baggio, de 40 anos, o termovai muito além da profissão, tem a ver com história de família epaixão pela música.

“Meu avô veio da Itália para o Brasil e já mexia cominstrumentos musicais. Ele morreu quando eu era jovem, nãopude aprender muito com ele”, conta. Mas sem deixar que oofício morresse, família encontrou uma maneira de continuaros trabalhos do patriarca. “Meu tio deu continuidade à oficinae foi assim que comecei a ter contato com a profissão, naadolescência”, explica.

Aos 22 anos, depois de trabalhar como bancário, decidiuvoltar às origens e honrar a profissão do avô. “Entrei no ramo,mas trabalhava de forma bem informal e assim permaneciaté encontrar uma escola onde pudesse aprender o ofício deforma profissional”. Ele fala do Conservatório Musical de Tatuí,local para onde foi aos 26, ser aluno do curso de Luteria. “Fizuma prova prática, onde eles pedem para que você construaum artefato de madeira e passei. O curso é longo, dura cincoanos, mas você sai dele com muito mais conhecimento técnico,artístico e histórico”.

Natural de Londrina (PR), a atividade também deu a Ales-sandro um novo lar. Por causa do mercado de trabalho, o luthierdecidiu mudar-se para Ribeirão Preto após se formar e por aquiestabeleceu sua oficina, no segundo andar do edifício maisantigo da cidade, o Diederichsen. “A madeira e as ferramentasusadas o trabalho são todas importadas, então durante um anofui montando minha oficina”, explica.

Cada instrumento é produzido seguindo um processo únicode fabricação e pode levar até três meses para ficar pronto.“Trabalho com quatro ou cinco instrumentos por ano apenas, etudo é feito de acordo com os desejos do cliente e as técnicasque desenvolvi. O processo é inteiramente artesanal”.

As peças criadas por luthiers são geralmente produzidaspara atender músicos que já possuem certa experiência eprocuram um tipo específico de instrumento ou som para suascomposições. “O luthier trabalha com recursos sutis, por exem-plo, o tipo de afinação ou braço do instrumento, mas muitoimportantes para cada músico”.

Nove anos após se formar,Alessandro tem certeza de queescolheu o ofício certo e se orgulha de poder espalhar sua as-sinatura e o rastro de um bom trabalho, pelo mundo. “Sempredigo, não sou comerciante, sou um restaurador e construtor deinstrumentos sob encomenda. Cada um único”, finaliza.

minhahistória Instrumentosartesanais‘escondidos’ noDiederichsenLuthier fabrica instrumentosde corda no edifício histórico

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Page 8: Meu Bairro Centro - Setembro

8 A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

centro COMIDASCULTURACURTIÇÃO

UM LOCAL DECOMPRAS E DEMUITA HISTÓRIA

A rua homenageia opadroeiro do município.Tem cerca de 1,78km deextensão, começando naavenida Jerônimo Gonçalvese terminando na FranciscoJunqueira.

TRANSERPPara quem precisa tirar o Cartão Cida-dão, utilizado no transporte coletivourbano, o posto do Consórcio Pró-Urba-no localizado na São Sebastião, 909 éo lugar ideal. Por lá são oferecidos alémda retirada da primeira via do cartão,a renovação e também o cadastrobiométrico.

SOCIEDADE DANTE ALIGHIERIFundada em junho de 1910, a SociedadeDanta Alighieri é uma das mais antigas asso-ciações de Ribeirão Preto. Ela foi criada com oobjetivo de fazer com que os então imigrantesitalianos que chegavam ao município para tra-balhar, pudessem manter os laços com a Pátriae, sobretudo, encontrar novos amigos.

CINECLUBE CAUIMO Cineclube Cauim foi fundado em 1979 e oferece diariamentesessões de cinema a preços populares no coração da cidade. O localtambém conta com um bar e se tornou ponto de encontro dos maispopulares entre o público ligado à vida cultural de Ribeirão Preto.

O Centro de RibeirãoPreto é local conhecidopelo comércio, sobretudode vestuário e calçados.Mas ali, entre uma lojae outra, é possível vercasarões antigos (ou o quesobrou deles), que contammuito da história da antiga“pequena Paris”

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Av.Ca

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Anel Viário Norte

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DEINTER 3A sede regional do Departamento de Polícia Judiciáriade São Paulo Interior (Deinter 3) foi inaugurada em 1de janeiro de 2000. Tem abrangência sobre 93 muni-cípios e atende delegacias na região dos municípios

de Araraquara, Barretos, Bebedouro, Franca, RibeirãoPreto, São Carlos, São Joaquim da Barra e Sertãozinho.

