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Mercado de Trabalho e Previdência Social no Brasil PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA Curso pós-graduação Sistema de Proteção Social no Brasil: seguridade social e trabalho Disciplina: Reforma da Previdência Social e Mercado de Trabalho Prof. Drº Evilásio Salvador

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Mercado de Trabalho e Previdência Social no Brasil

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAISPRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃOINSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADACurso pós-graduação Sistema de Proteção Social no Brasil: seguridade social e trabalho Disciplina: Reforma da Previdência Social e Mercado de Trabalho

Prof. Drº Evilásio Salvador

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Ementa: A constituição do mercado de trabalho e da previdência social no Brasil. O mercado de trabalho no Brasil: a inconclusa relação salarial. A justaposição entre o mercado de trabalho e previdência social. A reforma da previdência social e o mercado de trabalho.

Os objetivos são:Analisar a articulação da política de previdência

social com o mercado de trabalho.Estudar a estruturação do mercado de trabalho e

da previdência social no Brasil e as transformações ocorridas nas últimas décadas.

Analisar as modificações em curso no mercado de trabalho após 1990 e as consequencias para o acesso ao direito previdenciário.

Investigar a justaposição entre o mercado de trabalho e previdência social

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Conteúdos da Unidade II

O mercado de trabalho no Brasil: a inconclusa relação salarial.

Condição da ocupação e do emprego de 1940 a 1980. Organização da previdência social antes da CF 88:

CAPS, IAPS, INPS, INSS O modelo bismarckiano e o modelo beveridgiano Evolução da PEA, da condição de ocupação e do

desemprego, 1980 – 2000 As principais iniciativas institucionais no âmbito das

relações de trabalho após o Plano Real (1994-2000). A seguridade social na CF 88

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Mercado de Trabalho

Locus: encontro e trocas. A força de trabalho é uma mercadoria especial (Marx).

MT (oferta) todos aqueles que vendem ou estejam dispostos a vender sua força de trabalho.

PEA = % PIA ocupada ou desocupadaCondições Trabalho: ocupação Remunerada,

sem remuneração e na produção do próprio consumo ou na construção para o próprio uso

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Relações de Trabalho:Relações de Trabalho: assalariadas, flexibilizadas e não assalariadas

Crítica de Lautier a InformalizaçãoAbordagem IE-Unicamp

Núcleo Estruturado - trabalhadores com CTPS e estatutários (condição salarial e proteção social)

Núcleo pouco-estruturado - assalariados sem CTPS, conta-própria e os não-remunerados

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Estrutura do Mercado de Trabalho 2007 (milhões)

Pop PIA PEA Des. Ocup. CTPS F. Púb. Sem CTPS Conta-própria Não Rem Empregadores

Núcleo Estruturado 38 milhões

Núcleo Pouco Estruturado 49 milhões

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Evolução Mercado de Trabalho no Brasil (1940-1980)

Crescimento expressivo do emprego assalariado

Postos de trabalhos criados por empresas tipicamente capitalistas

Redução dos postos de trabalhos no núcleo pouco-estruturado: sem CTPS, conta-própria, sem remuneração e diminuição do desemprego

Cada 10 ocupações geradas: 8 eram assalariadas, sem 7 com CTPS, 1 sem CTPS.

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O processo de industrialização e urbanização promoveu uma rápida inversão da estrutura ocupacional

Queda na taxa de participação da PEA em relação à PIA: processo educacional e sistema de aposentadorias

A industrialização brasileira não foi suficiente para resolver a questão do emprego

Informalidade, baixos salários, subempregos, desigualdade de rendimentos (negros e mulheres)

Crescimento médio real do PIB (1940-1980) – 5,6% ao ano, mas não houve generalização da condição salarial.

