mês de setembro de 2015

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Mês 09 Portal Caminhos de Ogum www.jornaldeumbandaportalcaminhosdeogum.blogspot.com.br [email protected] 1 Diretor responsável Caio Augusto Novidades, textos, eventos, matérias, tudo que você Umbandista procura.

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mais uma edição recheada de conhecimento e boa vontade para você umbandista COMPARTILHE!

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Page 1: Mês de setembro de 2015

Mês 09 Portal Caminhos de Ogum www.jornaldeumbandaportalcaminhosdeogum.blogspot.com.br

[email protected] 1

Diretor responsável Caio Augusto

Novidades, textos, eventos,

matérias, tudo que você

Umbandista procura.

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NOTA:

Comunicamos que, o Jornal de Umbanda

Sagrada Portal Caminhos de Ogum é um espaço

livre que altores enviam seus textos e trabalhos e

é comunicado a na mídia Umbandista, cada um

tem total responsabilidade por seu texto, então o

jornal em geral só si responsabiliza pela

montagem e divulgação!!! boa leitura.

Redação:

Diretor Geral:

Caio Augusto

Colaboradores:

Douglas Elias;

Glauco Mariani;

Felipe Campos;

Hugo Lapa;

Orlando Aparecido;

Jean de Ogum;

Claudio Vieira;

Bruno Stanchi;

Maria Aparecida;

Rosana Souza;

Equipe Para Sempre Umbanda EAD;

Roberta de Souza;

Correção e textos:

Flávia Rodrigues

Artes e Distribuição:

Caio Augusto

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(Caio Augusto)

Olá irmão de fé mais um mês juntos hoje eu vou colocar mais um texto

sobre respeito e comportamento dentro de casas, terreiros, tendas em fim

no seu local sagrado.

Ultimamente venho vendo pessoas em casas que eu frequento para cursos

ou até mesmo do meu gosto pessoal ou a minha, que as vezes não se

atentam e esquecem que estão tendo curso em um ambiente sagrado,

perdendo o respeito e a postura dentro deles, muitos brigando ou indo para

conhecer pessoas para outros fins ou pior, não respeitando nem o congá que

fica a sua frente.

A pratica de cursos na umbanda causa discussões, uns acham que não

deveria a ver nenhum tipo de curso e sim só estudos internos em suas casas,

outros acham que os cursos aprimoram o médium e isso o ajuda a evoluir,

eu sou a favor dos templos escolas por evolução mediúnica e também sou a

favor daquela velha reunião dentro do centro num dia a parti aonde estuda

os dias de giras fatos ocorridos experiências etc.

Mas temos que intender que mesmo que essas pessoas vão como alunos

casa e afins estão em lugar sagrado aonde se merece respeito, seu templo

está ativo e vivo naquele lugar, e a pessoas agindo com desrespeito danifica

uma harmonia em sua casa até energética, temos que relembrar das nossas

doutrinas sempre, então fica aqui algumas dicas para você manter uma boa

convivência dentro desse ambiente de estudo:

Sempre respeitar as regras da casa e do ambiente;

Manter a limpeza da casa pois sempre os filhos da tal ou os donos

tem que zelar por ela;

Não levar discussões com palavras de baixo escalão ou chulas para

dentro do ambiente;

Evitar de desrespeitar seu irmão por um lugar no espaço ou por

discussões bobas, lembre ele é seu irmão e não qualquer um que

você viu na rua;

Nunca mexa no altar do espaço sem permissão a coisa mais feia é

mexer no que não é nosso;

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Evite fofoquinhas e panelinhas dentro do ambiente ele é um templo

união e não um lugar para birras;

Não leve nada da casa se não for gratuito ou dado a você;

Bem isso é só alguns detalhes podemos ficar horas a fio falando o que

deixo aqui no texto é RESPEITE AONDE VOCÊ ESTÁ!

Bem espero que setembro seja iluminado com a força de Ibejî e que os Erês

os abençoem axé.

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(Caio Augusto)

Flávio de Oxóssi

Descrição

ISBN: 978-85-370-0890-4

Páginas: 136

Release:

A Umbanda é uma religião que possui, por trás de seus fundamentos religiosos, muitos

mistérios, práticas e fundamentos milenares alcançados apenas pelos Grandes Iniciados.

Para os umbandistas, esta obra surge como uma oportunidade de ampliar seus

conhecimentos por meio de uma linguagem simples, envolvente e apaixonada. Para

aqueles que ainda guardam preconceitos com relação à Umbanda, esta é uma

oportunidade ímpar de transformar o medo em descobertas!

Na primeira parte, o autor fala a respeito da religião na história da Humanidade, cujo

objetivo maior seria o religare. Nessa senda espiritual, diferentes caminhos surgiram ao

longo da jornada do homem em sua busca pelo Criador. Na segunda parte, a história da

Umbanda é apresentada ao leitor, mostrando seu surgimento, suas conexões com outras

religiões e sua evolução.

Na terceira parte, a obra trata dos fundamentos da Umbanda, uma religião magística em

que a manifestação do Espírito tem como princípio o exercício da caridade. Os Orixás

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também são apresentados nesse contexto. Na parte final, existem algumas preces aos

sagrados Orixás e ao Divino Criador Olorum.