RUA

SÃO SEBASTIÃO

Page 9: Meu Bairro Centro - Setembro

9A CIDADESÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

[email protected] | Bar do Nei

Rua Conde de Irajá, 235 - Ribeirão Preto/Sp

16 3610-5891 | 3632-9280

• Rua Campos Salles, 429• Rua Duque de Caxias no cruzamento

com a rua Barão do Amazonas• Rua Amador Bueno, s/nº• Rua General Osório, próximo ao cru-

zamento com a rua Cerqueira César• Rua General Osório, 549• Praça Carlos Gomes• Rua General Osório, 612• Rua Florêncio de Abreu, no cruzamen-

to com a rua Tibiriçá• Rua São José, 1.220• Rua Tibiriçá, 498• Avenida Nove de Julho, 378• Avenida Independência, 1.730• Rua General Osório, próximo ao

cruzamento da rua Amador Bueno• Rua Américo Brasiliense, 474• Avenida Jerônimo Gonçalves, s/nº• Rua Sete de Setembro, na praça

Aureliano de Gusmão (Sete)• Rua Sete de Setembro, próximo ao

cruzamento com a rua Bernardino deCampos

• Rua General Osório, 485• Praça XV de Novembro, 790• Rua São José, 933• Rua Visconde de Inhaúma, na praça

Luís de Camões• Avenida Jerônimo Gonçalves, 640

BANCASMARIANA MARTINS / A CIDADE

F.L.PITON / A CIDADE

meuguia

CRAS – 2 (Norte)Rua Marcondes Salgado, 253 – CentroCEP 14013-150Telefone: 3610-6495Responsável: Nilva Maria Giolo Taverna

CENTRO DE REFERÊNCIA DAASSISTÊNCIA SOCIAL – CRAS

51º Batalhão de Polícia Militar do InteriorBases Comunitárias de Segurança (BCS)

1ª CIA PMRua Florêncio de Abreu, 411, CentroTelefone: 3904-9109

BASE DA POLÍCIA

UBDS “Dr. João Baptista Quartin”- CentralAvenida Jerônimo Gonçalves, 466Telefones: 3605-5000 / 3605-5025

UBS “Profª Maria Herbênia O.Duarte” – Vila TibérioRua Gonçalves Dias, 790Telefone: 3931-2325

UBS “Nelson Barrionovo” –Campos ElíseosAvenida Saudade, 1.452Telefone: 3961-4303

UBS “Prof. Jacob Renato Woiski”- Jardim João RossiAvenida Independência, 4.315Telefone: 3911-3616

UBS “Drª Teresinha Garcia JoséGradim” – CentroRua Amador Bueno, 237Telefones: 3635-7477 / 3635-5956

UBS “Wilma Delphina de O.Garotti” – Vila TibérioRua 21 de Abril, 779Telefone: 3630-6964

UNIDADESDE SAÚDE

FEIRA 1CentroQuando: Às terças-feirasOnde: Rua Visconde do Rio Branco,entre as ruas Barão do Amazonas eMarcondes Salgado

FEIRA 2CentroQuando: Às terças-feirasOnde: Rua Marcondes Salgado, entreas ruas Bernardino de Campos eLafaiete

FEIRAS LIVRES

Page 10: Meu Bairro Centro - Setembro

10 A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

Maria Cecília veio para mostrar um mundo novo para Sílvio e Josiane

Planejada, desejada e muito amada,assim podemos definir Maria Cecília navida de Sílvio e Josiane Gonçalves. Já são11 meses desde a sua chegada “e com elanenhum dia é igual ao outro, cada dia éum aprendizado novo”, conta o pai.

O casal só foi descobrir que a bebêera uma menina no meio gravidez, jáque Maria teimou em ficar de perninhascruzadas durante os primeiros meses.

A pequena é portadora de síndrome deDown, fator que foi uma grande surpresapara os pais. “A última ultrassonografiatinha apontado uma possível alteraçãogenética, mas o médico disse que poderiaser só uma falha, que não precisávamosnos preocupar”.A família só foi descobrir acondição da menina no parto. “Quando elanasceu a gente teve um susto, porque elaera especial”, revela Sílvio.

No início o casal se preocupou pornão conhecer, de fato, a Síndrome deDown. “Foi complicado, era aquela coisado preconceito, de você ter um ideal parao seu filho e ver aquilo ser desconstruídode repente”. Mas indo na contramão domedo, o amor pela pequena prevaleceu.“A gente foi à luta, primeiro para aprender.Hoje fazemos parte de ONGs que falamsobre síndrome de Down e estamossempre engajados em campanhas deinclusão”.

