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MENSAGEM AOS ALUNOS

Professor Pedro Barretto

Coordenador do evento

Prezados Amigos,

Preparamos com especial carinho o material que aqui deixamos para vocês, com o objetivo

de abraçarmo-nos no propósito de vitória nesse desafio tão importante na vida de vocês,

que é o Exame de Ordem.

Resolvemos elaborar dicas e questões trabalhando temas e pontos chaves em praticamente

todas as disciplinas que são abordadas na prova.

Escrito pelas mãos da melhor equipe de Professores do país, que me dá a honra da

continuar coordenando-a, esse material une técnica na seleção dos temas e na didática para

que a informação seja transmitida, com simplicidade e objetividade, sem que se perca a

verticalização e a responsabilidade. Adocicado com o nosso carinho e ternura, fortalecido

com nossa garra e dedicação, leva a você, mais do que dicas e questões, e sim todo o nosso

amor e comprometimento com o SEU SONHO, que é a nossa meta, o nosso propósito, a

razão de nossa atuação profissional.

Em nome de toda a minha equipe de Professores e em nome de toda a equipe de

funcionários de nossos Cursos (CURSO FORUM-RJ / Centro de Estudos Jurídicos de

Salvador – CEJUS, SUPREMO CONCURSOS-MG, CURSO JURÍDICO-PR, NAAJ – Núcleo

Avançado de Aperfeiçoamento Jurídico/MG e CURSOS PROBUS-LUMEN/PE ), além das

Redes nacionais de ensino tele-presencial INTERASAT e EJUFE, agradeço a todos vocês

pela participação no nosso evento, o GABARITANDO A OAB, evento que quando

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idealizei, o fiz pensando em cada um de vocês, pensando no quão é importante esse

momento em suas vidas.

Muito me honra ter a participação e acima de tudo amizade de cada um dos professores

que veio à sala de aula participar do GABARITANDO A OAB e dedicou parte de seu tão

curto e disputado tempo para preparar esse material para vocês.

Por fim, deixo a vocês o meu particular pedido de que CONFIEM EM VOCÊS, acreditem

em vocês, NUNCA DUVIDEM DE SEUS POTENCIAIS. Vocês são capazes, EU CONFIO

EM VOCÊS, vocês estão no caminho certo, tendo a atitude correta, e, se não perderem a fé,

mantiverem o equilíbrio e a concentração, COM CERTEZA ALCANÇARÃO O SONHO DE

VOCÊS!

O sucesso não simpatiza com os covardes, a vitória não harmoniza com os medrosos, mas

os Anjos da glória sempre protegem e abençoam aqueles que têm coragem de lutar, mesmo

sabendo que nem sempre se vencerá. Lutem, meus amigos, lutem pelos seus sonhos, lutem

pela aprovação. Vocês podem! Suas armas são o estudo, acima de tudo o estudo, mas

também o amor e a fé. Procurem dar o seu melhor, façam tudo que estiver ao seu alcance, e,

verão, que na hora do desafio, na hora do combate, estarão seguros e confiantes,

alcançando o necessário equilíbrio emocional e concentração, para poderem render no

máximo de sua potencialidade.

Vou repetir: EU CONFIO EM VOCÊS!

Por fim quero lembrar-lhes de nossos eventos finais. No dia 01 de fevereiro teremos o

nosso SUPER SIMULADÃO DO PB AO VIVO das 13 as 19 hs, no dia 03 de fevereiro

Ultimo Round, um produto com super dicas em Direito Constitucional, Civil,

Administrativo, Tributário e Ética... E no dia 04 nossa Revisão de Véspera ao Vivo tudo

transmitido no site www.cursoforumtv.com

Aguardo vocês

VAMOS GABARITAR ESTA PROVA!!! VAMOS COM TUDO !!!!! APROVAÇÃO TOTAL!

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GABARITANDO A OAB

Coordenação Geral

PROF. PEDRO BARRETTO

Organização Administrativa

Daniela Rêgo Silva

DICAS

GABARITANDO DIREITO PENAL

PARTE GERAL DO DIREITO PENAL

PROF. MARCELO LEBRE:

Professor de Direito Penal do Curso Jurídico; Advogado Criminalista;

Especialista em Ciências Criminais pela ABDConst; Mestre pela Unibrasil;

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Professor Universitário e da Escola do Ministério Público; Coordenador geral do curso de Direito da Faculdade Paranaense (Unip/PR);

Autor de vários artigos em jornais e revistas jurídicas Email: [email protected]

Visando auxiliá-los na resolução desta parte da prova, nosso time de penal

elaborou algumas dicas valiosas sobre os temas mais relevantes deste ramo do

direito.

Mas antes de adentrar em cada uma delas, lembro-lhes que o Direito Penal

não é nenhum “bicho de sete cabeças”, e tenho certeza que mesmo você que

não é da área se sairá muito bem neste Exame de Ordem; e tenho esta

segurança em razão de dois fatores primordiais: primeiramente, porque os

temas que a FGV (nossa banca examinadora) não fogem do tradicional; e em

segundo lugar (porém, o mais importante), porque você foi muito bem

preparado pelo Curso e está pronto para encarar o que vier pela frente!

Dito isso, vamos para as principais dicas de Direito Penal:

(1ª dica) Princípios do Direito Penal:

Lembre-se, inicialmente, que o Direito Penal é estruturado por uma série de

princípios, os quais possuem um viés garantista (pois conformam garantias ao

cidadão, bem como porque são extraídos – direta ou indiretamente – da

própria Constituição de 1988).

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Dentre eles, destacam-se os seguintes:

(a) legalidade (nullum crimen, nulla poena sine lege praevia – art. 1° do CP);

(b) intervenção mínima e fragmentariedade (o Direito penal é a ultima ratio, e

só deve se ocupar dos bens jurídico mais relevantes);

(c) ofensividade (só interesse ao Direito penal as condutas que geram ou

podem gerar lesão à bem jurídico de outrem);

(d) culpabilidade (a responsabilidade penal é subjetiva – demanda prova de

dolo/culpa; e só se pune o agente quando possível recair um juízo de

reprovação sobre sua conduta);

(e) pessoalidade, individualização, proporcionalidade e proibição do bis in

idem (a pena não passará da pessoa do acusado, e deve ser dosada pelo Juiz

caso a caso, de acordo com a gravidade do fato; sendo proibida a dupla

punição);

(f) insignificância e adequação social (não devem ser consideradas como

típicas as condutas socialmente toleráveis e as que não afetem infimamente

um relevante bem tutelado);

(g) humanização (deve ser sempre respeitada a dignidade da pessoa humana).

(2ª dica) Excludentes do crime:

Sob uma perspectiva analítica (visão finalista tradicional – adotada pelo

CP/1940), crime é conduta humana típica, antijurídica e culpável. Assim, o

afastamento de algum destes elementos faz com que o crime deixe de existir.

Neste tocante, são causas que afastam o crime: coação física irresistível, caso

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fortuito, força maior, atos reflexos, estado de inconsciência; princípio da

insignificância e da adequação social, bem como algumas hipóteses de erro de

tipo; estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever

legal, exercício regular de direito e consentimento válido do ofendido;

menoridade, doença mental, desenvolvimento mental incompleto,

embriaguez completa e acidental; o erro de proibição (invencível); e, por fim, a

obediência hierárquica (de ordem não manifestamente ilegal) e a coação moral

irresistível. Sobre o tema, os principais artigos são: art. 20 a 23, 26 a 28 do CP.

(OBS): firme-se, ainda, que o excesso nas justificantes não afastará a

criminalidade da conduta – nos termos do art. 23, § único do CP.

(3ª dica) Erro de tipo e de proibição:

Existem duas grandes hipóteses de erro no Direito Penal, as quais estão

escritas – respectivamente – nos artigos 20 e 21 do CP. O primeiro deles (erro

de tipo) é aquele que recai sobre o próprio fato delitivo, enquanto que o

segundo (erro de proibição) recai sobre o alcance da licitude do ato. Há

também que se lembrar que o erro de tipo pode ou não recair sobre uma

elementar do crime (no primeiro caso, fala-se de “erro essencial” – art. 20,

caput do CP; e, no segundo, de “erro acidental” – sobre o tema, ver artigos 20,

§3°, 73 e 74 do CP). Já o erro de proibição pode ser subdividido em: vencível

(que não afasta o crime) ou invencível (que afasta a culpabilidade do réu,

exatamente por não haver potencial consciência da ilicitude).

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(4ª dica) Dolo x Culpa:

Toda figura típica é composta de um elemento subjetivo (anímico), e é aí que

entra o tema dolo e culpa – art. 18 do CP. Lembre-se que os crimes são, em

regra, apenas dolosos (ou seja, a culpa é uma exceção; nem todo crime admite

a modalidade culposa...!). Lembre-se, ainda, que a primordial diferença entre

o famoso “dolo eventual” e a “culpa consciente” é que, no primeiro, o agente

assume o risco de produzir o resultado delitivo. Por fim, lembre-se que há

crimes “preterdolosos”, que são aqueles onde se verifica o dolo na conduta

antecedente do agente, e culpa no resultado produzido.

(5ª dica) Consumação e tentativa:

Diz-se tentado um crime quando, iniciada a execução, não se consuma por

circunstâncias alheias à vontade do agente. A tentativa figura, em regra, como

uma minorante da pena (reduz a pena de 1/3 a 2/3). Ocorre que alguns crimes

não admitem tentativa (exemplo): culposos, omissivos próprios,

plurissubsistentes e também nas contravenções penais. Por fim, não se pode

confundir a “tentativa pura” (art. 14, II do CP) com a “tentativa abandonada”

(que são os casos de desistência voluntária e arrependimento eficaz - do art. 15

do CP).

(6ª dica) Concurso de Agentes:

É quando mais de um agente concorre para a prática de um mesmo crime,

fala-se em “concurso de agentes” (art. 29 do CP – que adotou, como regra, a

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Teoria Monista). Anote-se, porém, que nas hipóteses de “participação

dolosamente distinta” (do art. 29, §2°), o Código abandona a já citada Teoria

Monista (pois nestes casos, cada agente responderá pelo crime que pretendia

cometer). Vale, por fim, lembrar que o sujeito ativo pode ser: autor, coautor ou

partícipe.

(7ª dica) Concurso de Crimes:

Ocorre quando o sujeito prática, mediante uma ou mais condutas, vários

delitos. Existem três espécies de concurso de crimes: a)concurso material (art.

69 do CP); b)concurso formal (que pode ser: perfeito ou imperfeito - art. 70 do

CP); c)crime continuado (art. 71 do CP). Lembre-se, aqui, que existem duas

formas distinta para a aplicação da pena nestas hipóteses: o primeiro critério é

conhecido como “cúmulo material” (usado nos casos de concurso material e

formal imperfeito); o segundo é conhecido como “exasperação” (usado nos

casos de formal perfeito e de crime continuado – por ser mais benéfico ao réu).

(8ª dica) Espécie de penas e penas vedadas:

A pena é a consequência jurídica da prática de um crime, e o CP prevê três

espécies: a)privativas de liberdade (art. 33 a 37 do CP); b)restritivas de direito

(art. 43 a 48 do CP); c)multa (art. 49 a 52 do CP). Ao seu turno, a Constituição

Federal prevê um rol de penas proibidas – art. 5°, XLVII: morte (salvo em caso

de guerra); perpétuas; trabalhos forçados; banimento; cruéis. No tocante aos

regimes para o cumprimento da pena privativa, o Código trabalha com três

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possibilidades: fechado, semiaberto e aberto (art. 33 CP); lembre-se que para

os crimes hediondos o regime inicial será sempre o fehcado.

(9ª dica) Execução Penal:

Quem regulamenta o tema é a LEP (lei 7.201/84), a qual estabelece uma série

de direitos (art. 40 e 41 LEP) e deveres (art. 38 e 39 LEP) ao preso. Dentre eles,

destaca-se o direito ao trabalho (inclusive fora do estabelecimento prisional

em alguns casos – art. 28 a 36 da LEP). E como benefício pelo trabalho, o preso

perceberá a “remição” da pena (art. 126 LEP = para cada três dias de trabalho,

abate-se um da pena). Por fim, tem-se que o preso que não respeitar as regras

da execução, estará cometendo uma “falta disciplinar” (grave, média ou leve –

art. 49 LEP), e ficará sujeito a uma sanção disciplinar (art. 53 LEP), dentre as

quais se destaca o R.D.D (regime disciplinar diferenciado – art. 52 LEP).

(10ª dica) Prescrição penal:

Por fim, vale lembrar que a Lei 12.234, de 05.05.10 alterou dispositivos que

tratam da prescrição. Dentre as principais alterações, anota-se que a nova

redação do art. 110 do CP alterou a prescrição retroativa (verbis): “A prescrição,

depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou

depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo,

em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou

queixa”. Ressalta-se, ainda, o teor da nova Súmula 438 do STJ: “É inadmissível

a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com

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fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do

processo penal”.

QUESTÕES DO PROF. MARCELO LEBRE:

01. Acerca do significado dos princípios limitadores do poder punitivo estatal, assinale a

opção correta.

A). Segundo o princípio da culpabilidade, o direito penal deve limitar-se a punir as ações

mais graves praticadas contra os bens jurídicos mais importantes, ocupando-se somente de

uma parte dos bens protegidos pela ordem jurídica.

B). De acordo com o princípio da fragmentariedade, o poder punitivo estatal não pode

aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou que lesionem a constituição

físico-psíquica dos condenados por sentença transitada em julgado.

C). Segundo o princípio da ofensividade, no direito penal somente se consideram típicas as

condutas que tenham certa relevância social, pois as consideradas socialmente adequadas

não podem constituir delitos e, por isso, não se revestem de tipicidade.

D). O princípio da intervenção mínima, que estabelece a atuação do direito penal como

ultima ratio, orienta e limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a

criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para a proteção

de determinado bem jurídico.

02. A respeito do tema da retroatividade da lei penal, assinale a afirmativa correta.

(A) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente aplica-se aos fatos

anteriores, com exceção daqueles que já tiverem sido objeto de sentença condenatória

transitada em julgado.

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(B) A lei penal mais gravosa pode retroagir, aplicando-se a fatos praticados anteriormente à

sua vigência, desde que trate de crimes hediondos, tortura ou tráfico de drogas, como

expressamente ressalvado na Constituição.

(C) A lei penal posterior que de qualquer forma favorecer o agente não se aplica aos fatos

praticados durante a vigência de uma lei temporária.

(D) A lei penal posterior que de qualquer forma prejudicar o agente não se aplica aos fatos

praticados anteriormente, salvo se houver previsão expressa na própria lei nova.

03. Acerca do dolo e da culpa, assinale a opção correta.

A. Quando o agente deixa de prever o resultado que lhe era previsível, fica caracterizada a

culpa imprópria e o agente responderá por delito preterdoloso.

B. Quando o agente, embora prevendo o resultado, não deixa de praticar a conduta porque

acredita, sinceramente, que esse resultado não venha a ocorrer, caracteriza-se a culpa

inconsciente.

C. Quando o agente comete erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime, exclui-

se o dolo, embora seja permitida a punição por crime culposo, se previsto em lei.

D. Quando o agente, embora não querendo diretamente praticar a infração penal, não se

abstém de agir e, com isso, assume o risco de produzir o resultado que por ele já havia sido

previsto e aceito, há culpa consciente.

04. São consideradas causas legais de exclusão da ilicitude:

(A) estado de necessidade, legítima defesa e embriaguez voluntária.

(B) estado de necessidade, legítima defesa, coação moral resistível e obediência hierárquica

de ordem não manifestamente ilegal.

(C) estado de necessidade, legítima defesa, coação moral irresistível e obediência

hierárquica de ordem não manifestamente ilegal.

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(D) estado de necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito e estrito

cumprimento do dever legal.

05. São consideradas causas legais de exclusão da culpabilidade:

A. coação moral resistível e obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal.

B. coação física irresistível e obediência hierárquica de ordem não manifestamente legal.

C. coação física resistível e obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal.

D. coação moral irresistível e obediência hierárquica de ordem não manifestamente ilegal.

06. Assinale a afirmativa incorreta.

(A) O erro de tipo incide sobre os elementos que integram o tipo penal, abrangendo

qualificadoras, causas de aumento e agravantes.

(B) O erro de tipo exclui o dolo, mas o comportamento pode ser punido a título culposo se

o erro for escusável (inevitável).

(C) O erro de proibição incide sobre o alcance da ilicitude do fato, atuando como causa

excludente de culpabilidade.

(D) O erro quanto aos pressupostos fáticos de uma causa de exclusão de ilicitude, o erro

quanto à existência de uma causa excludente de ilicitude e o erro quanto aos limites de

uma excludente de antijuridicidade são considerados “descriminantes putativos”.

07. Arlete, em estado puerperal, manifesta a intenção de matar o próprio filho recém

nascido. Após receber a criança no seu quarto para amamentá-la, a criança é levada para

o berçário. Durante a noite, Arlete vai até o berçário, e, após conferir a identificação da

criança, a asfixia, causando a sua morte. Na manhã seguinte, é constatada a morte por

asfixia de um recém nascido, que não era o filho de Arlete. Diante do caso concreto,

assinale a alternativa que indique a responsabilidade penal da mãe.

(A) Crime de homicídio, pois, o erro acidental não a isenta de responsabilidade.

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(B) Crime de homicídio, pois, uma vez que o art. 123 do CP trata de matar o próprio filho

sob influência do estado puerperal, não houve preenchimento dos elementos do tipo.

(C) Crime de infanticídio, pois houve erro quanto à pessoa.

(D) Crime de infanticídio, pois houve erro essencial.

08. Marcus, visando roubar Maria, a agride, causando-lhe lesões corporais de natureza

leve. Antes, contudo, de subtrair qualquer pertence, Marcus decide abandonar a

empreitada criminosa, pedindo desculpas à vítima e se evadindo do local. Maria, então,

comparece à delegacia mais próxima e narra os fatos à autoridade policial.

No caso acima, o delegado de polícia

(A) deverá instaurar inquérito policial para apurar o crime de roubo tentado, uma vez que

o resultado pretendido por Marcus não se concretizou.

(B) nada poderá fazer, uma vez que houve a desistência voluntária por parte de Marcus.

(C).

(D) nada poderá fazer, uma vez que houve arrependimento posterior por parte de Marcus.

09. Acerca da execução penal, assinale a opção correta.

A. É permitido o emprego de cela escura.

B. São permitidas as sanções coletivas.

C. O condenado à pena privativa de liberdade é obrigado a realizar qualquer trabalho que

lhe for conferido, independentemente de suas aptidões e de sua capacidade.

D. O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em

serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da administração direta ou indireta, ou

entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

10. Entre as penas restritivas de direitos previstas no Código Penal, não está incluída

A a perda de bens e valores.

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B a interdição permanente de direitos.

C a prestação de serviço a entidades públicas.

D a prestação pecuniária.

GABARITO

1.D/2.C/3.C/4.D/5.D/6.B/7.C/8.C/9.D/ 10.B

GABARITANDO DIREITO PENAL

PARTE ESPECIAL (CRIMES EM ESPÉCIE)

PROF. FELIPE NOVAES

Professor de Direito Penal do Curso Jurídico;

Doutorando em Direito pela UGF; Mestre em Direito Penal pela UGF;

Professor da EMERJ, do CEJUS (Salvador), da Pós-graduação em Direito Penal e Processual Penal da UGF; Palestrante em diversos Seminários no Brasil.

DICA 1 – O princípio da legalidade, previsto no art.1o do CP e no art. 5o, XXXIX da Constituição, prevê que não ha crimes e penas sem previsão legal. Vale lembrar que este princípio também se aplica às medidas de segurança e as contravenções penais. Dica 2 – O mesmo princípio impede a edição de leis locais (estaduais e municipais), bem como medidas provisórias em matéria penal (art.62, §1o, I, b) da Constituição).

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Dica 3 – O mesmo princípio impede a utilização da analogia em matéria penal, quando utilizada para criar crimes e penas não previstas em lei. Porém a analogia poderá ser empregada em bonam partem. Dica 4 – O CP para determinar o tempo do crime adotou a teoria da atividade, art. 4o, por isso o tempo do crime é o tempo da conduta, ainda que outro seja o do resultado. Esta regra não pode ser confundida com a teoria da ubiqüidade, adotada para determinar o Lugar do Crime, art.6o, que considera praticado o crime tanto no lugar da conduta, no todo ou em parte, bem como o lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Dica 5 – A leis penais benéficas sempre retroagem aos fatos anteriores, mesmo que decididos por sentença transitada em julgado. Esta retroatividade somente não ocorre quando se tratar de leis penais temporárias ou excepcionais, art.3o, que têm ultra-atividade. Dica 6 – A competência para aplicar a lei benéfica depois do trânsito em julgado da sentença condenatória é do juiz da execução penal, conforme entendimento do STF no enunciado 611 da súmula. Dica 7 – A eficácia da lei penal no espaço está regulada pelo princípio da territorialidade, devendo ser aplicada aos crimes ocorridos no território nacional. Há no art.7o situações taxativas de extraterritorialidade são exceções. Dica 8 – O art.7o, I, prevê hipóteses de extraterritorialidade incondicionada, por isso a lei brasileira é aplicada mesmo que condenado ou absolvido o agente no estrangeiro, conforme dispõe o art.7o, §1o. É claro que nessas situações, se o agente for condenado no estrangeiro e cumprir a pena aplicada, haverá compensação da pena cumprida no estrangeiro e aplicada na condenação brasileira, conforme prevê o art.8o do CP. Dica 9 – No art.7o, II e seu §3o, há situações de extraterritorialidade condicionada, as condições estão previstas no §2o, do mesmo artigo, e devem estar todas presentes, a falta de qualquer uma delas impede a aplicação da lei brasileira. Dica 10 – A Lei de Tortura – lei 9455/97 – tem regra específica de extraterritorialidade incondicionada quando o sujeito passivo da tortura for brasileiro e a tortura praticada no estrangeiro. É uma exceção a regra contida no art.7o, §3o do CP, que prevê extraterritorialidade condicionada. Dica 11 – As contravenções penais e os crimes são as duas espécies de infrações penais previstas pela legislação brasileira, foi adotado um sistema bipartido. No Brasil a palavra DELITO é utilizada como sinônimo de CRIME, não há uma classe específica de ilícito penal

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denominada delito. Dica 12 – Principais diferenças entre crime e contravenção penal: a) Gravidade – crimes são mais graves, contravenções menos graves. b) Tentativa – crimes admitem tentativa, contravenções não tem tentativa. c) Extraterritorialidade – os crimes tem regra de extraterritorialidade, as contravenções não admitem, assim a lei de contravenções brasileira somente é aplicável a contravenções ocorridas no Brasil, nunca no estrangeiro. d) Limite de pena – o limite para os crimes é de 30 anos, para as contravenções é de 5 anos. e) Tipo de pena – para os crimes há reclusão ou detenção com ou sem multa. Para as contravenções penais a pena é de prisão simples ou de multa (qualquer uma das duas sozinhas) ou as duas combinadas. Dica 13 – Tentativa perfeita – ocorre somente em crimes materiais quando a execução é todo praticada, mas o resultado não ocorre por circunstância alheia a vontade do agente. Tentativa imperfeita – ocorre em crimes materiais, formais ou de mera conduta, que sejam plurissubsistentes, quando DURANTE a execução do crime for interrompida por circunstância alheia a vontade do agente. Dica 14 – tentativa branca ou incruenta – ocorre quando o bem jurídico não sofre qualquer tipo de lesão como conseqüência da tentativa. Tentativa vermelha ou cruenta – o bem jurídico é lesionado, embora não chegue a consumação. Dica 15 – A tentativa é hipótese de adequação típica mediata ou indireta, que causa diminuição da pena. A pena deverá ser aplicada como no crime consumado, devendo incidir na terceira fase da dosimetria da pena (art.68 critério trifásico) como causa de diminuição de pena. Dica 16 – Não admitem tentativa: 1- Os crimes unissubsistentes – pois dependem de um único ato executório que já causa a consumação, se o agente inicia a execução, pratica o tal ato único, o crime já está consumado, não sendo possível caracterizar a tentativa. 2- Os crimes omissivos próprios – ou o agente se omite e o crime está consumado, ou ele faz o que a lei mandou fazer e não houve crime. ATENÇÃO – os crime omissivos impróprios (comissivos por omissão) admitem tentativa, pois o agente pode se omitir dolosamente e o resultado não ocorrer por circunstâncias alheias a vontade dele. P.ex. a mãe decide parar de alimentar o filho, pretendendo sua morte, o pai percebe o que esta acontecendo e salva a vida da criança. A mãe deverá responder por tentativa de homicídio doloso.

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3- Os crimes culposos – os crimes culposos dependem do resultado, conforme dispõe o art.18,II do CP, por isso se o resultado não ocorre o fato é atípico, não há tentativa. 4- Os crimes preterdolosos, como o resultado qualificador é culposo a tentativa não é possível pelos mesmos motivos acima. 5- Crime habitual próprio– são crimes que exigem uma reiteração da conduta para tipificação do fato, por isso se o agente pratica a conduta uma única vez ou se faz eventualmente o fato é atípico. Assim, a doutrina entende que a tentativa seria atípica já que somente há relevância penal com a repetição habitual da conduta. 6- Crimes de atentado – são crimes que a tentativa é considerada como modalidade consumada no próprio tipo penal, não há aplicação do art.14,II. P.ex. art.352 do CP. 7- Crimes que dependem de resultado para serem punidos – são fatos que somente tem relevância penal quando o resultado ocorre, a relevância penal está vinculada ao resultado. P.ex. art.122 do CP.

