material demonstrativo para o concurso do tcu§ 2° nas hipóteses do inciso iii, alíneas c e d...
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2020
Técio Pellegrino
www.teciopellegrino.com
Material demonstrativo para o concurso do TCU
Atendendo a pedidos, separei alguns artigos da Lei Orgânica Comentada e Desenhada (e algumas
questões) e do Regimento Interno Comentado e Desenhado, ambos do TCU, e estou
disponibilizando-os gratuitamente.
Essa é uma versão demonstrativa, a versão completa pode ser adquirida através da página
www.teciopellegrino.com .
Na versão completa desses materiais você encontrará centenas de comentários e dezenas de
fluxogramas, que serão atualizados caso haja alterações nesses documentos e essas alterações
sejam exigidas em edital (a atualização, naturalmente, será sem custo).
@tribunais.de.contas
Sumário Artigos 9º ao 18 da Lei Orgânica Comentada e Desenhada do TCU ............................................................ 2
Artigos 244 a 255 do Regimento Interno Comentado e Desenhado do TCU ............................................... 9
Questões Comentadas sobre a Lei Orgânica do TCU .................................................................................21
Artigos 9º ao 18 da Lei Orgânica Comentada e Desenhada do TCU
Art. 9° Integrarão a tomada ou prestação de contas, inclusive a tomada de contas especial,
dentre outros elementos estabelecidos no RI, os seguintes:
I - Relatório de gestão;
II - Relatório do tomador de contas, quando couber;
III - Relatório e certificado de auditoria, com o parecer do dirigente do órgão de controle interno,
que consignará qualquer irregularidade ou ilegalidade constatada, indicando as medidas
adotadas para corrigir as faltas encontradas;
IV - Pronunciamento do Ministro de Estado supervisor da área ou da autoridade de nível
hierárquico equivalente, na forma do art. 52 desta Lei.
Comentário: veremos esse art. 52 mais à frente, mas ele diz: “Ministro de Estado
supervisor da área ou a autoridade de nível hierárquico equivalente emitirá, sobre as
contas e o parecer do controle interno, expresso e indelegável pronunciamento, no qual
atestará haver tomado conhecimento das conclusões nele contidas”.
Integrarão a tomada ou prestação de
contas, inclusive a tomada de contas
especial
Relatório de gestão
Relatório do tomador de contas
Quando couber
Relatório e certificado de
auditoria
Com o parecer do dirigente do órgão de controle interno
Que consignará qualquer
irregularidade ou ilegalidade constatada
Indicando as medidas adotadas
Para corrigir as faltas encontradas
Pronunciamento sobre as contas e o parecer do controle
interno
Emitido pelo Ministro de Estado supervisor da área
Ou da autoridade de nível hierárquico
equivalente
Expresso e indelegável
No qual atestará haver tomado
conhecimento das conclusões contidas
No parecer do controle interno
Outros elementos estabelecidos no RI
Seção II - Decisões em Processo de Tomada ou Prestação de Contas
Art. 10. A decisão em processo de tomada ou prestação de contas pode ser preliminar, definitiva
ou terminativa.
§ 1° Preliminar é a decisão pela qual o Relator ou o Tribunal, antes de pronunciar-se quanto ao
mérito das contas, resolve sobrestar o julgamento, ordenar a citação ou a audiência dos
responsáveis ou, ainda, determinar outras diligências necessárias ao saneamento do processo.
§ 2° Definitiva é a decisão pela qual o Tribunal julga as contas regulares, regulares com ressalva,
ou irregulares.
§ 3° Terminativa é a decisão pela qual o Tribunal ordena o trancamento das contas que forem
consideradas iliquidáveis, nos termos dos arts. 20 e 21 desta Lei.
Comentário: esses artigos explicam quando as contas serão consideradas iliquidáveis,
como veremos mais à frente.
Art. 11. O Relator presidirá a instrução do processo, determinando, mediante despacho singular,
de ofício ou por provocação do órgão de instrução ou do Ministério Público junto ao Tribunal, o
sobrestamento do julgamento, a citação ou a audiência dos responsáveis, ou outras providências
consideradas necessárias ao saneamento dos autos, fixando prazo, na forma estabelecida no RI,
para o atendimento das diligências, após o que submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara
respectiva para decisão de mérito.
•Relator ou o Tribunal resolve sobrestar o julgamento par abuscar mais informações
Preliminar
•Tribunal julga as contas regulares, regulares com ressalva, ou irregulares.
Definitiva
•Tribunal ordena o trancamento das contas iliquidáveis
Terminativa
Art. 12. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal:
I - Definirá a responsabilidade individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado;
II - Se houver débito, ordenará a citação do responsável para, no prazo estabelecido no RI,
apresentar defesa ou recolher a quantia devida;
Comentário: o prazo previsto no RI é de 15 dias (art. 202 do RI).
III - Se não houver débito, determinará a audiência do responsável para, no prazo estabelecido
no RI, apresentar razões de justificativa;
Comentário: mesmo prazo, de 15 dias.
IV - Adotará outras medidas cabíveis.
§ 1° O responsável cuja defesa for rejeitada pelo Tribunal será cientificado para, em novo e
improrrogável prazo estabelecido no RI, recolher a importância devida.
§ 2° Reconhecida pelo Tribunal a boa-fé, a liquidação tempestiva do débito atualizado
monetariamente sanará o processo, se não houver sido observada outra irregularidade nas
contas.
§ 3° O responsável que não atender à citação ou à audiência será considerado revel pelo
Tribunal, para todos os efeitos, dando-se prosseguimento ao processo.
