mecânica estatística - curso de graduação - ufabc prof. germán lugones€¦ · temos então: o...

25
1 Mecânica Estatística - Curso de Graduação - UFABC Prof. Germán Lugones CAPÍTULO 5 Ensemble Grande Canônico

Upload: others

Post on 19-Feb-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • !1

    Mecânica Estatística - Curso de Graduação - UFABC Prof. Germán Lugones

    CAPÍTULO 5 Ensemble Grande Canônico

  • Vamos procurar um ensemble que seja apropriado para descrever sistemas não-isolados, em contato com um reservatório térmico e de partículas, com temperatura T e potencial químico 𝜇.

    !

    O sistema está caracterizado pelas grandezas Es, Vs e Ns e o reservatório por Er, Vr e Nr. A temperatura T e o potencial químico 𝜇 são iguais no reservatório e no sistema.

    Figura 5.1: Sistema em contato com um reservatório térmico e de partículas.

    Temos então,

    k ln !(Es, Ns) /Eq.(5.5)

    k ln !r(Etotal � Es, Ntotal � Ns) ⌘ Sr(Etotal � Es, Ntotal � Ns) ⇡

    ⇡Taylor

    Sr(Etotal, Ntotal) �@Sr@E

    ����E=Etotal⇡Er

    Es �@Sr@N

    ����N=Ntotal⇡Nr

    Ns + · · ·

    / k ln !r(Etotal, Ntotal) �1

    TEs +

    µ

    TNs. (5.6)

    Note-se que a entropia utilizada na expressão anterior segue a definição de Boltzmann SB ⌘ k ln !.Portanto, a temperatura e o potencial químico também são os correspondentes a essa definição,como já explicado no capítulo sobre o ensemble microcanônico. Como na imensa maioria dos casosas grandezas de Boltzmann e de Gibbs coincidem, não utilizaremos o índice B, para simplificar anotação.

    Na Eq. (5.6), !r(Etotal, Ntotal) é constante e podemos escrever:

    k ln !(Es, Ns) / constante �EsT

    +µNsT

    . (5.7)

    Exponenciando a relação anterior temos:

    !s(Es, Ns) / e��Es+�µNs . (5.8)

    A probabilidade Ps de encontrar o sistema com energia Es e número de partículas Ns é proporcionalao número de estados !s(Es, Ns) accessíveis ao sistema no espaço das fases:

    Ps / e��Es+�µNs . (5.9)

    Para escrever uma igualdade, devemos introduzir um fator de normalização tal que 0 < Ps < 1 eP{Es,Ns}

    Ps = 1. Assim,

    Ps =e��Es+�µNsP

    {Es,Ns}e��Es+�µNs

    (5.10)

    52

    Sistema em contato com um reservatório

    !2

  • Temos então:

    O reservatório é por definição muito maior que o sistema, i.e.:

    !

    Em principio, tanto Es quanto Ns podem ter flutuações ao longo do tempo. Mas, se em um instante dado o sistema está com energia Es e número de partículas Ns, o reservatório deve estar necessariamente com uma energia Etotal−Es e um número de partículas Ntotal − Ns, onde Etotal e Ntotal são constantes.

    Es ≪ Er, Ns ≪ Nr

    !3

    Capítulo 5

    Ensemble macrocanônico

    5.1 Sistema em contato com um reservatório térmico e de partículas

    Vamos procurar um ensemble que seja apropriado para descrever sistemas não-isolados, que estejamem contato com um reservatório térmico e de partículas, caracterizado por uma temperatura T eum potencial químico µ (ver Fig. 4.1).

    O sistema está caracterizado pelas grandezas Es, Vs e Ns e o reservatório por Er, Vr e Nr, onde:

    Vs, Vr são fixos, (5.1)Es + Er = Etotal = constante, (5.2)Ns + Nr = Ntotal = constante. (5.3)

    O sistema está em equilíbrio, logo, a temperatura é a mesma no reservatório e no sistema Tr = Ts ⌘T . O mesmo acontece com o potencial químico, i.e. µr = µs ⌘ µ. O reservatório é por definiçãomuito maior que o sistema, i.e.:

    Es ⌧ Er, Ns ⌧ Nr. (5.4)

    Em principio, tanto a energia quanto o número de partículas do sistema podem ter flutuações aolongo do tempo. Mas, se em um instante dado o sistema está com energia Es e número de partículasNs, o reservatório deve estar necessariamente com uma energia Etotal�Es e um número de partículasNtotal � Ns, onde Etotal e Ntotal são constantes.

