meotodo de energia 2015
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TEORIA DAS ESTRUTURAS II Prof. Dr. Anselmo Monteiro Ilkiu
UNITAU – Universidade de Taubaté 1. DEFLEXÕES: MÉTODO DE ENERGIA 1.1. TRABALHO EXTERNO E ENERGIA DE DEFORMAÇÃO A maioria dos métodos de energia é baseada no princípio da convervação de energia, que afirma que o trabalho realizado por todas as forças externas atuando sobre uma estrutura, Ue, é transformado em trabalho interno ou energia de deformação, Ui.
ie UU = 1.1 1.1.1. Trabalho externo – força Quando uma força F passa por um deslocamento dx na mesma direção que a força, o trabalho realizado é FdxdUe = . Se o deslocamento total é x, o trabalho torna-se
.0∫=x
e FdxU 1.2
Considere o efeita causado por uma força axial aplicada à extremidade de uma barra, conforme mostrado na Figura 1.1, à medida que a magnitude de F é gradualmente aumentada de zero para algum valor limite F = P, o alongamento final da barra torna-se ∆. Se o material tem resposta elástica linear, então F = (P/∆)x.
Figura 1.1
∆=∆
=
∆=
∆∆
∫ 22 0
2
0
Px
Pdxx
PUe 1.3
Suponha então que P já é aplicada à barra e que outra força F’ é aplicada, neste momento, de maneira que a barra deflete mais ainda por um montante ∆’ (Figura 1.2). O trabalho realizado por P (não F’) quando a barra passa por mais esta deflexão ∆’ é então
'.' ∆= PU e 1.4
2
Figura 1.2
( ) ( )( ).''21
'2
''2
∆+∆+=∆+∆
+∆
= FPPFP
U Totale 1.5
Exemplo: Cálcule o trabalho externo, para as condições representadas nas Figura 1.3 e 1.4.
Figura 1.3
( )( ) [ ]mNEUe •== 100102001,021 3
Figura 1.4
( )( ) ( )( ) ( )( ) [ ]mNEEEUe •=++= 10010150025,01050025,021
10150075,021 333
3
1.1.2. Trabalho externo – Momento O trabalho de um momento é definido pelo produto da magnitude do momento M e o ângulo dθ através do qual ele gira, isto é, .θMddUe =
Figura 1.5
Se o ângulo total de rotação é θ radianos, o trabalho torna-se
.21
0
θθθ
MMdUe == ∫ 1.6
( ) ( )( ).''21
'''21
21
θθθθθ ++=++= MMMMMU Totale 1.7
1.1.3. Energia de deformação – Força axial Quando uma força axial N é aplicada gradualmente à barra, ela vai tracionar o material de tal maneira que o trabalho externo realizado por N será convertido em energia de deformação, que é armazenada na barra. Se o material é linearmente elástico, a lei de Hooke é válida, σ = Eε, e se a barra tem uma área da secção transversal constante A e comprimento L, a tensão normal é σ = N/A e a deformação axial é ε = ∆/L. Logo,
.AENL
LE
AN
E =∆⇒
∆
=⇒= εσ 1.8
Figura 1.6
Substituindo a Equação 1.8 na Equação 1.3, com P = N, a energia de deformação na barra é, portanto,
4
.2
2
AELN
U i = 1.9
Considerando a curva tensão deformação, representada na Figura 1.6, em que U0 = (σε)/2 que é denominada a energia de deformação por unidade de volume ou, simplesmente densidade de energia de deformação. Ou seja, é a área sob o diagrama tensão-deformação integrado no volume da barra. Pode-se então escrever a equação da energia de deformação da seguinte forma,
.21
22
0
dVE
dV
dVUU
V
V
Vi
=
=
=
∫
∫
∫
σ
σε 1.10
Lembrando que σ = Eε, logo ε = σ/E=N/(AE), portanto da Equação 1.10,
.2
21
21
2
2
2
dxEA
N
AdxAN
E
dVAN
EU
L
L
Vi
∫
∫
∫
=
=
=
1.11
1.1.4. Energia de deformação – Flexão Considere a viga mostrada na Figura 1.7, que é deformada pelo carregamento aplicado gradualmente P e w.
Figura 1.7
A tensão devido a flexão é dada por σ = (My)/I, sendo M o momento interno criado pelas forças externas P e w, y é a distância da linha neutra da seção transversal até o ponto onde deseja-se calcular a tensão e I o momento de inércia da secção transversal, portanto,
5
.21
21
21
21
22
2
2
22
2
2
0
dxdAyIM
E
dVI
yME
dVI
MyE
dVE
dVUU
AL
V
V
V
Vi
=
=
=
=
=
∫∫
∫
∫
∫
∫σ
1.12
Lembrando que IdAyA
=∫ 2 , logo, .2
2
dxEI
MU
Li ∫
= 1.13
1.1.5. Energia de deformação - Torção Frequentemente estruturas tridimensionais são sujeitas a cargas torcionais. Considere um elemento dx do elemento que é sujeito a um torque aplicado T, representado na Figura 1.8.
