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Métodos e Técnicas Ergonômicas Ergonomia & Design UFCG CCT Curso de Design Professor Natã Morais

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Page 1: Métodos e Técnicas Ergonômicas · validação das soluções adotadas. Os testes podem ser realizados em laboratório e no campo. Compreende a revisão projeto visando as restrições

Métodos e Técnicas Ergonômicas

Ergonomia & Design

UFCG CCT Curso de DesignProfessor Natã Morais

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Desenho metodológico

Diz respeito ao interesse na intervenção ergonômica baseado numa formulação de um problema mais, geral que justifique a intervenção.

DEMANDA ERGONÔMICA APRECIAÇÃO OU ANÁLISE ERGONÔMICA DIAGNOSE ERGONÔMICA

Compreende o mapeamento dos problemas ergonômicos do produto. Consiste em analisar os sistema usuário-produto, análise da tarefa, da postura e biomecânica, análise antropométrica funcional, das pegas e manejos e sistema de informação.

Conclui com o parecer ergonômico e apresentação ilustrada do problema, de forma hierarquizada e apresentação das melhorias e causas do problema.

Consiste em aprofundar os problemas identificados da apreciação e testar as predições, apresentando-se o diagnóstico ergonômico, confirmando ou refutando as predições e/ou hipóteses.

Conclui-se com uma reflexão dos problemas com base em referencias na literatura e apresentação da recomendações ergonômicas.

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Desenho metodológico

PROJETAÇÃO ERGONÔMICAAVALIAÇÃO, VALIDAÇÃO E TESTES

ERGONÔMICOS DETALHAMENTO ERGONÔMICO

Trata de aplicar as recomendações ergonômica no produto, buscando solucionar os problemas e predições levantados na apreciação e diagnose ergonômica.

Conclui com o projeto ergonômico do produto da tarefa, correção ou otimização das posturas e dispositivos de levantamento de cargas e a aplicação de força, dimensionamento com base na antropometria, desenho das pegas e dos dispositivos de informações.

Busca validar as propostas ergonômicas definidas na projetação ergonômica. Envolve a participação do usuário nos testes e validação das soluções adotadas.

Os testes podem ser realizados em laboratório e no campo.

Compreende a revisão projeto visando as restrições de custos, prioridades tecnológicas e soluções técnicas disponíveis.

Termina com as especificações ergonômicas a serem implantadas através de documentação técnica.

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Demanda ergonômica

A demanda pode ter origem em diversos atores como usuários, empresas, grupos de usuários ou mesmo o projetista do produto.

Demanda formulada por usuários ou grupos de usuários

São demandas relacionadas ao uso do produto oriundas em desconfortos, dimensionamento, dificuldade de entender o uso, problemas relacionados à tarefas, acidentes com o uso do produto, desconforto, etc.

Demanda formulada pela empresa

São demandas relacionadas à produção, dimensionamento, perda de mercado para produtos melhores, aplicação de recursos na busca de melhorar a interação usuário-produto, adequação às normas técnicas e reguladoras.

Demanda formulada pelo projetista

São demandas relacionadas ao mau projeto em que não foram bem solucionados em projeto anteriores ou pela falta de informações relacionadas ao uso, requerendo correções do projeto. Nesse caso, convém analisar o produto de forma mais abrangente, de modo a não interferir em outros aspectos do produto.

Demanda formulada pela sociedade

São demandas relacionadas com problemas de uso do produto por parte da sociedade ou por toda a sociedade, como embalagem de remédios com fácil acesso por crianças, produtos que incorram em riscos para grupos de usuários

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Demanda ergonômica

Formulação do problema ergonômico (Moraes e Mont’alvão, 2009)

Procura definir de forma clara e objetiva o problema, em seguida procura analisar o ambiente do problema e finalmente e delimitação da atuação.

Definir, consiste em dizer, de maneira explícita, clara, compreensível e operacional qual dificuldade com a qual nos defrontamos e que pretendemos resolver, limitando seu campo e apresentando suas características (RUDIO, apud MORAES E MONT’ALVÃO, 2009).

Bounge apud Moraes e Mont’alvão (2009) subdivide a colocação do problema em três fases:

1 Reconhecimento – identificação dos aspectos mais graves e flagrantes da situação, que, numa primeira observação saltam aos olhos.

2 Delimitação – seleção e classificação dos diferentes aspectos da situação problema.

3 Formulação – reduzir a situação em seus aspectos significativos e solucionáveis, considerando a competência do profissional envolvido na sua solução.

