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MÓDULO 01 SISTEMA E CLASSIFICAÇÃO Faaaala, pessoal! Tudo certinho? Neste módulo vamos iniciar o estudo dos seres vivos, e claro, para isso vamos entender como eles são classificados. AULA 1 INTRODUÇÃO À TAXONOMIA E SISTEMÁTICA Quando eu vou até o supermercado comprar erva mate para meu chimarrão amargo, encontro ela facilmente. Isso porque sei onde estará: no corredor de ervas (junto com chá e café). Eu não vou procurar minha erva mate junto com as frutas, congelados ou carnes... Perceba que classificar é importante para a organização de supermercados, lojas, escolas, livrarias etc. E não é diferente para os seres vivos, até hoje já foram classificadas aproximadamente 1,3 milhão de espécies e a estimativa é que esse número chegue até 10 milhões. Imaginem se essas espécies não estiverem organizadas por nome científico.

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MÓDULO 01 – SISTEMA E CLASSIFICAÇÃO

Faaaala, pessoal! Tudo certinho?

Neste módulo vamos iniciar o estudo dos seres vivos, e claro, para isso vamos entender como eles são

classificados.

AULA 1 – INTRODUÇÃO À TAXONOMIA E SISTEMÁTICA

Quando eu vou até o supermercado comprar erva mate para meu chimarrão amargo, encontro ela

facilmente. Isso porque sei onde estará: no corredor de ervas (junto com chá e café). Eu não vou procurar

minha erva mate junto com as frutas, congelados ou carnes...

Perceba que classificar é importante para a organização de supermercados, lojas, escolas, livrarias etc. E

não é diferente para os seres vivos, até hoje já foram classificadas aproximadamente 1,3 milhão de

espécies e a estimativa é que esse número chegue até 10 milhões. Imaginem se essas espécies não

estiverem organizadas por nome científico.

Conheça a ave de nome científico Guira guira. Essa mesma ave possui muitos nomes

populares como rabo-de-palha, alma-de-gato, anu-do-campo, anum-do-campo, guirá-

acangatara, pilo, piriguá, piririta, quiriquiri e quiriru, pelincho.

Veja que o nome científico é apenas um: Guira guira, mas nomes populares existem muitos. Se no

Estado em que você mora as pessoas conhecem essa ave como pilo e em meu Estado pelincho, falamos da

mesma ave, mas com nomes distintos: não vamos nos entender! Por isso a classificação biológica é

importante para a ciência, pois fazemos a padronização do nome e assim temos uma linguagem universal.

O ramo da biologia especializado em classificar os seres vivos é chamado taxonomia. A taxonomia faz

parte de uma ciência mais ampla, chamada sistemática, que estuda também a relação de parentesco

(relações evolutivas) entre as espécies, chamada filogenia. Vamos estudar cada uma delas.

Árvore filogenética

mostrando uma

pequena parte das

espécies que

existem ou já

existiram na Terra.

Sistemática

Aula 2 – TAXONOMIA - CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS

A Taxonomia é uma ciência exclusiva para identificar, nomear e classificar os seres vivos. Veja agora

um pouco da história da classificação dos seres vivos.

A CLASSIFICAÇÃO DE ARISTÓTELES

Aristóteles (384-322 a.C.) foi o pioneiro na classificação dos seres vivos, ele dizia que deveriam ser

classificados não apenas como aéreos, terrestres ou marinhos, mas de acordo com sua semelhança.

Basicamente Aristóteles classificou os seres vivos em dois grandes grupos: reino Animal e reino Vegetal.

Os animais seriam divididos entre vivíparos ou ovíparos, quentes ou frios, úmidos ou secos e os vegetais

em árvores, arbustos, ervas e hortaliças.

A CLASSIFICAÇÃO DE LINEU (NOMENCLATURA BINOMIAL)

Os critérios utilizados por Aristóteles eram muito gerais e não levavam em consideração relações

evolutivas entre os seres vivos. No entanto, no século XVIII o naturalista Karl Von Linné, conhecido

como Lineu (o pai da Taxonomia moderna), em português, publicou uma obra chamada Systema Naturae,

onde propôs um novo sistema de classificação dos seres vivos. Vale ressaltar que Lineu era fixista, ele

não acreditava que as espécies evoluíam.

