meios de transporte

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MEIOS DE TRANSPORTE Desde que no antigo Egipto foi descoberta a roda que se deu inicio à revolução dos transportes terrestres. Desde tempos longínquos que o homem efectuava o transporte de mercadorias, utilizando animais das mais variadas espécies e em qualquer circunstancia, bastando para isso que o homem obtivesse lucro, ou até para melhorar o seu modo de vida, poupando-se deste modo a esforços maiores. Utilizou os rios quer gelados ou não para transportes de maiores dimensões (troncos). Os fenícios inventaram a vela que lhes permitia ir mais longe e ter navios de maior calado, retirando dos seus conveses remadores, poupando-os deste modo a uma escravidão e morte lenta. Estes homens evoluíram socialmente e viram os seus empregos melhorar, adquiriram novas formações, tais como manejar a velas, trabalhar cordas e construir navios. Graças a esta invenção criaram-se fábricas de fiação, de cordoaria, estaleiros, aprenderam novos ofícios, criaram-se escolas, universidades, desenvolveram-se novas ciências, novos extractos sociais que deram origem à burguesia e cambistas. Estes, em proveito próprio, desenvolveram a economia, criaram casas de câmbios, era o fim da chamada economia directa. Porém, este tipo de economia veio a recrudescer com as descobertas das rotas marítimas pelos Portugueses, novos povos e continentes que levavam panos, louças, armas azeite etc. e em troca traziam especiarias que eram vendidas na Europa a preços altíssimos. O comércio prosperava, tornou-se imperioso aumentar o número de navios e aumentar o seu calado. Há outras evoluções comerciais, decaem as trocas directas, já se compra com moeda de ouro e prata. Para satisfazer as necessidades desta invenção foi preciso desenvolver a agricultura, semear mais linho e plantar mais cânhamo, este mais resistente ao vento, os teares familiares já não satisfaziam as necessidades da procura, industrializou-se a tecelagem de velas assim como de roupa adequada para os marinheiros. 1

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MEIOS DE TRANSPORTE

Desde que no antigo Egipto foi descoberta a roda que se deu inicio à revolução dos transportes terrestres. Desde tempos longínquos que o homem efectuava o transporte de mercadorias, utilizando animais das mais variadas espécies e em qualquer circunstancia, bastando para isso que o homem

obtivesse lucro, ou até para melhorar o seu modo de vida, poupando-se deste modo a esforços maiores.

Utilizou os rios quer gelados ou não para transportes de maiores dimensões (troncos). Os fenícios inventaram a vela que lhes permitia ir mais longe e ter navios de maior calado, retirando dos seus conveses remadores, poupando-os deste modo a uma escravidão e morte lenta.

Estes homens evoluíram socialmente e viram os seus empregos melhorar, adquiriram novas formações, tais como manejar a velas, trabalhar cordas e construir navios. Graças a esta invenção criaram-se fábricas de fiação, de cordoaria, estaleiros, aprenderam novos ofícios, criaram-se escolas, universidades, desenvolveram-se novas ciências, novos extractos sociais que deram origem à burguesia e cambistas. Estes, em proveito próprio, desenvolveram a economia, criaram casas de câmbios, era o fim da chamada economia directa.

Porém, este tipo de economia veio a recrudescer com as descobertas das rotas marítimas pelos Portugueses, novos povos e continentes que levavam panos, louças, armas azeite etc. e em troca traziam especiarias que eram vendidas na Europa a preços altíssimos.

O comércio prosperava, tornou-se imperioso aumentar o número de navios e aumentar o seu calado. Há outras evoluções comerciais, decaem as trocas directas, já se compra com moeda de ouro e prata.

Para satisfazer as necessidades desta invenção foi preciso desenvolver a agricultura, semear mais linho e plantar mais cânhamo, este mais resistente ao vento, os teares familiares já não satisfaziam as necessidades da procura, industrializou-se a tecelagem de velas assim como de roupa adequada para os marinheiros.

Nesta época, os grandes produtores de linho começaram por ser os egípcios, no alto Nilo, que o exportavam para a Europa e Ásia, recebendo em troca outras mercadorias em que eram deficitários, ou ouro como pagamento.