8- Contravenções penais – a tentativa não é punível na forma do art.4o da LCP – 3688/41 Dica 17 – Os crimes comissivos são aqueles que o tipo penal prevê uma ação como conduta núcleo do tipo legal. Os omissivos próprios são aqueles que tem a omissão prevista no tipo penal, a omissão é a conduta normal, ordinária, PROPRIA do crime. O crime comissivo por omissão, também chamado de omissivo impróprio, é um crime que deveria ser praticado por ação, mas foi praticado por omissão, somente poderá ser tipificado quando o omitente for garantidor (art.13, §2o). Portanto, os crimes comissivos por omissão ou omissivos impróprios exigem a posição de garantidor do omitente, é essa posição que cria para ele a obrigação de agir para impedir o resultado e torna possível a adequação típica da omissão em tipos que originalmente deveriam ser praticados por ação. Dica 18 – São hipóteses de exclusão da tipicidade – TORNAM O FATO ATÍPICO!!! a) Caso fortuito e força maior – exclui a conduta. b) Hipnose – exclui a conduta. c) Sonambulismo – exclui a conduta. d) Movimento reflexo – exclui a conduta. e) Coação física irresistível – aquela que exclui o controle dos movimentos do corpo – um empurrão por exemplo. – exclui a conduta. f) Erro de tipo inevitável, invencível, escusável – exclui tanto o dolo, quanto a culpa – torna o fato atípico. Já o erro de tipo evitável, vencível ou inescusável somente exclui a tipicidade dolosa, mantém, se previsto em lei, o crime culposo. g) Arrependimento eficaz e desistência voluntária – são excludentes de tipicidade mediata da tentativa, permite que o agente seja punido pelo que ele causou. Por exemplo: tinha o dolo de matar, iniciou os atos executórios, desistiu e com isso não houve a morte. Não

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responde por tentativa de homicídio, mas por qualquer resultado que a vitima tenha sofrido, como uma possível lesão corporal. h) Crime impossível – exclui a tentativa quando por ineficácia absoluta do meio ou absoluta impropriedade do objeto o crime jamais se consumaria. Não há qualquer punição. i) Princípio da insignificância – embora o fato esteja formalmente previsto em lei, não será típico materialmente, pois não houve lesão grave para o bem jurídico tutelado. O fato é atípico. Dica 19 – Excludentes de Antijuridicidade ou Ilicitude: a) art. 23 – Estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito. b) É possível a previsão de outras causas específicas para certos crimes, como ocorre no art.128 para o aborto e no art.36 da 9605/98 para os crimes ambientais. c) A doutrina reconhece uma causa SUPRALEGAL de exclusão da ilicitude – ATENÇÃO – se o consentimento estiver no tipo, será excludente de tipicidade, como ocorre no art.150 (violação de domicílio), mas quando não estiver previsto no tipo será excludente supralegal (não previsto em lei) da antijuridicidade ou ilicitude. Dica 20 – Excludentes de Culpabilidade: a) inimputabilidade penal – art. 26, caput – por doença mental que afasta a capacidade integralmente, torna absolutamente incapaz de se auto-controlar; art.27 – pela menoridade penal (menos de 18 anos); art.28, §1o - por embriaguez completa, proveniente do caso fortuito ou força maior, ATENÇÃO – esta embriaguez deve excluir completamente a capacidade do agente, se somente reduz ele será punido. b) Erro de proibição inevitável, invencível ou escusável – que o ocorre quando o agente sabe o que está fazendo, quer fazer, mas não sabe, nem tinha como saber, que era proibido ( que era ilícito). Se o erro de proibição for vencível, evitável ou inescusável não exclui a culpabilidade, mas diminuirá a pena (art.21, p. Único) c) Coação moral irresistível (a física exclui a tipicidade) e obediência hierárquica, desde que a ordem do superior hierárquico não seja manifestamente ilegal – ATENÇÃO – somente há hierarquia em relações laborativas PÚPLICAS, em relações privadas, familiares ou religiosas - NÃO HÁ hierarquia, pode haver coação, mas nunca hierarquia. OBS – vale lembrar que a embriaguez VOLUNTÁRIA e a CULPOSA não excluem a imputabilidade, aplica-se a teoria da ACTIO LIBERA IN CAUSA. Art.28,II do CP. Dica 21 – Diferença fácil entre erro de tipo e de proibição em questões de caso concreto:

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a) se o agente NÃO SABE O QUE ESTÁ FAZENDO, ou seja, acha que está fazendo uma coisa, mas na verdade está fazendo outra (esta prevista como crimes), estará em erro de tipo, NINGUÉM PODE QUERER FAZER ALGO, SEM SABER O QUE ESTÁ FAZENDO, por isso o erro de tipo exclui o dolo. - TIPICIDADE b) Se o agente SABE O QUE ESTÁ FAZENDO , QUER FAZER, MAS NÃO SABE QUE É CRIME, erra quanto a proibição, quanto a ilicitude do fato, o erro será de proibição, não tem consciência da ilicitude – CULPABILIDADE. Dica 22 – Erro quanto a pessoa – art.20, §3o – quando o agente quer praticar um crime contra uma determinada pessoa e por confusão pratica contra outra pessoa, achando que era a que queria atingir, responde como se tivesse praticado o crime contra quem queria atingir. Dica 23 - A mesma coisa ocorre no ABERRATIO ICTUS, erro na execução, previsto no art.73 do CP, que ocorre quando o agente por erro ou acidente no uso dos meios de execução atinge pessoa diversa da que queria atingir. Devendo responder como se tivesse atingido quem ele queria. P.ex. o policial que mira no sequestrador e, por erro ou acidente no uso da arma, acaba atingindo o refém. Deverá responder como se tivesse atingido o sequestrador e absolvido com base na legitima defesa. Dica 24 – o erro na execução – aberratio ictus – não pode ser confundido com o resultado diverso do pretendido – aberratio criminis – que ocorre quando o agente com o dolo de atingir uma coisa (crime de dano) acaba por atingir uma pessoa. Nessa hipótese o art.74 do CP prevê que o agente deve responder culposamente. Então por ex. Se com o dolo de praticar crime de dano, quer quebrar uma janela, a pedra acaba atingindo uma pessoa, causando lesão corporal, deverá o agente: 1- se a janela não foi quebrada, somente a pessoa atingida – responder somente pela lesão corporal culposa; 2 – se quebrou a janela e atingiu a pessoa – por concurso formal (art.70) entre o crime de dano doloso e o crime de lesão corporal culposa. Dica 25– ABERRATIO CAUSAE – ocorre quando o agente pratica a conduta, com o dolo de causar um determinado resultado, e acredita, por erro, que o resultado foi produzido (na verdade não ocorreu). Então pratica uma segunda conduta, já sem o dolo anterior, e acaba por causar o resultado que queria anteriormente. A doutrina brasileira entende que o agente deverá responder pelo crime consumado, permitindo a extensão do dolo, presente na primeira conduta, ao resultado causado no segundo momento – é o chamado dolo geral. Por ex. O agente com dolo de matar atira na vítima, acredita que causou a morte (que na verdade não aconteceu), então decide ocultar o cadáver jogando em um rio que passa pelo local, com esta segunda conduta causa a morte por afogamento. Deve responder como se tivesse matado na primeira conduta

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Dica 26 – O arrependimento posterior – é causa de diminuição de pena – art.16 – incide na terceira fase da dosimetria - ATENÇÃO – não pode ser confundido com o arrependimento eficaz (este evita a consumação, enquanto o posterior é depois de consumado). O arrependimento posterior tem quatro requisitos – 1 – crime sem violência ou grave ameaça; 2 – reparação integral dos danos; 3 – a reparação deve ser feita até o RECEBIMENTO da denúncia ou da queixa; 4 – por ato VOLUNTáRIO do agente. Dica 27 – Na desistência voluntária e no arrependimento eficaz (art.15), bem como no arrependimento posterior (art.16) a lei exige VOLUNTARIAMENTE, mas NÃO exige que seja ESPONTÂNEO, ou seja, se o agente não pode ser forçado a desistir ou se arrepender, mas a idéia pode partir de terceira pessoa, até da própria vítima. Dica 28 – Dolo direto – quando o agente dirige sua conduta livre e consciente a realizar um determinado resultado, portanto tem uma finalidade, um propósito. Ele QUER realizar a conduta descrita no tipo penal. O dolo direto está regido pela teoria da vontade. Dica 29 – Dolo de primeiro grau – é a vontade de realizar o objetivo principal do agente, aquele objetivo final da conduta, aquilo que ele quer de forma principal, que move sua atuação. Dica 30 – Dolo de segundo grau – é a vontade de realizar qualquer outro resultado que seja necessário, certo, para conseguir alcançar o objetivo principal. São as conseqüências que acontecerão, com certeza, em virtude dos meios empregados para alcançar o objetivo principal. Por ex. Se o agente decide praticar um homicídio, quer a morte de uma determinada pessoa, e seleciona como meio intoxicá-la dentro de uma sala de aula, sabendo que causará necessariamente a morte dos outros alunos, terá dolo de primeiro grau na morte da vitima principal e de segundo grau em todas as demais mortes. Dica 31 - Dolo eventual – há quando o agente prevê o resultado como conseqüência de sua conduta e ACEITA causar tal resultado, ele não quer, mas aceita o resultado como conseqüência de sua conduta. O CP adotou para o dolo eventual a teoria do consentimento, também chamada de teoria do assentimento ou assunção. Dica 32 – Culpa – ocorre crime culposo quando o agente causa um resultado, previsto ou previsível, através de uma conduta de inobservância de deveres objetivos de cuidado. Portanto, são elementos do crime culposo: 1- uma conduta descuidada – imprudência, negligência ou imperícia. 2- um resultado previsível. 3- nexo causal. 4- previsão no tipo penal (só há crime culposo quando expressamente previsto no tipo penal).

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Dica 33 – Culpa consciente – o agente prevê o resultado como conseqüência de sua conduta (até aqui igual ao dolo eventual), mas acredita ser capas de evitá-lo. Nega o resultado, não quer e não aceita causar o resultado. Dica 34 – Culpa inconsciente – o agente NÃO PREVÊ o resultado, embora este resultado fosse previsível. ATENÇÃO – só há crime culposo quando o resultado for ao menos previsível, se o agente prevê a culpa é consciente, se não prevê, embora previsível, a culpa é inconsciente. Dica 35 – Preterdolo – crime preterdoloso é uma das espécies de crime qualificado pelo resultado, ocorre quando o legislador prevê uma qualificadora ou uma causa de aumento de pena exclusivamente culposa para um crime doloso. O agente tem o dolo de causar um determinado resultado e por culpa acaba causando resultado mais grave. Por ex. Lesão corporal seguida de morte (art.129, §3o) o dolo era de lesionar, mas por imprudência no ato de lesão, acaba causando a morte da vítima. Se o dolo fosse de matar haveria homicídio doloso. Dica 36 – a ausência de dolo ou culpa torna o fato atípico. Por ex. Se alguém conduz um veículo automotor com toda a prudência necessária, observando todas as regras de trânsito, e sem querer causar qualquer resultado proibido, mas mesmo assim atropela um pedestre que se atirou na frente do automóvel repentinamente, não há homicídio, nem doloso nem culposo, houve um mero acidente, irrelevante para o direito penal. O fato é atípico! Dica 37 – Teoria da Pena – são espécies de penas – art.32 do CP – as penas privativas de liberdade, as penas restritivas de direitos e as penas de multa. Não há outra espécie de pena, o dispositivo legal é taxativo. Dica 38 – As penas privativas de liberdade podem ser divididas em: 1- prisão simples (exclusiva das contravenções penais) e 2- reclusão ou detenção – para os crimes. As diferenças entre elas são apenas de rigor na execução, não há diferenças essenciais. Dica 39 – as penas restritivas de direitos estão previstas no art.43 que é taxativo, não cabe ao juiz criar outras não previstas. É claro que as leis especiais podem prever outras espécies desde que expressas em lei penal (princípio da legalidade). Dica 40 – as penas restritivas de direitos são autônomas e substitutivas das penas privativas de liberdade. Portanto, cumpridos os requisitos do art.44 do CP o juiz deverá substituir a pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. O Código de Trânsito Brasileiro – lei 9503/97 – apresenta uma exceção a esta regra, nele há previsão de penas privativas de

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liberdade cumuladas com penas restritivas de direitos (proibição de dirigir), devendo o juiz condenar pelas duas penas cumulativamente. Claro que a pena privativa de liberdade poderá ser substituída, desde por outras restritivas, cumpridos os requisitos do art.44 do CP. Dica 41 – as penas de multa são consideradas divida de valor e serão executadas observada a legislação de execução fiscal. Entretanto, não perde a natureza de pena, não podendo ser cobrada do patrimônio herdado pelo herdeiros em caso de morte do condenado (princípio da intranscêndencia penal – art.5,XLV da CRFB/88), pois nenhuma pena passará da pessoa do condenado. Dica 42 – Detração – consiste no abatimento do tempo de prisão processual (temporária, preventiva, flagrante, sentença condenatória não transitada em julgado e sentença de pronúncia) ou de internação cautelar na pena aplicada na condenação ou na medida de segurança. Conforme dispõe o art.42 do CP. Dica 43 – Cabe trabalho externo para o condenado em qualquer dos três regimes – fechado, semiaberto e aberto – art.36 da LEP – 7210/84 Dica 44 – o trabalho do preso não é regido pela CLT, mas é remunerado e gera efeitos previdenciários gerais. Dica 45 – a remição de parte da pena pelo trabalho (ou pelo ESTUDO – STJ – Súmula 341), somente se aplica aos condenados a pena PRIVATIVA DE LIBERDADE, que estejam cumprindo em REGIME FECHADO ou SEMIABERTO – não se aplica no regime ABERTO, no livramento condicional, nas penas restritivas de direitos e na multa. Art.126 da LEP 7210/84 Dica 46 – a remição será considerada como pena cumprida para cálculo de benefícios penais em percentual da pena, como a progressão, o livramento condicional e o indulto art.128 da LEP – 7210/84 Dica 47 – a remição será perdida integralmente em caso de falta disciplinar (art. 127 da LEP – 7210/84) conforme entendimento do STF na Súmula Vinculante n.9. Dica 48 – PODE ser aplicada pena restritiva de direitos aos reincidentes em crimes dolosos, quando for socialmente recomendável, e desde que a reincidência não seja NO MESMO CRIME. Conforme art.44, II e §3o do CP. Dica 49 – O livramento condicional será concedido: art.83 do CP

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a) nos crimes comuns – para primários – 1/3 da pena b) nos crimes comuns – para reincidentes – 1/2 da pena c) nos crimes hediondos ou equiparados – primários (e reincidentes em crimes comuns, não hediondos) – 2/3 da pena. d) Os reincidentes ESPECÍFICOS em crimes hediondos ou equiparados NÃO terão livramento condicional. Dica 50 – Progressão de Regime a) nos crimes comuns – art.112 da LEP – tem direito com 1/6 da pena e bom comportamento. b) Nos crimes hediondos e equiparados – art.2o, §§ 1o e 2o da Lei 8072/90 – se primário 2/5 da pena, se reincidente 3/5 da pena, além de bom comportamento. OBS – MUIIIIIITTTTTOOOOOO IMPORTANTEEEEE – nos crimes hediondos e equiparados praticados até a lei 11464 / 07 – a progressão de regime será com 1/6 da pena (aplica a LEP) é o que dispõe a Súmula Vinculante 26 do STF

QUESTÕES DO PROF. FELIPE NOVAES

01. Paulo e Pedro alugaram um helicóptero e, com a utilização da corda de salvamento, possibilitaram a fuga do chefe da quadrilha a que pertenciam, içando-o do pátio da penitenciária onde cumpria pena privativa de liberdade. Nesse caso, Paulo e Pedro responderão por crime de (A) arrebatamento de preso. (B) fuga de pessoa presa. (C) favorecimento pessoal. (D) evasão mediante violência. 02. Omitir em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de criar obrigação na área contratual, configura delito tipificado como (a) falsidade material. (b) falsificação de documento público no primeiro caso e de documento particular, no segundo. (c) falsidade ideológica. (d) falsificação de papel público, no primeiro caso e de papel particular no segundo. 03. No crime de:

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(A) desobediência, a consumação ocorre, na forma omissiva, quando o agente pratica o ato do qual devia abster-se; na forma comissiva, quando o sujeito devia agir e não o faz no lapso de tempo determinado, não se admitindo, em qualquer caso, a tentativa. (B) concussão por ser de natureza material, a consumação ocorre com a efetiva percepção da vantagem indevida (C) advocacia administrativa não se admite a tentativa. (D) resistência, a consumação ocorre com a prática da violência ou ameaça, sendo dispensável o resultado pretendido pelo agente que é a não-execução do ato legal que, se ocorrer, apenas qualifica o delito. 04. Maria, inconformada com a vitória de Paulo nas eleições para a prefeitura de São João da Aldeia, deu causa a ação de Improbidade administrativa em face de Paulo, imputando-lhe desvio de verba pública, sabendo da sua inocência. Maria cometeu crime de: (A) comunicação falsa de crime; (B) denunciação caluniosa. (C) auto-acusação falsa (D) exercício arbitrário das próprias razões. 05. Mário, revoltado com a conduta do diretor de sua empresa, numa assembléia geral chamou-o de “safado” e, em outra, chamou-o de “ladrão”. Mário cometeu crimes de: (A) injúria. (B) calúnia. (C) difamação. (D) difamação e calúnia, respectivamente 06. Um policial militar negro, no exercício de sua função, foi chamado de "macaco preto": a) Houve crime de desacato. b) Houve crime de racismo. c) Houve crime de desobediência. d) Houve crime de injúria qualificada.

07. Funcionário público que, no exercício de suas funções, exige para si, a fim de liberar pagamento devido a fornecedor do Estado, um percentual do valor a ser creditado, sob pena de retardar o pagamento, comete o crime de: a) concussão em sua forma tentada (art. 316, c/c art. 14, 11, CP), isso caso o credor não aceite pagar a propina. b) peculato consumado (art. 312, CP), se o credor aceita a "oferta" e permite que o funcionário público efetue o desconto do valor combinado de seu crédito, mesmo que depois o agente não venha a ter proveito com o produto do crime.

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c) concussão consumada (art. 316, CP), sendo irrelevante o fato de que tenha o agente obtido ou não o que exigiu da vítima, já que se trata de crime formal. d) corrupção passiva própria, porque o ato funcional era, na origem, lícito, vez que o crédito existia. 08. "A”, servidor público, por negligência, concorre para a prática do crime de peculato, contemplado no art. 312, § 2.°, do Código Penal (peculato culposo). A lei prevê a possibilidade de extinção da punibilidade quando houver a reparação do dano. Tal hipótese: (A) ocorrerá se a reparação do dano se der impreterivelmente até o ofere¬cimento da denúncia. (B) não será possível, pois a lei prevê essa modalidade de extinção da punibilidade somente para particulares. (C) será possível desde que a reparação do dano preceda à sentença. (D) ocorrerá se a reparação do dano se der impreterivelmente até o recebimento da denúncia. 09. 0 pagamento do valor exigido pela Fazenda Pública constitui causa extintiva de punibilidade nos crimes contra a ordem tributária quando o mesmo for efetuado: a) até a publicação da sentença. b) até o trânsito em julgado da sentença condenatória. c) até o recebimento da denúncia pelo juiz. d) a qualquer tempo que seja efetuado. 10. Tranquilino Pacífico, ao ser intimado da execução da penhora de seu imóvel pelo Oficial de justiça, opõe-se, violentamente, ao cumprimento da ordem. In casu houve crime de: a) desacato à autoridade; b) desobediência à ordem judicial; c) resistência; d) corrupção ativa;

GABARITO

1.B/2.C/3.D/4.B/5.A/6.D/7.C/8.C/9.D/10.C

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GABARITANDO PROCESSO PENAL

PROF. RODRIGO BELLO

Professor de Processo Penal do Curso Jurídico (PR), CEJUS (BA) e FORUM(RJ); Advogado Criminalista;

Professor de Direito Processual Penal e Direito Penal em Cursos Jurídicos do Rio de Janeiro, Volta Redonda/RJ e Curitiba/PR.

Pós-Graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Gama Filho/RJ; @BelloRodrigo

www.bellooab.blogspot.com www.belloconcursos.blogspot.com

MSN: [email protected] BelloCiênciaCriminal YahooGrupos (leis novas, jurisprudência

comentada): http://br.groups.yahoo.com/group/bellocienciacriminal/message/5 BelloOAB YahooGrupos (preparação para a guerra do Exame de

Ordem): http://br.groups.yahoo.com/group/bellooab/ FaceBook: http://www.facebook.com/?sk=messages&ref=mb#!/profile.php?id=100001044323251

1. Com a súmula vinculante 14 o advogado tem direito de vista ao

inquérito policial sigiloso com as diligências já documentadas.

2. Com o novo art. 212 as perguntas podem ser feitas diretamente às

testemunhas.

3. O pedido de interceptação telefônica pode ser autorizado de ofício pelo

juiz e excepcionalmente feito oralmente.

4. O crime de falso testemunho permite participação do advogado que

incentiva a testemunha.

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5. Oferecer droga eventualmente para consumo conjunto é modalidade de

tráfico com pena bem menor que o tráfico do art. 33 lei 11.343/06.

6. As medidas despenalizadoras dispostas na lei 9.099/95 são: composição

civil dos danos, transação penal, suspensão condicional do processo e

representação nos crimes de lesão corporal leve e culposa.

7. Permite-se a citação por hora certa no processo penal nos moldes do

CPC.

8. Vigora na ação penal pública os princípios da obrigatoriedade e

indisponibilidade.

9. Vigora na ação penal privada os princípios da oportunidade,

disponibilidade e indivisibilidade.

10. Da decisão de pronúncia e desclassificação cabe recurso em sentido

estrito.

11. Da decisão de impronúncia e absolvição sumária cabe apelação (art. 416

CPP).

12. Prazo para oferecimento da ação penal privada é de 6 meses a contar do

conhecimento da autoria.

13. São hipóteses de prisão em flagrante: facultativo (“qualquer do povo

poderá”) e obrigatório ou compulsório (“autoridades policiais e seus

agentes deverão”).

14. Ainda são hipóteses de flagrante: “está cometendo ou acaba de cometê-

la” – flagrante próprio, real ou perfeito; “perseguido” – impróprio ou

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imperfeito; “encontrado logo após...que faça presumir” – flagrante

presumido ou ficto.

15. São características do inquérito policial: escrito, sigiloso, inquisitório,

dispensável, relativo e oficial.

16. A reprodução simulada dos fatos é permitida em IP, todavia a

participação da defesa não é obrigatória.

17. Senador, Deputado Federal, Presidente do Banco Central e Ministros

possuem foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal.

18. A prerrogativa de função é irrenunciável. Todavia a renuncia ao cargo é

permitida.

19. Ao finalizar o inquérito policial o delegado deve elaborar um relatório

com o resumo das investigações. Na lei de tóxicos (11.343/06) o delegado

deverá, além do relatório, classificar o crime e justificar tal escolha.

20. São novidades da reforma em relação à vítima(ofendido) no processo

penal: indenização no momento da sentença, primeira pessoa ser ouvida

em audiência, acompanhamento processual e assistência

multidisciplinar.

21. Cabe interrogatório por videoconferência de forma excepcional e por

decisão fundamentada do juiz de ofício ou a requerimento das partes

nos seguintes casos: prevenir risco à segurança pública, suspeita de que

o preso integre organização criminosa, fuga, viabilizar a participação,

influência no réu e na testemunha, gravíssima questão de ordem

pública.

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22. São requisitos para a decretação da prisão preventiva: indícios de

autoria, materialidade do crime, garantia da ordem pública, garantia da

ordem econômica, aplicação da lei penal e conveniência da instrução

criminal.

23. No interrogatório, sob pena de nulidade, duas garantias devem ser

respeitadas: direito ao silêncio e a presença da defesa técnica.

24. Devido processo legal são as regras do jogo. Garantia que o acusado tem

de ser respeitada toda a ordem procedimental estabelecida na lei.

25. A resposta do acusado é imprescindível, prazo de 10 dias após o

recebimento da ação penal, e devem ser colocadas todas as teses de

defesa.

26. As alegações finais escritas podem, excepcionalmente, ocorrerem no

procedimento ordinário nos casos de diligências, complexidade do fato

ou o nº de acusados assim exigir. Atualmente a regra são as alegações

finais orais (20min + 10min).

27. Exame de Corpo de Delito Direto = 1 perito ou 2 pessoas com diploma

de curso superior preferencialmente da área da perícia. Exame de Corpo

de Delito Indireto= art. 167 CPP. Prova testemunhal supre a

impossibilidade de realização direta.

28. Único recurso privativo da defesa atualmente são os Embargos

Infringentes e de Nulidade.

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29. Revisão Criminal é meio de impugnação, ação autônoma, também

privativa da defesa e que não tem prazo para ajuizamento, podendo ser

ajuizada nos casos de erros judiciários.

30. Prazo da Prisão Temporária é de 5 dias prorrogável por igual período.

Se for crime hediondo, prazo de 30 dias prorrogável por igual período.

Esta prisão só poderá ser decretada durante o inquérito policial e

independe do alvará de soltura.

31. O princípio da identidade física do juiz se aplica ao processo penal (art.

399§2º CPP). Juiz que preside a instrução deverá ser o juiz a proferir a

decisão final.

32. Emendatio Libelli (art. 383 CPP) – Sem alteração dos fatos narrados na

inicial o magistrado tem liberdade em capitular tanto para melhor

quanto para pior.

33. Mutatio Libelli (art. 384 CPP) – Com a alteração dos fatos narrados na

inicial, durante a instrução, o magistrado deverá provocar o aditamento

da ação penal, pois nesse caso com base no princípio da correlação e da

ampla defesa o juiz não poderá sentenciar.

34. Condições da Ação Penal – possibilidade jurídica do pedido,

legitimidade de causa, interesse de agir e justa causa (art. 395 III CPP).

Justa causa é aquele conjunto probatório mínimo que dá ensejo à

propositura da ação penal.

35. Súmula 704 STF: Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa

e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do

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processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos

denunciados.

36. Súmula 696 STF: Reunidos os pressupostos legais permissivos da

suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de

Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao

Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de

Processo Penal.

37. Súmula 714 STF: É concorrente a legitimidade do ofendido, mediante

queixa, e do Ministério Público, condicionada à representação do

ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor

público em razão do exercício de suas funções.

38. Súmula 723 STF: Não se admite a suspensão condicional do processo

por crime continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave

com o aumento mínimo de um sexto for superior a um ano.

39. Súmula 712 STF: É nula a decisão que determina o desaforamento de

processo da competência do Júri sem audiência da defesa.

40. Súmula 330 STJ: É desnecessária a resposta preliminar de que trata o

artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por

inquérito policial. O STF não concorda com esta súmula.

41. Súmula Vinculante 26: Para efeito de progressão de regime no

cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da

execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.072, de

25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche,

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ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo

determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame

criminológico.

42. São efeitos recursais no processo penal: devolutivo, suspensivo,

extensivo e regressivo (retratação).

43. Artigo 366 CPP: “Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem

constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo

prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das

provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão

preventiva, nos termos do disposto no art. 312.”

44. Art. 265 CPP. O defensor não poderá abandonar o processo senão por

motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa

de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais

sanções cabíveis.

§ 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o

defensor não puder comparecer.

§ 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da

audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato

algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que

provisoriamente ou só para o efeito do ato.

45. O art. 157 §1º CPP trouxe para o processo penal brasileiro a teoria dos

frutos da árvore envenenada.

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46. Cabe assistente técnico no processo penal com atuação permitida após a

autorização do magistrado e poderá elaborar laudo extra-oficial e

quesitos a serem respondidos pelo perito oficial.

47. Art. 427 CPP: “Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver

dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do

acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do

assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do

juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento

para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles

motivos, preferindo-se as mais próximas.”

48. Art. 457 CPP: “O julgamento não será adiado pelo não comparecimento

do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver

sido regularmente intimado”

49. Art. 489 CPP: “As decisões do Tribunal do Júri serão tomadas por

maioria de votos”.

50. Ao proferir sentença penal condenatória: “Art. 387 Parágrafo único. O

juiz decidirá, fundamentadamente, sobre a manutenção ou, se for o caso,

imposição de prisão preventiva ou de outra medida cautelar, sem

prejuízo do conhecimento da apelação que vier a ser interposta.

QUESTÕES DO PROF. RODRIGO BELLO

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1. Deputado federal do Estado do Pará é acusado de matar sua esposa. O crime ocorreu no curso do mandato parlamentar na cidade de Belém. Encerrado o inquérito policial, a denúncia foi oferecida contra o deputado perante o Supremo Tribunal Federal. O processo seguiu seu curso ao longo dos anos e o deputado foi reeleito para outros dois mandatos, quando finalmente o Ministro Relator da ação penal originária pediu data para que fosse iniciado o julgamento pelo Plenário. Com receio de ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal, o deputado renunciou a seu cargo e seu advogado requereu ao Supremo que se declarasse incompetente para processar e julgar aquela ação penal, remetendo-a para um dos Tribunais do Júri de Belém. A esse respeito, assinale a alternativa correta. (A) O deputado federal deveria ter sido processado desde o início perante o Tribunal de Júri, já que se trata de competência fixada na Constituição que prevalece sobre a de prerrogativa de foro. (B) O Supremo Tribunal Federal deve acolher o pedido do advogado e declinar da competência para um dos Tribunais do Júri de Belém. (C) O Supremo Tribunal Federal deve rejeitar o pedido do advogado, pois, fixada a competência do foro por prerrogativa de função, ela não se modifica, mesmo que o réu deixe de ocupar o respectivo cargo. (D) O Supremo Tribunal Federal deve rejeitar o pedido do advogado, pois, dado o tempo já decorrido desde o fato, a remessa do feito à Justiça Comum do Estado do Pará acabará acarretando a prescrição da pretensão punitiva. (E) O Supremo Tribunal Federal deve rejeitar o pedido do advogado, pois o deputado não tinha o direito de renunciar ao cargo apenas para protelar o julgamento, tratando-se de medida claramente protelatória e tumultuária. 2. Relativamente ao tema dos crimes contra a administração pública, analise as afirmativas a seguir. I. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente exerce cargo, emprego ou função pública, excetuados aqueles que não percebam qualquer tipo de remuneração. II. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, mas não quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada para a execução de atividade típica da Administração Pública. III. A pena é aumentada da terça parte quando o autor do crime praticado por funcionário público contra a administração em geral for ocupante de cargo em comissão de órgão da administração direta. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta.