Autor:

: Flávio de Oxóssi é o pseudônimo de Flávio Lettieri, empresário, palestrante, escritor e

coach de altos executivos que, depois de percorrer muitos caminhos em busca de sua

verdade espiritual, encontrou na Umbanda respostas para muitas de suas dúvidas e

inquietações. Sua trajetória religiosa começou na Igreja Presbiteriana, passou pelo

Kardecismo e, atualmente, faz parte da corrente mediúnica do Templo de Umbanda

Mamãe Oxum e Caboclo Trovão, em São Paulo/SP. Suas iniciações na Ordem Rosacruz

e na Maçonaria muito contribuíram para que Flávio desenvolvesse uma visão bastante

universalista da espiritualidade.

E é com esse espírito de universalidade e tolerância religiosa que se predispôs a seguir

sua intuição e escrever o livro Umbanda Sem Medo e Sem Preconceito. No começo

achava que essa sua primeira obra de caráter religioso era fruto de seu intelecto. Mas, à

medida que seus escritos traziam informações e conceitos que ele não conhecia,

começou a perceber que havia outra “consciência” realizando com ele o trabalho.

Já havia psicografado alguns textos, mas, mesmo já “sentindo” quem era seu parceiro na

criação do livro, deixou prevalecer seu lado investigativo e foi consultar a

espiritualidade para se certificar a respeito de quem estava com ele. Conversando com

diferentes médiuns e em diversos locais, obteve de todos a mesma resposta: Era o seu

mentor, que incorpora no terreiro sob o arquétipo de um Preto-Velho chamado Pai

Benedito de Aruanda, um ser doce, humilde, sereno, que demonstra profundos

conhecimentos sobre a vida, as emoções humanas, a espiritualidade, as forças da

natureza e os Mistérios da Umbanda.

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(Douglas Elias)

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(Orlando Garcia)

Eu morava num sítio não muito grande no interior de São Paulo. Minha família era

pequena, apenas 5 pessoas. Eu Pedrinho, meu avô, sr Abelardo, senhor de idade já

avançada, viúvo há muitos anos. Residia numa casa afastada da nossa onde morava só,

porém compartilhava conosco das refeições e dos afazeres do sítio. Entre eles ajudava

meu pai na lida, no cuidado com os animais e em tudo aquilo que ele ainda conseguia

fazer. Seu Antonio, meu pai, homem rude, trabalhador árduo das lidas do dia. Tudo que

ali era plantado e produzido era comercializado ou melhor era barganhado por aquilo que

precisávamos, na cidade que ficava aproximadamente uns 40 km de onde morávamos.

Raras vezes eu fui com meu pai a cidade, mas as vezes em que fui fiquei encantado com

a movimentação, com o corre-corre, com as crianças bem vestidas, com o doces

embrulhados naqueles papéis coloridos. Minha mãe dona Terezinha, mulher de pulso forte

comandava a tudo e a todos com firmeza, inclusive meu pai. Todos aceitavam o que ela

determinava.

Emanuel meu irmão pequeno e único de três anos, vivia agarrado a barra da saia

de minha mãe, não saía da casa para quase nada.

Eu, moleque arteiro, poucas vezes recebia meus colegas para brincar em meu sítio,

pois todos moravam longe.

Bagunçava muito o que dava muita dor de cabeça para minha mãe. Quando

escutava o grito "Pedrinho!" ou alguém batendo na porta chamando "Dona Terezinha!",

meu cabelo já ficava em pé, pois sabia que bronca iria receber e olha que ela pegava

firme com a vara de marmelo. Eu adorava brincar com bolinhas, tudo que referia-se a

bolinhas, ou tivesse o formato de uma bola, como por exemplo, um limão, uma pequena

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laranja, mamona, era meu divertimento predileto. Adorava caçar passarinhos, montar

arapucas, mas como sempre, muitas vezes não obedecia minha mãe. Toda vez que podia

eu pregava uma peça em meu avô. Amarrava lençóis no alto próximo a sua cama

enquanto ele dormia, para que quando acordasse pensasse ser assombrações, pois ele as

temia. O mesmo contava para minha mãe, e novamente eu entrava na vara de marmelo.

Uma vez e a última desobedeci minha mãe, ela me falou para não ir pegar as

pedrinhas na beira de um córrego que passava no fundo do nosso sítio. Pedrinhas

coloridas de forma cilíndricas de que eu tanto gostava. Mas como sempre, teimoso, não

obedeci, fui catá-las. Entrei no rio, fiquei fascinado, era uma pedrinha redonda aqui,

umas de cor diferente ali, e fui me empolgando a pegá-las, mas quando menos percebi,

pisei em falso, fui levado pela água e pela correnteza do rio, rolei, aquele desespero

tomou conta de minha alma, não tinha um galho, não tinha nada em que eu pudesse me

segurar, nada que eu pudesse fazer para reverter aquela situação, simplesmente apaguei.