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Demanda ergonômica

Formulação do objetivo

Representa o que deve ser feito para solucionar o problema e atender a demanda. Deve ser colocado por escrito, definido claramente de forma operacional, especificando as condições que será realizado a intervenção.

Delimitação da demanda

A demanda não dever ser extremamente ampla, de modo a não ser possível a solução, ou extremamente restritiva, de modo a não oferecer uma solução adequada. A delimitação deverá considerar:

• O tempo disponível para a intervenção;• Compatibilidade entre o problema e o campo da intervenção.

É importante precisar bem os limites dos resultados pretendidos, tendo em vista os seguintes fatores:

• Limites dos conhecimentos;• Meios disponíveis (principalmente os financeiros);• Condições nas quais o estudo será desenvolvido (prazos, possibilidade de acesso, meios materiais, etc.

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Métodos, técnicas

Método – são procedimentos ou caminhos para estabelecer a relação entre causa e efeito. Parte de uma hipótese ou pressuposto (predição) para chegar aos resultados, conformando ou rejeitando a hipótese ou pressuposto.

A Ergonomia é uma ciência experimental. Os conhecimentos são obtidos através de observações e experimentos em condições controladas e comprovadas. A Ergonomia usa a mensuração dos fenômenos.

São métodos: observações, aplicação de questionários, entrevistas, reuniões em grupos, etc.

A escolha do método depende do objetivo a pretendido e os recursos disponíveis.

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Métodos, técnicas

Experimentos

É uma atividade no qual o pesquisador manipula e controla uma ou mais variáveis independentes e observa a variação nas variáveis dependentes concomitantemente à manipulação das variáveis independentes.

O experimento visam objetivos: extrair conclusões válidas sobre os efeitos de variáveis independentes sobre o grupo em estudo e também fazer generalizações para uma população maior.

• Quando há constatação de que o tratamento foi a causa real do efeito, o experimento tem validade interna.

• Quando a relação de causa e efeito encontrada no experimento pode ser generalizada para toda a população, então o mesmo tem validade externa. (MALHOTRA, 2001).

MALHOTRA, Naresh – Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. Tradução Nivaldo Montingelli Jr. e Alfredo Alves de Farias. 3ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2001.

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Métodos, técnicas

Experimentos de campo

São experimentos em condições reais no local onde ocorre a interação.

• Serve para verificar o comportamento do projeto nas condições reais de uso.

• Deve ser bem planejado em colaboração com os usuários;

• A coleta de dados pode ser prejudicada pela presença de observadores que podem distorcer os resultados;

• São mais indicados para detectar certos aspectos não previstos.

Experimentos em laboratórios

São realizados em condições artificialmente construídas ou controladas.

• Pode manipular as variáveis independentes (entradas) para que seja assegurado os dados colhidos;

• Permite utilizar recursos técnicos para simular o sistema e reduzir custos.

• Pode ser controlado;• É difícil de reproduzir condições reais de uso ou

operações do sistema.

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Métodos, técnicas

Comparação entre experimento em laboratório e experimento de campo

Características Experimentos em laboratório

Experimento de campo

Realismo Simulado Real

Controle Alto Baixo

Tempo Reduzido Longo

Custo Baixo Alto

Interferência Baixo Alta

Generalizações Riscos maiores Riscos menores

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Métodos, técnicas

Variáveis

Em palavras simples, uma variável é qualquer quantidade que varia. As variáveis são todas aqueles dados que podem mudar em qualquer sistema que você está observando.

As em ergonomia referem-se ao homem, produto, ambiente de uso e ao sistema.

Variáveis independentes ou de entradas ou causas

São aquelas que podem ser deliberadamente manipuladas para verificar seu desempenho no sistema. Experimentos em laboratórios as variáveis podem ser controladas, já em experimentos de campo nem sempre as variáveis podem ser controladas, apenas observadas e lidas.

Variável dependente ou de saída ou efeitos

São aquelas relacionadas ao resultado do sistema. São difíceis de ser determinadas e não podem ser manipuladas.

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Métodos, técnicas

Controle

Consiste em verificar a validade do experimento.

Grupo Experimental - grupo de sujeitos onde é testada uma variável independente sendo que as restantes condições e constituição devem ser iguais ao grupo de controlo para permitirem a comparação de resultados;

Grupo de controlo ou testemunha - grupo de sujeitos em que as condições da experiência são mantidas inalteráveis, garantindo assim os dados resultantes da observação do grupo experimental;

Placebo – trata-se de uma substancia inerte que é aplicado no rupo de controle para verificar a validade das variáveis independentes;

Controle de condições de experimento – consiste em um experimento de laboratório em que fatores estranhos são isolados de odo a eliminar todos os ruídos que possam mascarar os efeitos pretendidos.