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Brasil - Evolução da PEA, da Condição de Ocupação do desemprego, 1940-1980

Absoluta (mil) Relativa (%)População Total (em mil) 41.165 119.002 1.945,93 2,69%PEA (em mil) 15.751 43.236 687,12 2,56%Empregador 2,3% 3,1% 24,4 3,32%Conta-Própria (1) 29,8% 22,1% 121,5 1,79%Sem remuneração (2) 19,6% 9,2% 22,3 0,63%Assalariado 42,0% 62,8% 513,4 3,59% Com Registro 12,1% 49,2% 484,2 6,22% Sem Registro 29,9% 13,6% 29,3 0,56%Desempregado (3) 6,3% 2,8% 5,5 0,50%Taxa de Precarização (1)+(2)+(3) 55,7% 34,1%Fonte: Pochamann (1999, p.68) elaborado a partir de dados do IBGE e do MTbNota:1. Foi alterada a expressão taxa de subutilização por taxa de precarização

Variação anual1940 1980Itens

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Construção da Previdência Social no Brasil

Modelos: bismarckiano e beveridgianoA década de 1920 – passam a ocorrer

mudanças na intervenção do Estado nas questões sociais.

Em 1919 – primeira legislação de ACTPressões Externas: Rev. Russa. Tratado

de Versalhes Greves de 1917 e 1919

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Primeiras décadas sec. XX – quantidade significativa de associações e sociedade de socorro mútuo, vinculadas às ligas e às uniões operárias.

1923 – Lei Eloy Chaves – cria as primeiras Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs) – produto pressão operária (empresas de estradas de ferro)

1926 – Criação de CAPs para os marítimos e portuários

Ampliação para outras categorias vinculadas à infra-estrutura nascente e aos servidores públicos. Chegou-se a 183 CAPs

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Características das CAPsCategoria profissionalNatureza privada financiadas pelas

contribuições de empresas e empregados e pela cobrança de um tributo adicional sobre tráfego ferroviário e o marítimo

Estado não participava diretamente da administração. Exercia controle a distância e posteriori no julgamento de recursos das decisões do Conselho de Administração

Apesar disso, as CAPs só foram viabilizadas por imposição legal

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Amplitude de atribuições com união de serviços médicos e farmacêuticos aos benefícios pecuniários

Liberdade na definição dos beneficiários que incluía a família do trabalhador

Liberdade na definição dos critérios de aposentadorias

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Institutos de Aposentadorias e Pensões

Anos 1930 -conjunto modificações econômicas: industrialização, regulamentação mercado de trabalho e novas relações salariais

Criação dos IAPs estava vinculada a inserção econômica e organização das categorias. Os IAPs eram organizados por ramo de atividades.

Marítimos (1933), bancários (1934), industriários (1936), servidores do Estado (1938), trabalhadores em transporte de carga (1938) e comerciários (1940). Esta última categoria, na realidade, teve seu IAP criado em 1934 e reorganizado em 1940.

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A entrada de novos trabalhadores no sistema previdenciário significa, no curto prazo, a elevação da arrecadação e uma diminuição nas despesas per capita.

A legislação previdenciária indica uma forte orientação de caráter contencionista nos gastos previdenciários.

A legislação procurou demarcar “benefícios” (previdência) e “serviços” (assistência) obrigando os institutos a definir orçamentos rígidos

Lógica do seguro privado e o apogeu do regime financeiro de capitalização.

Contenção das despesas e aumento das contribuições dos empregados e empregadores e implantação de uma contribuição do Estado para o financiamento da previdência, na mesma proporção, das outras duas fontes de receitas: empresa e trabalhador.

Arrecadação passa a ser centralizada pelo Estado.

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Recursos, que deveriam ocorrer para os institutos de previdência, estipulados por lei, eram desviados para outras finalidades e o Estado não cumpria os prazos nem repassava a totalidade do montante arrecadado.

A previdência permanecia sem ônus para o Estado e, ainda, tornava-se um importante instrumento de acumulação de recursos, que foram destinados ao financiamento do processo de industrialização brasileira.

O volume de recursos arrecadados e o montante das reservas investidas transformaram a previdência social em um dos mais importantes “sócios” da União e das empresas estatais criadas por Getúlio Vargas.

Os IAPs, ao contrário das CAPs, foram instituídos sob a forma de autarquias, possibilitando o maior controle do Estado sobre o sistema, além de permitir a organização corporativa do movimento sindical.

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As contribuições previdenciárias era administrado sob o regime financeiro de capitalização servindo de funding para o financiamento da indústria nascente.

O parâmetro para acesso aos benefícios previdenciários era conferido pela obrigatoriedade da carteira profissional, numa estrutura sindical corporativa de sindicato único.