Reflectindo sobre esta invenção tão singela, quase não nos damos conta da transformação económica e social que ela nos trouxe, não se trata de dizer que houve uma reacção em cadeia, mas sim uma economia em cadeia, para não falar da economia paralela, porque uma sem a outra não funciona. Analisando os efeitos desde a produção do linho até chegar à vela, e esta se transformar em motor do navio, as transformações que não sofreu, e as pessoas ou indústrias que implicou.

Desde o início da civilização, embora ainda hoje o Homem tente desesperadamente saber quem é, como é e de onde veio, que este criou

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eventos para melhorar as suas condições de vida. Muitas por curiosidade e a sua maioria por interesses económicos, porque ele é ambicioso e não se contenta com o que tem, mas foi desta forma que muitos perpetuaram o seu nome, quer em prol da humanidade quer em seu desfavor.

De entre tantas descobertas que o homem já fez, desde que existe, que não seria possível enumerá-las, algumas são nossas conhecidas, houve outras importantes, mas porque colidiram com outros interesses maiores e economicamente mais poderosos não as conhecemos.

É de uma maravilha da ciência, que surgiu no século XVII e que revolucionou o mundo industrial, que vamos falar: a máquina a vapor.

Esta máquina foi inventada em Inglaterra e dada a conhecer ao resto do mundo para fins industriais e fabris. Nesta época, deu-se uma importante mudança tecnológica com profundo impacto no processo produtivo a nível económico e social.

Um século mais tarde é posta em circulação a primeira locomotiva a vapor. Estava, assim criada aquela que viria a ser chamada a 1ª revolução industrial e que veio a expandir-se pelo mundo a partir do século XIX.

Nesta época, um padre, de seu nome Bartolomeu de Gusmão, faz a primeira viagem aérea em balão de ar quente entre o Barreiro e Lisboa assim, o homem continua a viver dia a dia com a vida cada vez mais facilitada, tornando-se mais sedentário, a agricultura, sector primário, começa a ficar abandonada.

No ano de 1908 Santos do Monte, em Paris, inventa o primeiro avião que dará início à era dos transportes aéreos, ainda em França, é inventado o 1º automóvel a vapor e Carlo Bens, chamado o pai do automóvel, descobre o 1º motor de combustão. Dá-se então o verdadeiro início da 2ª revolução industrial, com o desenvolvimento de vias de comunicação, constroem-se automóveis em série, barcos a vapor, comboios, máquinas agrícolas, industriais, etc.

O aparecimento da máquina a vapor de James Watt, aplicada aos transportes, em especial ao ferroviário, permitiu esse deslocamento a velocidades jamais imaginadas pela raça humana. Ainda que sobejamente experimentada, a técnica não permitia contudo uma grande segurança no transporte, pelo que foi preciso esperar pela invenção de Rudolf Diesel, e pelos motores de explosão, para que se desse um enorme incremento no transporte rodoviário e aéreo. Portugal não foi uma excepção e a sua evolução natural tendeu para a evolução que já se vinha sentindo pela Europa fora. Perante a perspectiva de poder oferecer transporte a números de pessoas superior ao oferecido por carruagens, diligências ou carroças, e á medida que se foi desenvolvendo uma rede de estradas, também os transportes rodoviários de passageiros começaram a ganhar terreno, especialmente face ao seu mais directo concorrente, o comboio.

Um autocarro podia facilmente chegar a locais muitas vezes inacessíveis para qualquer comboio, e daí se foram aperfeiçoando os meios de transporte, como resultado da concorrência directa entre os meios. Se o automóvel competia com o comboio, este competia com o avião

Os progressos da navegação a vapor e dos caminhos-de-ferro foram acompanhados, desde fins do século XIX, pelo surgimento de novos transportes, como o automóvel e o avião. O desenvolvimento do automóvel

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remonta a 1886, quando apareceu a primeira máquina impelida por um motor de combustão interna. Numerosos engenheiros e técnicos contribuíram para o surto do novo meio de transporte: na Alemanha, Daimler, Benz, Diesel; na França, Panhard, Peugeot e Michelin. Nos primeiros anos do século XX, a França e a Alemanha ocupavam a primeira posição na produção de carros. Em 1914, porém, os Estados Unidos fabricavam já 56% do total mundial de automóveis, a maioria dos quais pertencia à fábrica Ford, onde a instalação de linhas de montagem favorecera o embaratecimento e o aumento da produção.