RelatorPresidirá a
instrução do processo
Determinando
Sobrestamento do julgamento
Citação ou audiência dos responsáveis
Ou outras providências
Mediante despacho singular
De ofício
Ou por provocação do
órgão de instrução
Ou do Ministério
Público junto ao Tribunal
Fixando prazo para o
atendimento das diligências
Após o que submeterá o
feito ao Plenário para
decisão de mérito
Ou à Câmara respectiva
Comentário: não é porque o sujeito “fez que não viu” que o processo vai parar. Se o
responsável não atender à citação / audiência, o processo vai seguir e o Tribunal decidirá
com base nas provas que conseguir obter.
Art. 13. A decisão preliminar a que se refere ao art. 11 desta Lei poderá, a critério do Relator, ser
publicada no Diário Oficial da União.
Comentário: o art. 11 menciona a competência do relator para determinar o
sobrestamento do julgamento, a citação ou a audiência dos responsáveis, ou outras
providências consideradas necessárias ao saneamento dos autos.
O que você precisa levar desse artigo é que a decisão preliminar não precisa ser publicada
no DOU. A decisão, de publicar ou não, ficará a critério do Relator.
Art. 14. O Tribunal julgará as tomadas ou prestações de contas até o término do exercício
seguinte àquele em que estas lhes tiverem sido apresentadas.
Comentário: cuidado com esse marco temporal. Não é “após o exercício seguinte ao de
referência das contas”.
Por exemplo, se as contas de 2020 forem prestadas em 2021, o TCU terá até o final de
2022 para julgar.
Art. 15. Ao julgar as contas, o Tribunal decidirá se estas são regulares, regulares com ressalva, ou
irregulares.
Comentário: essa classificação precisa estar na ponta da língua (caneta). Vamos ver um
fluxograma no final com as principais características de cada classificação .
Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o
Tribunal
Definirá a responsabilidad
e pelo ato de gestão
inquinado
Individual ou solidária
Se houver débito
Ordenará a citação do
responsávelPara, em 15 dias
Apresentar defesa
Ou recolher a quantia devida
Se não houver débito
Determinará a audiência do responsável
Para, em 15 diasApresentar razões de
justificativa
Adotará outras medidas cabíveis
Art. 16. As contas serão julgadas:
I - Regulares, quando expressarem, de forma clara e objetiva, a exatidão dos demonstrativos
contábeis, a legalidade, a legitimidade e a economicidade dos atos de gestão do responsável;
II - Regulares com ressalva, quando evidenciarem impropriedade ou qualquer outra falta de
natureza formal de que não resulte dano ao Erário;
Comentário: importante ressaltar que para ser “Regulares com ressalva”, as contas não
podem evidenciar qualquer falta de que resulte dano ao Erário. Se resultar em dano, as
contas serão julgadas irregulares, como veremos a seguir.
III - Irregulares, quando comprovada qualquer das seguintes ocorrências:
a) Omissão no dever de prestar contas;
b) Prática de ato de gestão ilegal, ilegítimo, antieconômico, ou infração à norma legal ou
regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;
c) Dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico;
d) Desfalque ou desvio de dinheiros, bens ou valores públicos.
§ 1° O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de reincidência no descumprimento
de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou
prestarão de contas.
Comentário: aqui há uma certa discricionariedade do TCU, pois ele poderá julgar
irregulares as contas no caso de reincidência. Vai depender da gravidade da reincidência.
§ 2° Nas hipóteses do inciso III, alíneas c e d deste artigo, o Tribunal, ao julgar irregulares as
contas, fixará a responsabilidade solidária:
Comentário: ou seja, na hipótese de as contas serem julgadas irregulares por
terem causado dano ao Erário ou desfalque / desvio de recursos públicos, o TCU
fixará a responsabilidade solidária:
a) Do agente público que praticou o ato irregular, e
b) Do terceiro que, como contratante ou parte interessada na prática do mesmo ato, de
qualquer modo haja concorrido para o cometimento do dano apurado.
§ 3° Verificada a ocorrência prevista no parágrafo anterior deste artigo, o Tribunal providenciará
a imediata remessa de cópia da documentação pertinente ao Ministério Público da União, para
ajuizamento das ações civis e penais cabíveis.
As contas serão
julgadas
RegularesExpressam de forma
clara e objetiva
Exatidão dos demonstrativos contábeis
LLE dos atos de gestão do responsável
Regulares com ressalva
Evidenciam
Impropriedade
Ou qualquer outra falta de natureza formal
De que não resulte dano ao Erário
Irregulares
Quando comprovada
qualquer das
seguintes ocorrências
Omissão no dever de prestar contas
Prática de ato de
gestão "não LLE
Ou infração à norma legal
ou regulamentar
De natureza COFOP
Dano ao Erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ao antieconômico
Desfalque / desvio de recursos públicos
Opcional: no caso de reincidência no
descumprimento de determinação
De que o responsável tenha tido ciência
Feita em processo de tomada ou prestarão de contas
Na hipótese de as contas serem
julgadas irregulares
Por terem causado
Dano ao Erário
Ou desfalque / desvio de recursos públicos
O TCU fixará a responsabilidade
solidária
Do agente público que praticou o ato irregular
Do terceiro que haja concorrido para o
cometimento do dano apurado
E providenciará a imediata remessa de
cópia da documentação
pertinente ao MPU
Para ajuizamento das ações civis e penais cabíveis
Subseção I - Contas Regulares
Art. 17. Quando julgar as contas regulares, o Tribunal dará quitação plena ao responsável.
Subseção II - Contas Regulares com Ressalva
Art. 18. Quando julgar as contas regulares com ressalva, o Tribunal dará quitação ao responsável
e lhe determinará, ou a quem lhe haja sucedido, a adoção de medidas necessárias à correção das
impropriedades ou faltas identificadas, de modo a prevenir a ocorrência de outras semelhantes.
