medicina legal - educacaocoletiva.com.br · –Áreas de atuação da medicina na interface com o...

121
MEDICINA LEGAL Introdução Perícias e peritos Prof. Adriano Faustino

Upload: hoangkhanh

Post on 29-Jul-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

MEDICINA LEGAL

Introdução

Perícias e peritos

Prof. Adriano Faustino

Livros utilizados

Medicina Legal – Texto

e atlas

Hygino de Carvalho

Hercules, Editora

Atheneu, 1ª edição,

2005.

Medicina Legal

Genival Veloso de

França, Editora

Guanabara-Koogan

(GEN), 9ª edição,

2010.

Perícias Médicas –

Teoria e Prática

Emilio Bicalho

Epiphanio, Editora

Guanabara-Koogan

(GEN), 1ª edição, 2009.

Algumas resoluções a serem estudadas

(em parte...)

• Resolução CFM no1.246 de 26/01/1988 (Código de Ética

Médica).

• Resolução CFM no1.480 de 21/08/1997 (Morte encefálica).

• Resolução CFM no1.617 de 16/05/2001 (Código de Processo

Ético-profissional).

• Resolução CFM no1.779 de 05/10/2005 (normatiza o

preenchimento da DO). Resolução CFM no1.826 de 06/12/2007

(Suspensão de procedimentos na morte encefálica).

O site oficial do CFM para as

resoluções

Site: www.portalmedico.org.br/php/pesquisa_resolucoes.php

O site oficial do CRM-MG

Site: www.crmmg.org.br

O link oficial para os pareceres do

CRM-MG

Site: www.crmmg.org.br/pareceres/

Principais leis a serem estudadas

(em parte...)

• Decreto-Lei no2.848 de 07/12/1940 (Código Penal - CP).

• Decreto-Lei no3.689 de 3/10/1941 (Código de Processo Penal -

CPP).

• Lei no10.406 de 10/01/2002 (Código Civil - CC).

• Lei no10.826 de 22/12/2003 (“Estatuto do desarmamento”).

• Lei no11.340 de 07/08/2006 (lei “Maria da Penha”).

• Lei no11.690 de 09/06/2008 (altera alguns artigos do CPP).

• Lei no11.705 de 19/06/2008 (lei “seca”).

O site oficial do governo para a

legislação

Site: www.presidencia.gov.br/legislacao

Alguns dos periódicos utilizados

The American Journal of Forensic Medicine and Pathology

Fator de impacto: 0,603

International Journal of

Legal Medicine

Fator de impacto: 3,03

Forensic Science

International

Fator de impacto: 2,015

A Medicina Legal • Especialidade médica (Associação Brasileira de Medicina Legal).

• Definição ampla:

– Áreas de atuação da Medicina na interface com o Direito.

• Principais áreas de atuação:

– Criminal (enfoque da disciplina!)

– Civil

– Trabalhista / Previdenciária / Securitária

– Ética

• Principais modos de ser exercida:

– Criminal: concurso público estadual (médico-legista), nomeação por autoridade (perito ad hoc) ou escolha da parte (assistente técnico)

– Civil ou trabalhista: escolha da parte (assistente técnico) ou nomeação por autoridade

– Previdenciária: concurso público federal

– Ética: CRM e CFM.

O que faz a Medicina Legal?

• Perícia médica: todo ato médico com o propósito de contribuir com as

autoridades administrativas, policiais ou judiciárias com conhecimentos

específicos da área médica.

– Colabora com a investigação policial: pode oferecer provas objetivas para

uma investigação

– Presta esclarecimentos à justiça em suas mais diversas formas:

– Criminal - por ex.: exame de corpo de delito

– Civil – por ex.: investigação de paternidade

– Trabalhista/previdenciária – por ex.: perícias do INSS

Peritos

• Perícia: exame dos elementos materiais de um fato alegado.

• Perito:

- Detém o conhecimento sobre determinado assunto.

• Principais tipos:

- Civil – contratado pela parte interessada ou nomeado judicialmente – “qualquer

profissão”.

- Criminal – funcionário público ou nomeado judicialmente.

- Previdenciário/securitário – funcionário público

• Peritos da Polícia Civil:

- Perito Criminal – qualquer curso superior.

- Médico-legista.

Peritos oficiais

• Função do perito: atender à autoridades

competentes no sentido de verificar o caso. Não

defender ou acusar!

“visum ad repertum”: ver e repetir.