    A probabilidade de encontrar o sistema no estado caracterizado por Es e Ns é igual à proba-bilidade de encontrar o reservatório no estado caracterizado por Etotal � Es e Ntotal � Ns. Essasprobabilidades são proporcionais ao número de microestados em hipercascas com energias Es (sis-tema) e Etotal � Es (reservatório); logo,

    !s(Es, Ns) / !r(Etotal � Es, Ntotal � Ns). (5.5)

    51

  • Usaremos o ensemble microcanônico, já que o conjunto sistema + reservatório está isolado.

    - A probabilidade de encontrar o sistema no estado caracterizado por Es e Ns é igual à probabilidade de encontrar o reservatório no estado caracterizado por Etotal − Es e Ntotal − Ns.

    - Essas probabilidades são proporcionais ao número de microestados em hipersuperfícies com energias Es (sistema) e Etotal − Es (reservatório); logo:

    ! Ws(Ns, Es) ∝ Wr(Etotal − Es, Ntotal − Ns)

    !4

  • Consideremos a entropia do reservatório.

    Expandimos em série de Taylor arredor de ! e consideramos ! :

    !

    E = EtotalEs ≪ Etotal

    k ln W(Es, Ns) ∝ k ln Wr(Etotal − Es, Ntotal − Ns) ≡ Sr(Etotal − Es, Ntotal − Ns) ≈

    ≈Taylor

    Sr(Etotal, Ntotal) −∂Sr∂E

    E=Etotal≈Er

    Es −∂Sr∂N

    N=Ntotal≈Nr

    Ns + ⋯

    ∝ k ln Wr(Etotal, Ntotal) −1T

    Es +μT

    Ns .

    !5

  • Como ! é constante, podemos escrever:

    !

    Exponenciando a relação anterior temos:

    !

    A probabilidade de encontrar o sistema com energia Es e número de partículas Ns é proporcional ao número de estados acessíveis ao sistema no espaço das fases:

    ! .

    Veja que a probabilidade não depende de nenhuma grandeza referente ao reservatório; i.e. depende apenas de grandezas que caracterizam o sistema: ! .

    Para simplificar a notação, omitiremos a partir de agora o subíndice s na energia e no número de partículas, de forma que a N e E se referem às variáveis do sistema.

    Wr(Etotal, Ntotal)

    k ln Ws(Es, Ns) ∝ constante −EsT

    +μNsT

    .

    Ws(Es, Ns) ∝ e−βEs+βμNs .

    PsWs(Es, Ns)

    Ps(Es, Ns) ∝ e−βEs+βμNs

    T, μ, Ns, Es

    !6

  • Para escrever uma igualdade, devemos introduzir um fator de normalização tal que a soma de todas as probabilidades do sistema seja igual a 1:

    ! .

    O fator de normalização será chamado de função de partição grande canônica, e será indicado com o símbolo ! :

    !

    Usando a condição ! , é trivial mostrar que a função de partição grande canônica é dada por:

    !

    ∑E,N

    P(E, N ) = 1

    Ξ

    P(E, N ) =e−βE+βμN

    Ξ

    ∑ P(E, N ) = 1

    Ξ(T, V, μ) ≡ ∑E,N

    e−βE+βμN

    !7

  • !8

    Introduzimos a fugacidade definida por ! . A função de partição grande canônica pode ser reescrita da seguinte forma

    !

    Portanto:

    !

    z ≡ eβμ

    Ξ(T, V, z) ≡ ∑E,N

    e−βE+βμN = ∑E,N

    zNe−βE = ∑N

    zN ∑E

    e−βE(N) = ∑N

    zNQN(V, T )

    Ξ(T, V, z) = ∑N

    zNQN(V, T )

  • !9

    A termodinâmica de um sistema no ensemble grande canônico é obtida a partir de

    !

    onde ! é o grande potencial termodinâmico, i.e. ! .