Contas regulares
Quitação plena ao responsável
Regulares com ressalva
Quitação ao responsável
E determinará adoção de medidas
necessárias à correção das
impropriedades / faltas
De modo a prevenir a
ocorrência de outras
semelhantes
Artigos 244 a 255 do Regimento Interno Comentado e Desenhado do TCU
SEÇÃO III - PLANO DE FISCALIZAÇÃO
Art. 244. As auditorias, acompanhamentos e monitoramentos obedecerão a plano de fiscalização
elaborado pela Presidência, em consulta com os relatores das listas de unidades jurisdicionadas,
e aprovado pelo Plenário em sessão de caráter reservado.
§ 1º A periodicidade do plano de fiscalização, bem como os critérios e procedimentos para sua
elaboração, serão estabelecidos em ato próprio do Tribunal.
§ 2º Os levantamentos e inspeções serão realizados por determinação do Plenário, da câmara,
do relator ou, na hipótese do art. 28, inciso XVI, do Presidente, independentemente de
programação, observada a disponibilidade dos recursos humanos e materiais necessários.
Comentário: vamos ver a hipótese mencionada:
Art. 28. Compete ao Presidente:
XVI – Despachar os processos e documentos urgentes e determinar a realização de
inspeção na hipótese de afastamento legal do relator no período de recesso.
SEÇÃO IV - EXECUÇÃO DAS FISCALIZAÇÕES
Art. 245. Ao servidor que exerce função específica de controle externo, quando credenciado pelo
Presidente do Tribunal, ou por delegação deste, pelos dirigentes das unidades técnicas da
Secretaria, para desempenhar funções de fiscalização, são asseguradas as seguintes
prerrogativas:
I – Livre ingresso em órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal;
II – Acesso a todos os processos, documentos e informações necessários à realização de seu
trabalho, mesmo a sistemas eletrônicos de processamento de dados, que não poderão ser
sonegados, sob qualquer pretexto;
III – Competência para requerer, por escrito, aos responsáveis pelos órgãos e entidades, os
documentos e informações desejados, fixando prazo razoável para atendimento.
§ 1º No caso de obstrução ao livre exercício de auditorias e inspeções, ou de sonegação de
processo, documento ou informação, o Tribunal ou o relator assinará prazo improrrogável de até
quinze dias para apresentação de documentos, informações e esclarecimentos julgados
necessários, fazendo-se a comunicação do fato ao ministro de Estado supervisor da área ou à
autoridade de nível hierárquico equivalente, para as medidas cabíveis.
§ 2º Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o Tribunal aplicará a sanção prescrita no inciso
V ou VI do art. 268, observado o disposto no § 3º do mesmo artigo, e representará ao Presidente
do Congresso Nacional sobre o fato, para as medidas cabíveis.
Comentário: vamos ver as sanções mencionadas:
Art. 268. O Tribunal poderá aplicar multa, nos termos do caput do art. 58 da Lei nº 8.443,
de 1992, atualizada na forma prescrita no § 1º deste artigo, aos responsáveis por contas e
atos adiante indicados, observada a seguinte gradação:
V – Obstrução ao livre exercício das auditorias e inspeções determinadas, no valor
compreendido entre cinco e oitenta por cento do montante a que se refere o caput;
VI – Sonegação de processo, documento ou informação, em auditoria ou inspeção, no
valor compreendido entre cinco e oitenta por cento do montante a que se refere o caput.
§ 3º Sem prejuízo da sanção referida no parágrafo anterior, poderá o Plenário adotar a medida
prevista no art. 273.
Comentário: vamos ver que medida é essa:
Art. 273. No início ou no curso de qualquer apuração, o Plenário, de ofício, por sugestão
de unidade técnica ou de equipe de fiscalização ou a requerimento do Ministério Público,
Ao servidor que exerce função específica de
controle externo
Quando credenciado pelo
Presidente do Tribunal
Ou por delegação deste
Pelos dirigentes das unidades técnicas
da Secretaria
Para desempenhar funções de fiscalização
São asseguradas as seguintes
prerrogativas
Livre ingresso em órgãos e entidades
Sujeitos à jurisdição do Tribunal
Acesso a todos os processos,
documentos e informações
Necessários à realização de seu
trabalho
Mesmo a sistemas eletrônicos de
processamento de dados
Que não poderão ser sonegados, sob qualquer pretexto
Competência para requerer aos
responsáveis pelos órgãos e entidades
Por escrito
Os documentos e informações
desejados
Fixando prazo razoável para atendimento
determinará, cautelarmente, nos termos do art. 44 da Lei nº 8.443, de 1992, o
afastamento temporário do responsável, se existirem indícios suficientes de que,
prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar ou dificultar a realização de
auditoria ou inspeção, causar novos danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento.
Parágrafo único. Será solidariamente responsável, conforme o § 1º do art. 44 da Lei nº
8.443, de 1992, a autoridade superior competente que, no prazo fixado pelo Plenário,
deixar de atender à determinação prevista no caput.
Art. 246. No curso de fiscalização, se verificado procedimento de que possa resultar dano ao
erário ou irregularidade grave, a equipe representará, desde logo, com suporte em elementos
concretos e convincentes, ao dirigente da unidade técnica, o qual submeterá a matéria ao
respectivo relator, com parecer conclusivo.
§ 1º O relator, considerando a urgência requerida, fixará prazo de até cinco dias úteis para que o
responsável se pronuncie sobre os fatos apontados.