• Atuação: verificar, procurar e interpretar os

vestígios materiais dos fatos ocorridos.

• Conjunto de elementos materiais denunciadores

do fato criminoso – “corpo de delito”.

Conceitos fundamentais

• Corpo de delito: “Todos os elementos materiais da

conduta incriminada, inclusive meios ou

instrumentos de que se sirva o criminoso.”

Nos Institutos e postos Médico-legais são

realizadas as perícias de corpo de delito onde o

conhecimento médico é essencial a esta análise

na esfera criminal.

A perícia médico-legal

Exemplo de uma perícia médico-

legal

A perícia médico-legal

A perícia médico-legal

A perícia médico-legal

A perícia médico-legal

A perícia médico-legal

A perícia médico-legal

A Medicina Legal em Minas

Gerais

• Exercida de 3 maneiras principais:

– Por concurso público estadual: médico legista.

• Uma das carreiras da Polícia Civil de Minas Gerais.

• Último concurso: 2013.

– Por nomeação de autoridade: perito ad hoc.

– Por escolha da parte: assistente técnico.

• Um Instituto Médico Legal, em Belo Horizonte.

• Postos médico-legais em várias cidades do interior

Governador

Chefe de Polícia Civil

SPTC

IC

II

IML

Organograma estrutural do IML-

BH

IML

DPML DL DA

SPV SPM SCDL SRPAS AP TOX

NECROTÉRIO

PERÍCIAS

INDIRETAS

PSIQUIATRIA SAF

CLÍNICA

ODONTO

Que tipos de exames

são realizados no IML?

- Lesão corporal

- Verificação embriaguez

- Conjunção carnal

- Ato libidinoso

- Perícia de aborto

- Sanidade mental

- Sanidade física

- Perícia de idade

- Antropologia forense

- Odontologia forense

- Aval. conduta profissional

- Perícias de intoxicações

- Necrópsias

Aproximadas 25.000 perícias/ano

- 80% vivo

- 20% morto

Necropsia • Necropsia, autopsia ou tanatopsia: é o exame externo e interno de um

cadáver.

– Necropsia X autopsia

• Pode ser realizada com finalidade clínica ou forense:

• Clínica: autorização obrigatória da família, realizada em hospitais, geralmente por patologistas.

• Forense: não é necessária a autorização da família, realizada geralmente no IML ou postos médico-legais, por legistas.

• Principais propósitos da necropsia forense:

– Determinar a causa mortis.

– Determinar o tempo decorrido da morte.

– Distinguir lesões intra-vitam e post-mortem.

– Identificar o corpo.

– Fornecer elementos para a determinação da causa jurídica da morte (se homicídio, suicídio ou acidente).

– Materializar um ou mais delitos.

• Duas indicações básicas:

– Morte decorrente de causas externas (morte

violenta).

– Morte suspeita.

Quando é necessária uma

necropsia médico-legal?

• CAPÍTULO II (artigos 158 a 184):

– DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL.

• Art. 158: Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.

Código de Processo Penal:

Decreto-Lei 3.689 de 03/10/1941.

Código de Processo Penal – modificado em parte pela

lei 11.690 de 09/06/2008

Art. 159: O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por

perito oficial, portador de diploma de curso superior.

– § 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas

idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área

específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a

natureza do exame.

– § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente

desempenhar o encargo.

– § 3o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao

ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação

de assistente técnico.

– § 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a

conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as

partes intimadas desta decisão.

Código de Processo Penal – artigo 159 (continuação)

– § 5o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia:

I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo complementar;

II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência.

– § 6o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua conservação.

– § 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico.”

• Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde

descreverão minuciosamente o que examinarem, e

responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei

nº 8.862, de 28.3.1994)

Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo

máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em

casos excepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação

dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)

• Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em

qualquer dia e a qualquer hora.

Código de Processo Penal:

Decreto-Lei 3.689 de 03/10/1941.

• Art. 162. A autópsia será feita pelo menos seis horas

depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos

sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes

daquele prazo, o que declararão no auto.

Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará

o simples exame externo do cadáver, quando não houver

infração penal que apurar, ou quando as lesões externas

permitirem precisar a causa da morte e não houver

necessidade de exame interno para a verificação de

alguma circunstância relevante.

Código de Processo Penal:

Decreto-Lei 3.689 de 03/10/1941.

• Art. 167: Não sendo possível o exame

de corpo de delito, por haverem

desaparecido os vestígios, a prova

testemunhal poderá suprir-lhe a falta.