Quanto à aviação, e após decénios de ensaios com balões e dirigíveis, coube, em 1903, a Orville Wright a proeza de voar com um motor de gasolina e hélice. Em 1909, os irmãos Voisin desenharam um biplano e o seu sócio L. Blériot um monoplano, com que atravessou o canal da Mancha. Estava, então, alterada a relação do Homem com o espaço e consagrada a conquista do ar. A indústria aeronáutica conheceu um impulso notável durante o período de 1914-18, quando posta ao serviço de interesses militares.

Uma outra invenção já teve o seu início na antiga Grécia que ao esfregar âmbar com pele de carneiro observou-se que pedaços de palha eram atraídos pelo âmbar. Em 1773 já é conhecida a existência de dois tipos de electricidade e em 1880 entra em funcionamento o sistema eléctrico, que depois de vários aperfeiçoamentos e por razões económicas entra no domínio dos transportes ferroviários. A energia nuclear tem também o seu espaço, é utilizada para fazer mover navios e grandes reactores.

A aviação desenvolve-se passando de um simples bimotor aos reactores actuais, transportando “cada vez mais” pessoas e cada vez mais longe, rivalizando com outros meios de transporte.

Mas o Homem, este ser que ainda pouco sabe de si, já se interessa por outros que nunca viu, apenas fazem parte do seu imaginário, desenvolve novas energias e novos meios de transporte, inventa foguetões, aparelhos não tripulados, movidos a energia da mais perigosa espécie, isto porque ele ainda se não conhece, mas tem sede de conhecer outros e arranjar novos domínios. Este Homem já não cabe em si e parte para o espaço, já sonha em viajar e ir habitar outros planetas, dando deste modo inicio a uma globalização extraterrestre, imitando aquela que os portugueses iniciaram há 500 anos.

A evolução dos transportes, trouxe ao homem evoluções sociais e comportamentos até então nunca vistos, se com a invenção da vela, uma pequena invenção, se desenvolveu a agricultura, a tecelagem, a cordoaria, os estaleiros navais, a astronomia, emergiram outros extractos sociais, comerciantes, marinheiros, mercadores, cambistas etc., com a mecanização desenvolveram-se umas e abandonaram-se outras.

Foi preciso criar siderurgias, explorar minas, apareceu a indústria de extracção de minérios, carvão, hulha e petrolífera etc.. Apareceram novos mesteres, era preciso desenvolver a literacia, criaram-se escolas universidades, zonas industriais e na sua periferia grandes dormitórios, os operários não tinham onde deixar os filhos apareceram creches, amas atl’s associações de trabalhadores, mecenatos, surgiram novas doenças aliadas à

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industrialização, apareceram novos hospitais, novas valências outras especialidades médicas.

Para fabricar uma roda de comboio, é preciso haver mineiros, marinheiros, transportadores marítimos, siderurgias, fábricas de moldagem de peças torneiros mecânicas, afinadores. Todas estas indústrias criaram diversas classes sociais, que consoante as necessidades assim exercem a sua influência na sociedade.

Há classes sociais mais favorecidas que outras, aquelas que estão no sector terciário, esquecendo-se que as matérias-primas se devem ao sector primário, sendo estas, por vezes, as camadas mais desfavorecidas.

Para além disto, nasceram bairros operários onde as categorias sociais são mais que evidentes, bairro dos mineiros, dos metalúrgicos, dos bancários, de uma empresa de transportes exemplo da CP etc., onde a diferença entre as esferas sociais é notória nos bairros e nas gentes que os habitam, a título de exemplo, tem mais hipótese de ascender a um modo de vida mais confortável ou equilibrada o filho de um metalúrgico ou bancário que o de um mineiro ou camponês.

Existem outras classes sociais de apoio aos transportes menos desenvolvidas, mais limitadas que vivem em bairros periféricos degradados em condições pouco humanas. Ligados aos transportes há ainda a categoria dos comerciantes e transportadores, importadores exportadores, que são os mais beneficiados, ao ponto de fazerem cartelização.

De uma forma ou de outra, que desde a criação da máquina a vapor que veio facilitar a vida ao homem, tornando-nos hoje cada vez mais reféns dos meios de transporte e dos combustíveis que os alimentam.

Mas desde cedo o homem descobriu este perigo e logo no século XVII em Inglaterra começou a haver manifestações contra a máquina que vinha lançar na rua milhares de empregados assim que as fábricas eram mecanizadas.

