melão tupã: origem e melhoramento...

41

Upload: trinhxuyen

Post on 11-Nov-2018

222 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

Documentos 55

Waldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento Geneacutetico

Fortaleza CE2002

ISSN 1677-1915

Dezembro 2002

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuaacuteriaCentro Nacional de Pesquisa de Agroinsuacutestria TropicalMinisteacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento

Exemplares desta publicaccedilatildeo podem ser adquiridos na

Embrapa Agroinduacutestria TropicalRua Dra Sara Mesquita 2270 - PiciCaixa Postal 3761Fone (85) 299-1800Fax (85) 299-1803Home page w w w cnpatembrapabrE-mail saccnpatembrapabr

Comitecirc de Publicaccedilotildees da Embrapa Agroinduacutestria Tropical

Presidente Oscarina Maria da Silva AndradeSecretaacuterio-Executivo Marco Aureacutelio da Rocha MeloMembros Francisco Marto Pinto Viana Francisco das Chagas

Oliveira Freire Heloisa Almeida Cunha FilgueirasEdineide Maria Machado Maia Renata Tieko NassuHenriette Monteiro Cordeiro de Azeredo

Supervisor editorial Marco Aureacutelio da Rocha MeloRevisor de texto Maria Emiacutelia de Possiacutedio MarquesNormalizaccedilatildeo bibliograacutef ica Rita de Cassia Costa CidFoto da capa Waldelice Oliveira de Paiva Detalhe do fruto de

melatildeo TupatildeEditoraccedilatildeo eletrocircnica Arilo Nobre de Oliveira

1a

ediccedilatildeo1a

impressatildeo (2002) 500 exemplares

Todos os direitos reservadosA reproduccedilatildeo natildeo-autorizada desta publicaccedilatildeo no todo ou emparte constitui violaccedilatildeo dos direitos autorais (Lei no 9610)

CIP - Brasil Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo

Embrapa Agroinduacutest ria Tropical

Melatildeo tupatilde origem e melhoramento geneacutet ico Waldelice Oliveira dePaiva [et al] - Fortaleza Embrapa Agroinduacutestria Tropical 2002

39 p (Embrapa Agroinduacutestria Tropical Documentos 55)

1 Melatildeo 2 Cucumis melo L 3 Melatildeo - Melhoramento geneacutet icoI Paiva Waldelice Oliveira de II Filgueiras Heloiacutesa Almeida CunhaIII Lima Joseacute Albeacutersio de Arauacutejo IV Buso Glaacuteucia Salles CortopassiV Queiroacutez Manoel Abiacutelio de VI Buso Joseacute Amauri VII Seacuterie

CDD 63561

copy Embrapa 2002

Waldelice Oliveira de PaivaEng Agrocircn DSc Bolsista do CNPqEmbrapaAgroinduacutestria Tropical Rua Dra Sara Mesquita 2270 -

Pici 60511-110 Fortaleza CE tel (85) 299-1801

waldecnpatembrapabr

Heloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasFarm Bioq DSc Embrapa Agroinduacutestria Tropical

heloisacnpatembrapabr

Joseacute Albeacutersio de LimaEng agrocircn PhD Professor de Virologia Bolsista doCNPq Departamento de Fitotecnia-UFC Campus do

Pici Caixa Postal 6046 albersioufcbr

Glaacuteucia Salles Cortopassi BusoEng agrocircn DSc Embrapa Recursos Geneacuteticos e

Biotecnologia Av W3 Norte (final) sno - Ed SedeEmbrapa 02372 Brasiacutelia DF tel (61) 448-4600

busocenargenembrapabr

Autores

Manoel Abiacutelio de QueiroacutezEng agrocircn PhD Embrapa Semi-Aacuterido Rodovia BR 428

- Km 152 Caixa Postal 23 CEP 56300-970 Petrolina PEmabiliocpatsaembrapabr

Joseacute Amauri BusoEng agrocircn PhD Embrapa Hortaliccedilas Rod BR 060BrasiacuteliaAnaacutepolis Km 9 70359-970 Brasiacutelia DF

tel (61) 385-9000 josebusocnphembrapabr

Apresentaccedilatildeo

O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado

a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte

do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a

oferta de melotildees

Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem

limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os

melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas

distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis

possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor

Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute

e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas

trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde

Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa

salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar

Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos

Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos

envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores

brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto

Francisco Feacuterrer Bezerra

Chefe-Geral

Embrapa Agroinduacutestria Tropical

Sumaacuterio

Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9

Introduccedilatildeo 9

A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12

Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14

A origem do melatildeo Tupatilde 15

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32

Perspectivas 34

Agradecimentos 35

Referecircncias Bibliograacuteficas 36

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Introduccedilatildeo

O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste

principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona

posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a

cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de

janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)

A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a

maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande

do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os

centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-

res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)

A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa

fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido

natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 2: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

Exemplares desta publicaccedilatildeo podem ser adquiridos na

Embrapa Agroinduacutestria TropicalRua Dra Sara Mesquita 2270 - PiciCaixa Postal 3761Fone (85) 299-1800Fax (85) 299-1803Home page w w w cnpatembrapabrE-mail saccnpatembrapabr

Comitecirc de Publicaccedilotildees da Embrapa Agroinduacutestria Tropical

Presidente Oscarina Maria da Silva AndradeSecretaacuterio-Executivo Marco Aureacutelio da Rocha MeloMembros Francisco Marto Pinto Viana Francisco das Chagas

Oliveira Freire Heloisa Almeida Cunha FilgueirasEdineide Maria Machado Maia Renata Tieko NassuHenriette Monteiro Cordeiro de Azeredo

Supervisor editorial Marco Aureacutelio da Rocha MeloRevisor de texto Maria Emiacutelia de Possiacutedio MarquesNormalizaccedilatildeo bibliograacutef ica Rita de Cassia Costa CidFoto da capa Waldelice Oliveira de Paiva Detalhe do fruto de

melatildeo TupatildeEditoraccedilatildeo eletrocircnica Arilo Nobre de Oliveira

1a

ediccedilatildeo1a

impressatildeo (2002) 500 exemplares

Todos os direitos reservadosA reproduccedilatildeo natildeo-autorizada desta publicaccedilatildeo no todo ou emparte constitui violaccedilatildeo dos direitos autorais (Lei no 9610)

CIP - Brasil Catalogaccedilatildeo-na-publicaccedilatildeo

Embrapa Agroinduacutest ria Tropical

Melatildeo tupatilde origem e melhoramento geneacutet ico Waldelice Oliveira dePaiva [et al] - Fortaleza Embrapa Agroinduacutestria Tropical 2002

39 p (Embrapa Agroinduacutestria Tropical Documentos 55)

1 Melatildeo 2 Cucumis melo L 3 Melatildeo - Melhoramento geneacutet icoI Paiva Waldelice Oliveira de II Filgueiras Heloiacutesa Almeida CunhaIII Lima Joseacute Albeacutersio de Arauacutejo IV Buso Glaacuteucia Salles CortopassiV Queiroacutez Manoel Abiacutelio de VI Buso Joseacute Amauri VII Seacuterie

CDD 63561

copy Embrapa 2002

Waldelice Oliveira de PaivaEng Agrocircn DSc Bolsista do CNPqEmbrapaAgroinduacutestria Tropical Rua Dra Sara Mesquita 2270 -

Pici 60511-110 Fortaleza CE tel (85) 299-1801

waldecnpatembrapabr

Heloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasFarm Bioq DSc Embrapa Agroinduacutestria Tropical

heloisacnpatembrapabr

Joseacute Albeacutersio de LimaEng agrocircn PhD Professor de Virologia Bolsista doCNPq Departamento de Fitotecnia-UFC Campus do

Pici Caixa Postal 6046 albersioufcbr

Glaacuteucia Salles Cortopassi BusoEng agrocircn DSc Embrapa Recursos Geneacuteticos e

Biotecnologia Av W3 Norte (final) sno - Ed SedeEmbrapa 02372 Brasiacutelia DF tel (61) 448-4600

busocenargenembrapabr

Autores

Manoel Abiacutelio de QueiroacutezEng agrocircn PhD Embrapa Semi-Aacuterido Rodovia BR 428

- Km 152 Caixa Postal 23 CEP 56300-970 Petrolina PEmabiliocpatsaembrapabr

Joseacute Amauri BusoEng agrocircn PhD Embrapa Hortaliccedilas Rod BR 060BrasiacuteliaAnaacutepolis Km 9 70359-970 Brasiacutelia DF

tel (61) 385-9000 josebusocnphembrapabr

Apresentaccedilatildeo

O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado

a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte

do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a

oferta de melotildees

Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem

limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os

melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas

distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis

possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor

Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute

e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas

trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde

Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa

salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar

Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos

Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos

envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores

brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto

Francisco Feacuterrer Bezerra

Chefe-Geral

Embrapa Agroinduacutestria Tropical

Sumaacuterio

Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9

Introduccedilatildeo 9

A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12

Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14

A origem do melatildeo Tupatilde 15

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32

Perspectivas 34

Agradecimentos 35

Referecircncias Bibliograacuteficas 36

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Introduccedilatildeo

O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste

principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona

posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a

cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de

janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)

A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a

maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande

do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os

centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-

res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)

A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa

fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido

natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 3: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

Waldelice Oliveira de PaivaEng Agrocircn DSc Bolsista do CNPqEmbrapaAgroinduacutestria Tropical Rua Dra Sara Mesquita 2270 -

Pici 60511-110 Fortaleza CE tel (85) 299-1801

waldecnpatembrapabr

Heloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasFarm Bioq DSc Embrapa Agroinduacutestria Tropical

heloisacnpatembrapabr

Joseacute Albeacutersio de LimaEng agrocircn PhD Professor de Virologia Bolsista doCNPq Departamento de Fitotecnia-UFC Campus do

Pici Caixa Postal 6046 albersioufcbr

Glaacuteucia Salles Cortopassi BusoEng agrocircn DSc Embrapa Recursos Geneacuteticos e

Biotecnologia Av W3 Norte (final) sno - Ed SedeEmbrapa 02372 Brasiacutelia DF tel (61) 448-4600

busocenargenembrapabr

Autores

Manoel Abiacutelio de QueiroacutezEng agrocircn PhD Embrapa Semi-Aacuterido Rodovia BR 428