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(B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 3. Assinale a alternativa que apresente uma garantia judicial constante da Convenção Americana sobre Direitos Humanos (pacto de San José da Costa Rica) que não possua correspondente expresso na Constituição de 1988. (A) Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa. (B) Toda pessoa acusada de delito tem direito de não ser obrigado a depor contra si mesma, nem a declarar-se culpada. (C) Toda pessoa acusada de delito tem direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior. (D) O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da justiça. (E) Se depois da perpetração do delito a lei previr a imposição de pena mais leve, o delinqüente será por isso beneficiado. 4.Relativamente aos princípios processuais penais, é incorreto afirmar que: (A) o princípio da presunção de inocência recomenda que em caso de dúvida o réu seja absolvido. (B) o princípio da presunção de inocência recomenda que processos criminais em andamento não sejam considerados como maus antecedentes para efeito de fixação de pena. (C) os princípios do contraditório e da ampla defesa recomendam que a defesa técnica se manifeste depois da acusação e antes da decisão judicial, seja nas alegações finais escritas, seja nas alegações orais. (D) o princípio do juiz natural não impede a atração por continência nos casos em que o co-réu possui foro por prerrogativa de função quando o réu deveria ser julgado por um juiz de direito de primeiro grau. (E) o princípio da vedação de provas ilícitas não é absoluto, sendo admissível que uma prova ilícita seja utilizada quando é a única disponível para a acusação e o crime imputado seja considerado hediondo. 5.João Carvalho, respeitado neurocirurgião, opera a cabeça de José Pinheiro. Terminada a operação, com o paciente já estabilizado e colocado na Unidade de Tratamento Intensivo

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para observação, João Carvalho deixa o hospital e vai para casa assistir ao último capítulo da novela. Ocorre que, pelas regras do hospital, João Carvalho deveria permanecer acompanhando José Pinheiro pelas doze horas seguintes à operação. Como é um fanático noveleiro, João desrespeita essa regra e pede à Margarida, médica da sua equipe, que acompanhe o pós-operatório. Margarida é uma médica muito preparada e tão respeitada e competente quanto João. Margarida, ao ver José Pinheiro, o reconhece como sendo o assassino de seu pai. Tomada por uma intensa revolta e um sentimento incontrolável de vingança, Margarida decide matar aquele assassino cruel que nunca fora punido pela Justiça, porque é afilhado de um influente político. Margarida determina à enfermeira Hortência que troque o frasco de soro que alimenta José, tomando o cuidado de misturar, sem o conhecimento de Hortência, uma dose excessiva de anti-coagulante no soro. José morre de hemorragia devido ao efeito do anti-coagulante. Assinale a alternativa que indique o crime praticado por cada envolvido. (A) João Carvalho: homicídio culposo – Margarida: homicídio doloso – Hortênsia: homicídio culposo. (B) João Carvalho: homicídio culposo – Margarida: homicídio doloso – Hortênsia: não praticou crime algum. (C) João Carvalho: homicídio preterdoloso – Margarida: homicídio culposo – Hortênsia: homicídio culposo. (D) João Carvalho: não praticou crime algum – Margarida: homicídio doloso – Hortênsia: não praticou crime algum. (E) João Carvalho: homicídio culposo – Margarida: homicídio preterdoloso – Hortênsia: não praticou crime algum. 6. João e Marcos decidem furtar uma residência. Vigiam o local até que os proprietários deixem a casa. Tentam forçar as janelas e verificam que todas estão bem fechadas, com exceção de uma janela no terceiro andar da casa. Usando sua habilidade, João escala a parede e entra na casa, pedindo a Marcos que fique vigiando e avise se alguém aparecer. Enquanto está pegando os objetos de valor, João escuta um barulho e percebe que a empregada tinha ficado na casa e estava na cozinha bebendo água. João vai até a empregada (uma moça de 35 anos) e decide constrangê-la, mediante grave ameaça, a ter conjunção carnal com ele. Logo após consumar a conjunção carnal, com a empregada e deixá-la amarrada e amordaçada (mas sem sofrer qualquer outro tipo de lesão corporal), João termina de pegar os objetos de valor e vai ao encontro de Marcos. Ao contar o que fez a Marcos, este o chama de tarado e diz que nunca teria concordado com o que João fizera, mas que agora uma outra realidade se impunha e era preciso silenciar a testemunha. Marcos retorna à casa e mesmo diante dos apelos de João que tenta segurá-lo, utiliza uma pedra de mármore para quebrar o crânio da empregada. Ambos decidem

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ali mesmo repartir os bens que pegaram na casa e seguir em direções opostas. Horas depois, ambos são presos com os objetos. Assinale a alternativa que identifica os crimes que cada um deles praticou. (A) João: furto qualificado e estupro. Marcos: furto qualificado e homicídio qualificado. (B) João: furto qualificado, estupro e homicídio simples. Marcos: furto qualificado, estupro e homicídio qualificado. (C) João: furto simples e estupro. Marcos: furto simples e homicídio qualificado. (D) João: furto simples, estupro e homicídio qualificado. Marcos: furto qualificado, estupro e homicídio simples. (E) João: furto qualificado e estupro. Marcos: furto simples e homicídio qualificado. 7. Jorge é uma pessoa má e sem caráter, que sempre que pode prejudica outra pessoa. Percebendo que Ivete está muito triste e deprimida porque foi abandonada por Mateus, Jorge inventa uma série de supostas traições praticadas por Mateus que fazem Ivete sentir-se ainda mais desprezível, bem como deturpa várias histórias de modo que Ivete pense que nenhum de seus amigos realmente gosta dela. Por causa das conversas que mantém com Jorge, Ivete desenvolve o desejo de autodestruição. Percebendo isso, Jorge continua estimulando seu comportamento autodestrutivo. Quando Ivete já está absolutamente desolada, Jorge se oferece para ajudá-la a suicidar-se, e ensina Ivete a fazer um nó de forca com uma corda para se matar. No dia seguinte, Ivete prepara todo o cenário do suicídio, deixando inclusive uma carta para Mateus, acusando-o de causar sua morte. Vai até a casa de Mateus, amarra a corda na viga da varanda, sobe em um banco, coloca a corda no pescoço e pula para a morte. Por causa do seu peso, a viga de madeira onde estava a corda se quebra e Ivete apenas cai no chão. Como consequência da tentativa frustrada de suicídio, Ivete sofre apenas arranhões leves. Assinale a alternativa que indique a pena a que, por esse comportamento, Jorge está sujeito. (A) Tentativa de homicídio. (B) Lesão corporal leve. (C) Induzimento ou instigação ao suicídio. (D) Auxílio ao suicídio. (E) Esse comportamento não é punível. 8. Relativamente ao Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), analise as afirmativas a seguir:

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I. O Estatuto do Idoso é destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 65 (sessenta e cinco) anos. II. Os crimes definidos no Estatuto do Idoso são de ação penal pública incondicionada, não se lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal. III. Aos crimes previstos no Estatuto do Idoso, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 2 (dois) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 9. João de Souza é investigado juntamente com outras duas pessoas pelo crime de homicídio em um inquérito policial. Intimado para prestar depoimento na delegacia, deixa de comparecer sem oferecer nenhuma justificativa. Novamente intimado, igualmente não comparece. O delegado representa pela sua prisão preventiva sob o argumento de que João se recusa a colaborar com as investigações. O Ministério Público opina favoravelmente à representação e o juiz decreta sua prisão. Posteriormente, é oferecida e recebida denúncia em face dos três investigados. Na audiência de instrução e julgamento, os dois co-réus prestam depoimento e confessam, ao passo que João nega falsamente as acusações, arrolando inclusive testemunhas que também mentiram em juízo. Todos são condenados, sendo certo que João é mantido preso,ao passo que os co-réus têm reconhecido o direito de apelar em liberdade. A pena de João é levemente agravada devido ao fato de ter mentido em juízo e indicado testemunhas que também mentiram, o que permite avaliar sua personalidade como desviada dos valores morais da sociedade. A partir do episódio narrado acima, analise as afirmativas a seguir. I. A prisão preventiva decretada na fase policial e sua manutenção na fase judicial, pelos motivos apresentados, são corretas. II. João não pode ser responsabilizado por mentir em juízo, mas pode ser responsabilizado em razão do comportamento das testemunhas. III. O aumento de pena pelos motivos apresentados é correto, já que previsto no art. 59 do Código Penal.

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Assinale: (A) se nenhuma afirmativa estiver correta. (B) se todas as afirmativas estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 10. João da Silva foi denunciado por homicídio qualificado por motivo fútil. Nos debates orais ocorridos na primeira fase do procedimento de júri, a Defesa alegou que João agira em estrito cumprimento de dever legal, postulando sua absolvição sumária. Ao proferir sua decisão, o juiz rejeitou a tese de estrito cumprimento de dever legal e o pedido de absolvição sumária, e pronunciou João por homicídio simples, afastando a qualificadora contida na denúncia. A decisão de pronúncia foi confirmada pelo Tribunal de Justiça, operando-se a preclusão. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. (A) Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justiça não poderá sustentar a qualificadora de motivo fútil, mas a defesa poderá alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal. (B) Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justiça poderá sustentar a qualificadora de motivo fútil e a defesa poderá alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal. (C) Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justiça não poderá sustentar a qualificadora de motivo fútil e a defesa não poderá alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal. (D) Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justiça poderá sustentar a qualificadora de motivo fútil, mas a defesa não poderá alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal. 11. Em uma briga de bar, Joaquim feriu Pedro com uma faca, causando-lhe sérias lesões no ombro direito. O promotor de justiça ofereceu denúncia contra Joaquim, imputando-lhe a prática do crime de lesão corporal grave contra Pedro, e arrolou duas testemunhas que presenciaram o fato. A defesa, por sua vez, arrolou outras duas testemunhas que também presenciaram o fato. Na audiência de instrução, as testemunhas de defesa afirmaram que Pedro tinha apontado uma arma de fogo para Joaquim, que, por sua vez, agrediu Pedro com a faca apenas para desarmá-lo. Já as testemunhas de acusação disseram que não viram nenhuma arma de fogo em poder de Pedro.

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Nas alegações orais, o Ministério Público pediu a condenação do réu, sustentando que a legítima defesa não havia ficado provada. A Defesa pediu a absolvição do réu, alegando que o mesmo agira em legítima defesa. No momento de prolatar a sentença, o juiz constatou que remanescia fundada dúvida sobre se Joaquim agrediu Pedro em situação de legítima defesa. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. (A) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu. (B) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da acusação. Assim, como o juiz não se convenceu completamente da ocorrência de legítima defesa, deve condenar o réu. (C) O ônus de provar a situação de legítima defesa era da defesa. No caso, como o juiz ficou em dúvida sobre a ocorrência de legítima defesa, deve absolver o réu. (D) Permanecendo qualquer dúvida no espírito do juiz, ele está impedido de proferir a sentença. A lei obriga o juiz a esgotar todas as diligências que estiverem a seu alcance para dirimir dúvidas, sob pena de nulidade da sentença que vier a ser prolatada. 12. Em processo sujeito ao rito ordinário, ao apresentar resposta escrita, o advogado requer a absolvição sumária de seu cliente e não propõe provas. O juiz, rejeitando o requerimento de absolvição sumária, designa audiência de instrução e julgamento, destinada à inquirição das testemunhas arroladas pelo Ministério Público e ao interrogatório do réu. Ao final da audiência, o advogado requer a oitiva de duas testemunhas de defesa e que o juiz designe nova data para que sejam inquiridas. Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta. (A) O juiz deve deferir o pedido, pois a juntada do rol das testemunhas de defesa pode ser feita até o encerramento da prova de acusação. (B) O juiz não deve deferir o pedido, pois o desmembramento da audiência una causa nulidade absoluta. (C) O juiz só deve deferir a oitiva de testemunhas de defesa arroladas posteriormente ao momento da apresentação da resposta escrita se ficar demonstrado que a necessidade da oitiva se originou de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. (D) O juiz deve deferir o pedido, pois apesar de a juntada do rol de testemunhas da defesa não ter sido feita no momento correto, em nenhuma hipótese do processo penal, o juiz deve indeferir diligências requeridas pela defesa. 13. Antônio Ribeiro foi denunciado pela prática de homicídio qualificado, pronunciado nos mesmos moldes da denúncia e submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri em 25/05/2005, tendo sido condenado à pena de 15 anos de reclusão em regime integralmente fechado. A decisão transita em julgado para o Ministério Público, mas a defesa de

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Antônio apela, alegando que a decisão dos Jurados é manifestamente contrária à prova dos autos. A apelação é provida, sendo o réu submeti do a novo Júri. Neste segundo Júri, Antônio é novamente condenado e sua pena é agravada, mas fixado regime mais vantajoso (inicial fechado). A esse respeito, assinale a afirmativa correta. (A) Não cabe nova apelação no caso concreto, em respeito ao princípio da soberania dos veredictos. (B) A decisão do juiz togado foi incorreta, pois violou o princípio do ne reformati o in pejus, cabendo apelação. (C) A decisão dos jurados foi incorreta, pois violou o princípio do tantum devolutum

quantum appelatum. (D) Não cabe apelação por falta de interesse jurídico, já que a fixação do regime inicial fechado é mais vantajosa do que uma pena a ser cumprida em regime integralmente fechado.

GABARITO

1.B/2.C/3.C/4.E/5.D/6.A/7.E/8.B/9.A/ 10.A/11.C/12.C/13.B

GABARITANDO PROCESSO PENAL

PROF. RODRIGO BELLO

Professor de Direito Processual Penal do Curso Jurídico (PR), CEJUS (BA) e FORUM(RJ);

Advogado Criminalista; Professor de Direito Processual Penal e

Direito Penal em Cursos Jurídicos do Rio de Janeiro, Volta Redonda/RJ e Curitiba/PR. Pós-Graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Gama Filho/RJ;

Autor da obra Prática Profissional de Direito Penal Editora Jus Podivum @BelloRodrigo

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1ª Dica – Súmulas 444 e 455 STJ.

Súmula 444: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para

agravar a pena-base.

Súmula 455: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no

artigo 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando

unicamente o mero decurso do tempo.

Em duas recentes súmulas, o STJ demonstra sua preocupação num primeiro momento

com o princípio da presunção de inocência e num segundo momento com a necessidade

de fundamentação das decisões judiciais. Lembrando que a súmula 455 se torna

importante, pois o artigo 366 do CPP, alterado pela reforma de 2008, ainda não caiu no

Exame de Ordem.

2ª Dica – Súmulas 11 e 14 Vinculantes.

Súmula 11: SÓ É LÍCITO O USO DE ALGEMAS EM CASOS DE RESISTÊNCIA E DE

FUNDADO RECEIO DE FUGA OU DE PERIGO À INTEGRIDADE FÍSICA PRÓPRIA

OU ALHEIA, POR PARTE DO PRESO OU DE TERCEIROS, JUSTIFICADA A

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EXCEPCIONALIDADE POR ESCRITO, SOB PENA DE RESPONSABILIDADE

DISCIPLINAR, CIVIL E PENAL DO AGENTE OU DA AUTORIDADE E DE

NULIDADE DA PRISÃO OU DO ATO PROCESSUAL A QUE SE REFERE, SEM

PREJUÍZO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.

Súmula 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos

elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado

por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito

de defesa.

Nestas súmulas vinculantes, mais uma vez vemos nitidamente uma preocupação com o

art. 5º CF, ou seja, uma verdadeira proteção às garantias constitucionais. Na 11, vários

princípios são protegidos, tais como dignidade da pessoa humana, presunção de

inocência, proteção à imagem e honra. Já na súmula vinculante 14 a preocupação se

dirige à publicidade.

3ª Dica – Súmulas 714 e 712 STF.

Súmula Nº 714: É CONCORRENTE A LEGITIMIDADE DO OFENDIDO, MEDIANTE

QUEIXA, E DO MINISTÉRIO PÚBLICO, CONDICIONADA À REPRESENTAÇÃO DO

OFENDIDO, PARA A AÇÃO PENAL POR CRIME CONTRA A HONRA DE

SERVIDOR PÚBLICO EM RAZÃO DO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES.

Súmula Nº 712: É NULA A DECISÃO QUE DETERMINA O DESAFORAMENTO DE

PROCESSO DA COMPETÊNCIA DO JÚRI SEM AUDIÊNCIA DA DEFESA.

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Na súmula 714 temos uma hipótese particular de legitimidade concorrente no que diz

respeito à ação penal. Crimes contra a honra de servidor público. Interessante questão.

Lembrando que a lei 12.033/09 transformou a injúria qualificada em crime de ação penal

pública condicionada à representação.

Já na súmula 712 temos um tema atualmente muito pedido. Tribunal do Júri. O

desaforamento visa proteger a imparcialidade dos julgamento.

3ª Dica – Lei 12.403/11

Minha preocupação é visível com essa lei nova, tendo em vista que na prova passada

não caiu nada relacionado ao tema de prisão. Dois artigos me chamam atenção, não só

pela surpresa, mas também pela forma com que podem ser cobrados pelo examinador,

ao alterar maldosamente os dispositivos legais. O art. 319 traz as medidas cautelares

diversas da prisão e o art. 318 traz os casos de prisão domiciliar. Vejamos:

Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente

for:

I - maior de 80 (oitenta) anos;

II - extremamente debilitado por motivo de doença grave;

III - imprescindível aos cuidados especiais de menor de 6 (seis) anos de idade, ou com

deficiência;

IV - gestante a partir do 7º (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco.

Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos

estabelecidos neste artigo.

Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:

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I - comparecimento periódico em juízo, quando necessário para informar e justificar

atividades;

II - proibição de acesso ou freqüência a determinados lugares quando, por

circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante

desses locais para evitar o risco de novas infrações;

III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias

relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante;

IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente para

a investigação ou instrução;

V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga nos crimes quando o

investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos;

VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica

ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações

penais;

VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência

ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art.

26 do Código Penal) e houver risco de reiteração;

VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do

processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada a

ordem judicial.

IX- monitoração eletrônica.

§ 1º REVOGADO

§ 2º REVOGADO

§ 3º (Revogado).

§ 4º A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título,

podendo ser cumulada com outras medidas cautelares.

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5ª Dica – Reforma de 2008

Leis 11.689/08 (Júri) 11.690/08 (prova) 11.719/08 (procedimento)

Já que falamos do desaforamento, separaria a possibilidade de julgamento sem a

presença do acusado (art. 457 CPP) em plenário e as decisões no tribunal do júri por

maioria (art. 489 CPP).

Em relação ao tema de prova, separaria a teoria dos frutos da árvore envenenada no art.

157 §1° CPP e a possibilidade de dois peritos oficiais, no caso de complexidade,

realizarem a perícia (art. 159 §7º CPP).

Já em relação à lei 11.719/08 separaria os casos de alegações finais escritas por

memoriais no procedimento ordinário (arts. 403§3º e 404§único CPP) – diligências,

número de acusados e complexidade.

6ª Dica – Recursos

Da decisão de pronúncia e desclassificação – cabe Recurso em Sentido Estrito (art. 581 II

e IV CPP). Lembrando que a decisão interlocutória mista da pronúncia é uma decisão

técnica, sem motivação tendenciosa.

Da decisão de absolvição sumária e impronúncia caberá apelação (art. 416 CPP).

7ª Dica – Prova Penal

Casos que cabem o interrogatório por videoconferência:

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Art. 185 § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a

requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de

videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em

tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes

finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)

I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o

preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o

deslocamento; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja

relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra

circunstância pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que

não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art.

217 deste Código; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)

IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei nº 11.900,

de 2009)

8ª Dica – Inusitado – Impedimento e Suspeição

Inaugurando a seção “pensando como o examinador” que gosta de nos brindar com

questões que normalmente não caem em concursos e até às vezes nem estudadas na

faculdade são, duas dicas pontuais de temas isolados no CPP. Na última prova a

“surpresa” veio em dose dupla com uma questão de incidente de falsidade e outra de

exceção.

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Casos de Impedimento:

Art. 252 CPP. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que:

I - tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim, em linha reta ou

colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério

Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito;

II - ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como

testemunha;

III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de

direito, sobre a questão;

IV - ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consangüíneo ou afim em linha reta ou

colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.

Casos de Suspeição:

Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por

qualquer das partes:

I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;

II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo

por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;

III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consangüíneo, ou afim, até o terceiro grau,

inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por

qualquer das partes;

IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;

V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;

Vl - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.

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9ª Dica – Busca Domiciliar

Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.

§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:

a) prender criminosos;

b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;

c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou

contrafeitos;

d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou

destinados a fim delituoso;

e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;

f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder,

quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à

elucidação do fato;

g) apreender pessoas vítimas de crimes;

h) colher qualquer elemento de convicção.

§ 2o Proceder-se-á à busca pessoal quando houver fundada suspeita de que alguém

oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nas letras b a f e letra h do

parágrafo anterior.

Art. 241. Quando a própria autoridade policial ou judiciária não a realizar

pessoalmente, a busca domiciliar deverá ser precedida da expedição de mandado.

Art. 242. A busca poderá ser determinada de ofício ou a requerimento de qualquer

das partes.

10ª Dica – Lei Especial – Interceptação Telefônica – Lei 9.296/96

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Requisitos da interceptação telefônica (um terceiro conversa de outros dois que não

sabem que estão sendo gravados).

a. mandado judicial;

b. apenas para fins criminais;

c. crimes apenados com reclusão;

d. último caso;

e. fato determinado.

QUESTÕES DO PROF. RODRIGO BELLO

1- Dentre as opções abaixo marque a assertiva correta referente a novas medidas

cautelares diversas da prisão trazidas pela lei 12.403/11:

a) Impossibilidade de nos próximos 5(cinco) anos se utilizar de medida desta natureza,

monitoramento eletrônico e recolhimento domiciliar.

b) Recolhimento domiciliar noturno e nos dias de folga em qualquer crime, proibição

de ausentar-se da Comarca e internação provisória nos casos de crimes praticados

com violência ou grave ameaça.

c) Fiança, comparecimento periódico em juízo e suspensão do exercício de função

pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo

receio de sua utilização para a prática de infrações penais.

d) Monitoramento eletrônico, proibição de acesso ou freqüência a determinados

lugares quando por circunstâncias relacionadas ou não ao fato e proibição de manter

contato com pessoa determinada.

2- São legitimados a requerer prisão preventiva:

a) Durante o inquérito e a ação penal, juiz, de ofício, delegado e ministério público.

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b) Delegado e ministério público em qualquer caso.

c) Durante o inquérito, delegado e durante a ação apenas, ministério público, assistente

e querelante.

d) Delegado, ministério público, querelante, assistente e o juiz, de ofício apenas na ação

penal.

3- Caberá prisão domiciliar para:

a) Maior de 70 anos, extremamente debilitado por motivo de doença grave, gestante.

b) Maior de 80 anos, imprescindível aos cuidados especiais de menor de 4 anos,

extremamente debilitado por motivo de deficiência.

c) Maior de 80 anos, gestante a partir do 7º mês ou sendo de alto risco, imprescindível

aos cuidados especiais de menor de 6 anos ou com deficiência.

d) Maior de 65 anos, imprescindível aos cuidados especiais de menor de 6 anos e

gestante a partir do 7º mês.

4- O valor da fiança, segundo a nova lei 12.403/11 recebeu um novo tratamento.

Acerca do tema marque a opção incorreta:

a) Não será concedido fiança aos crimes de racismo, injúria qualificada, tortura, tráfico

ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes

hediondos.

b) A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja

pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 anos.

c) A fiança requerida ao juiz deve ser decidida em 48 horas nos casos de

impossibilidade da concessão pela autoridade policial.

d) A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença

condenatória.

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5- Sobre a lei 12.403/11 em linhas gerais, marque a opção correta:

a) Qualquer agente policial poderá efetuar a prisão determinada no mandado de

prisão registrado no Conselho Nacional de Justiça, ainda que fora da competência

territorial do juiz que a expediu.

b) Havendo dúvidas das autoridades locais sobre a legitimidade da pessoa do executor

ou sobre a identidade do preso, estes deverão imediatamente liberar o custodiado,

sob pena de responsabilidade civil, disciplinar e penal.

c) O preso será informado de seus direitos, nos termos do art. 5º LXIII CF e, caso

autuado não informe o nome de seu advogado, será comunicado à família.

d) O juiz poderá revogar a medida cautelar ou substituí-la quando verificar a falta de

motivo para que a subsista, todavia não poderá voltar a decretá-la.

06 - OAB 2011.1 - Em relação ao incidente de falsidade, é correto afirmar que

(A) se reconhecida a falsidade por decisão irrecorrível, mandará desentranhar o

documento e remetê-lo, com os autos do processo incidente, ao Ministério Público.

(B) arguida, por escrito, a falsidade de documento constante dos autos, o juiz observará

o seguinte processo: mandará autuar em apartado a impugnação e em seguida ouvirá a

parte contrária, que, num prazo de 24 (vinte a quatro) horas, oferecerá resposta.

(C) a arguição de falsidade, feita por procurador, não exige poderes especiais.

(D) o juiz não poderá, de ofício, proceder à verificação da falsidade.

07- OAB 2011.1 - Em relação às exceções previstas na legislação processual penal,

assinale a alternativa correta.

(A) A arguição de suspeição sempre precederá a qualquer outra.

(B) Se for arguida a suspeição do órgão do Ministério Público, o juiz, depois de ouvi-lo,

decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a produção de provas no prazo de 10

(dez) dias.

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(C) Poderá se opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito.

(D) As exceções serão processadas em autos apartados e não suspenderão, em regra, o

andamento da ação penal.

08 - OAB 2011.1 - Acerca das disposições contidas na Lei Processual sobre o Inquérito

Policial, assinale a alternativa correta.

(A) Nos crimes de ação privada, a autoridade policial poderá proceder a inquérito a

requerimento de qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de

infração penal.

(B) Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso

para o tribunal competente.

(C) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado

modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde

que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

(D) A autoridade policial poderá mandar arquivar autos de inquérito.

09 - OAB 2011.1- À luz da lei que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais (Lei

9.099/95), assinale a alternativa correta.

(A) A competência do juizado será determinada pelo lugar em que se consumar a

infração penal.

(B) A citação será pessoal e se fará no próprio juizado, sempre que possível, ou por

edital.

(C) O instituto da transação penal pode ser concedido pelo juiz sem a anuência do

Ministério Público.

(D) Tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de

arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena

restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

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10 - OAB 2011.1 - Levando em consideração as modificações trazidas pela Lei

11.719/08, assinale a alternativa correta.

(A) O Código de Processo Penal admite a figura da citação com hora certa, tal como

ocorre no Código de Processo Civil.

(B) O rito comum ordinário é o reservado aos crimes apenados com reclusão,

independentemente do montante da pena para eles prevista.

(C) Na mutatio libelli (em que a denúncia descreve determinado fato, mas as provas

apontam que o fato delituoso é diverso), o Ministério Público deverá, após encerrada a

instrução probatória, aditar a denúncia no prazo de 5 (cinco) dias sob pena de se operar

a preclusão temporal.

(D) O rito sumário é o reservado para as infrações penais de menor potencial ofensivo.

GABARITO

1.C/2.D/3.C/4.A/5.A/6.A/7.D/8.C/9.D/ 10.A

GABARITANDO DIREITO CONSTITUCIONAL

PROF. RODRIGO PADILHA

Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário

Organização do Estado

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Professor de Direito Constitucional do Curso Jurídico (PR), CEJUS(BA), FORUM (RJ);

Advogado Tributarista; Professor de Direito Constitucional de diversas instituições públicas e

privadas do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Brasília Twitter: @profrpadilha

Facebook: Rodrigo Padilha www.constitucionalonline.com.br

DICA 1. Organização do Estado – Competência.

A. Exclusiva – é a competência administrativa atribuída ao ente federativo,

sem possibilidade de delegação de competência. (Todas hipóteses do art. 21

começam com verbo.)

B. Privativa – é a competência legislativa atribuída ao ente federativo, com

possibilidade de delegação de competência. (Nenhuma hipótese do art. 22

começa com verbo.)

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C. Comum, cumulativa ou paralela – é a competência administrativa pela

qual todos os entes federativos detêm competência sobre determinadas

matérias. (Todas hipóteses do art. 23 começam com verbo).

D. Concorrente – é a competência legislativa pela qual União, Estados e DF

(Município não) detêm competência sobre determinadas matérias. (Nenhuma

hipótese do art. 24 começa com verbo.)

Normalmente, cabe à União para estabelecer normas gerais sobre

determinados assuntos (artigo 24, § 1º) podendo os Estados e o DF desdobrar

essas normas gerais (suplementar - 24, § 2º).

Inexistindo legislação federal sobre normas gerais em matéria de competência

concorrente, os Estados e o DF possuem a faculdade de exercer competência

legislativa plena para atender suas peculiaridades (artigo 24, § 3º). Neste caso,

a superveniência da legislação federal suspende a eficácia da lei estadual no

que lhe for contrária (artigo 24, § 4º) – chamada competência supletiva.

Quadro geral de competência legislativa:

a. Competência privativa da União (artigo 22).

b. Possibilidade de delegação de competência da União para os Estados

(artigo 22, pú).

c. Competência concorrente União, Estado e DF (artigo 24).

d. Competência residual do Estado (artigo 25, § 1º).

e. Competência exclusiva do Município (artigo 30, I).

f. Competência suplementar do Município (artigo 30, II).

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g. Competência reservada do Distrito Federal (artigo 32, § 1º).

DICA 2. Poder Legislativo - Comissão Parlamentar de Inquérito.

CPI São organismos instituídos para apuração de fato determinado por prazo

certo, com poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além

de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, sendo as

conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público para que

promova a apuração da responsabilidade civil e criminal dos infratores.

Não há limitação a sua criação, a Câmara e o Senado, podem, em conjunto ou

separadamente, criar quantas CPI quanto forem necessárias. Essa liberdade de

criação depende do preenchimento de 3 requisitos:

1. Requerimento de pelo menos um terço de membros de cada Casa,

para as respectivas comissões ou de ambas para comissões em conjunto

(comissão mista).

2. Ter por objeto a apuração de fato determinado.

3. Ter prazo certo de funcionamento. (o que não impede a

prorrogações sucessivas, desde que dentro da mesma legislatura).

Limites da CPI: Não são órgãos de acusação ou julgamento, sendo vedada

formular acusações ou punir delitos, nem desrespeitar privilégios contra a

auto-incriminação que assiste a qualquer indiciado ou testemunha, nem

decretar prisão de qualquer pessoa, exceto na hipótese de flagrante. Não

podem ainda determinar a aplicação de medidas cautelares, tais como

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indisponibilidade de bens, arrestos, seqüestro, hipoteca judiciária, proibição

de ausentar-se da comarca ou do país.

As decisões investigatórias da CPI, assim como as de qualquer decisão

judicial, deve ser fundamentada (93,IX) com a indicação específica da

diligência a ser efetuada, estando sujeita ao controle pelo judiciário.

(informativo 158 STF)

Tendo em vista a clausula de reserva jurisdicional, não podem praticar atos

cuja efetivação a Constituição atribui, com absoluta exclusividade, aos

membros do poder judiciário, como não ultrapassar o limite que a CR atribuiu

aos Juízes, tais como, prisão salvo flagrante (5, LXI), busca domiciliar (5, XI) e

autorizar a interceptação e escuta telefônica (5, XII), devendo solicitar ao

órgão jurisdicional competente.

Poderes da CPI: A Jurisprudência do STF já entendeu que podem: Quebrar de

sigilo bancário, fiscal e telefônico. Colher depoimentos, ouvir indiciados,

inquirir testemunhas, notificando-as a comparecer perante ela para depor.

DICA 3. Processo Legislativo – Medida Provisória.

Em caso de relevância e urgência o Presidente da República pode adotar

medida provisória, devendo submeter de imediato ao Congresso Nacional. A

medida provisória tem o prazo de 60 dias, prorrogável uma vez por igual

período.

O Congresso Nacional fará publicar e distribuir avulsos da matéria, e

designará comissão mista, para seu estudo e parecer, antes de serem

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apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do

Congresso Nacional.

A votação deve ter início na Câmara dos Deputados, seguindo depois para o

Senado Federal. No caso de a medida provisória não ser apreciada em até 45

dias contados de sua publicação, ficam sobrestadas, até que se ultime a

votação, todas as demais deliberações legislativas.

Se a medida provisória for aprovada, será convertida em lei ordinária. Caso

seja rejeitada em qualquer das casas, a medida provisória será arquivada.

Neste caso, a comissão mista elaborará projeto de decreto legislativo para

disciplinar as relações jurídicas decorrentes da vigência da medida provisória.

Não editado o decreto legislativo regulamentador em até 60 dias após a

rejeição ou perda da eficácia da medida provisória, as relações jurídicas

constituídas e decorrentes de atos praticados durante a medida provisória

conservar-se-ão por ela regidos (art.62, §11).