Contudo, atravessa-se agora mais uma fase de mudança. Em termos mundiais, o petróleo torna-se um bem cada vez mais escasso e, por isso mesmo, se procuram

energias alternativas ao combustível fóssil, responsável pela maior evolução conhecida pelo homem num tão curto período de tempo.

Também o transporte rodoviário passará num futuro mais ou menos distante por uma mudança, que se começa já hoje a notar, nomeadamente nos autocarros ditos “amigos do ambiente” movidos por bio-diesel, hidrogénio, gás natural ou mesmo eléctricos. É por isso necessário que se opere uma nova evolução que ditará certamente o futuro dos meios de transporte de passageiros, tanto em Portugal como no mundo.

A invenção dos meios de transporte para além de ter originado o desenvolvimento de outras indústrias levou à criação de grandes infra-estruturas nomeadamente, vias-férreas e rodoviárias, portos e aeroportos.

Esta invenção trouxe alterações sociais e comportamentais a todos os níveis e que o homem até então nunca havia conhecido.

Com a descoberta da vela iniciaram-se os transportes marítimos, as pessoas começaram a viajar entre nações e continentes, os primeiros povos que conhecemos foram os Gregos, fenícios e outros do norte da Europa que

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já aportavam a Lisboa para comercializar os seus produtos, com eles conheceram-se outras formas de comercializar e gerir negócios, houve uma alteração profunda na maneira de ser das pessoas.

De seguida, deram-se as descobertas Portuguesas que vieram alterar radicalmente os nossos hábitos e maneiras de ser. Apareceu uma nova sociedade ate então desconhecida, a burguesia oriunda dos mercadores e cambistas o que fazia inveja à nobreza que começou a perder influência.

Como este era um negócio em crescimento e muito cobiçado, apareceu o enriquecimento sem esforço: surgiram os piratas em alto mar. Estes meios de transporte nem sempre eram utilizados para os melhores fins, como era preciso mão-de-obra barata noutros continentes recorreu-se ao tráfico e comércio negreiro, onde as pessoas eram vendidas como se de mercadoria se tratasse, um comportamento social nunca antes visto visto, esta forma de escravatura não só alterou o comportamento dos escravizados como das localidades para onde eram vendidos, eram vistos como um ser inferior e indiferenciados, apenas tinham deveres de obediência; os esclavagistas eram pessoas sem ética nem moral e as suas leis eram as do chicote. Esta forma de escravatura durou até ao século XVIII.

O domínio do Homem pelo homem foi sempre uma ambição e através destes transportes deslocavam-se enormes exércitos que chegavam mais rápido e deslocavam importantes quantidades de material bélico, cita-se a armada Portuguesa, a invencível armada Inglesa, bem como a Filipina de Espanha, que com a chacina feita pelo Capitão Fernando Cortes no México, levou à extinção das comunidades andinas (Incas, astecas etc.)

Foi preciso fortificar a costa marítima fazendo enormes baluartes e colocando enormes armas para defesa da costa, o que levou ao desenvolvimento de uma outra sociedade e outra indústria, a militar.

Também nós, os portugueses, tivemos a nossa quota-parte, deportámos negros de África para as plantações de cana sacarina no Brasil o que levou à miscigenação de raças, estes escravos levaram consigo a sua cultura e hoje, no Brasil há o samba, em Cabo Verde, as mornas, etc..

As primeiras armas que os japoneses viram foram os portugueses que as levaram para trocas comerciais. Mas foi graças a estes meios de transporte que Fernão de Magalhães provou que a terra era redonda desfazendo mitos que apontavam para o contrário.

A locomotiva também foi utilizada na 1ª e 2ª Grandes guerras para transporte de homens, armas e apoio logístico, construíram-se vias-férreas enormes por esta causa, cita-se a Sardenha para a fábrica de água pesada, a da Manchúria. Em Angola os Ingleses construíram a linha férrea de Benguela com uma distância de 1000Km para explorarem e transportarem os minérios do Congo, chegando assim mais fácil e rapidamente à metrópole.

O automóvel inicialmente colocado ao serviço das pessoas rapidamente foi adaptado para a guerra dando origem a enormes tanques destruidores.

Em tempos idos, as pessoas viajavam entre países e continentes utilizando os grandes navios transatlânticos que demoravam muitos dias as viagens eram cansativas e perigosas; refira-se o Titanic, havia várias classes de passageiros. Hoje em dia, esses transportes só se efectuam em cruzeiros de luxo ou em navios porta contentores, graneleiros, petroleiros ou de pesca, que transportam tudo aquilo que um país precisa desde matérias-primas a bens alimentares.