• Art. 180: Se houver divergência entre

os peritos, serão consignadas no auto

do exame as declarações e respostas

de um e de outro, ou cada um redigirá

separadamente o seu laudo, e a

autoridade nomeará um terceiro; se

este divergir de ambos, a autoridade

poderá mandar proceder a novo exame

por outros peritos.

• Art. 182: O juiz não ficará adstrito ao

laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo,

no todo ou em parte.

Código de Processo Penal:

Decreto-Lei 3.689 de 03/10/1941.

Modelo de um laudo médico legal

Perícias no vivo realizadas no IML-

BH:

As mais freqüentes são:

– Lesões corporais

– Conjunção carnal

– Ato libidinoso

– Gravidez, abortamento, parto e puerpério

– Embriaguez e toxicomania

– Sanidade mental

• Finalidade básica:

- Morte violenta

- Morte suspeita

• Falta do SVO em BH

• Centralização atendimento

• Sobrecarga de trabalho

Perícias no morto

realizadas no IML-BH

- CAPÍTULO VI (artigos 275 a 281):

- DOS PERITOS E INTÉRPRETES.

• Art. 275: O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à

disciplina judiciária.

• Art. 276: As partes não intervirão na nomeação do perito.

• Art. 277: O perito nomeado pela autoridade será obrigado a

aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-

réis, salvo escusa atendível.

Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem

justa causa, provada imediatamente:

a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;

b) não comparecer no dia e local designados para o exame;

c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja

feita, nos prazos estabelecidos.

Código de Processo Penal:

Decreto-Lei 3.689 de 03/10/1941.

• Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a

autoridade poderá determinar a sua condução.

• Art. 279. Não poderão ser peritos:

I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns.

I e IV do art. 69 do Código Penal;

II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado

anteriormente sobre o objeto da perícia;

III - os analfabetos e os menores de 21 anos.

Código de Processo Penal:

Decreto-Lei 3.689 de 03/10/1941.

• Art. 120 – É vedado ao médico ser perito de

paciente seu, de pessoa de sua família ou de

qualquer pessoa com a qual tenha relações

capazes de influir em seu trabalho.

Código de Ética Médica:

Resolução CFM 1.246/1988.

• Exclusão por própria solicitação.

• Exclusão por impedimento:

– Artigo 279 do CPP

– Artigo 47 do CP

• Exclusão por suspeição:

– Artigo 254 do CPP

– Artigo 135 do CPC

• Exclusão por substituição.

Condições de exclusão do perito

• Proibição ou incapacidade temporária para o

exercício de cargo, função ou atividade pública;

• Proibição ou incapacidade temporária para o

exercício da profissão;

• Por depoimento anterior no processo;

• Por analfabetismo;

• Ter menos de 21 anos.

Condições de impedimento do perito

Fonte: Código de Processo Civi.

• Ser amigo ou inimigo da parte.

• Estar ele próprio respondendo a processo análogo, ou

seu cônjugue, ascendente ou descendente até terceiro

grau.

• Tiver aconselhado qualquer parte.

• For credor ou devedor de parte.

• For tutor, curador, donatário ou empregador de qualquer

das partes.

• For sócio, acionista ou administrador de sociedade

interessada no processo.

Condições de suspeição do perito

Fontes: Códigos de Processo Civi e Penal.

Alguns tópicos importantes do direito

penal aplicados à Medicina Legal

• Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de

11.7.1984)

– Crime doloso:

• I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco

de produzi-lo;

– Crime culposo:

• II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por

imprudência, negligência ou imperícia.

– Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode

ser punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica

dolosamente.

Código Penal:

Decreto-Lei 2.848 de 07/12/1940.

- Falso testemunho ou falsa perícia: • Art. 342: Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como

testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo

judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.

(Redação dada pela Lei nº 10.268, de 28.8.2001)

Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

§ 1o As penas aumentam-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado

mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administração pública direta ou indireta.

§ 2o O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que

ocorreu o ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.

Código Penal:

Decreto-Lei 2.848 de 07/12/1940.

• Médico condenado por homicídio culposo.

Em abril de 2002, o juiz de direito da 7ª Vara Criminal recebeu denúncia por homicídio culposo contra o médico por ter o mesmo agido com negligência, imperícia e imprudência, não observando as regras técnicas da profissão durante o parto de Vânia e seu filho Cauê, sendo o médico condenado criminalmente por dois homicídios culposos neste mês de outubro de 2003.