    A partir do grande potencial ! podemos obter todas as grandezas termodinâmicas, e.g.:

    !

    !

    Ω(T, V, μ) = − kT ln Ξ(T, V, μ)

    Ω Ω ≡ U − TS − μN

    Ω

    −S =∂Ω∂T

    V,μ

    , − P =∂Ω∂V

    T,μ

    , − N =∂Ω∂μ

    T,V

    Ω ≡ U − TS − μN = (TS − PV + μN ) − TS − μN = − PV

    Conexão com a termodinâmica

  • Outras relações úteis para estabelecer o vínculo com a termodinâmica são as seguintes:

    !

    !

    onde foi usado: !

    U(T, V, z) = ⟨E⟩ = ∑E,N

    N P(E, N ) = ∑E,N

    EzNe−βE

    Ξ=

    1Ξ ∑

    E,N

    − zN∂e−βE

    ∂β

    = −1Ξ

    ∂∂β ∑

    E,N

    zNe−βE

    z,V

    = −1Ξ [ ∂Ξ∂β ]z,V = [−

    ∂ ln Ξ∂β ]z,V

    N(T, V, z) = ⟨N⟩ = ∑E,N

    N P(E, N ) = ∑E,N

    NzNe−βE

    Ξ=

    1Ξ ∑

    E,N

    z∂zN

    ∂ze−βE

    =1Ξ

    z∂∂z ∑

    E,N

    zNe−βE =1Ξ

    z∂Ξ∂z

    = z∂∂z (ln Ξ) .

    z∂zN

    ∂z= zNzN−1 = NzN

    !10

  • Lembremos que a função de partição canônica para um gás ideal clássico é:

    !

    onde ! representa uma função da temperatura T. Portanto, a função de partição grande canônica fica:

    !

    A conexão com a termodinâmica é obtida através de:

    !

    Q1 =Vλ3

    = Vf(T )

    QN =1

    N! [Vf(T )]N

    f(T ) = λ−3

    Ξ =∞

    ∑N=0

    zNQN =∞

    ∑N=0

    1N! [zVf(T )]

    N = exp [zVf(T )]

    Ω = − kT ln Ξ = − kT ln [exp (zVf(T ))] = − kTzVf(T )!11

    Exemplo 1: gás ideal

  • A partir do grande potencial é fácil obter:

    !

    onde (‘) indica a derivada em relação a T.

    P = zkTf(T )N = zVf(T )U = zVkT2f′�(T )F = NkT ln z − zVkTf(T )S = − Nk ln z + zVk {Tf′ �(T ) + f(T )}

    !12

  • !13

    Consideremos um sistema de partículas localizadas e distinguíveis (e.g. osciladores harmônicos). Tanto no caso clássico quanto no caso quântico, a função de partição canônica de uma partícula é dada por

    !

    onde ! é função apenas da temperatura. Por exemplo: 


    • osciladores harmônicos clássicos: !

    • osciladores harmônicos quânticos: !

    Portanto, a função de partição grande canônica fica:

    !

    Q1(V, T ) = ϕ(T )

    ϕ(T )

    ϕ(T ) = kT/ℏω

    ϕ(T ) = [2 sinh(ℏω/2kT )]−1

    Ξ =∞

    ∑N=0

    zNQN =∞

    ∑N=0

    [zϕ(T )]N = 11 − zϕ(T )

    Exemplo 2: sistema de osciladores harmônicos

  • A conexão com a termodinâmica é obtida através de:

    !

    A partir do grande potencial é fácil obter:

    !

    Ω = − kT ln Ξ = − kT ln [ 11 − zϕ(T ) ]

    N =zϕ(T )

    1 − zϕ(T )

    U =zkT2ϕ′�(T )1 − zϕ(T )

    F = NkT ln z + kT ln{1 − zϕ(T )}

    S = − Nk ln z − k ln{1 − zϕ(T )} +zkTϕ′�(T )1 − zϕ(T )

    !14

  • No caso da pressão podemos realizar o cálculo de duas formas diferentes:

    !

    No primeiro caso, obtemos P=0 porque ! não depende explicitamente do volume.

