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Medidas Farmacológicas no alívio da dor: características e efeitos colaterais da terapêutica analgésica Curso de Dor 15 de abril de 2013

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Medidas Farmacológicas no alívio da dor:

características e efeitos colaterais da

terapêutica analgésica

Curso de Dor

15 de abril de 2013

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Analgésicos clássicos Analgésicos não opióides Analgésicos opióides

Analgésicos adjuvantes (co-analgésicos) Antidepressivos Anticonvulsivantes Corticosteróides ...

Medicação concomitante para a profilaxia e tratamento da úlcera péptica para a profilaxia e tratamento de náuseas e vómitos para a profilaxia e tratamento da obstipação ...

Medicamentos usados na terapêutica da dor

Classificação:

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Analgésicos

-Paracetamol / Acetaminofeno

-A.A.Salicílico e derivados -AINEs e Cox2 -Metamizol / Dipirona

-Flupirtina

Não Opióides

-Tramadol -Codeína

Opióides Minor

-Morfina -Buprenorfina -Fentanilo -Hidromorfona -Petidina / Meperidina (1)

Opióides Major

(1) – Contra indicação formal para o tratamento da dor crónica

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Não Opióides

± adjuvantes analgésicos

Opióides para a dor moderada a intensa ± não opióides

± adjuvantes analgésicos

Opióides para a dor leve a moderada ± não opióides

± adjuvantes analgésicos

1

2

3

Escada Analgésica OMS

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Paracetamol; AINEs; Cox2; Metamizol; Flupirtina

± adjuvantes analgésicos

Morfina; Buprenorfina; Fentanilo;

Hidromorfona ± não opióides

± adjuvantes analgésicos

Tramadol; Paracetamol+Tramadol;

Paracetamol+Codeina ± não opióides

± adjuvantes analgésicos

1

2

3

Adjuvantes: Antidepressivos; Anticonvulsivantes; Corticosteróides, etc

Escada Analgésica OMS

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Analgésicos clássicos

Analgésicos não opióides

Analgésicos opióides

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Analgésicos não opióides

Analgésicos que inibem predominantemente a síntese periférica das

prostaglandinas (AINEs clássicos e Coxibes)

Analgésicos que inibem predominantemente a síntese central das

prostaglandinas (paracetamol, metamizol/dipirona)

Combinações de analgésicos que inibem a síntese das

prostaglandinas

Analgésicos não opióides que não inibem a síntese das

prostaglandinas (flupirtina)

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Analgésicos não opióides

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Mecanismo de ação dos AINEs

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COX-1 e COX-2

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AINEs - Efeitos Adversos

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AINEs

Fisiopatologia dos efeitos adversos gástricos

Efeitos da inibição da síntese das prostaglandinas no estômago:

secreção de HCl

secreção de muco

secreção de bicarbonato

fornecimento de sangue às membranas mucosas

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AINEs - Efeitos Gastrointestinais

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AINEs - Efeitos Gastrointestinais

Fatores de risco para complicações gastrointestinais:

• História de úlcera péptica

• Idade > 60-65 anos

• Toma concomitante de 2 AINEs,anticoagulantes ou

corticóides

• Doses altas de AINEs

• Comorbilidades graves

• Utilização durante > 3 meses

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AINEs - Efeitos Renais

o fluxo e filtração glomerulares retenção de H2O, K + e Na+

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AINEs - Efeitos Renais

Fatores de risco para complicações renais:

• Insuficiência cardíaca congestiva

• Doença hepática grave

• Síndrome nefrótico

• Lúpus eritematoso sistémico

• Diuréticos

• Desidratação

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Toxicidade dos AINEs

A hemorragia digestiva, a insuf. renal e a insuf. cardíaca são os 3

riscos major relacionados com o uso dos AINEs

A toxicidade hepática e cutânea não são negligenciáveis

Devem ser evitados nos doentes com antecedentes de

hipersensibilidade e com antecedentes ou em risco de hemorragia

digestiva

A população idosa é particularmente vulnerável aos riscos

relacionados com os AINEs

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Exemplos de AINEs clássicos

Ácido Acetilsalicílico

Diclofenac

Ibuprofeno

Cetoprofeno

Naproxeno

Nimesulida

Piroxicam

Lornoxicam

Meloxicam

Etc…

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Inibidores seletivos da COX-2

Aplicações clínicas:

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Inibidores seletivos da COX-2

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Interações medicamentosas com AINEs e com Coxibes Existe um risco aumentado de interações em virtude da elevada

ligação às proteínas plasmáticas

A administração concomitante de corticóides potencia o risco de

efeitos adversos gastrointestinais

Interação com outros fármacos: anticoagulantes orais, anti-

hipertensores (diuréticos, IECA, ARA), antidiabéticos orais

(sulfonilureias), fenitoína, quinolonas, ciclosporina, metotrexato,

lítio…

Os idosos são o principal grupo de risco!