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Métodos, técnicas

Amostras

Conjunto de indivíduos onde decorre a experimentação, sendo constituído a partir da segmentação do universo a estudar. A amostra deve ser significativa e representativa da população a estudar.

Uma amostra deve ser homogênea para evitar distorções no experimento. As diferenças amostrais podem ocorrer quanto às características físicas, intelectuais e comportamentais.

EstaturaPesoCompleição física Resistência a fadigaCapacidade auditivaAcuidade visualMemóriaHabilidades motorasTempo de reação

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Métodos, técnicas

Coleta de dados

Amostra casual simples

Uma amostra aleatória simples é um subconjunto de indivíduos (a amostra) selecionado totalmente ao acaso a partir de um conjunto maior (a população) por um processo que garanta que:

• Todos os indivíduos da população têm a mesma probabilidade de ser escolhidos para a amostra;

• Cada subconjunto possível de indivíduos (amostra) tem a mesma probabilidade de ser escolhido que qualquer outro subconjunto de indivíduos.

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Métodos, técnicas

Coleta de dados

Amostra aleatória sistemática

A amostragem aleatória sistemática é um processo em que se seleccionam os sujeitos a incluir na amostra utilizando um critério (um intervalo entre sujeitos selecionados) que é aplicado de forma sistemática a uma lista com os nomes dos sujeitos incluídos na população (por exemplo, uma lista telefónica, uma pauta com o nome dos alunos de um curso,…).

Neste tipo de amostragem aleatória há dois elementos importantes:

o intervalo de amostragem e o ponto de início da amostragem. O primeiro define o intervalo entre um sujeito seleccionado e o sujeito seleccionado seguinte (por exemplo, de 6 em 6 sujeitos escolhemos um), e

o segundo especifica o ponto em que se inicia a contagem desse intervalo (por exemplo, começa-se a escolher a partir do 2º elemento da lista).

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Métodos, técnicas

Tipos de amostras

Amostra casual – é feita sem cuidados especiais.Amostra aleatória ou ao acaso – os sujeitos são escolhidos ao acaso, mas, em condições semelhantes.Amostra estratificada – é escolhida conforme uma classificação prévia de sujeitos e certas características.

Tamanho da amostra

Depende de dois fatores:

Variabilidade (variância ou desvio-padrão) – trata-se da variável que se quer medir. Quanto maior for a dispersão das medidas, maior será o tamanho da amostra.

Precisão – margem de confiança desejável de dados (90, 95 e 99% de confiança).

Número de sujeitos

n= {𝑡𝑡.𝑠𝑠𝑒𝑒

}2

Onde:

n – número de sujeitost – coeficiente tabelado (distribuição de Student)s – desvio-padrão (raiz quadrada da variância 𝑠𝑠2e – precisão estatística desejada

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Experiência do usuário

Definição de amostras

Características do usuário:

• Características gerais – idade, sexo, origem.• Características físicas – estaturas, peso, envergadura.• Características sensoriais – acuidade visual, acuidade

auditiva, percepção de cores.• Características psicomotoras – forças, coordenação

motora, tempo de reação.• Características psicossociais – inteligência, habilidades

numéricas, verbal, mecânica, personalidade, liderança, motivação, cooperação.

• Instruções e experiências – nível de instrução, conhecimentos específicos, experiências especiais.

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Experiência do usuário

Aspectos desejáveis:

Satisfatório Prestativo Divertido (fun)Agradável Motivador InstiganteAtraente (engaging) Desafiador Surpreendente

Prazeroso (pleasure) Melhora a sociabilidade RecompensadorEmocionante/excitante Apoia a criatividade Emocionalmente gratificanteInteressante (entertaining) Cognitivamente estimulante

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Experiência do usuário

Aspectos indesejáveis:

Tedioso DesprazerosoFrustrante Condescendente (patronizing)Faz com que alguém se sinta culpadoFaz com que alguém se sinta estúpidoIrritante Forçosamente bonito (cutesy)Infantil Artificial/falso (gimmicky)

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Métodos, técnicasColeta de dados

Medir o homem é uma tarefa complexa, portanto, a coleta de dados deve ser tomada em condições padronizadas.

Medidas objetivas

São aquelas realizadas com o auxílio de instrumentos de medidas como termômetros, trenas, higrômetros que resultem em um determinado valor numérico.