- Km 152 Caixa Postal 23 CEP 56300-970 Petrolina PEmabiliocpatsaembrapabr

Joseacute Amauri BusoEng agrocircn PhD Embrapa Hortaliccedilas Rod BR 060BrasiacuteliaAnaacutepolis Km 9 70359-970 Brasiacutelia DF

tel (61) 385-9000 josebusocnphembrapabr

Apresentaccedilatildeo

O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado

a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte

do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a

oferta de melotildees

Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem

limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os

melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas

distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis

possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor

Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute

e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas

trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde

Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa

salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar

Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos

Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos

envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores

brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto

Francisco Feacuterrer Bezerra

Chefe-Geral

Embrapa Agroinduacutestria Tropical

Sumaacuterio

Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9

Introduccedilatildeo 9

A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12

Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14

A origem do melatildeo Tupatilde 15

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32

Perspectivas 34

Agradecimentos 35

Referecircncias Bibliograacuteficas 36

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Introduccedilatildeo

O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste

principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona

posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a

cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de

janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)

A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a

maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande

do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os

centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-

res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)

A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa

fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido

natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 4: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

Manoel Abiacutelio de QueiroacutezEng agrocircn PhD Embrapa Semi-Aacuterido Rodovia BR 428

- Km 152 Caixa Postal 23 CEP 56300-970 Petrolina PEmabiliocpatsaembrapabr

Joseacute Amauri BusoEng agrocircn PhD Embrapa Hortaliccedilas Rod BR 060BrasiacuteliaAnaacutepolis Km 9 70359-970 Brasiacutelia DF

tel (61) 385-9000 josebusocnphembrapabr

Apresentaccedilatildeo

O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado

a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte

do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a

oferta de melotildees

Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem

limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os

melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas

distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis

possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor

Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute

e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas

trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde

Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa

salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar

Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos

Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos

envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores

brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto

Francisco Feacuterrer Bezerra

Chefe-Geral

Embrapa Agroinduacutestria Tropical

Sumaacuterio

Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9

Introduccedilatildeo 9

A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12

Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14

A origem do melatildeo Tupatilde 15

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32

Perspectivas 34

Agradecimentos 35

Referecircncias Bibliograacuteficas 36

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Introduccedilatildeo

O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste

principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona

posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a

cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de

janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)

A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a

maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande

do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os

centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-

res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)

A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa

fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido

natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 5: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

Apresentaccedilatildeo

O mercado para a cultura do melatildeo tem crescido muito nos uacuteltimos anos Aliado

a esse crescimento tambeacutem tecircm-se elevado as exigecircncias qualitativas por parte

do consumidor O Brasil tem aleacutem do consumo interno aproveitado janelas deexportaccedilatildeo que asseguram o aporte consideraacutevel de divisas obtidas mediante a

oferta de melotildees

Apesar desse desempenho recente os mercados sinalizam restriccedilotildees que podem

limitar os negoacutecios dos agentes produtivos envolvidos com essa atividade Os

melotildees com atributos mais desejados (tipo Cantaloupe) satildeo muito sensiacuteveis aomanuseio o que compromete sua vida de prateleira e o transporte para longas

distacircncias Por outro lado os melotildees amarelos mais resistentes e duraacuteveis

possuem a cor da polpa e niacuteveis de accediluacutecares menos atrativos ao gosto doconsumidor

Diante desse impasse bolsistas do Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientiacutefico e Tecnoloacutegico - CNPq um professor da Universidade Federal do Cearaacute

e pesquisadores da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e da Embrapa Hortaliccedilas

trabalharam com o objetivo de reunir os atributos positivos dos dois tipos demelatildeo As pesquisas deram origem a um terceiro tipo que foi denominado Tupatilde

Ele reuacutene os atributos de casca amarela e resistecircncia ao manuseio com polpa

salmatildeo e teores de accediluacutecares atraentes ao paladar

Esse avanccedilo foi conseguido mediante a aplicaccedilatildeo do conhecimento de geneacuteticatradicional o que deixa o Tupatilde fora do foro de discussatildeo sobre transgecircnicos

Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos

envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores

brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto

Francisco Feacuterrer Bezerra

Chefe-Geral

Embrapa Agroinduacutestria Tropical

Sumaacuterio

Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9

Introduccedilatildeo 9

A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12

Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14

A origem do melatildeo Tupatilde 15

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32

Perspectivas 34

Agradecimentos 35

Referecircncias Bibliograacuteficas 36

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Introduccedilatildeo

O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste

principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona

posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a

cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de

janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)

A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a

maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande

do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os

centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-

res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)

A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa

fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido

natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 6: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

Espera-se portanto que o desdobramento desse avanccedilo no melhoramento domelatildeo seja articulado entre institutos de pesquisa e os agentes produtivos

envolvidos na cadeia produtiva do melatildeo para que em breve os consumidores

brasileiros e de outros paiacuteses possam se deleitar com esse novo produto

Francisco Feacuterrer Bezerra

Chefe-Geral

Embrapa Agroinduacutestria Tropical

Sumaacuterio

Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9

Introduccedilatildeo 9

A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12

Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14

A origem do melatildeo Tupatilde 15

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32

Perspectivas 34

Agradecimentos 35

Referecircncias Bibliograacuteficas 36

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Introduccedilatildeo

O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste

principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona

posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a

cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de

janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)

A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a

maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande

do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os

centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-

res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)

A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa

fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido

natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 7: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

Sumaacuterio

Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico 9

Introduccedilatildeo 9

A cultura do melatildeo 11Botacircnica 11Problemas teacutecnicos-agronocircmicos 12

Produtor 12Atacadista e varejista 13Consumidor 14

A origem do melatildeo Tupatilde 15

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeo Tupatilde 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S1 15Avaliaccedilatildeo das progecircnies S2 17Avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 21

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterus 22Caracteriacutesticas agronocircmicas 25Caracteriacutesticas nutricionais do fruto 30Caracteriacutesticas ao niacutevel molecular 32

Perspectivas 34

Agradecimentos 35

Referecircncias Bibliograacuteficas 36

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Introduccedilatildeo

O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste

principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona

posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a

cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de

janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)

A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a

maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande

do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os

centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-

res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)

A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa

fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido

natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 8: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

Melatildeo Tupatilde Origem eMelhoramento GeneacuteticoWaldelice Oliveira de PaivaHeloiacutesa Almeida Cunha FilgueirasJoseacute Albeacutersio de Arauacutejo LimaGlaacuteucia Salles Cortopassi BusoManoel Abiacutelio de QueiroacutezJoseacute Amauri Buso

Introduccedilatildeo

O Brasil tem se aproveitado da janela deixada pelos paiacuteses do Hemisfeacuterio Norteno inverno (dezembro a marccedilo) para exportar o melatildeo produzido no Nordeste

principalmente para os Estados Unidos e Europa O paiacutes ocupa a deacutecima nona

posiccedilatildeo entre os produtores de melatildeo (Cucumis melo L) (FAO 2001) e aparticipaccedilatildeo dessa fruta na pauta de exportaccedilatildeo brasileira alcanccedilou em 2000 a

cifra de US$25 milhotildees (SECEXMDIC 2001) enquanto que no periacuteodo de

janeiro a novembro de 2001 foi de 80423 toneladas com valor de US$ 31milhotildees (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento 2002)

A produccedilatildeo nacional de melatildeo eacute importante - economicamente e em termos deexportaccedilatildeo - para os estados produtores No Nordeste brasileiro essa fruta tem a

maior expressatildeo econocircmica onde se destacam os Estados do Cearaacute Rio Grande

do Norte Pernambuco e Bahia como os maiores produtores sendo os poacutelosirrigados do Vale do Satildeo Francisco Accedilu-Mossoroacute-RN e do Jaguaribe-CE os

centros de maior expressatildeo Os dois uacuteltimos se destacam como poacutelos exportado-

res Em 1998 o Rio Grande do Norte foi considerado o liacuteder nacional com91 de participaccedilatildeo no mercado exportador (Menezes et al 2001)

A despeito do potencial climaacutetico dos estados nordestinos para produccedilatildeo dessa

fruta natildeo tem sido possiacutevel alavancar as exportaccedilotildees porque o melatildeo produzido

natildeo atende as especificaccedilotildees exigidas por aqueles mercados sendo de qualidadeinferior e do tipo pouco apreciado pelos mercados europeu e americano Aleacutem

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 9: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

10 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

disso o custo de produccedilatildeo do melatildeo nacional eacute alto inf lacionado pelo

elevado custo da semente hiacutebrida muitas vezes importada que pode alcanccedilarateacute R$ 400000 o quilograma

O grande desafio da pesquisa estaacute em adaptar genoacutetipos de melatildeo dos tipos

mais solicitados pelos mercados agraves condiccedilotildees edafoclimaacuteticas do Nordeste

O tipo de melatildeo mais cultivado eacute o Amarelo conhecido tambeacutem como

Valenciano ou Espanhol O mesmo pertence ao grupo inodorus cujos frutos natildeo

exalam aroma na fase madura tem a coloraccedilatildeo da casca amarelo-ouro e texturaenrugada o formato do fruto eacute oval ou levemente redondo e a polpa de colora-

ccedilatildeo creme O grande diferencial desse melatildeo eacute a sua conservaccedilatildeo poacutes-colheita

mais de um mecircs em condiccedilotildees ambiente e resistecircncia a algumas das doenccedilasocorrentes nas aacutereas de cultivo

As avaliaccedilotildees efetuadas por Pedrosa et al (1999) demonstraram as diferenccedilas

geneacuteticas existentes entre cultivares desse tipo de melatildeo De acordo com Gurgel

(2000) os hiacutebridos do tipo Amarelo cultivados em Mossoroacute-RN natildeo alcanccedilam9ordm Brix valor inferior ao da classificaccedilatildeo de Gorgatti Neto (1994) que considera

como melatildeo comercializaacutevel aquele com Brix entre 9ordm e 12ordm Esse deve ser o

motivo pelo qual nos uacuteltimos anos tem sido observado crescimento no consumo

de melotildees do tipo Cantaloupe

No melatildeo tipo Cantaloupe pelo aroma eacute possiacutevel identificar os frutos maisapropriados ao consumo e que mostram melhor sabor Esses melotildees mais

atraentes apresentam na polpa pigmentos de carotenos importantes componen-

tes nutricionais para o ser humano com teores de vitamina A ateacute 113 vezesmaiores que os dos melotildees Amarelos (Robinson amp Decker-Walters 1999)

poreacutem caracterizam-se pela baixa conservaccedilatildeo poacutes-colheita

Aliar alta qualidade e prolongado periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita em frutos

de melatildeo tem sido um dos objetivos da pesquisa com melatildeo para os troacutepicos