    A primeira vista, o segundo resultado pode parecer contraditório com o primeiro. No entanto, no limite termodinâmico V→∞ o segundo resultado também é nulo. Em outras palavras, em qualquer situação prática temos ! , já que a constante de Boltzmann é muito pequena e portanto P→0.

    P = −∂Ω∂V

    = 0

    P = −ΩV

    =kTV

    ln[1 − zϕ(T )]

    Ω

    kT ≪ V

    !15

  • !16

    Precisamos calcular a variância var{N} = ⟨N2⟩ − ⟨N⟩2:

    !

    Para calcular a expressão acima, lembremos que já demonstramos que

    !

    Portanto:

    !

    ⟨N2⟩ − ⟨N⟩2 = 1Ξ ∑E,N

    N2zNe−βE −1Ξ ∑

    E,N

    NzNe−βE2

    ⟨N⟩ = z∂∂z (ln Ξ) .

    ⟨N⟩2 = [z ∂∂z ln Ξ]2

    .

    Flutuações no número de partículas

  • !17

    Falta agora calcular ⟨N2⟩. Para isso, lembremos que já demonstramos que

    ! .

    Derivando ambos lados da equação anterior temos

    ! .

    z∂zN

    ∂z= NzN

    (z ∂∂z ⋅ z ∂∂z ) zN = (z ∂∂z ) NzN = zN ∂zN

    ∂z= zNNzN−1 = N2zN

  • !18

    Podemos agora substituir N2zN na definição de ⟨N2⟩:

    !

    Portanto, obtemos:

    !

    ⟨N2⟩ =1Ξ ∑

    E,N

    N2zNe−βE =1Ξ ∑

    E,N(z ∂∂z ⋅ z ∂∂z ) zNe−βE

    =1Ξ (z ∂∂z ⋅ z ∂∂z )∑

    E,N

    zNe−βE =1Ξ (z ∂∂z ⋅ z ∂∂z ) Ξ

    =1Ξ

    z∂∂z (Ξz ∂∂z ln Ξ) = [z ∂∂z ln Ξ]

    2

    + (z ∂∂z ⋅ z ∂∂z ) ln Ξ= ⟨N⟩2 + (z ∂∂z ⋅ z ∂∂z ) ln Ξ

    ⟨N2⟩ − ⟨N⟩2 = z∂∂z

    z∂∂z

    ln Ξ

  • !19

    Agora podemos escrever a derivada em relação à fugacidade como uma derivada em relação ao potencial químico:

    !

    logo,

    !

    z∂∂z

    = z∂μ∂z

    ∂∂μ

    = z ( ∂z∂μ )−1 ∂

    ∂μ= z

    1zβ

    ∂∂μ

    = kT∂

    ∂μ

    ⟨N2⟩ − ⟨N⟩2 = z∂∂z

    z∂∂z

    ln Ξ = kT∂

    ∂μ∂

    ∂μ (kT ln Ξ)

    = kT∂

    ∂μ (− ∂Ω∂μ ) = kT ∂N∂μ= kT

    ∂N(T, V, μ)∂μ

    T,V

  • !20

    Definindo a densidade de número de partículas n = N/V e o volume específico v = 1/n = V/N, obtemos:

    !

    Agora usamos a relação de Gibbs-Duhem ! para T constante:

    Portanto, temos

    ! ,

    onde introduzimos a compressibilidade isotérmica ! .

    ⟨N2⟩ − ⟨N⟩2 = kT∂N∂μ

    = kTV∂(N/V )

    ∂μT,V

    = kTV∂

    ∂μ ( 1v ) = − kTVv2 ∂v∂μdμ = vdP − sdT

    dμ = vdP ⟹∂μ∂v

    = v∂P∂v

    ⟹ [ ∂μ∂v ]−1

    = [v ∂P∂v ]−1

    ∂v∂μ

    T

    =1v

    ∂v∂P

    T

    = − κT

    κT = −1v

    ∂v∂P

    T

  • Substituindo na última expressão para var{N} temos:

    !

    O desvio padrão é 𝜎N = [var{N}]1/2. O desvio relativo 𝜎N /⟨N⟩ é:

    !

    No limite termodinâmico, V → ∞, o desvio relativo se anula, desde que κT seja finito.