A menina completa seu primeiro anode vida no próximo dia 4 de outubro enão poderia ser motivo maior de orgulhopara os pais. “Hoje nós aproveitamoscada pequeno momento dela. Quandoela começou a sentar, o primeiro sorriso,a primeira vez que ela respondeu ao serchamada. Tudo é único”, derrete-se Silvio.

vida nova

Arthur deixou saudade e agora virará livro pelas mãos do pai

Há dois anos, complicações por causade um problema no coração levaramo Arthur, de 13 anos. “Meu filho erasinônimo de amor. Por onde passou, deixousaudade, jamais será esquecido”, diz oeconomista Alessandro de Lazzari, 44 anos.

Arthur nasceu em 16 de setembro de2000 com problemas graves do coração.Mesmo com a saúde frágil, nunca deixoude praticar esportes, como judô, natação,basquete, futsal. Chegou até a apitar jogosde futebol.”

Arthur também era muito religioso eencontrou no Santuário ArquidiocesanoNossa Senhora Aparecida um refúgio. “Eledizia que queria ser padre e participavatanto, que o padre o acabou instituindocoroinha. Ele foi o único na história daigreja e levava a função muito a sério”,explica Alessandro, com orgulho.

No coração do pai o lugar do filhoestará sempre garantido. E, para honrar asua memória,Alessandro decidiu escreverum livro. “Desenvolvi esse livro para falarsobre o legado de amor que ele deixou.Mesmo com todos os problemas, tinhaalegria para viver”, conta.

Antes de operar, o menino ainda foihomenageado pelos amigos com umamúsica e muitas mensagens de carinho.“Eu coloco no livro esses depoimentos, depessoas que o amavam e torciam por ele”.

Outra forma de lembrar Arthur veioda Câmara Municipal. “Além do livro, nósaprovamos também um projeto de lei paracriar uma rua com o nome dele. Ela ficaráno Jardim Cristo Redentor, um novo bairroaqui na cidade”. E mesmo depois da suamorte,Arthur continuou espalhando o bem:os seus rins e córneas foram doados.

memória

MATHEUS URENHA / A CIDADE

MILENA AUREA / A CIDADE

Page 11: Meu Bairro Centro - Setembro

11A CIDADESÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

zoomcentroCENAS URBANAS

O Centro de qualquer cidade é um local único,cruzamento de história, estórias e personagensinteressantes. Em Ribeirão, não é diferente.

ooooiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!!!Em tempos de crise, vale tudo para chamar a atenção do consumidor,

até exagerar no modelito. Essa sainha de bailarina tá ótima!!!

iiimóóóveiiisNos últimos anos, o Centro de Ribeirão Preto ficou marcado

pela presença de diversos artistas, estátuas de personagens famosos.

lllliiiivreE a feira de artesanato, que é realizada em frente à Catedral

Metropolitana? Ali é possível encontrar verdadeiras preciosidades!

reflexãoO Centro de Ribeirão Preto tem corre-corre,

é barulhento, uma coisa de doido. Mas, às vezes,também é possível achar um tempinho para relaxar.

FOTOS WEBER SIAN / A CIDADE

Page 12: Meu Bairro Centro - Setembro

12 A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

minhabroncaSímbolo de Ribeirão, Praça XVvira terra de ninguém à noitePrincipal local de encontro no Centro da cidade e um dos pontos de partidas para a construção dahistória da cidade, a praça tem se tornado uma região perigoso, sobretudo pela falta de policiamento

Inaugurada em 1910, a Praça XV deNovembro é talvez o ponto mais conhecidodo Centro de Ribeirão Preto. O local é ummarco de referência histórica e geográficapara o município.Antes mesmo da inaugu-ração da praça, a primeira capela da cidadejá havia sido construída em 1868, ondehoje está a fonte luminosa.

Durante o dia, ponto de encontro deamigos, fotos de família, descanso paraos mais velhos e até local de referênciaquando se fala do famoso game PokémonGo. À noite, no entanto, o local vira moradapara moradores de rua e local para vendae uso de drogas, assaltos, sem segurança,abandonado.

A constatação sobre a insegurançado local vem dos próprios moradores daregião, dos taxistas que por ali trabalhame confirmada pelos usuários do transportecoletivo que precisam ficar por ali paraesperar o ônibus.“Eu não costumo ficarpara trabalhar depois que Pinguim fecha.Enquanto ele está aberto ou está tendoespetáculo no teatro, a movimentação depessoas dá uma segurança para nós aqui”,explica o taxista Osvaldo Isaías, de 63 anos.