É vedada medida provisória sobre matéria relativa a: (art.62 §1)

1. Matéria relativa a nacionalidade cidadania, direitos políticos, partidos

políticos e direito eleitoral (41, I, a)

2. Direito penal, processual penal e processual civil.

3. Organização do Poder Judiciário e do ministério Público e temas

correlatos (§1, I, c ).

4. Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos

adicionais e suplementares.

5. Bens, poupança popular ou ativos financeiros. (§1, II)

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6. Matéria e lei complementar (§1, III).

7. Matéria de projeto de lei aprovado dependente de sanção.(§1, IV)

8. Matérias abordadas por emendas constitucionais entre janeiros de

1995 e setembro de 2001. (art. 246 CR)

DICA 4. Poder Executivo – Processo de impeachment

A denuncia pela prática de crime de responsabilidade cometido pelo

Presidente da República, pode ser apresentada por qualquer cidadão perante

a Câmara dos Deputados (art. 14 Lei 1079/50).

O procedimento é bifásico, dividindo em juízo de admissibilidade e processo

e julgamento.

1ª Fase – Câmara dos Deputados - Juízo de admissibilidade:

A Câmara dos Deputados, em única discussão e votação nominal e

aberta, por 2/3 dos membros pode admitir a acusação, autorizando a

instauração do processo de impeachment (arts. 51,I e 86).

2ª fase – Senado Federal – Processo e julgamento.

Admitida a acusação pela Câmara e instaurado o processo pelo

Senado, que está vinculado à admissibilidade decidida pela Câmara dos

Deputados, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções pelo

prazo de 180 dias (art. 86, §§1,II e 2), assim como no crime comum, exaurido o

prazo ou absolvido, voltará as suas funções regularmente.

No dia do julgamento o Presidente do STF presidirá o ato, submetendo a

votação nominal dos Senadores, entendida como aberta. Para condenação

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necessário quorum qualificado de 2/3 dos votos dos senadores (art. 52,I e 86),

acarretando as sanções de perda do cargo e inabilitação por 8 anos para o

exercício de função pública são aplicados cumulativamente, sem prejuízo das

demais ações judiciais cabíveis (art. 52, pú).

DICA 5. Poder Judiciário – Conselho Nacional de Justiça

(arts. 92, I-A; 103-B; 102, I, r; 52, II CRFB/88).

Observação:

1. Conselho Nacional de Justiça é órgão interno do poder judiciário.

2. Não possui jurisdição.

3. É órgão administrativo encarregado de fiscalizar a atuação

administrativa e financeira o poder judiciário bem como o

cumprimento dos deveres funcionais do magistrado.

4. Seus atos serão julgados pelo STF, mas seus membros serão julgados

pelo Senado Federal caso cometam crime de responsabilidade.

QUESTÕES DO PROF. RODRIGO PADILHA

1. Sobre organização do Estado é correto afirmar:

a. É constitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha sobre sistemas

de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias.

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b. Em matéria de legislação concorrente, não havendo legislação estadual sobre a matéria,

cabe à União suprir a omissão, tanto em aspectos de normas gerais como de normas

específicas.

c. É inconstitucional a lei distrital que regula regula o processo de impeachment do

Governador no âmbito do Poder Legislativo Distrital.

d. Cabe ao Estado-membro criar Distritos no âmbito dos Municípios.

2. Assinale a alterativa correta:

a. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre

brasileiros ou estrangeiros.

b. Na República Federativa do Brasil, a União exerce a soberania do Estado brasileiro e se

constitui em pessoa jurídica de Direito Público Internacional, a fim de que possa exercer o

direito de celebrar tratados, no plano internacional.

c. Por ser a República Federativa do Brasil um Estado laico, a Constituição Federal veda

qualquer forma de aliança com cultos religiosos.

d.Nos termos da Constituição Federal, a criação de novos municípios, que é feita por lei

estadual, só poderá se realizar quando for publicada a lei complementar federal que

disciplinar o período dentro do qual será autorizada essa criação.

3. Assinale a alternativa incorreta:

a. Mesmo que o Município situado num Estado da Federação desobedeça uma decisão de um

tribunal federal, a União não pode promover a intervenção federal nele.

b. A intervenção federal pode ser decretada pelo Presidente da República ou pelo

Presidente do Supremo Tribunal Federal.

c. A decretação de intervenção da União nos Estados, em razão de recusa à execução de lei

federal, dependerá de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação

proposta pelo Procurador-Geral da República.

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d. O decreto de intervenção do Estado no município sempre deverá especificar a

amplitude, o prazo e as condições de execução, sendo submetido à apreciação da

Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas

4. Sobre o Poder Legislativo é correto afirmar:

a. As imunidades de Deputados ou Senadores só podem subsistir durante o estado de sítio

mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos

praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam compatíveis com a execução

da medida.

b. A partir da expedição do diploma, os Deputados e Senadores não poderão ocupar cargo

ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", em pessoa jurídica de direito público,

autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de

serviço público.

c. O Senado compõe-se de três representantes de cada Estado e do Distrito Federal eleitos

segundo o princípio majoritário para mandato de oito anos.

d. Deputado ou Senador que durante o exercício do mandato patrocinar causa em que seja

interessada pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de

economia mista ou empresa concessionária de serviço público poderá perder o mandato

por declaração da Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer

de seus membros, ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada

ampla defesa.

5. Analise os itens a seguir e assinale a alternativa correta:

a. Compete privativamente ao Senado Federal resolver definitivamente sobre tratados,

acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao

patrimônio nacional.

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b. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo de cada Município e do

Distrito Federal eleitos pelo sistema proporcional.

c. As deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos,

presente a maioria absoluta de seus membros, salvo acordo de líderes partidários.

d. As comissões parlamentares de inquérito no âmbito federal podem quebrar sigilo

bancário de investigado independentemente de prévia autorização judicial.

6. Marque a alternativa proposta correção:

a. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, fixar idêntico

subsídio para Deputados Federais e Senadores, assim como para o Presidente, o Vice-

Presidente da República e Ministros de Estado.

b. Compete privativamente ao Senado Federal autorizar, por dois terços de seus membros,

a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os

Ministros de Estado.

c. Compete privativamente à Câmara dos Deputados julgar anualmente as contas prestadas

pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de

governo.

d. Compete privativamente à Câmara dos Deputados proceder à tomada de contas do

Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional dentro de

sessenta dias após abertura da sessão legislativa.

7. A respeito do processo legislativo:

a. O Presidente da República pode delegar a atribuição de editar medidas provisórias aos

Chefes dos demais Poderes da República, em matéria da iniciativa legislativa privativa

destes.

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b. Os pressupostos da urgência e da relevância das medidas provisórias não podem ser

avaliados no âmbito do Poder Judiciário, por se tratar de questão política, infensa à censura

dos juízes.

c. Uma constituição estadual não pode permitir que o governador edite medida provisória -

instrumento normativo apenas admitido no plano federal.

d. Projetos de lei da iniciativa do Presidente da República não podem ser objeto de emenda

parlamentar.

8. É correto afirmar:

a. Uma vez concedida, pelo Congresso Nacional, ao Presidente da República, a delegação

legislativa por este solicitada, não há previsão constitucional de que o Congresso Nacional

possa rejeitar o projeto de lei delegada elaborado pelo Poder Executivo.

b. Uma medida provisória aprovada sem alteração do seu texto original não é encaminhada

à sanção e promulgação pelo Presidente da República, sendo convertida em lei e

promulgada pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional.

c. É viável reforma constitucional que aperfeiçoe o processo legislativo de emenda

constitucional, tornando-o formalmente mais rigoroso.

d. A aprovação de Emenda Constitucional durante o estado de sítio só é possível se os

membros do Congresso Nacional rejeitarem, por quorum qualificado, a suspensão das

imunidades dos Parlamentares durante a execução da medida.

9. No que pertine ao Poder Judiciário:

a. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição,

cabendo-lhe, entre outras funções, processar e julgar, originariamente a homologação de

sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias.

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b. Compete ao Superior Tribunal de Justiça, entre outras funções, processar e julgar,

originariamente, nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os

Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.

c. As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for

domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à

demanda ou onde esteja situada a coisa, ou ainda, no Distrito Federal, mas as causas em

que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte.

d. São órgãos do Poder Judiciário os Tribunais e Juízes Militares, os Tribunais Arbitrais e o

Conselho Nacional de Justiça.

10. Analise a alternativa proposta com incorreção:

a. São órgãos do Poder Judiciário os Tribunais e Juízes Militares, inclusive o Tribunal

Marítimo.

b. A participação em curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e

aperfeiçoamento de magistrados constitui etapa obrigatória do processo de vitaliciamento

do juiz.

c. A lei pode limitar a presença, em determinados atos dos órgãos do Poder Judiciário,

inclusive julgamentos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes.

d As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, inclusive

as disciplinares, que também devem ser tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus

membros.

GABARITO

1c/ 2d/ 3b/ 4c/ 5d/ 6d/ 7b/ 8b/ 9c/ 10a

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GABARITANDO DIREITO CONSTITUCIONAL

Controle de Constitucionalidade, Teoria da Constituição

Direitos e Garantias Fundamentais - PROF. GABRIEL MARQUES

Mestre e Doutorando em Direito do Estado – USP

Professor da Universidade Federal da Bahia (UFBa), Faculdade Ruy Barbosa, Faculdade Baiana de Direito e do Curso CEJUS – BA

www.portalconstitucional.blogspot.com E-mail: [email protected]

Twitter: @gabriel_dmc

DICA 1: Teoria da Constituição No campo da Teoria da Constituição é muito importante saber quais são os principais traços que caracterizam a Constituição Federal de 1988. Seria possível considerá-la, então, como sendo: (1) rígida: o Texto Constitucional sofre processo mais solene e mais dificultoso de mudança comparado às demais leis, sendo relevante lembrar que a alteração do Texto no Brasil exige o quórum de 3/5 dos membros de ambas as Casas do Congresso, em 2 turnos em ambas as Casas; (2) escrita/dogmática: tal característica se explica porque a Constituição é sistematizada em documento único, possuindo grau de organização distinto das chamadas Constituições nãoescritas/ históricas, que se apresentam de modo esparso ao longo do tempo e são o produto de lenta construção; (3) analítica: Constituição exageradamente minuciosa, contemplando diversos detalhes a propósito dos mais variados assuntos, categoria oposta às Constituições chamadas de sintéticas, caracterizadas pela brevidade;

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(4) promulgada ou democrática: a origem do Texto Constitucional teve por base o respeito à soberania popular, categoria oposta às Constituições ditas outorgadas, que são o fruto tão somente de vontade unilateral. DICA 2: Direitos Fundamentais No âmbito dos direitos fundamentais assume enorme relevância o estudo do conteúdo literal do artigo 5º da Constituição. Muitos alunos acreditam que já conhecem o artigo e acabam por desprezá-lo, mas é de extrema relevância analisar com cuidado todos os incisos do artigo, sendo que destacaria, em especial, os seguintes: VIII - em especial, focar a previsão da escusa de consciência, constante no final do dispositivo; XI - analisar as ressalvas à inviolabilidade de domicílio; XVI - lembrar do prévio aviso, sendo desnecessário pedir autorização ao Poder Público; XIX e XX - lembrar da necessidade de decisão transitada em julgado para que ocorra a dissolução de uma associação; XXVII - caberá à legislação estabelecer o tempo de vigência da proteção autoral; XXXIV - desnecessidade de pagar taxas para exercer o direito de petição e para que ocorra a obtenção de certidões. Neste caso, muito importante recordar da comparação com o inciso LXXVI (gratuidade para os reconhecidamente pobres do registro de nascimento e certidão de óbito) e com o inciso LXXVII (gratuidade das ações de habeas corpus e habeas data). XLII e XLIV - a Constituição considera como crimes inafiançáveis e imprescritíveis o racismo e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o regime democrático; XLIII - a Constituição considera como crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os considerados como hediondos; LI - lembrar que nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado que tenha praticado crime comum antes da naturalização ou cometido, a qualquer tempo, o crime de tráfico ilícito de entorpecentes; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, sendo relevante atentar para a impossibilidade, atualmente, da prisão civil do depositário infiel, permanecendo apenas a do devedor alimentício, tendo em vista a adoção da tese da supralegalidade do Pacto de São José da Costa Rica pelo STF, passando a entender, portanto, pela vedação da prisão civil do depositário infiel. DICA 3: Garantias Fundamentais No que tange às garantias fundamentais, a dica anterior também ajuda: a leitura dos incisos

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finais do artigo 5º contempla uma série de remédios constitucionais constantemente cobrados em prova, sendo importante destacar os incisos LXVIII (habeas corpus), LXIX (mandado de segurança individual), LXX (mandado de segurança coletivo), LXXI (mandado de injunção), LXXII (habeas data) e LXXIII (ação popular). DICA 4: Controle de Constitucionalidade O candidato deve ter extremo cuidado ao analisar, a princípio, os pressupostos do controle, lembrando dos critérios da rigidez e supremacia constitucionais como sendo os elementos que explicam, no primeiro caso, o procedimento mais solene e dificultoso de mudança da Constituição (sendo necessário o quórum de 3/5 dos votos dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para sua alteração, em 2 turnos em cada Casa), associado ao patamar mais elevado ocupado pelo Texto Constitucional. Importante reforçar que, segundo a doutrina, seria justamente da rigidez que decorreria a supremacia constitucional, tornando possível construir um modelo de controle. No Brasil, fala-se tanto na existência do chamado controle difuso – de origem norte-americana a partir do caso Marbury v. Madison em 1803 (qualquer Juiz ou Tribunal pode realizar controle de constitucionalidade no caso concreto, exigindo-se dos Tribunais o respeito à cláusula de reserva de plenário – artigo 97 da CF/88 – ou seja, o alcance da maioria absoluta dos seus membros para decretar uma lei inconstitucional) – quanto no chamado controle concentrado – de criação austríaca a partir das idéias de Hans Kelsen em 1920 – exercido por órgãos de cúpula e, de modo especial, pelo STF por meio das ações de controle específicas, abrangendo: (1) a ação direta de inconstitucionalidade (genérica, interventiva ou por omissão); (2) a ação declaratória de constitucionalidade e a (3) arguição de descumprimento de preceito fundamental. O STF realiza tanto controle difuso quanto concentrado, sendo necessário sublinhar que, no caso do difuso, suas decisões são encaminhadas ao Senado Federal, órgão que analisa a conveniência e oportunidade de suspender, para todos, a aplicabilidade de uma lei considerada inconstitucional, nos termos do artigo 52, inciso X, da CF/88. No controle concentrado as decisões do STF já possuem, naturalmente, eficácia erga omnes e efeito vinculante. DICA 5: Controle de Constitucionalidade No âmbito do controle concentrado de constitucionalidade, torna-se importante lembrar qual a finalidade e cabimento de cada ação que existe no sistema brasileiro, nos termos expostos a seguir:

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Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica: serve para questionar lei ou ato normativo federal ou estadual perante a Constituição Federal, sendo utilizada pelos legitimados do artigo 103 da CF/88 e proposta diretamente no Supremo Tribunal Federal. Lembrar que os legitimados do artigo 103 contemplam tanto aqueles que podem manusear a ADI em qualquer caso, chamados de legitimados universais, quanto aqueles que devem demonstrar uma especial relação com o objeto a ser tratado na ação proposta, considerados legitimados especiais, compreendendo, neste caso: (1) o Governador de Estado ou do DF; (2) Mesa de Assembléia Legislativa do Estado ou da Câmara Legislativa do DF; (3) Confederação Sindical; (4) Entidade de Classe de Âmbito Nacional. Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva: serve para questionar em especial o desrespeito aos princípios sensíveis da Constituição Federal, inseridos em seu artigo 34, inciso VII. Apenas quem pode propor a ADI Interventiva é o Procurador-Geral da República (PGR), nos termos do artigo 36, inciso III. Neste caso, uma vez provocado, o STF analisa se houve ou não a ofensa aos princípios sensíveis. Caso tenha ocorrido, requisita ao Presidente da República que decrete a intervenção federal no ente que violou o princípio, sustando, temporariamente, a sua autonomia política. A doutrina costuma dizer, então, que a ADI interventiva contempla um processo jurídico-político, associando a inconstitucionalidade à decisão de intervenção. Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão: serve para questionar a ausência de leis que são necessárias para dar maior concretude aos dispositivos constitucionais que dependem de legislação regulamentadora. Também usada pelos legitimados do artigo 103, trata-se de ação muito parecida com o mandado de injunção, mas que é caracterizada como instrumento do controle concentrado. A decisão do STF, no caso, terá duas possíveis conseqüências: (1) caso a omissão seja fruto de órgão administrativo, este será cientificado para adotar as providências cabíveis em um prazo de 30 dias; (2) caso a omissão seja fruto dos demais Poderes, estes serão cientificados para adotar as providências necessárias para superar a inércia (mora) legislativa. Ação Declaratória de Constitucionalidade: serve para verificar a compatibilidade de uma lei ou ato normativo federal ante a Constituição Federal nos casos em que houver controvérsia judicial relevante acerca de sua aplicação. Também usada pelos mesmos legitimados do artigo 103, o que ocorreu após o advento da Emenda Constitucional nº 45/04. Segundo a doutrina, busca-se a transformação de uma presunção relativa de constitucionalidade numa presunção absoluta, pacificando o entendimento a propósito do tema em decisão dotada de eficácia erga omnes e efeito vinculante. Lembrar que a ADI Genérica e a ADC são ações dúplices ou de natureza ambivalente, o que faz com a improcedência de uma conduza à procedência da outra.

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Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: serve para questionar qualquer a todo Poder Público que ofenda parte substancial da Constituição que represente preceito fundamental, muito embora não haja consenso sobre o seu significado. Utilizada pelos mesmos legitimados do artigo 103, sendo que houve veto do Presidente da República à viabilidade do manuseio da ação por qualquer pessoa prejudicada, o que constava no Projeto Original. Vigora o princípio da subsidiariedade, o que faz com que apenas seja cabível a ADPF quando não houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade, sendo utilizados como parâmetro, normalmente, a inviabilidade de uso das demais ações do controle concentrado. Costuma-se cobrar com freqüência em prova o uso da ADPF questionando direito anterior, por conta de não ser possível, neste caso, a utilização da ADI Genérica.

QUESTÕES DO PROF. GABIEL MARQUES 1. (OAB 2010.3) O Governador de um Estado membro da Federação pretende se insurgir contra lei de seu Estado editada em 1984 que vincula a remuneração de servidores públicos estaduais ao salário mínimo. Os fundamentos de índole material a serem invocados são a ofensa ao princípio federativo e a vedação constitucional de vinculação do salário mínimo para qualquer fim. A ação constitucional a ser ajuizada pelo Governador do Estado perante o Supremo Tribunal Federal, cuja decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do Poder Público, é a (o): (A) ação direta de inconstitucionalidade. (B) mandado de injunção. (C) arguição de descumprimento de preceito fundamental. (D) mandado de segurança coletivo.

2. (OAB 2010.3) A Constituição garante a plena liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar (art. 5°, XVII). A respeito desse direito fundamental, é correto afirmar que a criação de uma associação: (A) depende de autorização do poder público e pode ter suas atividades suspensas por decisão administrativa. (B) não depende de autorização do poder público, mas pode ter suas atividades suspensas por decisão administrativa. (C) depende de autorização do poder público, mas só pode ter suas atividades suspensas por decisão judicial transitada em julgado. (D) não depende de autorização do poder público, mas só pode ter suas atividades suspensas por decisão judicial.

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3. (OAB 2010.2) A obrigatoriedade ou necessidade de deliberação plenária dos tribunais, no sistema de controle de constitucionalidade brasileiro, significa que: (A) somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público. (B) a parte legitimamente interessada pode recorrer ao respectivo Tribunal Pleno das decisões dos órgãos fracionários dos Tribunais Federais ou Estaduais que, em decisão definitiva, tenha declarado a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. (C) somente nas sessões plenárias de julgamento dos Tribunais Superiores é que a matéria relativa a eventual inconstitucionalidade da lei ou ato normativo pode ser decidida. (D) a competência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar toda e qualquer ação que pretenda invalidar lei ou ato normativo do Poder Público pode ser delegada a qualquer tribunal, condicionada a delegação a que a decisão seja proferida por este órgão jurisdicional delegado em sessão plenária. 4. (OAB 2010.2) Declarando o Supremo Tribunal Federal, incidentalmente, a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal em face da Constituição do Brasil, caberá: (A) ao Procurador-Geral da República, como chefe do Ministério Público da União, expedir atos para o cumprimento da decisão pelos membros do Ministério Público Federal e dos Estados. (B) ao Presidente da República editar decreto para tornar inválida a lei no âmbito da administração pública. (C) ao Senado Federal suspender a execução da lei, total ou parcialmente, conforme o caso, desde que a decisão do Supremo Tribunal Federal seja definitiva. (D) ao Advogado-Geral da União interpor o recurso cabível para impedir que a União seja compelida a cumprir a referida decisão. 5. (OAB 2010.1) Assinale a opção correta a respeito da medida cautelar em sede de ação direta de inconstitucionalidade, de acordo com o que dispõe a Lei n.º 9.868/1999: A) Tal medida não poderá ser apreciada em período de recesso ou férias, visto que é imperioso que seja concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do STF, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado. B) Essa medida cautelar só poderá ser concedida se ouvidos, previamente, o advogado-geral da União e o procurador-geral da República. C) A decisão proferida em sede de cautelar, seja ela concessiva ou não, será dotada de eficácia contra todos, com efeito ex nunc, salvo se o STF entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa. D) O relator, em face da relevância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações e a manifestação do

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advogado-geral da União e do procurador-geral da República, sucessivamente, submeter o processo diretamente ao STF, que terá a faculdade de julgar definitivamente a ação. 6) (OAB 2010.1) Considerando as repercussões processuais das garantias constitucionais, assinale a opção correta: A Impõe-se, por ser norma de processo civil, de aplicação imediata, a legislação superveniente à impetração do mandado de segurança. B) A ausência de decisão administrativa em prazo razoável não enseja mandado de segurança, pois o Poder Judiciário não pode fixar prazo para decisões do Poder Executivo. C) Estrangeiro residente no exterior não pode impetrar mandado de segurança no Brasil. D) Mandado de segurança coletivo impetrado pela OAB deve ser ajuizado perante a Justiça Federal, ainda que não se trate de postulação de direito próprio. 7. (OAB 2009.3) No que se refere aos direitos e garantias fundamentais, assinale a opção correta: A) A proteção à reprodução da imagem não abrange as atividades desportivas. B) Aos autores pertence o direito exclusivo de utilização de suas obras, mas não o de reprodução delas. C) O direito de propriedade intelectual abrange tanto a propriedade industrial quanto os direitos do autor. D) Às representações sindicais não é assegurado o direito de fiscalização do aproveitamento econômico de obras criadas por artistas a elas associados. 8. (OAB 2009.3) De acordo com a classificação das constituições, denomina se dogmática a constituição que: A) contém uma parte rígida e outra flexível e sistematiza os dogmas aceitos pelo direito positivo internacional. B) sistematiza os dogmas sedimentados pelos costumes sociais e, também conhecida como costumeira, é modificável por normas de hierarquia infraconstitucional, dada a rápida evolução da sociedade. C) é elaborada, necessariamente, por um órgão com atribuições constituintes e, somente existindo na forma escrita, sistematiza as ideias fundamentais contemporâneas da teoria política e do direito. D) somente pode ser alterada mediante decisão do poder constituinte derivado, sendo também conhecida como histórica. 9. (OAB 2009.3) No que concerne ao controle de constitucionalidade, assinale a opção correta: A) Controle de constitucionalidade consiste na verificação da compatibilidade de qualquer norma infraconstitucional com a CF.

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B) Entre os pressupostos do controle de constitucionalidade, destacam-se a supremacia da CF e a rigidez constitucional. C) O controle concentrado de constitucionalidade origina-se do direito norte-americano, tendo sido empregado pela primeira vez no famoso caso Marbury versus Madison, em 1803. D) O controle concentrado de constitucionalidade permite que qualquer juiz ou tribunal declare a inconstitucionalidade de norma incompatível com a CF. 10. (OAB 2009.2) Assinale a opção correta no que diz respeito ao controle das omissões inconstitucionais: A) A omissão inconstitucional pode ser sanada mediante dois instrumentos: o mandado de injunção, ação própria do controle de constitucionalidade concentrado; e a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, instrumento do controle difuso de constitucionalidade. B) O mandado de injunção destina-se à proteção de qualquer direito previsto constitucionalmente, mas inviabilizado pela ausência de norma integradora. C) A ação direta de inconstitucionalidade por omissão que objetive a regulamentação de norma da CF somente pode ser ajuizada pelos sujeitos enumerados no artigo 103 da CF, sendo a competência para o seu julgamento privativa do STF. D) Na omissão inconstitucional total ou absoluta, o legislador deixa de proceder à completa integração constitucional, regulamentando deficientemente a norma da CF.

GABARITO

1-C/2-D/3-A/4-C/5-D/6-D/7-C/8-C/9-B/10-C

DICAS DIREITO DO TRABALHO

PROFA. JULIANA MONTEIRO

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Professora de Direito e Processo do Trabalho do Curso Jurídico (PR), do Curso Fórum (RJ) e do Curso CEJUS(BA);

Advogada; Graduada em Direito pela UFRJ;

Especialista em Direito pela UERJ ; Mestranda em Direito pela UNESA/RJ;

Professora Universitária do curso de Direito nas disciplinas Direito do Trabalho e Processo do Trabalho nos cursos de Graduação, Pós-Graduação e Preparatório para Concursos da Universidade

Estácio de Sá/RJ; Professora Universitária do curso de Graduação em Gestão de Recursos Humanos na disciplina

Relações Trabalhistas e Sindicais da Universidade Estácio de Sá/RJ; Professora em cursos preparatórios para o exame da OAB e para concursos públicos;

Palestrante em Seminários na área de Direito e de Recursos Humanos Email: [email protected]

facebook: Juliana Monteiro

DICA Nº 1: SÚMULA Nº 428. SOBREAVISO. O uso de aparelho de intercomunicação, a

exemplo de BIP, “pager” ou aparelho celular, pelo empregado, por si só, não caracteriza o

regime de sobreaviso, uma vez que o empregado não permanece em sua residência

aguardando, a qualquer momento, convocação para o serviço. (grifos nossos)

DICA Nº 2: SÚMULA Nº 429. TEMPO À DISPOSIÇÃO DO EMPREGADOR. ART. 4º DA

CLT. PERÍODO DE DESLOCAMENTO ENTRE A PORTARIA E O LOCAL DE

TRABALHO. Considera-se à disposição do empregador, na forma do art. 4º da CLT, o

tempo necessário ao deslocamento do trabalhador entre a portaria da empresa e o local de

trabalho, desde que supere o limite de 10 (dez) minutos diários. (grifos nossos)

DICA Nº 3: SÚMULA Nº 85. COMPENSAÇÃO DE JORNADA. (inserido o item V)

V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na

modalidade “banco de horas”, que somente pode ser instituído por negociação coletiva.

(comentário: acordo coletivo e convenção coletiva) (grifos nossos)

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DICA Nº 4: SÚMULA Nº 291. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO.

INDENIZAÇÃO. (nova redação) A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço

suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao

empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas

suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses

de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas

suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor

da hora extra do dia da supressão. (grifos nossos)

DICA Nº 5: SÚMULA Nº 326. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.

PRESCRIÇÃO TOTAL. (nova redação) A pretensão à complementação de aposentadoria

jamais recebida prescreve em 2 (dois) anos contados da cessação do contrato de trabalho.

SÚMULA Nº 327. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. DIFERENÇAS.

PRESCRIÇÃO PARCIAL. (nova redação) A pretensão a diferenças de complementação de

aposentadoria sujeita-se à prescrição parcial e quinquenal, salvo se o pretenso direito

decorrer de verbas não recebidas no curso da relação de emprego e já alcançadas pela

prescrição, à época da propositura da ação. (grifos nossos)

DICA Nº 6: SÚMULA Nº 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.

LEGALIDADE. (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI)

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem

subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta

culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na

fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço

como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento

das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada.

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VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas

decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. (grifos nossos)

DICA Nº 7: SÚMULA Nº 349. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE HORÁRIO EM

ATIVIDADE INSALUBRE, CELEBRADO POR ACORDO COLETIVO. VALIDADE.

(cancelada) Após o cancelamento, a validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de

compensação de jornada de trabalho em atividade insalubre depende da inspeção prévia

da autoridade competente em matéria de higiene do trabalho (art. 7º, XIII, da CF/1988; art.

60 da CLT). (grifos nossos)

DICA Nº 8: OJ Nº 191. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA OBRA DE

CONSTRUÇÃO CIVIL.RESPONSABILIDADE. (nova redação) Diante da inexistência de

previsão legal específica, o contrato de empreitada de construção civil entre o dono da obra

e o empreiteiro não enseja responsabilidade solidária ou subsidiária nas obrigações

trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo sendo o dono da obra uma empresa

construtora ou incorporadora. (grifos nossos)

DICA Nº 9: OJ Nº 273. "TELEMARKETING". OPERADORES. ART. 227 DA CLT.

INAPLICÁVEL. (cancelada) Após seu cancelamento, entende-se que a jornada reduzida de

que trata o art. 227 da CLT é aplicável, por analogia, ao operador de televendas.

DICA Nº 10: PRECEDENTE NORMATIVO Nº 120. SENTENÇA NORMATIVA.

DURAÇÃO. POSSIBILIDADE E LIMITES. A sentença normativa vigora, desde seu termo

inicial até que sentença normativa, convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de

trabalho superveniente produza sua revogação, expressa ou tácita, respeitado, porém, o

prazo máximo legal de quatro anos de vigência.

