meditação mensal

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Evangelho de João (13,34): Dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros, co- mo eu vos amei. Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros Primeiro Prelúdio: Os discursos de Nosso Senhor no Cenáculo e depois da Ceia são como o testamento ditado pelo seu divino Coração. É preciso meditá-los, quer antes quer depois da res- surreição. Segundo Prelúdio: Senhor, dignai-vos dar-me a graça de amar o meu próximo a vosso exem- plo, até ao sacrifício, até à morte, se for preciso. PRIMEIRO PONTO: O mandamento novo: o espírito de caridade. Um dos frutos mais brilhantes do Pentecostes foi a caridade mútua dos discípulos do Salvador. A sua união edificava aqueles que a testemunhavam, Nosso Senhor tinha-os preparado para este dom na sua última conversa antes da sua morte. «Meus filhos bem-amados, dizia-lhes, já tenho pouco tempo para passar convosco, mas antes de vos deixar, tenho uma última recomen- dação a fazer-vos. Depois de ter instituído o sacramento do amor, pelo qual, de algum modo, vós todos fazeis um só corpo comigo, dou-vos, para uma aliança nova, um mandamento novo: Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. Amai-vos, não só como as criaturas de um mesmo Deus, ou como descendentes de Abraão, vosso pai comum; mas amai-vos como irmãos, como filhos da Igreja, como membros do mesmo corpo, do qual eu sou o chefe. Amai-vos como eu mesmo vos amei, até ao sacrifício de vós mesmos, até dardes a vossa vida para salvar a causa dos vossos irmãos. Eis como vos hão-de reconhecer como meus discípulos». Mas o preceito novo pedia um espírito novo, uma força nova e isto devia ser o fruto do Espírito Santo». SEGUNDO PONTO: A graça do Espírito Santo ajuda-nos a cumprir o preceito novo da caridade evangélica. É um preceito novo, - por causa da extensão que Nosso Senhor lhe dá. Vai até ao sacrifício de si mesmo pelos ou- tros O TESTAMENTO DO SAGRADO CORAÇÃO: O MANDAMENTO NOVO Abril / 2012 MEDITAÇÃO DE PADRE DEHON Província BSP - Dehonianos Leigos Dehonianos O Ano com o Sagrado Coração de Jesus

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Page 1: Meditação Mensal

Evangelho de João (13,34): Dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros, co-

mo eu vos amei. Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros

Primeiro Prelúdio: Os discursos de Nosso Senhor no Cenáculo e depois da Ceia são como o

testamento ditado pelo seu divino Coração. É preciso meditá-los, quer antes quer depois da res-

surreição.

Segundo Prelúdio: Senhor, dignai-vos dar-me a graça de amar o meu próximo a vosso exem-

plo, até ao sacrifício, até à morte, se for preciso.

PRIMEIRO PONTO: O mandamento novo: o espírito de caridade.

Um dos frutos mais brilhantes do Pentecostes foi a caridade mútua dos discípulos do Salvador.

A sua união edificava aqueles que a testemunhavam, Nosso Senhor tinha-os preparado para

este dom na sua última conversa antes da sua morte. «Meus filhos bem-amados, dizia-lhes, já

tenho pouco tempo para passar convosco, mas antes de vos deixar, tenho uma última recomen-

dação a fazer-vos. Depois de ter instituído o sacramento do amor, pelo qual, de algum modo,

vós todos fazeis um só corpo comigo, dou-vos, para uma aliança nova, um mandamento novo:

Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei. Amai-vos, não só como as criaturas de um mesmo

Deus, ou como descendentes de Abraão, vosso pai comum; mas amai-vos como irmãos, como

filhos da Igreja, como membros do mesmo corpo, do qual eu sou o chefe. Amai-vos como eu

mesmo vos amei, até ao sacrifício de vós mesmos, até dardes a vossa vida para salvar a causa

dos vossos irmãos. Eis como vos hão-de reconhecer como meus discípulos».

Mas o preceito novo pedia um espírito novo, uma força nova e isto devia ser o fruto do Espírito

Santo».