Mas, segundo os próprios taxistas,o aumento do fluxo de pessoas no localnão mudou muito quanto à segurançaproporcionada pelos meios públicos.“Aindanão sei porque existe a Guarda Municipal,nunca estão aqui.A Polícia Militar tambémsó passa de vez em quando, estamos aban-donados num dos lugares mais movimen-tados da cidade”, desabafa Gilmar LaércioFonseca, de 50 anos, também taxista.

“O perigo aqui não é só a noite, dedia também não é muito seguro”, afirma.“Assalto nunca presenciei, mas o comérciode drogas é livre aqui, como se fosse terrade ninguém. Se você passar às quatro damanhã, por exemplo, além de ver isso tudoabandonado, vai ficar com medo”, finalizaGilmar.

f INAUGURADA EM 1910, A PRAÇA XV ESTÁ SE TORNANDO EM UM LOCAL PERIGOSO PARA O RIBEIRÃO-PRETANO

Uma mudança no cenário de“praça do medo”, que se tornou apraça XV, veio recentemente, com olançamento do jogo Pokémon Go, quedesde o início de agosto tem levadomais pessoas até o local.

“Antes de inventarem o Pokémondava seis da tarde e isso tudo ficavadeserto.Agora tem gente até às nove,dez da noite”, conta o motorista detáxi, Osvaldo Isaías.

A praça é um dos pontos maispopulares entre os jogadores do game,que se reúnem em turmas para caçaros bichinhos por ali. O taxista expli-ca que os dias com mais segurançaforam os dias em que havia ‘caçadasPokémon’ marcadas na praça.

Game PokémonGo ajuda a praça aficar mais segura

OUTRO LADO

A segurança por aqui estádeixando a desejar, não sou deRibeirão mas venho todo final desemana e quando está escurecen-do já sei que é hora de ir emboraporque começa a ficar abandona-do por aqui.CLÉCIO GOMES DO NASCIMENTO50 anos, aposentado

O lançamento do jogo Poké-mon Go trouxe mais movimentopara a praça durante todo o dia,mas ainda assim a noite é arris-cado passar por aqui, você nãovê policiamento. É abandonado enão tem segurança.EDUARDO BARRERA ORLANDO22 anos, matemático

MORADORES DA REGIÃO E USUÁRIOS DIZEM QUE LOCAL NÃO OFERECE SEGURANÇA DEPOIS QUE ESCURECE

FOTOS MATHEUS URENHA / A CIDADE

PROMESSAANTIGA No último mês, a Praça XV de Novembro tem sido invadida

por fãs em busca de monstrinhos escondidos nas imediações;

a loucura pelo jogo é tamanha que, mesmo em altas horas da

noite é possível encontrar gente em busca dos bichos.

POKÉMON GO

Page 13: Meu Bairro Centro - Setembro

13A CIDADESÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

Nas ruas recém-reformadas pelas obras da

região central, um incômodo são as galerias de

esgoto e que dão acesso à fiação subterrânea.

Algumas delas estão em desnível com o piso

novo do Calçadão e podem trazer riscos aos mais

distraídos.

Elas estão por toda parte e seja na calçada

ou na rua, a grande quantidade de caçambas

espalhadas pelo Centro é algo que incomoda

diariamente os munícipes. Pela região, é difícil

andar dois quarteirões sem se deparar com uma

delas, normalmente cheias de entulhos.

Outro velho problema da região central da

cidade é o desnível do calçamento e a falta de

rampas de acesso em algumas esquinas, recurso

que facilita o deslocamento de cadeirantes nas

calçadas e em alguns cruzamentos.

Sem a manutenção adequada, postes com

fiação exposta oferecem riscos a pedestres e

também a veículos nas ruas da cidade. Este

poste na Visconde de Inhaúma, via bastante

movimentada, é só um dos muitos exemplos

espalhados pela região central.

Falta tampa

Por toda parte Desnível na calçadaFiação exposta

FALTA RESOLVER

FALTA RESOLVER FALTA RESOLVERFALTA RESOLVER

minhabronca

Iniciadas em agosto de 2013 as obras de revitalização do

Calçadão de Ribeirão Preto parecem finalmente estar chegando

ao fim. O problema, no entanto, são os resquícios das obras que

ficaram por toda parte: são tubulações, fios, pisos, entulhos de

construção em geral, que acabam por atrapalhar a vida de quem

usa diariamente esse espaço de passagem.