Horas depois, ou dias, não sei precisar, acordei deitado no gramado próximo a minha

casa. Ao abrir os olhos, notei que no sítio em que eu morava estava repleto de gente,

muitos daqueles meninos que brincavam comigo também estavam lá, porém seus

semblantes, não eram de crianças que vieram para brincar, trajavam roupas de cores

escuras. Mais precisamente na sala da minha casa estava repleto de gente, minha mãe

debruçada sobre um caixão pequeno de cor branca, chorava copiosamente. Nada fazia com

que ela se conformasse. Ao seu lado meu pai chorava desesperadamente e a culpava pelo

fato ocorrido. Quando cheguei mais perto e consegui olhar no caixão, para minha

surpresa, meu corpo estava lá, e minha mãe chorava, gritando "meu filho, por quê você

fez isso? Por quê não me obedeceste?". E eu gritava: "Eu estou aqui! Não estão me

vendo, eu não morri!", mas ninguém me ouvia, nada do que eu falava era ouvido por

qualquer um que estava ali Meu pai que a culpava até aquele momento foi levado para

um quarto no fundo pelos meus tios, acompanhado do meu avô, ele chorava

compulsivamente, como se algo tivesse pesando sobre seus ombros. Eu corri para um

lado, eu corri para outro, tentava falar com um, tentava falar com outro, e ninguém

me ouvia. Entrei em desespero, comecei a chorar, pedi a meu Pai do Céu que me

ajudasse: no mesmo instante uma luz forte adentrou aquele recinto. Não pude enxergar

mais ninguém. A claridade era imensa, entre essas luzes apareceram duas pessoas, um

senhor de cor escura, uma cor que raras vezes eu vi e uma moça clara e mais alta que

esse senhor. Ambos estenderam a mão em minha direção, e eu não sei porque as acolhi.

Fui levado dali. Após dias ou meses, não sei precisar, fui me recuperando e hoje graças a

linha de Cosme e Damião estou recuperado e trabalhando na linha da Umbanda sob a

bandeira branca de nosso pai Oxalá. Atendo na linha dos Erês compartilhando com esse

filho de umbanda a missão de trazer a alegria, a espontaneidade das crianças, para tirar

um pouco a agonia e o sofrimento que os adultos relutam em trazer consigo. Trago toda

a ingenuidade das crianças para que os adultos ajam como as crianças que quando gostam,

não sabem ser dissimuladas e quando não gostam, não escondem os sentimentos.

Agradeço ao meu pai Oxalá, por compartilhar com esse irmão, a oportunidade de

estar redimindo coisas de vidas passadas, que nessa vida última, apenas me foram

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necessários 6 anos para pagar o que eu tinha deixado para trás. E por isso digo: SALVE

A UMBANDA, SALVE A UMBANDA, SALVE A UMBANDA... SALVE COSME DAMIÃO...

Orlando Garcia - Sacerdote da Umbanda

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(Glauco Mariani)

No mês de setembro praticamente todos os terreiros de Umbanda, realizam

homenagens a Cosme, Damião e Doum , que regem a linha de crianças

(erês).

Cosme, Damião e Doum chamados de Orixás Ibejis, indicam a contradição,

os opostos que caminham juntos, a dualidade de todo ser humano,

mostrando que todas as coisas, em todo as circunstancias tem dois lados e

que a justiça só pode ser feita, se as duas medidas forem pesadas, se os dois

lados forem ouvidos.

Em muitos locais a rua em frente ao terreiro é fechada, proporcionando

dessa forma uma maior segurança aos pais, frequentadores e as crianças,

essa festa é cheia de doces e guloseimas que são benzidos e oferecidos a

todos.

A linha das crianças que vem ao terreiro são espíritos infantis, que

desencarnaram em tenra idade. Estas entidades são a verdadeira expressão

da alegria, honestidade e pureza e não tem seu caráter contaminado por

vícios ou hábitos inferiores. Apesar de sua aparência “fragilizada”, são

entidades muito fortes e conseguem atingir seus objetivos de forma

espetacular. Se você tem um problema difícil de resolver peça ajuda para as

crianças da Umbanda.

Os pedidos feitos à linha das crianças da Umbanda são uma tradição, essa

linha trabalha modificando e equilibrando a vibração dos consulentes e

regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano.

Essas entidades demonstram em suas atitudes toda a sua pureza, mas tem

facilidade em identificar as falhas e os vícios dos encarnados/consulentes.

O fato de algumas pessoas não levarem essa linha muito a sério, achando

que eles vêm somente para brincar e comer doces, gera nos erês um fator

de ação oculto, dessa forma estes demonstram toda a sua força e

conhecimento.

Os nomes utilizados pela linha dos erês são quase sempre no diminutivo,

por exemplo: Marcinha, Zezinho, Estrelinha, Pedrinho, Rosinha,

Tupãzinho e por ai vai...

Além de doces e brinquedos podemos oferendar: Caruru, arroz com

camarão, pipoca e refrigerantes ou sucos.

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Se você for participar de alguma festa de Cosme, Damião e Doum em

algum terreiro, aproveite, renove-se e se permita ser a criança que existe

em você, para que dessa forma possamos ver a vida na visão de uma

criança, com mais simplicidade, alegria e vontade de viver...