Proposta de classificação de Lineu

- A classificação deve obedecer a um sistema de hierarquia.

- A classificação se baseia na semelhança anatômica dos seres vivos.

- Os níveis de organização são: REINO, FILO, CLASSE, ORDEM, FAMÍLIA, GÊNERO E ESPÉCIE. –

Para Gravar, tem esse bizú: REFICOFAGE

*Uma considerações importante:

As regras iniciais propostas por Lineu, sofreram algumas modificações ao

longo do tempo, as regras presentes nessa apostila são as atuais e as que

podem cair nos vestibulares ou ENEM.

- Taxonomia: classificar os seres vivos.

- Filogenia: parentesco evolutivo das espécies

(representada em árvore filogenética.

REGRAS PROPOSTAS POR LINEU, USADAS ATÉ HOJE:

- Cada espécie deve ter um nome único;

- O nome da espécie deve ser em latim (idioma mais falado por pessoas

cultas, na época), se escrito em outra língua, deve ser latinizado;

- Cada nome de espécie deve ser composto de duas palavras (daí o nome

nomenclatura binomial). A primeira é o gênero (chamado também de

genérico, em alguns vestibulares), a segunda o epíteto específico. Exemplo:

nossa espécie é Homo sapiens, Homo é o gênero, sapiens o epíteto

específico.

- O nome do gênero deve ter a primeira letra maiúscula e as demais

minúsculas, e o epíteto específico todas as letras minúsculas.

- O nome da espécie e gênero deve ser escrito em itálico ou sublinhados, quando escrita a mão. Exemplo:

Homo sapiens, Musca domestica, Phanthera onça (ou Homo sapiens, Musca domestica, Phanthera onça).

Quando sublinhada, a linha não deve ser contínua, ou seja, deve ter um espaço entre o gênero e o epíteto

específico.

- Quando em um mesmo texto o nome de uma espécie repetir, poderá ser abreviado. Exemplo: Em um

determinado texto aparece o nome Musca domestica, se nesse mesmo texto o nome dessa espécie repetir,

será escrita da seguinte forma: M. domestica.

- Como a classificação é muito complexa, foi necessário o estabelecimento de grupos intermediários de

classificação, como sub ou superfilos, sub ou supergêneros, etc.

- Existe a subespécie, nesse caso ela é formada por três nomes (trinomial). Exemplo: a cascavel

encontrada na Amazônia pertence a subespécie Crotalus durissus terrificus, outra cascavel da mesma

espécie e encontrada na Guiana é da subspécie Crotalus durissus durissus.

- Toda FAMILIA ANIMAL deve ter a terminação “idae”, por exemplo: Felidae e Hominidae.

Conceito biológico de espécie, proposto por Mayr e Dobzhansky:

“Indivíduos que conseguem reproduzir e gerar descendentes férteis”.

Égua e jumento podem reproduzir, mas nasce o burro ou a mula, que

são estéreis, ou seja, não podem reproduzir. Portanto égua e jumento

são de espécies distintas.

- Toda FAMILIA VEGETAL deve ter a terminação por “aceae”, por exemplo: Cactaceae ou

Orchidaceae.

AULA 3 – SISTEMÁTICA FILOGENÉTICA (CLADÍSTICA)

Todos os seres vivos descendem de um ancestral comum, e, portanto, a

classificação biológica é feita de acordo com o grau de parentesco. A

cladística (ou sistemática filogenética) consiste em elaborar

cladogramas que são formas de esquematizar a representação evolutiva

das espécies (filogenia), com foco em grupos monofiléticos. Foi proposta

por Willi Hennig.

Em alguns textos o gênero pode vir seguido de sp. ou spp. Veja o que significa:

Musca sp. – refere-se a uma espécie do gênero Musca ainda não descrita ou

desconhecida.

Musca spp. – refere-se a várias espécies do gênero Musca ainda não descritas ou

conhecidas.