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Exemplos de inibidores seletivos da COX-2

Celecoxib

Etoricoxib – recusado pela FDA

Parecoxib

Rofecoxib - retirado do mercado

Valdecoxib - retirado do mercado

Lumiracoxib - retirado do mercado

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Posição do INFARMED sobre os Coxibes

Contra-indicados:

– Doença cardíaca isquémica

– Doença cerebrovascular

– Doença arterial periférica

Advertência de uso; Precaução:

– Hipertensos

– Diabéticos

– Dislipidémicos

– Fumadores

– História de reações alérgicas

• Na menor dose eficaz no menor período de tempo possível

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Analgésicos não opióides

Paracetamol

Metamizol/Dipirona

Flupirtina

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Paracetamol

Efeitos analgésico e antipirético

Efeito ulcerogénico discreto

Risco de lesão tóxica hepática

Dose diária máxima aprovada em Portugal - 4g/dia

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Mecanismo de ação:

• analgésico, antipirético

• efeito antinociceptivo predominantemente central

(inibição central da síntese das prostaglandinas e outro(s) mecanismo(s) de acção ainda não completamente esclarecido(s))

Efeitos adversos:

• reações de hipersensibilidade

• cefaleias

• necrose celular hepática com sobredosagem (antídoto: acetilcisteína)

Paracetamol

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Metamizol (Dipirona)

Efeito analgésico, antipirético, antiespasmódico e ligeiramente anti-inflamatório

Mecanismo de ação:

– antinociceptivo central >> periférico (inibição central da síntese das prostaglandinas e outros ainda não completamente esclarecidos)

Efeitos adversos:

– hipotensão

– agranulocitose

– reação dérmica de natureza alérgica

– sudação

– leucopenia, trombocitopenia

– hipersensibilidade/choque

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Flupirtina

Efeito analgésico e miorrelaxante, sem efeito antipirético ou anti-inflamatório

Mecanismo de ação:

– ação central nos sistemas endógenos de inibição da dor

(noradrenérgicos, serotoninérgicos) e recetores GABA

– não inibe a síntese das prostaglandinas

Efeitos adversos:

– fadiga

– miastenia

– doenças da função hepática

– sedação

– tonturas e náuseas

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Analgésicos OPIÓIDES

“Opium” – Extrato da Papaver somniferum Opióides: Classe de fármacos (naturais ou sintéticos) com propriedades semelhantes à morfina (primeiro opióide

utilizado)

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O único e direto sistema biológico analgésico do corpo humano é

o sistema endógeno opióide-recetor, que consiste nas endorfinas

e tecidos, seus locais de ação, ou recetores. Qualquer “ataque à

dor” deve visar este sistema

Todos os outros sistemas do corpo humano para controlo da dor,

fazem-no indiretamente

Só os opióides vão diretamente ao “coração da dor”, que é o

sistema endógeno opióide-recetor.

Opióides

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Todas as outras substâncias (AINEs, bloqueadores das

sinapses, bloqueadores dos canais aniónicos, ou hormonas)

exercem a sua ação analgésica de modo indireto

Quando a dor é severa, quer seja aguda ou crónica, os

tratamentos indiretos, com AINEs, bloqueadores neuro-

sinápticos, podem não só falhar no adequado controlo da dor,

como produzir complicações significativas

Opióides

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A literatura científica e a extensa experiência clínica,

demonstram que falhar no adequado controlo da dor pode

produzir uma pletora de complicações graves, incluindo morte

por colapso cardiovascular

Os opióides são os únicos analgésicos isentos de

toxicidade de orgão irreversível (exceto a petidina)

Opióides

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Efeito analgésico dos opióides

Ação supraespinhal

– ativação de vias inibitórias descendentes

– inibição da atividade neuronal (tálamo e sistema límbico)

Ação espinhal

– inibição pré e pós-sináptica da transmissão das fibras predominantemente aferentes na medula espinhal

Ação periférica

– ligação a recetores dos opióides em tecidos inflamados

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Recetores opióides periféricos

Presentes nas terminações dos nervos sensitivos, em tecidos subcutâneos inflamados e não inflamados

Opióides aplicados localmente só produzem analgesia em tecidos inflamados

A inflamação é responsável pela perturbação da barreira perineuronal, permitindo aos opióides desenvolverem ação analgésica

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Recetores opióides e seus efeitos

recetores

Analgesia

Depressão

respiratória

Obstipação

Euforia

Miose

Emese

Analgesia

Diurese

Disforia

Aluci-

nações

Hiper-

algesia?