Salve todas as crianças, salve Cosme, Damião e Doum...Oni Ibejada

(Hugo Lapa)

Um espírito estava prestes a nascer no mundo material. Um anjo que o estava instruindo

decidiu conduzi-lo a um vale no submundo do plano espiritual onde dezenas de milhares

de espíritos se mantinham presos. Muitos não sabem, mas as almas que vivem nos

mundos espirituais sempre se ligam uns aos outros pela afinidade de suas vibrações e de

sua natureza.

O espírito e o anjo chegaram a um vale desconhecido de muitos, conhecido como o “Vale

dos espíritos arrependidos”, para onde vão as almas daqueles que viveram vidas

superficiais, cometeram erros e não aproveitaram a sua encarnação. Ambos foram

conversando com alguns desses espíritos. Um deles disse:

“Desperdicei minha vida com a bebida, a boemia, bares, futebol, churrascos e com falsos

amigos. Todos eram meus “amigos” quando eu estava bem, bebia e contava muitas

piadas nos botecos da vida, mas depois que contraí uma doença, todos se afastaram. No

leito de morte vi que desperdicei minha vida com frivolidades e depois que cheguei ao

plano espiritual tive uma forte sensação de tempo perdido…”

Outro espírito de uma mulher, ainda chorosa, nos disse:

“Sim, desperdicei minha encarnação tentando ajudar meu filho a ser alguém na vida. Eu

não percebi que fazia isso porque me sentia carente e sozinha. No fundo queria que ele

ficasse comigo e não desejava sua liberdade e independência. Eu era dependente dele e

por isso achava que o estava ajudando, mas só o prejudiquei. Eu o mimei muito e depois

ele não conseguia ser independente. No meu leito de morte ele nem apareceu. Eu vivia

também para outras pessoas e elas nunca me deram nenhum valor. Podia ter feito tantas

coisas na vida, estudado, trabalhado, me dedicado a vida espiritual, mas perdi toda uma

encarnação vivendo em função de outras pessoas.”

Uma outra alma, que parecia muito triste, disse:

“Sim, eu desperdicei minha vida mergulhando no trabalho e vivendo apenas para

conquistar bens materiais. Meu objetivo na vida eram os melhores cargos, os melhores

salários, ganhar mais e mais dinheiro, status e uma posição de destaque. Vaidade das

vaidades, tudo isso era apenas vaidade, como diz Salomão na Bíblia. Perdi 70 anos da

minha vida com bobagens, futilidades e remoendo coisas supérfluas. Como gostaria de ter

uma outra chance e cuidar mais de mim mesmo, ajudar outras pessoas, amar mais, dar

valor as coisas simples da vida, me ligar no espírito eterno que sou, ter vivido mais a vida

espiritual, e não as ilusões do mundo material. Aqui no plano do espírito, nada podemos

trazer da matéria.”

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Uma alma que parecia um pouco agitada e até irada dizia:

“Aquele líder religioso me enganou! Ele me prometeu um paraíso no céu se eu desse o

dízimo, se seguisse os dogmas da religião, se eu fosse casto e reto, e estou aqui, nesse

vale sombrio, amargando todas as consequências de um vazio interior pela total perda de

tempo. Gostaria de voltar a vida e mudar de postura, não acreditar cegamente em líderes

religiosos, ter fé apenas em Deus, amar e não cultivar dogmas ou verdades prontas e

acabadas. Poderia ter exercido a verdadeira espiritualidade, mas perdi tempo, muito tempo

e fui um hipócrita. Não praticava o que eu mesmo pregava. Mas pensando bem, no fundo

ninguém me enganou, eu mesmo que me deixei enganar, pois acreditar em dogmas e no

fundamentalismo era algo muito mais cômodo do que me desenvolver espiritualmente e

me tornar uma pessoa melhor, mais humilde e mais amorosa.”

Outros espíritos diziam:

“Eu desperdicei minha vida com sexualidade descontrolada”; “Já eu desperdicei minha

vida com intelecto agudo e muito conhecimento teórico, mas sem prática e sem

experiência direta”; “Eu fiz algo muito comum: desperdicei minha vida me julgando sempre

superior a outras pessoas, e não compreendi que esse sentimento de superioridade nada

mais era do que uma forma de abafar a imensa insegurança e inferioridade que eu sentia.”

E assim, muito relatos nos foram passados pelos espíritos presos ao “Vale dos

Arrependidos”, almas que desperdiçaram a oportunidade que Deus lhes deu de evoluir

espiritualmente se detendo em questões banais, transitórias e sem nenhuma importância

para a verdadeira vida, que é a vida do espírito imortal que somos.

Você, que ainda está encarnado e vivendo a sua vida, não faça como esses espíritos, que

jogaram suas vidas fora levando existências superficiais, sem alma, sem profundidade,

sem se perguntarem quem são e o que estão fazendo aqui. Almas que vivem apenas pelo

corpo e pelas aparências do mundo, e não pelo espírito e pela verdade. Você tem tempo

de mudar, não desperdice essa sagrada oportunidade de desenvolvimento espiritual que

Deus te deu… que é a vida.

Galerinha vagas abertas para novos colaboradores e apresentadores para fazer parte da nossa equipe seja você mais um guerreiro desse Portal, contate via e-mail : [email protected] ou via face gratidão.