§ 2º A fixação de prazo para pronunciamento não impede que o Tribunal ou o relator adote,
desde logo, medida cautelar, de acordo com o disposto no art. 276, independentemente do
recebimento ou da análise prévia das justificativas da parte.
Comentário: vamos ver o art. 276, para contextualização:
Art. 276. O Plenário, o relator, ou, na hipótese do art. 28, inciso XVI, o Presidente, em caso
de urgência, de fundado receio de grave lesão ao erário, ao interesse público, ou de risco
de ineficácia da decisão de mérito, poderá, de ofício ou mediante provocação, adotar
medida cautelar, com ou sem a prévia oitiva da parte, determinando, entre outras
providências, a suspensão do ato ou do procedimento impugnado, até que o Tribunal
decida sobre o mérito da questão suscitada, nos termos do art. 45 da Lei nº 8.443, de
1992.
Art. 247. As modalidades e procedimentos a serem observados na realização de fiscalizações
serão definidos em ato normativo.
Art. 248. O Tribunal comunicará às autoridades competentes o resultado das fiscalizações que
realizar, para as medidas saneadoras das impropriedades e faltas identificadas.
SEÇÃO V - OBJETO DA FISCALIZAÇÃO
SUBSEÇÃO I - DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A FISCALIZAÇÃO DE ATOS E CONTRATOS
Art. 249. Para assegurar a eficácia do controle e para instruir o julgamento das contas, o Tribunal
efetuará a fiscalização dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos responsáveis
sujeitos à sua jurisdição, competindo-lhe, para tanto, em especial:
I – Realizar fiscalizações, na forma estabelecida nos arts. 238 a 243;
Comentário: são os artigos que falam dos instrumentos de fiscalização (Levantamentos,
Auditorias, Inspeções, Acompanhamentos e Monitoramentos).
II – Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais a que se refere o inciso XVIII do
art. 1º, na forma estabelecida em ato normativo;
Comentário: esse inciso trata de uma importante competência do Tribunal quanto às
empresas supranacionais:
Art. 1º Ao Tribunal de Contas da União, órgão de controle externo, compete, nos termos
da Constituição Federal e na forma da legislação vigente, em especial da Lei nº 8.443, de
16 de julho de 1992:
XVIII – Fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a
União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;
III – Fiscalizar, na forma estabelecida no art. 254, a aplicação de quaisquer recursos repassados
pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a estado, ao
Distrito Federal, a município, e a qualquer outra pessoa, física ou jurídica, pública ou privada;
Comentário: vamos ver o art. 254 a título de contextualização:
Art. 254. A fiscalização da aplicação de quaisquer recursos repassados pela União,
autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo poder público e demais órgãos e
entidades da administração pública federal mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal, a município, e a qualquer outra
pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, será feita pelo Tribunal por meio de
levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos, bem como
por ocasião do exame dos processos de tomadas ou prestações de contas da unidade ou
entidade transferidora dos recursos.
Art. 250. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator ou o Tribunal:
I – Determinará o arquivamento do processo, ou o seu apensamento às contas correspondentes,
se útil à apreciação destas, quando não apurada transgressão a norma legal ou regulamentar de
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;
II – Determinará a adoção de providências corretivas por parte do responsável ou de quem lhe
haja sucedido quando verificadas tão somente falhas de natureza formal ou outras
impropriedades que não ensejem a aplicação de multa aos responsáveis ou que não configurem
indícios de débito e o arquivamento ou apensamento do processo às respectivas contas, sem
prejuízo do monitoramento do cumprimento das determinações;
III – Recomendará a adoção de providências quando verificadas oportunidades de melhoria de
desempenho, encaminhando os autos à unidade técnica competente, para fins de
monitoramento do cumprimento das determinações;
IV – Determinará a audiência do responsável para, no prazo de 15 dias, apresentar razões de
justificativa, quando verificada a ocorrência de irregularidades decorrentes de ato ilegal,
ilegítimo ou antieconômico, bem como infração a norma legal ou regulamentar de natureza
contábil, financeira, orçamentária ou patrimonial.
V – Determinará a oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no prazo de 15
dias, manifestarem-se sobre fatos que possam resultar em decisão do Tribunal no sentido de
desconstituir ato ou processo administrativo ou alterar contrato em seu desfavor.
§ 1º Acolhidas as razões de justificativa, o Tribunal declarará esse fato mediante acórdão e,
conforme o caso, adotará uma das providências previstas no inciso I.
§ 2º Não elidido o fundamento da impugnação, o Tribunal aplicará ao responsável, no próprio
processo de fiscalização, ressalvado o disposto no art. 206, a multa prevista no inciso II ou III do
art. 268 e determinará o apensamento do processo às contas correspondentes.
Comentário: a ressalva do art. 206 trata da situação em que a matéria tiver sido
examinada de forma expressa e conclusiva, hipótese na qual o seu exame dependerá do
conhecimento de eventual recurso interposto pelo MP.
Art. 206. A decisão definitiva em processo de tomada ou prestação de contas ordinária
não constituirá fato impeditivo da aplicação de multa ou imputação de débito em outros
processos, salvo se a matéria tiver sido examinada de forma expressa e conclusiva,
hipótese na qual o seu exame dependerá do conhecimento de eventual recurso interposto
pelo Ministério Público.
Quanto aos incisos I e II do art. 268, observem que ambos trazem a mesma multa: de 5 a
100%.