DIREITO COLETIVO: ART. 8º CRFB/88 E ART. 611 E segs. CLT

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GREVE. ART. 9º CRFB/88 E LEI 7783/89

DICA Nº 11: ESTABILIDADES NO EMPREGO – em especial:

SÚMULA Nº 369. DIRIGENTE SINDICAL. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. (nova redação

dada ao item II) II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988.

Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3.º, da CLT a sete dirigentes

sindicais e igual número de suplentes. (grifos nossos)

DICAS DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

DICA Nº 1: SÚMULA Nº 426. DEPÓSITO RECURSAL. UTILIZAÇÃO DA GUIA GFIP.

OBRIGATORIEDADE. Nos dissídios individuais o depósito recursal será efetivado

mediante a utilização da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência

Social – GFIP, nos termos dos §§ 4º e 5º do art. 899 da CLT, admitido o depósito judicial,

realizado na sede do juízo e à disposição deste, na hipótese de relação de trabalho não

submetida ao regime do FGTS.

DICA Nº 2: SÚMULA Nº 427. INTIMAÇÃO. PLURALIDADE DE ADVOGADOS.

PUBLICAÇÃO EM NOME DE ADVOGADO DIVERSO DAQUELE EXPRESSAMENTE

INDICADO. NULIDADE. Havendo pedido expresso de que as intimações e publicações

sejam realizadas exclusivamente em nome de determinado advogado, a comunicação em

nome de outro profissional constituído nos autos é nula, salvo se constatada a inexistência

de prejuízo.

DICA Nº 3: SÚMULA Nº 74. CONFISSÃO. (nova redação do item I e inserido o item III)

II - A prova pré-constituída nos autos pode ser levada em conta para confronto com a

confissão ficta (art. 400, I, CPC), não implicando cerceamento de defesa o indeferimento de

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provas posteriores. III- A vedação à produção de prova posterior pela parte confessa

somente a ela se aplica, não afetando o exercício, pelo magistrado, do poder/dever de

conduzir o processo.

DICA Nº 4: SÚMULA Nº 219. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. HIPÓTESE DE

CABIMENTO. (nova redação do item II e inserido o item III) (grifos nossos)

I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, nunca

superiores a 15% (quinze por cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência,

devendo a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e comprovar a

percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação

econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da

respectiva família. (ex-Súmula nº 219 - Res. 14/1985, DJ 26.09.1985)

II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória

no processo trabalhista.

III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure

como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego.

DICA Nº 5: NULIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS ( ART. 794 A 798 CLT)

Art. 794. Nos processos sujeitos à apreciação da Justiça do Trabalho só haverá nulidade

quando resultar dos atos inquinados manifesto prejuízo às partes litigantes.

Art. 795. As nulidades não serão declaradas senão mediante provocação das partes, as

quais deverão argüi-las à primeira vez em que tiverem de falar em audiência ou nos autos.

§ 1º Deverá, entretanto, ser declarada ex officio a nulidade fundada em incompetência de

foro. Nesse caso, serão considerados nulos os atos decisórios.

§ 2º O juiz ou Tribunal que se julgar incompetente determinará, na mesma ocasião, que se

faça remessa do processo, com urgência, à autoridade competente, fundamentando sua

decisão.

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Art. 796. A nulidade não será pronunciada:

a) quando for possível suprir- se a falta ou repetir- se o ato;

b) quando argüida por quem lhe tiver dado causa.

Art. 797. O juiz ou Tribunal que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se

estende.

Art. 798. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou

sejam conseqüência.

DICA Nº 6: ÔNUS DA PROVA (ART. 818 CLT c/c 333 CPC)

• Inversão ônus da prova: SÚM. 212 e 338 TST

• Canceladas:

OJ Nº 215. VALE-TRANSPORTE. ÔNUS DA PROVA. (cancelada) É do empregado o ônus

de comprovar que satisfaz os requisitos indispensáveis à obtenção do vale-transporte;

OJ Nº 301. FGTS. DIFERENÇAS. ÔNUS DA PROVA. LEI Nº 8.036/90, ART. 17. (cancelada)

Definido pelo reclamante o período no qual não houve depósito do FGTS, ou houve em

valor inferior, alegada pela reclamada a inexistência de diferença nos recolhimentos de

FGTS, atrai para si o ônus da prova, incumbindo-lhe, portanto, apresentar as guias

respectivas, a fim de demonstrar o fato extintivo do direito do autor (art. 818 da CLT c/c art.

333, II, do CPC).

DICA Nº 7: PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO (ART. 852-A a 852-I CLT; ART. 895,§ 1º,

CLT e 896, § 6º ,CLT).

DICA Nº 8: EM REGRA, NÃO CABE RECURSO DE REVISTA NA EXECUÇÃO, SALVO

SE FERIR DIRETAMENTE A CONSTITUIÇÃO. (ART. 896, § 2º ,CLT).

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DICA Nº 9: EXECUÇÃO. ART 876 ao 892 CLT. A EXECUÇÃO TRABALHISTA PODE

TER INÍCIO POR INICIATIVA DAS PARTES OU DE OFÍCIO PELO JUIZ.

DICA Nº 10: AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 836 CLT. DEPÓSITO PRÉVIO DE 20% DO

VALOR DA CAUSA, SALVO PROVA DE MISERABILIDADE JURÍDICA DO AUTOR.

QUESTÕES DA PROFA. JULIANA MONTEIRO

DIREITO DO TRABALHO

1 (43º EXAME OAB FGV): João da Silva decidiu ampliar o seu consultório médico e, para

isso, contratou o serviço do empreiteiro Vivaldo Fortuna. Ambos ajustaram o valor de R$

5.000,00, cujo pagamento seria feito da seguinte maneira: metade de imediato e a outra

metade quando do encerramento do serviço. Logo no início dos trabalhos, Vivaldo

contratou os serventes Reginaldo Nonato e Simplício de Deus, prometendo-lhes o

pagamento de um salário mínimo mensal. Ocorre que, passados três meses, Reginaldo e

Simplício nada receberam. Tentaram entrar em contato com Vivaldo, mas este tinha

desaparecido. Por conta disso, abandonaram a obra e ajuizaram uma ação trabalhista em

face de João da Silva, pleiteando os três meses de salários atrasados, além das verbas

resilitórias decorrentes da rescisão indireta provocada por Vivaldo. Diante desse caso

concreto, é correto afirmar que João da Silva:

(A) deve ser condenado a pagar os salários atrasados e as verbas resilitórias decorrentes da

rescisão indireta, uma vez que é o sucessor trabalhista de Vivaldo Fortuna.

(B) deve ser condenado a pagar apenas os salários atrasados, mas não as verbas resilitórias,

uma vez que não foi ele quem deu causa à rescisão indireta.

(C) não deve ser condenado a pagar os salários atrasados e as verbas resilitórias

decorrentes da rescisão indireta, uma vez que a obra não foi devidamente encerrada.

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(D) não deve ser condenado a pagar os salários atrasados e as verbas resilitórias

decorrentes da rescisão indireta, uma vez que é o dono da obra e não desenvolve atividade

de construção ou incorporação.

2 (FGV 42º EXAME) - A respeito do regime de compensação de jornada do banco de

horas, assinale a alternativa correta.

(A) Pode ser instituído mediante acordo, verbal ou por escrito, entre empresa e empregado,

facultando-se a participação dos sindicatos representantes das categorias.

(B) Não admite compensação de jornada que ultrapassar o limite máximo de 10 horas

diárias.

(C) Pode ser compensado após a rescisão do contrato de trabalho, se houver crédito em

favor do trabalhador, respeitado o limite de validade do acordo.

(D) O excesso de jornada a ser compensada não pode exceder, no prazo legal máximo de

um semestre, a soma das jornadas semanais previstas para o período.

3: (FGV - Advogado CODESP - 2010) Em relação à jornada de trabalho marque a

alternativa incorreta:

(A) Os empregados que exercem atividades externas incompatíveis com qualquer

modalidade de controle do empregador e que tenham essa situação anotada na Carteira de

Trabalho e Previdência Social não estão sujeitos à limitação da jornada de trabalho.

(B) A norma constitucional que fixa a jornada normal de trabalho em 8 horas diárias e 44

horas semanais tem natureza imperativa e por isso veda que novas leis ou convenções

coletivas venham a estabelecer jornadas diárias diferenciadas, ainda que a profissão ou a

função se caracterize por singularidade e especialidade.

(C) O tempo de deslocamento, também conhecido com in itinere, corresponde ao lapso

temporal despendido pelo empregado até o trabalho e vice-versa, sendo considerado como

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parte integrante da jornada laboral quando o local de trabalho é de difícil acesso, não

servido por transporte público, e o empregador forneça a condução.

(D) Quando a jornada de trabalho é fixada em 6 horas contínuas, o intervalo será de 15

minutos. Quando for fixada em 7 horas, o intervalo corresponderá à, no mínimo, uma e, no

máximo, duas horas.

(E) A não concessão de intervalos ou redução dos intervalo estabelecidos em lei implica

pagamento equivalente à remuneração do período do intervalo, acrescido de, no mínimo,

50%.

4: (OAB FGV 2011-1) Paulo, empregado da empresa Alegria Ltda., trabalha para a

empresa Boa Sorte Ltda., em decorrência de contrato de prestação de serviços celebrado

entre as respectivas empresas. As atribuições por ele exercidas inserem-se na atividade-

meio da tomadora, a qual efetua o controle de sua jornada de trabalho e dirige a

prestação pessoal dos serviços, emitindo ordens diretas ao trabalhador no desempenho

de suas tarefas.

Diante dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta.

(A)A terceirização é ilícita, acarretando a nulidade do vínculo de emprego com a empresa

prestadora e o reconhecimento do vínculo de emprego diretamente com a empresa

tomadora.

(B)A terceirização é ilícita, acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa

tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora.

(C)A terceirização é lícita, acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa

tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora.

(D)A terceirização é lícita, não acarretando a responsabilidade subsidiária da empresa

tomadora pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora.

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5 - (FGV 42º EXAME): Paulo, empregado de uma empresa siderúrgica, sofreu acidente do

trabalho, entrando em gozo de auxílio-doença acidentário, a partir do décimo sexto dia

de seu afastamento. Durante este período de percepção do benefício previdenciário, ele

foi dispensado sem justa causa por seu empregador. Diante do exposto, assinale a

alternativa correta.

(A) Paulo tem direito a ser reintegrado, com fundamento na garantia provisória de

emprego assegurada ao empregado acidentado.

(B) Paulo tem direito a ser readmitido, com fundamento na garantia provisória de emprego

assegurada ao empregado acidentado.

(C) Paulo tem direito a ser readmitido, em razão da interrupção do contrato de trabalho

que se operou a partir do décimo sexto dia de afastamento.

(D) Paulo tem direito a ser reintegrado, em razão da suspensão do contrato de trabalho que

se operou a partir do décimo sexto dia de afastamento.

6 (OAB): O segurado que tem aposentadoria por invalidez concedida pelo INSS:

(A) tem seu contrato interrompido.

(B) tem seu contrato extinto.

(C) tem o seu contrato suspenso.

(D) poderá trabalhar, mas em turnos reduzidos.

(E) não poderá trabalhar nunca mais, ainda que se recupere da doença que lhe rendeu a

aposentadoria.

7 (36º OAB): Pedro foi eleito para exercer o cargo de diretor da sociedade anônima da

qual já era empregado havia 12 anos. Segundo o estatuto da sociedade anônima, o

mandato de diretor era de 2 anos. Segundo orientação do TST, nessa situação hipotética,

durante o período em que Pedro estiver exercendo o cargo de diretor, seu contrato de

trabalho ficará:

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(A) rescindido.

(B) interrompido.

(C) suspenso.

(D) prorrogado.

8 - (40º OAB): A partir do mês de agosto de 2007, a empresa Pedra Branca Ltda., onde

trabalha Alberto, deixou de pagar os salários dos empregados, alegando sérias

dificuldades financeiras, mas sempre sustentando que viabilizaria novos contratos para

resolver a crise. Durante 4 meses seguidos, Alberto trabalhou sem receber os salários.

Considerando a situação hipotética acima, assinale a opção correta.

(A) Alberto pode pleitear na justiça do trabalho a rescisão indireta do seu contrato de

trabalho, por descumprimento das cláusulas contratuais por parte do empregador.

(B) Alberto pode deixar de trabalhar, por iniciativa própria, até que a empresa regularize o

pagamento dos salários.

(C) Dificuldade financeira grave é motivo justificante para a empresa atrasar

temporariamente o salário dos empregados.

(D) Não existe qualquer tipo de irregularidade praticada pela empresa, que pode atrasar,

por até 6 meses, o pagamento de salários, sem que essa atitude justifique rescisão do

contrato

por parte do empregado.

9 - (43º EXAME OAB FGV): Com relação às estabilidades e às garantias provisórias de

emprego, é correto afirmar que:

(A) o servidor público celetista da administração direta, autárquica ou fundacional não é

beneficiário da estabilidade prevista na Constituição da República de 1988, que se restringe

ao ocupante de cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

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(B) a empregada gestante tem direito à estabilidade provisória na hipótese de admissão

mediante contrato de experiência, uma vez que se visa à proteção do instituto da

maternidade.

(C) os membros do Conselho Curador do FGTS representantes dos trabalhadores, efetivos

e suplentes, têm direito à estabilidade no emprego, da nomeação até um ano após o

término do mandato de representação, somente podendo ser dispensados por motivo de

falta grave, regularmente comprovada por processo sindical.

(D) o registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o

período de aviso prévio não obsta a estabilidade sindical, porque ainda vigente o contrato

de trabalho.

10 - (FGV 42º EXAME): Com relação ao Direito Coletivo do Trabalho, assinale a

alternativa correta.

(A) Acordo coletivo do trabalho é o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou mais

sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de

trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de

trabalho.

(B) Na greve em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os

trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos

usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.

(C) As centrais sindicais, por força de lei, podem celebrar acordos e convenções coletivos de

trabalho.

(D) O recolhimento da contribuição sindical obrigatória (“imposto sindical”) somente é

exigido dos empregados sindicalizados, em face do princípio da liberdade sindical.

GABARITO:

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1) D; 2) B; 3) B; 4) A; 5) D; 6) C; 7) C; 8) A; 9) C; 10) B

QUESTÕES PROCESSO DO TRABALHO

1 - (FGV/2010 - BADESC): Nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho, a demanda

trabalhista contra uma empresa de economia mista, no valor de trinta vezes o salário

mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação, ficará submetida ao

procedimento:

(A) sumário.

(B) sumaríssimo.

(C) ordinário.

(D) especial.

(E) comum.

2 - (40º EXAME): Assinale a opção correta no que diz respeito à interposição de recurso

sob o rito sumaríssimo.

(A) O parecer do representante do MP, se necessário, deve ser escrito e apresentado na

sessão de julgamento do recurso.

(B) Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de

revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do

Trabalho.

(C) O recurso ordinário terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento,

com a indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do voto

prevalente; caso a sentença seja confirmada pelos próprios fundamentos, a certidão de

julgamento, na qual se registra tal circunstância, servirá de acórdão.

(D) Em razão do princípio da celeridade, que norteia todo rito sumaríssimo, o prazo de

interposição do recurso ordinário, em tal hipótese, é reduzido para cinco dias.

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3 - (TRT Paraná 2010): Em uma execução de reclamação trabalhista, foi proferida decisão

em agravo de petição por Turma de Tribunal Regional do Trabalho, que ofendeu direta e

literalmente norma da Constituição Federal. Neste caso:

(A) caberá Embargos de divergência para o Tribunal Superior do Trabalho.

(B) não caberá recurso por expressa disposição legal.

(C) caberá agravo de instrumento.

(D) caberá recurso de revista.

(E) caberá Embargos de divergência para o próprio Tribunal que proferiu a decisão.

4: (FGV 42º EXAME) Com relação às provas no processo do trabalho, assinale a

alternativa correta.

(A) As testemunhas devem ser necessariamente arroladas pelas partes dentro do prazo

estabelecido pelo juiz, a fim de que sejam notificadas para comparecimento à audiência.

(B) Cada uma das partes não pode indicar mais de três testemunhas, inclusive nas causas

sujeitas ao procedimento sumaríssimo, salvo quando se tratar de inquérito para apuração

de falta grave, caso em que este número pode ser elevado a seis.

(C) Na hipótese de deferimento de prova técnica, é vedada às partes a apresentação de

peritos assistentes.

(D) Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente quando a prova do fato o

exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde

logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.

5 - (FGV/2010 - BADESC): Com relação às nulidades nos processos sujeitos à apreciação

da Justiça do Trabalho, analise as alternativas a seguir:

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I. Haverá nulidade quando do ato processual puder resultar prejuízo às partes litigantes,

ou se houver prejuízo ao direito financeiro ou econômico, decorrente do conflito de direito

material.

II. A incompetência do juízo não poderá ser declarada ex officio pelo magistrado, mas

somente arguida pela parte interessada, no primeiro momento em que puder falar nos

autos.

III. A nulidade do ato não prejudicará senão os posteriores que dele dependam ou sejam

consequência.

Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta.

(B) se somente a afirmativa III estiver correta.

(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.

(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.

(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

6 - (FGV - Advogado CODESP - 2010) Em reclamação trabalhista na qual se postulava o

vínculo de emprego, a empresa apresenta defesa em que reconhece a prestação de

serviços do reclamante, sustentando a natureza autônoma da relação. Na ausência total

de provas no processo, a sentença acolheu o pedido e condenou a reclamada a reconhecer

o vínculo de emprego entre as partes. Em relação à decisão assinale a alternativa correta.

(A) È incorreta pois a Vara do Trabalho é incompetente em razão da matéria para apreciar

o pedido de diferenças remuneratórias decorrentes de prestação de serviços autônoma.

(B) É correta ao acolher o pedido sob o argumento de que a relação de emprego precede a

relação de trabalho e se presume em processos trabalhistas;

(C) É correta ao acolher o pedido, com o fundamento de que a reclamada não se

desincumbiu do ônus de comprovar o alegado fato impeditivo do direito postulado;

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(D) È incorreta, tendo que a Vara do Trabalho afrontou os artigos 333,II, CPC e 818 da CLT,

que estabelecem a distribuição do ônus da prova no processo do trabalho;

(E) È suscetível de ser impugnada mediante recurso de apelação, no prazo de 15 dias, tendo

em vista que se trata de discussão de matéria concernente à relação de trabalho, nos termos

do novo artigo 114 da Constituição.

7 - (40º EXAME): Com relação ao princípio da inércia jurisdicional no âmbito da justiça

do trabalho, assinale a opção correta.

(A) A execução, no âmbito da justiça do trabalho, terá início somente quando a parte

interessada requerer o cumprimento da sentença.

(B) O juiz não pode promover, de ofício, a execução.

(C) Tratando-se de decisões dos tribunais regionais, a execução deverá ser promovida,

necessariamente, pelo advogado da parte credora.

(D) A execução poderá ser promovida de ofício.

8 - (FGV 42º EXAME): Segundo a legislação e a jurisprudência sobre a ação rescisória no

Processo do Trabalho, assinale a afirmativa correta.

(A) A decisão que extingue o processo sem resolução de mérito, uma vez transitada em

julgado, é passível de corte rescisório.

(B) É ajuizada independente de depósito prévio, em razão da previsão específica do

Processo do Trabalho.

(C) Quando for de competência originária de Tribunal Regional do Trabalho, admitirá o

recurso de revista para o Tribunal Superior do Trabalho.

(D) A sentença de mérito proferida por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz, uma

vez transitada em julgado, é passível de corte rescisório.

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9 - (40º EXAME): Assinale a opção correta com referência aos recursos no processo do

trabalho.

(A) Nos recursos de revista, assim como nos recursos especiais, o recorrente apenas poderá

fundamentar a afronta a dispositivo de lei federal, cabendo ao STF a análise de afrontas à

CF.

(B) O agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as

matérias e os valores impugnados.

(C) Omissões e contradições podem ser questionadas por intermédio de embargos de

declaração, que deverão ser opostos no prazo de oito dias, contados da publicação da

sentença ou acórdão.

(D) As decisões proferidas pelos TRTs em processos de dissídios coletivos são irrecorríveis.

10 - (FGV 42º EXAME): Com relação à execução trabalhista, assinale a afirmativa correta.

(A) A execução deve ser impulsionada pela parte interessada, sendo vedado ao juiz

promovê-la de ofício.

(B) O termo de compromisso de ajustamento de conduta firmado perante o Ministério

Público do Trabalho, para que possa ser executado no processo do trabalho, depende de

prévia homologação pelo juiz que teria competência para o processo de conhecimento

relativo à matéria.

(C) Conforme disposição expressa na Consolidação das Leis do Trabalho, considera-se

inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais

pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação ou interpretação tidas por incompatíveis

com a Constituição Federal.

(D) Garantida a execução ou penhorados os bens, é de 10 (dez) dias o prazo para o

executado apresentar embargos à execução, cabendo igual prazo ao exequente para

impugnação.

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GABARITO:

1) B; 2) C; 3) D; 4) D; 5) B; 6) C; 7) D; 8) D; 9) B; 10) C

DICAS DIREITO CIVIL

PROF. ROBERTO FIGUEIREDO

Procurador do Estado Bahia. Advogado e Professor

Sócio do Escritório de Advocacia Pedreira Franco Advogados Associados Professor de Direito Civil na Universidade Salvador (UNIFACS)

Professor Convidado da Escola Superior de Magistrados da Bahia – EMAB Professor Convidado da Escola Superior de Advocacia Orlando Gomes – ESAB/OAB

Professor de Direito Civil no Curso Jurídico (PR) e no Curso Fórum (RJ) Professor do Supremo Concursos em Belo Horizonte/MG

Professor e Coordenador do curso de preparação para as carreiras jurídicas – CEJUS Palestrante em eventos e seminários da Ordem dos Advogados do Brasil – Bahia

Palestrante e Autor de Artigos Científicos Mestre em Direito pela Universidade Federal da Bahia

DICA 1 – LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DIREITO BRASILEIRO

Revisar os quatro primeiros artigos da Lei de Introdução às Normas de

Direito Brasileiro (antiga LICC). A FGV ainda não perguntou sobre esse tema

que, quando surge em provas, limita-se aos referidos artigos.

DICA 2 – PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

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Prescrição e decadência. A primeira questão da FGV na OAB envolveu o

referido tema que, costumeiramente, aparece em provas desta instituição.

Vale recordar que a prescrição destrói a pretensão. A decadência destrói o

Direito Potestativo. A prescrição pode ser renunciada tacitamente. Os prazos

de prescrição não podem ser alterados. Não corre prescrição contra

absolutamente incapaz mas corre contra relativamente. O Juiz pode

pronunciar a prescrição de ofício.

DICA 3 – DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

Defeitos do Negócio Jurídico. Dificilmente o candidato deve marcar a hipótese

de inexistência ou ineficácia do Negócio Jurídico, ou seja, pelas estatísticas o

gabarito será pelo Negócio Jurídico nulo ou anulável. A dica está na leitura do

artigo 171 do Código Civil que apresenta as hipóteses de anulação do Negócio

Jurídico (relativamente incapaz, erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e

fraude contra credores). Estas são em regra as hipóteses de anulabilidade. O

resto será hipótese de nulidade absoluta.

DICA 4 – OBRIGAÇÕES

Vale recordar que a obrigação de dar coisa incerta nunca perece (o gênero

nunca perece). Na obrigação de dar coisa certa o problema do perecimento

deve se relacionar com a existência ou ausência de culpa. Inexistindo culpa a

coisa perece em prejuízo do próprio dono, resolvendo-se a obrigação, e

devolvendo-se o preço. Havendo culpa: perdas e danos contra o culpado.

DICA 5 – CONTRATOS

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Apesar de ser o tema relativamente grande, vale à pena reler as disposições

gerais, bem como compra e venda e doação. A OAB sempre pergunta sobre

esse assunto.

DICA 6 – RESPONSABILIDADE CIVIL

Reler os artigos 927, 932, 933, 936 e 937. Lembrar que o incapaz tem

responsabilidade civil condicional e subsidiária (CC, artigo 929) e que também

existe responsabilidade civil mesmo decorrente da prática de ato lícito (CC,

artigos 188 e 928).

DICA 7 – POSSE

Relembrar os conceitos de posse direta X indireta (CC, artigo 1.197), detentor

ou fâmulo da posse (CC, artigo 1.198), com posse (CC, artigo 1.199), posse

justa X injusta (CC, artigo 1.201), de boa-fé (CC, artigo 1.201), e finalmente o

problema das benfeitorias e dos frutos (CC, artigo 1.214, 1.216, 1.217, 1.218,

1.219 e 1.220).

DICA 8 – FAMÍLIA

Quanto ao casamento, ler o parágrafo VI, do artigo 226 da Constituição

Federal e recordar que o instituto da separação foi abolido do ordenamento

jurídico, não mais havendo qualquer prazo para o divórcio, nem de um, nem

de dois anos. Lembrar também que é possível divorciar sem a prévia partilha

de bens.

DICA 9 – AINDA FAMÍLIA

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Ler o artigo 1.641, e lembrar da recente mudança da Lei. Hoje a idade limite

para imposição do regime da separação obrigatória é de 70 anos de idade.

DICA 10 – SUCESSÕES

Lembrar que os herdeiros necessários são apenas os decentes, ascendentes e o

cônjuge (CC, artigo 1.845) e que estes possuem direito à legítima (CC, artigo

1.789). Ver também a sucessão na União Estável (CC, artigo 1.790) e a sucessão

no casamento (CC, artigo 1.829).

QUESTÕES DO PROF. ROBERTO FIGUEIREDO

01. (OAB 2009.1) A respeito das regras do domicílio, assinale a opção incorreta.

a) Admite-se que uma pessoa possa ter domicílio sem possuir residência determinada, ou

que esta seja de difícil identificação.

b) Caso um indivíduo possua diversas residências onde viva alternadamente, qualquer

uma delas pode ser considerada o seu domicílio.

c) A mera troca de endereço não caracteriza, por si só, mudança de domicílio.

d) O domicílio civil é formado pelo elemento objetivo, que consiste na residência, sendo

despiciendo averiguar-se o elemento subjetivo.

02. (TCM RJ 2009)A respeito dos bens públicos, é correto afirmar que:

a) são inalienáveis, exceto quando desafetados, autorizando a lei ordinária sua venda.

b) são inalienáveis, exceto se lei complementar autorizar sua alienação.

c) são sempre inalienáveis.

d) são inalienáveis, se forem de uso especial.

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e) são inalienáveis, se forem de uso comum.

03. (Advogado – Agência SC 2008) Empédocles, administrador de empresas, outorga

mandato a Rupestre da Silva, corretor de imóveis, com o fito de alienação de bem imóvel

de propriedade do mandante. O instrumento é lavrado em Cartório de Notas, com a

outorga dos poderes gerais e especiais de alienar, hipotecar, transigir e firmar

compromisso. Após as diligências necessárias, o mandatário obtém de Mévio, as

condições necessárias para a aquisição do referido bem, sendo designada data para a

realização da escritura pública de compra e venda. Antes do ato, Rupestre é comunicado

do falecimento do mandante e, incontinenti, comunica a circunstância ao comprador que,

prontamente, aquiesce com o adiamento do negócio, para regularização dos sucessores.

Diante desses fatos e à luz da legislação civil em vigor, analise as afirmativas a seguir.

I. Sendo a situação de urgência o negócio poderia ser ultimado, o que inocorreu no caso em

tela.

II. Com os poderes especificados no mandato, poderia ocorrer o negócio em foco.

III. O mandato para alienação de bem imóvel poderia ser conferido por instrumento

particular.

Assinale:

a) se somente a afirmativa I for verdadeira.

b) se somente as afirmativas I e II forem verdadeira.

c) se somente as afirmativas I e III forem verdadeiras.

d) se somente as afirmativas II e III forem verdadeiras.

e) se todas as afirmativas forem verdadeiras.

04. (OAB 2010.3) Danilo celebrou contrato por instrumento particular com Sandro, por

meio do qual aquele prometera que seu irmão, Reinaldo, famoso cantor popular,

concederia uma entrevista exclusiva ao programa de rádio apresentado por Sandro, no

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domingo seguinte. Em contrapartida, caberia a Sandro efetuar o pagamento a Danilo de

certa soma em dinheiro. Todavia, chegada a hora do programa, Reinaldo não compareceu

à rádio. Dias depois, Danilo procurou Sandro, a fim de cobrar a quantia contratualmente

prevista, ao argumento de que, embora não tenha obtido êxito, envidara todos os

esforços no sentido de convencer o seu irmão a comparecer.

a) A respeito da situação narrada, é correto afirmar que Sandro não está obrigado a

efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este assumida é de resultado,

sendo, ainda, autorizado a Sandro obter ressarcimento por perdas e danos de Danilo.

b) não está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, por ser o contrato nulo, tendo em

vista que Reinaldo não é parte contratante.

c) está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este assumida é de

meio, restando a Sandro o direito de cobrar perdas e danos diretamente de Reinaldo.

d) está obrigado a efetuar o pagamento a Danilo, pois a obrigação por este assumida é de

meio, sendo incabível a cobrança de perdas e danos de Reinaldo.

05. (OAB 2010.2) Com relação ao regime da solidariedade passiva, é correto afirmar que:

a) cada herdeiro pode ser demandado pela dívida toda do devedor solidário falecido.

b) com a perda do objeto por culpa de um dos devedores solidários, a solidariedade

subsiste no pagamento do equivalente pecuniário, mas pelas perdas e danos somente

poderá ser demandado o culpado.

c) se houver atraso injustificado no cumprimento da obrigação por culpa de um dos

devedores solidários, a solidariedade subsiste no pagamento do valor principal, mas

pelos juros da mora somente poderá ser demandado o culpado.

d) as exceções podem ser aproveitadas por qualquer dos devedores solidários, ainda que

sejam pessoais apenas a um deles.