Fonte: http://www.ptsul.com.br, acesso em 08/07/09.

• Justiça do DF condena ex-médico a 30 anos de prisão

SÃO PAULO e BRASÍLIA - Depois de um julgamento que durou quase dezoito horas, a Justiça do Distrito Federal condenou nesta madrugada o ex-médico XXXXX a 29 anos de prisão em regime fechado e um ano em regime aberto pelas mortes de Adcélia Martins e Grasiela Murta, que fizeram lipoapiração em 2002 e morreram em seguida. Ele foi condenado por homicídio doloso qualificado, omissão de socorro e exercício ilegal da medicina. Para os jurados, o ex-médico assumiu o risco de matar as pacientes. Apesar da sentença, xxxxxx não saiu do fórum para a prisão, porque ele respondeu o processo em liberdade e compareceu a todos os atos. O ex-médico terá este direito até que seja julgado o último recurso.

Fonte: O Globo, DFTV e GloboNews TV , 08/07 às 05h24min.

Casos da imprensa

Tipos de penas privativas de

liberdade • Prisão simples:

– Destinada às contravenções penais.

– Regimes semi-aberto ou aberto.

– Contraventor é diferente de criminoso!

• Detenção:

– Cumprida inicialmente nos regimes semi-aberto ou aberto.

• Reclusão

– Crimes mais graves.

– Proibição de fiança (penas superiores a 2 anos).

– Cumprida inicialmente nos regimes fechado, semi-aberto e aberto.

Fonte: Nucci - Manual de Direito Penal, 4ª edição, 2008, página 378.

Causas jurídicas de morte.

Morte natural, violenta e suspeita.

Tipos de morte

• Morte “natural”: decorrente de causas não-

traumáticas, sem transferências de energia.

• Morte violenta: decorrente de causas externas, não

“naturais” (homicídio, suicídio ou acidente).

• Morte suspeita: “quando há possibilidade de não ter

sido natural a sua causa”.

– Nos casos de morte suspeita ou violenta é obrigatório

o exame de corpo de delito (artigo 158 do CPP).

Causas jurídicas de morte violenta

• Acidente: “não intencional” – sem delito a apurar.

• Homicídio: com delito a apurar.

• Suicídio: sem delito a apurar (a princípio...).

– Não é atributo do médico-legista determinar a causa

jurídica de morte violenta!

– O exame médico-legal é uma das peças no inquérito

policial!

Morte súbita

• Conceito controverso!

• Morte fulminante X morte rápida X morte súbita

• “Aquela decorrente de até 1h da evolução dos

sinais/sintomas ou até 24h da última vez que o

indivíduo foi visto com vida.”.

• Nexo temporal não é um bom parâmetro!

• As mortes súbitas são, a princípio, morte

suspeitas, até que se prove o contrário.

Principais causas “naturais” de morte súbita

• Cardiovasculares:

– Cardiopatias (isquêmica, hipertensiva, valvares,

disritmias, etc...), outros. • Sistema nervoso central:

– Acidentes vasculares encefálicos (hemorrágicos ou

isquêmicos), epilepsia, infecções (meningite, etc...),

neoplasias, outros. • Respiratórias:

– Asma, TEP, infecções (epiglotite, pneumonias,

tuberculose, etc...), neoplasias, outros. • Metabólicas: diabetes

ETC ...

Documentos

médico-legais

Prof. Adriano Faustino de Figueiredo

Bibliografia básica

• Jornal do CRMMG,

• Medicina Legal Texto e Atlas, Hygino de Carvalho Hercules:

- Parte 1, Capítulo 3

• Livro Perícias Médicas – Teoria e Prática, Emilio Bicalho Epiphanio:

- Capítulo 5

Receitas e solicitação de exames

Principais documentos médico legais

• Receitas e solicitação de exames (ML eventuais)

• Atestados

• Relatórios: laudo/auto

- Perícia no vivo

- Perícia no morto

- Indireto

• Parecer médico-legal

• Declaração de óbito

“Atestado de óbito” – Modelo internacional

de Atestado de Óbito

Art. 3º Deixar de assumir responsabilidade sobre procedimento médico que indicou ou do qual participou, mesmo quando vários médicos tenham assistido o paciente. Art. 4º Deixar de assumir a responsabilidade de qualquer ato profissional que tenha praticado ou indicado, ainda que solicitado ou consentido pelo paciente ou por seu representante legal. Art. 5º Assumir responsabilidade por ato médico que não praticou ou do qual não participou.