O estatuto da cidadania era válido apenas aos trabalhadores que tinham ocupações regulamentadas em lei. Os restantes eram “pré-cidadãos”, ou seja, um contingente representativo de trabalhadores urbanos como os autônomos e empregados domésticos, ou ainda, os trabalhadores rurais.

“Cidadania Regulada” (Wanderley Santos, 1979)

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Após 1945 ampliam-se benefícios e os serviços prestados pelas instituições de previdência. Além da majoração da contribuição dos segurados.

Repercussão no Brasil do Plano Beveridge O período de 1945 a a 1964 ocorreu aumento explosivo

da dívida da União com as instituições da previdência (Eli Gurgel estima em R$ 600 bilhões, em 1997)

Os recursos excedentes foram indevidamente apropriados pelo Estado para financeirização de acumulação de capital no Brasil.

A situação de crise também se revela pelo “amadurecimento” do sistema.

A crise ocorre pelo acesso limitado dos trabalhadores à previdência social, pois mesmo com o processo de incorporação de inúmeras categorias ficavam de fora os trabalhadores que não pertenciam ao núcleo estruturado do mercado de trabalho

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LOPS Aumento no percentual das alíquotas de contribuição dos

trabalhadores e dos empregadores, que evoluíram de 3% (1945) para 8%, à época da promulgação da Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS), em 1960.

A LOPS aprovada no governo Kubitschek, seguiu a tendência de racionalização dos governos anteriores.

A LOPS uniformizou benefícios e ampliou cobertura, mas manteve excluído do sistema de previdência social os trabalhadores rurais e os trabalhadores sem vínculo formal de relação trabalhista.

A LOPS marcou o fim do sistema de capitalização no regime financeiro da previdência evoluindo para um regime de repartição simples.

Também acabou com a “contribuição tripartite” A LOPS uniformizou os benefícios concedidos a todos os

contribuintes urbanos do setor privado sem, contudo, mexer na estrutura administrativa dos IAPs.

Os IAPs foram extintos pelo decreto-lei de 21/11/1966 e suas estruturas foram fundidas, formando o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), marcando o início de uma nova fase na previdência brasileira.

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Previdência Pós-64 A previdência tem uma expansão selecionada após 1964, em

conseqüência do processo de assalariamento, mas manteve a seletividade definida pela formalização do emprego.

O modelo econômico dos anos 1970 foi centrado no crescimento das grandes empresas de capital intensivo, ampliando, assim, o fosso das condições de trabalho e da cobertura previdenciária entre os trabalhadores das grandes empresas comparativamente aos trabalhadores precarizados.

A previdência social foi ampliada aos trabalhadores rurais, aos empregados domésticos, aos jogadores de futebol e aos ambulantes. No caso dos trabalhadores rurais, o benefício era de meio salário mínimo e sem contribuição direta, com uma pequena parcela do financiamento desse benefício vindo da taxa de comercialização dos produtos rurais.

Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Assistência e Previdência Social (SINPAS), que agrupou o INPS e o Instituto Nacional de Administração da Previdência Social (IAPAS).

40 milhões de brasileiros permaneciam sem acesso a serviços médicos

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Constituição do MT e PS no Brasil(1940-1980)

Estruturação do MT: trabalho assalariado e redução contratos flexibilizados

Ocupações sem registro, por conta-própria e do desemprego

Não generalizou a condição salarial

PSPS - Direito condicionado ao trabalho CAPS (1923), IAPS, INPS Assalariamento e funding para Indústria Expansão dos serviços após 1960

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Desestruturação do MT(Pós 1980...)

Década 1980 – agravamento da economia: hiperinflação, recessão, ciranda financeira, crise da dívida externa

Reestruturação produtiva no Brasil vinculada aos paradigmas de organização industrial dos países desenvolvidos

Flexibilidade, Toyotismo restritoDécada 1990 – Toyostismo sistêmico –

just-in-time, Kanban, Gerenciamento Qualidade Total, Terceirização

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Neoliberalismo – flexibilidade dos mercados, ênfase aos mercados financeiros

Comando das empresas transnacionais e oligopólios

Investimentos Diretos no Exterior vinculados a exigência de menor custo da mão-de-obra e desregulamentação do mercado de trabalho

Explosão do desemprego (15% censo IBGE de 2000)