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06. (OAB 2010.2) João prometeu transferir a propriedade de uma coisa certa, mas antes

disso, sem culpa sua, o bem foi deteriorado. Segundo o Código Civil, ao caso de João

aplica-se o seguinte regime jurídico:

a) a obrigação fica resolvida, com a devolução de valores eventualmente pagos.

b) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra.

c) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e abati mento

no preço proporcional à deterioração.

d) a obrigação poderá ser resolvida, com a devolução de valores eventualmente pagos, ou

subsisti r, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e abati mento no preço

proporcional à deterioração, cabendo ao credor a escolha de uma dentre as duas

soluções.

07. (OAB 2010.2) Passando por dificuldades financeiras, Alexandre instituiu uma

hipoteca sobre imóvel de sua propriedade, onde reside com sua família. Posteriormente,

foi procurado por Amanda, que estaria disposta a adquirir o referido imóvel por um

valor bem acima do mercado. Consultando seu advogado, Alexandre ouviu dele que não

poderia alienar o imóvel, já que havia uma cláusula na escritura de instituição da

hipoteca que o proibia de alienar o bem hipotecado. A opinião do advogado de

Alexandre:

a) está incorreta, porque a hipoteca instituída não produz efeitos, pois, na hipótese, o

direito real em garanti a ser instituído deveria ser o penhor.

b) está incorreta, porque Alexandre está livre para alienar o imóvel, pois a cláusula que

proíbe o proprietário de alienar o bem hipotecado é nula.

c) está incorreta, uma vez que a hipoteca é nula, pois não é possível instituir hipoteca sobre

bem de família do devedor hipotecário.

d) está correta, porque em virtude da proibição contratual, Alexandre não poderia alienar o

imóvel enquanto recaísse sobre ele a garanti a hipotecária.

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08. (OAB 2010.3)Ricardo, buscando evitar um atropelamento, realiza uma manobra e

atinge o muro de uma casa, causando um grave prejuízo. Em relação à situação acima, é

correto afirmar que Ricardo

a) não responderá pela reparação do dano, pois agiu em estado de necessidade.

b) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em estado de necessidade.

c) responderá pela reparação do dano, apesar de ter agido em legítima defesa.

d) Praticou um ato ilícito e deverá reparar o dano.

09. (OAB 2010.3) Mathias, solteiro e capaz, com 65 anos de idade, e Tânia, solteira e

capaz, com 60 anos de idade, conheceram-se há um ano e, agora, pretendem se casar. A

respeito da situação narrada, é correto afirmar que Mathias e Tânia:

a) deverão, necessariamente, celebrar pacto antenupcial optando expressamente pelo

regime da separação de bens.

b) poderão casar-se pelo regime da comunhão parcial de bens, desde que obtenham

autorização judicial, mediante a prévia demonstração da inexistência de prejuízo para

terceiros.

c) poderão optar livremente dentre os regimes de bens previstos em lei, devendo celebrar

pacto antenupcial somente se escolherem regime diverso da comunhão parcial de bens.

d) somente poderão se casar pelo regime da separação obrigatória de bens, por força de lei

e independentemente da celebração de pacto antenupcial.

10. (OAB 2010.2) Em 2004, Joaquim, que não tinha herdeiros necessários, lavrou um

testamento contemplando como sua herdeira universal Ana. Em 2006, arrependido,

Joaquim revogou o testamento de 2004, nomeando como seu herdeiro universal Sérgio.

Em 2008, Sérgio faleceu, deixando uma filha Catarina. No mês de julho de 2010, faleceu

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Joaquim. O único parente vivo de Joaquim era seu irmão, Rubens. Assinale a alternativa

que indique a quem caberá a herança de Joaquim.

a) Rubens.

b) Catarina.

c) Ana.

d) A herança será vacante.

GABARITO

1.D/2.A/3.B/4.A/5.B/6.D/7.B/8.B/9.C/ 10.C

DICAS DIREITO PROCESSUAL CIVIL

PROF. PAULO RIBAS

Professor de Processo Civil do Curso Jurídico; Advogado;

Especialista pelo Instituto Romeu Felipe Bacellar; Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná;

Professor universitário – PUCPR Professor convidado – Escola Superior da Advocacia;

Autor e coordenador de obras jurídicas.

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DICAS RÁPIDAS

1. Condições da ação

As condições da ação (legitimidade de partes, interesse processual,

possibilidade jurídica do pedido), podem ser aferidas de ofício e alegadas em

qualquer tempo e grau de jurisdição. Porém, o réu que não as alegar na

primeira oportunidade que tiver para falar nos autos (em regra na

contestação, em sede de preliminar), arcará com as custas de retardamento

(com fundamento no princípio da causalidade).

2. Curador especial

O juiz nomeará curador especial ao: incapaz sem representante legal ou

quando seus interesses forem colidentes ao de seu representante; réu preso;

revel citado por edital ou com hora certa.

3. Honorários sucumbenciais

Os honorários sucumbenciais serão fixados entre 10% e 20% sobre o valor da

condenação (não é sobre o valor da causa), observado o zelo do advogado, o

lugar de prestação de serviço, a natureza e importância da causa. Porém, serão

fixados conforme apreciação equitativa do juiz (não limitado ao percentual

acima referido), nas causas de pequeno valor, de valor inestimável, quando

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não houver condenação, quando for vencida a Fazenda Pública e nas

execuções.

4. Litisconsórcio

Havendo excessivo número de litisconsortes, o juiz pode, a fim de não

dificultar a defesa ou prejudicar o andamento processual, limitar o número de

litisconsortes. Porém, tal limitação somente pode ocorrer na modalidade de

litisconsórcio facultativo (não pode, portanto, em litisconsórcio necessário).

5. Prazos

Quanto à alterabilidade, os prazos se diferenciam em dilatórios e

peremptórios.

Os dilatórios são aqueles que a duração do prazo pode ser alterada por

convenção das partes (requerimento deve ser formulado antes do vencimento

do prazo e fundado em motivo legítimo).

Já os prazos peremptórios as partes não podem alterá-los. Somente o juiz, em

comarcas de difícil transporte, pode prorrogar quaisquer prazos, por no

máximo 60 dias, ou por tempo superior, em caso de calamidade pública.

6. Alteração de pedido ou causa de pedir

Até a citação, o autor pode modificar o pedido e/ou a causa de pedir. Após a

citação, somente com o consentimento do réu, mas nunca após o saneamento

do processo.

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7. Extinção do processo

Quando o processo for extinto sem resolução do mérito, a coisa julgada será

meramente formal, portanto o autor poderá intentar nova ação, desde que

comprove o pagamento ou depósito das custas e dos honorários do advogado

(exceto nas hipóteses de extinção do processo por litispendência, coisa julgada

ou perempção).

O processo será extinto com resolução do mérito: quando o juiz acolher ou

rejeitar o pedido do autor; quando o réu reconhecer a procedência do pedido;

quando as partes transigirem; quando o juiz pronunciar a decadência ou a

prescrição; quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação (não

confundir renúncia com desistência, hipótese que acarreta a extinção do processo sem

resolução de mérito).

8. Pedido genérico

O pedido deve ser certo e determinado, Porém, é permitido ao autor formular

pedido genérico: nas ações universais, se não puder o autor individuar na

petição os bens demandados; quando não for possível determinar, de modo

definitivo, as conseqüências do ato ou do fato ilícito; quando a determinação

do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

9. Reconvenção

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Contestação e reconvenção são peças autônomas, mas protocolizadas

simultaneamente. A desistência da ação, ou qualquer causa que a extinga, não

obsta o prosseguimento da reconvenção. Lembrar que não é admitida a

reconvenção no procedimento comum sumário.

10. Revelia

Um dos efeitos da revelia é a desnecessidade de intimação do réu revel, desde

que este não tenha advogado nos autos. Ainda, o revel recebe o processo no

estado que se encontra.

11. Prova testemunhal – prazo e substituição

No procedimento comum ordinário, as partes devem depositar em cartório o

rol de testemunhas no prazo que o juiz assinar (sendo omisso, prazo de até 10

dias antes da audiência). No procedimento comum sumário, o autor deve

apresentar o rol de testemunhas na petição inicial, e o réu na contestação, sob

pena de preclusão.

Ainda, as testemunhas podem ser substituídas somente em caso de

falecimento; impossibilidade, por enfermidade, de depor; mudança de

residência e não for encontrada pelo oficial de justiça.

12. Audiência de instrução e julgamento

A ordem da colheita das provas será:

1º Esclarecimento dos peritos

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2º Depoimentos pessoais (primeiro autor, depois réu)

3º Oitiva das testemunhas (primeiro as do autor, depois as do réu)

13. Coisa julgada

Limites objetivos da coisa julgada: Não fazem coisa julgada os motivos, a

verdade dos fatos, e a apreciação da questão prejudicial decidida

incidentemente no processo.

14. Ação rescisória

Ação que visa desconstituir coisa julgada material. Deve ser proposta num

prazo decadencial de 2 anos.

O ajuizamento da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão

rescindenda, porém pode haver a concessão de medida de natureza cautelar

ou antecipatória de tutela, desde que preenchidos os requisitos para tais

medidas de urgência.

15. Cumprimento de Sentença

Competência. No primeiro grau, o cumprimento de sentença deverá ser

formulado no juízo onde tramitou o processo, podendo ser requerido no atual

domicílio do devedor ou onde houver bens a serem expropriados.

16. Impugnação ao cumprimento de sentença

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Regra geral, não tem efeito suspensivo (porém, o juiz pode atribuir tal efeito

desde que relevantes os fundamentos e o prosseguimento da execução puder

causar grave dano ao executado: fumus + periculum).

Da decisão da impugnação cabe agravo de instrumento, salvo quando

importar fim na execução, caso em que será cabível a apelação.

17. Recursos

O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e

pelo Ministério Público (tanto nos processos em que for parte, como quando

atuar como custos legis – fiscal da lei).

Ainda, a desistência e a renúncia recursal independem da aceitação da outra

parte.

18. Recurso adesivo

Se houver sucumbência recíproca, a parte que não tiver recorrido poderá, no

prazo de resposta, interpor recurso adesivo. Possibilidade nas seguintes

espécies recursais: apelação, embargos infringentes, recurso especial e recurso

extraordinário.

Lembrar que o recurso adesivo fica subordinado ao principal.

19. Processo cautelar - Cessação dos efeitos da cautelar

Quando a parte não intentar a ação principal no prazo de 30 dias, contados da

efetivação; ou não executar a medida cautelar no mesmo prazo; ou se o

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processo for extinto com ou sem resolução do mérito, cessará a eficácia da

medida cautelar, pelo que a parte somente poderá repetir o pedido se houver

novo fundamento.

20. Ação monitória

Quando houver prova escrita sem eficácia de título executivo, nas pretensões

para pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa fungível ou

determinado bem móvel, o juiz expedirá mandado de pagamento ou de

entrega de coisa no prazo de quinze dias. Se o réu cumprir o mandado, ficará

isento de custas e honorários advocatícios.

QUESTÕES DO PROF. PAULO RIBAS

01. Acerca das condições da ação e dos pressupostos processuais, assinale a opção correta.

A Se restar comprovada a existência de outra causa igual, ainda que já decidida, mas sem o

trânsito em julgado, o processo será extinto, em virtude da ocorrência da litispendência.

Sendo essa uma das condições da ação, a pretensão do autor não será resolvida.

B Se o réu não alegar a falta de uma das condições da ação na primeira oportunidade que

tiver para falar nos autos, muito embora ela possa ser conhecida de ofício, ele responderá

pelas custas de retardamento.

C Os pressupostos processuais são os requisitos necessários à regularidade e à existência da

relação processual e a falta de qualquer desses requisitos acarreta a extinção do processo

sem resolução do mérito, por carência de ação.

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D O reconhecimento da ausência de pressupostos processuais conduz à declaração

incidental de improcedência da ação e à condenação do autor ao pagamento dos ônus

sucumbenciais.

02. A respeito das partes e dos procuradores, assinale a opção correta.

A Ao réu preso, ainda que tenha sido citado pessoalmente, deve ser nomeado curador

especial, que tem a incumbência de contestar o feito, sendo-lhe vedado manifestar-se

contrariamente àquele que representa.

B No caso de falecimento do procurador do réu, ainda que iniciada a audiência de

instrução e julgamento, o juiz deve determinar a suspensão do processo e marcar prazo

para que o réu constitua novo mandatário. Findo o prazo, se o réu não cumprir a

determinação, o juiz deve determinar o prosseguimento do processo e garantir ao réu

curador especial.

C A alienação da coisa litigiosa, no curso do processo, altera a legitimidade das partes,

devendo prosseguir a demanda entre adquirente em substituição ao alienante e a parte

contrária originária. A decisão proferida na causa em que atua o substituto processual faz

coisa julgada para o substituído.

D A outorga de procuração para o foro, em geral, habilita o advogado a praticar todos os

atos do processo em nome da parte, podendo ele receber e dar quitação, reconhecer a

procedência do pedido e firmar qualquer compromisso.

03.Acerca do litisconsórcio e da intervenção de terceiros no processo civil, assinale a

opção correta.

A Na oposição, o terceiro ingressa em juízo pretendendo defender sua posse ou

propriedade sobre os bens apreendidos judicialmente, sem discussão dos direitos que lhe

cabem sobre o bem disputado na ação principal, formando-se litisconsórcio passivo

necessário entre os opostos.

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B O chamamento ao processo permite ao réu incluir, coercitivamente, no pólo passivo

todos os que devem responder solidariamente com ele pela satisfação do direito pretendido

pelo autor. No chamamento, o réu e os chamados mantêm vínculo de direito material com

o autor.

C Tratando-se de litisconsórcio unitário e necessário, seja ativo ou passivo, o requisito da

legitimidade somente se aperfeiçoa se todos os litisconsortes integrarem o respectivo pólo

da relação processual. Nesse litisconsórcio, a legitimidade é conjunta, mas a lide pode ser

decidida de maneira diversa para eles.

D Ocorre a denunciação da lide quando um terceiro interessado requer sua intervenção no

processo pendente entre as partes, visando excluir a pretensão do autor e auxiliar o réu em

sua defesa.

04.Assinale a opção correta acerca dos prazos processuais.

A A contestação apresentada antes de vencido o prazo pode ser aditada até o último dia do

prazo que lhe restar.

B Em ação proposta contra um réu apenas, nula a citação, poderá o autor emendar a inicial

para modificar o pedido ou a causa de pedir, independentemente do consentimento do réu,

desde que a emenda se opere até o momento da nova citação.

C Havendo litisconsortes ativos com diferentes procuradores, o prazo em dobro previsto

no art. 191 do CPC aplica-se também ao réu que não se encontre em situação de

litisconsórcio com diferentes procuradores.

D Para a prorrogação dos prazos processuais peremptórios, em qualquer hipótese, é

suficiente a concordância das partes, com a correspondente aceitação do juiz.

Q

05. Acerca de suspensão e extinção do processo, assinale a opção correta.

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A O juiz não poderá conferir ao autor a possibilidade de emendar a petição inicial quando

esta não contiver o pedido, devendo, nesse caso, extinguir o processo, sem resolução do

mérito.

B A ausência de interesse processual acarreta a extinção do processo, sem resolução do

mérito. Entretanto, caso não indefira liminarmente a inicial por falta de interesse

processual, o juiz, em face da preclusão, não poderá, posteriormente, extinguir o processo.

C Se o autor renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, haverá a extinção do

processo, sem resolução do mérito.

D Falecendo o advogado do réu, o juiz marcará o prazo de 20 dias para que seja constituído

novo mandatário. Se, transcorrido esse prazo, o réu não tiver constituído novo advogado, o

processo prosseguirá à sua revelia.

06. Acerca da resposta do réu, assinale a opção correta.

A No caso de a incompetência do juízo, absoluta ou relativa, não ser alegada como

preliminar na contestação, ocorrerá a chamada prorrogação de competência.

B Ocorrendo a conexão de ações propostas em separado, o juiz pode, a pedido do réu como

preliminar da contestação e, não, de ofício, determinar a reunião das ações para que sejam

decididas na mesma sentença.

C Caso o réu compareça em juízo para apontar a inexistência ou a invalidade da citação e

esta não seja acolhida, o juiz deve, no mesmo despacho, determinar nova citação do réu e a

reabertura do prazo para resposta, de modo que este deduza o restante da defesa.

D Em obediência ao princípio da concentração das defesas, o réu deve alegar, na

contestação, toda a matéria de defesa, exceto aquelas que devem ser veiculadas através de

exceção, ainda que uma somente possa ser acolhida caso outra seja rejeitada.

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07. Considere que Raimundo, citado para tomar conhecimento de ação ajuizada contra si,

tenha deixado de apresentar contestação, restando caracterizada a revelia. Em face dessa

situação hipotética, assinale a opção correta.

A Raimundo poderá intervir no processo apenas até o encerramento da fase de instrução.

B Como a defesa é ato privativo do réu, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo

autor, ainda que, havendo pluralidade de réus e sendo litisconsórcio unitário, um deles

conteste a ação.

C Os prazos contra Raimundo correrão independentemente de intimação, salvo se ele tiver

patrono nos autos.

D O autor da ação poderá alterar o pedido sem necessidade de citar Raimundo novamente.

08. Assinale a opção correta com relação aos limites objetivos da coisa julgada.

A Somente a parte dispositiva da sentença é imutável, razão por que faz coisa julgada.

B A coisa julgada atinge a parte dispositiva da sentença bem como a motivação utilizada no

respectivo julgamento.

C Fazem coisa julgada as questões prejudiciais, ainda que não requeridas pelas partes.

D Fazem coisa julgada a motivação, a verdade dos fatos e a fundamentação utilizada no

julgamento da causa.

09. Acerca da ação rescisória, assinale a opção correta.

A O ajuizamento da ação rescisória não impede o cumprimento da sentença rescindenda,

ressalvada a concessão de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela.

B A sentença proferida por juiz incompetente, seja a incompetência absoluta ou relativa,

padece de vício insanável, razão pela qual pode ser contestada por meio da ação rescisória.

C Havendo a propositura de uma segunda demanda idêntica à outra e cuja decisão tenha

transitado em julgado, mesmo que essa segunda ação seja decidida, ela não fará coisa

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julgada, e contra essa sentença pode ser ajuizada ação rescisória sem a submissão ao prazo

estabelecido em lei.

D Caso a parte não tenha interposto todos os recursos cabíveis contra decisão que lhe tenha

sido desfavorável, ela não pode, após o trânsito em julgado da decisão, propor ação

rescisória, haja vista a obrigatoriedade do exaurimento das instâncias recursais.

10. A respeito dos recursos no processo civil, assinale a opção correta.

A Não cabe interposição de recurso ordinário para o STJ contra decisão proferida por juiz

que atua em primeiro grau de jurisdição.

B Caso haja sucumbência recíproca, admite-se, na apelação, no agravo de instrumento, nos

embargos infringentes, nos recursos especial e extraordinário, o recurso adesivo, ao qual se

aplicam as mesmas regras do recurso independente.

C Caso o recorrente alegue no recurso de apelação e seja reconhecida a nulidade da citação,

o tribunal determinará o retorno dos autos ao juízo de primeiro grau, o qual, por sua vez,

deve determinar a repetição do ato citatório.

D Com a oposição dos embargos de declaração, ocorre a interrupção do prazo para a

interposição de outros recursos, por qualquer das partes, salvo se for ele intempestivo.

GABARITO

01-B/ 02-A/ 03-B/ 04-B/ 05-D/ 06-D/ 07-C/ 08-A/ 09-A/ 10-D.

DICAS DIREITO TRIBUTÁRIO

PROF. PEDRO BARRETTO

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Professor de Direito Tributário do Curso Jurídico (PR), CEJUS (BA), FORUM(RJ), Supremo (MG); Advogado;

Mestre em Direito das Relações Econômicas pela Universidade Gama Filho; Especialista em Direito Tributário pela Fundação Getúlio Vargas - FGV;

Duplamente Pós Graduado em Direito Privado Sócio, Professor e Coordenador Acadêmico de diversos Cursos Preparatórios para Concursos

Públicos do país, dentre eles o Centro de Estudos Jurídicos de Salvador – CEJUS, o Curso FORUM-RJ, o SUPREMO CONCURSOS/MG e o IDÉIA CONCURSOS na cidade de Niterói-RJ;

Atua como audaz empresário também na área de entretenimentos, destacando-se dentre seus projetos o CONJUVE, Congresso Jurídico Brasileiro de Verão, encontro projetado para ser o maior

Evento Jurídico Cultural do Brasil, e ainda o Bloco de Carnaval Faço Direitinho, local reservado para os estudantes de Direito de todo o país no Carnaval de Salvador, a maior festa popular do

planeta; WWW.SUPERPROFESSORDAOAB.COM.BR

ALGUMAS QUESTÕES ESPECIAIS SOBRE PRINCÍPIOS

TRIBUTÁRIOS. PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA!

O tema dos princípios tributários, juntamente com o tema da “responsabilidade tributária” foi

o tema que mais caiu nas Provas da Ordem realizadas pela FGV. Aliás, o tema dos Princípios é o

tema que mais cai em todas as provas de Concursos em geral. E porque? Em razão de sua natureza

jurídica...e aqui já vai a primeira dica importante para a prova: OS PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

SÃO LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR ; TÊM POR

NATUREZA SEREM FERRAMENTAS LIMITADORAS DO EXERCÍCIO DA

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA DOS ENTES FEDERATIVOS . É isso mesmo, amigos!

Quando vocês ouvirem falar de um “princípio tributário”, na primeira idéia que vocês, como

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contribuintes, como cidadãos que pagam tributos, devem ter, é: trata-se de um instituto amigo,

sempre bem vindo, pois a finalidade dos princípios é exatamente a de limitarem o exercício do poder

de tributar do Estado, impondo limites e regulando a incidência dos tributos, almejando evitar a

corrosão da integridade de certos bens que precisam ser juridicamente protegidos e que, por certo, o

poder de tributar, se fosse exercido com excessos e sem limitações rígidas, inegavelmente corroeria

esses valores que merecem máxima proteção. Daí porque é correto concluir que OS PRINCÍPIOS

TRIBUTÁRIOS SÃO GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, QUE ESTA BELECEM LIMITES

AO ESTADO PARA QUANDO DO EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA T RIBUTÁRIA,

OBJETIVANDO EVITAR ARBÍTRIOS NOS ATOS DE TRIBUTAÇÃO , REGULANDO A

INCIDÊNCIA DOS TRIBUTOS.

Outro ponto importante a ser destacado com essa apresentação é no sentido de que os

“princípios tributários” não estão “sozinhos” nessa missão de limitarem o poder de tributar do

Estado. Não! Existem as “Imunidades Tributárias” como fieis escudeiras, atuando em conjunto na

persecução do fim protetivo. Ou seja, quando estudamos o Direito Constitucional Tributário

aprendemos que PRINCÍPIOS E IMUNIDADES FORMAM A DUPLA DE FERRAMENT AS

JURÍDICAS QUE ATUAM COMO LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE

TRIBUTAR. Juntos, em perfeita harmonia, os dois institutos interagem e evitam que o Poder de

Tributar (agressivo por natureza) possa gerar efeitos daninhos quando do seu exercício. Nesses

termos, ambos possuem a mesma natureza jurídica, sendo tanto os Princípios como as Imunidades

garantias constitucionais tributárias, limitadoras do Poder de Tributar estatal. Daí que sempre se

estudam juntos!

Todavia apesar do intenso traço de similitude quanto à essência e à finalidade, os institutos

guardam diferenças notórias, que consistem, primordialmente, no modo, na forma, como promovem

a limitação do poder de tributar. Analisem: quando falamos das Imunidades estamos a falar de

benefícios fiscais que decorrem de normas constitucionais proibitivas do exercício da

competência tributária; ou seja, o constituinte proíbe que o tributo incida, excluindo a

possibilidade do exercício da competência; já quando falamos dos Princípios, não é essa a estrutura

da norma constitucional. Não! Quando nos referimos aos princípios estamos a falar de normas

constitucionais regulatórias do exercício da competência, mas que não proíbem sua práxis. Ou

seja: princípios e imunidades formam um sistema harmônico de limitações ao poder de tributar;

através das normas imunizantes, o constituinte diz aonde não se pode tributar, estabelecendo

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as vedações à incidência dos tributos; e por via dos princípios ensina dentro de quais limites se

pode tributar dentro de todo o universo em que não foi proibido o exercício da competência

tributária.

Os princípios e as imunidades tributárias objetivam preservar dois grandes fins: de um lado, a

cláusula federativa, ou seja, a blindagem da unidade da Federação; nesse primeiro espectro, buscam

evitar que os entes federativos, no exercício de suas competências e na persecução de sua

arrecadação, briguem entre si e machuquem o espírito de unidade, harmonia e auto-cooperação que

deve prevalecer dentro da Federação. Assim sendo, fala-se que os princípios e imunidades atuam em

prol do Equilíbrio Federativo, consagrando a expressão Federalismo Fiscal, combatendo a chamada

Guerra Fiscal. Exemplo clássicos de tal persecução são a chamada Imunidade Recíproca (art.150,

VI, ‘a’) e os princípios da Uniformidade Geográfica da Tributação federal (art.151, I) e Não

Discriminação pela Procedência ou Destino (art.152). Numa segunda perspectiva de análise

teleológica, fala-se que a outra finalidade dos princípios e imunidades tributárias é a de proteger a

efetividade dos três valores que estruturam o modelos de sociedade que temos por objetivo

fundamental construir, quais sejam, a liberdade, a justiça e a solidariedade, bem como os direitos

fundamentais deles decorrentes (direitos de primeira, segunda e terceira gerações respectivamente –

liberdade, igualdade e fraternidade). Nesse compasso é que, principalmente quanto aos princípios,

existe inteligente classificação doutrinária que os agrupa como princípios de liberdade, de justiça e

de solidariedade (também chamados, nesse último caso, princípios de segurança jurídica).

Sobre os Princípios Tributários, quero nesse material deixar algumas dicas a vocês sobre os

Princípios de Justiça, que atuam para consagrar a chamada Justiça Fiscal, ou seja, evitando que o

fisco gere privilégios e discriminações quando do exercício das competências tributárias. E quero

destacar cinco princípios com vocês aqui: Isonomia (art.150, II, CRFB/88), Capacidade

Contributiva (art.145,§1º, CRFB/88), Não Confisco (art.150, IV, CRFB/88), Princípio da

Uniformidade Geográfica da Tributação Federal (art. 151, I, CRFB/88) e Princípio da Não

Discriminação pela Procedência ou destino (art.152). Os três primeiros consagram a chamada

justiça cidadã, pois buscam evitar que o Estado discrimine os contribuintes ou gere privilégios

indevidos dentre eles mesmos. Já quanto aos dois últimos comandos, temos a ótica da chamada

Justiça Federativa, posto almejam os comandos em epígrafe evitar que os entes se discriminem

reciprocamente. Vamos lá!!!

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O primeiro princípio que quero citar é o da Isonomia. Se na prova de vocês pedirem que

identifiquem esse comando, é bem simples a missão: ele é o comando normativo que determina que

NÃO PODEM OS ENTES FEDERATIVOS DISPENSAR TRIBUTAÇÕES EM

INTENSIDADES DIFERENTES PARA CONTRIBUINTES QUE SE E NCONTREM EM

SITUAÇÕES ECONÔMICAS EQUIVALENTES; DO MESMO MODO, A O CONTRÁRIO,

É VEDADO DISPENSAR TRIBUTAÇÕES IGUAIS A CONTRIBUINT ES QUE OSTENTEM

SITUAÇÕES DIFERENTES. Vejam que no direito tributário em nada se inova, apenas atuando o

Ordenamento no escopo de transportar também para o mundo das relações tributárias o imortal

comando genérico, trans-secular, com sua conhecida estrutura normativa. A isonomia é um princípio

geral de direito, e não apenas um princípio setorial tributário. O mundo do Direito entendeu que em

todas e quaisquer relações da vida, se a expectativa é a de que gere justiça (não privilégio e na

discriminação), é fundamental que se respeitem as pessoas como elas são, tratando cada um como

ele é, não se tentando mudar a essência das pessoas. Nesse diapasão, é proibido tentar igualar

pessoas que são diferentes, devendo quem age ter a sensibilidade de dispensar dois tratamentos

distintos (ou quantos sejam necessários), de sorte a que nunca se tente forçar alguém a ser como não

é. As diferenças tem que ser respeitadas. Nesse compasso, a desigualdade aos desiguais. Em antítese

lógica, os iguais também não podem ser discriminados, merecendo tratamento equânime. Portanto,

essa norma histórica que perpetra em todos os níveis e ramos do direito e da vida quando se quer ser

justo, também limita o Estado quando do exercício do poder de tributar. Na prova de vocês,

lembrem-se sempre: ISONOMIA FISCAL É O PRINCÍPIO QUE VEDA QUE O FISCO

TRIBUTE IGUALMENTE OS DIFERENTES, BEM COMO DESIGUAL MENTE OS

EQUIVALENTES, EXIGINDO TRATAMENTO IGUAL AOS IGUAIS E DESIGUAL AOS

DESIGUAIS.

Passo a falar do princípio da CAPACIDADE CONTRIBUTIVA . Está sediado na Carta no

art.145,§1º, que diz que “sempre que possível os impostos terão um caráter pessoal e serão

graduados de acordo com a capacidade econômica dos contribuintes”. É princípio

fundamentalíssimo no mundo das relações tributárias, especialmente para legitimar a incidência do

mais importante dos tributos, o imposto (ainda que não cuide apenas dessas espécie tributária).