Ou seja: para prescrever é necessário examinar o paciente e ao prescrever se assume responsabilidade pela prescrição...

Código de Ética Médica: CAPÍTULO III – RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

É VEDADO AO MÉDICO:

- Art. 11 – É vedado ao médico receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar em branco folhas de receituários, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos médicos.

- Ministério da Saúde: a receita médica deve ser preenchida com letra legível, em português, por extenso, a tinta, de forma informatizada ou manualmente.

- Leiam o parecer consulta 3638/2009 do Jornal do CRMMG número 22, página 10!

Código de Ética Médica: CAPÍTULO III – RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL

- TEMA: transcrição de receitas.

- EMENTA: constitui infração ética prescrever

tratamento sem exame direto do paciente, salvo

em casos de urgência e impossibilidade

comprovada de realizá-lo.

Jornal do CRMMG, número 22, página 10, junho de 2009.

PARECER CONSULTA

3575/2008

É vedado ao médico receitar de forma ilegível PARECER CONSULTA 3638/2009

CONSULENTE: T.P.

RELATORA: CONSA. CLAUDIA NAVARRO CARVALHO DUARTE LEMOS

Ementa: “É vedado ao médico receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível” Art. 39 CEM

I - PARTE EXPOSITIVA

Trata-se de consulta sobre a existência de norma ou regulamentação, em vigor, que exija que a

prescrição de receitas, pedidos de exames, etc., sejam legíveis a pacientes e atendentes de postos.

II - PARTE CONCLUSIVA

É pertinente lembrar que, ao prescrever, o médico deve estar atento à legislação vigente, que é

normatizada pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e pelo Conselho Federal de

Medicina: Resolução CFM 1246/1988. A legislação rege que o papel para prescrição deve conter

identificação do profissional, registro no Conselho Regional de Medicina; designação da

especialidade, subespecialidade ou competência legalmente atribuída ou reconhecida pelo CFM;

local, número de telefone, endereço.

Consta na Resolução 1246/1988: Código de Ética Médica:

É vedado ao médico:

Art.39: Receitar ou atestar de forma secreta ou ilegível, assim como assinar, em branco, folhas de

receituários, laudos, atestados ou quaisquer outros documentos médicos.

Segundo o Ministério da Saúde, a receita médica deve ser preenchida com escrita legível, em

português, por extenso, a tinta, de forma informatizada ou manualmente.

Portanto, pedidos de exame ou receitas médicas ilegíveis constituem infração ao Código de Ética

Médica e à legislação vigente.

Este é o parecer,

Belo Horizonte, 10 fevereiro 2009.

Conselheira

Claudia Navarro Carvalho Duarte Lemos

Aprovado em Sessão Plenária do dia 14/02/2009.

Atestado Médico

Atestado médico

Definições: “Atestar é certificar por escrito”. “Documento que resume, de forma objetiva e singela, um fato médico e suas conseqüências”. “Documento que atesta a veracidade em relação a datas, assistência, internações, necessidade de exames complementares, todos de maneira genérica, não especificando a doença”.

- Art. 73 - Revelar o fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por justa causa, dever legal ou autorização expressa do paciente. Parágrafo único - Permanece essa proibição: a) Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou que o paciente tenha falecido. b) Quando do depoimento como testemunha. Nesta hipótese o médico comparecerá perante a aut oridade e declarará seu impedimento. - Art. 74 - Revelar segredo profissional referente a paciente menor de idade, inclusive a seus pais ou responsáveis legais, desde que o menor tenha capacidade de avaliar seu problema e de conduzir-se por seus próprios meios para solucioná-lo, salvo quando a não revelação possa acarretar danos ao paciente. - Art. 75 - Fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir pacientes ou seus retratos em anúncios profissionais ou na divulgação de assuntos médicos em programas de rádio, televisão ou cinema, e em artigos, entrevistas ou reportagens em jornais, revistas ou outras publicações legais.

Código de Ética Médica: CAPÍTULO IX - SEGREDO MÉDICO – É vedado...

- Art. 76 - Revelar informações confidenciais obtidas quando do exame médico de trabalhadores inclusive por exigência dos dirigentes de empresas ou instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos empregados ou da comunidade. - Art. 77 - Prestar a empresas seguradoras qualquer informação sobre as circunstâncias da morte de paciente seu, além daquelas contidas no próprio atestado de óbito, salvo por expressa autorização do responsável legal ou sucessor.