Reforma trabalhista de FHC

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Taxa de variação do Pessoal Ocupado por PosiçãoPosição na Ocupação 1981/1989 1990/1999 1981/1999

Assalariado com CTPS 35,2% -6,3% 24,7%

Funcionário público e Militar 63,5% 57,6% 179,0%

Assalariado sem CTPS 23,1% 26,0% 57,1%

Conta própria 24,5% 22,3% 62,4%

Não remunerado 1,9% 20,9% 32,3%

Empregador 74,6% 6,2% 104,5%Fonte: Cardoso Júnior (2001, p.26)Elaborado a partir dos dados das PNAD´s

BRASIL EVOLUÇÃO DA TAXA PRECARIZAÇÃO

55,0%

34,1% 31,8%39,7%

0%

10%

20%30%

40%

50%

60%

Fonte: Pochamann (2001, p.98)1940 1980 1989 1998

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Participação em % PEA Ocupados Variação

Posição na ocupação (em mil pessoas)

1980

1991

2000

1980 991

2000

1980

1991

2000

1980-2000

1991-2000

PEA 43.236 58.456 76.159 100% 100% 100% – – – 76% 30%

Total ocupados 42.091 56.271 64.705 97% 96% 85% 100% 100% 100% 54% 15%

Empregado com carteira de trabalho assinada

19.555 18.768 23.930 45% 32% 31% 46% 33% 37% 22% 28%

Empregados militares e funcionários públicos

1.717 2.761 3.729 4% 5% 5% 4% 5% 6% 117% 35%

Núcleo estruturado do mercado de trabalho

21.272 21.529 27.659 49% 37% 36% 51% 38% 43% 30% 28%

Empregado sem carteira de trabalho assinada

5.880 15.199 15.730 14% 26% 21% 14% 27% 24% 168% 3%

Conta própria 9.555 14.255 14.471 22% 24% 19% 23% 25% 22% 51% 2%

Não remunerado (1) 3.978 3.156 4.444 9% 5% 6% 9% 6% 7% 12% 41%

Núcleo pouco estruturado do mercado de trabalho

19.413 32.610 34.645 45% 56% 45% 46% 58% 54% 78% 6%

Empregadores 1.062 2.132 1.840 2% 4% 2% 3% 4% 3% 73% -14% Desempregados 1.211 2.455 11.454 3% 4% 15% 3% 4% 18% 846% 367%

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Contribuição para Previdência SocialSituação 1989 % 1999 %Contribuintes 30.649.419 51% 31.017.271 43%Não Contribuintes 29.967.836 49% 40.652.032 57%Sem declaração 4.679 0% 6.916 0%total 60.623.923 100% 71.676.219 100%Fonte: PNAD 1989 e 1999Elaboração própria

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Reforma Trabalhista FHCTrabalho por tempo determinado(Lei 9.601/98)Denúncia da Convenção 158 da OIT (Decreto

2.100/96)Cooperativas profissionais ou de prestação de

serviços(Lei 8.949/94)Trabalho em tempo parcial (MP 1.709/98)Suspensão do Contrato de trabalho ( MP

1.726/98)Trabalho temporário (Portaria 2, 29/06/96)Setor público: demissão (Lei 9.801/99 e Lei

Complementar 96/99)

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Banco de Horas (Lei 9.061/1998 e MP 1.709/98)

Liberação do Trabalho aos domingos (MP 1.878-64/99)

Flexibilização da remuneraçãoPLR – Participação nos Lucros e

ResultadosPolítica salarial (Plano Real – MP

1.053/94)Salário mínimo: (MP 1.906/97)

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Desestruturação do Desestruturação do MT MT e Seguridade Sociale Seguridade Social

Ruptura na estruturação do MT nos anos 80 Expansão do desemprego Redução do assalariamento Flexibilização, precarização

Implicações no financiamento da PSPS CF 88 - Seguridade Social Ampliou benefícios, mas não suprimiu a

lógica de seguro. Relação Paradoxal: PS e MT

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A seguridade social no Brasil

Constituição adota o conceito de seguridade social, englobando em um mesmo sistema as políticas de saúde, previdência e assistência social.