Art. 268. O Tribunal poderá aplicar multa, nos termos do caput do art. 58 da Lei nº 8.443,
de 1992, atualizada na forma prescrita no § 1º deste artigo, aos responsáveis por contas e
atos adiante indicados, observada a seguinte gradação:
II – Ato praticado com grave infração a norma legal ou regulamentar de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, no valor compreendido
entre 5 e 100% do montante a que se refere o caput;
III – Ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário,
no valor compreendido entre 5 e 100% do montante referido no caput;
§ 3º Na oportunidade do exame das contas, será verificada a conveniência da renovação da
determinação das providências de que trata o inciso II do caput, com vistas a aplicar
oportunamente, se for o caso, o disposto no § 1º do art. 209.
Comentário: o § 1º do art. 209 trata daquela possibilidade para o Tribunal julgar as contas
irregulares:
Art. 209, § 1º O Tribunal poderá julgar irregulares as contas no caso de descumprimento
de determinação de que o responsável tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou
prestação de contas.
§ 4º O apensamento, às respectivas contas, de processos referentes a atos de admissão de
pessoal e concessão de aposentadoria, pensão e reforma será regulamentado em ato normativo.
§ 5º A aplicação de multa em processo de fiscalização não implicará prejulgamento das contas
ordinárias da unidade jurisdicionada, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais
atos de gestão do período envolvido.
§ 6º Caso as matérias objeto da oitiva de que trata o inciso V demandem urgente decisão de
mérito, a unidade técnica responsável pela fiscalização dará a elas prioridade na instrução
processual, deixando para propor as medidas constantes dos incisos II, III e IV em momento
posterior à deliberação do Tribunal sobre aquelas questões.
§ 7º Observar-se-ão em relação à oitiva prevista no inciso V as normas aplicáveis à audiência, no
que couber.
Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos
e contratos, o relator ou o
Tribunal
Quando não apurada
transgressão a norma legal ou
regulamentar de natureza COFOP
Determinará o arquivamento do processo
Ou o seu apensamento às
contas correspondentes
Se útil à apreciação destas
Quando verificadas tão somente falhas de natureza formal
Ou outras impropriedades que
não ensejem a aplicação de multa aos responsáveis
Ou que não configurem indícios
de débito
Determinará a adoção de
providências corretivas por parte do responsável ou de quem lhe haja
sucedido
E o arquivamento ou apensamento do
processo às respectivas contas,
sem prejuízo do monitoramento do cumprimento das
determinações
Quando verificadas oportunidades de
melhoria de desempenho
Recomendará a adoção de
providências
Encaminhando os autos à unidade
técnica competente
Para fins de monitoramento do cumprimento das
determinações
Quando verificada a ocorrência de
irregularidades decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou
antieconômico
Bem como infração a norma legal ou
regulamentar
De natureza contábil, financeira,
orçamentária ou patrimonial
Determinará a audiência do responsável
Para, no prazo de 15 dias, apresentar
razões de justificativa
Determinará a oitiva da entidade
fiscalizada e do terceiro interessado
Para, no prazo de 15 dias, manifestarem-
se
Sobre fatos que possam resultar em decisão do Tribunal
No sentido de desconstituir ato ou
processo administrativo
Ou alterar contrato em seu desfavor
Art. 251. Verificada a ilegalidade de ato ou contrato em execução, o Tribunal assinará prazo de
até 15 dias para que o responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da
lei, com indicação expressa dos dispositivos a serem observados, sem prejuízo do disposto no
inciso IV do caput e nos §§ 1º e 2º do artigo anterior.
Comentário: vamos ver o dispositivo mencionado, a título de contextualização:
Art. 250. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator ou o
Tribunal:
IV – Determinará a audiência do responsável para, no prazo de quinze dias, apresentar
razões de justificativa, quando verificada a ocorrência de irregularidades decorrentes de
ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, bem como infração a norma legal ou regulamentar
de natureza contábil, financeira, orçamentária ou patrimonial.
§ 1º Acolhidas as razões de justificativa, o Tribunal declarará esse fato mediante acórdão
e, conforme o caso, adotará uma das providências previstas no inciso I.
§ 2º Não elidido o fundamento da impugnação, o Tribunal aplicará ao responsável, no
próprio processo de fiscalização, ressalvado o disposto no art. 206, a multa prevista no
inciso II ou III do art. 268 e determinará o apensamento do processo às contas
correspondentes.
§ 1º No caso de ato administrativo, o Tribunal, se não atendido:
I – Sustará a execução do ato impugnado;
II – Comunicará a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
III – Aplicará ao responsável, no próprio processo de fiscalização, a multa prevista no
inciso VII do art. 268.
Comentário: o inciso VII do art. 268 nos traz a multa “entre 5 e 50% do montante”.
Veremos mais à frente as disposições sobre esse “montante”.
Art. 268. O Tribunal poderá aplicar multa, nos termos do caput do art. 58 da Lei nº
8.443, de 1992, atualizada na forma prescrita no § 1º deste artigo, aos
responsáveis por contas e atos adiante indicados, observada a seguinte gradação:
VII – Descumprimento de decisão do Tribunal, salvo motivo justificado, no valor
compreendido entre 5 e 50% do montante a que se refere o caput;
§ 2º No caso de contrato, o Tribunal, se não atendido, adotará a providência prevista no inciso III
do parágrafo anterior e comunicará o fato ao Congresso Nacional, a quem compete adotar o ato
de sustação e solicitar, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis.
Comentário: o “inciso III do parágrafo anterior” fala da multa de “5 a 50%”.
§ 3º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as
medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito da sustação do contrato.
§ 4º Verificada a hipótese do parágrafo anterior, e se decidir sustar o contrato, o Tribunal:
I – Determinará ao responsável que, no prazo de quinze dias, adote as medidas
necessárias ao cumprimento da decisão;
II – Comunicará o decidido ao Congresso Nacional e à autoridade de nível ministerial
competente.