Um melatildeo que apresente a epiderme enrugada de coloraccedilatildeo amarelo-ouro compolpa de coloraccedilatildeo salmatildeo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita prolongado

aliaria os aspectos favoraacuteveis dos dois tipos de melatildeo e contentaria tanto o

produtor quanto o consumidor

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 10: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

11Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

A cultura do melatildeo

BotacircnicaO melatildeo eacute o termo moderno atualmente preferido para denominar membros dogecircnero Cucumis famiacutelia Cucurbitaceae subgecircnero cujas espeacutecies incluem

Cucumis melo (McGreight et al 1993)

De acordo com Mallick amp Masui (1986) existem mais ou menos quarenta

variedades botacircnicas pertencentes agrave espeacutecie C melo Percebe-se uma complica-

ccedilatildeo na identificaccedilatildeo de variedades porque muitas podem ser duplicaccedilotildees damesma variedade com diferentes denominaccedilotildees

Para simplificar essa classificaccedilatildeo utiliza-se a sugerida por Munger amp Robinson

(1991) com sete grupos identificados a saber

C melo agrestis Naud Tipos selvagens com poucas ramas frutos pequenos e

natildeo comestiacuteveis

C melo cantalupensis Naud Melatildeo Cantaloupe ou Muskmelon Frutos de

tamanho meacutedio com superfiacutecie da casca rendilhada verrugosa ou escamosa

Polpa laranja mas algumas vezes verde aromaacutetico ou de aroma almiscaradoNormalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo inodorus Naud Melotildees de inverno Superfiacutecie lisa ou rugosa com

polpa branca ou verde e sem odor De tamanho grande com maturidade tardia e

maior conservaccedilatildeo que os cantalupensis Normalmente satildeo andromonoacuteicos

C melo f lexuousos Naud Snake melon Fruto longo e delgado quando

imaturo substitui o pepino Monoacuteico C melo ut illisimus ou long melon descrito na literatura indiana eacute considerado sinoniacutemia com flexuosus mas que

pela descriccedilatildeo de Roxburgh (1814) eacute muito parecido com conomon

C melo conomon Mak Pickling melon Sw eet melon Frutos pequenos com

pele da casca lisa polpa branca maturidade precoce e normalmente com poucadoccedilura e odor Entretanto alguns melotildees desse grupo tecircm alto conteuacutedo de

accediluacutecar quando maduro e satildeo consumidos com a casca como maccedilatildes As ramas

de ambos os tipos tecircm aparecircncia semelhante e tecircm em comum a resistecircncia aoviacuterus-do-mosaico-do-pepino Satildeo andromonoacuteicos

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 11: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

12 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

C melo chito e C melo dudaim Naud Mango lemon Vine peach e outros

nomes semelhantes ao formato do fruto melatildeo pomegranate Queen Annes smelatildeo de bolso para o uacuteltimo A distinccedilatildeo entre esses dois grupos natildeo eacute clara

nas publicaccedilotildees mas dudaim tem um leve aroma

C melo L momordica Phut ou Snapmelon Cult ivado na Iacutendia e paiacuteses

asiaacuteticos Eacute diferente de qualquer outro grupo sua casca eacute lisa e fina e o frutoquando maduro se parte a polpa eacute branca ou levemente laranja com baixo teor

de accediluacutecar

Problemas teacutecnico-agronocircmicosA cultura registra uma seacuterie de problemas que podem ser agrupados no acircmbito

do produtor do varejista e do consumidor

ProdutorO cult ivo do melatildeo no Brasil tomou impulso pela introduccedilatildeo do Valenciano

Amarelo pela Cooperat iva Agriacutecola de Cotia (Costa amp Pinto 1977) Esses

melotildees revolucionaram o mercado nacional porque apresentavam alta durabilida-de resistecircncia ao manuseio e transporte a longas distacircncias Foram cultivados

por longo periacuteodo em Satildeo Paulo Paraacute e outros estados brasileiros Entretanto

pelo fato de apresentarem suscetibilidade a alguns patoacutegenos seu cultivo se

tornou itinerante ateacute chegar aos projetos irrigados do Semi-Aacuterido nordestinoonde as condiccedilotildees climaacuteticas satildeo propiacutecias para o cultivo dessa espeacutecie No

Nordeste podem ser conseguidos alta produtividade e frutos com a qualidade

exigida pelos mercados nacional e internacional

Na Regiatildeo Semi-Aacuterida a cultura passou por profundas modificaccedilotildees A presenccedilade meacutedias e grandes empresas que adotam modernas tecnologias equipamentos

de irrigaccedilatildeo importados fertirrigaccedilatildeo processamento de embalagem e classifica-

ccedilatildeo de frutos tem garantido alta produtividade e competitividade junto aosmercados interno e externo (Dias et al 1998)

Aleacutem disso ocorre um esforccedilo muito grande dos produtores na introduccedilatildeo denovas cultivares e hiacutebridos (Gurgel 2000) como forma de substituir o

Valenciano Amarelo que apresenta diversas def iciecircncias em comparaccedilatildeo

com os melotildees chamados nobres sendo possiacutevel encontrar no mercadofrutos de melotildees dos tipos rendilhados Pele-de-Sapo Charantais e os tipos

Orange Flesh

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 12: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

13Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Apesar de o Nordeste brasileiro apresentar as condiccedilotildees edafoclimaacuteticas para o

cultivo do melatildeo produzindo ateacute trecircs safras anuais tem-se observado quecultivares e hiacutebridos introduzidos apresentam seu ciclo vegetativo encurtado

tornando-se muito precoces Percebe-se essa diferenccedila ao consultar os cataacutelogos

das empresas de sementes o da Petoseed em inglecircs indica que hiacutebridos do tipoAmarelo produzem frutos aos 92 dias e os Cantaloupe aos 82-85 dias O

mesmo cataacutelogo na versatildeo para a liacutengua portuguesa indica a produccedilatildeo de

frutos aos 60-67 dias para os do tipo Amarelo e 56-65 dias para os Cantaloupe

Essa precocidade que apresenta aparente vantagem torna a planta mais suscetiacute-vel agraves doenccedilas ocorrentes na regiatildeo Dias et al (1998) relataram custos com

defensivos de 13 e 95 respectivamente nos poacutelos Accedilu-Mossoroacute RN e

Petrolina PE-Juazeiro BA no Vale do Satildeo Francisco na safra de 1997 Em 1998os produtores do Vale do Accedilu estimaram seus custos com defensivos em 19

De acordo com Dias (1998) no Nordeste brasileiro dependendo da tecnologiaempregada a produtividade meacutedia pode variar de 17 a 30 toneladas Os

produtores de melatildeo enfatizam que para ter lucratividade o melatildeo precisa superar

a faixa de 25 tha Entretanto existem dificuldades na indicaccedilatildeo de um mesmohiacutebrido para cultivo em toda essa regiatildeo dada a alta interaccedilatildeo dos genoacutetipos

com o ambiente (Gurgel 2000) Por outro lado a produtividade eacute comprometida

caso ocorra incidecircncia de viroses para cujo controle os tratamentos quiacutemicosmostram pouca eficiecircncia De acordo com Rubies-Autonell et al (1996) o viacuterus-

do-mosaico-amarelo-do-zucchini se disseminou com muita rapidez na Itaacutelia e em

dois anos jaacute era responsaacutevel por 30 das infecccedilotildees por viacuterus nos frutos de melatildeo

A precocidade pode tambeacutem estar relacionada com a perda da qualidade do

fruto O conteuacutedo de accediluacutecares medido pelo teor de soacutelidos soluacuteveis na eacutepoca dacolheita dos frutos eacute um paracircmetro indicador da qualidade do fruto De acordo

com Welles amp Buitelaar (1988) a produccedilatildeo de frutos com maiores teores de soacutelidos

soluacuteveis eacute alcanccedilada utilizando-se cultivares com amadurecimento tardio cultivo embaixa temperatura noturna e desenvolvimento vigoroso da planta

Mercados atacadista e varejistaPara a aceitaccedilatildeo do produto nos mercados atacadista e varejista a aparecircncia

externa e interna eacute muito importante A avaliaccedilatildeo dessas variaacuteveis eacute feita porescala subjetiva e os frutos que alcanccedilam notas iguais ou superiores a 3 satildeo

considerados como adequados ao consumo (Menezes 1996) A firmeza da

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 13: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

14 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

polpa eacute um dos atributos importantes para proporcionar ao fruto a resistecircncia agraves

injuacuterias mecacircnicas durante o transporte e a comercializaccedilatildeo Segundo Filgueiraset al (2000) o valor miacutenimo para a firmeza da polpa eacute de 22N

A capacidade de armazenamento do fruto estaacute relacionada agrave sua vida uacutetil poacutes-

colheita As cultivares do grupo inodorus representados pelos tipos Amarelo

Pele-de-Sapo e Orange Flesh tambeacutem satildeo os preferidos pelos atacadistas evarejistas para a comercializaccedilatildeo dado o longo periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-

colheita podendo ser oferecidos em mercados distantes sem uso de cadeia de

frio Entretanto no caso do melatildeo Amarelo percebe-se uma fase de queda deconsumo tanto no mercado internacional quanto no local Em mateacuteria publicada

em um jornal de Fortaleza CE essa queda eacute explicada da seguinte maneira pelo

sabor fraco dos frutos (baixo teor de soacutelidos soluacuteveis) e dada a dificuldade de seconstatar quando o fruto estaacute realmente maduro (Diaacuterio do Nordeste 1999)

Explica-se o fato de o melatildeo do t ipo Amarelo natildeo fornecer pistas a cor dacasca amarelo-ouro eacute caracteriacutestica do tipo natildeo sendo necessariamente

indicativo de fruto maduro a casca tem textura muito firme pelo tato eacute difiacutecil

reconhecer quando a polpa estaacute macia aleacutem do que a polpa natildeo exala qualqueraroma

Por esses motivos no mercado interno os supermercadistas passaram a aumen-tar a oferta de melatildeo Cantaloupe um melatildeo que permite identificar o ponto de

consumo pelo aroma Mas esse tipo de melatildeo por ser mais pereciacutevel que o

melatildeo Amarelo natildeo se conserva pelo tempo suficiente para o transporte mariacutetimosem uso de refrigeraccedilatildeo