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(Felipe Campos)

RESPIRAÇÃO, MEDITAÇÃO E VIAGEM ASTRAL!

No mês de Outubro iremos iniciar um estudo inicial para a Viagem Astral!

Desde a base com a respiração, meditação, controle mental, até as técnicas projetivas

conscientes. Vamos bater papo sobre as pegadinha que nossa mente causa que acaba

atrapalhando a projeção astral.

Falaremos sobre a projeção da consciência para dimensões diferentes e até projeção a

vidas passadas ou até mesmo futuras.

Este curso é um curso inicial para quem quer tomar conhecimento sobre o tema e iniciar

seus estudos com este assunto tão abrangente.

As aulas serão sempre aos sábados na sede do Templo.

Inscrições no e-mail: [email protected]

Investimento: R$40,00

Aulas: 03, 10, 17 e 24 de Outubro | 10hs às 12hs

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(Paulo Ludogero)

A Fé que me sustenta se chama Umbanda, é nela que encontro coragem

para seguir nos caminhos da vida.

Cada Orixá, cada entidade de trabalho é um incentivo para que eu não esmoreça e enfrente as adversidades da vida.

É em Pai Ogum que encontro determinação e coragem.

É em Pai Oxossi que encontro o autoconhecimento, o remédio para os

males que possam me atingir.

É em Pai Oxala que encontro paz, acalanto e perdão pelas minhas imperfeições.

É nos Êres que encontro o sorriso e alegria para viver.

É em Exu que encontro a superação.

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É em Pomba Gira que encontro palavras para me reerguer sempre que caio.

Eu poderia citar todos os Orixas e todas as entidades, pois cada um tem qualidades e atributos para sustentar todas as pessoas.

Todo Umbandista deve enxergar a Religião como um religar-se com o Divino.

Nos momentos que mais estamos necessitados, é que precisamos nos

religar, e através das Entidades e Orixas, nos religaremos a Deus e encontraremos a paz em nosso ser.

Não entendo, como algumas pessoas podem dizer que se afastam dos terreiros que frequentam por estar passando por problemas diversos...

Se afastam dizendo que não vão conseguir incorporar, estão de cabeça

quente, desequilibrados emocionalmente, e etc.

Se esquecem que a Umbanda é muito mais que incorporar, quando um

médium não está bem, basta avisar aos sacerdotes e estes devem entender que o filho precisa se reequilibrar e deixar as energias que movimentam o terreiro purificar e reequilibrar o filho.

Não consigo entender alguém que se afasta de sua religião para melhorar, pois é Ela que deveria te sustentar em todos os momentos.

Ouso dizer que muitas pessoas devem estar na religião errada, como pode se afastar de sua fé para melhorar?

Não seria sua fé que deveria te sustentar?

Eu confio em minha fé, sou Umbandista em todos os momentos!

A Umbanda me sustenta nos caminhos da vida. Paulo Ludogero 16/06/2015

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Orgulho x vaidade:-

Quando um transforma-se no

outro?

(Maria Aparecida Linares)

Ao fazer suas obrigações aos Orixás, o médium vai recebendo, uma a uma, suas guias

consagradas, até tornar-se um sacerdote umbandista. Cada guia representa para ele a

bênção de cada Orixá, um pouco da magia e da energia que esteve naquele lugar naquele

momento.

Portar essas guias nos dias de trabalhos demonstra o orgulho do médium em

relação a religião, a sua fé e ao seu amor pelos Orixás, além de ser uma forma

de demonstrar todo carinho e respeito que ele dedica ao que faz. Não é

obrigatório o uso das guias (todas elas) nos dias dos trabalhos, mas não é

errado. Portanto, não cabe julgamento aos que o fazem, pois, cada um age de

acordo com seu coração, de acordo com sua alma.

Alguns acham pura “vaidade” do sacerdote carregá-las todas, mais o delogum (guia recebida

durante a Obrigação a Ifá – para quem já é um sacerdote), além do Brajá. Alguns sacerdotes

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preferem portar apenas o Brajá, outros algumas guias e outros ainda gostam de portá-las

todas. Pergunta: Como podemos classificar o que é orgulho ou o que é vaidade? Quando

uma atitude deixa de ser um e passa a ser o outro? Por que achamos ter o direito de julgar

um irmão de fé por usar muitas ou poucas guias no pescoço, em seu peito? Deveríamos sim

julgar aqueles que cobram por sua caridade; que utilizam sua mediunidade em troca de

benefícios próprios; que escolhem quem deverão ajudar; aqueles que discriminam; que

fazem diferenças entre os médiuns; que utilizam as mensalidades do Templo para despesas

pessoais. Esses podem ser julgados; esses, na verdade, nem podem ser considerados

sacerdotes.

Quando uma pessoa ganha um presente caro ou incomum

se usá-lo estará desfazendo dos outros? Estará sendo

excessivamente vaidoso, ou apenas estará praticando o seu

direito de usar algo seu, que ganhou de alguém querido?

Por acreditar que portá-lo será uma forma de demonstrar o

quanto gostou daquilo.