Ampliação de direitos e das bases de financiamentos para além da folha de pagamentos com Contribuições Sociais Vinculadas e Impostos

O governo da Nova República (1985 a 1989), a expressão “seguridade social” é retomada, após 50 anos no Brasil, sendo incorporada aos debates teóricos e políticos que visavam a uma ampla reorganização sobre bases mais igualitárias das políticas de previdência, assistência social e saúde.

No grupo de trabalho criado por decreto do presidente Sarney, em maio de 15/5/1986, surgiu “a proposta de reorganizar as políticas de previdência e assistência social em um sistema de seguridade social”.

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O esboço do sistema de seguridade social a ser inscrito na Constituição Federal vai ocorrer nesse período e teve como eixos orientadores para a área social: ações emergenciais de combate à fome e à miséria e as propostas de reformas sociais expressas no I Plano Nacional de Desenvolvimento da Nova República (PND).

Os anos de 1985 e 1986 são marcados pela instalação de diversos grupos de trabalho e comissões que discutem, elaboram diagnósticos e propostas de reformulações das configurações das políticas sociais herdadas do período autoritário.

O Período da Nova República vai influenciar os princípios e reformas nas políticas sociais que serão inscritas na Constituição de 1988, resultante de um movimento reformista no governo e na sociedade

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Os trabalhos legislativos da Assembléia Constituinte duraram quase dois anos (1/2/1987 a 5/10/1988), sendo o primeiro ano de intensa participação popular nas subcomissões temáticas e na apresentação de emendas populares.

Na Subcomissão de Saúde, Seguridade e Meio Ambiente que foram esboçados os princípios da seguridade social brasileira.

A Comissão de Ordem Social que, a partir dos pré-projetos das subcomissões, redigiu e aprovou a seguridade social como um conjunto integrado pelas políticas de saúde, previdência e assistência social.

O projeto final aprovado pela Comissão de Ordem Social, cujo relator, o senador Almir Gabriel, incorporou os princípios fundamentais aprovados pelas subcomissões e consolidou-os sob o título “seguridade social”. Ainda, contrariando a proposição da Subcomissão de Saúde, Seguridade e Meio Ambiente, ampliou o conceito de seguridade social ao incluir o direito à saúde juntamente com a assistência social e a previdência.

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A seguridade social na Constituição brasileira de 1988 é um conjunto integrado de ações do Estado e da sociedade voltadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social, incluindo também a proteção ao trabalhador desempregado, via seguro desemprego.

Pela lei, o financiamento da seguridade social compreende, além das contribuições previdenciárias, também recursos orçamentários destinados a este fim e organizados em um único orçamento.

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As políticas de saúde, previdência e assistência social – englobadas no conceito de seguridade social da Constituição brasileira de 1988 – passam a ser regidas por novos princípios e diretrizes, associando, ao mesmo tempo, universalidade e seletividade, centralização e descentralização, distributividade e redistributividade, gratuidade e contributividade.

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Justaposição entre o mercado de trabalho e previdência social

Tabela 3

Taxa de Participação (PEA/PIA) em %, 1940 a 1980 

População em mil pessoas 1940 1950 1960 1970 1980 Variação % (1940-1980)

População em Idade Ativa (PIA) 28.460 36.558 48.750 65.868 87.811 208,54%

População Economicamente Ativa (PEA) 15.751 17.699 22.750 29.557 43.236 174,50%

Taxa de Participação em % (PEA/PIA) 55,34% 48,41% 46,67% 44,87% 49,24% -11,03%

População Ocupada 14.758 17.117 22.750 29.557 43.236 192,97%

Fonte: IBGE - Estatísticas Históricas do Brasil. Elaborado a partir dos Censos.

Elaboração própria

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Tabela 4

Participação em % da População Ocupada sobre a PIA por faixa etária

Faixa Etária 1940 1950 1960 1970 1980

10 A 19 anos 41% 34% 30% 27% 31%

20 a 29 anos 58% 55% 56% 58% 65%

30 a 39 anos 56% 54% 57% 59% 65%

40 a 49 anos 58% 55% 57% 57% 61%

50 a 59 anos 56% 52% 54% 51% 52%

60 a 69 anos 50% 45% 45% 40% 33%

70 anos e mais 35% 27% 26% 21% 11%

Total 51% 47% 47% 45% 49%

Fonte: IBGE - Estatísticas Históricas do Brasil. Elaborado a partir dos Censos.

Elaboração própria