ConsumidorPara o consumidor o melatildeo ideal alia a aparecircncia externa (formato textura cor

da casca) uma vez que o fruto eacute comercializado por unidade de produto e pelaaparecircncia interna (cor textura e sabor da polpa) quando os frutos satildeo partidos e

disponibilizados para o consumo

Para cada tipo de melatildeo existem caracteriacutesticas especiacuteficas Geralmente a cor da

casca eacute um atributo importante na escolha Os melotildees Amarelos apresentam

maior apelo comercial do que os Cantaloupe ou os Pele-de-Sapo dada a colo-raccedilatildeo amarelo-ouro intensa Por outro lado natildeo exalam o aroma caracteriacutestico de

fruto maduro que existe nos frutos Cantaloupe e fica difiacutecil identificar os

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 14: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

15Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

apropriados ao consumo No fruto cortado a coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa do

melatildeo Cantaloupe encontra a preferecircncia ao inveacutes da polpa creme do melatildeoAmarelo Quanto ao sabor os Cantaloupe satildeo os preferidos porque apresentam

teores de soacutelidos soluacuteveis bem maiores que os dos melotildees do tipo Amarelo

A origem do melatildeo Tupatilde

O melatildeo tipo Tupatilde se originou durante o desenvolvimento do Programa de

Melhoramento do Melatildeo Amarelo conduzido pela Embrapa AgroinduacutestriaTropical Esse programa iniciou-se com a recombinaccedilatildeo de 62 genoacutetipos

diferentes escolhidos pelos atributos de qualidade de fruto e de resistecircncia a

doenccedilas e pragas (Paiva et al1998 Paiva et al 2000 Paiva et al 2001) Arecombinaccedilatildeo natural efetuada em campo foi continuada por trecircs ciclos quando

foi iniciado o processo de seleccedilatildeo

O meacutetodo de melhoramento utilizado foi o da seleccedilatildeo entre famiacutelias endogacircmicas

(S1) com uso de sementes remanescentes (Paterniani amp Miranda Filho 1987)

Progecircnies dessa populaccedilatildeo que produziam frutos proacuteximos aos do tipo Amareloforam avaliadas no campo nos anos de 1999 (Ciclo I) e 2000 (Ciclo II) Durante a

avaliaccedilatildeo do segundo ciclo foi observado que uma progecircnie (G2 3121) produzia

frutos com caracteriacutesticas diferenciadas do tipo Amarelo porque havia a formaccedilatildeoda camada de abscisatildeo que desprende o peduacutenculo do fruto quando se completa

a maturaccedilatildeo (full slip) inexistente no melatildeo Amarelo e a polpa apresentava

coloraccedilatildeo salmatildeo outra caracteriacutestica ausente no melatildeo Amarelo

Para manter o tipo sementes remanescentes da progecircnie G2 3121 foram utilizadas

para cultivo em casa de vegetaccedilatildeo sendo os frutos colhidos e avaliados

Manutenccedilatildeo e avaliaccedilatildeo do melatildeotipo Tupatilde

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S1Esse novo tipo de melatildeo recebeu a denominaccedilatildeo de Tupatilde e as plantas originadas

das sementes remanescentes cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo foram

autofecundadas para a obtenccedilatildeo de progecircnies S2 Os frutos de 18 plantas foram

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 15: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

16 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

avaliados para as caracteriacutesticas de peso (PMF) (Figura 1) tamanho da cavidade

da semente (diacircmetro interno-DI) (Figura 2) e para o teor de soacutelidos soluacuteveistotais (SST) medidos em ordmBrix (Figura 3) O PMF natildeo excedeu a trecircs quilos o

DI foi inferior a 70 cm e o SST variou de 70-140 ordmBrix Externamente os frutos

natildeo mostravam muita semelhanccedila com o tipo Amarelo sendo a cor da cascaamarelo-clara e pouco rugosa As sementes obtidas formaram as progecircnies S2

0500

100015002000250030003500

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Pes

o m

eacutedio

(g

ram

as)

0

2

4

6

8

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Diacirc

met

ro in

tern

o (

cm)

Fig 1 Variaccedilatildeo no peso de frutos produzidos por 18 plantas originadasda progecircnies G2 31 21 cult ivadas em casa de vegetaccedilatildeo FortalezaCE Julho 2000

Fig 2 Variaccedilatildeo no diacircmetro interno (DI) de frutos produzidos por 18plantas originadas das progecircnies G2 31 21 cultivadas em casa de

vegetaccedilatildeo Fortaleza CE 2000

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 16: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

17Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

0

2

4

6

8

10

12

14

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Frutos avaliados

Soacutel

idos

Sol

uacutevei

s T

otai

s (ordm

Brix

)

Fig 3 Variaccedilatildeo no teor de Soacutelidos Soluacuteveis Totais de f rutos produzidospor 18 plantas originadas das progecircnies G2 3121 cult ivadas em casade vegetaccedilatildeo Fortaleza CE

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S2As progecircnies S2 foram avaliadas no periacuteodo de agosto-outubro2000 no Campo

Experimental de Pacajus em Pacajus-CE Foram avaliadas dez progecircnies S2

(Tupatilde 1 Tupatilde 2 Tupatilde 3 Tupatilde 4 Tupatilde 5 Tupatilde 6 Tupatilde 7 Tupatilde 8 Tupatilde 9Tupatilde 10) cultivadas em linhas com cinquumlenta plantas por progecircnie

Os frutos foram colhidos e passaram por uma avaliaccedilatildeo visual sendo classifica-

dos para coloraccedilatildeo da casca em amarelo-ouro (AO) e amarelo-clara (AC)

textura da casca em lisa e rugosa formato do fruto em redondos (R) ovais (O)ou compridos (C) tamanho do diacircmetro interno em grande (G) e pequeno (P)

coloraccedilatildeo da polpa em salmatildeo verde e creme Tambeacutem foram avaliados quanto

ao sabor utilizando-se provadores que consumiram pedaccedilos da polpa e classifi-cavam como sabor Bom ou Ruim Os dados de contagem foram transformados

em porcentagem do total dos frutos avaliados

Com base nessa avaliaccedilatildeo as progecircnies foram classificadas da seguinte maneira

com relaccedilatildeo agrave epiderme dos frutos a cor eacute amarelo-clara com exceccedilatildeo de Tupatilde 5

e Tupatilde 7 (Tabela 1) com a coloraccedilatildeo amarelo-ouro com relaccedilatildeo agrave textura foramclassificadas como lisa sendo que em Tupatilde 5 Tupatilde 7 e Tupatilde 10 os frutos

tinham a superfiacutecie rugosa quanto ao formato os frutos apresentavam o formato

oval tendendo para redondo com exceccedilatildeo de Tupatilde 8 com formato redondo eachatado nos poacutelos

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 17: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

18 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tab

ela

1

Por

cent

agem

de

frut

os q

ue a

pres

enta

m c

arac

teriacute

stic

as p

ara

a co

lora

ccedilatildeo

da c

asca

o

tipo

de

epid

erm

e e

o

form

ato

do f

ruto

o

tam

anho

do

diacircm

etro

inte

rno

(cm

) a

col

oraccedil

atildeo d

a po

lpa

e o

sabo

r na

s pr

ogecircn

ies

S2

de m

elatildeo

Tup

atildeP

acaj

usC

E 2

00

1

Tup

atilde 1

360

640

840

160

266

426

306

40

960

743

230

25

966

133

Tup

atilde 2

435

564

411

589

435

307

256

00

100

074

323

02

597

43

6

Tup

atilde 3

540

460

440

560

240

620

140

40

960

100

00

00

090

010

0

Tup

atilde 4

184

816

211

189

184

789

27

132

868

973

27

00

947

53

Tup

atilde 5

797

203

319

681

289

667

44

73

927

638

362

00

29

971

Tup

atilde 6

635

365

556

444

127

746

127

79

921

651

238

111

920

80

Tup

atilde 7

733

267

400

600

267

00

733

67

933

333

667

00

867

133

Tup

atilde 8

556

444

639

361

278

555

167

250

750

100

00

00

091

78

3

Tup

atilde 9

00

100

085

015

016

783

30

06

793

380

020

00

093

36

7

Tup

atilde 10

00

100

015

085

05

085

010

05

095

010

00

00

00

150

850

(1) A

O

amar

elo-

ouro

A

C

amar

elo-

clar

o (2

) R

redo

ndo

O

oval

C

ch

ato-

acha

tado

nos

poacutel

os

(3) G

gr

ande

P

peq

ueno

Pro

gecirc

nie

AO

AC

Lis

aR

ug

osa

RO

CG

PS

alm

atildeoV

erd

eC

rem

eB

om

Ru

im

Diacirc

met

ro

Inte

rno

(3)

Co

r d

a ca

sca(1

)E

pid

erm

eF

orm

ato

d

o

fru

to(2

)(c

m)

Co

lora

ccedilatildeo

da

po

lpa

Sab

or

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 18: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

19Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Com relaccedilatildeo ao tamanho da cavidade da semente mostrado na Tabela 1 os

frutos apresentaram cavidade interna pequena com exceccedilatildeo dos frutos quemostraram achatamento nos poacutelos Quanto a coloraccedilatildeo da polpa dos frutos

verificou-se muita variaccedilatildeo com tendecircncia das progecircnies produzirem frutos com

a coloraccedilatildeo da polpa salmatildeo Tupatilde 3 Tupatilde 8 e Tupatilde 10 produziram apenasfrutos salmatildeo Para o sabor a maioria das progecircnies teve frutos classificados

como bons com exceccedilatildeo de Tupatilde 10

Ressalta-se que mesmo nas progecircnies em que todos os frutos foram classifica-

dos como de coloraccedilatildeo salmatildeo ocorreram gradientes Portanto essa caracteriacutesti-ca tambeacutem foi avaliada adotando-se o seguinte criteacuterio frutos com 100 da

espessura da polpa salmatildeo (classe 4) frutos com 75 da espessura da polpa

com a coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 3) frutos com 50 da espessura da polpa coma coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 2) e frutos com 25 da espessura da polpa de

coloraccedilatildeo salmatildeo (classe 1) Com os dados estimou-se a porcentagem de frutos

em cada classe em relaccedilatildeo ao total de frutos produzidos com a polpa decoloraccedilatildeo salmatildeo A Figura 4 mostra detalhes dessa caracteriacutestica que ocorreu

ateacute nas progecircnies que soacute produziram frutos salmatildeo Em Tupatilde 10 verificou-se a

maior concentraccedilatildeo de plantas com polpa 100 salmatildeo

Como o caraacuteter coloraccedilatildeo da polpa estaacute condicionado por dois pares de genes

complementares (Robinson amp Munger1976) eacute possiacutevel que Tupatilde 3 Tupatilde 8 e