Figura 1.8
Este torque produz uma tensão de cisalhamento τ = (Tc)/J. Sendo T o torque interno no elemento devido as cargas externas aplicadas, c o raio onde deseja-se calcular a tensão de cisalhamento (considerando-se a secção transversal circular) e J o momento polar de inércia, que para a secção transversal considerad será J = (πc4)/2. Contando que o material tem resposta elástica linear, então γ = τ/G, portanto,
.2
21
21
21
2
22
2
2
2
0
dxGJT
U
dxdAcJT
G
dVJ
TcG
dVG
dVUU
Li
AL
V
V
Vi
∫
∫∫
∫
∫
∫
=
=
=
=
=
τ
1.14
Onde G é o módulo de elasticidade transversal do material.
6
1.1.6. Energia de deformação – Cortante Considere um elemento que sofre distorção devido ao esforço cortante, representado na Figura 1.9.
Figura 1.9
Se o material tem resposta elástica linear, logo γ = τ/G.
( )
.2
2
21
21
21
2
22
2
2
0
dxGAV
KU
dxdAIt
QG
V
dVIt
VQG
dVG
dV
dVUU
Li
AL
V
V
V
Vi
∫
∫∫
∫
∫
∫
∫
=
=
=
=
=
=
τ
τγ
1.15
Sendo: V o esforço cortante interno devido as cargas externas; A a área da secçaõ transversal; K o fator de forma para a área da seção transversal, que pode ser calculado pela
equação, dAIt
QK
A∫
=
2
, onde Q é o momento estático da área da secção transversal; I o
momento de inércia da secção transversal e t a espessura da secção transversal onde deseja-se calcular a tensão de cisalhamento ou o fator de forma. Para alguma secções temos: K = 1,2 para secções transversais retangulares; K = 10/9 para secções transversais circulares; K = 1 para perfis de abas largas e vigas I, onde A é a área da alma.
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1.2. PRINCÍPIO DO TRABALHO E ENERGIA Considere uma viga esgastada sujeita a uma carga concentrada P, conforme representado na Figura 1.10.
Figura 1.10
Considerando um corte em x, tem-se:
∑ = 0Mx , Positivo no sentido anti-horário, logo: -M – Px = 0 → M = -Px. Do princípio da conservação de energia, tem-se ie UU = , logo:
( )EI
PLEIxP
PdxEIPx
PdxEI
MP
LLL
3621
221
221 3
0
32
0
2
0
2
=∆⇒
=∆⇒
−=∆⇒=∆ ∫∫
1.3. PRINCÍPIO DO TRABALHO VIRTUAL O princípio do trabalho virtual foi desenvolvido por John Bernoulli em 1717 e é às vezes referido como o método da carga unitária. Ele proporciona um meio geral de obter o deslocamento e a inclinação em um ponto específico em uma estrutura, seja ela uma viga, pórtico, arco ou treliça. Considerando uma estrutura deformável qualquer onde aplicamos uma série de cargas externas P a ela, isto vai provocar cargas internas u em pontos através da estrutura. As cargas externas e externas serão relacionadas pelas equações de equilíbrio. Como consequência destas cargas deslocamentos ∆ ocorrerão nas cargas P e deslocamentos internos δ ocorrerão em cada ponto da carga interna u. Os deslocamentos internos e externos tem de ser relacionados pela compatibilidade dos deslocamentos, se os deslocamentos externos são conhecidos logo, os deslocamentos internos correspondentes são definidos.
Figura 1.11
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O princípio do trabalho e energia anuncia: Trabalho das cargas externas = Trabalho das carga internas, ou seja: ∑ ∑=∆ δuP .
∑∫ •+=∆•+
∆
=
dLudVUP
UU ie
011 121
δδ
Sendo: (P1∆1)/2 = dVU∫ 0 são os trabalho reais e serão anulados, resultando, logo:
∑ •=∆• dLu1
Sendo: 1 é a carga externa virtual;
u é a carga interna virtual; ∆ é o deslocamento externo causado pelas cargas reais; dL é o deslocamento interno do elemento causado pelas cargas reais.
Demaneira similar:
∑ •=• dLuθθ1 Sendo: 1 é o momento binário unitário virtual externo atuando na direção de θ;
uθ é a carga interna virtual; θ é o deslocamento angular externo causado pelas cargas reais; dL é o deslocamento interno do elemento causado pelas cargas reais.