- Art. 78 - Deixar de orientar seus auxiliares e de zelar para que respeitem o segredo profissional a que estão obrigados por lei. . - Art. 79 - Deixar de guardar o segredo profissional na cobrança de honorários por meio judicial ou extrajudicial.

Código de Ética Médica: CAPÍTULO IX - SEGREDO MÉDICO – É vedado...

Atestado médico

Sigilo de diagnóstico: - Só deve haver quebra de segredo a pedido do paciente, por

justa causa ou por dever legal.

- Art. 102 do Código de Ética Médica. - Portaria 3.291/1984 – Ministério da Previdência Social – Necessidade de CID.

- Art. 80. Expedir documento médico sem ter praticado ato profissional que o justifique, que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade. Art. 81. Atestar como forma de obter vantagens. Art. 82. Usar formulários de instituições públicas para prescrever ou atestar fatos verificados na clínica privada. Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal.

Código de Ética Médica: CAPÍTULO X – ATESTADO E BOLETIM MÉDICO

Art. 84. Deixar de atestar óbito de paciente ao qual vinha prestando assistência, exceto quando houver indícios de morte violenta. Art. 85. Permitir o manuseio e o conhecimento dos prontuários por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional quando sob sua responsabilidade.

Código de Ética Médica: CAPÍTULO X – ATESTADO E BOLETIM MÉDICO

ALGUNS DESTAQUES DO

CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

ABANDONO DE PACIENTE

O MÉDICO NÃO PODE ABANDONAR O PACIENTE

“É vedado ao médico abandonar paciente sob seus cuidados.

( Cap. 5, art. 36) § 1º Ocorrendo fatos que, a seu critério,

prejudiquem o bom relacionamento com o paciente ou o

pleno desempenho profissional, o médico tem o direito de

renunciar ao atendimento, desde que comunique

previamente ao paciente ou a seu representante legal,

assegurando-se da continuidade dos cuidados e fornecendo

todas as informações necessárias ao médico que lhe

suceder.”

CONSENTIMENTO ESCLARECIDO

O PACIENTE PRECISA DAR O CONSENTIMENTO

“É vedado ao médico deixar de obter consentimento do

paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo

sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de

risco iminente de morte.” (Cap. 4, Art. 22).

DENÚNCIA DE TORTURA

O MÉDICO É OBRIGADO E DENUNCIAR TORTURA

“ É vedado ao médico deixar de denunciar prática de

tortura ou de procedimentos degradantes, desumanos ou

cruéis, praticá-las, bem como ser conivente com quem as

realize ou fornecer meios, instrumentos, substâncias ou

conhecimentos que as facilitem” ( Cap. 4, Art. 25.)

ALGUNS DESTAQUES DO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

DIREITO DE ESCOLHA

O MÉDICO DEVE ACEITAR AS ESCOLHAS DOS PACIENTES “No processo de tomada de decisões profissionais, de acordo com seus ditames de consciência e as previsões legais, o médico aceitará as escolhas de seus pacientes, relativas aos procedimentos diagnósticos e terapêuticos por eles expressos, desde que adequadas ao caso e cientificamente reconhecidas” (Cap. 1, XXI)

ALGUNS DESTAQUES DO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

Codigo Penal Brasileiro - Falsidade de atestado médico:

Art. 302 - Dar o médico, no exercício

da sua profissão, atestado falso:

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano.

Atestado falso

Atestado Médico

Atestado, segundo o tipo: - Óbito - Vacina - Sanidade física ou mental - Insanidade física ou mental - Capacidade laborativa

Atestado, segundo a procedência: Administrativos Judiciários Oficiosos

Atestado, segundo o conteúdo: Idôneos Graciosos Imprudentes Falsos

Atestado Médico

RESOLUÇÃO CFM n.º 1.658/2002

• Normatiza a emissão de atestados médicos

e dá outras providências.

Resolução CFM

n.º1.658/2002

Art. 1º O atestado médico é parte integrante do ato médico, sendo seu fornecimento direito inalienável do paciente, não podendo importar em qualquer majoração de honorários.

Art. 2º Ao fornecer o atestado, deverá o médico registrar em ficha própria e/ou prontuário médico os dados dos exames e tratamentos realizados, de maneira que possa atender às pesquisas de informações dos médicos peritos das empresas ou dos órgãos públicos da Previdência Social e da Justiça.