Art. 252. Se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de
que resulte dano ao erário, o Tribunal ordenará, desde logo, a conversão do processo em
tomada de contas especial, salvo na hipótese prevista no art. 213.
Comentário: ou seja, salvo quando o valor de cobrança for superior ao do ressarcimento:
Verificada a ilegalidade de ato ou
contrato em execução
O Tribunal assinará
prazo de até 15 dias
Para que o responsável adote
as providências necessárias ao
cumprimento da lei
Com indicação expressa dos dispositivos a
serem observados
Se não atendido o prazo
assinado pelo Tribunal
No caso de ato administrativo,
o Tribunal
Sustará a execução do ato
impugnado
Comunicará a decisão
À Câmara dos Deputados
Ao Senado Federal
Aplicará ao responsável a
multa de 5 a 50% do montante
fixado
No próprio processo de fiscalização
No caso de contrato, o
Tribunal
Aplicará a multa de 5 a 50% do
montante fixado
Comunicará o fato ao CN
A quem compete adotar o ato de sustação
E solicitar ao Executivo as medidas cabíveis
Se o Congresso ou o Executivo, em 90 dias, não
efetivar as medidas previstas
O Tribunal decidirá a
respeito da sustação do
contrato
Se decidir sustar o contrato, o
Tribunal
Determinará ao responsável que adote as
medidas necessárias
No prazo de 15 dias
Comunicará o decidido
Ao Congresso Nacional
À autoridade de nível ministerial
competente
Art. 213. A título de racionalização administrativa e economia processual, e com o
objetivo de evitar que o custo da cobrança seja superior ao valor do ressarcimento, o
Tribunal poderá determinar, desde logo, nos termos de ato normativo, o arquivamento de
processo, sem cancelamento do débito, a cujo pagamento continuará obrigado o devedor,
para que lhe possa ser dada quitação.
Parágrafo único. Caso a tomada de contas especial envolva responsável por contas ordinárias,
deverá ser observado o disposto no art. 206.
Comentário: ou seja, a decisão definitiva não impedirá a aplica da multa em outros
processos, com a devida ressalva:
Art. 206. A decisão definitiva em processo de tomada ou prestação de contas ordinária
não constituirá fato impeditivo da aplicação de multa ou imputação de débito em outros
processos, salvo se a matéria tiver sido examinada de forma expressa e conclusiva,
hipótese na qual o seu exame dependerá do conhecimento de eventual recurso interposto
pelo Ministério Público.
SUBSEÇÃO II - FISCALIZAÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CONSTITUCIONAIS E LEGAIS
Art. 253. O Tribunal fiscalizará, na forma estabelecida em ato normativo:
I – A entrega das parcelas devidas aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios à conta dos
recursos dos fundos de participação a que alude o parágrafo único do art. 161 da Constituição
Federal;
Comentário: os “fundos de participação” mencionados são os fundos de participação dos
Estados/DF e dos Municípios (FPE e FPM):
CF, art. 161, Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas
referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II.
Vamos ver o inciso II do art. 161:
Art. 161. Cabe à lei complementar:
II - Estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159,
especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I,
objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios;
O inciso I do art. 159 trata da distribuição de parcelas do Imposto sobre a Renda (IR) e
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os fundos de participação dos
Estados/DF e dos Municípios (FPE e FPM).
II – A aplicação dos recursos dos fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste
administrados por instituições federais;
III – A aplicação dos recursos transferidos ao Distrito Federal com base no inciso XIV do art. 21 da
Constituição Federal;
Comentário: esse inciso refere-se aos recursos que a União transfere ao DF como
assistência financeira para a execução de serviços públicos:
Art. 21. Compete à União:
XIV - Organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio.
IV – O cálculo, a entrega e a aplicação, conforme o caso, de quaisquer recursos repassados pela
União por determinação legal a estado, ao Distrito Federal ou a município, consoante dispuser a
legislação específica.
SUBSEÇÃO III - FISCALIZAÇÃO DE CONVÊNIOS, ACORDOS, AJUSTES E OUTROS INSTRUMENTOS
CONGÊNERES
Art. 254. A fiscalização da aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, autarquias,
fundações instituídas e mantidas pelo poder público e demais órgãos e entidades da
administração pública federal mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a estado, ao Distrito Federal, a município, e a qualquer outra pessoa, física ou
jurídica, pública ou privada, será feita pelo Tribunal por meio de levantamentos, auditorias,
O Tribunal fiscalizará
A entrega das parcelas devidas aos estados, ao DF e aos
municípios
À conta dos recursos dos
FPM
FPE
A aplicação dos recursos dos fundos
constitucionais
Do Norte, Nordeste e Centro-Oeste
Administrados por instituições federais
A aplicação dos recursos
transferidos ao DF
Como assistência financeira
Para a execução de serviços públicos
O cálculo, a entrega e a aplicação,
conforme o caso
De quaisquer recursos repassados
pela União
Por determinação legal a
Estado
DF
Município
inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos, bem como por ocasião do exame dos
processos de tomadas ou prestações de contas da unidade ou entidade transferidora dos
recursos.
Comentário: traduzindo, a fiscalização será realizada pelo Tribunal por meio dos
instrumentos de fiscalização.
§ 1º Para o cumprimento do disposto neste artigo deverão ser verificados, entre outros aspectos,
o atingimento dos objetivos acordados, a correção da aplicação dos recursos, a observância às
normas legais e regulamentares pertinentes e às cláusulas pactuadas.
§ 2º Ficará sujeito à multa prevista no inciso II ou III do art. 268 a autoridade administrativa que
transferir, mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, recursos
federais a gestores omissos na prestação de contas de recursos anteriormente recebidos ou que
tenham dado causa a perda, extravio ou outra irregularidade que resulte dano ao erário, ainda
não ressarcido.