    No ensemble grande canônico, o número de partículas do sistema pode variar, em princípio, devido à parede permeável que o limita. Porém, no limite termodinâmico, vemos que o número de partículas praticamente não se afasta do valor médio ⟨N⟩, i.e. as flutuações são desprezíveis.

    ⟨N2⟩ − ⟨N⟩2 = −kTVv2

    ∂v∂μ

    T

    =kTVκT

    v2

    σN⟨N⟩

    =⟨N2⟩ − ⟨N⟩2

    ⟨N⟩=

    kTVκTNv

    =kTκT

    V∝

    1

    V

    !21

  • !22

    Nas transições de fase líquido-sólido: a compressibilidade isotérmica fica divergente e as flutuações no número de partículas se tornam relevantes.

    onde foi utilizada a relação PV = kT ln ⌅. Definindo a densidade de número de partículas n e ovolume específico v por meio de

    v ⌘ 1n⌘ V

    N, (5.22)

    podemos escrever

    hn2i � hni2 = hN2i � hNi2

    V 2=

    kT

    V

    @2P

    @µ2. (5.23)

    A derivada @P/@µ pode ser reescrita como:

    @P

    @µ=

    @P

    @v

    @v

    @µ=

    @P

    @v

    ✓@µ

    @v

    ◆�1

    =1

    v(5.24)

    onde foi usada a relação de Gibbs-Duhem dµ = vdP � sdT para T constante; i.e. dµ = vdP) @µ/@v = v@P/@v. Derivando novamente em relação a µ temos:

    @2P

    @µ2= � 1

    v2@v

    @µ=

    Tv2

    (5.25)

    onde introduzimos a compressibilidade isotérmica

    T = �1

    v

    @v

    @P

    ����T

    . (5.26)

    Assim, a flutuação relativa no número de partículas é:phN2i � hNi2

    hNi =phn2i � hni2

    hni =r

    kTTV

    . (5.27)

    No limite termodinâmico, V ! 1, o desvio relativo se anula, desde que T seja finito. Em princípio,o número de partículas do sistema pode variar devido à parede permeável que o limita. Porém, comomostra a Eq. (5.27), o número de partículas praticamente não se afasta do valor médio hNi no limitetermodinâmico. Uma exceção a este comportamento surge nas transições de fase líquido-sólido: acompressibilidade isotérmica fica divergente e as flutuações no número de partículas se tornamrelevantes.

    55

  • !23

    A variância das flutuações de energia, var{E}, e dada por:

    Veja que este último resultado não é exatamente igual ao que obtivemos no caso do ensemble canônico já que no caso canônico tínhamos (∂U/∂T)V,N e agora temos (∂U/∂T)V,z.