Art. 3º Na elaboração do atestado médico, o médico assistente

observará os seguintes procedimentos:

a.especificar o tempo concedido de dispensa à atividade,

necessário para a completa recuperação do paciente;

b.estabelecer o diagnóstico, quando expressamente autorizado

pelo paciente;

c.registrar os dados de maneira legível;

d.identificar-se como emissor, mediante assinatura e carimbo

ou número de registro no Conselho Regional de Medicina.

Resolução CFM

n.º1.658/2002

Art. 4º É obrigatória, aos médicos, a exigência de prova de

identidade aos interessados na obtenção de atestados de qualquer

natureza envolvendo assuntos de saúde ou doença.

§ 1º Em caso de menor ou interdito, a prova de identidade

deverá ser exigida de seu responsável legal.

§ 2º Os principais dados da prova de identidade deverão

obrigatoriamente constar dos referidos atestados.

Resolução CFM

n.º1.658/2002

Art. 5º Os médicos somente podem fornecer atestados com o

diagnóstico codificado ou não, quando por justa causa, exercício de

dever legal, solicitação do próprio paciente ou de seu representante

legal.

Parágrafo único No caso da solicitação de colocação de diagnóstico, codificado ou não, ser feita pelo próprio paciente ou seu representante legal, esta concordância deverá estar expressa no atestado.

Resolução CFM

n.º1.658/2002

Art. 6º Somente aos médicos e aos odontólogos, estes no estrito âmbito de

sua profissão, é facultada a prerrogativa do fornecimento de atestado de

afastamento do trabalho.

§ 1º Os médicos somente devem aceitar atestados para avaliação de

afastamento de atividades quando emitidos por médicos habilitados e inscritos

no Conselho Regional de Medicina, ou de odontólogos, nos termos do caput

do artigo.

§ 2º O médico poderá valer-se, se julgar necessário, de opiniões de outros

profissionais afetos à questão para exarar o seu atestado.

§ 3º O atestado médico goza da presunção de veracidade, devendo ser

acatado por quem de direito, salvo se houver divergência de entendimento por

médico da instituição ou perito.

§ 4º Em caso de indício de falsidade no atestado, detectado por médico em

função pericial, este se obriga a representar ao Conselho Regional de Medicina

de sua jurisdição.

Resolução CFM

n.º1.658/2002

Declaração de óbito “Atestado de óbito”

Declaração de óbito

• Finalidades

– Confirmar a morte.

– Determinar a causa da morte.

– Satisfazer interesses de ordem civil,

estatístico demográfica e político-

sanitária.

Morte e o Código Civil

• Inscrever em registro público: nascimento e morte

- Art 9º Serão registrados em registro público:

I – os nascimentos, casamentos e óbitos.

- Lei dos Registros Públicos

- Art 29 Serão declarados nos Registros Civis de Pessoas:

I - os nascimentos

II - os casamentos

III - os óbitos

Declaração de óbito

• Lei 6.126/1975:

“Nenhum sepultamento será feito sem certidão oficial

de registro do local de falecimento, extraída após

lavratura do assento de óbito, em vista de atestado

médico, se houver no lugar, ou, em caso contrário, de

duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou

verificado a morte”

Declaração de óbito

• RESOLUÇÃO CFM nº 1.779/2005

Art. 1º - O preenchimento dos dados constantes na

declaração de óbito são da responsabilidade do

médico que a atestou.

Art. 2º - Os médicos no preenchimento da declaração

de óbito obedecerão as seguintes normas:

Responsabilidade de

atestar o óbito

I. Morte sem assistência médica (“natural”):

a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos

(SVO):

• A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos

médicos do SVO;

Responsabilidade de

atestar o óbito

I. Morte sem assistência médica (“natural”):

b) Nas localidades sem SVO :

A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos

médicos do serviço público de saúde mais próximo do local

onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer

médico da localidade.

Responsabilidade de

atestar o óbito

II. Morte com assistência médica (“natural”):

a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que

possível, pelo médico que vinha prestando assistência ao

paciente.

Responsabilidade de

atestar o óbito

II. Morte com assistência médica (“natural”):

b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob

regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico

assistente e, na sua falta por médico substituto

pertencente à instituição.