Durante a evolução das espécies podem ocorrer dois eventos:

- Anagênese: modificações de uma população ao longo do tempo, na qual

aparecem novidades evolutivas, representado pelos ramos do cladograma.

- Cladogênese: separação de uma população em duas, que passarão a evoluir

independentemente e, ao longo do tempo, se tornarão espécies diferentes

(você vai estudar esse processo nas aulas de evolução), representado pelos

nós do cladograma.

RAMO NÓ

Note que quanto mais abaixo no cladograma, mais antiga é uma espécie. A base (ou os nós) indica

o ancestral em comum, no qual descendem todas as outras espécies acima.

Além disso, da para ver quais as espécies mais próximas: a espécie E é parente mais próximo da

espécie D, do que da espécie B, por exemplo.

CLADOGRAMA

Outros conceitos:

- Grupo monofilético: todos os descendentes de um ancestral

comum exclusivo.

- Grupo parafilético: um grupo que descende de um ancestral

comum, mas que não inclui todos os descendentes.

- Grupo polifilético: agrupa partes de dois ou mais grupos

monofiléticos.

AULA 4 – OS CINCO REINOS DOS SERES VIVOS

Classificar os seres vivos e organizá-los em grupos evolutivos é uma tarefa muito difícil. Existem fortes

discussões no meio científico sobre qual a maneira correta de classificação. Hoje a mais aceita é a

classificação dos seres vivos em cinco reinos: Monera, Protoctista, Fungi, Plantae, Animalia. Na próxima

aula vamos estudar uma outra classificação, ainda mais moderna (embora menos usada), que distribui os

cinco reinos em três domínios, uma classificação acima do reino.

Vamos ver alguns conceitos importantes dessa aula:

Tipos de nutrição

- Autótrofo: produzem seu próprio composto orgânico (alimento).

- Heterótrofo: dependem de outros seres vivos para obter seu alimento.

Tipos de células

- Organismos eucariontes: células repletas de organelas (incluindo o núcleo).

- Organismos procariontes: células sem organelas (possuem ribossomo, considerado por alguns autores

como organela não membranosa).

Quantidade de células:

- Unicelular: organismos formados por apenas uma célula.

- Multicelular (pluricelular): organismos formados por mais de uma célula.

Papel no ecossistema:

- Produtores: são os organismos autótrofos em uma cadeia alimentar.

- Consumidores: são os organismos heterótrofos em uma cadeia alimentar.

Parede celular: envoltório externo a membrana plasmática.

Agora que você conhece essas características fica mais fácil entender como são os organismos que

constituem cada reino. Lembrando que é impossível decorar todas as espécies, mas para a prova do

ENEM ou vestibular, você deve saber quais são os cinco reinos e as características de cada um,

acompanhe e faça suas anotações bizuradas.

Perceba uma coisa muito importante: os vírus não estão classificados em nenhum reino, isso porque eles

não possuem célula. Como já estudamos anteriormente, a teoria celular afirma que todo ser vivo é

constituído de apenas uma célula, e, portanto, vírus não são seres vivos. Mas essa é uma discussão que

ainda vai muito longe! Estudaremos eles no próximo módulo.

AULA 5 – CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS NOS TRÊS DOMÍNIOS

O domínio é uma classificação acima do reino. Foi proposta pelo microbiologista Carl Woese em 1977.

Ele estudou a sequencia de RNA ribossomido dos moneras e notou que dentro desse reino existiam dois

grupos muito distintos, logo ele sugeriu a separação dos moneras em dois grupos: Bactéria e Archeae (ou

arquea). Na década de 90, com técnicas genéticas mais aprimoradas, a comunidade científica passou a

aceitar mais essa nova classificação. Veja a classificação nos três domínios: BACTERIA, ARCHAE E

EUKARYA (eukarya inclui todos os seres eucariontes).

Te liga que as arqueas (Archae) são evolutivamente mais próximo do domínio Eukarya do que do

Bacteria. Muito embora morfologicamente Bacteria e Archae sejam morfologicamente muito

semelhantes.

Vamos ver as características dos organismos em cada domínio:

Perceba que a classificação

nos três domínios foi baseada

em relações filogenéticas.