Herança da obra do Calçadão: entulho

FOTOS MATHEUS URENHA / A CIDADE

156É O NÚMERO DE TELEFONEDO SAM (SERVIÇO DE

ATENDIMENTO AO MUNÍCIPEDE RIBEIRÃO PRETO

FALTA RESOLVER

Page 14: Meu Bairro Centro - Setembro

14 A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

minhareceita

ESSA MOELA DA ELIANE EDO MÁRCIO É IRRESISTÍVEL

Ingredientes• 1kg de moela• 5 tomates grandes• 2 cebolas grandes• Sal (a gosto)• 1 dente de alho• 1 colher de colorau• Óleo

Modo de fazerLimpar e temperar a moela

com alho e sal. Em seguidadeixar descansando no tempe-ro por, pelo menos, duas horas.

Numa panela de pressãorefogue o óleo, o restante doalho, os cinco tomates picadosem cubos com pele e semente,e o colorau. Em seguida joguea moela já temperada namistura e feche a panela.

Após pegar pressão, deixeainda por 25 a 30 minutos emfogo baixo.

Para servir, coloque amoela numa travessa. Cortea cebola, misture no caldo edespeje por cima da moela.Pode-se usar salsinha paradecorar.

Moela ao Molho Brasília já virou símbolo de um bar do Centro de Ribeirão

O encontro das ruas Florêncio de Abreu e Garibalditalvez seja um dos cruzamentos mais famosos do Centrode Ribeirão Preto. Lá, em 1977, nasceu o Empório Brasília,bar que ainda hoje agrada fãs fiéis com sua culinária ehistórias.

O que poucos sabem é que o local é um daqueles“negócios de família”, que passou de pai para filho – filha,no caso de Eliane Palandri – e se mistura com a históriarecente da cidade. “Meu sogro fundou o Empório comouma mercearia.Aos poucos, meus cunhados se juntarama ele na administração e logo virou bar”, explica MárcioPalandri, de 54 anos.

O local também é conhecido por ter sido um doslugares favoritos do ‘doutor’ Sócrates.

“Em 1993 meu sogro construiu outro imóvel na VilaSeixas e partiu para o ramo de padaria, mas não queriasair e vender para um estranho. Então, eu e minha esposaassumimos”, conta.

Segundo Márcio, o bar ‘cresceu e apareceu’ na épocada Copa do Mundo de 1994. “Fizemos cardápio e come-

çamos a trabalhar como um bar completo.A Moela ao Molho Brasília entrou também nessa

época no cardápio. “Em casa, o frango sempre dava brigapor causa da moela e daí surgiu a vontade de criar umaporção para o bar”, explica Eliane Palandri.

“Como eu adoro moela, pensei em criar vários pratoscom ela. Eu tinha as ideias e minha esposa colocava emprática, fizemos tudo juntos”. Ela confirma que “até hoje éassim, ele cria e eu executo”.

Márcio e Eliane, além de comandar o bar, foram os‘pioneiros’ em colocar mesas na calçada na região central.“Briguei muito com a prefeitura. Todo mês a fiscalizaçãome multava, até que em 2002 tudo foi regulamentado e osoutros bares começaram a fazer também”.

Hoje, além da bebida gelada, a grande estrela doEmpório Brasília é o cardápio, que mantém há 20 anosreceitas que já são queridas e tradicionais pelos frequen-tadores. “Nós temos pratos que são o carro-chefe como adobradinha, o joelho de porco, a própria moela”, finalizaEliane.

fPRATO SURGIU EM 1994, NA OND DA COPADO MUNDO; HOJE, É O CARRO-CHEFE DE UMDOS BARES MAIS CONHECIDOS DA REGIÃOCENTRAL DE RIBEIRÃO PRETO

4 PORÇÕES

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FOTOS WEBER SIAN / A CIDADE

Page 15: Meu Bairro Centro - Setembro

15A CIDADESÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016

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ICK

PRAÇA SETE DE SETEMBROA região central de Ribeirão Preto é pródiga em

praças. Uma das mais conhecidas é a Sete de Setembro, noquadrilátero das ruas Florêncio de Abreu, Floriano Peixoto,Lafaiete e Sete de Setembro. Com forte vegetação, o local éum tradicional ponto de encontro de moradores da região.

FOTOS MATHEUS URENHA / A CIDADE

França e Tiffany Garcez

Nair Silveira Spagnol João Pedro Costa

Veranice Bittar

Alcedi Scarelli Queiroz Ana Simões

Benedita Delfino Silva Ribeiro

Page 16: Meu Bairro Centro - Setembro

16 A CIDADE SÁBADO, 3 DE SETEMBRO DE 2016