    Flutuações de energia no ensemble grande canônico

    var{E} ⌘ hE2i � hEi2 = 1⌅

    X

    E,N

    E2zNe��E �

    2

    4 1⌅

    X

    E,N

    EzNe��E

    3

    52

    =

    =1

    X

    E,N

    zN@2e��E

    @�2�

    2

    4 1⌅

    X

    E,N

    zN@e��E

    @�

    3

    52

    =

    =1

    0

    @ @2

    @�2

    X

    E,N

    zNe��E

    1

    A

    V,z

    2

    4 1⌅

    0

    @ @@�

    X

    E,N

    zNe��E

    1

    A

    V,z

    3

    52

    =

    =1

    @2⌅

    @�2

    ����V,z

    � 1⌅2

    @⌅

    @�

    ����V,z

    !2=

    @

    @�

    ✓1

    @⌅

    @�

    ◆=

    @

    @�

    ✓@ ln⌅

    @�

    ◆=

    = �@U@�

    ����V,z

    = kT 2@U

    @T

    ����V,z

    .AAAGSHiclVTNi9NAFM/WdF3rV1ePXh4WZYVtSYqgl4VFKXhaVmi7hU5bJtNJO3Ty4WRS6Mb8eV48evNv8OJBEW9Oku5H03S7DhQe7837fYWO5XMWSMP4vlO6o5d37+7dq9x/8PDR4+r+k27ghYLQDvG4J3oWDihnLu1IJjnt+YJix+L0zJq9T+ZncyoC5rltufDpwMETl9mMYKlao319iBwsp8KJ5ljEKGqhGBD9FLI5II7dCafQGjYBiayuX3UvemoKFXgJR4BsgUlkxhHqMYUShM4oah2exCnC+fAE6DBSABaVGFoxQIpGbdmHG1aLFpFgk6kcKFRF6npu6FhUAEJbZCRI2RD5WEiGuUJYhY4vR1lv2IxvJXMdegtwvNHEhjQTBQdr8gv15nStCsloX42i7iGc32CumHHNxn9xbbRc6Dj/pZJugV1kscnk8wVHfdVHeqHISBFaHmspP5Vb2ZJDLq9iExtIM5rLAG7LcTXl7lbk6/+SJOt6DqOzLYwjmEE7+Qqb99r5HWhURtWa0TDSA+uFuSxq2vKcjqrf0NgjoUNdSTgOgr5p+HIQJRSE07iCwoD6mMzwhPZV6WKHBoMofQhjeKE6Y7A9oX6uhLR7fSPCThAsHEvdTF69ID9LmkWzfijtt4OIuX4oqUsyIjvkID1IXlUYM0GJ5AtVYCKY0gpkilVSUr29SQhm3vJ60W02TKNhfnxdO363jGNPe6Y91w40U3ujHWsftFOtoxH9i/5D/6X/Ln8t/yz/Kf/NrpZ2ljtPtZWzW/oH9bkYbQ==AAAGSHiclVTNi9NAFM/WdF3rV1ePXh4WZYVtSYqgl4VFKXhaVmi7hU5bJtNJO3Ty4WRS6Mb8eV48evNv8OJBEW9Oku5H03S7DhQe7837fYWO5XMWSMP4vlO6o5d37+7dq9x/8PDR4+r+k27ghYLQDvG4J3oWDihnLu1IJjnt+YJix+L0zJq9T+ZncyoC5rltufDpwMETl9mMYKlao319iBwsp8KJ5ljEKGqhGBD9FLI5II7dCafQGjYBiayuX3UvemoKFXgJR4BsgUlkxhHqMYUShM4oah2exCnC+fAE6DBSABaVGFoxQIpGbdmHG1aLFpFgk6kcKFRF6npu6FhUAEJbZCRI2RD5WEiGuUJYhY4vR1lv2IxvJXMdegtwvNHEhjQTBQdr8gv15nStCsloX42i7iGc32CumHHNxn9xbbRc6Dj/pZJugV1kscnk8wVHfdVHeqHISBFaHmspP5Vb2ZJDLq9iExtIM5rLAG7LcTXl7lbk6/+SJOt6DqOzLYwjmEE7+Qqb99r5HWhURtWa0TDSA+uFuSxq2vKcjqrf0NgjoUNdSTgOgr5p+HIQJRSE07iCwoD6mMzwhPZV6WKHBoMofQhjeKE6Y7A9oX6uhLR7fSPCThAsHEvdTF69ID9LmkWzfijtt4OIuX4oqUsyIjvkID1IXlUYM0GJ5AtVYCKY0gpkilVSUr29SQhm3vJ60W02TKNhfnxdO363jGNPe6Y91w40U3ujHWsftFOtoxH9i/5D/6X/Ln8t/yz/Kf/NrpZ2ljtPtZWzW/oH9bkYbQ==AAAGSHiclVTNi9NAFM/WdF3rV1ePXh4WZYVtSYqgl4VFKXhaVmi7hU5bJtNJO3Ty4WRS6Mb8eV48evNv8OJBEW9Oku5H03S7DhQe7837fYWO5XMWSMP4vlO6o5d37+7dq9x/8PDR4+r+k27ghYLQDvG4J3oWDihnLu1IJjnt+YJix+L0zJq9T+ZncyoC5rltufDpwMETl9mMYKlao319iBwsp8KJ5ljEKGqhGBD9FLI5II7dCafQGjYBiayuX3UvemoKFXgJR4BsgUlkxhHqMYUShM4oah2exCnC+fAE6DBSABaVGFoxQIpGbdmHG1aLFpFgk6kcKFRF6npu6FhUAEJbZCRI2RD5WEiGuUJYhY4vR1lv2IxvJXMdegtwvNHEhjQTBQdr8gv15nStCsloX42i7iGc32CumHHNxn9xbbRc6Dj/pZJugV1kscnk8wVHfdVHeqHISBFaHmspP5Vb2ZJDLq9iExtIM5rLAG7LcTXl7lbk6/+SJOt6DqOzLYwjmEE7+Qqb99r5HWhURtWa0TDSA+uFuSxq2vKcjqrf0NgjoUNdSTgOgr5p+HIQJRSE07iCwoD6mMzwhPZV6WKHBoMofQhjeKE6Y7A9oX6uhLR7fSPCThAsHEvdTF69ID9LmkWzfijtt4OIuX4oqUsyIjvkID1IXlUYM0GJ5AtVYCKY0gpkilVSUr29SQhm3vJ60W02TKNhfnxdO363jGNPe6Y91w40U3ujHWsftFOtoxH9i/5D/6X/Ln8t/yz/Kf/NrpZ2ljtPtZWzW/oH9bkYbQ==AAAGSHiclVTNi9NAFM/WdF3rV1ePXh4WZYVtSYqgl4VFKXhaVmi7hU5bJtNJO3Ty4WRS6Mb8eV48evNv8OJBEW9Oku5H03S7DhQe7837fYWO5XMWSMP4vlO6o5d37+7dq9x/8PDR4+r+k27ghYLQDvG4J3oWDihnLu1IJjnt+YJix+L0zJq9T+ZncyoC5rltufDpwMETl9mMYKlao319iBwsp8KJ5ljEKGqhGBD9FLI5II7dCafQGjYBiayuX3UvemoKFXgJR4BsgUlkxhHqMYUShM4oah2exCnC+fAE6DBSABaVGFoxQIpGbdmHG1aLFpFgk6kcKFRF6npu6FhUAEJbZCRI2RD5WEiGuUJYhY4vR1lv2IxvJXMdegtwvNHEhjQTBQdr8gv15nStCsloX42i7iGc32CumHHNxn9xbbRc6Dj/pZJugV1kscnk8wVHfdVHeqHISBFaHmspP5Vb2ZJDLq9iExtIM5rLAG7LcTXl7lbk6/+SJOt6DqOzLYwjmEE7+Qqb99r5HWhURtWa0TDSA+uFuSxq2vKcjqrf0NgjoUNdSTgOgr5p+HIQJRSE07iCwoD6mMzwhPZV6WKHBoMofQhjeKE6Y7A9oX6uhLR7fSPCThAsHEvdTF69ID9LmkWzfijtt4OIuX4oqUsyIjvkID1IXlUYM0GJ5AtVYCKY0gpkilVSUr29SQhm3vJ60W02TKNhfnxdO363jGNPe6Y91w40U3ujHWsftFOtoxH9i/5D/6X/Ln8t/yz/Kf/NrpZ2ljtPtZWzW/oH9bkYbQ==