0

20

40

60

80

Tup

atilde 1

Tup

atilde 2

Tup

atilde 3

Tup

atilde 4

Tup

atilde 5

Tup

atilde 6

Tup

atilde 7

Tup

atilde 8

Tup

atilde 9

Tup

atilde 10

Progecircnies avaliadas

Fru

tos

po

r cl

asse

(

)

Figura 4 Porcentagem de frutos produzidos por classe Coluna

azul classe 4 (100 de polpa salmatildeo) coluna vinho classe 3

(75 de polpa salmatildeo) Coluna amarela classe 2 (50 de

polpa salmatildeo) e Coluna verde classe 1 (25 de polpa salmatildeo)

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 19: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

20 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tupatilde 10 estejam em homozigose para esses genes Pelas observaccedilotildees quanto

ao gradiente da cor salmatildeo na polpa pode-se deduzir como resultado da accedilatildeo deuma quantidade maior de genes

O potencial produtivo dessas progecircnies tambeacutem foi avaliado Observa-se na

Tabela 2 que Tupatilde 7 foi a de maior produtividade seguida por Tupatilde 3 e Tupatilde 1

Pelos resultados percebe-se que as progecircnies que produzem frutos com formatoachatado nos poacutelos mostram tambeacutem os frutos mais pesados sendo entretan-

to de baixa prolificidade (04 frutos por planta) e baixo rendimento (158 tha)

Tabela 2 Caracteriacutesticas relacionadas agrave produccedilatildeo de frutos em progecircnies S2 demelatildeo do tipo Tupatilde Pacajus CE outubro 2000

Progecircnie(1)

Peso de fruto Produccedilatildeo No de Produtividade(g) (gplanta) frutosplanta (tha)

Tupatilde 1 8868 16569 221 331

Tupatilde 2 10271 9960 096 199

Tupatilde 3 11153 19518 175 390

Tupatilde 4 11794 8606 140 172

Tupatilde 5 9577 14636 15 293

Tupatilde 6 13570 14927 11 298

Tupatilde 7 11741 22177 19 443

Tupatilde 8 20209 7939 04 158

Tupatilde 9 9635 13577 14 271

Tupatilde 10 14898 14193 095 284

(1) Valores meacutedios obtidos de 50 plantas

Com os resultados obtidos nessa avaliaccedilatildeo as melhores progecircnies foram cultiva-

das utilizando-se as sementes remanescentes O cultivo foi efetuado em casa de

vegetaccedilatildeo e procedida autofecundaccedilatildeo para obtenccedilatildeo de progecircnies S3

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 20: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

21Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Avaliaccedilatildeo de progecircnies S3As plantas dessas progecircnies foram cultivadas em casa de vegetaccedilatildeo e no campopara avaliaccedilatildeo quanto agrave resistecircncia agraves doenccedilas viroacuteticas As progecircnies foram

agrupadas em famiacutelias conforme eacute mostrado na Tabela 3

Tabela 3 Famiacutelias e progecircnies S3 como os respectivos coacutedigos utilizados

Famiacutelia Progecircnie Coacutedigo

1 1 1 G2 31 211 p03

1 1 2 G2 31 211 p04

1 1 3 G2 31 211 p05

1 1 4 G2 31 211 p05

1 1 5 G2 31 211 p12

1 1 6 G2 31 211 p08

2 2 1 G2 31 212 p02

2 2 2 G2 31 212 p03

5 5 1 G2 31 215 p02

5 5 2 G2 31 215 p03

5 5 3 G2 31 215 p04

5 5 4 G2 31 215 p06

5 5 5 G2 31 215 p09

5 5 6 G2 31 215 p14

6 6 1 G2 31 216 p01

6 6 2 G2 31 216 p02

6 6 3 G2 31 216 p06

6 6 4 G2 31 216 p07

6 6 5 G2 31 216 p10

6 6 6 G2 31 216 p15

8 8 1 G2 31 218 p01

8 8 2 G2 31 218 p02

8 8 3 G2 31 218 p03

8 8 4 G2 31 218 p04

8 8 5 G2 31 218 p05

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 21: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

22 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Resistecircncia a doenccedilas causadas por viacuterusAs progecircnies S3 foram avaliadas em cultivos em casa de vegetaccedilatildeo do Laboratoacute-

rio de Virologia Vegetal do Departamento de Fitotecnia da UFC para triagemcontra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo Com base nas

reaccedilotildees contra os principais viacuterus que infectam o meloeiro na regiatildeo viacuterus-da-

mancha-anelar-do-mamoeiro t ipo Watermelon ( Papaya ringspot virus PRSV-W) viacuterus-2-do-mosaico-da-melancia ( Watermelon mosaic virus-2 WMV-2)

viacuterus-do-mosaico-amarelo-do-zucchini ( Zucchini yellow mosaic virus ZYMV)

viacuterus-do-mosaico-do-pepino ( Cucumber mosaic virus CMV) e viacuterus-do-mosaico-da-aboacutebora ( Squash mosaic virus SqMV) Com base nas reaccedilotildees

sintomatoloacutegicas e em resultados soroloacutegicos (Tabela 4) verificou-se que os

viacuterus em estudo quando inoculados isoladamente causaram danos desdemosaico leve a mosaico severo com deformaccedilotildees foliares

As plantas foram classificadas em suscetiacuteveis ou resistentes aos cinco principaisviacuterus incluindo trecircs da famiacutelia Potyviridae (PRSV-W WMV-2 e ZYMV) um da

famiacutelia Bromoviriacutedae (CMV) e um da famiacutelia Comoviridae (SqMV) As famiacutelias 1 2

e 5 apresentam progecircnies que manifestam resistecircncia principalmente ao PRSV-We ZYMV observando-se que algumas manifestaram tambeacutem resistecircncia ao WMV-2

Quando a reaccedilatildeo foi avaliada isoladamente ou em combinaccedilatildeo (Tabela 5) 12progecircnies ou 6315 apresentaram resistecircncia isolada ao PRSV-W e dez ou

5263 apresentaram resistecircncia isolada ao ZYMV Para esses dois potyviacuterus

as progecircnies apresentaram os maiores iacutendices de resistecircncia seguidos peloCMV com 3684 das progecircnies manifestando resistecircncia A ocorrecircncia de

resistecircncia dupla foi verificada principalmente para a combinaccedilatildeo de PRSV-W e

ZYMV quando oito progecircnies (4210) mostraram resistecircncia Enquanto que aresistecircncia tripla ocorreu com maior frequumlecircncia (3684) para PRSV-W ZYMV e

WMV-2 e apenas uma progecircnie (progecircnie 22) manifestou-se resistente a quatro

viacuterus PRSV-W ZYMV WMV-2 e CMV

Os resultados corroboram os obtidos por Oliveira (2000) que avaliou hiacutebridos demelatildeo e encontrou oito com resistecircncia a trecircs potyvirus (WMV-2 ZYMV e

PRSV) Esses hiacutebridos eram provenientes de linhagens originadas no mesmo

material em que foi obtido o melatildeo Tupatilde Ressalta-se ainda que esse materialbase foi resultado da mistura de diferentes genoacutetipos muitos dos quais com

comprovada resistecircncia ao WMV-2 Cinco e W6 (Tomas amp Webb1981)

com resistecircncia a PRSV-W Eldorado 300 (Dusi 1992) e ZYMV PI 414 723

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 22: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

23Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(1) (+

) r

esul

tado

pos

itivo

(-

) r

esul

tado

neg

ativ

o(2

) S

into

mas

- B

o

bolh

osid

ade

DeF

d

efor

maccedil

atildeo f

olia

r E

nrF

en

rola

men

to f

olia

r M

m

osa

ico

M

l m

osa

ico

leve

M

s m

osa

ico

seve

ro

Nt

natildeo

tes

tada

S

S

sem

sin

tom

as

Tab

ela

4

Com

port

amen

to d

e m

elatildeo

tip

o T

upatilde

a C

ucum

ber

Mos

aic

Vir

us

(CM

V)

P

apay

a R

ings

pot

Vir

us

type

Wat

erm

elon

(P

RS

V-W

)

Wat

erm

elon

Mos

aic

Vir

us-2

(W

MV

-2)

Zuc

chin

i Yel

ow M

osai

c V

irus

(Z

YM

V)

e S

quas

hM

osai

c V

irus

(S

qMV

) e

m c

asa

de v

eget

accedilatildeo

Fo

rtal

eza

CE

20

01

Tra

tam

ento

sEl

isa(1

)S

into

ma(2

)E

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

aE

lisa

Sin

tom

a

Fam

iacutelia

1P

rogecirc

nie

11

+M

l-

SS

-S

S+

Bo

DeF

M

+S

SP

rogecirc

nie

12

+M

l-

SS

+S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

4+

M-

SS

-S

S-

SS

+M

Pro

gecircni

e 1

6+

SS

-S

S-

SS

-S

S+

MFa

miacuteli

a 2

Pro

gecircni

e 2

2-

SS

-S

S+

M-

SS

-S

SP

rogecirc

nie

23

+M

-S

S-

SS

-S

S+

MP

rogecirc

nie

6+

Ms

-S

S+

M-

SS

Nt

Nt

Fam

iacutelia

5P

rogecirc

nie

51

+M

-S

S+

M-

SS

+M

lP

rogecirc

nie

53

+M

-S

S+

Ms

+M

+M

lP

rogecirc

nie

54

+M

-S

S+

M+

Ms

DeF

En

rF

Bo

+M

Pro

gecircni

e 5

5+

Ml

Nt

Nt

+M

+M

s B

o+

MFa

miacuteli

a 6

Pro

gecircni

e 6

1+

M+

Ml

+M

s-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

2+

M+

SS

+M

+M

s B

o+

MP

rogecirc

nie

65

+M

+M

l+

M-

SS

+M

Pro

gecircni

e 6

6+

Ml

+S

S-

SS

-S

S+

Ml

Fam

iacutelia

8P

rogecirc

nie

81

+S

S+

Ml

-S

S+

Ms

Bo

+M

lP

rogecirc

nie

83

+M

l-

SS

-S

S-

SS

Nt

Nt

Pro

gecircni

e 8

4+

Ml

-S

S+

Ml

+M

I+

Ml

Pro

gecircni

e 8

5+

Ml

+M

l+

Ml

+M

s B

o D

eF+

Ml

CM

VP

RS

V-W

WM

V-2

ZY

MV

SqM

V

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 23: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