Costumo dizer que a capacidade contributiva deve ser entendida sob três diferentes

vertentes:

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• Capacidade Contributiva como QUALIDADE QUE ALGUMAS PESSOAS TEM, E

QUE, POR TEREM, GERA UM DEVER DE EXERCÍCIO

• Capacidade Contributiva como PRESSUPOSTO LEGITIMADOR DA INCIDÊNCIA DE

IMPOSTOS

• Capacidade Contributiva como critério objetivo para aplicação do princípio da isonomia

quando da cobrança de impostos

Vejamos. Na primeira vertente, fácil perceber, conforme denota-se da primeira parte do

próprio nome, que ter “capacidade” contributiva indica possuir uma qualidade, qualidade essa que

externa um potencial, uma aptidão, uma capacidade. E capacidade de quê??? Capacidade de

contribuir...não é de correr, de cantar, de ler, etc. Não. É de contribuir!!! E o que significa essa

qualidade? Se você tem ela (e é melhor ter do que não ter), você é uma das pessoas da sociedade que

tem condições de ceder riqueza em prol do custeio do Estado. Vejam, amigos: o Estado foi

constituído por seu povo, no ato fundador, constituinte originário, para cumprir dois fins maiores em

prol do seu povo, quais seja, fornecer a esse povo a jurisdição e a administração. Para que tais fins

se efetivem é necessário que o Estado tenha recursos financeiros (para custear a execução

operacional de sua atividade administrativa e judiciária, para remunerar seus agentes e servidores e

para manter a máquina pública funcionando). E quem vai dar esse recursos? A ONU? A UNICEF?

Um país vizinho? Não. Obviamente que tem que ser o próprio povo constituinte que vai financiar

seu estado constituinte, correto? Claro! Mas quem do povo? Irmãos, como sempre digo a vocês em

sala de aula durante nossas aulas, somente pode correr quem tem perna; somente pode cantar quem

tem voz; somente pode ler que tem visão; SOMENTE PODE CONTRIBUIR QUEM TEM

RIQUEZA. Percebam com facilidade que para que o Estado possa exercer o poder de tributar e

impor aos cidadãos que forneçam a riqueza da qual ele depende para custear sua atividade fim, é

fundamental que esse Estado saiba a quem vai impor, de quem vai exigir a riqueza. Daí ser

necessário detectar quem do povo tem esse qualitativo chamado capacidade contributiva. E quem

tem? Só tem capacidade de contribuir com riqueza quem tem riqueza, concordam? Adiantaria

alguma coisa o Estado exigir a quem não tem riqueza que entregue parte de uma riqueza? Não!

Amigos, ninguém pode dar parte de algo que não tem! O ato geraria perda de tempo, custo e

constrangimento, e não geraria o necessário, a arrecadação. Logo, somente quem tem riqueza é que

pode revelar a tal da qualidade chamada capacidade contributiva, aptidão para ser um financiador do

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Estado, um contribuinte. E, o detalhe super especial: NÃO BASTA TER RIQUEZA

(CAPACIDADE ECONÔMICA) PARA QUE SE PRESUMA QUE A PE SSOA TEM

CAPACIDADE DE CONTRIBUIR PARA O ESTADO (CAPACIDADE CONTRIBUTIVA) . É

preciso analisar o limite dessa capacidade econômica, pois, caso seja muito pequena, ínfima,

comprometida com a sustentabilidade do mínimo existencial dessa pessoa, é óbvio que ela não

poderá ser obrigada a contribuir! Do contrário, para exercer a missão contributiva prejudicaria seu

próprio mínimo existencial e assim o ato de tributação colidiria com a dignidade da pessoa humana.

Portanto, concluamos: quem tem de fato capacidade contributiva? POSSUEM CAPACIDADE

CONTRIBUTIVA AS PESSOAS QUE REVELAM RIQUEZA EM LIMI TES SUPERIORES

AO NECESSÁRIO PARA PROVEREM SEU MÍNIMO DE EXISTÊNCI A; A CAPACIDADE

CONTRIBUTIVA NASCE QUANDO SE REVELA CAPACIDADE ECON ÔMICA EM

LIMITE TRANSCENDENTE À RESERVA DO MÍNIMO EXISTENCIA L.

Concluamos, portanto, que a capacidade contributiva é uma qualidade que nem todos do

povo tem; só ostenta quem revela capacidade econômica acima do que necessita para sobreviver. No

fundo, é melhor ter do que não ter. Os que possuem são aqueles a quem o ordenamento convocará no

edital de alistamento de cidadãos financiadores do Estado, os “contribuintes”. Por fim, nunca se

esqueça: quem tem capacidade contributiva, tem que exercer; se os que possuem não

exercerem, o estado quebra, se torna inviável; se quem do povo tem condição de contribuir se

omitir, ninguém mais o fará; logo, mais do que uma qualidade, a capacidade contributiva gera

um DEVER CIDADÃO, SENDO A CONTRIBUTIVIDADE DE EXERC ÍCIO

OBRIGATÓRIO!

No que tange à cobrança dos impostos, observem que todo imposto incide sobre um fato

revelador de riqueza. E assim é em todo e qualquer lugar do mundo, com qualquer imposto, desde a

mais remota antiguidade. O s impostos sempre incidem sobre fatos geradores que são condutas

reveladoras de riqueza. Podem observar. Incidem impostos sobre aquisição de bens (ITD e ITBI),

sobre manutenção de bens (IPTU, ITR e IPVA), sobre atos empresarias em que se fazem alienações

com fins lucrativos (ICMS, IPI e ISS), sobre operações no mercado financeiro (IOF), no comércio

internacional (II e IE), sobre aferições de renda e proventos (IR), podendo até mesmo incidir sobre

“grandes fortunas”(IGF). Vejam que para que incida um imposto é essencial que a pessoa que se

sujeitará ao ato estatal de imposição expropriatória tenha revelado capacidade contributiva. E

parece óbvio, não? Como pode ser imposto a alguém que dê algo ao Estado se esse sujeito não tem

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condições de fazê-lo, de suportar a imposição feita? Na prova de vocês, sem medo, podem marcar

verdadeiro quando se afirma que OS IMPOSTOS SE FUNDAM NA EXTERIORIZAÇÃO DE

CPACIDADE CONTRIBUTIVA . Percebam, ainda, que só tem capacidade contributiva quem tem

capacidade econômica, ainda que nem todo mundo que tem capacidade econ6omica terá, por si só,

capacidade contributiva. Afinal, como vimos, se a capacidade econômico for muito ínfima, não

haverá demonstração de potencial contributivo.

Importante observação é que não obstante sempre tenhamos a natural e comum tendência de

analisarmos a capacidade contributiva associada aos impostos, A CAPACIDADE

CONTRIBUTIVA TAMBÉM SE APLICA EM OUTROS TRIBUTOS . A título de exemplo,

quando falamos dos tributos especiais da terceira geração (Empréstimos Compulsórios e

Contribuições Especais), nenhum problema em reconhecer que esses tributos estão atrelados ao

princípio em estudo. Quanto aos empréstimos compulsórios, basta olhar na história...os fatos que

geravam obrigação de seus pagamentos, quando esses tributos eram cobrados, eram sempre fatos

reveladores de riqueza, sempre tendo sido a análise de capacidade contributiva o norte tomado pelo

legislador para autorizar a incidência do tributo...foi assim no consumo de energia elétrica, na

aquisição de veículos zero quilômetro, no consumo de combustíveis, etc. Nas Contribuições

especiais, também é comum a valoração da capacidade contributiva. Observe-se a CIDE, incidindo

normalmente sobre condutas reveladoras de riqueza (circulação de combustíveis, sobre a emissão de

royalties, sobre a aquisição de tecnologia, etc). Ou então nas Contribuições Sociais, incidindo sobre

aferição de receita bruta, de faturamento, sobre lucro líquido. Recentemente o STF quanto à

Contribuição de Iluminação Pública – CIP expressamente chancelou a aplicação do princípio da

capacidade contributiva na espécie, legitimando o fato gerador “consumo de energia elétrica”para a

incidência da contribuição em comento.

Por oportuno, esclareço ainda que, apesar de não ser comum (e de ser negado por boa parte

da doutrina) o STF reconheceu que até mesmo nas taxas é possível aplicar, casualmente, o princípio

da capacidade contributiva. Ocorreu, por exemplo, no julgamento da constitucionalidade da Taxa da

CVM, quando a Corte aceitou a base de cálculo fixada pelo legislador, qual seja, o patrimônio

líquido da empresa fiscalizada. Tal lide case inclusive fomentou a edição da Súmula 665 do

Supremo. Na prova, podem marcar sem medo: É POSSÍVEL APLICAR O PRINCÍPIO DA

CAPACIDADE CONTRIBUTIVA NAS TAXAS!

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Quanto aos impostos, o Estado deve procurar sempre dosar a intensidade de sua incidência

de acordo com a variação de capacidade contributiva de cada pessoa. Nesse compasso, quem revela

mais riqueza deve suportar uma exigência mais aguda, devendo ser mais brando o ato impositivo

sobre aqueles que revelam menos riqueza. A intensidade da tributação deve ser proporcional à

intensidade da riqueza de cada um. Ou seja, sempre que possível, o legislador deve buscar essa

sensibilidade de dar ao imposto um caráter pessoal, consagrando aquilo que se chama de

pessoalidade, moldando a carga tributária intuito personae, resta dizer, adequada à realidade

econômica de cada contribuinte. Na prova de vocês, se cair essa frase sempre que possível os

impostos devem ter um caráter pessoal, podem marcar verdadeiro!

Bom, passo a falar com vocês do PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO , irmanado com o

princípio da capacidade contributiva e sempre estudado em conjunto. Por esse comando, previsto no

art.150, IV da Carta, o constituinte objetiva vedar que o legislador fixe uma tributação que tenha

intensidade elevadamente excessiva, imoderada, insuportável no caso concreto. Como o próprio

nome sugere, confiscar é expropriar, tomar tudo, retirar forçadamente. O tributo pode e deve retirar

parte da riqueza de uma pessoa, mas não pode ser instrumento para eliminar toda a riqueza da

pessoa. A finalidade do ato de tributação não é a de retirar toda a riqueza que uma pessoa consegue

conquistar, mas sim imputá-la o dever de ceder parte de duas riquezas em prol do custeio do estado.

Se o legislador “pesa na mão” e determina uma tributação extremamente pesada, ao ponto de tornar

inviável o pagamento por parte da maioria dos contribuintes em situação equivalente, consagra-se o

efeito confiscatório, indevido, malquisto e proibido pela Constituição. Vedar que o tributo tenha

efeito de confisco é reafirmar o respeito aos limites da capacidade contributiva do contribuinte.

Aliás, como sempre digo em minhas aulas, A CAPACIDADE CONTRIBUTIVA EFETIVA

TRAFEGA DENTRE OS LIMITES DO MÍNIMO EXISTENCIAL E D A PROIBIÇÃO DE

CONFISCO. Oportuno trazer o adendo que não obstante a Constituição, na sua interpretação

meramente literal, puramente gramatical, fale que é vedado estabelecer “tributo ” com efeito de

confisco, o STF, apreciando multas fiscais desproporcionais e absurdamente intensas, capazes de

quebrar empresários, entendeu ser devida a aplicação do princípio da proibição de confisco também

nas multas, imputando que se faça, caso a caso, um controle de proporcionalidade para que se

verifique se a intensidade da multa prevista é proporcional ou não. Todavia, chamo a atenção que A

CONSTITUIÇÃO FALA EAPENAS EM “TRIBUTOS” .

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O elemento normativo que normalmente é responsável pelo efeito confiscatório é a alíquota.

Quando a lei fixa uma alíquota irrazoável, imoderada pela excessiva intensidade (análise no caso

concreto; caso a caso), é fato que o contribuinte não conseguirá suportar a exigência fiscal. O efeito

confisco se comprova quando se percebe que o efeito da tributação é o de levar os contribuintes a

terem que abrir mão de suas riquezas para conseguirem pagar o tributo; ou seja, um ISS ou ICMS

pesados demais fazem o contribuinte abrir mão do negócio e fechar a empresa; um IPTU ou IPVA

pesados em excesso fazem com que o contribuinte abra mão de tentar acessar a propriedade, ou, a

tendo, percam pela penhora na execução fiscal...e assim por diante. Para a prova de vocês, lembrem-

se: a finalidade do tributo não é eliminar as riquezas das pessoas mas sim a de fazer com que

as pessoas dividam suas riquezas e ajudem a custear o Estado, sem ter que perder o que

conquistaram. Por isso É VEDADO ESTABELECER TRIBUTO COM EFEITO DE

CONFISCO!

Por fim, falo dos dois princípios que existem para evitar conflitos dos entes federativos entre

si, quando cada um exerce suas competências tributárias. Refiro-me ao PRINCÍPIO DA

UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO FEDERAL (art.151, I) e ao

PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO (art.152).

Pelo primeiro, fica vedada a União de discriminar Oe Estados, DF e Municípios uns em relação aos

outros, quando estrutura aplica os tributos federais. Pelo segundo comando, os Estados, DF e

Municípios não podem se discriminar entre si com seus próprios tributos, estabelecendo diferenças

nas intensidades de seus atos de tributação pelo critério localidade (“veio de lá” ou “vai para lá”).

Pela norma do art.151, I, os tributos da União devem ter uma estrutura normativa uniforme

em todo o território nacional. Nesse diapasão, os elementos essenciais da lei tributária (fato típico,

base de cálculo e alíquota, sujeito passivo) serão sempre os mesmos quanto aos tributos federais,

devendo existir uma uniformidade no perfil estruturante desses tributos, sendo incabível uma

alteração nos limites do tipo, no elemento quantitativo, ou subjetivo, pelo critério localidade. Em

todo o território nacional, os tributos federais terão perfil uniforme. Nesse viés, se a alíquota do

Imposto de Renda é de 27,5% para pessoas físicas que auferem determinado limite de renda

anualmente, essa será a alíquota para todas as pessoas que estejam no referido limite, independente

da localidade do país que se encontrem. Percebam que a finalidade da norma é evitar que os tributos

federais incidam desigualmente quanto a sua estrutura normativa nessa ou naquela região. Todavia,

amigos, percebam que apesar de ser essa a regra, em nada ela obsta que possam ser concedidos

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incentivos fiscais de caráter regional, especialmente com o escopo de fomentar o desenvolvimento

sócio econômico das regiões menos favorecidas do país. Observem, com o carinho que a matéria

exige, que nenhum problema existe no caso de ser dada uma isenção ou anistia, ou concessão de um

crédito, apenas em certas regiões do país e não em todas. Vejam que isso não afeta a uniformidade

do tributo, que continua a ter o mesmo perfil estruturante, e permite que o fisco dê um

tratamento diferente a quem de fato é diferente, respeitando a isonomia e gerando justiça. Afinal, se

levarmos a ferro e fogo a idéia de igualdade para todos, aí sim, cometeremos injustiças. E é notório

que existem profundas desigualdades sócio-econômicas dentre as regiões do país. Portanto, pode

marcar sem medo em sua prova que É POSSÍVEL A CONCESSÃO DE INCENTIVOS FISCAIS

APENAS EM CERTA REGIÃO DO PAÍS, O QUE NÃO MACULA A REGRA DE QUE OS

TRIBUTOS FEDERAIS DEVEM SER UNIFORMES EM TODA A GEO GRAFIA

NACIONAL!

Já o princípio da NÃO DISCRIMINAÇÃO PELA PROCEDÊNCIA OU DESTINO ,

previsto no art.152 da Carta, tem profunda importância nas questões ligadas ao ICMS e ISS,

vedando que um ente tribute mais caro ou mais barato apenas pelo fato de a operação ter si iniciado

nesse ou naquele local, ou se destinar a esse ou aquele ponto.

DICAS DIREITO EMPRESARIAL

PROF. PABLO ARRUDA

Advogado, inscrito na OAB/RJ sob o n° 114.989, Pós-graduado em Direito do Consumidor – PUC-RJ. Coordenador do Núcleo de Direito Empresarial do IBDN (Instituto Brasileiro de Direito dos

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Negócios). Sua atividade profissional como advogado e jurista tem motivado, ainda, sua destacada atuação como Professor Expositor de importantes escolas oficiais de formação, tais como a Escola

da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (EMERJ), a Escola da Magistratura Federal do Paraná (ESMAFE/PR), a Associação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (AMPERJ), a

Fundação Escola do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (FEMPERJ), a Fundação Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro (FESUDEPERJ), além das mais

destacadas escolas de negócios do Brasil, como o IBMEC. Atua, ainda, em cursos preparatórios para concursos, como Fórum-RJ, CEJUS-BA, Supremo-MG, Curso Jurídico-PR, CEPAD-RJ, Ideia-RJ, CEJ-

RJ, Esfera-RJ, Ênfase-Praetorium-RJ, Lexus-RJ WWW.SMGA.COM.BR

[email protected]

Dica Empresarial 100%:

Na Recuperação de empresa podem ser levados à negociação “todos” os créditos

constituídos até o pedido, ainda que não vencidos (Art. 49 LRF). CUIDADO: “Todos” não

são “todos”. Exceções: Tributário (CTN 187 cc Art. 6, §7°, LRF); leasing, alienação

fiduciária, compra e venda com reserva de domínio e promessa de compra e venda

irrevogável e irretratável (Art. 49, §3°, LRF) e contrato de adiantamento de câmbio (Art. 49,

§4°, LRF). Na extrajudicial (Art. 161 LRF) são negociáveis os mesmos créditos,

excepcionando ainda o trabalhista. No plano especial para ME e EPP (Art. 70/72 LRF)

somente são incluídos os quirografários.

Dica Empresarial 100%:

Com a nova redação do Art. 146 da L. 6404/76, com Redação dada pela Lei nº 12.431, de

2011, o Conselho de Administração não mais precisa ser composto exclusivamente por

quem seja sócio. A Diretoria já não demandava essa qualidade.

Dica Empresarial 100%:

A partir da Lei nº 12.431, de 2011, os Art. 121 e 127, da L. 6.0404/76, nos seus parágrafos

únicos, admitem a participação dos acionistas à distância nas Assembléias das S/A de

capital aberto.

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Dica Empresarial 100%:

Atenção com o §3° que foi incluído em 04/04/11 no Art. 974 CC. Apesar de não inovar

quanto ao tema, o dispositivo induz em erro. A exigência de o capital estar integralizado

para o incapaz ser sócio somente se aplica à LTDA, por força do Art. 1052 CC. O incapaz

pode participar da S/A mesmo que o capital não esteja ainda integralizado (LSA Art. 1).

Dica empresarial 100%:

A validade do aval depende da outorga conjugal, dispensada apenas na separação total

convencional (CC 1647, III). Sem a outorga o aval é ANULÁVEL, o que deve ser arguido

pelo cônjuge prejudicado até 2 anos após a extinção do casamento. Anulado o aval, este é

considerado totalmente inficaz, ou seja, a anulação aproveita o casal e não apenas

resguarda a meação (STJ 332)

Dica Empresarial 100%:

O endossante de título típico (letra de câmbio, nota promissória, cheque, Duplicata, Cédula

de Crédito) é garantidor solidário da obrigação cambial, salvo estipulação em contrário

(LUG Art. 15, L. 7.357/85, Art. 21).

CUIDADO COM A PEGADINHA: O endossante de titilo atípico (regido genericamente

pelo Código Civil – Art. 887/926), NÃO é garantidor, salvo estipulação em contrário (CC

Art. 914).

Assim, se o examinador indica o nome do título (típico), tem-se que o endossante é garante.

Mas se não há referência a um título em espécie (mas apenas a expressão genérica “título

de crédito), aplica-se a norma do CC, não sendo o endossante garantidor. Conclusão: o

Código Civil, quanto a garantia do endosso, trata o "seu" endossante tal qual trata o "seu"

cedente (CC. Art. 296)

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Dica Empresarial 100%:

Ser controlador de uma Cia não pressupõe deter maioria do capital, mas sim um percentual

suficiente para conduzir as principais decisões assembleares, especialmente quanto a

nomeação dos administradores. Dependendo de quão pulverizado esteja o capital,

acionista não majoritário pode controlar a Anônima.

Na forma do Art. 116 da LSA, "acionista controlador é a pessoa, natural ou jurídica, ou o

grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que: a) é titular

de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas

deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da

companhia; e b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o

funcionamento dos órgãos da companhia.

Dica Empresarial 100%:

O contrato de abertura de crédito em conta corrente (cheque especial) não é título

executivo, pela ausência de certeza e liquidez (STJ 233), mas se presta à ação monitória (STJ

247). A nota promissória extraída desse contrato com o objetivo de estabelecer

executoriedade também não é título executivo (STJ 258), já que a NP está atrelada à

contrato ilíquido e incerto.

Dica Empresarial 100%:

A desconsideração da personalidade jurídica (disregard of legal entity; lifiting the

corporate veil) pela Teoria Maior, regra geral da desconsideração prevista no Art. 50 CC,

pressupõe que o credor, não satisfazendo a obrigação com os bens sociais, pretenda

avançar além dos limites da personalidade para buscar satisfação no patrimônio particular

de sócios e administradores. A desconsideração pressupõe ABUSO DA

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PERSONALIDADE, o que se caracteriza pelo desvio de finalidade ou pela confusão

patrimonial. Não basta, pois, a mera insuficiência de bens sociais para que se possa avançar

contra os bens particulares dos sócios.

A desconsideração pela Teoria Maior pressupõe requerimento da parte interessada ou do

MP, não sendo possível de ofício.

A desconsideração produz efeitos relativos e incidentais (e não erga omnes). Apenas o

credor que a requer obtém, naquele processo, o benefício. Não é possível que a

desconsideração deferida em um processo seja aproveitada a outros credores.

Dica Empresarial 100%:

Não confundam a fusão com a incorporação. Da mesma forma que se alimentam as células

(fagocitose), na incorporação uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes

sucede em todos os direitos e obrigações. A incorporadora subsiste. A incorporada deixa de

existir.

Dica Empresarial 100%:

Como na fecundação, a fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para

formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações. As fusionadas

(ou fundidas) são extintas.

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Dica Empresarial 100%:

As debêntures são títulos de crédito impróprios representativos de mútuo feneratício feito

à Companhia com o objetivo de autofinanciar-se sem a necessidade de aumento de capital,

emissão de novas ações ou ingresso de novos sócios.

As debêntures podem ser de 4 tipos, influenciando nas garantias e na classificação no caso

de concurso de credores (ARt. 58, LSA): garantia real (Art. 83, II, LRF), garantia flutuante

(Art. 83, V, LRF), sem privilégio ou garantia (Art. 83, VI, LRF) e Subordinada (Art. 83, VIII).

Dica Empresarial 100%:

Na integralização de capital com imóveis, o ato constitutivo é instrumento suficiente para

registro no RGI, ficando dispensada a escritura publica. A operação é, em regra, imune de

ITBI (CRFB 156, § 2º, inciso I).

QUESTÕES DO PROF. PABLO ARRUDA

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1.(Juiz Substituto – TJMS 2008 – 67) Assinale a afirmativa incorreta. (A) Independentemente de seu objeto, consideram-se empresárias as sociedades anônimas, e simples as cooperativas. (B) As sociedades simples têm natureza de sociedades de pessoas. (C) As antigas sociedades civis, regidas pelo Código Civil de 1916, são as atuais sociedades simples. (D) A decretação da falência de sócio é causa ensejadora da resolução da sociedade que integra. (E) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica foi positivada pelo novo Código Civil, conforme entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritários. 2. (Juiz Substituto – TJPA 2007- 69) Assinale a alternativa correta. (A) O aval posterior ao vencimento do título de crédito não produz efeitos. (B) Em regra, cada ação ordinária corresponde a um voto nas deliberações da assembléia geral, salvo cláusula estatutária expressa que atribua o voto plural. (C) Nas sociedades de economia mista, o Conselho Fiscal terá funcionamento permanente. (D) A sentença que decretar a falência de sociedade em nome coletivo não acarreta falência pessoal dos sócios, por não serem considerados empresários. (E) O tag along poderá ser estendido às ações preferenciais com voto restrito. 3. (Juiz Substituto – TJPA 2009 – 66) Em uma sociedade limitada, é correto afirmar que: (A) a investidura do administrado deverá ter anuência da totalidade dos sócios, se o capital já estiver integralizado. (B) a quota de um sócio, na omissão do contrato, pode ser transferida a terceiros, mas é preciso que haja concordância de todos os demais sócios. (C) o conselho fiscal é obrigatório, pois é um órgão de fiscalização e controle. (D) o capital da sociedade poderá ser reduzido, mediante a correspondente modificação do contrato, não podendo o credor quirográfico opor-se a essa redução. (E) o pedido de recuperação, a nomeação e destituição dos liquidantes e o julgamento das suas contas dependem da deliberação dos sócios. 4. (Fiscal de Rendas Estado do RJ – 2009 -16) A respeito da estrutura de administração das

sociedades por ações, é correto afirmar que: (A) é obrigatório que as sociedades por ações sempre tenham administração dual, isto é, tenham um Conselho de Administração e uma diretoria. (B) o Conselho de Administração é obrigatório apenas em sociedade por ações de capital aberto, em sociedades de economia mista e de capital autorizado. (C) é vedada a criação de qualquer outro órgão da sociedade ou comitê, ainda que com funções

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meramente consultivas, diferente dos órgãos previstos em lei, isto é, Conselho de Administração e Diretoria. (D) os membros do Conselho de Administração podem, eventualmente, representar a companhia perante terceiros. (E) quando a sociedade por ações possuir Conselho de Administração, os membros da Diretoria, antes de realizar qualquer negócio relevante para a companhia, devem ter o aval do órgão colegiado. 5. (Juiz Substituto – TJPA 2007- 63) Assinale a alternativa correta. (A) Os créditos tributários relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência preferem aos créditos com garantia real. (B) O crédito acidentário prefere ao crédito com garantia real até o limite de cento e cinqüenta salários mínimos. (C) Os créditos trabalhistas devidos após a decretação da falência, em razão da continuação do negócio do falido, devem ser pagos com a observância do limite de cento e cinqüenta salários mínimos. (D) A responsabilidade pessoal dos sócios de sociedade limitada que teve a falência decretada deve ser apurada no juízo falimentar, mediante ação de responsabilidade, observado o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil e o prazo prescricional de dois anos a contar da decretação da falência. (E) As multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais e administrativas, inclusive as multas tributárias, preferem aos créditos quirografários. 6. (Fiscal de Rendas Estado do RJ – 2009 -4) A respeito da disciplina jurídica brasileira

das empresas em crise, é correto afirmar que: (A) estão sujeitos à disciplina da Lei 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperação de Empresas) os empresários, as sociedades empresárias, as instituições financeiras privadas, as sociedades seguradoras e as cooperativas de crédito. (B) os sócios das sociedades limitadas estão sujeitos aos efeitos jurídicos da falência produzidos em relação à sociedade empresária falida. (C) durante o procedimento de recuperação judicial, os administradores da sociedade podem ser mantidos em seus cargos com competência para a condução dos negócios sociais. (D) todos os credores, inclusive os de natureza tributária e trabalhista, podem participar da negociação da recuperação extrajudicial. (E) o plano de recuperação judicial deverá ser apresentado pelo devedor e aprovado pela unanimidade dos devedores, sob pena de ser decretada a falência. 7.(Juiz Substituto – TJMS 2008 – 72) Assinale a afirmativa correta.

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(A) De acordo com entendimento consolidado do STJ, a nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito goza de autonomia em razão da liquidez do título que a originou. (B) De acordo com entendimento sumulado, o instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial. (C) De acordo com o Código Civil, o endossante responde pelo cumprimento da prestação constante do título, ressalvada cláusula expressa em contrário. (D) No cheque cruzado o cruzamento especial pode ser convertido em geral. (E) O art. 23 da Lei 5.474/68 autoriza a emissão de triplicata nas hipóteses de perda, extravio ou retenção indevida do título pelo sacado. 8.(Fiscal de Rendas Estado do RJ – 2009 -5) A respeito da fiança e aval, é correto afirmar que: (A) tanto o fiador como o avalista podem opor ao credor as exceções extintivas da obrigação que competem ao devedor principal. (B) tanto o avalista quanto o fiador não podem pleitear o benefício de ordem. (C) a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica na ineficácia total da garantia. (D) o aval é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigações contraídas por contrato. (E) a fiança é instituto jurídico com finalidade de garantir a satisfação de obrigação assumida pelo devedor mediante emissão de um título cambiário. 9. (Fiscal de Rendas Estado do RJ – 2009 -1) Assinale a alternativa correta. (A) Bom de Roda Ltda. tem como objeto social a prestação de serviços automotivos e comercialização de pneus. O registro do seu ato constitutivo e dos demais atos societários deve ser realizado no Registro Civil de Pessoa Jurídica. (B) Pereira Advogados é uma sociedade de advogados que presta serviços jurídicos na área de direito de mercado de capitais. O registro do seu ato constitutivo e dos demais atos societários deve ser realizado no Registro Público de Empresas Mercantis. (C) O objeto social de Escola ABC S.A. é o ensino elementar e a prestação de serviços educacionais. O registro do seu ato constitutivo e dos demais atos societário deve ser realizado no Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais. (D) Jorge Silveira exerce atividade de comercialização de joias e materiais ornamentais. Para ser empresário individual deve inscrever-se no Registro Civil de Pessoas Físicas. (E) Cooperativa de Leite Vaquinha Ltda., com sede na cidade do Niterói, deve ter o seu ato constitutivo e os demais atos societários registrados no Registro Público de Empresas Mercantis da cidade do Rio de Janeiro.