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Com o desenvolvimento do avião, o navio e o comboio perderam importância, o avião permite chegar no mesmo dia a qualquer ponto do globo, com uma comodidade invejável e classe acessível este desenvolvimento permitiu para além de um deslocamento mais rápido, uma maior socialização e vivência entre as pessoas, é possível almoçar em Praga e jantar em Lisboa. Países diferentes, pessoas e culturas diferentes, não falando das mercadorias que chegam mais rápido, permitindo ter produtos tropicais frescos todos os dias, lerem os jornais de todo o mundo, enfim… Mas este meio de transporte também foi posto ao serviço da guerra e que hoje com o abastecimento em voo permite bombardear países a uma distância outrora inimaginável.

A evolução dos transportes rodoviários aliada ao desenvolvimento da rede viária contribuiu para a extinção dos almocreves e abandono da criação de animais de tracção mas contribuiu para que as pessoas se deslocassem com mais facilidade entre lugares, permitindo alcançar em poucas horas aquilo que demorava dias, passou a ter mais tempo para si, mais cuidados de saúde e escolares, conheceu novas pessoas novas ideias outras formas de socializar.

Com o decorrer dos tempos e devido à evolução do automóvel as pessoas começaram a deslocar-se individualmente, relegando os transportes públicos que

aliados ao envelhecimento e desertificação de alguns locais foram drasticamente reduzidos ou deixaram de existir por não serem rentáveis economicamente.

Os comboios também se ressentiram deste efeito com excepção dos grandes centros urbanos.

Em minha casa utilizamos os transportes públicos diariamente, todos temos passe e só usamos o automóvel em caso de necessidade, somos quatro pessoas e só temos um automóvel que consome gasolina de 95 octanas.

Recordo-me de um estranho comportamento social quando há uns anos o metropolitano chegou a Odivelas e as pessoas estavam a ter comportamentos diferentes porque passavam mais três horas diárias em casa, facto a que não tinham sido habituadas ao longo de muitos anos de trabalho.

Pelo facto de em ambientes urbanos podermos utilizar nas nossas deslocações diárias para o trabalho diversos tipos de transporte públicos em simultâneo, tais como, barcos, comboios, metro e autocarro, permitindo-nos até trabalhar a grandes distâncias regressando todos os dias a casa, em outras zonas do nosso pequenos país isto é apenas uma miragem, as pessoas têm cada vez a vida mais dificultada, sentem-se como que relegadas para um país mais distante onde cada dia tudo está mais longe, o que leva a surtos de migração e deslocação de pessoas do interior para o litoral onde tudo é mais acessível e mais barato.

É sabido que hoje andar de avião para além de cómodo, é seguro. Cada vez mais se viaja de avião, este transporte é cada dia mais moderno e cómodo, o mesmo sucede com os comboios entre eles os de nova geração com velocidades de “400Km hora”, quase podemos afirmar que mais

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perigoso será o automóvel, que morrem anualmente 650 pessoas não contabilizando aquelas que ficam estropiadas.

Em conclusão:Os meios de transporte evoluíram de forma lenta até à Revolução Industrial do Séc.XVIII. Numa primeira fase, com a introdução de avanços tecnológicos como a aplicação da máquina a vapor ao tráfego ferroviário e ao marítimo, foi possível pela primeira vez o transporte de matérias-primas a longas distâncias, substituindo a tracção animal e a vela, usadas até então.

Posteriormente, a descoberta do motor de explosão, a aplicação da electricidade aos transportes e, anos depois, com o automóvel e o avião, foi possível concretizar grandes progressos tecnológicos, nomeadamente, melhorando as acessibilidades, diminuindo a distância-tempo e a distância-custo.

Esta é uma característica fundamental do nosso tempo, contribuindo para mudanças profundas que aumentaram em grande escala as possibilidades de mobilidade e tornaram os meios de transporte acessíveis a um crescente número de pessoas.

O custo de oportunidade representa o valor associado à melhor alternativa não escolhida. As pessoas fazem menos esforço físico chegam mais rápido aos centros de apoio à saúde, têm mais tempo para outras tarefas, tais como cuidar da família, combater o iliteracia, apetência por conhecer novos horizontes, diminuição do custo das matérias-primas e subsidiárias, internacionalização da economia, etc..