24 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

(Gilbert et al 1994) Presume-se portanto que existe a possibilidade de serem

obtidas linhagens de Tupatilde com resistecircncia a essas viroses e que a combinaccedilatildeodessas linhagens pode gerar hiacutebridos manifestando resistecircncia muacuteltipla

Tabela 5 Nuacutemero de genoacutetipos distribuiacutedos quanto a seus comportamentos aoscinco viacuterus Fortaleza CE 2001

Potyvirus isolados e em combinaccedilatildeo Progecircnies R(1) Progecircnies S(2)

PRSV-W 1 2 1 8

ZYMV 1 0 6

WMV-2 7 1 2

CMV 1 1 8

SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV 8 1 1

PRSV-W + WMV-2 5 1 4

PRSV-W + CMV 1 1 8

PRSV-W + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 4 1 5

ZYMV +CMV 1 1 8

ZYMV + SqMV 1 1 8

CMV + SqMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV-2 7 1 2

PRSV-W + ZYMV + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + SqMV 1 1 8

ZYMV + WMV-2 + CMV 0 1 9

ZYMV + WMV-2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV 1 1 8

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + SqMV 0 1 9

PRSV-W + ZYMV + WMV2 + CMV + SqMV 0 1 9

(1) R nuacutemero de progecircnies resistentes (2) S nuacutemero de progecircnies suscetiacuteveis

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 24: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

25Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas agronocircmicasEssas progecircnies tambeacutem foram cultivadas no Campo Experimental de Pacajus daEmbrapa Agroinduacutestria Tropical no periacuteodo de 05012001 a 06042001 em

um experimento instalado em delineamento de blocos ao acaso com quatro

repeticcedilotildees e cinco plantas por parcela para avaliaccedilatildeo agronocircmica O experimentoconstou dos tratamentos relacionados abaixo

A irrigaccedilatildeo e o manejo do experimento seguiram as praacuteticas locais recomendadas

para o cultivo comercial As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o

Programa Genes (Cruz 1997) e os dados em porcentagem sofreram transforma-ccedilatildeo para log x antes da anaacutelise estatiacutestica

Os resultados do comportamento dessas progecircnies no campo quando avaliadaspara a concentraccedilatildeo da colheita (CC) expressa em porcentagem de frutos

colhidos ateacute 80 dias para a maturaccedilatildeo do fruto (MATUR) expresso pelo nuacutemero

de dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute completa maturaccedilatildeo e para produccedilatildeo defrutos (PRODU) expresso em tonelada por hectare apoacutes efetuadas as anaacutelises de

variacircncias pertinentes mostraram a existecircncia de diferenccedilas significativas

(Pgt001 e Pgt005) entre as progecircnies para CC e MATUR O desdobramentodos efeitos de progecircnies para CC indicou que essas diferenccedilas ocorrem dentro

das famiacutelias 1 e 6 Para MATUR as diferenccedilas ocorrem principalmente dentro

das famiacutelias 6 e 8 O interesse nas duas primeiras caracteriacutesticas decorre do fatode que cultivares precoces permanecem pouco tempo no campo e a colheita

concentrada pode propiciar a colheita mecanizada (McGreight et al 1993)

As meacutedias para essas caracteriacutesticas (Tabela 6) indicaram que as progecircnies

produziram metade dos frutos ateacute 80 dias e que a progecircnie 16 mostrou colheita

mais concentrada enquanto que a mais tardia foi apresentada pela progecircnie 15A famiacutelia 1 foi a mais variaacutevel na qual se inclui a mais precoce (progecircnie 16) e

tambeacutem a mais tardia (progecircnie 15) enquanto que na famiacutelia 6 todas as

progecircnies foram iguais Os frutos levaram em meacutedia 382 dias para atingir acompleta maturaccedilatildeo e a progecircnie que produziu os frutos mais precoces atingiu a

maturaccedilatildeo aos 338 dias enquanto que para a mais tardia ocorreu aos 422

dias Progecircnies com colheita esparsa em geral produziram frutos commaturaccedilatildeo tardia mas natildeo necessariamente foram as mais produtivas

A avaliaccedilatildeo para a qualidade do fruto foi efetuada considerando dois aspectos a

aparecircncia externa pelo tamanho do fruto ou peso meacutedio (PM) pelo formato do

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 25: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

26 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

fruto (FORM) calculado pela relaccedilatildeo entre as medidas do diacircmetro longitudinal

(DL) e o diacircmetro transversal (DT) e a aparecircncia interna pelo tamanho dacavidade da semente ou o diacircmetro interno (DI) pela medida da espessura da

polpa (EP) obtida pela foacutermula DT-DI 2 e a firmeza da polpa do fruto (FP)

medida em amostras dos frutos partidos longitudinalmente e em cada partemedida a resistecircncia com um penetrocircmetro com pluger de ponta cocircnica de 8 mm

de diacircmetro na regiatildeo mediana comestiacutevel equumlidistantes em relaccedilatildeo ao compri-

mento e agrave espessura da polpa Os resultados da leitura no aparelho foram converti-dos em Newton (N) onde cada 1 Newton corresponde a 1 libra X 445N

Observou-se pelos resultados da anaacutelise (Tabela 7) que ocorreram diferenccedilas

significativas entre as progecircnies para essas caracteriacutesticas e que o desdobramento

do efeito de progecircnies em famiacutelias indica que para peso meacutedio (PM) as diferenccedilassatildeo verificadas dentro das famiacutelias 1 2 e 5 para formato (FORM) dentro de

todas as famiacutelias para diacircmetro interno (DI) dentro das famiacutelias 5 e 6 enquanto

que para espessura da polpa (EP) dentro das famiacutelias 1 2 5 e 6

As progecircnies cujas meacutedias das caracteriacutesticas avaliadas satildeo mostradas na

Tabela 7 produzem frutos com as seguintes carateriacutesticas PM de 14 kgIF=11 DI de 560 cm e EP de 450 cm As progecircnies 16 e 81 mostram

respectivamente o maior (191 kg) e o menor (095 kg) peso meacutedio A progecircnie

16 apresentou IF= 094 (quase redondo) enquanto que a progecircnie 25 produzfrutos com IF=120 (oval) O maior valor para DI eacute encontrado na progecircnie 16

(DI=780 cm) enquanto que o menor (DI=484 cm) estaacute na progecircnie 81 A

progecircnie 16 estaacute desqualificada para a produccedilatildeo comercial Os frutos com polpamais espessa foram produzidos pela progecircnie 25 (EP=470 cm) Quanto agrave

firmeza da polpa dos frutos observa-se que a famiacutelia 8 apresenta frutos com a

polpa mais firme em meacutedia 2453N superando a exigecircncia miacutenima do mercadoque eacute de 22N (Filgueiras et al 2000) Dentro dessa famiacutelia a progecircnie 81 se

destaca por apresentar valores para a firmeza da polpa proacuteximos aos verificados

para o melatildeo tipo Amarelo (FP=356N) Os detalhes dos frutos produzidos porcada uma das famiacutelias satildeo mostrados nas Figuras 5 6 7 8 9 e 10

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 26: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

27Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 6 Caracteriacutesticas de produccedilatildeo em plantas de progecircnies de melatildeo tipo

Tupatilde Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias CC(1) MATUR(2) PRODU(3)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 5690a(4) 3850a 3660aProgecircnie 12 4580ab 4010a 2670aProgecircnie 13 7500a 3920a 3270aProgecircnie 14 5500ab 3680a 4440aProgecircnie 15 000b 4220a 2430aProgecircnie 16 10000a 3770a 2147aMeacutedia Famiacutelia1 5545A(5) 3408A 3102A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 7830a 3860a 2740aProgecircnie 22 7750a 3800a 3150aProgecircnie 23 8120a 3620a 2750aProgecircnie 24 7390a 3640a 3290aProgecircnie 25 6620a 3770a 4230aProgecircnie 26 2750a 4030a 3540aMeacutedia Famiacutelia 2 6743A 3786A 3283A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 3120a 4200a 3160aProgecircnie 52 1070a 3820a 2370aProgecircnie 53 1070a 3950a 4400aProgecircnie 54 4790a 3870a 4000aProgecircnie 55 4080a 3670a 5100aProgecircnie 56 1140a 3900a 3500aMeacutedia Famiacutelia 5 2545A 3401A 3755A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 1660a 4100ab 3580Progecircnie 62 2180a 3500bc 3610Progecircnie 63 3570a 4220a 3070Progecircnie 64 7740a 4020ab 3160Progecircnie 65 5830a 3730abc 2400Progecircnie 66 7670a 3380bc 3020Meacutedia Famiacutelia 6 4575A 3825A 3140A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 6580a 3650ab 2200aProgecircnie 82 4830a 4070a 3440aProgecircnie 83 8870a 3460ab 2740aProgecircnie 84 4880a 3930ab 3740aProgecircnie 85 7760a 3380b 3500aMeacutedia Famiacutelia 8 6584A 3698A 3124A

MEacuteDIA GERAL 5190 3820 3290

(1) CC concentraccedilatildeo da colheita frutos colhidos ateacute os 80 dias (em porcentagem) (2) MATUR maturaccedilatildeo dofruto dias decorridos da polinizaccedilatildeo ateacute a completa maturaccedilatildeo do fruto (nuacutemero) (3) PRODU produccedilatildeo defrutos (em tha) (4) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste deTukey (5) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 27: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

28 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 7 Caracteriacutesticas do fruto de progecircnies de melatildeo tipo Tupatilde Embrapa

Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Famiacutelias PM (1) FORM (2) DI (3) EP (4) FP (5)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 133900b(6) 102a 512c 440a 1798Progecircnie 12 127990b 103a 570bc 381a 1557Progecircnie 13 161430ab 108a 612bc 445a 1098Progecircnie 14 171550ab 097a 669c 377a 709Progecircnie 15 145300ab 109a 562a 480a 1340Progecircnie 16 190130a 094a 780a 356a 1043Meacutedia Famiacutelia1 155050A(7) 102B 617A 413B 1256B

Famiacutelia 2Progecircnie 21 123930b 105a 575a 378b 2239Progecircnie 22 161420ab 111a 558a 489ab 1029Progecircnie 23 172370ab 115a 589a 497ab 778Progecircnie 24 144670ab 112a 532a 486ab 1613Progecircnie 25 185880ab 120a 576a 616a 1543Progecircnie 26 128160b 115a 547a 470ab 1282Meacutedia Famiacutelia 2 152738AB 113AB 562AB 483A 1414B