Comentário: ambos os incisos mencionados (do art. 268) tratam da multa de 5 a 100% do
montante (veremos o que é esse “montante” mais à frente).
Art. 268. O Tribunal poderá aplicar multa, nos termos do caput do art. 58 da Lei nº 8.443,
de 1992, atualizada na forma prescrita no § 1º deste artigo, aos responsáveis por contas e
atos adiante indicados, observada a seguinte gradação:
II – Ato praticado com grave infração a norma legal ou regulamentar de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, no valor compreendido
entre 5 e 100% do montante a que se refere o caput;
III – Ato de gestão ilegítimo ou antieconômico de que resulte injustificado dano ao erário,
no valor compreendido entre 5 e 100% do montante referido no caput.
§ 3º A autoridade administrativa competente deverá adotar imediatas providências com vistas à
instauração de tomada de contas especial no caso de omissão na prestação de contas ou quando
constatar irregularidade na aplicação dos recursos federais transferidos, sob pena de
responsabilidade solidária, na forma prescrita em ato normativo.
SUBSEÇÃO IV - FISCALIZAÇÃO DA APLICAÇÃO DE SUBVENÇÕES, AUXÍLIOS E CONTRIBUIÇÕES
Art. 255. A fiscalização pelo Tribunal da aplicação de recursos transferidos sob as modalidades de
subvenção, auxílio e contribuição compreenderá as fases de concessão, utilização e prestação de
contas e será realizada, no que couber, na forma estabelecida no art. 254.
Comentário: o que você precisa levar daqui (e que tem boas chances de cair na prova) são
as fases da aplicação dos recursos transferidos sob essas modalidades (de subvenção,
auxílio e contribuição). Vamos ver um fluxograma sobre isso, mas antes vamos à
literalidade do mencionado art. 254:
Art. 254. A fiscalização da aplicação de quaisquer recursos repassados pela União,
autarquias, fundações instituídas e mantidas pelo poder público e demais órgãos e
entidades da administração pública federal mediante convênio, acordo, ajuste ou outros
instrumentos congêneres, a estado, ao Distrito Federal, a município, e a qualquer outra
pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, será feita pelo Tribunal por meio de
levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos, bem como
por ocasião do exame dos processos de tomadas ou prestações de contas da unidade ou
entidade transferidora dos recursos.
Comentário: vamos ver agora o fluxograma com as fases da aplicação de recursos transferidos
sob as modalidades de subvenção, auxílio e contribuição:
Concessão UtilizaçãoPrestação de contas
Questões Comentadas sobre a Lei Orgânica do TCU
Questões sem comentários
1. Ao TCU, órgão de controle externo, compete conceder licença, férias e outros
afastamentos aos ministros, auditores e membros do Ministério Público junto ao
Tribunal, dependendo de inspeção por junta médica a licença para tratamento de saúde
por prazo superior a 30 dias.
2. A decisão do TCU, de que resulte imputação de débito, torna a dívida líquida e certa e
tem eficácia de título executivo, ao contrário do que ocorre com a decisão de que resulte
cominação de multa.
3. Ao exercer a fiscalização, se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou
outra irregularidade que resulte em dano ao Erário, o Tribunal ordenará, em qualquer
hipótese, a conversão do processo em tomada de contas especial.
4. A tomada de contas especial será encaminhada ao TCU para julgamento se o dano
causado ao Erário for de valor inferior à quantia para esse efeito fixada pelo Tribunal em
cada ano civil, na forma estabelecida no seu Regimento Interno.
5. Ao TCU, órgão de controle externo, compete proceder, por iniciativa própria, à
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades
dos poderes da União.
6. A título de racionalização administrativa e economia processual, e com o objetivo de
evitar que o custo da cobrança seja superior ao valor do ressarcimento, o Tribunal poderá
determinar, desde logo, o arquivamento do processo, sem cancelamento do débito, a
cujo pagamento continuará obrigado o devedor, para que lhe possa ser dada quitação.
7. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno, com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.
8. O TCU ordenará o trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, devendo
proceder ao seu arquivamento após o prazo de 5 anos.
9. No caso de reincidência no descumprimento de determinação de que o responsável
tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou prestarão de contas, o TCU deverá
julgar as contas irregulares.
10. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal definirá a responsabilidade
individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado.
11. São requisitos para tornar-se ministro do TCU, dentre outros, possuir notórios
conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração
pública, e contar mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade
profissional que exija os conhecimentos mencionados.