SEGUNDO PONTO: A graça do Espírito Santo ajuda-nos a cumprir o preceito novo da caridade

evangélica.

É um preceito novo,

1º - por causa da extensão que Nosso Senhor lhe dá. Vai até ao sacrifício de si mesmo pelos ou-

tros

O TESTAMENTO DO SAGRADO CORAÇÃO: O MANDAMENTO NOVO

Abril / 2012 MEDITAÇÃO DE PADRE DEHON

Província BSP - Dehonianos

Leigos Dehonianos

O Ano com o Sagrado Coração de Jesus

Page 2: Meditação Mensal

Obras Espirituais Pe. João Leão Dehon

Edições Noviciado Sagrado Coração de Jesus Barretos – SP Março/ 2009

p. 04-06

2º - por causa da importância que Nosso Senhor lhe atribui. Faz dele o preceito fundamental da

lei nova e o sinal distintivo pelo qual hão-de reconhecer os seus discípulos;

3º - por causa dos novos motivos que devem excitar este amor nos nossos corações, a saber: o

exemplo de Nosso Senhor, a união com ele, nosso chefe espiritual, e a participação no seu amor

por aqueles que lhe são queridos e que são os seus amigos, os seus irmãos, os seus filhos bem-

amados;

4º - sobretudo por causa da graça do Espírito Santo, o qual nos dá a força que nos leva a amá-

lo até ao sacrifício.

Poderíamos nós resistir a este mandamento que Nosso Senhor nos dá, quando nós o vemos ele

mesmo a praticá-lo na sua vida de um modo tão perfeito e a nele colocar o último selo ao mor-

rer por nós? E como se o seu exemplo não bastasse, coloca nos nossos corações pelo seu Espírito

a atração desta caridade.

TERCEIRO PONTO: Os frutos maravilhosos do reino da caridade.

«O meu Pai e eu, diz o Senhor, somos assim glorificados». É, de fato, o amor divino pelos ho-

mens que é imitado e continuado. A nossa união fraterna faz a alegria de Deus nosso Pai. Ela

faz também a nossa força e a nossa consolação. As obras da caridade fraterna são também um

poderoso meio de apostolado e o instrumento da conversão dos povos. O mundo vê que nos a-

mamos e fica emocionado.

Esta caridade tem tido os seus inumeráveis mártires, que têm fecundado a Igreja e enchido o

céu. Todos aqueles que sacrificaram a sua vida nos trabalhos e nos perigos do apostolado sob

todas as suas formas são mártires da caridade. Enfrentaram as fadigas, as doenças, as dificul-

dades do clima, a hostilidade dos infiéis para irem em socorro dos que sofrem ou que estão nas

trevas da idolatria. Era o espírito da caridade que os conduzia.

Dando-nos o seu preceito novo, Nosso Senhor dá-nos, no Espírito Santo, a graça de o cumprir-

mos.

Se correspondermos a este espírito de caridade, havemos de praticar entre nós a doçura, a paci-

ência, a benevolência. As obras de misericórdia ser-nos-ão caras e fáceis. Teremos gosto em to-

mar conta dos pequenos, dos pobres, dos ignorantes, daqueles que sofrem. Havemos de nos re-

cordar da palavra do bom Mestre: «O que fazeis aos pequenos e aos deserdados, tenho como fei-

to por mim».

Se tivermos uma caridade ardente e abundante, levá-la-emos até ao sacrifício. Despojar-nos-

emos, afadigar-nos-emos para socorrer o nosso próximo, e, se for preciso, daremos a nossa vida

por ele como Nosso Senhor a deu por nós.

Resoluções. – Ó meu Salvador, quero daqui em diante praticar a caridade segundo o vosso e-

xemplo e segundo o espírito do vosso divino Coração. Serei doce, paciente, benevolente para

com os meus irmãos; não julgarei, não criticarei. Aplicar-me-ei com ardor às obras de zelo para

vos ganhar almas. Perdoai-me as minhas faltas tão numerosas à caridade. Renovai em mim o

vosso espírito.

Colóquio com o Salvador.