Famiacutelia 5Progecircnie 51 128650b 118b 565b 559a 1780Progecircnie 52 123310b 123ab 509b 503a 2063Progecircnie 53 144660ab 12ab 565b 514a 1849Progecircnie 54 130510b 145a 553b 488a 1724Progecircnie 55 193440a 101b 675a 426a 1613Progecircnie 56 128980b 122ab 534b 513a 1483Meacutedia Famiacutelia 5 141591AB 121A 566AB 500A 1752AB

Famiacutelia 6Progecircnie 61 153930a 106a 533a 472a 1902Progecircnie 62 137520a 106a 526a 449a 1279Progecircnie 63 130690a 110a 508a 465a 1516Progecircnie 64 110240a 110a 537a 410a 1794Progecircnie 65 120700a 113a 515a 451a 1377Progecircnie 66 133320a 119a 568a 504a 1947Meacutedia Famiacutelia 6 131067AB 110AB 531AB 458AB 1635AB

Famiacutelia 8Progecircnie 81 95950a 106a 484a 391a 356Progecircnie 82 103250a 115a 499a 425a 2781Progecircnie 83 106100a 103a 538a 380a 2113Progecircnie 84 111500a 104a 541a 397a 2113Meacutedia Famiacutelia 8 105620B 110AB 523B 400B 2453A

Meacutedia Geral 140171 110 560 454 1677

(1) PM peso meacutedio de fruto (gramas) (2) FORM formato do fruto = DLDT (3) DI diacircmetro interno (cm)(4) EP espessura da polpa = DT-DI2 (cm) (5) FP firmeza da polpa (Newton)(6) Meacutedias seguidas por mesma letra minuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey(7) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 28: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

29Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Fig 5 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 12

Fig 6 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 22

Fig 7 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 55

Fig 8 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 61

Fig 9 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 84

Fig 10 Caracteriacutest ica do fruto da

progecircnie 85

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 29: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

30 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Caracteriacutesticas nutricionais do frutoOs frutos do experimento de avaliaccedilatildeo das progecircnies S3 foram utilizados nessaavaliaccedilatildeo Para tanto foram colhidos no ponto comercial em trecircs colheitas

sequumlenciais aos 35- 40 e 45 dias respectivamente apoacutes o iniacutecio da floraccedilatildeo

feminina que ocorreu aos 30 dias apoacutes a germinaccedilatildeo Os frutos foram colhidose levados ao laboratoacuterio quando foram partidos e analisados para o conteuacutedo de

soacutelidos soluacuteveis totais (SST) que foi determinado diretamente no suco

homogeneizado por meio de leitura em refratocircmetro digital (modelo PR - 100Palette Atago Co LTD Japan) com compensaccedilatildeo automaacutetica de temperatura

Os resultados foram expressos em ordmBrix

O -caroteno foi extraiacutedo por cromatografia em coluna e determinado por

espectrofotometria conforme AOAC 94115 com modificaccedilotildees (AOAC1995) ea Vitamina C total foi obtida por titulometria com soluccedilatildeo de DFI (26 dicloro-

fenol indofenol 002) de acordo com Strohecker amp Henning (1967) e os

resultados foram expressos em mg100g

As anaacutelises estatiacutesticas foram realizadas utilizando-se o Programa Genes (Cruz

1997) e os dados em porcentagem sofreram transformaccedilatildeo para log x antes daanaacutelise estatiacutestica

Pelos dados visualizados na Tabela 8 percebe-se diferenccedilas entre as progecircniesquanto aos teores de -caroteno com valor miacutenimo de 066 mgg e maacuteximo de

228 mgg Esses valores estatildeo muito abaixo dos verificados no melatildeo

Cantaloupe para o qual satildeo citadas variaccedilotildees de 53 a 333 mgg e de 16 a216 mgg respectivamente (Aguiar 2001) A progecircnie 63 mostra o maior teor

(228mgg) Observa-se que a famiacutelia 1 apresentou as maiores meacutedias

Quanto ao teor de Vitamina C a variaccedilatildeo foi de 1717 mg100g a 1027 mg

100g Para esse nutriente tambeacutem os valores estatildeo aqueacutem da meacutedia do melatildeoCantaloupe que eacute de 28 mg100g (Aguiar 2001) Observa-se que a famiacutelia 1

apresentou as maiores meacutedias

Apesar de baixos os resultados foram satisfatoacuterios considerando-se que o

material natildeo sofreu qualquer processo seletivo para essas caracteriacutesticas Aleacutem

disso a composiccedilatildeo das vitaminas depende de vaacuterios fatores aleacutem da variedadecultivada como condiccedilotildees climaacuteticas e geograacuteficas estaacutegio de maturaccedilatildeo na

eacutepoca da colheita dentre outros

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 30: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

31Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Tabela 8 Meacutedias de progecircnies para qualidade e valor nutricional do fruto

Embrapa Agroinduacutestria Tropical Pacajus CE 2001

Progecircnies Beta-caroteno Vitamina C Soacutelidos Soluacuteveis( gg) (mg100g) Totais (ordm Brix)

Famiacutelia 1Progecircnie 11 126abcd(1) 1291ab 756abProgecircnie 12 186abcd 1424ab 735abProgecircnie 13 144abcd 1717a 625bProgecircnie 14 156abcd 1168b 762abProgecircnie 15 198abc 1455ab 785abProgecircnie 16 204ab 1194b 855abMeacutedia Famiacutelia1 170A(2) 1393A 753A

Famiacutelia 2Progecircnie 21 120abcd 1393ab 722abProgecircnie 22 096bcd 1361ab 732abProgecircnie 23 066d 1333ab 857abProgecircnie 24 144abcd 1388ab 725abProgecircnie 25 102abcd 1158b 580abProgecircnie 26 174abcd 1272ab 635abMeacutedia Famiacutelia 2 126AB 1246AB 708A

Famiacutelia 5Progecircnie 51 133abcd 1246ab 895abProgecircnie 52 078bcd 1353ab 770abProgecircnie 53 114abcd 1140b 680abProgecircnie 54 078bcd 1129b 822abProgecircnie 55 066d 1071b 710abProgecircnie 56 102abcd 1228b 783abMeacutedia Famiacutelia 5 100A 1109AB 776A

Famiacutelia 6Progecircnie 61 060d 1109b 840abProgecircnie 62 072cd 1214b 872abProgecircnie 63 228a 1027b 900abProgecircnie 64 114abcd 1206b 1040aProgecircnie 65 126abcd 1273ab 820abProgecircnie 66 090bcd 1246ab 925abMeacutedia Famiacutelia 6 114AB 1187AB 899A

Famiacutelia 8Progecircnie 81 000a 000b 1047aProgecircnie 82 066d 1243ab 872abProgecircnie 83 084bcd 1081b 707abProgecircnie 84 108abcd 1240ab 887abProgecircnie 85 132abcd 1267ab 832abMeacutedia Famiacutelia 8 085B 966B 859A

MEacuteDIA GERAL 119 1180 797

(1) Meacutedias seguidas por letras distintas diferem entre si ao niacutevel de 5 de probabilidade pelo teste de Tukey(2) Meacutedias seguidas por mesma letra maiuacutescula natildeo diferem entre si (pgt 001) pelo Teste de Tukey

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 31: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

32 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Os teores de soacutelidos soluacuteveis totais variaram de 625 degBrix a 1040 degBrix com

meacutedia de 790deg Brix As progecircnies 63 (SST= 9 deg Brix) 64 (SST= 104 deg Brix) e66 (SST=925 degBrix) apresentaram teores compatiacuteveis para o mercado ou

seja miacutenimo de 9 degBrix (Menezes et al 2000 Filgueiras et al 2000)

Caracteriacutesticas ao niacutevel molecularAmostras de material vegetativo (folhas) do experimento de avaliaccedilatildeo de progecirc-

nies S3 foram enviadas para a Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia para

ser efetuada a anaacutelise molecular Os resultados usando marcadores RADP satildeo

mostrados no dendrograma da Figura 11 Nota-se a presenccedila de dois grupos

principais com aproximadamente 50 de similaridade um contendo todas as

outras progecircnies e hiacutebridos comerciais utilizados como padratildeo somente e o

outro contendo a progecircnie 81

A progecircnie 81 eacute muito diferente de todas as demais O aspecto morfoloacutegico dessa

progecircnie confirma essa diferenccedila Os frutos produzidos apresentam polpa de

coloraccedilatildeo esverdeada e altos teores de soacutelidos soluacuteveis No outro grupo vecirc-se a

formaccedilatildeo de dois subgrupos com aproximadamente 70 de similaridade entre

eles um contendo os hiacutebridos do t ipo Cantaloupe ( Mission e Hy Mark ) e no

segundo subgrupo as progecircnies e o hiacutebrido do tipo Amarelo ( Gold Mine )

No grupo proacuteximo ao tipo Cantaloupe encontram-se progecircnies extremamentesimilares como a 52 e 53 que satildeo idecircnticas e as progecircnies com aproximada-

mente 75 de similaridade como a 23 com as 16 54 e 26 Dentro desse

material encontram-se dois agrupamentos bem definidos um contendo asprogecircnies 52 53 65 64 84 25 51 e 55 e o outro as progecircnies 11 12

14 13 15 21 22 24 63 e 61 Esses agrupamentos estatildeo a aproximada-

mente 85 de similaridade

Eacute interessante notar a proximidade geneacutetica que o melatildeo Gold Mine demonstra

ter com os melotildees Tupatilde e com os hiacutebridos Mission e Hy Mark

No grupo proacuteximo ao melatildeo tipo Amarelo verifica-se que as progecircnies 23 16 54e 26 satildeo muito similares ao melatildeo Gold Mine representante desse tipo de melatildeo

Poucas satildeo as informaccedilotildees sobre a heranccedila dessas caracteriacutesticas Sabe-se que oteor de soacutelidos soluacuteveis totais tem accedilatildeo geneacutetica aditiva e natildeo aditiva e que

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 32: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

33Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

45 m arcadores

Co ef f icien t000 025 050 075 100

Missio n

H y mark

1 1

1 2

1 4

1 3

1 5

2 1

2 2

2 4

6 3

6 1

2 5

5 1

5 5

5 2

5 3

8 4

6 5

6 4

6 2

8 2

1 6

8 5

8 3

1 6

2 6

5 4

2 3

G o ld Min e

8 1

Fig 11 Anaacutelise de aglomeraccedilatildeo hieraacuterquica das progecircnies de melatildeo Tupatilde comparado aos

melotildees Amarelo e Cantaloupe Embrapa Recursos Geneacuteticos e Biotecnologia 2000

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 33: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