Perfis no facebook são usados para que as pessoas partilharem

momentos felizes e tristes de suas vidas; acontecimentos inusitados

que deparam; deixar claro suas opiniões sobre vários assuntos, enfim,

algumas pessoas acordam postando mensagens e pouco antes de

dormir desejam boa noite para pessoas que nunca viram

pessoalmente e provavelmente nunca verão. Mas elas enviam fotos,

mensagens, brincadeiras, pensamentos, etc, etc, etc, todos os dias da

sua vida. Engraçado perceber que as mesmas pessoas que fazem isso

julgam as outras. Será que todos concordam com tudo o que o outro

pensa? Será que todos partilham das mesmas ideias? Das mesmas ideologias? Com certeza

não, mas, apenas uma minoria acha que tem o direito de desmerecer o outro por pensar

diferente. Graças a Oxalá a maioria sabe respeitar o próximo. A grande maioria consegue

ter bom senso e ser tolerante.

Aliás, gostaria de falar agora sobre tolerância:

Uma pessoa é o que é em tempo integral. Honesta ou não;

alegre ou não; sincera ou não; um sacerdote ou não. Ninguém é

sacerdote no Templo e mau caráter fora dele, portanto, um

sacerdote tem que agir como tal em qualquer ocasião. Ninguém

deixa em casa a alma ou o caráter para ir a um bar. Se está

numa festa, saboreando uma bebida, divertindo-se com amigos e

começa uma briga, um sacerdote tentará acalmar as pessoas,

separá-las, etc. Essa é a postura de um sacerdote. A pessoa não

precisa estar com as guias no pescoço para agir como um. Jamais faria uma aposta para ver

quem seria o vencedor.

Um médium transforma-se num sacerdote ao longo do tempo, fazendo as obrigações,

atendendo as pessoas, praticando a caridade, incorporando suas entidades frequentemente,

estudando e aprendendo sempre.

Ao procurar um sacerdote uma pessoa espera encontrar

equilíbrio, paciência, experiência e tolerância! Um

sacerdote (ao receber uma pessoa) jamais sabe o que

encontrará, pois, a pessoa pode querer desde apenas uma

bênção ou até a solução de um problema insolúvel. Essa

pessoa poderá estar triste, doente, desesperada,

atormentada, perturbada, etc. A experiência e os Guias

darão ao sacerdote a sustentação necessária para que ele

possa lidar com isso, mas, o caráter do médium, isso nenhum Guia mudará, por isso a

necessidade de praticar diariamente sentimentos como a tolerância. Aqueles que conseguem

caminham mais rapidamente em direção ao desenvolvimento espiritual. Não é uma tarefa

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fácil, não mesmo! Trabalhar, sustentar a família, conviver com insegurança, viver num país

instável, lidar frequentemente com pessoas que parecem estar testando seus limites é muito

difícil, por isso não são todos que conseguem e, ao longo do caminho muitos se perdem,

mudam seus rumos, peregrinam com passos falsos se distanciando dos seus objetivos.

Porém, a magia da religião é ir buscar cada um nessas ocasiões. Quem já não passou por

períodos difíceis, quem já não se afastou de coisas e pessoas importantes em suas vidas e

depois voltaram a procurá-las?

Não deixe que isso aconteça; tenha controle sobre sua vida e sobre suas ações. Lembre-se

que, para cada atitude tamada, recebe-se uma reação em troca, boa ou ruim, dependendo da

ação.

Sacerdote pratique a tolerância! Quando a atitude de alguma pessoa próxima estiver lhe

incomodando pense friamente se é mesmo essa pessoa que está errada ou se é você que está

problemas. Não transfira suas frustações, suas angústias e suas derrotas para outros.

Resolva seus problemas. Muitas pessoas sentem prazer em desmerecer coisas alheias porque

dessa forma minimizam suas frustrações.

Pense nisso:

Tolerância é um sentimento nobre e nobreza não é para fracos de espírito. A

generosidade, a elevação e a grandiosidade da alma são conquistados com

atitudes muito pequenas. Portanto, o que importa não é o que está por fora do

peito e sim o que está por dentro, a exemplo da Babá Zilméia de Moraes, filha do

fundador da Umbanda Zélio Fernandino de Moraes.

Maria Aparecida Linares – set/2015

comunicação SANU / FUGABC www.santuariodaumbanda.com.br

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(Cissa Neves)

Sagrados Erês, vós que sois mensageiros da paz, do amor e da

alegria, nós vos pedimos que do Reino encantado de todas as

mães Orixás e da nossa mãe natureza, seja enviado até nós suas

energias e vibrações positivas. Que com seus poderes encantados

seja diluído todas as amarguras e rancores dos nossos corações.

Dilua a tristeza que ofusca nossa visão e nos impedem de ver o

encanto da vida. Recolha e dilua todas as ações negativas do

passado e do presente que envolvem nosso corpo, nosso espírito,

nossa casa e nossa família. Traga saúde e o conforto para os

enfermos, traga a fé e a esperança para os descrentes, traga a

humildade para os arrogantes, traga a paz e alegria para todos os

aflitos e traga o amor para todos nós.