  • !24

    A relação entre (∂U/∂T)V,N e (∂U/∂T)V,z pode ser obtida a partir de cálculos puramente termodinâmicos (ver e.g. Greiner pág. 252-253):

    !

    Portanto, podemos obter o desvio quadrático relativo da energia no ensemble grande canônico:

    !

    onde 𝜎E2 = ⟨E2⟩ - ⟨E⟩2 é o desvío quadrático da energia no ensemble grande canônico e 𝜎can2 no canônico.

    ∂U∂T

    V,z

    = CV +1T

    ∂N∂μ

    V,T

    ∂U∂N

    V,T

    2

    σ2EU2

    =kT2

    U2CV + kT

    ∂N∂μ

    V,T

    1U

    ∂U∂N

    V,T

    2

    =σ2canU2

    +σ2NU2

    ∂U∂N

    V,T

    2

  • !25

    A flutuação na energia é composta de duas partes: • um termo que contém as flutuações de energia já obtidas no

    ensemble canônico. • um termo que contém as flutuações do número de partículas.

    Portanto, o desvio quadrático total no ensemble grande canônico é maior que no ensemble canônico. No entanto, no limite termodinâmico, N→∞, o desvio relativo se anula, desde que tanto cV quanto ! sejam finitos.

    Isto significa que, embora o sistema possa adotar muitos valores diferentes de energia, ele praticamente não se afasta da energia média.

    κT