Gabarito
1 E 41 E 81 C 121 C 161 C
2 E 42 C 82 C 122 E 162 C
3 E 43 E 83 E 123 C 163 E
4 E 44 C 84 C 124 E 164 C
5 C 45 C 85 C 125 E 165 E
6 C 46 E 86 E 126 C 166 E
7 C 47 E 87 E 127 E 167 C
8 E 48 C 88 C 128 E 168 E
9 E 49 E 89 E 129 C 169 E
10 C 50 E 90 C 130 C 170 C
11 C 51 E 91 C 131 C 171 C
12 E 52 C 92 E 132 C 172 E
13 E 53 E 93 E 133 E 173 C
14 C 54 E 94 C 134 C 174 E
15 E 55 E 95 E 135 E 175 C
16 C 56 C 96 E 136 E 176 C
17 C 57 C 97 E 137 C 177 C
18 C 58 C 98 C 138 C 178 C
19 E 59 C 99 E 139 C 179 C
20 E 60 E 100 E 140 E 180 C
21 E 61 E 101 E 141 C 181 E
22 C 62 C 102 E 142 C 182 C
23 C 63 C 103 E 143 E 183 E
24 C 64 C 104 C 144 C 184 E
25 C 65 C 105 E 145 C 185 C
26 C 66 E 106 E 146 E 186 C
27 E 67 C 107 E 147 C 187 C
28 C 68 E 108 C 148 C 188 C
29 E 69 E 109 E 149 E 189 C
30 E 70 E 110 C 150 C 190 C
31 E 71 C 111 C 151 E 191 E
32 C 72 E 112 E 152 C 192 C
33 E 73 C 113 E 153 E 193 E
34 C 74 C 114 C 154 C 194 C
35 E 75 E 115 E 155 C 195 C
36 C 76 C 116 E 156 C 196 E
37 C 77 E 117 E 157 C 197 C
38 E 78 E 118 E 158 C 198 C
39 E 79 C 119 C 159 E 199 E
40 C 80 C 120 E 160 C 200 E
Questões Comentadas
1. Ao TCU, órgão de controle externo, compete conceder licença, férias e outros
afastamentos aos ministros, auditores e membros do Ministério Público junto ao
Tribunal, dependendo de inspeção por junta médica a licença para tratamento de saúde
por prazo superior a 30 dias.
Comentário: errada. A licença que depende de inspeção por junta médica é aquela
superior a 6 meses, conforme inciso XII do art. 1º.
2. A decisão do TCU, de que resulte imputação de débito, torna a dívida líquida e certa e
tem eficácia de título executivo, ao contrário do que ocorre com a decisão de que resulte
cominação de multa.
Comentário: errada. Conforme o art. 24, a decisão do Tribunal, de que resulte imputação
de débito ou cominação de multa, torna a dívida líquida e certa e tem eficácia de título
executivo
3. Ao exercer a fiscalização, se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou
outra irregularidade que resulte em dano ao Erário, o Tribunal ordenará, em qualquer
hipótese, a conversão do processo em tomada de contas especial.
Comentário: errada, pois há uma exceção, conforme o caput do art. 47: ao exercer a
fiscalização, se configurada a ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra
irregularidade de que resulte dano ao Erário, o Tribunal ordenará, desde logo, a
conversão do processo em tomada de contas especial, salvo a hipótese prevista no art. 93
desta Lei.
E esse art. 93 nos diz: “A título de racionalização administrativa e economia processual, e
com o objetivo de evitar que o custo da cobrança seja superior ao valor do ressarcimento,
o Tribunal poderá determinar, desde logo, o arquivamento do processo, sem
cancelamento do débito, a cujo pagamento continuará obrigado o devedor, para que lhe
possa ser dada quitação”.
4. A tomada de contas especial será encaminhada ao TCU para julgamento se o dano
causado ao Erário for de valor inferior à quantia para esse efeito fixada pelo Tribunal em
cada ano civil, na forma estabelecida no seu Regimento Interno.
Comentário: errada. A tomada de contas especial será encaminhada ao TCU se o valor for
igual ou superior à quantia fixada pelo Tribunal, conforme § 2° do art. 8º.
5. Ao TCU, órgão de controle externo, compete proceder, por iniciativa própria, à
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial das unidades
dos poderes da União.
Comentário: correta, conforme inciso II do art. 1º.
6. A título de racionalização administrativa e economia processual, e com o objetivo de
evitar que o custo da cobrança seja superior ao valor do ressarcimento, o Tribunal poderá
determinar, desde logo, o arquivamento do processo, sem cancelamento do débito, a
cujo pagamento continuará obrigado o devedor, para que lhe possa ser dada quitação.
Comentário: correta, literalidade do caput do art. 93.
7. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de
controle interno, com a finalidade de avaliar o cumprimento das metas previstas no plano
plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União.
Comentário: correta, conforme inciso I do art. 49.
8. O TCU ordenará o trancamento das contas que forem consideradas iliquidáveis, devendo
proceder ao seu arquivamento após o prazo de 5 anos.
Comentário: errada. Segundo o art. 21, o Tribunal ordenará o trancamento das contas
que forem consideradas iliquidáveis e o consequente arquivamento do processo.
O processo já ficará arquivado de imediato.
O que pode acontecer, no prazo de 5 anos, é o desarquivamento do processo, caso
surjam novos elementos que possam ser suficientes para proceder ao julgamento.
Tribunal ordena o trancamento das
contas iliquidáveis
E o consequente arquivamento do
processo
Em decisão terminativa
Tem 5 anos para encontrar novos
elementos
Autorizar o desarquivamento
E determinar que se ultime a respectiva
tomada ou prestação de contas
Transcorrido o prazoAs contas serão
consideradas encerradas
Com baixa na responsabilidade do
administrador
9. No caso de reincidência no descumprimento de determinação de que o responsável
tenha tido ciência, feita em processo de tomada ou prestarão de contas, o TCU deverá
julgar as contas irregulares.
Comentário: errada. Conforme o § 1° do art. 16, nessa situação o Tribunal poderá julgar
irregulares as contas (e não “deverá”, como consta na assertiva).
10. Verificada irregularidade nas contas, o Relator ou o Tribunal definirá a responsabilidade
individual ou solidária pelo ato de gestão inquinado.
Comentário: correta, informe o art. 12 e seu inciso I.
11. São requisitos para tornar-se ministro do TCU, dentre outros, possuir notórios
conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração
pública, e contar mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade
profissional que exija os conhecimentos mencionados.
Comentário: correta, conforme incisos III e IV do art. 71.
E aqui terminamos nosso material demonstrativo!
Para mais informações sobre o material completo, é só acessar www.teciopellegrino.com
Bons estudos!
@tribunais.de.contas