Em contrapartida, vieram gerar conflitos laborais. Com a mecanização e constante evolução dos transportes, hoje é possível ter vinte pessoas numa fábrica e produzirem por duzentas de outrora, ou fazer deslocar a fábrica para outro pais de um dia para o outro, aumentando o desemprego.

Com o aumento da longevidade a Segurança Social começou a entrar em colapso, foi preciso fazer novas leis e novos cálculos de reforma, anteriormente havia quatro efectivos para um reformado, a tendência inverteu-se e já se prevê que a breve trecho sejam três reformados para cada efectivo. Houve baixa da natalidade devido aos factores económicos gerados. Foi preciso criar lares e centros de dia em virtude de não haver possibilidade de ter as pessoas em casa onde muitos devido aos factores da longevidade já não têm família, ou de esta os ter abandonado, maior consumo de medicamentos, tudo isto representa mais encargos sociais.

Para satisfazer as necessidades de matérias-primas aumentou-se a extracção de petróleo que é transportado em navios que atingem 300 mil toneladas de crude, quando estes naufragam dão-se enormes desastres ecológicos (“Epson Valdez”, no Alasca e “prestigie” na Galiza).

Aumentou o efeito de estufa devido ao aumento cada vez maior de automóveis e derivados do petróleo; com eles, surgiram novas doenças respiratórias, alergias cutâneas entre outras.

Transformaram-se paisagens com a criação de novas vias e parques de estacionamento, os sinais de trânsito adquiriram uma proeminência dramática. Críticos do transporte público muitas vezes alegam que o

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transporte público atrai "elementos não desejáveis” em ocasiões de greve causam grandes transtornos.

Foi em 1662, que surgiu a primeira licença de transportes públicos passada pelo rei Luis XIV para explorar cinco rotas com carruagens, Blaise Pascal definiu os primeiros conceitos que iriam nortear o serviço de transporte público colectivo.

Muitas cidades observam que novos sistemas de transportes públicos possuem benefícios económicos substanciais, provocando o desenvolvimento económico e social da região, e aumentando o valor da terra na região. Um sistema de transportes públicos fixo e bem planeado, tais como ferrovias, gares marítimas, portos aeroportos, centrais de camionagem, aparentemente possuem um impacto maior, talvez por causa de que a construção destes meios de transporte significa assumir um objectivo a longo prazo para providenciar transporte para localidades específicas. Além disso, um eficiente e bem planeado sistema de transporte público

maximiza os benefícios económicos e ambientais de investimentos, para o transporte público através do incentivo de maior desenvolvimento dentro de um certo raio das estações. Os transportes públicos numa cidade providenciam o deslocamento de pessoas de um ponto a outro na área dessa cidade.

A grande maioria das áreas urbanas de médio e grande porte possuem algum tipo de transporte público urbano. O seu fornecimento adequado, em países como Portugal é, geralmente, de responsabilidade municipal. Diminui a poluição, uma vez que menos carros são utilizados para a locomoção de pessoas, além de permitir o deslocamento de pessoas que, não possuindo meios de adquirir um carro, e precisam de percorrer longas distâncias para o local de trabalho.

A habilidade de dormir no caminho para o trabalho é uma opção atractiva para muitas pessoas que usam sistemas de transporte público. O transporte público local tem passes multiusos de baixo preço, para pessoas com vencimentos limitados e idosos com idade superior a sessenta e cinco anos. Para além disso, não temos stress, não pagamos estacionamento. Nas localidades, e para além dos que já enumeramos existem outros tipos de transporte, Elevador: Facilitam bastante o movimento vertical de pessoas em prédios e torres. Escadas rolantes deslocam pessoas em curtas distâncias, centros comerciais, estações de metro, comboio etc. Cadeiras de rodas, para transportar deficientes sejam elas mecânicas eléctricas ou outras, táxi para pessoas que preferem outro conforto ou agilidade ou quando outro tipo de transporte público numa dada região é inexistente, helicóptero, para transporte de doentes urgentes, avião, usado por pessoas que precisam de se deslocar por longas distâncias ou para uma região isolada. Metro, usado por milhares de pessoas diariamente (o de Lisboa foi inaugurado em 1959) também já há metro de superfície que não é mais que um eléctrico em ponto maior. O sistema de transporte público bem desenvolvido é utilizado por pessoas de diversas camadas sociais

Podemos visitar amigos com maior regularidade, receber correio, os mercados são abastecidos com regularidade, temos produtos de primeira necessidade todos os dias ao longo do ano, etc..