Medidas com variações contínuas discretas – são aquelas que podem assumir valores contínuos ao longo de escala quantitativa de valores discretos.

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Métodos, técnicas

Coleta de dados

Faixa de valores

As medidas devem ser significativas. Medidas padrão com valores acima ou abaixo da faixa de referência passa a ser insignificante. Essas medidas poder baseadas em experiências já realizadas ou serem feitos pré-testes para determinar valores extremos.

Os instrumentos de medidas devem trabalhar na faixa de valores escolhidas e com a precisão necessária, tipo hora, minuto, segundos, para medir tempo.

Quantidade de medidas

A quantidade de medidas vai depender da variação da curva estatística e da precisão desejada. Número muito grande de medidas torna o experimento oneroso, em número pequeno pode tornar os resultados pouco significativo.

Aconselha-se o mínimo de 5 pontos de medição para funções simples, lineares e monotônicas e, nos casos mais complexos, de 10 a 30 pontos para se obter uma precisão razoável.

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Métodos, técnicas

Coleta de dados

Alguns valores de referências para o corpo humano

Perda da calor – 385 cal (em atividade) – 82 cal (em repouso)

Temperatura – normal 24° - >38.5°Limite – 1° - 38°

Umidade – normal 30% - 70%Limite - <10% - > 90%

Ventilação – 0,56 kg/cm2 – 0,36 m3/minLimite – 0,14 m3/min – 1,4 m3/min

Oxigênio – 15% - 60%Limite - >60

Eletricidade – 0 – 1mALimite – 10 mA

Iluminação – 20 a 100 fC (foto candela)Limite – 10.000 fC

Ruído – 85 dBLimite – 94 dB

Vibrações – 0,1 – 1 cpm (ciclo por minuto)Limite – 10 cpm

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Métodos, técnicas

Medidas subjetivas

São aquelas que dependem do julgamento do sujeito, como fadiga, conforto, etc. Essas medidas não podem ser quantificadas, apenas qualificadas ou classificadas.

Técnicas para qualificar e classificar os dados

Uso de escala com fatores representados por um número. Exemplo: avaliar o conforto de uma cadeira.

1 péssimo2 pouco confortável3 aceitável4 bem confortável5 excelente

Linha com marcação de valores de escala

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10Péssimo Excelente

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Métodos, técnicas

Tipos de observações

Diretas – envolve olhar o que as pessoas estão fazendo e registrar de alguma forma

Informais – são aquelas em que o observador tem grande liberdade para escolher as informações a serem obtidas e a maneira de registrá-las.

Formais – envolve um trabalho prévio de seleção, classificação e descrição dos eventos a serem observados.

Contínuas – são feitas sem interrupções.

Por amostragem – é feita instantaneamente de modo a que os intervalos entre dois registro consecutivos variam aleatoriamente.

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Métodos, técnicas

Entrevistas

É um tipo de conversa dirigida com certos objetivos. Podem ser:

Informal - sem roteiro prévio do que será levantado.

Semiestruturada – feitas a partir de um roteiro, porém, as perguntas podem muar durante a entrevista.

Estruturada – segue uma sequência de perguntas previamente elaborada.

Segundo Robson, apud Iida (2005) uma entrevista abrange 5 fases:

1 Introdução2 Degelo (fazer perguntas mais fáceis primeiro)3 Conteúdo principal4 Finalização5 Fechamento (explicar como será utilizado o conteúdo da entrevista)

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Métodos, técnicas

Grupo de foco

É um tipo de entrevista empregado de forma coletiva com 6 a 10 pessoas.

Questionário

É um tipo de entrevista de autopreenchimento de respostas estruturadas. Recomendações:

• Decida sobre formas de processamentos (por código, por classes);• As questões devem ser específicas;• Prefira questões fechadas;• As questões devem fechar todas as possibilidades;• Coloque a alternativa “nenhuma das respostas anteriores”;• Coloque uma escala para medir intensidade;• Coloque opções que exijam certa interpolação ou raciocínio (evite respostas binárias, tipo sim/não);• Ordene as questões; • Use vocabulário adequado, pois, você não estará presente para explicar o texto.

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Métodos, técnicas

Análise dos dados

Um apanhado de dados não tem muita serventia no processo de intervenção ergonômica, é preciso que esses dados sejam trados e ordenados de forma a embasar o concepção ergonômica do produto.

Após levantar todos os dados, classifique-os e faça uma análise criteriosa, buscando por informações úteis que possam ser recomendadas na concepção do produto ou problemas que necessitem uma solução de design.

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