Responsabilidade de

atestar o óbito

II. Morte com assistência médica (“natural”):

c) A declaração de óbito do paciente em tratamento sob

regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico

designado pela instituição que prestava assistência, ou

pelo SVO;

Responsabilidade de

atestar o óbito

II. Morte com assistência médica (“natural”):

d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob

regime domiciliar (Programa Saúde da Família, internação

domiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico

pertencente ao programa ao qual o paciente estava

cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga

correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao

acompanhamento do paciente.

Responsabilidade de

atestar o óbito

• Paciente natimorto (“natural”):

– Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram

assistência à mãe ficam obrigados a fornecer a

Declaração de Óbito quando a gestação tiver duração

igual ou superior a 20 semanas ou o feto tiver peso

corporal igual ou superior a 500 (quinhentos) gramas

e/ou estatura igual ou superior a 25 cm.

Responsabilidade de

atestar o óbito

• Paciente com morte violenta ou suspeita:

A Declaração de Óbito deverá,

obrigatoriamente, ser fornecida pelos

serviços médico-legais

Declaração de óbito

3 Vias:

- Branca: SMS

- Amarela:

Família Cartório

- Rosa: variável (IML /

hospitais / posto de saúde)

Bloco I

Bloco II

Bloco III

Bloco IV

Bloco V

Bloco VI

Bloco VII

Bloco VIII

Bloco IX

Atestado de óbito

Preenchimento da D.O.

Preenchimento da D.O.

Preenchimento da D.O.

BLOCO VI: Condições e causas do óbito

X

Preenchimento da D.O.

Guia: Solicitação de perícia médico-legal

Solicitação de perícia médico-legal

• Perícia criminal:

- Somente é realizada quando solicitada por uma das

seguintes autoridades:

- Delegado de polícia (civil ou federal).

- Promotor de justiça.

- Juiz.

- Policial militar que estiver presidindo IPM.

• Perícia civil:

- Juiz.

Guia: Solicitação de perícia médico-

legal

Laudos: perícias no vivo e no morto

Composição do laudo

• Preâmbulo: solicitante, peritos, local, data, hora, tipo de

perícia

• Histórico: “anamnese médico-legal” – próprio examinado

ou colhido da guia / relatório médico

• Descrição

• Discussão – se necessário – elementos históricos não

batem com a lesão

• Conclusão – afirmativa ou negativa

• Quesitos – perguntas com finalidade de de estabelecer

elementos de um fato típico – padronizados

• Resposta aos quesitos

Laudo de perícia no vivo

Preâmbulo

Histórico

Descrição

Quesitos

Resposta aos quesitos

Laudo de perícia no morto

Preâmbulo

Histórico

Descrição

Laudo de perícia no morto

Descrição

Quesitos

Conclusão

Resposta aos quesitos

Quesitos – definições

• Perguntas objetivas que buscam direcionar a conclusão da

perícia em determinado sentido (enquadramento em

determinado crime, defesa de determinado ponto de vista,

etc).

• Podem ser obrigatórios ou complementares (suplementares)

na esfera criminal.

- Quesitos obrigatórios:

– Podem variar de estado para estado.

– Em Minas Gerais foram definidos pelo Decreto Estadual 5.141 de 25/10/1956.

- Quesitos complementares (suplementares):

– Podem ser formulados pela autoridade policial/judiciária, por advogados, assistentes técnicos ou pelo próprio acusado/vítima.

Quesitos – necrópsia Decreto Estadual 5.141 de 25/10/56

1º) Houve morte? Ex.: sim, não, sem elementos para afirmar.

2º) Qual a causa da morte?

Ex.: TCE contuso, hemorragia interna secundária a..., indeterminada...

3º) Qual o instrumento ou meio que produziu a morte?

Ex.: Pérfuro-contundente, contundente, corto-contundente, físico-químico,

biodinâmico, sem elementos para afirmar...

4º) A morte foi produzida com emprego de veneno, fogo, explosivo,

asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia

resultar em perigo comum?

Ex.: sim, não, sem elementos para afirmar, prejudicado.

Parecer médico legal

Parecer médico legal

• Solicitado na necessidade de esclarecimentos aprofundados.

- Divergências na interpretação de achados da perícia.

• Quem faz um parecer: perito ou professor com competência

“inquestionável” e autoridade “reconhecida” na área.

• Partes: preâmbulo, exposição (motivo, quesitos e histórico),

discussão e conclusão.

- Não há descrição. Dúvidas com respeito à interpretação dos

achados.

• Geralmente baseia-se no(s) laudo(s) e não no exame direto.

Obrigado pela atenção!!!