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Podemos comprar tulipas todos os dias embora elas sejam cultivadas na Holanda, comemos fruta ou outros produtos oriundos de todos os países e continentes, a comida rápida que chegou com o Macdonald´s, a construção de grandes Canais fez uma contribuição maciça para a Revolução Industrial, exemplo (canal do Panamá, de Suez) também o rio Douro hoje é navegável.

Era pelo mar que era realizado o transporte para mercadorias volumosas, pesadas, no século XVIII e sem ele não poderia ter havido indústria pesada em grande escala nem grandes cidades.

O alargamento das vias de comunicação foi um factor e um mecanismo da industrialização, pois constituiu um investimento de base, de tal modo poderoso, a partir de meados do século XIX, que os historiadores não hesitam em falar numa revolução dos transportes dentro da Revolução Industrial.

Embora, em 1825, o engenheiro escocês Mac Adam tenha melhorado a qualidade dos revestimentos dos pavimentos das estradas e, simultaneamente na França e na Inglaterra, se tenha multiplicado a construção de canais, a revolução dos transportes caracteriza-se, antes de mais, pela aplicação da máquina a vapor à navegação e aos transportes ferroviários.

Em conclusão: A história não deixa de atribuir aos caminhos-de-ferro, navios, aviões e automóveis, profundas implicações económicas, sociais e até culturais. Assim: A agricultura encontrou novos mercados e pôde vender géneros de deterioração rápida em zonas distanciadas, assim como especializar as suas produções. Os centros urbanos foram abastecidos com regularidade, evitando-se crises de fornecimento.

Fomentou-se a exploração e a absorção de ferro, carvão e madeira, para o apetrechamento e consumo do novo meio de transporte. Impulsionou-se a siderurgia e a metalurgia de um modo geral, apoiadas numa série de progressos técnicos, de que se destaca a invenção do conversor Bessemer. Estimulou-se e acelerou-se a industrialização, garantindo-se-lhe o abastecimento de matérias-primas, assim como o escoamento rápido e seguro dos seus produtos a custos decrescentes, dadas as grandes quantidades transportadas.·

Expandiram-se as trocas comerciais, contribuindo-se para o domínio dos mercados nacional e mundial. A redução das tarifas e dos custos dos transportes, a baixa do preço dos produtos estimularam, por sua vez, o consumo de massas. Especialmente a criação dos mercados nacionais foi a consequência mais determinante da revolução dos transportes. Pela primeira vez, cessou o isolamento de vastas regiões, integradas, desde então, numa teia de ligações que abrangem pessoas, produtos e capitais. Ora, um mercado unificado com a dimensão de um mercado nacional foi uma condição imprescindível à modernidade industrial e à afirmação dos Estados.· Desenvolveu-se a grande empresa industrial, baseada em sociedades por acções de dimensões nacionais que actuam com o concurso de capitais de variada origem. Na verdade, as magníficas oportunidades proporcionadas pelo alargamento dos mercados conduziram à expansão das

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empresas e à concentração industrial, originando a fusão do capital industrial e do capital financeiro. Para o efeito, favoreceram-se as operações financeiras, mediante o lançamento de acções e empréstimos por obrigações, e construiu-se o aparelho bancário moderno.·

Criou-se uma gigantesca mobilidade de pessoas, em que se incluem mão-de-obra e também emigrantes, responsáveis pelo povoamento de vastas regiões, nos EUA e na Rússia, por exemplo. Incrementou-se o turismo, mercê da articulação das viagens ferroviárias com as deslocações intercontinentais dos grandes paquetes.

Surgiram novas profissões, como ferroviários, marinheiros, motoristas, mecânicos e carregadores, o que permitiu absorver mão-de-obra disponível. Facilitou-se a correspondência e justificou-se a produção mais frequente de publicações periódicas.

Concluindo, as distâncias encurtaram-se, ideias novas circularam, as mentalidades evoluíram, o capitalismo triunfou, explorou-nos humilhou-nos e agora que está em crise, somos nós a salvá-los com o dinheiro dos nossos impostos, para que eles nos possam continuar a explorar.

José António da Costa Silva

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