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10. (Fiscal de Rendas Estado do RJ – 2008 – 5) No que tange ao estabelecimento empresarial, é incorreto afirmar que: (A) o alienante do estabelecimento assume responsabilidade subsidiária com o adquirente, pelo prazo de um ano a partir, quanto aos créditos vincendos, da publicação e, quanto aos outros, da data do vencimento. (B) o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos posteriores ao trepasse, salvo autorização expressa. (C) o adquirente do estabelecimento é responsável pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados. (D) se entende por estabelecimento empresarial o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos utilizados pelo empresário no exercício de sua empresa. (E) o estabelecimento pode ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.

GABARITO

01-C/ 02-E/ 03-E/ 04-B/ 05-A/ 06-C/ 07-B/ 08-A/ 09-C/ 10-A

DICAS ÉTICA E ESTATUTO

PROF. PAULO MACHADO

Professor de Ética e Estatuto dos Cursos Fórum (RJ), CEJUS (BA)

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Autor do livro: "Manual de Ética Profissional da Advocacia". Editora Lumen Juris. Email: [email protected]

Facebook.: Paulo Machado

DICA nº 1: Tipos de inscrição

O Estatuto prevê três tipos de inscrição para advogados (principal,

suplementar e por transferência) e um tipo para os estagiários (inscrição de

estagiário).

a) Inscrição principal: De acordo com o Provimento nº 109/05 do Conselho

Federal da OAB (art. 2º), o Exame de Ordem pode ser prestado pelo bacharel

em Direito no Conselho Seccional do Estado onde foi concluído o curso de

graduação em Direito ou onde tem domicilio eleitoral. O novo Provimento nº

136/09 repete a mesma regra no seu art. 2º, acrescentando no parágrafo 1º que

“o bacharel em Direito que concluiu o curso em estado cuja Seccional integra o

Exame de Ordem Unificado tem a faculdade de escolher, dentre as Seccionais

participantes do Unificado, em qual delas se inscreverá para fazer o Exame de

Ordem”.

Obtida a aprovação no Exame, a inscrição principal deve ser feita no Conselho

Seccional em cujo estado pretende estabelecer seu domicílio profissional. O

Estatuto da Advocacia e da OAB considera domicílio profissional a sede

principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da

pessoa física do advogado (domicílio civil).

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Com a inscrição principal, o advogado pode exercer livremente

(ilimitadamente) a profissão no Estado-membro (ou no Distrito Federal)

respectivo e, eventualmente (limitadamente), em qualquer outro Estado do

país. Passando a exercer a advocacia com habitualidade na área de outro

Conselho Seccional, será obrigado a fazer uma outra inscrição naquele local.

Chama-se inscrição suplementar.

b) Inscrição suplementar: A inscrição suplementar é outra inscrição que deve

ser feita pelo advogado quando passa a exercer a advocacia habitualmente em

outro estado, diverso daquele onde tem a inscrição principal. O art. 10, § 2º, do

Estatuto da Advocacia considera habitualidade a intervenção judicial que

exceder de cinco causas por ano.

c) Inscrição por transferência: A inscrição por transferência deve ser feita pelo

advogado quando houver mudança efetiva de seu domicílio profissional para

outra unidade federativa.

Difere-se da inscrição suplementar, porque nesta o advogado permanece com

a inscrição principal. Com a transferência da inscrição, a principal é cancelada.

DICA nº 2: Atos Nulos

O Estatuto traz cinco grupos de pessoas que, se vierem a praticar quaisquer

dos atos privativos de advogado, tais atos serão nulos. Repita-se: pela Lei nº

8.906/94, haverá nulidade (absoluta), não podendo ser ratificados por outro

profissional, apesar de haver entendimentos doutrinários e jurisprudenciais

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em sentido contrário. Vejamos as hipóteses constantes no art. 4º, e parágrafo

único, do Estatuto da Advocacia e da OAB:

a) pessoas não inscritas na OAB;

b) advogado impedido;

c) advogado suspenso;

d) advogado licenciado;

e) advogado que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.

DICA nº 3: Inscrição para estrangeiros ou brasileiros graduados fora do país

O art. 8, § 2º, do EAOAB, determina que o estrangeiro ou o brasileiro, quando

graduados em Direito fora do país, podem inscrever-se no quadro de

advogados da OAB. Para isso deve ser feita a prova do título de graduação em

Direito, obtido pela instituição de ensino estrangeira, devidamente

revalidado, bem como preencher os requisitos indicados nos incisos do art. 8º

do Estatuto.

DICA nº 4: Macete para infrações e sanções disciplinares

$

F raudar lei

R eter autos = SUSPENSÃO

I népcia profissional

C onduta incompatível

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F azer falsa prova

I nidoneidade moral = EXCLUSÃO

C rime infamante

SOBRA = CENSURA

* Exceção: art. 34, III, EAOAB – agenciar causas mediante participação nos

honorários a receber: tem $, mas é censura.

• Lembre-se também de que a reincidência gera a suspensão e de que 3

suspensões = exclusão !!!

• Para a exclusão exige-se o quorum de 2/3.

DICA nº 5: Macete impedimento e incompatibilidade

ALTO ESCALÃO

cancelamento

INCOMPATIBILIDADE

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Judiciário Cartório Policial Militar Fiscal ou ‘

Gerente? licença

BAIXO ESCALÃO

É MEMBRO DO LEGISLATIVO?

IMPEDIMENTO

SOBRA

Exceções:

1 – art. 28, II, EAOAB: membros da MESA do Poder Legislativo =

incompatíveis;

Pode advogar, menos contra ou a favor da Adm. Pública.

Pode advogar, menos contra a fazenda que o remunera.

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2 – art. 30, parágrafo único, EAOAB: professor de direito é livre para advogar;

3 – art. 28, § 3º, EAOAB: Diretor sem poder de decisão e diretor acadêmico de

direito: não há incompatibilidade;

4 – Art. 29, EAOAB: Procurador Geral tem exclusividade para o desempenho

do cargo;

5 – Art. 28, II, EAOAB c/c ADI 1.127-8: Advogado que é juiz eleitoral pode

advogar.

QUESTÕES DO PROF. PAULO MACHADO

1 – José Carlos Gondim, advogado devidamente inscrito na OAB/ES, tem uma causa no estado do

Rio de Janeiro.

No dia 17 de maio de 2011, durante uma audiência realizada na Comarca da Capital do Estado do

Rio de Janeiro, praticou um infração disciplinar de natureza leve.

Acerca do processo disciplinar na OAB, marque a alternativa incorreta:

a) A decisão condenatória recorrível deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Seccional

onde o a representado tenha a inscrição principal, para constar dos respectivos assentamentos.

b) A jurisdição disciplinar não exclui a comum e, quando o fato constituir crime ou contravenção,

deve ser comunicado às autoridades competentes.

c) O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete ao Conselho Seccional em cuja

base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante a Subseção,

quando competirá a está julgar o advogado e aplicar a punição cabível.

d) O prazo para a defesa prévia pode ser prorrogado por motivo relevante, a juízo do relator.

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2 – De acordo com a Lei nº 8.906/94, um dos requisitos para o advogado se candidatar a um cargo

de conselheiro seccional é ter mais de 5 anos de profissão.

Em relação ao tema “Eleições e Mandatos”, conforme o Estatuto da Advocacia e da OAB, bem

como segundo o Regulamento Geral do EAOAB, marque a resposta correta:

a) Extingue-se o mandato automaticamente, antes do seu término quando o titular faltar, sem justo

motivo, a cinco reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão deliberativo do Conselho ou da

diretoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados, podendo, entretanto, ser

reconduzido no mesmo período de mandado.

b) Extinto qualquer mandato, nas hipóteses previstas na Lei nº 8.906/94, cabe ao Conselho Federal

escolher o substituto, caso não haja suplente.

c) A eleição dos membros de todos os órgãos da OAB será realizada na segunda quinzena do mês

de outubro do último ano do mandato, mediante cédula única e votação direta dos advogados

regularmente inscritos.

d) O mandato em qualquer órgão da OAB é de 3 anos, iniciando-se em 1º de janeiro do ano

seguinte ao da eleição, salvo no Conselho Federal.

3 – O Estatuto da Advocacia e da OAB, no art. 45, diz que os órgãos da OAB são: Conselho

Federal, Conselhos Seccionais, Caixa de Assistência dos Advogados e as Subseções.

No que diz respeito aos órgãos da OAB, assinale a alternativa correta:

a) É da competência do Conselho Seccional decidir o pedido de inscrição no quadro de advogados

e estagiários.

b) Em nenhuma hipótese pode o Conselho da Subseção receber pedido de inscrição nos quadros

de advogados e estagiários, instruir e emitir parecer prévio, mesmo que para posterior decisão

do Conselho Seccional.

c) Compete privativamente ao Conselho Federal criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos

Advogados.

d) Compete privativamente ao Conselho Seccional fixar a tabela de honorários advocatícios, válida

para todo o país.

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4 – Roberto da Costa, advogado inscrito há 6 anos na OAB/BA, foi contratado por uma empresa

bancária para desempenhar a atividade de advogado do aludido banco.

A respeito do tema, o Estatuto da Advocacia traz algumas regras.

Marque a alternativa que se adéqua a essas regras:

a) O salário mínimo profissional do advogado será fixado pelo Conselho Seccional da OAB.

b) A relação de emprego, na qualidade de advogado, retira a isenção técnica e reduz a

independência profissional, visto que um dos requisitos caracterizadores do vinculo

empregatício é a subordinação.

c) As horas trabalhadas que excederem a jornada normal de trabalho são remuneradas por um

adicional não superior a 100 % sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.

d) As horas trabalhadas no período das 20 horas de um dia até as 5 horas do dia seguinte são

remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de 25 %.

5 – Em relação aos direitos dos advogados assegurados pelo Estatuto da Advocacia e da OAB,

bem como em relação ao entendimento do STF, marque a alternativa incorreta.

a) Constitui direito do advogado, exercer com liberdade, a profissão em todo o território nacional,

exigindo-se, em alguns casos, a inscrição suplementar.

b) É direito do advogado ter vista de autos de processo findos, mesmo sem procuração pelo prazo

de 10 (dez) dias, via de regra.

c) Constitui direito do advogado, ser publicamente desagravado, quando ofendido no exercício da

profissão ou em razão dela.

d) É direito do advogado sustentar oralmente as razões de qualquer recurso ou processo, nas

sessões de julgamento, após o voto do relator, em instância judicial ou administrativa pelo

prazo de 15 minutos, salvo se prazo maior for concedido.

6 - Em relação às infrações e sanções disciplinares, assinale a opção correta.

a) Prescreve em dez anos a pretensão punitiva contra advogado pela prática de infração punível

com exclusão da advocacia.

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b) O advogado que mantém sociedade de advocacia em violação às normas do Estatuto da

Advocacia e da OAB pratica uma infração disciplinar punível com censura;

c) O estagiário não se submete às penalidades do estatuto do advogado, devendo a pena recair

exclusivamente sobre o advogado responsável por seu treinamento.

d) A pena de censura pode ser convertida em advertência, que ficará registrada nos assentamentos

funcionais do advogado.

7 – Um dos temas regulamentados pelo Estatuto da Advocacia e da OAB é sobre os honorários

advocatícios. À luz da Lei Federal 8.906/94 (EAOAB), bem como à luz do Código de Ética e

Disciplina é correto afirmar que:

a) A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários

convencionados e aos honorários fixados por arbitramento judicial apenas.

b) Os honorários advocatícios devem necessariamente ser parcelados em três vezes, sendo 1/3 no

início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final.

c) Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em

remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, na tabela organizada

pelo Conselho Seccional da OAB.

d) O Código de Ética e Disciplina permite que o advogado contrate honorários advocatícios

através de notas promissórias.

8 – Marcos Meira, advogado regularmente inscrito na OAB/PR, descobriu que seu potencial

cliente João omitira-lhe o fato de já ter constituído o advogado Anderson para a mesma causa.

Na situação apresentada, supondo-se que não se trate de medida judicial urgente e inadiável

nem haja motivo justo que desabone Anderson, Paulo deve:

a) recusar o mandato, de acordo com imposições éticas, haja vista a existência de outro advogado já

constituído;

b) denunciar João ao Conselho Federal por litigância de má-fé;

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c) notificar Anderson por intermédio da Comissão de Ética e Disciplina da OAB para que este se

manifeste no prazo de quinze dias corridos e, caso Anderson não se manifeste, continuar

defendendo os interesses de João em consonância com os preceitos éticos da advocacia;

d) denunciar Anderson ao Tribunal de Ética da OAB por omissão culposa, estando este sujeito a

censura.

STÃO 11

9 - No tocante à sociedade de advogados, assinale a opção correta.

a) A sociedade de advogados pode associar-se com advogados apenas para participação nos

resultados, sem vínculo de emprego;

b) Com o falecimento do sócio que dava nome à sociedade de advogados, o conselho seccional

deverá notificar de imediato os demais sócios para a alteração do ato constitutivo,

independentemente de previsão de permanência do nome do sócio falecido;

c) Os advogados associados não respondem pelos danos causados diretamente ao cliente, sendo

essa responsabilidade exclusiva dos sócios do escritório;

d) Ainda que condenado judicialmente por dano causado a cliente, o advogado não deverá sofrer

qualquer sanção disciplinar no âmbito da OAB.

10 - Acerca das disposições relativas a mandato judicial previstas no Código de Ética e Disciplina

da OAB, julgue os itens subseqüentes.

I - A revogação do mandato judicial por vontade do cliente desobriga-o do pagamento das verbas

honorárias contratadas, sendo, em razão disso, retirado do advogado o direito de receber

eventuais honorários de sucumbência.

II - Tanto o mandato judicial quanto o extrajudicial devem ser outorgados coletivamente aos

advogados que integrem a sociedade de que façam parte e exercidos no interesse do cliente,

respeitada a liberdade de defesa.

III - Os mandatos judicial e extrajudicial não se extinguem pelo decurso de tempo, desde que

permaneça a confiança recíproca entre o outorgante e o seu patrono no interesse da causa.

Assinale a opção correta.

a) Apenas o item I está certo;

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b) Apenas o item III está certo;

c) Apenas os itens I e III estão certos;

d) Apenas os itens II e III estão certos.

GABARITO

1 – C/2 – D/3 – A/4 – D/5 – D/6 – B/7 – C/8 – A/9 – A/10 – B

GABARITANDO DIREITO ADMINISTRATIVO

ATOS ADMINISTRATIVOS, LICITAÇÕES, CONTRATOS E

DESAPROPRIAÇÃO – LUIS EDUARDO

Personal Trainer do Exame da Ordem http://professorluiseduardo.com.br/

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Nesse momento antes de chegarmos as dicas de fato e de direito, é necessário passarmos

por uma introdução para explicarmos alguns pontos.

Neste grandioso projeto do Prof. Pedro Baretto, em Direito Administrativo, vamos abordar

os temas de atos administrativos, licitações, contratos e desapropriação. Sem meias

palavras os pontos mais cobrados em todos os tempos no Exame da Ordem (só perdendo

para serviço público no último Exame), por isso merecem toda nossa atenção e dedicação.

Por fim, mais uma vez agradeço aos cursos que neste exame abriram suas portas para

minhas aulas, em especial ao Curso Forum. Dando honra a quem tem honra: Pedrão

obrigado por tudo!

Dica n.º 1. Atos administrativo – elementos I.

Os atos administrativos são compostos de cinco elementos, quais sejam: objeto, motivo,

forma, finalidade e competência. Desses cinco elementos temos dois que são variáveis (o

objeto e o motivo) e três invariáveis (a forma, finalidade e a competência).

O objeto e o motivo são variáveis, pois podem ser discricionários ou vinculados. Sendo o

ato discricionário eles são discricionários, do contrário se o ato é vinculado os mesmos

também são vinculados.

Isso é importante para sabermos que no ato discricionário há liberdade de escolha quanto

ao objeto e o motivo. Já no ato vinculado não há liberdade alguma.

Dica n.º 2. Atos administrativo – elementos II.

Ainda sobre os elementos temos de observar as questões que envolvem a motivação e

motivo.

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A primeira ponderação é que o motivo não é igual a motivação, posto que a motivação é a

exposição dos motivos e integra a forma do ato administrativo. Já o motivo é elemento

essencial a validade do ato.

Por fim, temos de saber os atos administrativos dedem ser motivado quando a lei ou a

constituição exigir.

Dica n.º 3. Atos administrativos – elementos III.

Ainda sobre os elementos temos que dar uma olhada na finalidade.

Esse elemento deve ser firmado na seguinte forma: a finalidade divide-se em genérica e

específica. A finalidade genérica de todo ato administrativo é o interesse público e a

finalidade específica são os objetivos de cada ato.

Caso n.º 1: na tredestinação lícita o administrador altera somente a finalidade especifica,

mas a genérica é mantida. Ex: quando o Estado desapropria uma casa para construir um

hospital e faz uma escola.

Caso n.º 1: na tredestinação ilícita o administrador altera as duas finalidades a genérica e a

especifica. Ex: quando o Estado desapropria uma casa para construir um hospital e vende

a uma imobiliária para fazer um condomínio de luxo.

Dica n.º 4. Atos administrativo – Abuso de poder.

Um dos assuntos mais cobrados no EO é o abuso de poder. Este é um gênero composto de

duas espécies: o excesso e o desvio de poder.

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O desvio de poder ocorre quando o agente age fora do interesse público, ex: vingança. Já o

excesso de poder ocorre quando o agente agiu fora das suas competências, ex: agiu além

das suas competências.

Perceba que no desvio o elemento finalidade é violado, e no excesso o elemento

competência é violado.

Dica n.º 5. Atos administrativos – revogação (extinção do ato legal e perfeito, porém não

mais inconveniente e inoportuno) e anulação (extinção do ato que tem vício de

ilegalidade).

Trata-se das duas formas mais conhecidas de extinção do ato administrativo. Sem sombra

de dúvidas um assunto bem complexo, fato que nos fez organizar as duas tabelas abaixo:

Qual ato pode ser revogado? O discricionário.

Quem pode revogar? Só a Administração Pública.

Como revogar? Por meio de procedimento

administrativo (art. 53 da Lei 9784/99).

Qual o efeito temporal da revogação? Ex nunc – não retroage. Só produz

efeitos prospectivos. Por isso respeita

direitos adquiridos.

Qual ato pode ser anulado? O discricionário e o vinculado.

Quem pode anular? A Administração Pública e o Poder

Judiciário.

Como anular? Por meio de procedimento

administrativo (art. 53 da Lei 9784/99)

quando a Administração agir, ou por

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meio de processo judicial quando o

Poder Judiciário agir.

Qual o efeito temporal da revogação? Ex tunc – retroage. Por isso não

respeita direitos adquiridos.

Dica n.º 6. Licitação – novo conceito.

Após a lei 12.349/10 o conceito de licitação fora alteração. Dessa forma, de acordo com a

norma do art. 3º da lei 8666/93, licitação é um procedimento administrativo que visa da

isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração.

Obs.: guardem essa será um boa questão de prova.

Dica n.º 6. Licitações – apontamentos.

Em razão da grandeza dos temos vamos as sentenças.

� tem novo conceito firmado no art. 3º alterado pela lei 12.349/10.

� existem 7 modalidades: concorrência, tomada de preço, convite, concurso, leilão, pregão

e consulta (art. 22 §§ 1º ao 5º) e pregão (lei 10.520/02) e consulta (lei 9472/97).

� já os tipos de licitação são 4: menor preço, melhor técnica, técnica e preço, maior lance ou

melhor oferta (tudo na forma do art. 45 da lei 8666/93).

� é necessário lembrarmos que temos 3 modalidades que se prendem a valor:

concorrência, tamada de preço e convite. E os valores de cada uma estão expressos no art.

23 da lei 8666/93.

� é necessário ainda saber a diferença entre: licitação inexigível (quando não há

possibilidade de competição – art. 25 da lei 8666/93), dispensável (quando há possibilidade

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de escolha em realizar a licitação art. 24 da lei 8666/93) e dispensada (quando não há

possibilidade de escolha em realizar a licitação art. 24 da lei 8666/93).

� a diferença entre licitação deserta (aquela que não aparece licitantes – art. 24, V da lei

8666/93) e fracassada (aquela que há licitantes, mas são inabilitados ou desclassificados –

art. 48, § 3º da lei 8666/93).

� é necessário também saber que a licitação em regra termina com a adjudicação do objeto

contratual ao licitante vencedor, mas excepcionalmente termina com a revogação e com a

anulação na forma do art. 49 da lei 8666/93.

Dica n.º 7 - Contratos administrativos.

Vamos às sentenças:

���� é o acordo de vontades em regra entre a Administração Pública e um particular,

precedido de licitação, regido pelas regras de direito público e por isso, permeado de

clausulas exorbitantes.

� é possível haver contratos administrativos sem licitação, são os casos vistos acima de

licitação inexigível, dispensada e dispensável.

� a Administração pode ainda celebrar contratos de direito privado, de forma excepcional.

� os contratos administrativos em regra são escritos, mas podem ser verbais de acordo

com o art. 60, § únicos da lei 8666/93.

� um dos assuntos mais importantes no tema de contratos administrativos são as clausulas

exorbitantes, que na verdade são clausulas oriundas da supremacia do interesse publico,

que de forma irrenunciável dão mais poder ao Administração do que ao particular na

relação contratual. As clausulas exorbitantes são varias, mas duas chamam atenção: a

alteração unilateral dos contratos administrativos (art. 65, I e § 1º da lei 8666/93) e a

extinção unilateral dos contratos administrativos (art. 78 c/c art. 79, I da lei 8666/93).

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� é necessário saber ainda que os contratos podem ser extintos de forma normal (termino

do prazo e cumprimento do objeto), mas podem ser extintos de forma anormal (anulação e

rescisão por inadimplência ou interesse público).

Dica n.º 8. Responsabilidade do servidor público – responsabilidades.

De acordo como art. 121 da lei 8112/90 o servidor por um único ato pode responder três

vezes.

Dessa forma, o servidor vai responder penal, civil e administrativamente pelo cometimento

de um único ato, sobre isso vale anotar.

� não é bis in idem;

� é constitucional.

� as esferas de responsabilidade são independentes só, cada órgão ou agente é livre para

decidir, com exceção os casos de absolvição por negativa de autoria e inexistência do ato ou

do fato ilícito (art. 126 da lei 8112/90 e art. 935 do CC).

� todas essas responsabilidade são subjetivas.

Dica n.º 9. Intervenção do Estado na Propriedade – espécies e conceitos.

Sendo a propriedade um direito fundamental relativo, é possível que o Estado intervenha

na mesma em prol de observar as regras do interesse público e adequar o seu uso.

Sabendo que esse assunto é extenso por demais, vamos nos ater as principais espécies de

intervenção:

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� ocupação temporária: caracteriza-se pela utilização transitória, gratuita ou remunerada,

de imóveis de propriedade particular para fins de interesse público.

� requisição administrativa: é utilização pelo Estado de bens móveis, imóveis e serviços

particulares em situação de perigo público iminente.

� Limitação administrativa: é o ato administrativo unilateral de cunho geral, que impõe

restrição das faculdades de usar e fruir de bem imóvel, aplicável a todos os bens de uma

mesma espécie. Em regra não gera direito a indenização.

� servidão administrativa: é o direito real público que autoriza o Poder Público a usar a

propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse público.

� tombamento: é o ato administrativo pelo qual se declara o valor histórico, artístico,

paisagístico, arqueológico, cultural, arquitetônico de bens moveis e imóveis.

� desapropriação: procedimento através do qual o Estado, expropria alguém de sua

propriedade e a adquire a mesma.

Dica 10 – Espécies de desapropriação.

- desapropriação ordinária/ comum (art. 5º, XXIV CRFB/1988): a que o Estado faz

mediante interesse ou necessidade pública ou interesse social. Todos os entes federativos

podem fazer (União, Estados, DF e Municípios). Em regra a sua indenização, é justa, previa

e em dinheiro, contudo, em caso excepcionais pode ser paga em precatório.

- desapropriação urbana (art. 182, § 4º III CRFB/1988): a que o Estado faz por

descumprimento da função social da propriedade urbana. Só o Município e DF podem

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fazer. Em regra a sua indenização é em titulo da divida pública (TDP) resgatável num

prazo de 10 anos.

- desapropriação rural (art. 184/189 CRFB/1988): a que o Estado faz por descumprimento

da função social da propriedade rural. Só a União pode fazer. Em regra a sua indenização é

em titulo da divida agrária (TDA) resgatável num prazo de 20 anos.

- desapropriação confisco (art. 243 CRFB/1988): a que o Estado faz por cultivo ilícito de

psicotrópico. Em regra só a União faz. Não gera indenização, pois tem origem em ato

ilícito.

QUESTÕES DO PROF. LUIS EDUARDO 1) Dentre outros, são exemplos de atos administrativos insuscetíveis de revogação: (A) licença para exercer profissão regulamentada em lei; certidão administrativa de dados funcionais de servidor público. (B) ato de concessão de aposentadoria, mesmo que ainda não preenchido o lapso temporal para a fruição do benefício; ato de adjudicação na licitação quando já celebrado o respectivo contrato. (C) edital de licitação na modalidade tomada de preços; atestado médico emitido por servidor público médico do trabalho. (D) ato que declara a inexigibilidade de licitação; autorização para uso de bem público. 2. A desapropriação indireta (A) pode ser obstada por meio de ação possessória. (B) não impede a reivindicação do bem, ainda que já incorporado ao patrimônio público. (C) incide diretamente sobre um bem, impondo-lhe limitações que impedem total ou parcialmente o exercício dos poderes inerentes ao domínio. (D) gera direito à indenização; todavia, não há direito à percepção de juros compensatórios. 3. Todo contrato é negócio jurídico bilateral, realizado entre pessoas que se obrigam a prestações mútuas e encargos e vantagens equivalentes. Portanto, são características essenciais dos contratos administrativos.

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A) Sempre exige prévia licitação, bilateral, oneroso, não cumulativo e realizado intuitu

personae (com intuito na pessoa, em função da pessoa) para ser realizado pelo contratado em princípio. B) Sempre exige prévia licitação, bilateral, podendo ser unilateral em caso de interesse maior público, oneroso, não cumulativo e podendo conter peculiaridades como as chamadas cláusulas exorbitantes. C) É sempre consensual e, em regra, formal, via de regra oneroso, não cumulativo, realizado intuitu personae (com intuito na pessoa, em função da pessoa) para ser realizado pelo contratado em princípio e contém cláusulas exorbitantes. D) É sempre consensual e, em regra, formal, oneroso, cumulativo e realizado intuitu

personae (com intuito na pessoa, em função da pessoa) para ser realizado pelo contratado em princípio. 4. Sobre a finalidade das licitações a luz dos princípios básicos da administração pública, podemos afirmar que: A) A finalidade da licitação é a de garantir e observar o princípio constitucional da isonomia, selecionando as propostas mais vantajosas para a Administração Pública quando precisar contratar com terceiros particulares, obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações segundo os princípios básicos de impessoalidade, legalidade, moralidade, igualdade e probidade administrativa. B) A finalidade da licitação é a de garantir e observar o conjunto de modalidades instituídas por lei, garantindo o princípio de legalidade, selecionando as propostas mais vantajosas dos interesses bilaterais, característico dos contratos administrativos, quando precisar contratar, obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações segundo os princípios básicos de impessoalidade, igualdade e probidade administrativa. C) A finalidade da licitação é a de garantir a concorrência prevista no artigo 22, § 1º, da lei 8666/93 nos casos de alienação, licitações internacionais e licitações de concessões e permissões de serviços públicos, garantindo o princípio de publicidade e eficiência, selecionando as propostas mais vantajosas do interesse público, quando também precisar contratar, obras, serviços, compras, demais alienações, concessões, permissões e locações segundo o princípio básico de impessoalidade e legalidade. D) A finalidade da licitação é a de garantir a concorrência prevista no artigo 22, § 1º, da lei 8666/93 e a tomada de preço prevista no artigo 22, §2º, da lei 8666 /93 garantindo o princípio de publicidade e eficiência, selecionando as propostas mais vantajosas do interesse público, quando contratar, obras, serviços, compras, alienações, concessões, permissões e locações segundo o princípio básico de impessoalidade e legalidade. 5. As empresas públicas e as empresas de sociedades de economia mista apresentam grandes semelhanças, contudo, quanto à forma societária, marque a alternativa correta:

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A) As empresas públicas devem, obrigatoriamente, adotar a forma de Sociedade Anônima, Lei 6.404/76, enquanto que as sociedades de economia mista podem adotar qualquer forma societária em direito admitida. B) As empresas públicas devem, obrigatoriamente, adotar a forma de Sociedade Anônima, Lei 6.404/76, enquanto que as sociedades de economia mista podem adotar a forma de Sociedade Anônima ou Limitada. C) As empresas públicas podem adotar qualquer forma societária em direito admitida, enquanto que as sociedades de economia mista obrigatoriamente devem adotar a forma de Sociedade Anônima. D) Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista podem adotar qualquer forma societária em direito admitida. 6. Sobre a nova Lei do Mandado de Segurança (nº 12.016/2009), assinale a alternativa correta. A) Inovou ao admitir a possibilidade de produção de prova oral. B) Ampliou o prazo decadencial para 180 dias. C) Proibiu a renovação do pedido de mandado de segurança dentro do prazo decadencial. D) Fixou a obrigatoriedade do duplo grau de jurisdição. 7. É princípio que está presente tanto no momento da elaboração da lei como no momento da sua execução em concreto pela Administração Pública: A) publicidade. B) supremacia do interesse público. C) impessoalidade. D) hierarquia.

GABARITO 1.A/2.A/3.D/4.A/5.C/6.D/7.B

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ORGANIZAÇÃO

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TRANSMISSÃO

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PARCEIROS

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