Sagrados Erês que nas forças e nos poderes do seu Reino

encantado sejamos curados de todos os males que nos afligem e

que suas energias e vibrações vivas e divinas transbordam em

nossos pensamentos e sentimentos e que tenhamos saúde,

simplicidade, amor, alegria e humildade, que sejamos leves,

dóceis e caridosos e que o nosso corpo e espírito sejam

vitalizados e equilibrados. Anula e purifica as dores e tormentos

dos nossos inimigos, traga a paz, o amor, alegria e sabedoria a

eles para que assim eles não desejam fazer mal a nós nem a

ninguém.

Olhai por todos nós.

Sagrados Erês pedimos também que traga vosso auxilio divino

para todas as crianças encarnadas que se encontram doentes,

abandonadas ou maltratadas e Traga a paz, o amor e a harmonia

para os nossos lares.

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Sagrados Erês, nós vos agradecemos e pedimos que a vossa Luz

viva e divina se faça presente em nossos caminhos todos os dias

de nossas vidas. Dei-nos a vossa benção e nos encante com a

vossa alegria. Amém.

Salve os Sagrados Erês. Salve a criançada.

Salve a nossa Umbanda sagrada.

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CPI contra intolerância religiosa é reivindicada

em audiência Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Líderes de candomblé, umbanda e outras expressões religiosas de matriz africana

cobraram providências na Comissão de Direitos Humanos (CDH), nesta quarta-

feira (16), contra a crescente onda de intolerância religiosa no país. Houve

inclusive pedidos para abertura de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI)

para investigar atos de violência contra locais de culto e seguidores de religiões

afro-brasileiras.

O primeiro a defender a instalação de uma CPI foi o balorixá Joel de Oxaguiãn, de

Planaltina (GO). Antes, ele lembrou que desde 1890, com a fundação da

República, o Estado brasileiro passou a ser laico, com garantia de liberdade de

religião. No entanto, disse, alguns segmentos estão se esquecendo disso e

usando a força, como se tivessem “procuração de Deus”, para tentar impor a

todos suas crenças religiosas.

— É preciso uma CPI para que se tomem providências imediatamente, porque

estão ficando cada vez mais graves os ataques às nossas religiões — disse Joel de

Oxaguiãn.

Para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que propôs a audiência, está claro

que há no país um clima crescente de intolerância contra diversos credos, mais

acentuadamente contra os cultos afro-brasileiros. A seu ver, é preciso "dar um

basta” e deixar claro que o país não aceita conviver com expressões de ódio e

violência religiosa.

— O que fizemos hoje foi mostrar solidariedade aos que estão sofrendo mais

diretamente no momento. Depois, poderão ser judeus, evangélicos ou ateus que

sequer vão poder andar nas ruas — disse o senador.

Sobre a possibilidade de uma CPI, salientou em entrevista que não depende

apenas dele, mas de pelo menos 27 senadores. De todo modo, adiantou que vai

debater o assunto com outros colegas, considerando que poderia ser apropriado

abordar a questão de intolerância de modo abrangente, não apenas contra os

cultos de matriz africana.

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Ocorrências

No entorno do Distrito Federal, dois terreiros já foram atacados nos últimos dias.

O episódio mais grave foi em Santo Antônio do Descoberto (GO), onde o templo

ficou destruído depois de incêndio criminoso. Em Águas Lindas (GO), homens

usaram uma caminhonete para derrubar o portão na entrada do espaço. Na terça-

feira (15), os agressores voltaram e atearam fogo. Até agora, ninguém foi preso.

Babazinho de Oxalá, do terreiro em Santo Antonio do Descoberto, contou que um

mês antes os criminosos já haviam invadido o espaço, quando quebraram tudo.

Foi ainda lembrado, entre outros casos, o da menina Kayllane Campos, 11 anos,

vítima de agressão no Rio de Janeiro, em junho. Vestida com a indumentária de

culto, ele voltava para casa depois de participar de um culto de candomblé

quando foi atingida com uma pedrada na cabeça. Depois disso, líderes religiosos

realizaram na capital fluminense um ato contra a intolerância religiosa e em apoio

à menina.

Adna Santos de Araújo, também conhecida como Mãe Baiana, coordenadora de

Comunidades de Matriz Africana de Terreiros da Fundação Cultural Palmares,

informou que o órgão já recebeu registros de 218 denúncias de atos de violência

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contra espaços de culto de religiões de matriz africana.

Segundo ela, a procuradoria da secretaria está acompanhando todas as

ocorrências, buscando garantir que sejam apuradas e os responsáveis punidos. A

seu ver, os atos não são apenas de violência, mas também denotam racismo e

devem ser enquadrados legalmente desse modo, como crime inafiançável.

Cantos e tambores

A audiência foi marcada pelos sons de tambores e cânticos dedicados aos orixás

nas cerimônias nos terreiros. Antes de sua manifestação, a Mãe Railda Rocha

Pitta, de Brasília, acompanhada pela plateia formada de “povo de santo”, entoou a

saudação a Xangô, que tem nas quartas-feiras o seu dia. Contou sua história e

propôs reflexões sobre a tolerância, sempre citando simbologias relacionadas às

divindades do candomblé.

— É preciso mudar este cenário de ódio para uma realidade de amor. Aprendam

com Oxum, a deusa das águas doces e a maior expressão de amor: é preciso que

a vida seja doce como mel e vivificante como a água, que é essencial para a nossa

existência — afirmou.