34 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

tambeacutem manifesta heterose (McGreight et al 1993) Quanto ao teor de -caroteno

no pepino (Cucumis sativus) ele estaacute sob controle de pelo menos dois genes(Navazio 1994) o seu conteuacutedo aumenta com a idade do fruto e eacute afetado

pelas condiccedilotildees de cultivo

Perspectivas

A obtenccedilatildeo do melatildeo tipo Tupatilde eacute um marco no desenvolvimento do melatildeo

tropical Os frutos que externamente natildeo se diferenciam muito do melatildeo

Amarelo mostram segregaccedilatildeo para rugosidade da casca caracteriacutestica preponde-rante na conservaccedilatildeo do fruto Contudo eacute possiacutevel selecionar linhagens mais

rugosas que podem ser utilizadas diretamente na siacutentese de hiacutebridos

Os baixos niacuteveis de -caroteno e de Vitamina C quando comparados aos do

melatildeo Cantaloupe podem ser incrementados por cruzamentos com o melatildeoCantaloupe notadamente o tipo com maior valor nutricional Aleacutem disso mesmo

dentro desse germoplasma a seleccedilatildeo pode atuar com sucesso haja vista que as

herdabilidades para essas caracteriacutesticas satildeo elevadas Duas estrateacutegias podem

ser estabelecidas para o melhoramento populacional A primeira eacute a darecombinaccedilatildeo das melhores progecircnies (sementes remanescentes) selecionadas

para cada caracteriacutestica individualmente e a segunda eacute a do uso da seleccedilatildeo por

iacutendice conforme metodologia de Mulamba amp Mock (1978) Ambas asmetodologias estatildeo em andamento

A dominacircncia da coloraccedilatildeo salmatildeo da polpa e a recessividade da cor amarela da

casca do melatildeo Amarelo podem ser exploradas para a obtenccedilatildeo de hiacutebridos com

casca de coloraccedilatildeo amarela e mais nutritivos Aleacutem disso como a textura dacasca do melatildeo Amarelo confere maior periacuteodo de conservaccedilatildeo poacutes-colheita eacute

provaacutevel que os hiacutebridos tambeacutem apresentem maior conservaccedilatildeo

Com todos esses atributos esse novo tipo pode conquistar o mercado nacional

e a expectativa eacute de que ultrapasse as fronteiras brasileiras

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 34: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

35Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

Agradecimentos

Ao Conselho Nacional de Pesquisa Cientiacutefica e Tecnoloacutegica-CNPqBIOEX

Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Fruticultura Irrigada do Nordeste(PADFIN) Programa Avanccedila Brasil e ao Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de

Tecnologias Agropecuaacuterias para o Brasil (PRODETAB) pelo financiamento da

pesquisa

Agrave Direccedilatildeo aos bolsistas e estagiaacuterios da Embrapa Agroinduacutestria Tropical e

alunos da UFC Adriano da Silva Almeida Alfredo G Saraiva Alves AmandaSoraya Freitas Calvet Ana Flaacutevia Monteiro Lima Danielle Oliveira de Medeiros

Fernando Henrique Lima Souza Flaacutevia Campos Vieira Lindovagne Lopes da

Silva Lucelena Petronilla Aguiar Luis Gonzaga Pinheiro Neto Najara FrotaRamos Paulo Leite Coelho Raimundo Neuzimar Lopes Vanuacutezia Batista Oliveira e

Erilene de Almeida Rabelo que colaboraram na obtenccedilatildeo dos dados apresentados

neste documento

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 35: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

36 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

AGUIAR LP Beta-caroteno vitamina C e outras caracteriacutesticas de qualidade deacerola caju e melatildeo em utilizaccedilatildeo no melhoramento geneacutetico 2001 87f

Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza

COSTA CP PINTO CABP Melhoramento do melatildeo In Melhoramento dehortaliccedilas Piracicaba USP ESALQ1977 p161-75

DIAacuteRIO DO NORDESTE Melatildeo espanhol some das feiras livres 1ordm de outubro

de 1999

DIAS RC O agronegoacutecio do melatildeo no Nordeste In Anaacutelise prospectiva desistemas naturais de cadeias produtivas Brasiacutelia EMBRAPADPD 1998 710p

DUSI AN Melatildeo para exportaccedilatildeo aspectos teacutecnicos da produccedilatildeo Brasiacutelia

DENACOOP Frupex1992 35p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas)

FAO Dados Agriacutecolas de FAOSTAT Produccioacuten cult ivos primarios meloacuten

Disponiacutevel em lthttpappsfaoorggt Acesso em 27 maio 2001

FILGUEIRAS HAC MENEZES JB ALVES RE COSTA FV PEREIRALSE GOMES JUNIOR J Melatildeo poacutes-colheita colheita e manuseio poacutes-

colheita Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento EMBRAPA

2000 p13-22 Frutas do Brasil

Referecircncias Bibliograacuteficas

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 36: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

37Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

GILBERT RZ KILLE MM MUNGER M GRAY SM Inheritance of

resistance to watermelon mosaic virus in Cucumis melo L Hortscience v29p 107-110 1994

GORGATTI A GAYET JP BLEINROTH EW Melatildeo para exportaccedilatildeoprocedimentos de colheita e poacutes-colheita Brasiacutelia MARASDR EMBRAPA-SPI

1994 37p (FRUPEX Publicaccedilotildees Teacutecnicas 6)

GURGEL FL Adaptabilidade e avaliaccedilatildeo qualitativa de hiacutebridos de melatildeoamarelo 2000 33f Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Fitotecnia) Escola Superior deAgricultura de Mossoroacute Mossoroacute 2000

MALLICK MFR MASSUI M Origin distribution and taxonomy of melons

Scientia Horticulturae v 28 p 251-261 1986

McCREIGHT JD NERSON H GRUMET R Melon (Cucumis melo L) In

KALLOO G BERGH B (Ed) Genetic improvement of vegetables crops

Oxford Pergamon 1993 p 267-294

MENEZES JB FILGUEIRAS HAC ALVES RE MAIA CE ANDRADE

GG ALMEIDA JHS DE VIANA FMP Melatildeo poacutes-colheita caracteriacutesticasdo melatildeo para exportaccedilatildeo Brasiacutelia Ministeacuterio da Agricultura e do Abastecimento

EMBRAPA Brasiacutelia 2000 p13-22 Frutas do Brasil

MENEZES JB Qualidade poacutes-colheita de melatildeo tipo Galia durante a maturaccedilatildeoe o armazenamento 1996 157f Tese (Doutorado em Fisiologia Vegetal)Universidade Federal de Lavras Lavras 1996

MENEZES JB GOMES JUacuteNIOR J ARAUacuteJO NETO SE SIMOtildeES ANArmazenamento de dois genoacutetipos de melatildeo amarelo sob condiccedilotildees ambiente

Horticultura Brasileira v19 n1 p 42-49 2001

MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO Mapeamento da

Fruticultura Brasileira Maio 2000 Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrfruticulturaindexhtmgt Acesso em 19 maio 2001

MUNGER HN ROBINSON RW Nomenclature of Cucumis melo L CucurbitsGenetic Cooperative v14 p 43-44 1991

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 37: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

38 Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

MULAMBA NN MOCK JJ Improvement of yield potential of the Eto Blancomaize (Zea mays L) population by breeding for plant traits Egypt J GenCytol v7p40-51 1978

NAVAZIO JP Utilization of high-carotene cucumber germplasm for genetic

improvement of nutritional quality PhD thesis University of Visconsin

Madinson USA 1994

OLIVEIRA VB Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica e soroloacutegica de isolados de potyvirusque infectam cucurbitaacuteceas no Nordeste 2000 83f Dissertaccedilatildeo (Mestrado emFitopatologia) Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2000

PAIVA WO de SABRY NETO H CORDEIRO ER LOPES AGS Melho-

ramento do melatildeo amarelo para cultivo no semi-aacuterido In ENCONTRO DE

GENEacuteTICA DO NORDESTE 1998 Feira de Santana-BA Resumos1998 p12

PAIVA WOde MOREIRA RLB NETO PINHEIRO LG MEDEIROS DPO

MARQUES RN Seleccedilatildeo de linhagens de melatildeo amarelo e com polpacantaloupe XV Encontro de Geneacutetica do Nordeste Fortaleza Anais D-077

2000 p160

PAIVA WO de PINHEIRO NETO LG MEDEIROS DO MARQUES RN

Caracteriacutesticas de fruto de progecircnies de melatildeo amarelo com polpa cantaloupe In

ldeg Congresso Brasileiro de Melhoramento de plantas 2001 Anais GoiacircniaFileE area 202Resumo23htm 2001 p60

PATERNIANI E MIRANDA FILHO JB Melhoramento de populaccedilotildees In

Paterniani E(Coord) Melhoramento e produccedilatildeo de milho no Brasil Piracicaba

Fundaccedilatildeo Cargill ESALQ 1978 650 p

PEDROSA JFP GURGEL FL B NETO F NEGREIROS MZ NOGUEIRA

ICC LIRA GS PEDROSA LFF T FILHO J PRACcedilA EFP MENEZESJB NASCIMENTO SRC Adaptabilidade ambiental e estabilidade produtiva

em hiacutebridos de melatildeo tipo Amarelo Relatoacuterio Parcial de Pesquisa Mossoroacute

ESAM-CNPqBIOEX1999 34p

ROBINSON RW DECKER-WALTERS DS Cucurbits Oxford CABInternat ional1999 226 p

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 38: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE

39Melatildeo Tupatilde Origem e Melhoramento Geneacutetico

ROBINSON RW MUNGUER HM Genes of the cucurbitaceae Hortscience

v11 n6 p 554-568 1976

RUBIES-ANTONELL C BALLANTE M TURINA M Viral infections in meloncrops of Central Northern Italy Informatore Fitopatoloacutegico v46 n 78 p 6-10

1996

SECEXMDIC Secretaria de Comeacutercio ExteriorMinisteacuterio do Desenvolvimento

Induacutestria e Comeacutercio Exportaccedilotildees brasileiras de frutas Disponiacutevel em

lthttpwwwmdicgovbrgt Acesso em 19 Jun 2001

THOMAS CE WEBB RE W1 W3 W4 W5 e W6 Multidisease resistancemuskmelon breeding lines HortScience v16 p96 1981

WELLES GH BUITELAAR K Factors affecting soluble solids content ofmuskmelon (Cucumis melo L) Neth J Agric Sc v36 p329 1998

Page 39: Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genéticoainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CNPAT-2010/7912/1/Dc-055.pdf · Melão Tupã: Origem e Melhoramento Genético Fortaleza, CE