Analgesia?

Ansiólise?

Depressão

respiratória

reduzida?

Analgesia?

Ansiólise?

Hiper-

algesia?

Célula

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Efeitos centrais Efeitos periféricos

–analgesia

–efeito sedativo/hipnótico

–euforia

–efeito antitússico

–náuseas e vómitos

–diminuição da pressão

arterial e da frequência

cardíaca

–miose

–depressão respiratória

–analgesia em tecidos

inflamados

–libertação de histamina

dos mastócitos-prurido

–contração do esfíncter de

Oddi e espasmos do

esfíncter vesical

–obstipação

Efeitos de um agonista µ puro

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Depressão respiratória

Redução da sensibilidade do centro respiratório à PCO2

Os efeitos diferem de opióide para opióide

A dor é por si própria um “antagonista fisiológico”

da depressão respiratória

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Náusea e Vómito

Efeitos sobre a zona de ativação dos quimiorrecetores

São efeitos iniciais, que se atenuam e desaparecem com a administração repetida

Podem ser evitados ou atenuados recorrendo ao emprego de antieméticos ou à titulação do fármaco

• A titulação consiste no aumento progressivo das doses até se chegar à dose diária pretendida

Com a continuidade do tratamento, desenvolve-se tolerância* para estes efeitos

*desaparecem com a continuidade da terapêutica

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Outros efeitos centrais

Efeito sedativo/hipnótico

Euforia

Miose

Efeito antitússico

Hipotensão (hipotensão ortostática) e diminuição da frequência

cardíaca

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Efeitos periféricos dos agonistas µ

Obstipação* (é um efeito não imediato, que pode e deve prevenir-se com laxantes)

Contração do esfíncter de Oddi e espasmos do esfíncter vesical

Prurido (libertação de histamina dos mastócitos)

Analgesia em casos de tecidos inflamados

*Não se desenvolve tolerância (não desaparece) com a continuação da terapêutica

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Antagonismo dos opióides

Indicações

– depressão respiratória

Fármacos

– naloxona

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Classificação:

Opióides minor (fracos)- tramadol; codeína;

Opióides major (fortes)- morfina; buprenorfina; fentanilo;

hidromorfona, petidina/meperidina.

Analgésicos Opióides

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Tramadol

Mecanismo de ação:

• agonista dos recetores µ dos opióides

• inibição da recaptação da noradrenalina e da serotonina

Efeitos adversos:

– efeitos adversos típicos dos opióides:

• náuseas, vómitos, tonturas, sudação, xerostomia

• obstipação (menos do que morfina)

• depressão respiratória (muito raro)

• convulsões (na sobredosagem)

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Codeína*

Mecanismo de ação:

– agonista dos recetores opióides

Efeitos adversos:

– efeitos adversos típicos dos opióides

– menos efeitos adversos do que a morfina

– a obstipação pode ser problemática a longo prazo

Outros

– Útil como antitússico

– Ineficaz como analgésico em 8 – 10 % da população geral

(deficiência congénita em CYP450 2D6 ?)

* Isolada já não é comercializada em Portugal

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Combinações de opióides com analgésicos não opióides

– Codeína com analgésicos não opióides

– Tramadol com analgésicos não opióides

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Combinações de analgésico não opióide + codeína

Codeína + paracetamol e/ou outros analgésicos não opióides

Componente não opióide como em monoterapia

Codeína em doses muito baixas

Em Portugal:

– 400mg AAS + 7,5mg Codeína + 50mg Cafeína

– 500mg Paracetamol + 20 ou 30mg Codeína

– 500mg Paracetamol + 8mg Codeína + 6,25mg Buclizina

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Paracetamol + Tramadol

• Ambos em dosagens reduzidas (comparativamente às doses

administrados em monoterapia)

• Efeitos analgésicos aditivos

• 325mg de Paracetamol + 37,5mg de Tramadol

Combinação de analgésico

não opióide + tramadol

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Opióides major (fortes)

Morfina

Fentanilo

Buprenorfina

Hidromorfona

Petidina/Meperidina

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Morfina

Mecanismo de ação:

• agonista dos recetores opióides

Efeitos adversos:

• obstipação, sedação, náuseas, vómitos, depressão

respiratória, tonturas, prurido, retenção urinária

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Buprenorfina

Mecanismo de ação:

– agonista parcial dos recetores µ/antagonista dos receptores

Caraterísticas

– elevada afinidade para os recetores

– menos depressão respiratória do que outros opióides

– efeito anti-hiperalgésico

– menos interações medicamentosas

Efeitos adversos:

– obstipação, sedação, náuseas, vómitos, depressão respiratória, tonturas, prurido, retenção urinária

– menor aumento de tonicidade do esfíncter de Oddi do que a morfina

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Fentanilo

Mecanismo de ação:

– agonista dos recetores opióides

Efeitos adversos :

– náuseas, vómitos, tonturas, sedação, depressão respiratória, obstipação (menos do que com morfina)

Vias de administração:

– i.v., epidural e intratecal

– transdérmica = D-Trans

– oral-transmucosa=OTFC (oral transmucosal fentanyl citrate ou "lolly")

– bucal

– nasal

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O medicamento é directamente

absorvido pela mucosa oral

Parte do medicamento

é deglutido

Via de Administração

-Oral transmucosa

Absorção

-25% oral transmucosa

-25% intestinal

-50% eliminado

(efeito 1ª passagem)

Administração

-15 em 15 minutos

-max. 4 sistemas/ dia

Indicação

-Dor Irruptiva

Fentanilo transmucoso oral

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Hidromorfona

Hidromorfona é um análogo da morfina, com propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas comparáveis, normalmente utilizado em 2ª linha.

Hidromorfona não apresenta quaisquer metabolitos ativos, pelo que dispõe de vantagens relativamente à morfina, por exemplo na insuficiência renal.

Mecanismo de ação:

– agonista dos recetores dos opióides

Efeitos adversos:

– efeitos adversos típicos dos opióides:

• obstipação, sedação, náuseas, vómitos, depressão respiratória, tonturas, prurido, retenção urinária

• ocasionalmente menor incidência de efeitos adversos gastrointestinais do que a morfina

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Petidina/Meperidina

Mecanismo de Ação

- Opióide agonista dos receptores μ

- Efeitos adversos:

-obstipação, sedação, náusea, vómito, depressão

respiratória,zumbido, prurido, retenção urinária,convulsões.

- Vias de Administração

- i.v.;i.m.

NÃO USAR EM DOR CRÓNICA

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Matriz :

– Buprenorfina TDS (TransDermicalSystem)

– Fentanilo D-Trans (substância activa homogeneamente dispersa na

matriz)

Sistemas terapêuticos transdérmicos

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Desvantagens

Sistema relativamente lento no início de ação

Risco de irritação dérmica

Vantagens

Adequados à terapêutica da dor crónica

Níveis sanguíneos constantes

Baixo risco de efeitos adversos

Longa duração de ação (aproximadamente 72-96 horas)

Não é utilizado o tubo digestivo

Sem efeito de primeira passagem

Elevada adesão do doente ao tratamento

Sistemas terapêuticos transdérmicos

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5ª feira

Domingo

4ª feira

Sábado 3ª feira

6ª feira

2ª feira

Fentanilo Transdérmico:

Mudar de 3 em 3 dias

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Buprenorfina Transdérmica

Mudar de 4 em 4 dias

Muda-se em 2 dias fixos da semana

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Efeitos associados com a tecnologia transdérmica

Reações cutâneas

Reduzir o risco de

reações cutâneas considerando algumas

precauções

Continuar o tratamento prévio

para a dor por 24 horas

(exceção: mudança de e para

outro opióide transdérmico)

Aplicação

inicial

0 24 horas

Tempo mínimo

para avaliação do

efeito

Lento início de ação

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Razões para as reações cutâneas: oclusão da pele

A oclusão é essencial para

a eficácia dos sistemas

transdérmicos

(sistema passivo)

Adesivo

Camada

aquosa

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Razões para as reações cutâneas: a remoção

Dano causado

pela remoção

da pele

A remoção da pele é um efeito que não pode ser evitado!

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Como evitar as reações cutâneas: cuidados pré/pós

Não aplicar na mesma

área da pele antes de

8-12 dias

Remoção do adesivo

usado e aplicação de

um novo

Não usar produtos de

cuidados da pele antes

da aplicação / mudança do

adesivo

Cuidados regulares com

a pele com uma loção, ou

cremes ricos em lípidos

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Como evitar reações cutâneas: aplicação e remoção do adesivo

Não barbear!

Não repetir a aplicação na mesma área

da pele! Espere pelo menos 8-12 dias!

Use tantas áreas da pele quantas as

possíveis!

Remover o adesivo lenta e constantemente!

Puxar o adesivo paralelamente à superfície da pele!

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Uso: conselhos práticos

Tomar banho é possivel.

Lavar-se preferencialmente com uma luva

Temperatura da água ≤ 38°C!

Não expôr o adesivo a muito calor ou à luz UV.

Banhos de sol moderados são possíveis.

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Obrigado pela atenção!!!