O senador Paulo Paim (PT-RS), que preside a CDH, antes de passar o comando

dos trabalhos a Cristovam, observou que o natural seria cada brasileiro estar

tranquilo e em paz para praticar a religião escolhida, qualquer que seja. No

entanto, diante dos casos de intolerância, disse que não adianta apenas “chorar

sobre o sangue derramado”, mas estimular o debate e fortalecer o respeito à

diversidade.

— A liberdade de culto e religião é cláusula pétrea da nossa Constituição. É

necessário defender o direito de todos a manter sua identidade e as suas raízes —

reforçou.

Na visão do Babá Adailton Moreira Costa, do Rio de Janeiro, hoje é necessário

falar não apenas em “tolerância”, a seu ver uma palavra que está “em cima do

muro”. Antes de tudo, disse ele, deve haver respeito à tradição religiosa de cada

um. Para o líder religioso, a violência de cunho religioso ocupa o mesmo contexto

do racismo, da homofobia e da violência sexual e de gênero.

Com emoção, outro babalorixá presente à audiência, Pecê de Oxumaré, de quem

partiu a sugestão da audiência ao senador Cristovam, cobrou respeito ao “povo de

santo”, lembrando os que fogem disso negam a Bíblia que dizem seguir.

— Nós temos respeito e amor: respeitamos a natureza, o outro e abrimos nossas

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portas sem perguntar quem está chegando e sem pedir antecedentes criminais.

Para qualquer um que chegar, a porta estará sempre aberta — disse.

Ecumenismo

O frei David Santos, da Educafro, entidade que luta contra o racismo e

desigualdade social, informou que estava ali como representante de uma entidade

que cultua o ecumenismo. Celebrou a presença do Papa Francisco à frente da

Igreja, salientando que o líder católico levou adiante o compromisso com o

diálogo interreligioso. Depois, o frei criticou a postura de segmentos evangélicos

que estimulam o preconceito contra religiões de matriz africana. A postura desses

grupos não representam verdadeiramente os evangélicos.

— Essa postura não representa as expressões evangélicas; essas são pessoas

desequilibradas que representam pequenos grupos — afirmou.

Pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH-PR),

Alexandre Brasil Carvalho detalhou as ações e mecanismos do Plano Nacional de

Direitos Humanos contra a intolerância Religiosa. Citou o aperfeiçoamento do

sistema de ouvidoria e a produção de relatórios sobre casos de intolerância e

preconceito. Outra ação é estimular fóruns permanentes de dialógo interreligoso

nos estados e municípios, hoje já existindo sete organizações do tipo em todo o

país.

Reivindicações

Além da proposta para a instalação da CPI, os participantes da audiência

apresentaram outros pedidos à comissão, como um apelo para envio de carta ao

governador de Goiás, Marconi Perillo. A intenção é pedir providências para que

sejam investigados os ataques a terreiros nas cidades goianas no entorno do DF.

Foi também solicitada negociação com o governador do DF, Rodrigo Rollemberg,

para que estenda aos terreiros as garantias de concessão de áreas, como já é feito

em favor de outras religiões, para que edifiquem seus templos. O advogado

Bernardo Sukennik sugeriu também que seja solicitado à Ordem dos Advogados

do Brasil, no nível nacional e DF, a criação da Comissão de Liberdade Religiosa.

Os senadores Regina Souza (PT-PI), Omar Aziz (PSD-AM), Hélio José (PSD-DF),

Otto Alencar (PSD-BA) e Donizeti Nogueira (PT-TO) manifestaram solidariedade e

se colocaram à disposição para apoiar ações contra a intolerância religiosa.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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(Roberta de Solza)

Jornalista Niteroiense Lança Biografia Espírita na

Bienal 2015

A jornalista e escritora Roberta de Souza, após viver a experiência de publicar

(em 2013), seu livro de contosMeninas de 30, se aventura por novos caminhos. Roberta

apresenta ao público, na Bienal Internacional do Livro de 2015, no dia 12 de

setembro, às 14h, no estande da Imprensa Oficial do Rio de Janeiro (Pavilhão Verde,

Av. Noel Rosa com Av. João do Rio, em frente a Calçada Literária) o livro Morgana

da Figueira do Inferno, publicado sob o selo da Editora Muiraquitã,

biografia espírita ditada pela pombogira Morgana da Figueira, através da médium

Cristina Lima.

Morgana da Figueira abre sua história e divide com o leitor sua trajetória: ser

humano (sua última encarnação na Terra), um ser das trevas, da luz e por fim uma

guerreira espiritual. Encarnou, caiu, levantou, aprendeu e cresceu. Na obra o leitor

encontrará a história de um ser que viveu, desencarnou, lutou, caiu, cresceu, fez suas

escolhas e, hoje, caminha na Umbanda.

Ao escrever o livro, Roberta de Souza deixa bem claro que não pretende

doutrinar ou dizer que esta verdade é a única. A intenção é registrar e dividir com os

leitores uma linda e verídica história.

Conheça um pouco mais sobre o livro:

https://www.facebook.com/morganadafigueira

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